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Maio • JunhoJulho • Agosto
2011
Reaproveite o que desperdiça
Gastronomia 14
Merenda Escolar
Atualidade 18
Vitamina A
Falando de Nutrição 16
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Fome, Obesidade e Desperdício
Saiba mais sobre esses problemas que atingem a população brasileira
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Gastronomia
Reaproveite o que desperdiça14
Especial
Violência contra a mulher10
DE GESTÃOPublicação Quadrimestral do
Conselho Regional de Nutricionistas 6ª Região
Rua Bulhões Marques, 19, sls 801/803 Edf. Zikatz | Boa Vista, Recife/PE | CEP: 50060-050
Fones (81) 3222.1458 / 3222.2495 / 3421.8382 Fax (81) 3421.8308
www.crn6.org.br | crn6@crn6.org.br
DELEGACIAS• Ceará | Av. Santos Dumont, 1740, sl. 613Centro, Aldeota/Fortaleza - CEP:60150-160 Fone/Fax:(85) 3261.6341 Delegada: Maria Lúcia Barreto Sá• Rio Grande do Norte | R. Prof. Zuza, 263, sl 223 Cidade Alta, Natal/RN - CEP:59025-160 Fone/Fax: (84) 3211.8193Delegada: Adriana de Queiroz Xavier• Piauí | R. Des. Pires de Castro, 173, sl 7 Sul-Centro, Teresina/PI - CEP:64001-390 Fone/Fax: (86) 3222.3028 Delegada: Maria do Rosário Lima Gomes • Paraíba | Av. Dom Pedro I, 361, sl 210Edf. Holanda Center - Centro, J. Pessoa/PBFone/Fax: (83) 3241.5621 Delegada: Luciana Maria Martinez Vaz• Alagoas | Av. Moreira e Silva, 547, sl 105 Farol, Maceió/AL - CEP:57021-500Fone/Fax: (82) 3221.7048 Delegada: Ana Maria Beltrão Rossiter• Maranhão | R. Queóps, 12, sl 401J. Renascença, São Luís/MA - CEP:65075-800Fone: (98) 3235.3435Delegada: Sueli Ismael O. da Conceição
DIRETORIA DO CRN-6• Conselheira PresidenteNancy Aguiar• Conselheira Vice PresidentePatrícia Santos• Conselheira SecretáriaIvany Amaral• Conselheiro Tesoureiro Rodrigo Silveira• Efetivos | Ivany C. R. Amaral | Leopoldina de S. Serqueira | Maria do Rosário P. Spíndola | Maria Dolores G. da Fonte | Marina de Moraes V. Petribu | Nancy de A. Aguiar | Patrícia M. S. Santos | Taciana C. Verçosa | Rodrigo Luis da Silveira• Suplentes | Adriana de Q. Xavier | Ana Glória F. de Araújo | Ana Karina Souza | Edigleide F. Barreto | Flávia Maria de C. Almeida | Larissa de A. Viana | Maria do Rosário L. Gomes | Sebastião de F. Silva |Suzana de C. S. Lins • Comissão de Fiscalização | Ivany C. R. AmaralNancy de A. Aguiar | Maria Dolores G. da FonteMaria do Rosário P. Spíndola• Comissão de Tomada de Contas | Maria do Rosário P. Spíndola | Marina de M. V. Petribu | Leopoldina de S. Sequeira• Comissão de Ética | Patrícia S. Santos | Taciana C. Verçosa | Maria Dolores G. Fonte | Ana Glória F. de Araújo• Comissão de Formação Profissional | Marina de M. V. Petribu | Edigleide F. Barreto | Larissa de A. Viana |Ana Karina Souza | Luciana M. Vaz | Leopoldina de S. Sequeira • Licitação | Maria Dolores G. da Fonte | Flávio C. de Brito | Janusy de F. SilvaNairton S. da Silva• Comunicação | Nancy de A. Aguiar | Ivany C. R. Amaral | Rodrigo da Silveira | Patrícia S. Santos
Jornalista ResponsávelPatrícia Natuska (DRT 3187) Multi Comunicação Corporativawww.multicomunicacao.com
Edição e Textos | Janayna Brasil - Multi Comunicação CorporativaProjeto Gráfico e Diagramação | Juliana Sauvé e Daniele Torres - MultiCapa | Esculturas de Mestre Juca LimaTiragem | 10.000 exemplares
Novidades da revista É com grande satisfação que apresentamos o novo layout da nossa revista De Gestão, a primeira edição sob a responsabilidade da gestão 2011-2014. Esta mudança vem com a proposta de trazer novas abordagens para as matérias e seções repaginadas. Com muita dedicação, buscamos eleger as-suntos atuais de interesse dos profissionais. Além das ações realizadas pelo CRN-6 e pelas delegacias, a revista destaca a campanha nacional do Conselho Federal de Nutricionis-tas cujo o tema é Fome, Obesidade e Desper-dício. Além disso, o número apresenta matéria sobre o papel do nutricionista e do gestor público no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e dicas de como reaproveitar os alimentos trazidas pelo programa Banco de Alimentos do Sesc Pernambuco. Esperamos que apreciem nas próximas pági-nas o conteúdo que elaboramos para vocês.Boa leitura!
Nancy AguiarConselheira Presidente
Editorial
03 050604
Entrada
08 Atuação Profissional
Nutrição nas UPAs
Comissões
Eventos
Radar
CRN-6 em ação
Em Foco
Fome, obesidade e desperdício12
Atualidade
Merenda escolar18Falando de Nutrição
Vitamina A16
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aComissões
Fiscalização Ética
O CRN-6 realizou 1837 visitas fiscais no período de ja-
neiro a junho/2011, intensificando a orientação e fisca-
lização nos Estados da jurisdição, com abrangência nas
capitais, regiões metropolitanas e interiores. O Regional,
cumprindo suas finalidades legais e reafirmando o interes-
se de estabelecer parcerias com outros órgãos afins, vem
implementando ações conjuntas com o Ministério Público
em Pernambuco, Paraíba e Alagoas, efetuando visitas de
orientação e fiscalização do exercício profissional, em prol
da assistência adequada, bem como, da segurança alimen-
tar e nutricional da sociedade.
IV Seminário Regional de Fiscais e Delegadas
No período de 20 a 22 de julho, o CRN-6 realizou o IV
Seminário Regional de Fiscais e Delegadas com objetivo de
informar, debater e atualizar os procedimentos desenvolvi-
dos na orientação e fiscalização do exercício profissional.
Fiscal Destaque
A Nutricionista Evla Darc Ferro Vieira, gra-
duada pela UFAL e Mestre em
Nutrição, com atuação pelo
Regional no Estado de Alago-
as desde 2006, foi selecionada
como Fiscal Destaque 2011 em
reconhecimento ao desempe-
nho de suas atividades, cumprindo a meta de visitas fiscais
e apresentando os melhores resultados no quantitativo de
visitas técnicas realizadas em 2010.
