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Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Rio de Janeiro, RJ – 4 a 7/9/2015
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Relato de Experiência da Construção da Imagem e Identidade Institucional e Política
do Projeto de Pesquisa TelessaúdeRS da UFRGS1
Letícia Felipak dos Passos MARTINS2
Sandra Bordini MAZZOCATO3
TelessaúdeRS/UFRGS4, Porto Alegre, RS
Resumo
Este artigo traz o relato de experiência da construção da imagem e identidade institucional e
política do TelessaúdeRS/UFRGS, projeto de pesquisa da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul. Traz a experiência da gestão inicial da área de comunicação do projeto e
implantação das ações utilizadas para organização da comunicação, nas quais destacam-se o
aumento da equipe, a reestruturação dos canais de comunicação interna e o posicionamento
político durante o período eleitoral de 2014.
Palavras-chave: Relações Públicas; Comunicação Organizacional; Gestão da/em
Comunicação; TelessaúdeRS/UFRGS; Imagem organizacional
Introdução
O TelessaúdeRS/UFRGS é um projeto de pesquisa do Programa de Pós-Graduação
em Epidemiologia (PPG-Epi) da Faculdade de Medicina (FAMED) da Universidade
1 Trabalho apresentado no GP Relações Públicas e Comunicação Organizacional do XV Encontro dos Grupos de Pesquisa
em Comunicação, evento componente do XXXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação.
2 Especialista em Design Gráfico pela UNISINOS, Graduada em Relações Públicas pela PUCPR, email:
letpassos@gmail.com
3 Orientadora do trabalho. Doutora em Comunicação pelo PPGCOM/PUCRS, email: sandrabordini@gmail.com
4 O TelessaúdeRS/UFRGS faz parte do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia, da Faculdade de Medicina da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
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Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e faz parte do Telessaúde Brasil Redes, programa
do Ministério da Saúde.
O principal objetivo do projeto é melhorar a qualidade do atendimento da Atenção
Primária à Saúde/Atenção Básica (APS/AB) no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) e
otimizar o tempo entre a consulta do paciente, o diagnóstico e o manejo feito pelo
profissional de saúde. É um dos maiores projetos da UFRGS, com uma equipe composta
por 190 profissionais, sendo 54 médicos, 68 estudantes de graduação e/ou pós-graduação,
35 profissionais de outras áreas da saúde e 33 profissionais de outras áreas. Destaca-se a
presença de professores da UFRGS, médicos especialistas em medicina de família e
comunidade e de outras especialidades, profissionais e estudantes de outras áreas, altamente
qualificados.
O apoio financeiro e institucional é dado por diferentes instituições. O projeto é
financiado e apoiado pelo Ministério da Saúde (MS), através da Secretaria de Atenção à
Saúde - Departamento de Atenção Básica (SAS/DAB), e da Secretaria de Gestão do
Trabalho e da Educação na Saúde - Departamento de Gestão da Educação na Saúde
(SGTES/DEGES), pela Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul (SES/RS) e
pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/Ministério
de Ciência e Tecnologia). A Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a Fundação de
Apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e a Fundação Médica do Rio Grande
do Sul apoiam e possibilitam a execução do TelessaúdeRS/UFRGS5.
As ações do projeto buscam qualificar o trabalho dos profissionais da APS/AB6 e
dos demais níveis assistenciais do SUS para aumentar a resolutividade e trazer mais
benefícios à população do Rio Grande do Sul e do Brasil. Esses profissionais deparam-se
em seu cotidiano com situações que necessitam de suporte assistencial com outros
profissionais de sua área para, por exemplo, esclarecer uma dúvida clínica de diagnóstico
ou conduta. Para que as ações do TelessaúdeRS/UFRGS possam chegar a todos esses
profissionais, que trabalham algumas vezes em locais de difícil acesso, o projeto integra
pesquisa, ensino e serviço por meio de ferramentas de tecnologia da informação e
comunicação oferecendo teleconsultorias (consultoria via telecomunicações),
5 Fonte - http://www.ufrgs.br/telessauders/sobre-o-telessauders 6 A APS/AB é formada pelos profissionais que trabalham nas Unidades Básicas de Saúde caracterizadas ou não como
Estratégia de Saúde da Família. São médicos, enfermeiros, odontólogos, técnicos de enfermagem, técnicos e auxiliares em
saúde bucal, agentes comunitários de saúde e outros profissionais responsáveis pelo atendimento de milhões de brasileiros.
