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PUBLICAO DE ARTIGOS CIENTFICOS DE ALUNOS DE NVEL TCNICO, SUPERIOR
E PROFISSIONAIS DAS REAS DAS CINCIAS BIOLGICAS E SADE, CINCIAS
HUMANAS E SOCIAIS, CINCIAS EXATAS E DA TERRA E DIVULGAO DE EVENTOS
ACADMICOS,MESTRADOS E DOUTORADOS
ISSN 2236-9538 BRASIL, V. 05, N. 05, OUT.-NOV., 2015
LEITURA ONLINE GRATUITA EM
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CURSOS ONLINE
Uma introduo a epidemiologia, com definies e
exemplos com artigos atuais. Saiba interpretar as medidas
de associao de artigos cientficos, como risco relativo,
intervalo de confiana e odds ratio. E muito mais. Ideal
para estudantes ou profissionais que queiram conhecer e
se aprofundar sobre o assunto.
Uma introduo ao tema interaes medicamentosas, com
definies e exemplos atuais. Ideal para estudantes ou
profissionais que queiram conhecer e se aprofundar sobre
o assunto.
Uma introduo ao tema interaes medicamento-alimento,
com definies e exemplos atuais. Ideal para estudantes ou
profissionais que queiram conhecer e se aprofundar sobre o
assunto. Quanto mais informaes buscarmos sobre as
interaes medicamento-alimento, melhor ser nosso
trabalho como profissionais de sade.
Este curso tem como objetivo fornecer conhecimentos
tcnicos e cientficos em relao a possveis dvidas sobre
medicamentos referncia, similar e genrico. Para um
atendimento de qualidade na dispensao de medicamentos.
Alm da teoria, este curso apresenta exemplos prticos. Ideal
para estudantes e profissionais.
Verano Costa Dutra - Farmacutico e Mestre em Sade Coletiva pela
Universidade Federal Fluminense, possui tambm habilitao em homeopatia Editor da Revista Espao Cientfico Livre
SOBRE O AUTOR DOS CURSOS:
COM CERTIFICADO Alm da atualizao e/ou introduo ao tema,
esses cursos livres podem ser utilizados como
complementao de carga horria para
atividades extracurriculares exigidas pelas
faculdades.
SUMRIO
EDITORIAL ...................................................................................................... 07
ARTIGOS CIENTFICOS
Abordagem conservadora na reduo da macroglossia em uma unidade de
terapia intensiva adulto (um relato de caso)
Por Welcy Cassiano de Oliveira Tobinaga ................................................... 29
Anlise tarifria: estudo de caso de uma empresa de recapagem de pneus no
Paran
Fabio da Silva Avelar; Alyne Nogueira Justi; William Scortegagna Cubas
Cordeiro; Edgar Della Giustina; Lvia Maria dos Santos ............................ 44
Engenharia de software para desenvolvimento orientado a modelos: uma
abordagem conceitual e bibliogrfica
Janaide Nogueira de Sousa Ximenes; Rhyan Ximenes de Brito; Vanessa Veloso
Arago ............................................................................................................. 55
Republicao
Fertilizao orgnica em algodoeiro herbceo, cv. BRS 286
Ren Medeiros de Souza; Juarez Paz Pedroza ........................................... 66
EVENTOS ACADMICOS, MESTRADOS E DOUTORADOS ....................... 94
NORMAS PARA PUBLICAO ..................................................................... 104
BRASIL, V. 05, N. 05, OUT.-NOV., 2015
ISSN 2236-9538/ CNPJ 16.802.945/0001-67
Saudaes leitores,
Bem vindo a mais uma edio da Revista Espao Cientfico Livre.
Conto a contribuio de todos para a divulgao do nosso peridico de divulgao
cientfica, bem como, aguardo o envio de novos trabalhos.
Publique seu trabalho conosco, divulgue sua pesquisa. Lembre a Revista Espao
Cientfico Livre conta com um conselho editorial multidisciplinar.
Cordialmente,
Verano Costa Dutra
Editor da Revista Espao Cientfico Livre
Este contedo pode ser publicado livremente, no todo ou em parte, em qualquer mdia,
eletrnica ou impressa, desde que a Revista Espao Cientfico Livre seja citada como
fonte. c
A Revista Espao Cientfico Livre uma publicao independente, a sua participao e apoio
so fundamentais para a continuao deste projeto. Saiba mais em
espacocientificolivre@yahoo.com.br
Imagem da capa: FreeImages.com/ Vince Petaccio
As figuras utilizadas nesta edio so provenientes dos sites Free Images
(http://http://www.freeimages.com) , do artigo FIOLHAIS, C. Einstein e o prazer da fsica:
passados cem anos, a fsica continua divertida. Fsica na Escola, So Paulo, v. 6, n. 1, 2005. e
do site https://pt.wikipedia.org/wiki/Isaac_Asimov
As figuras utilizadas nos artigos so de inteira responsabilidade dos respectivos autores.
s b' Os membros do Conselho Editorial colaboram voluntariamente, sem vnculo empregatcio e
sem nenhum nus para a Espao Cientfico Livre Projetos Editoriais.
Os textos assinados no apresentam necessariamente, a posio oficial da Revista Espao
Cientfico Livre, e so de total responsabilidade de seus autores.
A Revista Espao Cientfico Livre esclarece que os anncios aqui apresentados so de total
responsabilidade de seus anunciantes.
EDITORIAL
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Alison Bruno Borges de Sousa
Graduao em Tecnologia de Alimentos; Especialista em Administrao de Sistemas de Qualidade;
Mestre em Tecnologia Agroalimentar; Doutorando em Engenharia de Processos.
Aramis Cortes De Araujo Junior
Graduao em Geografia; Especialista em Polticas Territoriais; Mestrado em Geografia;
Doutorando em Geografia.
Bruno Toribio de Lima Xavier
Graduado em Engenharia Agronmica e Cincias Agrcolas; Especialista em Gesto e Docncia
em EaD; Mestre em Agronomia; Doutor em Agronomia.
Claudete de Sousa Nogueira
Graduao em Histria; Especializao em Planejamento, Implementao e Gesto Educao a
Distncia; Mestrado em Histria; Doutorado em Educao; Professor Assistente Doutor da
Universidade Estadual Paulista Jlio de Mesquita Filho (UNESP).
Cludia Vieira Prudncio
Graduao em Nutrio e Licenciada e, Cincias Biolgicas; Mestrado e Doutorado em
Microbiologia Agrcola com nfase em Microbiologia de Alimentos.
Cynthia Rbia Braga Gontijo
Graduao em Pedagogia; Especialista em Gesto Social; Mestrado em Educao Tecnolgica;
Doutorado em Educao: nfase em Polticas Pblicas e Aes Coletivas. Professora na Faculdade
de Polticas Pblicas -Tancredo Neves da Universidade do Estado de Minas Gerais-
FaPP/CBH/UEMG.
Elza Bernardes Ferreira
Graduao em Odontologia; Especialista em Radiologia Odontolgica, em Gesto de Sistemas e
Sade, em Educao a Distncia e Gesto do Trabalho e Educao na Sade; Mestrado em
Cincias da Sade; Doutoranda em Cincias Mdicas.
Fernanda Costa de Matos
Graduao em Administrao de Empresas; Mestrado em Turismo e Meio Ambiente; Doutorado
em Administrao.
Flavio Santos Lopes
Graduao em Agronomia; Mestrado em Produo Vegetal; Doutorado em Gentica e
Melhoramento
Francielle Bonet Ferraz
Graduao em Biologia; Mestre em Biocincias e Biotecnologia; Doutoranda em Biocincias e
Biotecnologia.
Gustavo Biscaia de Lacerda
Graduado em Cincias Sociais; Mestre em Sociologia; Doutorado em Sociologia.
Joo Baptista Cardia Neto
Graduado em Cincia da Computao; Mestre em Cincia da Computao.
CONSELHO EDITORIAL
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Joseane Almeida Santos Nobre
Graduao em Nutrio e Sade; Mestrado em Cincia da Nutrio; Doutoranda em Sade da Criana
e do Adolescente; Professora da Faculdade de Americana (FAM).
Joslia Carvalho de Arajo
Graduao em Geografia - Licenciatura; Graduao em Geografia - Bacharelado; Mestrado
em Geografia; Doutorado em andamento em Geografia; Professora Assistente II da Universidade
do Estado do Rio Grande do Norte (UERN).
Juliana Teixeira Fiquer
Graduao em Psicologia; Mestrado e Doutorado em Psicologia; Ps-doutorado pelo IPQ-HC-FMUSP
Kariane Gomes Cezario
Graduao em Enfermagem; Mestrado em Enfermagem; Doutoranda em Enfermagem; Professora
assistente I do Centro Universitrio Estcio do Cear.
Leonardo Biscaia de Lacerda
Graduao em Medicina; Mestrado em Sade Pblica; Especializao em Gastroenterologia e
Hepatologia; Doutorando em Sociologia.
Liliane Pereira de Souza
Graduao em Administrao; MBA em Gesto de Recursos Humanos; Especializao em Gesto de
Polticas Pblicas em Gnero e Raa; Mestrado em Educao; Doutoranda em Educao.
Luciana Carreiras Norte
Graduao em Engenharia Qumica; Mestrado em Tecnologia de Imunobiolgicos; MBA em
Processos Industriais; Doutoranda em Biotecnologia.
Luiz Eloi Vieira Junior
Graduao em Engenharia de Fundio; Mestrado e Doutorado em Engenharia de Materiais; Bolsista
de Ps-doutorado da Universidade Federal de Santa Catarina.
Mrcio Antonio Fernandes Duarte
Graduao em Licenciatura Em Cincias; Graduao em Comunicao Social Publicidade
e Propaganda; Mestre em Design, pela FAAC-Unesp; Professor da Faculdade de Ensino Superior
do Interior Paulista (FAIP).
Maria Jose Menezes Brito
Graduao em Enfermagem; Mestrado em Enfermagem; Doutorado em Administrao; Ps-
Doutorado na Universidade Federal de Santa Catarina; Professora Associada II da Universidade
Federal de Minas Gerais- Departamento de Enfermagem Aplicada.