Muitas são as dúvidas do profissional de nutrição quan-
to à publicidade nos meios de comunicação e até mesmo
sobre a divulgação dos serviços e atividades do nutricio-
nista. Por isso, é preciso estar atento ao Código de Ética do
Nutricionista que traz, no capítulo XII, orientações de pro-
cedimento em relação à publicidade:
Art.21 – É dever do nutricionista, por ocasião de entre-
vistas, comunicações, publicações de artigos e informações
ao público sobre alimentação, nutrição e saúde, preservar
sempre o decoro profissional, assumindo inteira responsa-
bilidade pelas informações prestadas.
Art.22 – É vedado ao nutricionista:
I – Utilizá-la com objetos de sensacionalismo e de auto-
promoção;
II – Divulgar dados, depoimentos ou informações que
possam conduzir a identificação de pessoas, marcas ou no-
mes de empresas;
III – Valer-se da profissão para manifestar preferência
ou para divulgar ou permitir a divulgação, em qualquer
tipo de mídia, marcas de produtos ou nomes de empresas
ligadas às atividades de alimentação e nutrição;
IV – Quando no exercício da profissão manifestar prefe-
rência, divulgar ou permitir que sejam divulgados produtos
alimentícios ou farmacêuticos por meio de objetos ou de
peças de vestuário, salvo se a atividade profissional esteja
ligada ao marketing;
V – Utilizar recursos de divulgação ou veículos de co-
municação para divulgar conhecimentos de alimentação e
nutrição que possam caracterizar a realização de consultas
ou atendimentos, a formulação de diagnósticos ou a con-
cessão de dietas individualizadas.
Vale lembrar que o nutricionista deve sempre consul-
tar o Código de Ética e, permanecendo a dúvida, procurar
o CRN-6 para melhores esclarecimentos, principalmente
em se tratando de entrevista e publicidade em sites de
compras coletivas.
Fiscalização em ação
Publicidade e nutrição
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a Eventos
Para marcar o Dia Mundial da Saúde, comemorado no dia 7 de abril, o Con-
selho Regional de Nutricionistas da 6º Região realizou ações de promoção à saú-
de com prestação de serviço aos usuários da estação central do metrô do Recife.
Com atendimentos gratuitos, quem passou pelo local pôde ser avaliado pe-
los profissionais e estudantes de nutrição através de um “inquérito” nutricional,
onde também receberam orientações nutricionais dos 10 passos para uma ali-
mentação saudável. Além do atendimento ao público, a ação do CRN-6 também
teve como objetivo valorizar o nutricionista como profissional indispensável
para saúde e o bem estar das pessoas.
“Diante do aumento dos casos de hipertensão, diabetes e obesidade, o nos-
so trabalho é fundamental em alertar e orientar a população para uma alimen-
tação mais saudável”, disse a presidente do CRN-6, Nancy Aguiar.
O tema Fome, Obesidade e Des-
perdício, escolhido pelo Conselho Fe-
deral de Nutricionistas (CFN) norteou
as jornadas promovidas pelo Conse-
lho Regional de Nutricionistas da 6º
Região (CRN-6) no Ceará, Piauí, Para-
íba, Rio Grande do Norte, Maranhão
e Alagoas. Os encontros contaram
com a participação de profissionais,
residentes e estudantes de nutrição. A
última jornada ocorrerá no dia 26 de
agosto, no Recife.
Criado para levar ao conheci-
mento da sociedade as potencialida-
des da ciência da Nutrição, o Prêmio
Emília Aureliano de Alencar Monteiro
quer incentivar os nutricionistas que-
desenvolvem pesquisas e documen-
tar os seus trabalhos nos meios de
divulgação científica possibilitando
a expansão do acervo técnico da ca-
tegoria.
Saiba mais no site:
www.crn6.org.brFoto
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No Dia Mundial da Saúde, nutricionistas do CRN-6 realizaram ações no metrô do Recife
Teresina| PI
Maceió | ALSão Luiz | MA
João Pessoa | PB
Fortaleza | CE
Natal | RN
V Prêmio Emília
Aureliano
Jornadas de Atualização 2011
Foto | Multi Comunicação Corporativa
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Foto | Divulgação
Ações da delegacia
Vice-delegadas
Entidades de Nutrição do Piauí reivindicam direitos da categoria
Radar
No dia 1° de setembro, Alagoas realizará a III Con-
ferência Estadual de Segurança Alimentar e Nutri-
cional e as representantes do CRN-6 participam da
organização na comissão do CONSEA de Conteúdo
e Metodologia. Além disso, foi finalizado o proces-
so de criação da Associação Alagoana de Nutrição
(ALNUT), onde a presidente da ASBRAN, Márcia Félix,
empossou a nova diretoria.
Foram empossadas no cargo de vice-delegada
do Conselho Regional de Nutricionistas da 6ª re-
gião (CRN-6), no estado da Paraíba, a nutricionista
Vernayde Maria Teotônio Ramalho e no estado do
Rio Grande do Norte, a nutricionista Carmen Lúcia
de Araújo Calado.
No mês de abril, representantes
da Associação de Nutrição do Piauí
(ANUPI), do Sindicato de Nutricionis-
tas do Piauí e do Conselho Regional
de Nutricionistas da 6ª Região (CRN-6)
– Delegacia do Piauí – estiveram reu-
nidos com o Secretário de Assistência
Social e Cidadania (SASC), Francisco
Guedes, para apresentar os pleitos
que consideram de direito da catego-
ria. As entidades reivindicaram que os
cargos de gerência de alimentação e
nutrição e de coordenação de educa-
ção alimentar da Diretoria de Segu-
rança Alimentar e Nutricional (SAN)
sejam ocupados por nutricionistas.
No encontro, a presidente da
ANUPI, Norma Sueli Alberto, atual pre-
sidente do Conselho Estadual de SAN
(CONSEA/PI), destacou a importância
da contribuição técnica e política que
a categoria vem prestando ao Estado
Alagoas
CRN-6
Piauí
na área de SAN. A
começar pela exe-
cução do Programa
Nacional de Alimen-
tação Escolar, pela
implementação da
Política Nacional de
Alimentação e Nutri-
ção e, notadamen-
te, na criação e nos
desdobramentos da
Política Estadual de
Segurança Alimen-
tar e Nutricional.
O segundo pleito se refere à inclu-
são da atual Supervisão de Alimenta-
ção e Nutrição da SASC. Ana Cláudia,
atual supervisora do setor, solicitou
que conste oficialmente no seu orga-
nograma. Foi solicitado mais apoio
da gestão ao trabalho desenvolvido
pelas nutricionistas que a compõem,
tanto no que diz respeito à infra-es-
trutura, quanto ao respaldo político.