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telediagnósticos (exames com diagnósticos realizados a distância) e teleducação (cursos,
palestras, vídeos e materiais de apoio a distância).
O projeto iniciou em 2007, em uma pequena sala, no prédio da Faculdade de
Psicologia da UFRGS. No início de 2013, registrou forte crescimento: sua abrangência foi
expandida para todo o Estado. Assim, além de mudar a equipe para uma nova sede, os
gestores identificaram a importância de profissionalizar alguns processos internos, entre
eles, o da área da Comunicação. Um jornalista trabalhou por seis meses no projeto. Depois
de sua saída, em abril de 2013, um profissional de Relações Públicas assumiu a
coordenação de Comunicação do TelessaúdeRS/UFRGS.
O profissional de R.P. encontrou como desafio o problema deste trabalho: como
construir a identidade e a imagem institucional de um projeto de pesquisa que tem apoio
financeiro dos governos estadual e federal, é vinculado a uma universidade federal e tem
sua verba administrada pela fundação de apoio à universidade, sem que haja conflito de
posicionamento político, tornando-o referência de qualidade científica em saúde e
telessaúde para os profissionais e instituições da área?
O objetivo deste estudo é identificar como a instituição se relaciona com seu
público-alvo, como é seu posicionamento político e quais as oportunidades de melhoria nas
práticas de comunicação do TelessaúdeRS/UFRGS, para torná-lo mais conhecido para
todos os públicos, com posicionamento de uma instituição de saúde e telessaúde de
referência. O estudo se fez necessário em razão do constante crescimento e ampliação do
projeto nos anos de 2013, 2014 e 2015, e deste modo, as ações de comunicação precisaram
ser reestruturadas para contribuírem na realização dos objetivos do projeto.
As metodologias utilizadas foram: análise swot7, empregada para avaliar os pontos
fortes, pontos fracos, oportunidades e ameaças dos canais e processos de comunicação;
pesquisa de clima interna e entrevistas espontâneas com os gestores e colaboradores do
projeto. Os dados apresentados no estudo são referentes ao período de abril de 2013 a abril
de 2015. Durante toda a execução das ações de comunicação, houve grande participação e
contribuição do Dr. Erno Harzheim, Coordenador Geral do Núcleo de Telessaúde do Rio
Grande do Sul (TelessaúdeRS/UFRGS).
7 A análise swot envolve o monitoramento do ambiente externo e interno.
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Desenvolvimento
O diagnóstico de comunicação foi realizado em Abril de 2013 pela profissional de
Relações Públicas, especialista em Design Gráfico, autora deste trabalho. A partir de análise
swot e de entrevistas espontâneas realizadas com integrantes do projeto, foi possível
identificar quais os canais de comunicação utilizados pelo projeto e quais as necessidades e
as oportunidades de melhoria em comunicação.
Com relação à identidade institucional, não havia missão e visão desenvolvidas e os
valores eram difundidos verbalmente entre os colaboradores ou em reuniões internas. As
estratégias usadas para fortalecer a identidade com o público externo da organização eram
meios eletrônicos (site, Facebook® e Twitter®), presença em eventos e reuniões de gestão
em saúde, contato em treinamentos realizados pela equipe e webconferências8. Os canais de
comunicação interna identificados foram: reunião semanal, Skype®, grupos de e-mail e
oficina interna. Não foram identificadas ações formais de gestão de pessoas, mas a equipe
mostrou-se integrada e com bom relacionamento. O projeto não pertence a um partido ou
grupo político, e apesar de estar ligado ao governo federal, estadual e governos municipais,
posiciona-se como um prestador de serviços apartidário.
Identidade Institucional
O primeiro passo foi entender o que é o TelessaúdeRS/UFRGS: uma empresa
pública? Privada? Uma organização não governamental? Um grupo de pesquisa? Um
projeto? A partir de conversas com os colaboradores do projeto, foi possível verificar que
nem todos sabiam dizer prontamente o que era o TelessaúdeRS/UFRGS.
[...] identidade corporativa não é imagem corporativa (identidade,no caso, significa
aquilo que uma organização é e como deseja ser percebida – nos limites do que ela é e
tem -, enquanto imagem é como tal organização é percebida por todos os públicos)”
(KNUSH, M.K.Margarida apud Luiz Carlos de Souza Andrade,2006 p.140).