Maurcio Ferrapontoff Lemos
Graduao em Engenharia de Materiais; Mestrado em Engenharia de Minas, Metalrgica e
de Materiais; Doutorado em andamento em Engenharia Metalrgica e de Materiais; Pesquisador -
Assistente de Pesquisa III do Instituto de Pesquisas da Marinha.
Santiago Andrade Vasconcelos
Graduao em Licenciatura Plena em Geografia; Mestrado e Doutorado em Geografia.
Verano Costa Dutra
Farmacutico Industrial; Habilitao em Homeopatia; Mestrado em Sade Coletiva; Professor do
curso de Farmcia da Faculdade Pitgoras.
CONSELHO EDITORIAL CONSELHO EDITORIAL
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COLABORADORES DESTA EDIO EQUIPE REVISTA ESPAO CIENTFICO LIVRE
Verano Costa Dutra
Editor e revisor Farmacutico, com habilitao em Homeopatia e Mestre em Sade Coletiva pela UFF espacocientificolivre@yahoo.com.br
Monique D. Rangel Dutra
Editora da Espao Cientfico Livre Projetos Editoriais - Graduada em Administrao na
UNIGRANRIO
Vernica C.D. Silva
Reviso - Pedagoga, Ps-graduada em Gesto do Trabalho Pedaggico: Orientao,
Superviso e Coordenao pela UNIGRANRIO
AUTORES
Alyne Nogueira Justi
Graduao em Engenharia Industrial Eltrica;
Mestranda em Engenharia Eltrica
Edgar Della Giustina
Licenciatura Plena em Matemtica;
Especializao em Ensino da Matemtica;
Mestrado em Engenharia Mecnica; Docente
na Faculdade de Tecnologia SENAI CIC
Fabio da Silva Avelar
Graduao em Engenharia Industrial Eltrica
com nfase em Eletrotcnica, Especializao
em Engenharia de Segurana do Trabalho;
Mestrando em Engenharia Eltrica; Docente
do SENAI/PR
Fbio Jos Gomes de Sousa
Bacharel em Cincias da Computao
Janaide Nogueira de Sousa Ximenes
Bacharel em Sistemas de Informao
Juarez Paz Pedroza
Engenheiro Agrcola
Lvia Maria dos Santos
Bacharelado em Administrao e em Cincias
Econmicas; Mestrado em Administrao;
Doutoranda em Polticas Pblicas; Docente no
Instituto Federal do Paran
Ren Medeiros de Souza
Doutor, mestre e graduado em Engenharia
Agrcola; Professor Adjunto 1 do corpo
docente da Universidade Federal do
Recncavo da Bahia lotado no Centro de
Cincias Exatas e Tecnolgicas
Rhyan Ximenes de Brito
Bacharel em Cincias da Computao
William Scortegagna Cubas Cordeiro
Graduao em Engenharia Eltrica;
Mestrando em Engenharia Eltrica
Welcy Cassiano de Oliveira Tobinaga
Residente de Fisioterapia no Hospital
Universitrio Pedro Ernesto, Rio de Janeiro
RJ
Vanessa Veloso Arago
Mestranda na Universidade Estadual do
Cear Mestrado Acadmico em Cincias da Computao MACC
COLABORADORES DESTA EDIO
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PROJETOS EDUCACIONAIS
aplicados ao ensino tcnico e
tecnolgico em meio ambiente
e florestas
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Organizado por
Francisco Jos Valim Olmo ,
Aramis Cortes &
Robson Vieira da Silva
Este livro multidisciplinar trata das interaes
espaciais e tercirias sob a tica de implantao de
um Campus do IFES, da construo de modelo
didtico para o ensino de biologia, de perfumaria
artesanal, da prtica de educao ambiental em
escola estadual de ensino fundamental e mdio, da
variabilidade de atributos qumicos de um latossolo
vermelho-amarelo cultivado sob dois tipos de
cultivos, da biblioteca escolar em projetos de
incentivo leitura, da anlise de desempenho de
diferentes mtodos de estimativa da
evapotranspirao, do poder das massas a partir do
filme Die Welle e seus desdobramentos dentro do
espao-tempo vivido dentro da escola.
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LIVRO DIGITAL
QUANTO VALE A SUA F? A TENDNCIA CAPITALISTA DA F EVANGLICA
FORTALEZENSE NAS LTIMAS DUAS DCADAS
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de George Sousa Cavalcante
Este livro oferece uma anlise
sociolgica, antropolgica,
teolgica e, sobretudo histrica
sobre a relao entre crena e
dinheiro no Ocidente, e que tem
se exacerbado em um mundo
capitalista como o nosso, do qual
faz parte a cidade de Fortaleza.
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O ARQUITETO EM FORMAO NA ERA
DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL OS NOVOS PARADIGMAS DA EDUCAO
AMBIENTAL NO ENSINO DA
ARQUITETURA E URBANISMO
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de Ctia dos Santos Conserva
O desenvolvimento traz ao mundo, alm de
conforto e comodidade, danos muito srios ao
meio ambiente pela maneira displicente pela
qual fazemos usos dos recursos da terra. O
Brasil, inserido em um mundo em pleno
desenvolvimento, enfrenta o desafio de educar
sua populao para formar cidados
comprometidos com a sustentabilidade em
seus aspectos social, econmico e ambiental.
Com a Revoluo Industrial e o crescimento
das cidades, os paradigmas mudaram, de uma
viso ecocntrica passamos para a busca de
uma viso mais complexa, a viso da
sustentabilidade. Nesse cenrio, esse livro
apresenta e analisa uma proposta de insero
da Educao Ambiental em uma comunidade
acadmica, na Asa Sul, Braslia-DF.
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A QUESTO RACIAL COMO
EXPRESSO DA QUESTO SOCIAL UM DEBATE NECESSRIO PARA O
SERVIO SOCIAL
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de Renata Maria da Conceio
Este livro tem como objetivo contribuir com o
debate acerca da temtica da questo tnico-
racial no processo de formao em Servio Social.
Essa temtica se apresenta relevante para um
exerccio profissional comprometido com a
questo social e com a garantia dos direitos
humanos. A pesquisa buscou analisar se a
questo tnico-racial est inserida no processo de
formao profissional em Servio Social, com
nfase para identificar a percepo de estudantes
do curso de Servio Social da Universidade de
Braslia UnB sobre a temtica tnico-racial como expresso da questo social. A pesquisa realizada
justifica-se pelo fato da questo racial ser uma
demanda presente no cotidiano do fazer
profissional do assistente social.
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ESTUDO DA USINABILIDADE DO
POLIETILENO DE ULTRA ALTO PESO
MOLECULAR PELA ANLISE DA
FORA DE CORTE
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de Luiz Otvio Corra &
Marcos Tadeu Tibrcio Gonalves
Este livro teve o objetivo realizar um estudo do
desempenho do corte do material Polietileno de
Ultra Alto Peso Molecular (UHMWPE), em
operao de torneamento, atravs da medio da
fora principal de corte, analisando-se a influncia
dos seguintes parmetros: avano, velocidade de
corte, profundidade de corte e geometria da
ferramenta. A medio da fora de corte foi feita
por um dinammetro conectado ao sistema de
aquisio de dados, durante a usinagem realizada
em um torno mecnico horizontal. A partir dos
resultados obtidos, foi possvel indicar as
condies de corte mais adequadas em relao
aos valores da fora de corte medidas, para as
condies de qualidade superficial aceitveis em
operaes de desbaste.
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Produo da protena
recombinante Fator IX da
coagulao sangunea humana
em clulas de mamfero
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de Andrielle Castilho-Fernandes,
Lucinei Roberto de Oliveira,
Marta Regina Hespanhol,
Aparecida Maria Fontes &
Dimas Tadeu Covas Esse livro mostra a potencialidade do sistema
retroviral para a expresso do FIX humano em
linhagens celulares de mamfero e a existncia
de peculiaridades em cada linhagem as quais
podem proporcionar diferentes nveis de
expresso e produo do FIX biologicamente
ativo. Alm de estabelecer toda a tecnologia
para gerao de linhagens celulares
transgnicas produtoras de rFIX e futuros
estudos em modelos animais podero ser
conduzidos para a elucidao minuciosa da
molcula recombinante rFIX gerada.
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FLUXO DE CO2 DE VEGETAO
INUNDADA POR REPRESAMENTO QUANTIFICAO PR
ALAGAMENTO
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de Andr Lus Diniz dos Santos,
Mauricio Felga Gobbi,
Dornelles Vissotto Junior &
Nelson Luis da Costa Dias
Alguns estudos recentes indicam que lagos de usinas
Hidreltricas podem emitir quantidades significativas de gases
de efeito estufa, pela liberao de dixido de carbono oriundo
da decomposio aerbica de biomassa de floresta morta nos
reservatrios que se projeta para fora da gua, e pela
liberao de metano oriundo da decomposio anaerbica de
matria no-lignificada. No entanto, para quantificar a
quantidade de gases de efeito estufa liberada para a
atmosfera devido ao alagamento por barragens, necessrio
quantificar tambm o fluxo de gs carbnico da vegetao
que ali estava anteriormente ao represamento. Este trabalho
procura descrever um mtodo para calcular o fluxo de gs
carbnico da vegetao antes de ser alagada, utilizando o
SVAT de interao superfcie vegetao-atmosfera conhecido
como ISBA baseado em Noilhan e Planton (1989); Noilhan e
Mahfouf (1996).
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CARACTERSTICAS SCIO-
DEMOGRFICAS DO PROJETO DE
ASSENTAMENTO RECANTO DA
ESPERANA EM MOSSOR/RN
http://www.espacocientificolivre.com/
de Maxione do Nascimento Frana Segundo
& Maria Jos Costa Fernandes
Este livro analisa os aspectos scio-
demogrficos do Projeto de Assentamento
Recanto da Esperana, situado no municpio
de Mossor, no Estado do Rio Grande do
Norte (RN).
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AGRICULTURA FAMILIAR E
AGROECOLOGIA: UMA ANLISE DA ASSOCIAO DOS
PRODUTORES E PRODUTORAS DA FEIRA
AGROECOLGICA DE MOSSOR
(APROFAM) - RN
http://www.espacocientificolivre.com/
de Eriberto Pinto Moraes &
Maria Jos Costa Fernandes
Este livro faz uma anlise da agricultura
familiar e da agroecologia praticada pela
Associao dos Produtores e Produtoras da
Feira Agroecolgica de Mossor (APROFAM)
no Municpio de Mossor (RN).