Ao final, o secretário se mostrou sen-
sibilizado com os pleitos e se com-
prometeu em atendê-los, a começar
pelo primeiro, tendo em vista que o
segundo requer alteração em lei. As
entidades saíram satisfeitas e fortale-
cidas da reunião.
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a CRN-6 em ação
Ingressar na profissão buscando a
especialização para melhorar a forma-
ção. Este pode ser o caminho escolhi-
do por recém formados ou profissio-
nais de nutrição ao realizar residência
em nutrição.
O programa teve início há 15
anos, quando foi enviado o projeto de
residência em nutrição para reitoria
da Universidade Federal de Pernam-
buco (UFPE), tendo sido aprovado
com apoio e convênio de cooperação
técnica com a Secretária de Saúde
do Estado de Pernambuco. Em 1996,
o Hospital das Clínicas implantou o
programa, mas, foi em 1998 que a
Comissão Estadual de Residência em
Nutrição (CERN) foi constituída.
A comissão é formada por repre-
sentantes da Secretária de Saúde do
Estado de Pernambuco, das Institui-
ções de Ensino Superior, Associação
Pernambucana de Nutricionistas, Con-
selho Regional de Nutricionistas da 6º
Região (CRN-6), Sindicato de Pernam-
buco de Nutrição e dos coordenado-
res dos programas de residência.
Nutricionista integrante da Comis-
são Estadual de Residência em Nutri-
ção, Elenice Costa, diz que o papel do
grupo é avaliar e definir normas dos
programas de residência, sugerir mo-
dificações e até suspender as bolsas,
se não houver o cumprimento das
normas estabelecidas.
Em Pernambuco, cinco unidades
de saúde participam do programa,
são os hospitais Oswaldo Cruz, das
Clínicas, Barão de Lucena, Institu-
to Materno Infantil de Pernambuco
(IMIP) e Pronto Socorro Cardiológico
de Pernambuco (Procape).
No curso, que tem duração de 24
meses, são abertas 23 vagas por ano,
e o estudante pode optar pela forma-
ção em residência clínica ou multipro-
fissional. Nesta última, o aluno pode
atuar em policlínicas, programa Saúde
da Família e programa Merenda Es-
colar.
Segundo Cristiane Pereira, nutri-
cionista e coordenadora do Programa
em Residência em Nutrição Clínica do
Hospital Oswaldo Cruz, desde 2002 o
curso está sendo trabalhado na unida-
de onde anualmente são abertas seis
vagas. “Após a conclusão do progra-
ma, o profissional recebe o título de
pós-graduado, sendo acompanha-
do integralmente nas aulas práticas
e teóricas. Além disso, por abranger
também a área de pesquisa, 80% dos
alunos quando terminam o progra-
ma já ingressam no mestrado”, conta
Cristiane.
Rio Grande
do Norte-
• Conselho Municipal de Alimentação Escolar (Natal) Representante: Fernanda T. de Oliveira Pinto (84) 3221 3965 | tarceliat@yahoo.com.br• Conselhinho - Conselhos da Área de Saúde Representante: Adriana Xavier (84) 9431.8430 | a_driana2008@io.com.br
Representações Políticas do CRN-6
Residência em nutrição
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Pernam-
buco
• CONSEA/PE Representante: Leopoldina de S. Serqueira - Titular Ana Glória F. de Araújo - Suplente
• Conselho Estadual dos Direitos do Idoso - PE Representante: Leopoldina de S. Serqueira - Titular Ana Karina Souza - Suplente• Comissão Estadual em Residência em Nutri-ção (Presidente) e em Saúde e CAE Representante: Elenice Costa - Convidada (81) 9976-0459 | elennutri@oi.com.br • CONSEA/Caruaru Representante: Adriana Negromonte
Piauí
• CONSEA/PI Representante: Maria do Perpétuo S. da Fonseca. - Titular (86) 9432.9373 | socorrofonseca@crn6.org.br Maria do Rosário Lima Gomes - Suplente (86) 9987-3078 | rosarionutrition@hotmail.com• Conselho Estadual de Saúde Representante: Diana Pereira Sipauba - Titular (86) 9986-9178 | dianasipauba@hotmail.com Maria do Rosário Lima Gomes - Suplente (86) 9987-3078 | rosarionutrition@hotmail.com• Conselho Municipal de Saúde - Teresina Representante: Andréa Fernanda Lopes dos Santos - Titular (86) 9973 7965 | anfernanda@yahoo.com Suplente: Maria do Rosário Lima Gomes (86) 9987-3078 | rosarionutrition@hotmail.com
• Conselho de Alimentação Escolar Representante: Maria do Rosário Gomes - Titular (86) 9987-3078 | rosarionutrition@hotmail.com• Comissão Estadual de Infecção Hospitalar / Comissão Estadual em Direitos Humanos Representante: Teresinha de Jesus Ferrer - Titular (86) 3232 1338 | teresinhaferrer@yahoo.com.br
Ceará -
• Fórum dos Conselhos Representante: Maria Lúcia Sá - Titular (85) 9101 0760 | mlucia@ceara.pro.br
Paraíba
• CONSEA Estadual Representante: Luciana Martinez - Titular (83) 9996-8075 | lucmvaz@ig.com.br• CONSEA Municipal Representante: Vernayde Maria T. Ramalho - Presidente (83) 8740 5087• CAE – Comissão Municipal de Alimentação Escolar Representante: Danielly de Morais Santos – Titular
• Comissão Interestadual de Alimentação e Nutrição Representante: Luciana Martinez – Titular (83) 9996-8075 | lucmvaz@ig.com.br• Comissão de Aleitamento Materno Representante: Marise de Lourdes Lucena - Titular (83) 3247 1960• Comissão DHAA Representante: Luciana Martinez - Titular (83) 9996-8075 | lucmvaz@ig.com.br
Alagoas
• CONSEA Estadual Representante: Ana Maria Beltrão – Titular (82) 9921-6122 | anamariabeltrao@bol.com.br
• Comissão Estadual de Saúde Mental Representante: Ana Maria Beltrão - Titular (82) 9921-6122 | anamariabeltrao@bol.com.br
Maranhão• CONSEA Municipal Imperatriz Representante: Jaisane Santos Melo - Titular Marluce Alves Coutinho - Suplente
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Nutrição na Unidade de Pronto Atendimento
Que tipo de dificuldade é encontrada
dentro dessa área de trabalho?
AR A maior dificuldade que nós
temos é o tempo de contato reduzido
com o paciente. Em alguns casos não
é o suficiente para fazê-lo entender a
necessidade da mudança no seu esti-
lo de vida e ter a mudança alimentar
como parte do tratamento.
