Relato de Experiência da Construção da Imagem e Identidade...

14
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Rio de Janeiro, RJ – 4 a 7/9/2015 1 Relato de Experiência da Construção da Imagem e Identidade Institucional e Política do Projeto de Pesquisa TelessaúdeRS da UFRGS 1 Letícia Felipak dos Passos MARTINS 2 Sandra Bordini MAZZOCATO 3 TelessaúdeRS/UFRGS 4 , Porto Alegre, RS Resumo Este artigo traz o relato de experiência da construção da imagem e identidade institucional e política do TelessaúdeRS/UFRGS, projeto de pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Traz a experiência da gestão inicial da área de comunicação do projeto e implantação das ações utilizadas para organização da comunicação, nas quais destacam-se o aumento da equipe, a reestruturação dos canais de comunicação interna e o posicionamento político durante o período eleitoral de 2014. Palavras-chave: Relações Públicas; Comunicação Organizacional; Gestão da/em Comunicação; TelessaúdeRS/UFRGS; Imagem organizacional Introdução O TelessaúdeRS/UFRGS é um projeto de pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia (PPG-Epi) da Faculdade de Medicina (FAMED) da Universidade 1 Trabalho apresentado no GP Relações Públicas e Comunicação Organizacional do XV Encontro dos Grupos de Pesquisa em Comunicação, evento componente do XXXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. 2 Especialista em Design Gráfico pela UNISINOS, Graduada em Relações Públicas pela PUCPR, email: [email protected] 3 Orientadora do trabalho. Doutora em Comunicação pelo PPGCOM/PUCRS, email: [email protected] 4 O TelessaúdeRS/UFRGS faz parte do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Transcript of Relato de Experiência da Construção da Imagem e Identidade...

Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Rio de Janeiro, RJ – 4 a 7/9/2015

1

Relato de Experiência da Construção da Imagem e Identidade Institucional e Política

do Projeto de Pesquisa TelessaúdeRS da UFRGS1

Letícia Felipak dos Passos MARTINS2

Sandra Bordini MAZZOCATO3

TelessaúdeRS/UFRGS4, Porto Alegre, RS

Resumo

Este artigo traz o relato de experiência da construção da imagem e identidade institucional e

política do TelessaúdeRS/UFRGS, projeto de pesquisa da Universidade Federal do Rio

Grande do Sul. Traz a experiência da gestão inicial da área de comunicação do projeto e

implantação das ações utilizadas para organização da comunicação, nas quais destacam-se o

aumento da equipe, a reestruturação dos canais de comunicação interna e o posicionamento

político durante o período eleitoral de 2014.

Palavras-chave: Relações Públicas; Comunicação Organizacional; Gestão da/em

Comunicação; TelessaúdeRS/UFRGS; Imagem organizacional

Introdução

O TelessaúdeRS/UFRGS é um projeto de pesquisa do Programa de Pós-Graduação

em Epidemiologia (PPG-Epi) da Faculdade de Medicina (FAMED) da Universidade

1 Trabalho apresentado no GP Relações Públicas e Comunicação Organizacional do XV Encontro dos Grupos de Pesquisa

em Comunicação, evento componente do XXXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação.

2 Especialista em Design Gráfico pela UNISINOS, Graduada em Relações Públicas pela PUCPR, email:

[email protected]

3 Orientadora do trabalho. Doutora em Comunicação pelo PPGCOM/PUCRS, email: [email protected]

4 O TelessaúdeRS/UFRGS faz parte do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia, da Faculdade de Medicina da

Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Rio de Janeiro, RJ – 4 a 7/9/2015

2

Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e faz parte do Telessaúde Brasil Redes, programa

do Ministério da Saúde.

O principal objetivo do projeto é melhorar a qualidade do atendimento da Atenção

Primária à Saúde/Atenção Básica (APS/AB) no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) e

otimizar o tempo entre a consulta do paciente, o diagnóstico e o manejo feito pelo

profissional de saúde. É um dos maiores projetos da UFRGS, com uma equipe composta

por 190 profissionais, sendo 54 médicos, 68 estudantes de graduação e/ou pós-graduação,

35 profissionais de outras áreas da saúde e 33 profissionais de outras áreas. Destaca-se a

presença de professores da UFRGS, médicos especialistas em medicina de família e

comunidade e de outras especialidades, profissionais e estudantes de outras áreas, altamente

qualificados.