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Metodologia do ensino da
matemtica frente ao paradigma
das novas tecnologias
de informao e comunicao:
A Internet como recurso no ensino
da matemtica
http://www.espacocientificolivre.com/
de Paulo Marcelo Silva
Rodrigues
Este livro analisa alguns exemplos de
recursos encontrados na Internet,
ligados a rea da Matemtica.
Especialmente, os aspectos
pedaggicos dos mesmos, com o intuito
de contribuir para o aperfeioamento das
relaes entre professor e aluno.
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CONSTRUES GEOGRFICAS: teorizaes, vivncias e prticas
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Organizadores:
Joslia Carvalho de Arajo
Maria Jos Costa Fernandes
Otoniel Fernandes da Silva Jnior
Este livro pretende ser uma fonte na qual os
profissionais da geografia podem encontrar
diversas possibilidades de no apenas
refletirem sobre, mas de serem efetivos
sujeitos de novas prticas e novas vivncias,
frente s novas configuraes territoriais que
se apresentam no mundo atual, marcada por
processos modernos e ps-modernos.
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O RINGUE ESCOLAR: O AUMENTO DA BRIGA ENTRE
MENINAS
http://www.espacocientificolivre.com/
de Mara Darido da Cunha
Esta obra contextualiza historicamente as
relaes de gnero ao longo da histria;
identificando em qual gnero h a maior
ocorrncia de brigas; assim como, elencar os
motivos identificados pelos alunos para a
ocorrncia de violncia no ambiente escolar.
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O HOMEM, A MORADIA E AS GUAS: A CONDIO DO
MORAR NAS GUAS
http://www.espacocientificolivre.com/
de Moacir Vieira da Silva
& Joslia Carvalho de Arajo
Este livro um estudo que objetiva analisar
as imposies socioeconmicas inerentes
condio do morar numa rea susceptvel a alagamentos, no bairro Costa e Silva,
Mossor/Rio Grande do Norte.
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Mulheres Negras: Histrias de Resistncia,
de Coragem, de
Superao e sua Difcil
Trajetria de Vida na
Sociedade Brasileira
http://www.espacocientificolivre.com/
de Adeildo Vila Nova
& Edjan Alves dos Santos
O desafio de estudar a trajetria de mulheres negras e pobres que
em sua vida conseguiram romper as mais diversas adversidades e
barreiras para garantir sua cidadania, sua vida, foi tratada pelos
jovens pesquisadores com esmero, persistncia e respeito quelas
mulheres com quem se encontraram para estabelecer o dilogo que este livro revela nas prximas pginas, resultado do Trabalho de
Concluso de Curso para graduao em Servio Social.
AVALIAO DO POTENCIAL
BIOTECNOLGICO DE PIGMENTOS
PRODUZIDOS POR BACTRIAS DO
GNERO Serratia ISOLADAS DE
SUBSTRATOS AMAZNICOS
http://www.espacocientificolivre.com/
de Raimundo Felipe da Cruz Filho
& Maria Francisca Simas Teixeira
Existem diversos pigmentos naturais,
principalmente de origem vegetal, mas poucos
esto disponveis para aproveitamento
industrial, pois so de difcil extrao, custo
elevado no processo de extrao ou
toxicidade considervel para o homem ou
meio ambiente. A atual tendncia por produtos
naturais promove o interesse em explorar
novas fontes para a produo biotecnolgica
de pigmentos para aplicao na indstria. Este
trabalho teve como objetivo a identificao de
espcies de Serratia, e entre estas, selecionar
uma produtora de maior quantitativo de
pigmentos de importncia para a indstria
alimentcia e farmacutica.
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Moluscos e Sade
Pblica em Santa
Catarina: subsdios para a
formulao estadual de
polticas preventivas
sanitaristas
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de Aisur Ignacio Agudo-Padrn, Ricardo Wagner Ad-Vncula Veado
& Kay Saalfeld
O presente trabalho busca preencher uma lacuna nos estudos
especficos e sistemticos sobre a ocorrncia e incidncia/
emergncia geral de doenas transmissveis por moluscos
continentais hospedeiros vetores no territrio do Estado de Santa
Catarina/SC, relacionadas diretamente ao saneamento ambiental
inadequado e outros impactos antrpicos negativos ao meio
ambiente.
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Mtodos de
Dimensionamento
de Sistemas
Fotovoltaicos:
Aplicaes em
Dessalinizao
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de Sandro Juc & Paulo Carvalho A presente publicao apresenta uma descrio de dimensionamento de sistemas
fotovoltaicos autnomos com trs mtodos distintos. Tendo como base estes
mtodos, disponibilizado um programa de dimensionamento e anlise econmica
de uma planta de dessalinizao de gua por eletrodilise acionada por painis
fotovoltaicos com utilizao de baterias. A publicao enfatiza a combinao da
capacidade de gerao eltrica proveniente da energia solar com o processo de
dessalinizao por eletrodilise devido ao menor consumo especfico de energia
para concentraes de sais de at 5.000 ppm, com o intuito de contribuir para a
diminuio da problemtica do suprimento de gua potvel. O programa proposto
de dimensionamento foi desenvolvido tendo como base operacional a plataforma
Excel e a interface Visual Basic.
29
Abordagem conservadora na
reduo da macroglossia em uma
unidade de terapia intensiva adulto
(um relato de caso)
CONSERVATIVE APPROACH IN REDUCING MACROGLOSSIA IN AN INTENSIVE
CARE UNIT ADULT (A CASE REPORT)
Welcy Cassiano de Oliveira Tobinaga Residente de Fisioterapia no Hospital Universitrio Pedro Ernesto, Rio de Janeiro - RJ Rio de Janeiro, RJ E-mail: welcy_cassiano@hotmail.com
TOBINAGA, W. C. de O. Abordagem conservadora na reduo da macroglossia em uma unidade de terapia intensiva adulto (um relato de caso). Revista Espao Cientfico Livre, Duque de Caxias, v. 05, n. 05, p. 29-43, out.-nov., 2015.
RESUMO A lngua est exposta s influncias do desenvolvimento temtico, qumico, infeccioso e neoplsico. Essas manifestaes clnicas podem resultar na macroglossia, um aumento excessivo da lngua. As leses em lngua frequentemente recorrem e, por isso, geralmente so necessrias sucessivas resseces, a interveno cirrgica deveria ser considerada como um modo de tratamento somente em casos extremos de macroglossia, com possibilidade de obstruo da via area. Como o tratamento da macroglossia ainda desafiador, este estudo teve como objetivo relatar uma forma de sucesso na reduo da macroglossia, de forma conservadora em um caso indito ocorrido na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Universitrio Pedro Ernesto. O tratamento concentrou-se em trabalho de massoterapia, mobilizao
de articulao temporomandibular, liberao de gnglios linfticos, laserterapia, drenagem linftica manual, enfaixamento compressivo de lngua, liberao miofascial de masseter; drenagem de lngua precedida de sedao e analgesia, conteno de mandibular com auxlio, bandagem elstica funcional e exerccios de mmica facial. A conduta conservadora mostrou ser eficaz na resoluo do quadro da macroglossia de origem traumtica, destacando-se como procedimento diferencial, a drenagem linftica manual precedida de sedao e analgesia. A assistncia interdisciplinar no ambiente de terapia intensiva pode ir alm do domnio sobre tcnicas e equipamentos de suporte vida, sendo de grande importncia e valia a minimizao de possveis comorbidades que possam acompanhar um paciente de alto risco.
Palavras-chave: Macroglossia. Tratamento Conservador. Drenagem de Lngua.
30
ABSTRACT The tongue is exposed to the influences of thematic development, chemical, infectious and neoplastic. These clinical manifestations can result in macroglossia, an excessive rise of the tongue. The lesions often use tongue and, therefore, are generally necessary subsequent resections, surgical intervention should be considered as a mode of treatment only in extreme cases of macroglossia, with the possibility of airway obstruction. As the treatment of macroglossia is still challenging, this study aimed to report a form of success in reducing macroglossia, conservatively in an unprecedented event occurred in the Intensive Care Unit of the Pedro Ernesto University Hospital. The treatment is focused on massage therapy work, mobilization of temporomandibular joint,
release of lymph nodes, laser therapy, manual lymphatic drainage, compression bandaging speaking, myofascial release masseter; tongue drainage preceded by sedation and analgesia, mandibular contention with aid, functional elastic bandage and facial movement exercises. A conservative approach was shown to be effective in resolving the framework of macroglossia of traumatic origin, standing out as a differential procedure, preceded the manual lymphatic drainage sedation and analgesia. The interdisciplinary care in the intensive care environment can go beyond the field of technical and support equipment life and is of great importance and value to minimize potential comorbidities that can accompany a high-risk patient.
Keywords: Tariff Macroglossia. Conservative treatment. Tongue drainage.
1. INTRODUO
lngua um rgo sensorial associado s funes de: mastigao, deglutio
e fonao. Anatomicamente, constituda por uma parte bucal (os dois teros
anteriores) e outra parte farngea posterior. composta por: dorso, pice
(extremidade anterior), superfcie inferior e raiz (extremidade posterior). (MOORE,
1990; GRAY,1988; GARDNER ,1971).
vascularizada pela artria lingual e suas ramificaes. O retorno venoso ocorre
pelas veias linguais e o retorno linftico feito pelos linfonodos submentais,
submandibulares e cervicais profundos (SICHER & DU BRUL,1977).
A lngua est exposta s influncias do desenvolvimento temtico, qumico, infeccioso
e neoplsico. Essas manifestaes clnicas podem resultar na macroglossia, um
aumento excessivo da lngua (SOUZA, 1999).