Quais as principais ocorrências que o
nutricionista atende na UPA?
AR Sem dúvida, pacientes com pa-
tologias como diabetes, doenças co-
ronarianas, renais, hepatopatia e suas
complicações e doenças interligadas
profundamente com a alimentação.
O nutricionista que atua ou quer atuar
nessa área precisa ter algum conheci-
mento específico?
AR Para ser nutricionista da UPA,
o profissional precisa conhecer bem
o universo vasto das patologias e sua
adequação com a alimentação. É im-
portante saber lidar com a diversida-
de da população e com a individuali-
dade de cada um.
Wanessa, quando começou o trabalho
de atendimento nutricional com os
funcionários da UPA?
WF Vale salientar que a atuação
do nutricionista dentro da UPA é para
dietoterapia, porém, observei a carên-
cia dos funcionários de ter uma orien-
tação nutricional. Após este diagnós-
os prontuários dos pacientes em ob-
servação, e, posteriormente por meio
de anamnese e avaliação nutricional
realizada com o enfermo e entrevista
feita ao acompanhante é estabelecida
a dieta adequada, bem como, a orien-
tação da importância na continuida-
de do tratamento nutricional. Realiza
também a supervisão do almoço dos
funcionários, entre outras atividades.
Quando se notou que era necessária
a presença do nutricionista dentro da
UPA?
AR Percebemos que muitos dos
pacientes que procuram nossa uni-
dade são vitimas do agravamento
das Doenças Crônicas Não Transmis-
síveis (DCNT), relacionadas a hábitos
alimentares errados e sedentarismo.
Tendo como meta a melhor qualidade
de vida da população que nos procu-
ra, reconheceu-se a importância do
nutricionista para realizar uma educa-
ção nutricional com esses enfermos
e familiares. Mesmo que não seja um
acompanhamento contínuo, orien-
tamos a necessidade de uma boa ali-
mentação e estimulamos o paciente a
procurar o atendimento ambulatorial
para auxiliar na sua mudança alimen-
tar. Além disso, tornou-se necessária a
presença do nutricionista para prescri-
ção de dietas adequadas aos pacien-
tes e funcionários.
Revista de Gestão (RG) - Como funcio-
na na prática a atividade do nutricio-
nista na Unidade de Pronto Atendi-
mento (UPA)?
Wanessa Franciolly (WF) A prá-
tica objetiva garantir a adequação
nutricional e qualidade das refeições
servidas, embasando-se em precei-
tos da dietoterapia e administração
de serviços de alimentação. Além de
estabelecer as condutas dietoterápi-
cas dos pacientes em atendimento
no serviço de urgência e emergência,
realiza ações educativas através de
orientações nutricionais no momento
da alta e gerencia a distribuição de re-
feições destinadas aos colaboradores
das unidades.
É um novo espaço de trabalho do
nutricionista?
WF Considero que sim, onde
aliam-se nutrição clínica e coletivida-
de sadia, dentro de uma unidade de
urgência e emergência. O serviço de
alimentação das UPAs é misto, com
refeições sendo produzidas e trans-
portadas por empresa terceirizada,
cabendo ao nutricionista o controle
de qualidade das refeições durante o
recebimento, armazenamento e dis-
tribuição.
Como é a rotina de trabalho?
Adriana Rodrigues (AR) Ao assu-
mir o plantão, o nutricionista avalia
Uma nova oportunidade surge para o nutricionista. Estamos falando sobre a Unidade de Pronto Atendimento
(UPA), unidades de saúde onde são realizados atendimentos de urgência e emergência nos municípios. Para falar sobre
o assunto e o papel do nutricionista neste campo, convidamos as nutricionistas Wanessa Franciolly que trabalha na UPA
do Cabo de Santo Agostinho (PE), e Adriana Rodrigues, da UPA Caxangá (PE).
Atu
ação
Pro
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tico, iniciamos uma campanha para
perda de peso e incentivo a atividade
física. Foram realizadas avaliações
antropométricas, clínicas e bioquími-
cas para melhor direcionamento da
dieta. O trabalho tem dado tão certo,
que contamos com a participação de
todos os funcionários na campanha.
Quero registrar que obtive total apoio
e incentivo por parte da direção da
UPA do município.
Já tem resultados desta campanha?
Quais são?
WF Tenho tido resultados positi-
vos com os funcionários que aderiram
as mudanças nos hábitos alimenta-
res e começaram a praticar atividades
físicas. Alguns já apresentam redução
nos níveis de colesterol e triglicérides
séricos, além da perda de circunfe-
rência abdominal. Tento sempre no
exercício da minha profissão contri-
buir de forma positiva para a saúde e
bem-estar da população.
Nutricionista Adriana Rodrigues
Cabe ao nutricionista o controle de qualidade
das refeições durante o recebimento, armazenamento
e distribuição, exigindo do profissional conhecimentos
nas áreas de coletividade enferma e sadia.
Percebemos que muitos dos pacientes que procuram nossa unidade são vitimas do agravamento das
Doenças Crônicas Não Transmissíveis
(DCNT), intimamente ligadas a hábitos
alimentares errados e sedentarismo.
Nutricionista Wanessa Franciolly
Fotos | Divulgação
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Violência contra a mulher: é preciso estar atento!Crime foi incluído na lista de notificação compulsória
Apontado como problema social, a violência contra a
mulher diariamente é destaque nos noticiários dos jornais e
televisão. Mesmo com leis e órgãos que garantam a defesa
física e moral, as pesquisas confirmam um triste número que
insiste em não reduzir, tendo o Nordeste o maior registro de
mulheres violentadas no país.
Vítima de agressão sofrida pelo marido que a deixou
paraplégica em 1983, a farmacêutica Maria da Penha trans-
formou sua história em luta no combate a violência contra
mulher. Seu empenho foi reconhecido quando aprovado por
unanimidade na Câmara e no Senado Federal, no dia 7 de
agosto de 2006, a Lei 11340 que leva o seu nome.
Os trabalhos realizados pelo Instituto Maria da Penha
(IMP), tem repercussão em todo o país. Sendo uma Organi-
zação não governamental e sem fins lucrativos, o IMP visa
através da educação, contribuir para conscientização das
mulheres sobre os seus direitos e o fortalecimento da Lei
Maria da Penha.
Diante disso, é importante estar atento aos casos de
agressão contra a mulher. E para reforçar o combate a este
tipo de brutalidade, desde o dia 26 de janeiro deste ano, pro-
fissionais de saúde estão obrigados a notificar as secretarias
municipais ou estaduais de saúde sobre qualquer caso de
violência sexual e doméstica contra a mulher que atende-
rem ou identificarem. A obrigatoriedade consta na portaria
nº 104 do Ministério da Saúde, publicada no Diário Oficial da
União.