Para que não houvesse dúvidas e para reforçar o vínculo do projeto com a
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, adicionou-se um decodificador ao logotipo do
8 Conferências realizadas via internet, utilizando software de compartilhamento de voz, texto, vídeo e
imagens,
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TelessaúdeRS: Projeto da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. E todos os
colaboradores do projeto foram orientados a sempre se referir ao projeto como:
TelessaúdeRS/UFRGS.
Figura 1 - Logotipo TelessaúdeRS/UFRGS com decodificador
Além disso, de 2013 a 2014, houve uma grande aproximação do comando da
secretaria estadual de saúde, com a gestão do TelessaúdeRS/UFRGS. Diversas ações foram
realizadas em parceria com a SES/RS. O decodificador foi importante também para o
período eleitoral, em 2014, reforçando assim a ligação do projeto a uma instituição de
ensino e a imagem de um projeto apartidário. No período eleitoral outras três medidas
foram necessárias:
revisão dos perfis e as páginas do Facebook® e Twitter® que o perfil do
TelessaúdeRS/UFRGS estava seguindo, para que o critério de escolha de seguidores
fosse homogêneo, tendo meios de comunicação de massa, políticos e figuras
públicas tanto de esquerda, quanto de direita;
atualização dos logotipos dos apoiadores e patrocinadores do projeto no site e
apresentação institucional do TelessaúdeRS/UFRGS. Logos das gestões, então
atuais, do governo foram substituídos por logos genéricos;
orientação dos colaboradores para não utilizar materiais gráficos (digital ou
impresso) com os logotipos que identificassem os atuais partidos e/ou projetos dos
governos federal ou estadual.
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Figura 2- Orientações para uso de logotipos do governo no período eleitoral
Assim, durante o período eleitoral, e quando houve a troca do governo estadual no Rio
Grande do Sul por um partido da oposição à gestão anterior, os coordenadores do
TelessaúdeRS/UFRGS mantiveram contato com o novo Secretario Estadual de Saúde.
Dessa forma, puderam apresentar a ele uma síntese das ações e resultados do projeto
durante a gestão anterior e ressaltaram a importância em mantê-las para dar continuidade às
melhorias na APS/AB no Estado. Diante desses acontecimentos e atitudes da coordenação
do TelessaúdeRS/UFRGS nos períodos pré e pós eleições 2014, reforçou-se que o projeto
não é filiado a partidos políticos. Foi possível, assim, dar continuidade e fortalecimento às
ações anteriores, que tiveram bons resultados para o SUS. O TelessaúdeRS/UFRGS passou
a ser, assim, política de estado prioritária da nova gestão da Secretaria Estadual de Saúde do
Rio Grande do Sul.
Comunicação Interna
Os canais de comunicação interna mais utilizados pela equipe do
TelessaúdeRS/UFRGS no ano de 2013 antes da reestruturação eram: reunião semanal e e-
mail pessoal. A reunião semanal era realizada toda quarta-feira às 13h com o coordenador
geral do projeto, a gerente do projeto e toda equipe interna em uma das sedes do
TelessaúdeRS/UFRGS. Os colaboradores que não podiam comparecer pessoalmente
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participavam via Skype®, a participação não era obrigatória. A pauta era construída durante
a semana, com contribuição de todos, e a ata enviada por e-mail após a reunião.
As solicitações de atividades eram feitas pessoalmente, por e-mail, por Skype®, por
reuniões ou por telefone. Não foi identificado um sistema de chamado ou intranet, capaz de
centralizar informações, controlar prazos e formalizar demandas. O meio escrito de
divulgação de dados internos, comunicados, ações, processos e mudanças na organização
era o e-mail. Utilizavam-se grupos de e-mail nos quais estavam cadastrados os e-mails
pessoais de cada colaborador. Na sede do projeto tinham aproximadamente sete murais que
eram utilizados para diversos fins e com poucas informações, de forma espontânea e sem
planejamento de publicações.
Com o trabalho de reestruturação da comunicação institucional, dá-se destaque a
três ações, sendo elas: criação de e-mails institucionais, envio de comunicados internos e
pesquisa de clima.