A macroglossia pode ser uma situao congnita ou secundria. Na macroglossia
congnita a criana nasce com a malformao e se torna mais notria com o seu
desenvolvimento. Esta forma de macroglossia devido a um desenvolvimento
A
31
exagerado da musculatura lingual. J a macroglossia secundria tem as mesmas
causas que qualquer outro edema. Uma picada de inseto no comum, mas pode
levar a inchaes e desconfortos. Pacientes com edemas de qualquer causa, alergias
a comidas, reaes de medicamentos, fendas na lngua, pessoas com sangramento
desordenados devido a hematomas, podem causar o alargamento da lngua
(macroglossia) (MCDONALD, 1976) .
A Unidade de Terapia Intensiva no Brasil apresentou um grande desenvolvimento
tecnolgico nos ltimos anos, acompanhando a tendncia mundial. Isso contribuiu
para uma considervel diminuio nos ndices de mortalidade aumentando a
necessidade de maior ateno em relao s morbidades clnicas (MELLO, 1992).
No h critrios diagnsticos objetivos para macroglossia, nem tcnicas de medida
direta para descrever um tamanho de lngua normal ou patologicamente aumentado.
Apesar de Wolford e Cottrell (1996) terem relatado diversas caractersticas clnicas e
cefalomtricas como sinais e sintomas da macroglossia, tais parmetros foram
utilizados apenas para o aspecto ortodntico, e no, como critrios diagnsticos.
Portanto, a inexistncia de um mtodo eficaz e prtico para dimensionar a lngua
dificulta o diagnstico da macroglossia.
Segundo Reinish et al. (1994), as leses em lngua frequentemente recorrem e, por
isso, geralmente so necessrias sucessivas resseces, a interveno cirrgica
deveria ser considerada como um modo de tratamento somente em casos extremos
de macroglossia, com possibilidade de obstruo da via area.
Como o tratamento desta incomum condio ainda desafiador, este estudo teve
como objetivo relatar uma forma de sucesso na reduo da macroglossia, de forma
conservadora, um caso indito ocorrido no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do
Hospital Universitrio Pedro Ernesto (HUPE).
2. MATERIAIS E MTODOS
pesquisa foi realizada atravs do estudo de caso com a paciente M.I.S.,
gnero feminino, 70 anos, internada no CTI do HUPE s 9:00h do dia 18 de
agosto de 2014 com quadro de sepse urinria e apresentando edema A
32
significativo de lngua. Os dados colhidos para esse estudo de caso foram obtidos
atravs da entrevista com a prpria paciente, da interao multidisciplinar com a
equipe de profissionais atuantes no CTI, da anlise do pronturio da paciente e do
acompanhamento hospitalar dos atendimentos, sendo um atendimento ao dia
prestado exclusivamente ateno da macroglossia, com uma durao mdia de 20
minutos, por um perodo de 3 semanas, iniciado no dia 4 de setembro de 2014 at sua
alta para enfermaria da clnica mdica no dia 30 de outubro de 2014.
O programa de tratamento adotado foi baseado nas condies clnicas que a paciente
foi apresentando ao longo da internao, participando dos atendimentos parte da
equipe multidisciplinar do CTI Geral do HUPE.
A paciente concordou em participar do estudo de caso assinando assim o termo de
consentimento livre e esclarecido para a publicao do presente trabalho. trabalho. O
estudo foi aprovado pelo comit de tica em pesquisa do Hospital Universitrio Pedro
Ernesto, CAAE: 46661815.8.0000.5259.
3. RELATO DE CASO
articipou deste estudo a paciente M.I.S., 70 anos, cor parda, dona de casa,
moradora do bairro Jacar, na zona norte do Municpio do Rio de Janeiro,
sendo nascida e criada no mesmo municpio. Ex-tabagista por cerca de 25
anos. Internou no HUPE dia 22 de junho de 2014, com quadro de sndrome diarreica,
clica abdominal, febre idioptica e dispneia progressiva. Necessitou de intubao
orotraqueal (IOT) e adaptao ventilao mecnica dois dias aps a admisso por
conta da insuficincia respiratria aguda. Aps a IOT, a paciente apresentou
progressivo e significativo edema de lngua.
No incio de julho evoluiu com choque sptico de origem pulmonar sendo tratada por
meio de antibioticoterapia. Logo no dia 5 de julho, apresentou parada
cardiorrespiratria revertida por meio de manobras de ressuscitao com durao de
aproximadamente 10 minutos, resultando em insuficincia renal aguda, necessitando
desde ento de tratamento em hemodilise.
P
33
Dia 9 de julho foi realizado o procedimento de traqueostomia sem intercorrncias
mantendo-se sob suporte de ventilao mecnica.
Por motivo de choque sptico urinrio por Escherichia Coli, a paciente foi
encaminhada para o CTI Geral no dia 22 de agosto, sem sedao, interagindo com o
examinador, queixando-se de dispneia, estvel hemodinamicamente sem uso de
aminas, sem sinais de esforo respiratrio visvel e apresentando como comorbidade
a macroglossia.
Foi adaptada ao ventilador mecnico Servo S, no modo ventilatrio de presso
controlada (PCV), com os parmetro em 14 cmh2o de presso acima da presso
positiva ao final da expirao (PEEP), PEEP de 8 cmh2o, frao de oxignio (FIO2)
em 40% e com frequncia respiratria em 14 incurses respiratrias por minuto. Aps
a estabilizao da dispneia a paciente foi adaptada ao modo ventilatrio de presso de
suporte (PSV) sem apresentar intercorrncias.
O exame de topografia computadorizada de anlise microscpica da mucosa da lngua
evidenciou infiltrado inflamatrio crnico e agudo sem sinais de especificidade,
associado rea de fibrose, edema acentuado e hiperplasia escamosa com
espongiose, alm da ausncia de neoplasia. Laudo foi emitido pelo servio de
otorrinolaringologia do HUPE.
No dia 20 de agosto foi realizada a coleta de medidas ventilatrias apresentando um
ndice de Respirao Rpida e Superficial (IRRS) de 98, uma presso inspiratria
mxima de -50 cmh2o, presso expiratria mxima de 10 cmh2o e a presso de tosse
provocada em cerca de 60 cmh2o, dando incio, a partir desses resultados, ao
processo de desmame em perodos crescentes de pea T juntamente com uso de
macronebulizao por oxigenioterapia.
Dia 23 de agosto a paciente apresentou novo episdio de parada cardiorrespiratria
por cerca de 5 minutos, com relato de assistolia, revertida por meio de manobras de
ressuscitao.
No dia 25 de agosto a paciente foi submetida a exodontia de parte da arcada superior
e inferior pelo servio de cirurgia bucomaxilofacial como forma de diminuir supostas
34
compresses ao rgo que pudessem influenciar na macroglossia, porm o
procedimento no resultou em melhora significativa do quadro.
J no dia 4 de setembro foi relatado, pela equipe de medicina, um ntimo contato entre
a lngua e o elemento dentrio 13, sendo solicitado assim, a avaliao
bucomaxilofacial para uma suposta compresso da lngua. A resposta ao parecer
mostrou-se desfavorvel extrao do elemento 13 por alegar ausncia de trauma em
fenda na rea de contato entre o dente e a lngua, apesar do ntimo contato.
Diante da complexidade do quadro, a partir da tarde do mesmo dia 4 de setembro
iniciaram-se s intervenes conservadoras visando a reduo da macroglossia, a
partir dessa data as condutas tornaram-se dirias. No mesmo dia foram iniciados os
procedimentos de higienizao com soro fisiolgico 0,9% e clorexidina 0,12%,
laserterapia de baixa frequncia, drenagem linftica manual e bandagem por meio de
gaze de procedimento exercendo leve compresso da lngua.
Devido ao relato lgico durante a motricidade da articulao temporomandibular (ATM)
por parte da paciente, foi realizado a partir do dia 5 de setembro o procedimento de
liberao miofascial, de forma bilateral, da musculatura masseter: com o polegar na
regio superior do msculo, anterior ao meato acstico externo, pressionava-se
firmemente para dentro e deslizando ao mesmo tempo para baixo ao longo de todo o
comprimento do msculo, at a mandbula, realizando pausas nos pontos de dor a
palpao, at sentir a liberao, quantos movimentos fossem necessrios (Figura 1).
Figura 1: liberao miofascial de masseter
A partir do dia 5 de setembro, foi includa previamente conduta de drenagem
linftica, a massoterapia para liberao de aderncia tecidual da lngua: pinando
35
pequena quantidade de msculos com uma e outra mo alternadamente ou em forma
de C com os dedos polegar, indicador e mdio.
Com o objetivo de ganhar amplitude de movimento da ATM, no dia 9 de setembro foi
adaptado ao tratamento a mobilizao articular por meio de trao inferior conforme o
limiar doloroso relatado pela paciente.
No dia 10 de setembro a paciente apresentou edema em regio anterior de pescoo,
sendo realizada, somente nesse dia, a liberao de gnglios axilares,
supraclaviculares e submentonianos (ao longo da borda inferior da mandbula).
Com a melhora na motricidade da lngua, juntamente com o menor limiar doloroso, no
dia 15 de setembro foi possvel realizar, pela primeira vez, a manobra de interiorizao
da lngua para cavidade oral ao final do tratamento dirio.
No dia 3 de outubro de 2014, a paciente foi encaminhada para o centro cirrgico para
procedimento de gastrostomia devido o mau prognstico para o retorno dieta oral.
A pesar de todas as condutas contriburem para um melhor resultado na reduo do
edema de lngua, s foi observada melhora significativa aps as sesses dos dias 7, 8
e 9 de outubro, atravs da conduta de drenagem linftica manual precedida de
sedao e analgesia atravs da associao de propofol e o opiceo fentanil, ambos
via endovenosa. O procedimento era finalizado com a conteno mandibular com uso
de fita microporosa, visando impedir a abertura bucal e a consequente exteriorizao
do rgo (Figura 2).
Figura 2: conteno mandibular
36
Para a sedao foi necessria a adaptao da paciente, que estava respirando
espontaneamente em macronebulizao, ventilao mecnica, no modo ventilatrio
PCV com os parmetro em 15 cmh2o de presso acima da PEEP, PEEP de 8 cmh2o,
FIO2 em 25% e frequncia respiratria em 15 incurses respiratrias por minuto. Aps
a retomada do drive ventilatrio a paciente era readaptada ao modo PSV e, com
retorno da conscincia, readaptada macronebulizao.