Com a inclusão dos casos de violência doméstica e sexu-
al, a relação da Lista de Notificação Compulsória (LNC) passa
a contar com 45 itens. Embora não trate especificamente
da violência contra as mulheres, o texto automaticamente
remete a casos de estupro e agressão fí-
sica, dos quais elas são as maiores
vítimas. A Lei 10.778, de 2003,
no entanto, já estabelecia
a obrigatoriedade de no-
tificação de casos de violência contra
mulheres atendidas em serviços de
saúde públicos ou privados.
Sobre a notificação nos casos de
violência por profissionais da saúde,
para a diretora pedagógica do IMP,
Regina Célia, tem que haver
a qualificação permanente destes
profissionais no âmbito dos direitos
humanos. “É preciso que não façam
apenas a notificação como mais um
dado, e sim, sendo mais uma vítima
da violência. Os registros devem ser
feitos com responsabilidade social e
provocar no profissional que registra
o dado a angústia intelectual em sa-
ber qual o seu papel neste processo”,
diz a diretora.
Ainda segundo Regina Célia, os
números registrados são apenas das
denúncias de mulheres que rompe-
ram a barreira do silêncio e do medo.
Além disso, a atenção tem sido ape-
nas com as ocorrências de agressões
na área urbana, enquanto as mulheres
que estão nas áreas rurais, agreste e
sertão continuam não sendo assisti-
das devidamente.
Com o objetivo de capacitar os
conselhos através de campanhas de
sensibilização e conscientização para
preparar profissionais da área de saú-
de que realizam atendimento às víti-
mas, o Conselho Regional de Nutricio-
nistas da 6º Região (CRN-6) participou
de audiências junto à Promotoria de
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Justiça de Defesa e Cidadania da Ca-
pital.
“O nutricionista durante suas con-
sultas ambulatoriais, visitas domicilia-
res e nos hospitais deve estar atento
quando se deparar com mulheres
vítimas de violência, tendo que no-
tificar através de formulário próprio
a agressão, tornando-se responsável
pelo cumprimento da lei”, aponta a
presidente do CRN-6, Nancy Aguiar.
Podendo ocorrer em casa, no tra-
balho ou na rua – colégios, escolas,
hospitais, postos de saúde, consul-
tórios – a notificação compulsória
de caso de violência contra a mulher
deve ser tratada com o máximo de
sigilo para que não seja conhecida
a identidade da vítima. Enfermeiros,
médicos, nutricionistas, psicólogos ou
qualquer outra pessoa que trabalhe
nos serviços de saúde estão proibidas
de divulgar informações.
A identificação da vítima de vio-
lência, fora do âmbito dos serviços de
saúde, somente poderá ser divulgada,
em caráter excepcional, em caso de
risco à comunidade ou à vítima, com
permissão da autoridade sanitária e
com conhecimento prévio da vítima
ou do seu responsável. A pessoa ou a
entidade que não cumprir a obriga-
ção de notificar os casos de violência
contra a mulher de que tem conheci-
mento, estará sujeita às penalidades
cabíveis. Imagem | Multi Comunicação Corporativa baseada na arte de Alphonse Mucha
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Em
Foc
o
Fome, Obesidade e Desperdício
A princípio podemos enxergar
como problemas dissociados, mas,
quando observados de perto, as cau-
sas que rodeiam a fome, obesidade e
o desperdício guardam uma estreita
relação. Tanto que os números revela-
dos em pesquisas mostram que o bra-
sileiro ao longo dos anos tem elevado
estas questões ao topo dos grandes
problemas de saúde enfrentados no
país.
O principal desafio tem sido em
relação à insegurança alimentar da
população nordestina. Cerca de 60%
dos nordestinos não têm garantia de
acesso à alimentação em quantidade,
qualidade e regularidade suficien-
tes. Estas informações fazem parte de
uma pesquisa inédita no Brasil realiza-
da pelo Instituto Brasileiro de Geogra-
fia e Estatística (IBGE) para identificar
e medir os problemas de insegurança
alimentar no país e sua manifestação
mais grave, a fome.
De acordo com o estudo basea-
do nos dados da Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílio (PNAD) de
2004, 14,4% dos nordestinos convi-
vem com a fome. O número é o dobro
da média do país, que ficou em 7,7%.
Dos cerca de 14 milhões de brasileiros
enquadrados no levantamento na si-
tuação de insegurança alimentar gra-
ve, mais da metade estava no Nordes-
te, região que concentra apenas 28%
da população brasileira. O Maranhão
é o estado que apresentou o maior ín-
dice, que teve 18% de seus domicílios
incluídos nessa categoria.
Na contramão da fome, uma ten-
dência vem sendo observada.
A obesidade e o sobrepeso crescem
em todas as faixas etárias acarretando
doenças como diabetes, hipertensão
arterial, dislipidemias e problemas
circulatórios. Segundo dados do IBGE,
em 2010, quase metade da população
no Brasil (49%) acima dos 20 anos es-
O que fazer para combater estes problemas?
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tavam com excesso de peso. No sexo
masculino, o sobrepeso saltou de 18%
em 1974-1975 para 50% em 2008-
2009 e as mulheres de 28,7% para
48%. Com as crianças não é muito di-
ferente. Entre cinco e nove anos, uma
em cada três tem excesso de peso
(33,5%) e 14,3% são obesas.
No que se trata do desperdício no
Brasil, os números também são preo-
cupantes. Anualmente no país são
desperdiçados 26 milhões de tonela-
das de alimentos, sendo este volume
o suficiente para alimentar bem 35
milhões de pessoas. Fontes da Embra-
pa apontam que com relação a frutas,
hortaliças e grãos, o desperdício che-
ga a R$14 milhões por ano.
Diante destes problemas, os con-
selhos Federal e Regionais de Nutri-
cionistas lançaram no dia da saúde e
nutrição – 31 de março - a campanha
nacional de combate à fome, obesi-
dade e desperdício. A ação tem como
proposta conscientizar a população
sobre os danos do desperdício exa-
gerado contribuindo para a fome e
abordar as causas e consequências do
aumento da obesidade. Além disso,
serão articuladas parcerias e apoio
para divulgação da campanha com
órgãos de defesa do consumidor,
Consea, ministérios que desenvolvem
políticas nessas áreas e outras frentes
que promovem a saúde da população.
“Nosso trabalho é apenas um pe-
queno passo que pretende alertar as
pessoas para o problema. Não temos
a pretensão de que a campanha irá
acabar com o problema. Queremos
mostrar possibilidades para comba-
tê-lo e incluir pelo menos parte da po-
pulação nessa tarefa”, diz a presidente
do Conselho Federal de Nutricionistas
(CFN), Rosane Nascimento.
