Republica velha 1

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República Velha

O período compreendido entre a proclamação da República em 1889 e a Revolução de 1930, foi tradicionalmente denominado de República Velha.

A República Velha

Foto Cassiano RibeiroProfa. Margareth Franklim

A República Velha ou Primeira República foi o período da história do Brasil que vai da proclamação da República, em 1889, até a Revolução de 1930.

Marc Ferrez- 1882

Missa da Abolição- 17de maio de 1888 -Foto Antonio Luiz Ferreira

Com a República, o Brasil mudou sua forma de governo. A República Velha, pode ser dividida em dois períodos, denominados República da Espada e República Oligárquica.

Dois projetos políticos da elite brasileira se enfrentaram nos primeiros anos de República. O projeto oligárquico (“liberal”, federalista) e o projeto da maioria dos militares (positivista, centralizador)

Uma nova Constituição da República foi promulgada em fevereiro de 1891, o FEDERALISMO foi consagrado em seus pontos fundamentais:

O federalismo garantia autonomia aos estados para elaborar sua própria Constituição, eleger seu governador, realizar empréstimos no exterior, decretar impostos e possuir suas próprias forças militares;

O presidencialismo: o chefe da federação seria o Presidente da República, com poderes para intervir nos estados quando houvesse um tendência separatista, invasão estrangeira ou conflitos entre os estados;

Marechal Deodoro da Fonseca Marechal Floriano Peixoto

O regime representativo: todos os governantes, em todos os níveis, seriam eleitos diretamente pelo “povo”, excluídos os analfabetos, as mulheres, os soldados e os menores de idade

TABELA 1ALFABETIZAÇÃO DA POPULAÇÃO DE 15 ANOS E MAIS NO BRASIL 1900-1991Ano Alfabetizados Analfabetos Sem Declaração % Alfabetizados1900 3.380.451 6.348.869 22.791 35%1920 6.155.567 11.401.715 ------ 35%1940 10.379.990 13.269.381 60.398 44%1950 14.916.779 15.272.632 60.012 49%1960 24.259.284 15.964.852 54.466 60%1970 5.586.771 18.146.977 274.856 66%1980 54.793.268 18.716.847 31.828 75%1991 76.603.804 19.233.239 ---- 80% 2010 13.933.173 ---- 90%

Fonte: IBGE, 1995

Prudente de Morais (no centro) preside a Constituinte republicana, óleo de Aurélio de Figueiredo (Museu da República, Rio de Janeiro)

A classe dominante, descontente com o Império incentivou o golpe militar.

Benedito Calixto_-Proclamação da República,(1893)

A República não alterou as estruturas socioeconômicas do Brasil imperial. A riqueza nacional continuou concentrada em poucas famílias (oligarquias), enquanto na economia predominava o sistema agrícola de exportação, baseado na monocultura e no latifúndio.

Durante o governo provisório (Deodoro da Fonseca), foi decretada a separação entre Estado e Igreja; a concessão de nacionalidade a todos os imigrantes residentes no Brasil; a nomeação de governadores para as províncias que se transformaram em estados; e a criação da bandeira nacional com o lema positivista, "ordem e progresso".

No governo Deodoro a crise política agravou-se e foi marcada de um lado pelo autoritarismo e pelo centralismo do presidente, e por outro, pela oposição exercida pelos grandes fazendeiros, apoiados por parte do exército.

Rui Barbosa, ministro da fazenda, estabeleceu uma política econômica focada na livre emissão de créditos monetários.

Seu objetivo era estimular a industrialização e o desenvolvimento de novos negócios. Esta política ficou conhecida como encilhamento.

Angelo Agostini

os bancos passaram a liberar empréstimos livremente às pessoas...

Para financiar o enorme volume de empréstimos, o governo foi obrigado a fazer grandes injeções de dinheiro no sistema econômico, provocando uma grande desvalorização da moeda.

o que resultou em altíssimos níveis de inflação e uma grande crise econômica.

Angelo Agostini

Apesar disso, alguns setores industriais progrediram, como a indústria têxtil.

Sem apoio social e sofrendo forte oposição da Marinha, Deodoro não conseguiu manter o poder, renunciando no dia 23 de novembro de 1891.

O governo de Floriano Peixoto foi marcado pelo apoio do Congresso Nacional ao presidente, que apesar de centralizador e autoritário, governou para fazer valer a Constituição e consolidar a República.

Do ponto de vista econômico herdou a inflação provocada pelo encilhamento e executou timidamente medidas protecionistas em relação à indústria, assim como a facilitação ao crédito, com a preocupação de controlar a especulação.

Do ponto de vista político, reprimiu as principais revoltas que ocorreram no país e foram apresentadas como subversivas ou monarquistas: a Revolta da Armada (1893/1894) e a Revolução Federalista (1893-1895) no Rio Grande do Sul.

A repressão do governo caracterizou-se por extrema violência e tanto os marinheiros como os federalistas gaúchos foram derrotados, ampliando o prestígio e poder de Floriano.

Mesmo tentado a permanecer no poder, Floriano percebeu que não teria o apoio da elite cafeeira de São Paulo e que não conseguiria enfrentar a elite econômica do país.

O liberalismo consagrado na Constituição de 1891, logo foi esquecido: representantes dos cafeicultores no Congresso tornam-se defensores do intervencionismo estatal na economia.

O Estado intervinha comprando os estoques e regulando preços. Havia também o endividamento externo para favorecer os cafeicultores: A República era dos fazendeiros.

Portinari