Dia 18 de outubro, a paciente completou 48h em teste de ventilaco espontneo em
macronebulizao por meio da conexo em pea T diretamente ligada cnula de
traqueostomia.
Devido o perodo prolongado do quadro da macroglossia, a flacidez da musculatura
orbicular da boca foi inevitvel. Buscando o aumento do tnus da regio, foi includo
ao tratamento a aplicao da bandagem elstica funcional na regio e exerccios de
mmica facial, isso ocorreu no dia 23 de outubro (Figura 3).
Figura 3: bandagem elstica funcional para musculatura orbicular da boca
Dia 23 de outubro foi substituda a cnula de traqueostomia plstica para uma cnula
metlica, a troca visou facilitar a sua higienizao prevenindo a obstruo por
secreo traqueobrnquica.
No dia 30 de outubro, ltimo dia de internao no CTI Geral, a avaliao
fonoaudiolgica relatou melhora no tnus e vedamento labial, sem a necessidade de
manter a conduta por meio de bandagem elstica funcional em regio orbicular da
37
boca, alm de explicitar a melhora na motricidade da lngua e a viabilidade para dieta
via oral lquida e semilquida.
No mesmo dia 30 de outubro, com a resoluo do quadro respiratrio, foi retirada a
cnula metlica sendo realizado curativo em stio traqueal. No perodo da tarde,
obteve alta para enfermaria da clnica mdica respirando espontaneamente em ar
ambiente, com a resoluo do quadro da macroglossia, verbalizando com leve disfasia
e em processo de reabilitao para dieta via oral.
4. RESULTADOS
melhora significativa no quadro da macroglossia pode ser acompanhado
atravs da anlise clnico-fotogrfico representado na figura 4. Os trs
registros correspondem respectivamente aos dias: 3 de setembro (imagem
anterior ao incio das intervenes), dia 7 de outubro (imagem registrada logo aps a
primeira conduta associando a drenagem linftica manual sedao /analgesia) e 24
de outubro de 2014 (melhora significativa da macroglossia).
Figura 3: Evoluo da lngua ao longo das intervenes
5. DISCUSSO
ada vez mais incentivada a interveno conservadora visto que
complicaes so comuns no processo de ps-cirrgico da glossectomia,
resultando principalmente na deiscncia da ferida, hemorragia, obstruo de
vias areas, parestesia da ponta da lngua e na hipomobilidade. Podem ocorrer ainda
anquilose e lngua globular onde o corpo da lngua permanece largo, mesmo que o
A
C
38
novo tamanho seja normal (EGYEDI; OBWERGESER, 1964; DAVALBHAKTA;
LAMBERT, 2000).
Buscando reduzir a macroglossia, ao longo das sesses de tratamento foram
realizadas as seguintes modalidades teraputicas: massoterapia (a fim de liberar
aderncias do conjunto muscular da lngua com tcnicas de pinamento); manobra de
interiorizao da lngua para cavidade oral; mobilizao de ATM; liberao de gnglios
axilares, supraclaviculares e submentonianos; higienizao da lngua com soro
fisiolgico 0,9% e clorexidina 0,12%; laserterapia; drenagem linftica manual de
lngua (com intuito de estimular o esvaziamento linftico reduzindo o edema);
enfaixamento compressivo de lngua; liberao miofascial de masseter; drenagem de
lngua precedida de sedao e analgesia (associao de propofol e o opiceo
fentanil); conteno de mandibular com auxlio de esparadrapo microporoso 25mm;
bandagem elstica funcional (buscando diminuir a flacidez da musculatura orbicular da
boca); e exerccios de mmica facial.
A reduo do edema de lngua pde ser nitidamente percebido ao longo dos dias de
tratamento. Entretanto, foi observado uma significativa reduo da macroglossia aps
os procedimentos de drenagem precedida de sedao e analgesia.
Foi empregado no tratamento a droga analgsica fentanil, do tipo opioide, cujo incio
da ao ocorre entre 2 e 5 minutos, com uma durao analgsica em torno de 1 2
horas, com dose uma inicial empregada (intravenosa) em torno de 0,5 e 2mcg para
cada quilograma de peso apresentado pela paciente. Esse opioide tem a vantagem de
liberar menor nvel de histamina e um rpido incio de ao. Porm a desvantagem
que pode levar depresso ventilatria e hipotenso (SESSLER; WILHELM, 2008).
Quanto a sedao por uso de propofol, o mecanismo de ao o agonista do receptor
GABA, seu incio de ao ocorre em cerca de 30 a 60 segundos e seu efeito de
curta durao (3-10 min), a dose intravenosa inicial empregada foi entre 0,05
1mg/kg, objetivando um grau de sedao sem resposta a estimulao fsica, na escala
de agitao-sedao de Richmond (RASS) 5. O curto efeito sedativo foi uma
vantagem para o rpido procedimento de drenagem, porm tem a mesma
desvantagem do fentanil, resultar na depresso ventilatria (GOMMERS, 2008;
SESSLER; GRAP; RAMSAY, 2008).
39
O fato da paciente estar em uma UTI possibilitou essa forma de interveno, j que
para suprir o estado sedativo, principalmente de depresso dos centos respiratrios,
h prontamente equipamentos de monitorizao e suporte vida, alm do uso de
sedativos e analgsicos serem uma prtica rotineira em procedimentos anestsicos
(SESSLER; WILHELM, 2008).
Com o efeito sedativo, durante o procedimento de drenagem, pde-se avaliar a lngua
com maior qualidade, sendo possvel observar uma lacerao transversa em fase
crnica na regio dorso lateral do rgo. Acreditamos que esse achado explica a
gnese da macroglossia na paciente em relato, uma vez que o principal suprimento
neurovascular da lngua (artria lingual, nervos lingual e hipoglosso), entram
lateralmente ao rgo, para s depois seguirem anteriormente, sem cruzar a linha
mdia (DAVALBHAKTA; LAMBERTY, 2000)
Para Godoy (2002), a drenagem linftica, um tratamento indicado para qualquer tipo
e grau de linfoedema, com o objetivo de remover o excesso de protena plasmtica do
interstcio celular, restaurando o equilbrio entre a carga de proteica linftica e a
capacidade de transporte do sistema linftico. Foi a partir da experincia em
massagem que Vodder em 1936 observou a melhora clnica de linfonodos, quando
estimulados manualmente. Esses achados representaram o incio de um trabalho que
levou a sistematizao de uma tcnica e que denominada drenagem linftica manual
(KURZ, 1997).
O objetivo da drenagem linftica criar diferenciais de presso para promover o
deslocamento da linfa e do fluido intersticial, visando sua recolocao na corrente
sangunea fluxo no sistema. A drenagem linftica manual deve obedecer ao sentido do
fluxo, pois, se for realizada em sentido contrrio, pode forar a linfa contra as vlvulas,
podendo danific-las e, consequentemente, destruir um corao linftico. Esta a
primeira lei preconizada para a realizao da drenagem linftica (GODOY, 2002).
O procedimento de drenagem linftica da lngua foi realizado por meio de
deslizamentos manuai: com uma mo o terapeuta estabiliza o rgo e com outra mo
posiciona a face distal do polegar, indicador e mdio na superfcie da lngua realizando
uma leve frico no sentido anteroposterior. Outra modificao da tcnica foi realizar o
procedimento em forma de pinamento, onde com uma mo se estabiliza distalmente
a lngua e com a outra mo realiza-se movimentos de deslizamento anteroposterior
40
alternado leve compresso com os dedos polegar e indicador em forma de pina
(KURZ, 1997).
O laser de baixa frequncia foi tambm uma modalidade presente nas condutas
dirias, uma das tcnicas eletroteraputicas que apresentam resultados mais
otimistas. Acredita-se que este pode ter efeitos cicatrizantes e anti-inflamatrios nos
tecidos adjacentes leso, colaborando com o processo de melhora do quadro lgico
e permitindo, assim, o restabelecimento da mecnica normal da musculatura da lngua
(KOGAWA et al., 2005).
A pesquisa feita com a laserterapia para reduo do edema de origem linftica
apontou as seguintes hipteses para seus efeitos: restaurao da drenagem linftica
axilar por estimulao de novas vias linfticas, amolecimento do tecido fibroso e da
cicatriz cirrgica, efeitos sistmicos relacionados ao volume de fluido extracelular e
reduo de fluido tissular acumulado por mudanas no fluxo sanguneo. A aplicao
da laserterapia ainda oferece efeito analgsico (CARATI et al., 2003).
J a modalidade de bandagem compressiva atua atravs da modificao da dinmica
capilar venosa, linftica e tissular. Pode ser aplicada atravs do enfaixamento
compressivo elstico. Promove o aumento da presso intersticial e o aumento da
eficcia do bombeamento muscular (GUIRRO, 2002).
A liberao do msculo masseter foi importante para facilitar a mobilidade da
mandbula. Segundo Clay (2003), o msculo masseter o principal msculo da
mastigao, sendo assim o primeiro a ser tratado nos problemas da ATM, uma vez
que sua posio facilmente acessvel.
Segundo Gonzalez (2005), a trao um dos componentes mais importantes para o
tratamento de hipomobilidade articular da ATM. Esta pode ser aplicada com o objetivo
mnimo de aliviar os efeitos compressivos da articulao. No procedimento, as arcadas
dentrias so separadas pelo polegar do terapeuta. No momento da abertura da ATM,
realizada uma trao no mesmo sentido em que o movimento est sendo realizado,
aumentando de forma manual a mobilidade da ATM.
No estudo desenvolvido, houve grande aceitao das condutas utilizadas, haja vista
que, a paciente apresentou de forma satisfatria uma evoluo positiva e progressiva
41
tanto no quadro clnico que a motivou internao na UTI, como na resoluo da sua
principal comorbidade, a macroglossia.
6. CONCLUSO
conduta conservadora mostrou ser eficaz na resoluo do quadro da
macroglossia de origem traumtica. Destacando-se como procedimento
diferencial, a drenagem linftica manual precedida de sedao e analgesia.
necessrio que novos estudos nessa rea possam ser desenvolvidos, buscando
melhorar e otimizar o tratamento conservador que favoream a resoluo do quadro
da macroglossia.