O objetivo da campanha é aler-
tar para má distribuição de renda e
entender a fome como um problema
social. Em se tratando de obesidade
e desperdício, para que possa haver
um equilíbrio, é preciso que a popu-
lação possa ter acesso à informação
e à educação ambiental através de
campanhas promovidas pelo estado e
federação.
Segundo Rosane Nascimento o
maior desafio em trabalhar a campa-
nha será dar visibilidade a estes pro-
blemas, reforçando a necessidade de
se alterar imediatamente esse quadro.
“Neste momento que o Brasil despon-
ta como uma grande potência econô-
mica, ainda registra um contingente
de 16,2 milhões de miseráveis. Assim,
é importante despertar nos cidadãos
brasileiros o combate a esses proble-
mas”, aponta a presidente do CFN.
O Conselho Regional de Nutricio-
nistas da 6º Região (CRN-6) adotou o
tema em todas as jornadas dos esta-
dos da jurisdição e também vai traba-
lhar com ações voltadas à sociedade
no dia do nutricionista – 31 de agosto
– e na semana mundial de alimenta-
ção em outubro. Durante as jornadas
estão sendo arrecadados alimentos
não perecíveis que serão doados a
instituições de caridade.
Para a presidente do CRN-6, Nancy
Aguiar, o nutricionista deve atuar de
forma efetiva sobre os determinantes
desses agravos e distúrbios alimenta-
res e nutricionais que acometem a po-
pulação. Assim, o profissional de nu-
trição deve assumir uma postura mais
pró-ativa, participando das iniciativas
nas três esferas de governo em rela-
ção aos temas, efetivando ações no
seu ambiente de trabalho.
A campanha de combate a fome,
obesidade e desperdício seguirá até o
dia 16 de outubro, com atividades lo-
cais, divulgação na mídia e nas redes
sociais.
dos nordestinos não têm garantia de
acesso à alimentação
da população no Brasil estão acima
do peso
de toneladas de alimentos são
desperdiçados ao ano no país
IMAGENSAo lado:
Artesanato de Severino Barbosa
Acima:
Artesanato de Aracy Marques
Fotos: Multi Comunicação Corporativa
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Gas
tron
omia
Em cada esquina o problema
está na nossa frente. Basta andarmos
nas calçadas, comunidades, favelas e
centro das grandes cidades que en-
contramos algum pedinte que esteja
passando fome, e, até a triste visão do
desperdício de comida em lixeiros es-
palhados pelas ruas.
Diante disso, nada como procu-
rar alternativas que possam minimi-
zar estes problemas e levar à mesa do
brasileiro uma comida com qualida-
de nutricional. E um dos caminhos já
traçados e bem-sucedidos é o Banco
de Alimentos do Sesc Pernambuco.
Criado e equipado em junho de 2002
com recursos do próprio orçamento, a
instituição iniciou suas atividades com
coleta diária na Ceasa/PE, junto a em-
presas doadoras de alimentos perecí-
veis, e entrega regular nas instituições
carentes.
Mensalmente, funcionários e vo-
luntários da área de produção alimen-
tar das entidades receptoras, como
cozinheiros e merendeiras, recebem
treinamento ministrado por nutricio-
nistas do Sesc e Senac de como rea-
proveitar os alimentos. Nas aulas, os
participantes aprendem como manu-
sear e preparar as comidas, seguindo
as regras de controle higiênico sani-
tário previsto no Programa Alimento
Seguro (PAS). Todos recebem certifica-
dos de participação.
Também são realizadas pesquisas
semestrais nas instituições recepto-
ras, onde são abordadas questões
relativas à qualidade do serviço e dos
alimentos doados. A grande maioria
dos beneficiados reconhece a ação
do Banco de Alimentos, em especial
no quesito de melhoria da qualidade
nutricional das refeições, na economia
financeira e no remanejamento de re-
cursos. O que antes era gasto com co-
mida passou a ser utilizado na compra
de outros alimentos, material didático
e realização de obras nas instalações.
O ano de 2003 marcou o lança-
mento nacional do programa Mesa
Brasil Sesc, ao qual incorporou-se o
Banco de Alimentos Sesc Pernam-
buco. Com o início deste programa
nacional, a coleta e distribuição de co-
mida começaram a ser realizadas em
todas as unidades da federação.
Segundo o coordenador do Banco
de Alimentos do Sesc Pernambuco,
Fernando Soares, em 2010 o progra-
ma coletou 3,1 mil toneladas de ali-
mentos entregues a 287 entidades so-
ciais no estado, sendo alimentadas 39
mil pessoas. Atualmente, 380 empre-
sas doadoras estão cadastradas onde
são distribuídas mais de 150 espécies
de produtos alimentícios.
Para que as empresas doadoras se
integrassem ao programa, foi criado o
A dica é reaproveitar o que você desperdiçaBanco de Alimentos do Sesc Pernambuco tornou-se referência na produção e distribuição de comida em todo o estado
Foto
s | D
ivul
gaçã
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Ingredientes:1 xícara (chá) de casca de abóbora
1 xícara (chá) de casca de chuchu
1 xícara (chá) de casca de cenoura
½ xícara (chá) de talos de brócolis
1 xícara (chá) de talos de couve e salsa
1 cebola
2 dentes de alho
2 colheres (sopa) de óleo
2 xícaras (chá) de leite
2 ovos
2 xícaras (chá) de farinha de trigo
3 colheres (sopa) de queijo
parmesão ralado
2 colheres (sopa) de margarina
Sal a gosto
SERVIÇOBanco de Alimentos do Sesc
Pernambuco
Rua Raphael de Oliveira Alves, 438 –
Curado – Recife – PE
Fones: (81) 3216.1616
E-mail: bcoalimentos@sescpe.com.br
Torta salgada de vegetais
Anota aí!projeto “Banco de Alimentos em Ação:
Alimentando Saúde e Cidadania”, com
ações para os seus funcionários de
educação e avaliação nutricional, exa-
mes de saúde, orientação sobre taba-
gismo e alcoolismo.
Já o treinamento mensal realizado
com cozinheiros e merendeiras das
instituições receptoras, foi coroado
com a realização do concurso “Banco
de Ideias e Sabores” que inscreveu
mais de 100 receitas inéditas, estimu-
lando a criatividade. As receitas ven-
cedoras ilustraram a cartilha distribuí-
da nas comunidades. No livreto, todas
as receitas foram criadas a partir do
reaproveitamento dos alimentos onde
possuem um grande valor nutricional.
Se interessou em aprender como
elaborar receitas e pratos com o rea-
proveitamento de alimentos? É só
passar em uma das unidades do Sesc
da sua cidade e conhecer de perto o
Banco de Alimentos que vem realizan-
do trabalhos de combate ao desperdí-
cio e fome.