Ao estruturarem um processo formal de comunicação interna - tenha 20, 200 ou 200
mil funcionários -, as empresas conseguem assegurar a criação de uma rede
valiosa para a obtenção de resultados, tornando claro para todos os colaboradores
o quanto respeita e valoriza cada membro de sua equipe, disseminando o
pensamento, os objetivos e as metas definidas pela gestão (ABRACOM, 2008, p. 10),
O primeiro ponto importante identificado para a melhoria da comunicação interna,
em junho de 2013, foi a criação de e-mails institucionais para os membros do projeto.
Antes, eles utilizavam e-mails pessoais para tratar assuntos de trabalho. Esta medida foi
importante para, além de não misturar vida profissional e pessoal, ter a segurança da
informação e a institucionalização das mensagens enviadas para o público externo.
Contratou-se um serviço de e-mails de uma empresa privada e cada colaborador começou a
utilizar o seu e-mail no formato nome.sobrenome@telessauders.com.br. Pelo fato de o
projeto não ter fins comerciais e ser um projeto UFRGS, com o Decreto nº 8.135, de 4 de
novembro de 20139, que dispõe sobre as comunicações de dados da administração pública
federal direta, autárquica e fundacional, foi necessário retirar o “.com” e migrar para o
serviço de e-mail da universidade. Assim, os e-mails do projeto passaram a ser hospedados
na UFRGS, utilizando @telessauders.ufrgs.br.
Outra preocupação em relação à comunicação interna identificada foi o alinhamento
de informações institucionais. Os comunicados oficiais do projeto eram feitos, conforme
9 Disponível em:
http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=2&data=05/11/2013
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demandas, via e-mail ou verbalmente, em reuniões. Não existia um canal de comunicação
formal e oficial, em função disso, havia o risco de perdas de informações e ruídos ao longo
dos processos. Assim, em agosto de 2013, ficou definido entre a gestão e colaboradores,
que o canal oficial para envio de comunicados seria o e-mail telessaude.rs@ufrgs.br,
endereço eletrônico utilizado pela gestão do projeto. A partir daí, todos os colaboradores
puderam se manter informados dos acontecimentos e mudanças importantes do projeto
através de e-mail, mesmo quando em viagem ou quando não comparecia à reunião semanal.
Em junho de 2014, foi criado um informativo interno semanal, chamado Foca no Tele,
enviado da conta de e-mail informe@telessauders.ufrgs.br, que passou a ser o canal de
comunicação interna oficial do projeto.
E como estava a motivação da equipe? Quais as dificuldades internas? Quais os
pontos positivos e negativos do projeto identificados pelos colaboradores? O que deveria
ser mantido e o que precisava melhorar? Para responder a essas e outras perguntas, em
julho de 2013 foi realizada uma Pesquisa de Clima. Com os gestores do
TelessaúdeRS/UFRGS, definiu-se os objetivos da pesquisa. Foi elaborado um questionário
e aplicado presencialmente aos colaboradores do projeto em uma oficina interna. O
questionário continha 27 questões objetivas e duas questões abertas. No geral, a equipe
mostrou-se 82% satisfeita ou muito satisfeita em trabalhar no TelessaúdeRS/UFRGS,
conforme gráfico:
Figura 3 - Pesquisa de Clima 2013
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Além desses, outros aspectos foram identificados como necessidades de melhoria
para a comunicação interna e qualidade de vida dos colaboradores do
TelessaúdeRS/UFRGS:
Pesquisa de Opinião/Sugestão e/ou Caixa de sugestões: os colaboradores têm
contato direto com o público-alvo do TelessaúdeRS/UFRGS, quais os pontos
fracos/fortes que eles identificam? Definir objetivo/caminho da pesquisa, elaborar
questionário, aplicar de forma anônima. Construir plano de ação junto com a equipe.
Estrutura interna: foi realizada uma mudança no início de 2013 para a nova sede e
ainda estavam sendo feitas algumas adaptações. Foi identificada a necessidade de
otimizar o espaço físico, instalar placas internas (WC, copa, nomes de salas,
silêncio, cuidados), rever a recepção, otimizar a minibiblioteca, e verificar normas
de segurança.
Qualidade de vida: sugeriu-se implantar ginástica laboral, criar um ambiente/sala de
descanso e avaliar questões ergonômicas de móveis e equipamentos.
Integração de novos colaboradores: identificou-se a necessidade de novos
disponibilizar materiais, ter acompanhamento inicial e criar manual do colaborador.
Desenvolvimento de lideranças: a equipe interna tem coordenadores jovens.