AGRADECIMENTOS
Aos profissionais envolvidos nos procedimentos. Sem eles esse trabalho no sairia.
So eles:
O mdico do CTI Geral do HUPE: Marcos Lopes Miranda.
As acadmicas de Fisioterapia: Amanda Cruz & Rayane Moraes.
O fisioterapeuta do CTI Geral do HUPE: Victor Emmanuel Cavalcanti Zamora.
As fonoaudilogas: Tatiana Loureiro & Catiuscia Greco
REFERNCIAS
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Recebido em: 02 jun. 2015.
Aprovado em: 26 out. 2015.
44
Anlise tarifria: estudo de caso de
uma empresa de recapagem de pneus
no Paran
TARIFF ANALYSIS: A CASE STUDY COMPANY TIRE RETREADING IN PARAN
Fabio da Silva Avelar Graduao em Engenharia Industrial Eltrica com nfase em Eletrotcnica; Especializao em Engenharia de Segurana do Trabalho; Mestrando em Engenharia Eltrica; Docente do SENAI/PR Curitiba, PR E-mail: fabiotfi@gmail.com Alyne Nogueira Justi Graduao em Engenharia Industrial Eltrica; Mestranda em Engenharia Eltrica Curitiba, PR E-mail: alyne_justi@hotmail.com William Scortegagna Cubas Cordeiro Graduao em Engenharia Eltrica; Mestrando em Engenharia Eltrica Curitiba, PR E-mail: omegaaulas@hotmail.com Edgar Della Giustina Licenciatura Plena em Matemtica; Especializao em Ensino da Matemtica; Mestrado em Engenharia Mecnica; Docente na Faculdade de Tecnologia SENAI CIC Curitiba, PR E-mail: edg23@hotmail.com Lvia Maria dos Santos Bacharelado em Administrao e em Cincias Econmicas; Mestrado em Administrao; Doutoranda em Polticas Pblicas; Docente no Instituto Federal do Paran Curitiba, PR E-mail: liviams45@gmail.com
AVELAR, F. da S. et al. Anlise tarifria: estudo de caso de uma empresa de recapagem de pneus no Paran. Revista Espao Cientfico Livre, Duque de Caxias, v. 05, n. 05, p. 44-54, out.-nov., 2015.
45
RESUMO Este artigo visa esclarecer os encargos e custos embutidos na conta de Energia Eltrica de uma empresa de recapagem de pneus localizada no Paran, a fim de auxiliar na escolha da tarifa mais adequada para determinado tipo de consumo. Foi realizado um estudo de caso para exemplificar o clculo das contas de
energia e tambm se comparou o aumento nas tarifas ocorrido dentre os anos de 2014 e 2015. Observou-se a importncia da anlise tarifria, pela significativa diferena nos custos para o consumidor que resulta do enquadramento de grupos de consumidores.
Palavras-chave: Sistema Tarifrio, Reajuste de Tarifas Energticas, Anlise Tarifria.
ABSTRACT This article aims to clarify the embedded burdens and costs on the electricity bill in Paran, in order to assist in choosing the most appropriate rate for certain type of consumer. A case study was conducted to illustrate the calculation of energy bills and
also compared the increase in rates occurred among the years 2014 and 2015. It was noted the importance of tariff analysis, the significant difference in costs for consumers resulting the framework of consumer groups.
Keywords: Tariff System, Reset Energy Tariffs, Tariff Analysis.
1. INTRODUO
energia eltrica fundamental para a vida moderna dos seres humanos. Nas
indstrias essencial para o funcionamento de antigas tecnologias e para a
criao de novas e no fornecimento de servios. Por causa da relevncia da
energia eltrica no cotidiano das pessoas e no crescimento da economia, h um
grande debate sobre as melhores formas de emprego dos recursos naturais no
processo de produo de energia eltrica, porque o emprego excessivo desses
recursos pode at levar a sua escassez. Dessa forma, a energia eltrica tem que ser
usada com conscincia para no ficar escassa e para ter valores justos (OCHOA et
al., 2015).
As despesas com energia um dos elementos decisivo nos processos industriais, por
causa disso tornou-se cada vez importante o controle do consumo de energia nas
empresas aplicando conceitos de eficincia energtica trazendo formas de gerao de
energia e melhor utilizao da energia eltrica gerando economia no processo
produtivo (DINIZ et al., 2015). Na indstria, o conhecimento sobre o sistema tarifrio,
entendendo os valores contratados e os diferentes valores cobrados durante o dia,
A
46
imprescindvel para diminuir o valor gasto com energia eltrica, aumentando a
competividade e diminuindo o valor final do produto (BAZZO; FERNANDES, 2013).
Em 1982, o Brasil comeou a reforma do sistema de tarifas relacionadas ao uso de
energia eltrica, a principal finalidade era a adequao da melhor utilizao dos
nossos reservatrios de gua, por isso foram implementadas as tarifas horosazonais.
Nas empresas, essas implementaes precisaram de grandes planejamentos e de
algumas mudanas para variar o consumo em certos horrios e em alguns perodos
do ano, trazendo assim economia na produo (PORTO et al., 2002).
A legislao vigente admite que uma poro dos usurios optem pelo enquadramento
no contrato de demanda que gerar o menor custo com energia eltrica. Essa escolha
s pode ser feita aps ser verificado o comportamento do consumo, analisando a
demanda em determinados horrios (ponta e fora de ponta) e sazonais (perodos seco
e mido) da unidade consumidora (NISHIMURA et al., 2007). Em alguns casos, a
escolha da melhor opo tarifria no o suficiente, por isso so utilizados geradores
para diminuir a utilizao de energia nos horrios de ponta fazendo uma economia
considervel de dinheiro em certas empresas (SOUZA et al., 2011).
As pesquisas na rea de anlise tarifria, tendo como objetivo o desenvolvimento e
dimensionamento de sistemas eltricos, buscam menores custos e uso eficiente de
energia por partes das empresas brasileiras, e isso depende do conhecimento da
maneira em que os consumidores utilizam essa energia e do sistema tarifrio aplicado
na regio em que se localiza esse consumidor (GEMIGNANI, 2009).
O Brasil um pas com abundncia de recursos naturais e humanos. No setor de
gerao de energia eltrica, o pas apresenta uma matriz diversificada, e com
predominncia de recursos renovveis (85% da oferta de energia, considerando se as
importaes), destacando-se a gerao hidrulica, com 70,1% da oferta interna no ano
de 2012 (EMPRESA DE PESQUISA ENERGTICA, 2012). Mas o setor eltrico
brasileiro encontra-se em um momento delicado pelo fato da sua alta dependncia das
energias produzidas pelas hidreltricas e pela falta de chuvas em algumas regies do
pas fazendo com que os nveis dos reservatrios de gua estejam cada dia mais
baixos (RIBEIRO, 2014).
A dinmica populacional e a elevao de 3,6% ao ano do consumo total de
eletricidade dos grandes consumidores industriais em contraste com a reduo na
47
gerao das hidreltricas, por conta dos baixos nveis dos reservatrios, criaram a
necessidade do uso das termoeltricas, que geraram um grande aumento das contas
de energia no Brasil, como pode ser observado pela Tabela 1, a qual apresenta os
ltimos aumentos aprovados desde 2010 para o estado do Paran.
Tabela 1 Reajustes Tarifrios
Resoluo 1897/2015 24/06/2015 - Reajuste mdio aplicado de 15,32%
Resoluo 1858/2015 02/03/2015 - Reajuste mdio aplicado de 36,79%
Resoluo 1763/2014 24/06/2014 - Reajuste mdio aplicado de 24,86%
Resoluo 1565/2013 24/06/2013 - Reajuste mdio aplicado de 9,55%
Resoluo 1431/2013 24/01/2013 - Reajuste mdio aplicado de -
19,28%
Resoluo 1296/2012 24/06/2012 - Reajuste mdio aplicado de -0,65%
Resoluo 1158/2011 24/06/2011 - Reajuste mdio aplicado de 2,99%
Resoluo 1015/2010 24/06/2010 - Reajuste mdio aplicado de 2,46%
Fonte: (ANEEL, 2015)
Neste ponto, temos como causas, alm do esgotamento do potencial hdrico para a
gerao, tambm os custos do insumo e problemas da transmisso de energia,
principalmente para usinas que se encontram distantes dos centros consumidores,
situao que tende a agravar-se com a estratgia de investimento do governo federal
de gerao na Amaznia. Alm das perdas de transmisso h falhas na distribuio
(incluindo-se as perdas no tcnicas), que no Brasil, segundo dados divulgados pelo
site da ANEEL, chegaram a aproximadamente 20%, (sendo que em torno de 5% foram
perdas exclusivas do sistema de transmisso do Sistema Interligado Nacional (SIN))
valor superior em relao a diversos pases, inclusive alguns com extenses territoriais
proporcionais s brasileiras, como, por exemplo, os EUA (perdas em torno de 6%),
China (7%), Mxico e Canad (8%) e Rssia, Austrlia e frica (11%). Essas perdas
na transmisso e distribuio impactam no aumento da tarifa cobrada do consumidor,
estimando-se para o ano de 2017, por exemplo, que o embate sobre a tarifa mdia
seja da ordem de 5%, resultando numa cobrana de R$ 4,7 bilhes por perda. E em
relao energia no faturada e aos impostos que no sero recolhidos pelo governo,
48
os cofres pblicos deixaro de recolher R$ 10 bilhes no mesmo ano
(INTERNATIONAL RIVERS BRASIL, 2012).
O objetivo desse artigo esclarecer os encargos e custos embutidos na conta de
Energia Eltrica de uma empresa de recapagem instalada no estado do Paran no
perodo 2014-2015. Hoje, 2015, os encargos so 96,9619 % mais altos em
comparao a Junho de 2014, aps os aumentos aprovados pelas homologaes da
ANNEL n 1.763, de 24 de junho de 2014, N 1.858, de 02 de maro de 2015 E n1897
de 24 de junho de 2015. Para o melhor entendimento desse artigo importante que os
leitores saibam que as tarifas de energia eltrica esto divididas em dois grandes
grupos, e que cada grupo possui um modo de clculo e valores diferentes para
consumo e demanda contratada, os quais sero abordados no corpo desse artigo.