Modo de preparo:Pique as cascas e talos dos legumes e
reserve. Refogue a cebola e ao alho no
óleo, acrescente as cascas e talos pi-
cados, deixe refogar até as cascas e os
talos ficarem macios. Bata no liquidi-
ficador o refogado acrescentando os
ovos e o leite. Coloque numa vasilha a
margarina, a farinha de trigo e o quei-
jo ralado, misture tudo e depois acres-
cente a massa batida, misture. Colo-
que em forma untada e enfarinhada,
leve ao forno por aproximadamente
20 a 30 minutos até dourar.
*Receita da cozinheira Sandra Virginia Reis da Silva da Creche Lar de Clara retirada do livreto Banco de Ideias e Sabores 2008
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Fala
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de
Nut
riçã
o
Vitamina A como fonte de energia Meio bilhão de pessoas no mundo sofre
com a falta do micronutriente
Buscar políticas que possam mini-
mizar os agravos de doenças causadas
pela falta de vitaminas na população
tem sido um grande desafio para ór-
gãos do governo, instituições de clas-
se e profissionais de saúde.
Entre as que mais causam seque-
las está a vitamina A. Devido à sua
carência, manifestações clínicas como
morte materna e infantil, resposta
imunológica diminuída, cegueira, re-
tardo mental e anemia, afetam mais
de meio bilhão da população mun-
dial.
A associação entre deficiência sé-
rica da vitamina A e morbimortalida-
de materna e infantil, tem estimulado
diversos organismos internacionais a
implementarem programas de pre-
venção desta deficiência.
A Organização Mundial da Saúde
(OMS) recomenda a suplementa-
ção medicamentosa de vitamina A
como uma das estratégias de curto
prazo para o combate da deficiência,
concomitantemente à fortificação de
alimentos e à diversificação do consu-
mo alimentar incentivando principal-
mente a ingestão de alimentos fontes
de vitamina A e da provitamina A, os
betacarotenos.
Desde 1994, o Ministério da Saúde
vem atuando em ações de interven-
ções visando à eliminação da deficiên-
cia de vitamina A no país. A principal
estratégia que vem sendo adotada é a
suplementação com megadose da vi-
tamina em crianças de seis a 59 meses
de idade residentes em áreas conside-
radas de risco, com o objetivo de for-
mar uma reserva corporal da vitamina
que garanta o aporte orgânico. Em
2001, o programa foi ampliado para
atendimento às mulheres puérperas
no pós-parto imediato, nas materni-
dades, como estratégia para garantir
a adequação das reservas corporais
maternas e suprimento suficiente da
vitamina entre menores de seis meses
de idade que estão sendo amamen-
tados.
Para minimizar o quadro e os efei-
tos negativos da falta de vitamina A,
algumas ações tem sido realizadas.
Entre os trabalhos, está a da nutricio-
nista Risia Menezes da Universi-
dade Federal de Alagoas (UFAL), onde
atua em disciplinas da área de saúde
pública, supervisionando estágio em
Unidades de Saúde da Família (USF),
além de tutora do Programa de Edu-
cação pelo Trabalho-PET Saúde II.
O estudo da nutricionista é volta-
do para o Programa de Educação pelo
Trabalho para a Saúde/PET Saúde II,
onde tem realizado um diagnóstico
das ações de alimentação e nutrição
na atenção primária de saúde em Ala-
goas, incluindo a operacionalização
do programa de suplementação de
vitamina A.
“Identificamos pouco envolvimen-
to dos profissionais com o programa,
que na sua maioria desconhecia as
políticas públicas e ações de alimenta-
ção e nutrição disponíveis. Diante dis-
so, estamos desenvolvendo atividades
de educação permanente com estes
profissionais, ampliando os cenários
de prática do curso de nutrição indu-
zindo mudanças na formação e na
atuação do nutricionista neste cam-
po”, diz Risia Menezes.
Segundo a nutricionista, este
trabalho tem sido realizado devido à
contribuição do laboratório de Nutri-
ção em Saúde Pública/UFAL, que tem
permitido uma melhor desenvoltura
dos profissionais e estudantes envol-
vidos com os programas, a exemplo
do combate à deficiência de vitamina
A na unidade de saúde.
A estimativa mais recente da pre-
valência da hipovitaminose A no Bra-
sil foi publicada por meio da Pesqui-
sa Nacional de Demografia e Saúde/
Fotos | sxc.hu
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PNDS 2006. Entretanto, com base nos
dados apresentados pela pesquisa, a
condição nacional de deficiência de
vitamina A, ainda se apresenta como
agravo de repercussão muito maior
que o observado em países desenvol-
vidos, atingindo 17,4% das crianças e
12,3% das mulheres brasileiras, sendo
ainda mais prevalente entre as crian-
ças residentes da região Nordeste
(19%) e Sudeste do Brasil (21,6%).
Segundo o estudo, estes núme-
ros enfocam a importância de haver a
manutenção de estado adequado de
vitamina A, tanto em crianças quanto
em adultos e apontam para a rele-
vância de se levar em consideração as
inúmeras funções que este nutrien-
te desempenha no corpo humano,
assim como a importante tarefa de se
desenvolver estratégias e ações efi-
cientes para o adequado controle e a
prevenção dessa carência.
Atualmente, o programa do Minis-
tério da Saúde vem sendo desenvolvi-
do no Nordeste e no Vale do Jequiti-
nhonha/MG, áreas consideradas de
risco da deficiência de Vitamina A. O
programa tem estimulado a qualifica-
ção dos responsáveis pela gestão des-
sas atividades no âmbito municipal,
de forma que as ações educativas e de
incentivo de consumo de alimentos
fonte do nutriente sejam efetivadas,
não ocorrendo à intervenção de me-
dicamentos.
Embora já seja possível considerar
avanços na promoção à alimentação
saudável no Brasil como forma de re-
verter esse quadro, tanto em progra-
mas quanto em aporte legal, estudos
admitem que essas políticas e ações
precisam ser mais ágeis e eficazes
para responder aos desafios do atual
cenário epidemiológico brasileiro.
“A inserção das ações de alimen-
tação e nutrição se amplia com a
intersetorialidade, indo muito além
das unidades de saúde. Talvez este
seja um dos maiores desafios a ser en-
frentado, a incorporação de políticas
intersetoriais como estratégias para
induzir algumas dessas mudanças e
como medida de promoção da saúde
da população”, aponta a nutricionista
Risia Menezes.
Fotos | Sxc.hu
A inserção das ações de alimentação e
nutrição se amplia com a intersetorialidade, indo muito além das unidades
de saúde. A nutricionista Risia Menezes
Foto | Divulgação
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Atu
alid
ade
No país que apresenta índices
preocupantes de obesidade e fome,
o Programa Nacional de Alimenta-
ção Escolar (PNAE) tem sido uma das
ações que o Governo Federal vem rea-
lizando para minimizar estes proble-
mas nas instituições escolares.