Identificou-se a necessidade de realizar um treinamento para líderes, com
orientações de como dar feedback, incentivar reuniões periódicas, trazer demandas,
trocar experiências para atingir metas, etc.
Desenvolvimento e integração da equipe interna: identificou-se a necessidade
realizar treinamentos/palestras de assuntos diversos ministrados pela própria equipe
ou convidados (não somente temas ligados à saúde), implantar ações em datas
comemorativas e aniversários, brindes e premiações internas.
Porque devemos dar destaque particular à Comunicação Interna? Porque ela é a
base de sustentação para qualquer processo de comunicação. Sem ela, falta
sustentabilidade para qualquer outro processo de comunicação. Como poderá uma
empresa falar de responsabilidade social ou fazer com que seus consumidores
acreditem em seus produtos e serviços se seus funcionários desconhecem ou não
participam das decisões internamente? (CLEMEN, 2005, p. 18)
Os itens supracitados não foram implantandos em totalidade no projeto, porém não
foram descartados. São ações que estão em processo de organização e implantação, e estão
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na pauta da gerência e coordenação do projeto. São ações vistas com importância para
construção de identidade institucional, e com isso passar uma malhor imagem
externamente.
Comunicação Externa
Em abril de 2013 foi realizada uma análise dos canais de comunicação utilizados
pelo TelessaúdeRS/UFRGS para o público externo. A análise foi baseada nas entrevistas
espontâneas realizadas com os colaboradores do projeto, além do uso do método swot, para
identificar os pontos fortes e pontos fracos, oportunidades e ameaças de cada canal. Os
primeiros canais de comunicação externa avaliados foram o site e as redes sociais.
O site10
do projeto reunia conteúdo bem elaborado e organizado, informações claras
e objetivas. Foi desenvolvido por uma agência de comunicação da UFRGS. Porém, tinha
alguns erros e bloqueios de navegação, algumas partes estavam sem conteúdo e parecia
desatualizado. A melhoria identificada foi incluir conteúdos que estavam faltando, migrar
os conteúdos que ainda estavam somente no site antigo, fazer uma análise de usabilidade e
manter atualizado. Para atender a todas as demandas do site, foi contratada uma publicitária
e webdesigner que iniciou um trabalho de reestruturação do site em maio de 2014.
Em relação às redes sociais, o projeto utilizava, em abril de 2013, o Facebook®11
,
Twitter®12
e Youtube®13
:
Facebook®: utilizado para compartilhar fotos e eventos do TelessaúdeRS
(autopromoção). Sugeriu-se elaborar um planejamento/frequência, criar um padrão e
periodicidade de postagens, podendo assim, ser atualizado diariamente com
mensagens e conteúdo, para gerar compartilhamentos e atrair mais seguidores.
Twitter®: o perfil do TelessaúdeRS/UFRGS tinha somente 56 seguidores, sendo a
maior parte do conteúdo retweets de outros perfis, pouco conteúdo gerado. Sugestão
de elaborar planejamento/frequência.
Youtube®: a página do projeto não estava com uma configuração de URL própria e
com apenas dois vídeos postados.
10
www.ufrgs.br/telessauders ou www.telessauders.ufrgs.br 11
www.facebook.com/telessauders 12
www.twitter.com/telessauders 13
www.youtube.com/telessauders
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Foi realizado um comparativo das redes sociais de núcleos de Telessaúde de outros
estados brasileiros, como mostram as figuras 4 e 5. A primeira análise foi feita em abril de
2013.
Figura 4 - Comparativo de curtidas das páginas dos núcleos brasileiros de Telessaúde no Facebook®
Após a implementação do primeiro planejamento de publicações, foi possível
identificar um aumento de curtidas na página do TelessaúdeRS/UFRGS no Facebook® em
novembro de 2013.
Figura 5 - Comparativo de média de publicações semanais nas páginas dos núcleos brasileiros de
Telessaúde no Facebook®
A primeira ação realizada nas redes sociais foi padronizar os endereços e identidade
visual dos perfis já existentes do projeto. O canal do TelessaúdeRS no Youtube® não tinha
uma URL cadastrada, então seguiu-se o padrão já utilizado no Twitter® e Facebook® do
projeto: /TelessaudeRS. Foram criados também perfis no Instagram® e Flickr® para
compartilhamento de fotos, pois em algumas Unidades de Saúde do Estado o acesso ao
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Facebook® e Twitter® não é autorizado. Foi sugerido criar também um perfil no projeto no
Linkedin®14
, ainda não implementado. Ainda sobre a comunicação externa do projeto,
outras ações e recursos foram analisados:
Vídeo institucional15
: feito em parceria com uma produtora de vídeos de Porto
Alegre, elaborado de forma profissional, com boa qualidade de filmagem e
narração. Sugeriu-se elaborar um novo vídeo para atualizar as informações e utilizar
em eventos e capacitações e posteriormente disponibilizar no site.