2. DESENVOLVIMENTO
e forma mais clara pode-se definir que a conta de luz pode ser calculada de
quatro formas diferentes, de acordo com o tipo de tarifao escolhida pelo
consumidor. De acordo com a COPEL, para consumidores residenciais e comerciais
alimentados em baixa tenso (grupo B), a conta paga pelo consumidor constituda
do consumo (C) multiplicado pela tarifa de 0,75741 R$/kWh, conforme a Equao (1).
(1)
J para consumidores em alta tenso (grupo A), subdivididos em Convencional,
Horosazonal Verde e Horosazonal Azul, o clculo modificado. Para os consumidores
Convencionais a conta dada pelo consumo (C) multiplicado pela tarifa de
0,5518R$/kWh somada demanda (D) contratada multiplicada por 34,89R$/kWh,
conforme a Equao (2).
(2)
J os consumidores do grupo Horosazonal Verde precisam se ater ao consumo de
energia dentro da ponta e fora da ponta (energia na ponta das 18:00 at s 21:00
horas no horrio normal e das 19:00 at s 22:00 horas no horrio de vero, fora de
ponta os demais horrios) e com a demanda contratada, pois a composio da conta
D
49
se d pelo somatrio dos valores da demanda contratada (D) multiplicada pela tarifa
de 10,62 R$/kWh e do consumo na ponta (CP) multiplicado por 1,60965R$/kWh e do
consumo fora de ponta (CFP) multiplicado por 0,53004 R$/kWh, conforme a Equao
(3), lembrando que o consumo na ponta o consumo compreendido entre s 18h e
21h.
(3)
O Grupo Azul considerar tambm a demanda contratada fora de ponta (DFP) e na
ponta (DP), cujos valores so de R$ 33,71 por kWh na ponta e de R$10,62 fora de
ponta e consumo na ponta (CP) por 0,79114 R$/kWh e fora da ponta (CFP) por
0,53004 R$/kWh, de acordo com a Equao (4).
(4)
Esses dados ficam mais claros na Figura 1 onde mostra-se um diagrama de blocos
com base nas informaes fornecidas pela COPEL, sistema que permite que o
consumidor calcule o valor da sua conta em cada grupo tarifrio e entenda sua
composio. Esse artigo est usando os valores aplicados no Paran, mas a
metodologia a mesma para outras regies do Brasil, devendo-se mudar apenas os
valores das tarifas de acordo com cada companhia de energia. De acordo com a
resoluo 479/2012 da ANEEL, importante salientar que os consumidores com
tenso de fornecimento igual ou superior a 69 kV ou com demanda contratada
superior a 300 KW so obrigados a usar a modalidade tarifria Horosazonal Azul.
Entretanto, a partir de 1 de julho 2015, as contas de energia passaram a trazer uma
novidade: o Sistema de Bandeiras Tarifrias. As bandeiras verde, amarela e vermelha
indicam se a energia custa mais ou menos, em funo das condies de gerao de
eletricidade. Se as condies so um pouco menos favorveis, a bandeira passa a ser
amarela e h uma cobrana adicional, proporcional ao consumo, na razo de R$ 2,50
por 100 kWh. J em condies ainda mais desfavorveis, a bandeira fica vermelha e o
adicional cobrado passa a ser proporcional ao consumo na razo de R$ 5,50 por 100 a
kWh, a esses valores so acrescentados os impostos vigentes de acordo com dados
fornecidos pela ANEEL em 17/06/2015.
50
Figura 1 Diagrama de Blocos do Sistema Tarifrio Paranaense
3. ESTUDO DE CASO
oi analisada uma fatura de energia eltrica de uma indstria do segmento de
recapagem de pneus, da regio de Curitiba, de junho de 2014 e feito uma
progresso para junho de 2015. O consumidor faturado no sistema
Horosazonal Verde, porm foram feitas analises da fatura para o sistema
Convencional e Horosazonal Azul. Os clculos apresentados s levaram em conta a
demanda e consumo, os valores excedentes reativos, demanda de ultrapassagem e
iluminao pblica foram desconsiderados para facilitar a comparao do custo da
energia no cenrio atual paranaense.
Para o sistema Horosazonal Azul foi considerado o valor mnimo de demanda de
ponta determinado pela ANEEL de 30kW, por conta da pouca representatividade do
valor total desse horrio na conta, cerca de 2.4 % do valor total, como pode ser
observado nas Tabelas 2 e 3. A diferena no valor da conta notada de um ano para
outro foi de 96,9618%.
F
51
Tabela 2 Clculo do Custo para Consumidor Horosazonal Azul em 2014
2014
Descrio Consumo Custo
Consumo na Ponta (kWh) 380 R$ 152,64
Consumo fora de Ponta (kWh) 15462 R$ 4.160,95
Demanda na Ponta (kWh) 30 R$ 513,45
Demanda fora de Ponta (kW) 135 R$ 727,91
Total R$ 5.554,94
Tabela 3 Clculo do Custo para Consumidor Horosazonal Azul em 2015
2015
Descrio Consumo Custo
Consumo na Ponta (kWh) 380 R$ 300,63
Consumo fora de Ponta (kWh) 15462 R$ 8.195,48
Demanda na Ponta (kWh) 30 R$ 1.011,30
Demanda fora de Ponta (kW) 135 R$ 1.433,70
Total R$ 10.941,11
Na Horosazonal Verde, que a tarifa adota pela empresa atualmente, a diferena no
valor da conta notada de um ano para outro foi de 96,9621 %, como pode ser
observado nas tabelas 4 e 5.
Tabela 4 Clculo do Custo para Consumidor Horosazonal Verde em 2014
2014
Descrio Consumo Custo
Consumo na Ponta (kWh) 380 R$ 310,55
Consumo fora de Ponta (kWh) 15462 R$4.160,95
Demanda (kW) 135 R$ 727,91
Total R$ 5.199,40
52
Tabela 5 Clculo do Custo para Consumidor Horosazonal Verde em 2015
2015
Descrio Consumo Custo
Consumo na Ponta (kWh) 380 R$ 611,67
Consumo fora de Ponta (kWh) 15462 R$ 8.195,48
Demanda (kW) 135 R$ 1.433,70
Total R$ 10.240,85
Para o sistema Convencional nota-se um aumento do custo para o consumido e de
96,9619% de um ano para outro como pode ser observado das Tabelas 6 e 7.
Tabela 6 Clculo do Custo para Consumidor Convencional em 2014
2014
Descrio Consumo Custo
Demanda (kW) 15842 R$2.391,40
Consumo (kWh) 135 R$ 4.438,23
Total R$ 6.829,63
Tabela 07 Clculo do Custo para Consumidor Convencional em 2015
2015
Descrio Consumo Custo
Demanda (kW) 135 R$ 4.710,15
Consumo (kWh) 15842 R$ 8.741,62
Total R$ 13.451,77
4. CONCLUSO
objetivo desse artigo era esclarecer os encargos embutidos na conta de
energia eltrica. Atendeu-se a ele, a partir do estudo de caso, em que foi
possvel perceber que houve um aumento expressivo nas tarifas de energia
eltrica aplicadas aos consumidores, dentre o perodo de junho de 2014 a junho de
2015. Esse aumento foi de aproximadamente 96,96% para todos os grupos, sendo
que os consumidores enquadrados na tarifa Horosazonal Verde tiveram o maior
aumento, o qual foi de 96,9621%, que maior que dos outros sistemas.
O
53
Percebeu-se ainda que, apesar dos aumentos, a tarifa aplicada ao consumidor
analisado realmente a mais correta, pois a que lhe traz maior economia (Custo de
R$10.240,85), enquanto do Horosazonal Azul de R$10.941,11, e do Convencional
R$13.451,77, ou seja, h uma diferena significativa. Assim, para este caso, a tarifa
mais adequada a Horosazonal Verde, o que poderia ser diferente caso os valores de
Consumo e Demanda fossem alterados. No caso de a tarifa no ser a mais adequada
teria que ser feito uma anlise, verificando o perfil de carga, a forma como utilizada a
energia, no h como dizer qual melhor opo de faturamento de energia eltrica sem
um estudo prvio.
Com esse estudo tambm ficou evidente a diferena final do custo da energia eltrica
para os diferentes grupos de consumidores. Desta forma, notria a importncia de
uma anlise tarifria, devido aos aumentos acontecidos, a fim de economizar na conta
final, evitando maiores nus aos consumidores.
Neste artigo apresentaram-se de maneira rpida e prtica os clculos necessrios e
as tarifas aplicadas no estado do Paran a fim de auxiliar na anlise tarifria de outros
consumidores.
REFERNCIAS
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DINIZ, Ilson J. et al. Eficincia energtica: estudo de caso. 97 f. Trabalho de Concluso de Curso Curso Superior de Tecnologia em Automao Industrial, Universidade Tecnolgica Federal do Paran, 2015. EMPRESA DE PESQUISA ENERGTICA - EPE. Projeo da demanda de energia eltrica (para os prximos 10 anos 2013 - 2022). Ministrio de Minas e Energia - MME. Braslia - DF. 2012. GEMIGNANI, Matheus M. F. Proposio e anlise comparativa de mtodos alternativos de seleo e classificao de curvas de carga para a definio de tipologias para estudos tarifrios. 190 f. Dissertao Mestrado em Engenharia, Universidade de So Paulo, 2009.
54
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AVELAR, F. da S. et al. Anlise tarifria: estudo de caso de uma empresa de recapagem de pneus no Paran. Revista Espao Cientfico Livre, Duque de Caxias, v. 05, n. 05, p. 44-54, out.-nov., 2015.
Recebido em: 18 set. 2015.
Aprovado em: 10 out. 2015.