Com o objetivo de contribuir
para o crescimento, desenvolvimento
biopsicossocial, aprendizagem, rendi-
mento escolar e a formação de hábi-
tos alimentares saudáveis dos alunos,
o PNAE, regulamentado pela Resolu-
ção/FNDE/CD/Nº 38/2009,
assegura a atuação do nutri-
cionista como responsável
técnico pelo programa nos
estados, municípios, Distrito
Federal e escolas federais.
Assim, entre os protago-
nistas que devem atuar para
que o programa possa ser
executado de forma eficien-
te está o gestor público que
tem, entre suas atribuições, a função
de garantir a oferta da alimentação
escolar, em conformidade com as
necessidades nutricionais dos alunos
durante o período letivo. A entida-
de executora do PNAE deve manter
o nutricionista vinculado ao setor
de alimentação escolar, fornecendo
condições suficientes e adequadas de
trabalho para o profissional de nutri-
ção, obedecendo ao desenvolvimento
das atribuições previstas na resolução
e, inclusive, cumprindo parâmetros
numéricos recomendados de nutricio-
nistas para escolares.
No caso do não cumprimento na
execução do programa, os gestores
públicos estão sujeitos à suspensão
dos recursos financeiros pelo Fundo
Nacional de Desenvolvimento da Edu-
cação (FNDE), onde compete ao Con-
selho de Alimentação Escolar (CAE)
acompanhar e fiscalizar o cumprimen-
to das diretrizes do PNAE.
Em Pernambuco, o Programa de
Alimentação Escolar (PAE/PE) conta
com equipe de 29 nutricionistas lo-
tados em 17 Gerências Regionais de
Educação (GRE), espalhados pelo esta-
do e na Gerência de Merenda Escolar
O papel do nutricionista e do gestor público no Programa Nacional de Alimentação Escolar
e Livro Didático (GMLD), que fica no
nível central da Secretaria Estadual de
Educação (SEE).
Com formato de auto-gestão, atu-
almente o PAE/PE atende 1.102 esco-
las estaduais, nos 184 municípios do
estado com cerca de 800 mil alunos. A
refeição é preparada e distribuída na
própria escola, sendo sua gestão par-
cialmente escolarizada com a alimen-
tação – arroz, feijão, açúcar, cereal ma-
tinal, macarrão, pão, leite, entre outros
- enviada diretamente pela Secretaria
de Educação onde é repassa-
da para a unidade executora
escolar (UEX), uma parte em
recurso para complementa-
ção do cardápio elaborado
pela equipe de nutrição da
secretaria.
No PNAE, compete ao
nutricionista responsá vel-
técnico pelo programa, e aos
demais nutricionistas lota-
dos no setor de alimentação
escolar, coordenar o diagnóstico e o
monitoramento do estado nutricional
dos estudantes, planejar o cardápio
da alimentação escolar de acordo
com a cultura alimentar, o perfil epi-
demiológico da população atendida e
a vocação agrícola da região, utilizan-
do no mínimo 30% de alimentos pro-
Nós trabalhamos a educação alimentar e nutricional, a
importância do seguimento de cardápio pelas unidades
escolares, capacitação de merendeiras e dos gestores
escolares e responsáveis pela merenda na escola.
Magda Muniz
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duzidos na agricultura familiar.
Ao assumir a responsabilidade
técnica pelo programa, o nutricionista
deve estar ciente do seu compromis-
so profissional e social, realizando as
atribuições específicas estabelecidas
na Resolução CFN N° 465/2010, com
competência e ética, cumprindo a
jornada de trabalho semanal compa-
tível ao acompanhamento presencial
e contínuo dos procedimentos diários
desenvolvidos no programa, em prol
da segurança alimentar e nutricional
dos escolares.
Os nutricionistas responsáveis
técnicos atuantes na merenda esco-
lar devem analisar e acompanhar a
execução do PNAE, elaborando o re-
latório técnico das condições existen-
tes, indicando as não conformidades
que impossibilitem o êxito na atuação
profissional e consequentemente do
programa, bem como, interagir com
o Conselho de Alimentação Escolar
(CAE) no sentido desenvolver ações
corretivas cabíveis.
Segundo a nutricionista RT da Se-
cretaria de Educação de Pernambuco,
Magda Muniz, foi publicada a
instrução normativa 001/2010, a qual
delega como funciona o PAE/PE, des-
de a entrega de produtos na escola e
repasse de recursos até a distribuição
da refeição ao aluno.
“Nós trabalhamos a educação
alimentar e nutricional, a importân-
cia do seguimento de cardápio pelas
unidades escolares, capacitação de
merendeiras, gestores escolares e
responsáveis pela merenda na escola.
Além disso, o trabalho também inclui
o controle de qualidade desde a com-
pra do produto até a distribuição ao
aluno, hortas orgânicas escolares, pro-
jetos especiais, planejamento de ativi-
dades educativas, cartilhas, palestras,
entre outras”, conta Magda Muniz.
Além do nutricionista e do ges-
tor público, o Conselho Regional de
Nutricionistas da 6º Região (CRN-6)
também tem fundamental atuação no
PNAE. O papel tem sido na orientação,
fiscalização e disciplina do exercício
profissional conforme a Lei Federal nº
6.583/1978, desenvolvendo ações que
primam pela excelência e valorização
do exercício da profissão, em prol da
assistência e da segurança alimentar e
nutricional da população.
A ação fiscal tem sido intensifica-
da, em cumprimento às diretrizes da
Política Nacional de Fiscalização do
Sistema CFN/CRN, sendo realizadas
visitas fiscais diárias direcionadas para
os profissionais e para as pessoas jurí-
dicas, em observância ao cumprimen-
to das normas legais vigentes, inclusi-
ve na área de alimentação escolar.
As visitas técnicas objetivam
orientar a atuação do nutricionista,
contribuindo para a prática profissio-
nal, bem como, para o adequado fun-
cionamento dos serviços de alimenta-
ção e nutrição.
No período de janeiro/2009 a
abril/2011, a ação fiscal do CRN-6 es-
teve presente em 617 municípios da
jurisdição, realizando 6.667 visitas fis-
cais, inclusive em entidades executo-
ras do Programa Nacional de Alimen-
tação Escolar – PNAE, para orientação
e fiscalização do exercício profissional.
O CRN-6 ressalta a importância da
parceria dos profissionais, unindo es-
forços, em beneficio da profissão, dos
profissionais e da sociedade.
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Xepa na Feira Central, em Campina Grande - PB
Fotógrafo: Pablo Sousahttp://www.flickr.com/photos/pabloferreira/