Telefone: não havia ninguém exclusivamente responsável pelo atendimento às
ligações. Na nova sede foi identificada a necessidade de criar uma recepção.
Mídias alternativas: ainda não utilizadas. Sugeriu-se verificar a necessidade de criar
aplicativos para celular e fazer divulgações via mensagens SMS.
Informativo digital: havia um padrão gráfico elaborado por uma agência de
comunicação e que ainda não havia sido utilizado. Sugeriu-se utilizar um
informativo digital com resumo das ações e assuntos de interesse do público
externo. Foram definidos editoriais e formas de produção de conteúdo.
Outro fator importante reforçado com os colaboradores em relação à divulgação do
projeto, foi a geração de pautas e notícias para serem postadas nas redes sociais e no site do
projeto e, em alguns casos, para envio como sugestão de pauta à mídia. A proposta foi
apresentada à equipe do durante uma reunião geral, em dezembro de 2013:
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www.linkedin.com 15
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=RpMAvIU-mas
Figura 6 - Produção de conteúdo para divulgação do projeto
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Para complementar a ação de divulgação das ações do projeto para a mídia, foi
realizado um levantamento das mídias do Rio Grande do Sul (jornais, rádios, portais de
notícia) e colocadas em uma planilha de Excel®, criando assim um banco de dados para
facilitar o envio de pautas conforme demandas.
Figura 7 - Listagem de Mídias do Rio Grande do Sul
Posteriormente, com a ampliação do serviço de teleconsultorias via telefone 0800
644 6543 para médicos, foi elaborado também um banco de dados de mídias de outros
estados do Brasil, para divulgar as ações do projeto a nível nacional.
Conclusão
Com o crescimento do TelessaúdeRS/UFRGS, a demanda de trabalho para a área de
comunicação do projeto também cresceu e uma equipe foi formada, inicialmente composta
por um Relações Públicas e um bolsista de comunicação social e, um ano depois, em 2014,
um Designer, um Webdesigner e quatro bolsistas de comunicação passaram a compor a
equipe.
O projeto já realizava ações pontuais de comunicação e, com a estruturação de uma
equipe, foi possível otimizar e profissionalizar essas ações, fazendo com que o trabalho da
comunicação pudesse contribuir ainda mais para a divulgação do projeto e, indiretamente,
contribuir para a melhora da Atenção Primária à Saúde no Rio Grande do Sul.
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Como a formação da área de comunicação ainda é recente no
TelessaúdeRS/UFRGS, novas ações estão em planejamento e em andamento. Os processos
e fluxos de trabalho estão em constante aprimoramento pela equipe, para ter melhores
resultados e ampliar as pesquisas na área de comunicação e telessaúde.
A participação direta do gestor do TelessaúdeRS/UFRGS no direcionamento das
ações teve grande importância na implantação e criação das estratégias utilizadas para
implantação das ações e da equipe de comunicação.
Diante do diagnóstico realizado, novos temas são sugeridos para futuras pesquisas,
destacando: implantação de uma intranet, treinamentos internos, manual da marca, manual
do colaborador, reestruturação do site e alinhamento institucional.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Decreto nº 8.135, de 4 de novembro de 2013. Dispõe sobre as comunicações de
dados da administração pública federal direta, autárquica e fundacional, e sobre a dispensa
de licitação nas contratações que possam comprometer a segurança nacional. Diário Oficial
da União, Brasília DF, n. 215, 5 de novembro de 2013, seção I, p. 2. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Decreto/D8135.htm
Acesso em: 22 jul. 2015.
CLEMEN, Paulo. Como implantar uma área de comunicação interna. Rio de Janeiro:
Editora Mauad, 2005.
KUNSH, Margarida Maria. Obtendo resultados com relações públicas. Ed Cengage
Learning lv, 2006
KOTLER, Philip. Administração de Marketing - 12. ed. São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2006.