55
Engenharia de software para
desenvolvimento orientado a
modelos: uma abordagem conceitual
e bibliogrfica
SOFTWARE ENGINEERING FOR DEVELOPMENT ORIENTED MODELS: AN
APPROACH CONCEPT AND LITERATURE
Janaide Nogueira de Sousa Ximenes Mestranda na Universidade Estadual do Cear Mestrado Acadmico em Cincias da Computao MACC Fortaleza, CE E-mail: janaide@hotmail.com Rhyan Ximenes de Brito Bacharel em Cincias da Computao Tiangu, CE E-mail: rxbrito@gmail.com Vanessa Veloso Arago Mestranda na Universidade Estadual do Cear Mestrado Acadmico em Cincias da Computao MACC Fortaleza, CE E-mail: vanessa.veloso@ifpi.edu.br
XIMENES, J. N. de S.; BRITO, R. X. de; ARAGO, V. V. de. Engenharia de software para desenvolvimento orientado a modelos: uma abordagem conceitual e bibliogrfica. Revista Espao Cientfico Livre, Duque de Caxias, v. 05, n. 05, p. 55-74, out.-nov., 2015.
RESUMO O desenvolvimento orientado a modelos um paradigma da Engenharia de Software que possui como abordagem a proposta de reduzir a distncia semntica entre o domnio do problema e o domnio da implementao, atravs da utilizao de modelos que no so apenas artefatos de documentao ou comunicao. Nesse sentido sendo o principal artefato para o desenvolvimento, dispondo-se de uma proposta que visa proteger os
desenvolvedores da complexidade. O presente artigo tem como objetivo enfatizar a importncia desse paradigma que se preocupa em desenvolver modelos de sistemas de forma a representar partes do mesmo, evidenciando-se suas funcionalidades, dessa maneira auxiliando na tomada de decises que devero ser aplicadas no ato do desenvolvimento do software. Dentro dessa temtica o estudo foi desenvolvido com base em dados
56
bibliogrficos, atravs de livros e artigos de forma explicativa e descritiva. Nesse aspecto pode-se evidenciar a importncia desse paradigma para profissionais da rea de desenvolvimento de softwares,
principalmente por permitir uma abstrao dos detalhes da tecnologia de implementao, tornando-o mais prximo do domnio do problema em anlise.
Palavras-chave: Engenharia. Modelos. Desenvolvimento. Orientado.
ABSTRACT Oriented development model is a paradigm of software engineering that has to approach the proposal to reduce the semantic distance between the problem domain and the domain of implementation, through the use of models that are not only documentation of artifacts or communication. In this sense being the main artifact to the development, offering up a proposal to protect developers from complexity. This article aims to emphasize the importance of this paradigm that is concerned with developing systems models to represent parts of it, demonstrating its
functionality, thereby assisting in decision-making to be applied in software development act . Within this theme the study was developed based on bibliographic data, through books and articles of explanatory and descriptive manner. In this regard we can highlight the importance of this paradigm for professionals in the software development area, mainly for allowing an abstraction of the details of implementation technology, making it closer to the problem domain in question.
Keywords: Engineering. Models. Development. Oriented.
1. INTRODUO
mercado de T.I (Tecnologia da Informao) est cada vez mais exigente no
tocante a qualidade dos produtos a serem desenvolvidos, diante tal situao
observa-se que o desenvolvimento de softwares com alto padro de
qualidade de suma importncia para garantir a satisfao do cliente. Nesse contexto
pode-se notar que h uma grande preocupao na Engenharia de Software em
desenvolver modelos de processos de softwares para atender as necessidades
existentes, visando atingir altos nveis de qualidade no projeto a ser implementado
para o mercado consumidor de software.
De acordo com Santos (2008) o Model Driven Engineering (MDE) ou Engenharia
Orientado a Modelo (EOM) um dos mais promissores paradigmas na Engenharia de
Software. Nessa abordagem os modelos no so apenas artefatos de documentao
ou comunicao entre as equipes envolvidas no projeto de software, apresentando-se
como o principal artefato no processo de desenvolvimento.
O
57
Assim, a abordagem do desenvolvimento orientado a modelo tem a proposta de
reduzir a distncia semntica entre o domnio do problema e o domnio da
implementao ou soluo, atravs de modelos de alto nvel que protegem os
desenvolvedores de software da complexidade da plataforma de implementao
(FRANCE; RUMPE, 2007 apud LUCRDIO, 2009).
Ainda segundo Calixto e Bittar (2010) a orientao modelo introduz uma mudana de
paradigma, pois os modelos so a prioridade no desenvolvimento do software,
fazendo com que os modelos tornem-se a base no desenvolvimento, manuteno e
evoluo do software, gerando um maior nvel de automao.
2. DESENVOLVIMENTO ORIENTADO A MODELO
egundo Selic (2003) o uso de modelos de Engenharia quase to antigo
quanto prpria Engenharia. Com efeito, a modelagem uma atividade
importante no processo de construo de softwares, pois fornece uma
maneira fcil para a compreenso, raciocnio, construo, simulao e comunicao
sobre sistemas complexos (geralmente compostas por partes menores) (THOMAS,
2004).
A Engenharia de Software Orientada a Modelo ou o termo em ingls Model Driven
Software Engineering (MDSE) ou simplesmente Model Driven Development (MDD)
(SCHMIDT, 2006) uma abordagem de desenvolvimento de software que se
concentra na criao dos modelos do sistema como principais artefatos no processo
de desenvolvimento de software. A preocupao est em desenvolver focado nos
modelos do sistema e atravs destes possvel representar partes de um sistema, de
forma a representar as funcionalidades e/ou recursos do sistema auxiliando tomada
de decises sobre quais as melhores aes devem ser aplicadas para atingir as metas
no desenvolvimento do software.
Ao contrrio dos mtodos convencionais em que a construo de um sistema fica
especificamente voltada para o cdigo-fonte, abordagem orientada a modelo tem o
foco na modelagem do sistema, dessa maneira separando a lgica de negcio, da
lgica de programao, reduzindo o tempo e o custo durante o ciclo de
desenvolvimento, proporcionando ao desenvolvedor menor preocupao com os
S
58
cdigos-fonte do sistema j que este gerado automaticamente seguindo os critrios
da abordagem.
Interessante notar que a gerao de cdigo caracterizada pela entrada de dados em
forma de diagrama baseado em modelos, nesse contexto configurando-se como a
principal base de dados para a gerao dos cdigos. Observa-se que o prprio
processo de desenvolvimento acaba auxiliando na documentao do software, porm
o maior problema reside no fato de que o usurio tem que dominar algumas
linguagens de marcao que utilizam pseudocdigos. (CMARA; PINHEIRO, 2011).
Como visto os cdigos so gerados automaticamente com base nos diagramas, sendo
pouco provvel a gerao de cdigos imprecisos para o diagrama proposto a menos
que os menos tenham sido modelados de forma errnea, contudo se houver caber ao
programador resolver tal situao, a partir da anlise e observao de tais modelos.
Segundo Fernandes, Machado e Carvalho (2007), MDD constitui uma abordagem
atravs dos quais podem ser construdos modelos de softwares independentes de
plataforma. Isto corresponde a um aumento na abstrao de linguagens de
programao de alto nvel para linguagens de modelagem. Este aumento de abstrao
implica que um sistema poder ser principalmente ou totalmente expresso por meio de
modelos. Como visto esse processo torna-se vivel, pois diminui o tempo de
programao, alm do fato de que problemas que surjam possam ser resolvido
atravs de tcnicas como as empregadas nos testes do software ou mesmo a reviso
dos modelos gerados a partir da modelagem.
A abordagem MDD permite uma abstrao dos detalhes da tecnologia da plataforma
de implementao e utilizao de conceitos mais prximos do domnio do problema.
Consequentemente, os modelos utilizados para desenvolver o sistema so mais fceis
de especificar, entender e manter, apresentando resistncia s alteraes da
tecnologia adotada para a implementao do sistema (SELIC, 2003). Assim, o MDD
promove a ideia de que atravs do foco nos modelos pode-se obter melhor
desenvolvimento e evoluo do software.
Com base nisto, Fernandes (2010 apud Souza e Olivera 2012) enumera as principais
contribuies do uso do MDD:
59
Ganho de produtividade: Atkinson e Kuhne (2003) afirmam que a melhoria da
produtividade dos esforos de desenvolvimento a "motivao fundamental do MDD".
Consideram que a produtividade seja atingida ao longo de duas dimenses. Primeiro,
a produtividade de curto prazo, obtida atravs do quanto de funcionalidade um artefato
de software pode oferecer. Segundo, a produtividade de longo prazo, obtida pelo
aumento da longevidade do artefato de software.
Conceitos mais prximos do domnio: Selic (2003) observa que o desenvolvimento
de software baseado em modelos utiliza conceitos que so menos ligados tecnologia
de implementao e mais prximos do domnio do problema, o que permite
eventualmente que no seja preciso ser um especialista em computao para
"produzir sistemas". Alm disso, o foco na modelagem permite a reduo ou
eliminao de erros e lacunas semnticas na passagem de um modelo abstrato de
para um produto final de implementao, visto que modelo o sistema.
Automao e menor sensibilidade s mudanas tecnolgicas: Mellor, Clark e
Futagami (2003) destacam como benefcios do MDD a transformao automtica dos
modelos de design de alto nvel em sistemas em execuo e a facilidade de uso e
manuteno dos modelos os quais tambm so menos sensveis tecnologia
escolhida.
Captura de conhecimentos especializados e reutilizao: MDD permite a captura
de conhecimento especializado atravs de funes de mapeamento que transmitem
informaes para a transformao de um modelo para outro. Isto permite a sua
reutilizao quando um aplicativo ou sua implementao mudar, como tambm
permite uma evoluo independente dos modelos e leva a modelos com maior
longevidade.
A proposta do MDE (Figura 1) fazer com que o engenheiro de software no precise
interagir manualmente com todo o cdigo-fonte, podendo se concentrar em modelos
de mais alto nvel, ficando protegido das complexidades requeridas para
implementao nas diferentes plataformas. Um mecanismo automtico responsvel
por gerar automaticamente o cdigo a partir dos modelos. Neste cenrio, os modelos
no so apenas um guia, ou uma referncia, fazem parte do software, assim como o
cdigo-fonte.
60
Figura 1 - Ilustrao do processo de criao de software no desenvolvimentoorientado a modelos
O fato da abordagem ser orientada a modelos significa que os artefatos principais do
processo de desenvolvimento devem orientar o entendimento, o projeto, a construo,
a operao, a manuteno e as modificaes do sistema (CALIARI, 2007