O apoio financeiro e institucional é dado por diferentes instituições. O projeto é

financiado e apoiado pelo Ministério da Saúde (MS), através da Secretaria de Atenção à

Saúde - Departamento de Atenção Básica (SAS/DAB), e da Secretaria de Gestão do

Trabalho e da Educação na Saúde - Departamento de Gestão da Educação na Saúde

(SGTES/DEGES), pela Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul (SES/RS) e

pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/Ministério

de Ciência e Tecnologia). A Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a Fundação de

Apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e a Fundação Médica do Rio Grande

do Sul apoiam e possibilitam a execução do TelessaúdeRS/UFRGS5.

As ações do projeto buscam qualificar o trabalho dos profissionais da APS/AB6 e

dos demais níveis assistenciais do SUS para aumentar a resolutividade e trazer mais

benefícios à população do Rio Grande do Sul e do Brasil. Esses profissionais deparam-se

em seu cotidiano com situações que necessitam de suporte assistencial com outros

profissionais de sua área para, por exemplo, esclarecer uma dúvida clínica de diagnóstico

ou conduta. Para que as ações do TelessaúdeRS/UFRGS possam chegar a todos esses

profissionais, que trabalham algumas vezes em locais de difícil acesso, o projeto integra

pesquisa, ensino e serviço por meio de ferramentas de tecnologia da informação e

comunicação oferecendo teleconsultorias (consultoria via telecomunicações),

5 Fonte - http://www.ufrgs.br/telessauders/sobre-o-telessauders 6 A APS/AB é formada pelos profissionais que trabalham nas Unidades Básicas de Saúde caracterizadas ou não como

Estratégia de Saúde da Família. São médicos, enfermeiros, odontólogos, técnicos de enfermagem, técnicos e auxiliares em

saúde bucal, agentes comunitários de saúde e outros profissionais responsáveis pelo atendimento de milhões de brasileiros.

Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Rio de Janeiro, RJ – 4 a 7/9/2015

3

telediagnósticos (exames com diagnósticos realizados a distância) e teleducação (cursos,

palestras, vídeos e materiais de apoio a distância).

O projeto iniciou em 2007, em uma pequena sala, no prédio da Faculdade de

Psicologia da UFRGS. No início de 2013, registrou forte crescimento: sua abrangência foi

expandida para todo o Estado. Assim, além de mudar a equipe para uma nova sede, os

gestores identificaram a importância de profissionalizar alguns processos internos, entre

eles, o da área da Comunicação. Um jornalista trabalhou por seis meses no projeto. Depois

de sua saída, em abril de 2013, um profissional de Relações Públicas assumiu a

coordenação de Comunicação do TelessaúdeRS/UFRGS.

O profissional de R.P. encontrou como desafio o problema deste trabalho: como

construir a identidade e a imagem institucional de um projeto de pesquisa que tem apoio

financeiro dos governos estadual e federal, é vinculado a uma universidade federal e tem

sua verba administrada pela fundação de apoio à universidade, sem que haja conflito de

posicionamento político, tornando-o referência de qualidade científica em saúde e

telessaúde para os profissionais e instituições da área?

O objetivo deste estudo é identificar como a instituição se relaciona com seu

público-alvo, como é seu posicionamento político e quais as oportunidades de melhoria nas

práticas de comunicação do TelessaúdeRS/UFRGS, para torná-lo mais conhecido para

todos os públicos, com posicionamento de uma instituição de saúde e telessaúde de

referência. O estudo se fez necessário em razão do constante crescimento e ampliação do

projeto nos anos de 2013, 2014 e 2015, e deste modo, as ações de comunicação precisaram

ser reestruturadas para contribuírem na realização dos objetivos do projeto.

As metodologias utilizadas foram: análise swot7, empregada para avaliar os pontos

fortes, pontos fracos, oportunidades e ameaças dos canais e processos de comunicação;

pesquisa de clima interna e entrevistas espontâneas com os gestores e colaboradores do

projeto. Os dados apresentados no estudo são referentes ao período de abril de 2013 a abril

de 2015. Durante toda a execução das ações de comunicação, houve grande participação e

contribuição do Dr. Erno Harzheim, Coordenador Geral do Núcleo de Telessaúde do Rio

Grande do Sul (TelessaúdeRS/UFRGS).

7 A análise swot envolve o monitoramento do ambiente externo e interno.

Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Rio de Janeiro, RJ – 4 a 7/9/2015

4

Desenvolvimento

O diagnóstico de comunicação foi realizado em Abril de 2013 pela profissional de

Relações Públicas, especialista em Design Gráfico, autora deste trabalho. A partir de análise

swot e de entrevistas espontâneas realizadas com integrantes do projeto, foi possível

identificar quais os canais de comunicação utilizados pelo projeto e quais as necessidades e

as oportunidades de melhoria em comunicação.

Com relação à identidade institucional, não havia missão e visão desenvolvidas e os

valores eram difundidos verbalmente entre os colaboradores ou em reuniões internas. As

estratégias usadas para fortalecer a identidade com o público externo da organização eram

meios eletrônicos (site, Facebook® e Twitter®), presença em eventos e reuniões de gestão

em saúde, contato em treinamentos realizados pela equipe e webconferências8. Os canais de

comunicação interna identificados foram: reunião semanal, Skype®, grupos de e-mail e

oficina interna. Não foram identificadas ações formais de gestão de pessoas, mas a equipe

mostrou-se integrada e com bom relacionamento. O projeto não pertence a um partido ou

grupo político, e apesar de estar ligado ao governo federal, estadual e governos municipais,

posiciona-se como um prestador de serviços apartidário.

Identidade Institucional

O primeiro passo foi entender o que é o TelessaúdeRS/UFRGS: uma empresa

pública? Privada? Uma organização não governamental? Um grupo de pesquisa? Um

projeto? A partir de conversas com os colaboradores do projeto, foi possível verificar que

nem todos sabiam dizer prontamente o que era o TelessaúdeRS/UFRGS.

[...] identidade corporativa não é imagem corporativa (identidade,no caso, significa

aquilo que uma organização é e como deseja ser percebida – nos limites do que ela é e

tem -, enquanto imagem é como tal organização é percebida por todos os públicos)”

(KNUSH, M.K.Margarida apud Luiz Carlos de Souza Andrade,2006 p.140).

Para que não houvesse dúvidas e para reforçar o vínculo do projeto com a

Universidade Federal do Rio Grande do Sul, adicionou-se um decodificador ao logotipo do

8 Conferências realizadas via internet, utilizando software de compartilhamento de voz, texto, vídeo e

imagens,

Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Rio de Janeiro, RJ – 4 a 7/9/2015

5

TelessaúdeRS: Projeto da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. E todos os

colaboradores do projeto foram orientados a sempre se referir ao projeto como:

TelessaúdeRS/UFRGS.

Figura 1 - Logotipo TelessaúdeRS/UFRGS com decodificador

Além disso, de 2013 a 2014, houve uma grande aproximação do comando da

secretaria estadual de saúde, com a gestão do TelessaúdeRS/UFRGS. Diversas ações foram

realizadas em parceria com a SES/RS. O decodificador foi importante também para o

período eleitoral, em 2014, reforçando assim a ligação do projeto a uma instituição de

ensino e a imagem de um projeto apartidário. No período eleitoral outras três medidas

foram necessárias:

revisão dos perfis e as páginas do Facebook® e Twitter® que o perfil do

TelessaúdeRS/UFRGS estava seguindo, para que o critério de escolha de seguidores

fosse homogêneo, tendo meios de comunicação de massa, políticos e figuras

públicas tanto de esquerda, quanto de direita;

atualização dos logotipos dos apoiadores e patrocinadores do projeto no site e

apresentação institucional do TelessaúdeRS/UFRGS. Logos das gestões, então

atuais, do governo foram substituídos por logos genéricos;

orientação dos colaboradores para não utilizar materiais gráficos (digital ou

impresso) com os logotipos que identificassem os atuais partidos e/ou projetos dos

governos federal ou estadual.

Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Rio de Janeiro, RJ – 4 a 7/9/2015

6

Figura 2- Orientações para uso de logotipos do governo no período eleitoral

Assim, durante o período eleitoral, e quando houve a troca do governo estadual no Rio

Grande do Sul por um partido da oposição à gestão anterior, os coordenadores do

TelessaúdeRS/UFRGS mantiveram contato com o novo Secretario Estadual de Saúde.

Dessa forma, puderam apresentar a ele uma síntese das ações e resultados do projeto

durante a gestão anterior e ressaltaram a importância em mantê-las para dar continuidade às

melhorias na APS/AB no Estado. Diante desses acontecimentos e atitudes da coordenação

do TelessaúdeRS/UFRGS nos períodos pré e pós eleições 2014, reforçou-se que o projeto

não é filiado a partidos políticos. Foi possível, assim, dar continuidade e fortalecimento às

ações anteriores, que tiveram bons resultados para o SUS. O TelessaúdeRS/UFRGS passou

a ser, assim, política de estado prioritária da nova gestão da Secretaria Estadual de Saúde do

Rio Grande do Sul.

Comunicação Interna

Os canais de comunicação interna mais utilizados pela equipe do

TelessaúdeRS/UFRGS no ano de 2013 antes da reestruturação eram: reunião semanal e e-

mail pessoal. A reunião semanal era realizada toda quarta-feira às 13h com o coordenador

geral do projeto, a gerente do projeto e toda equipe interna em uma das sedes do

TelessaúdeRS/UFRGS. Os colaboradores que não podiam comparecer pessoalmente

Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Rio de Janeiro, RJ – 4 a 7/9/2015

7

participavam via Skype®, a participação não era obrigatória. A pauta era construída durante

a semana, com contribuição de todos, e a ata enviada por e-mail após a reunião.

As solicitações de atividades eram feitas pessoalmente, por e-mail, por Skype®, por

reuniões ou por telefone. Não foi identificado um sistema de chamado ou intranet, capaz de

centralizar informações, controlar prazos e formalizar demandas. O meio escrito de

divulgação de dados internos, comunicados, ações, processos e mudanças na organização

era o e-mail. Utilizavam-se grupos de e-mail nos quais estavam cadastrados os e-mails

pessoais de cada colaborador. Na sede do projeto tinham aproximadamente sete murais que

eram utilizados para diversos fins e com poucas informações, de forma espontânea e sem

planejamento de publicações.

Com o trabalho de reestruturação da comunicação institucional, dá-se destaque a

três ações, sendo elas: criação de e-mails institucionais, envio de comunicados internos e

pesquisa de clima.

Ao estruturarem um processo formal de comunicação interna - tenha 20, 200 ou 200

mil funcionários -, as empresas conseguem assegurar a criação de uma rede

valiosa para a obtenção de resultados, tornando claro para todos os colaboradores

o quanto respeita e valoriza cada membro de sua equipe, disseminando o

pensamento, os objetivos e as metas definidas pela gestão (ABRACOM, 2008, p. 10),

O primeiro ponto importante identificado para a melhoria da comunicação interna,

em junho de 2013, foi a criação de e-mails institucionais para os membros do projeto.

Antes, eles utilizavam e-mails pessoais para tratar assuntos de trabalho. Esta medida foi

importante para, além de não misturar vida profissional e pessoal, ter a segurança da

informação e a institucionalização das mensagens enviadas para o público externo.

Contratou-se um serviço de e-mails de uma empresa privada e cada colaborador começou a

utilizar o seu e-mail no formato [email protected]. Pelo fato de o

projeto não ter fins comerciais e ser um projeto UFRGS, com o Decreto nº 8.135, de 4 de

novembro de 20139, que dispõe sobre as comunicações de dados da administração pública

federal direta, autárquica e fundacional, foi necessário retirar o “.com” e migrar para o

serviço de e-mail da universidade. Assim, os e-mails do projeto passaram a ser hospedados

na UFRGS, utilizando @telessauders.ufrgs.br.

Outra preocupação em relação à comunicação interna identificada foi o alinhamento

de informações institucionais. Os comunicados oficiais do projeto eram feitos, conforme

9 Disponível em:

http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=2&data=05/11/2013

Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Rio de Janeiro, RJ – 4 a 7/9/2015

8

demandas, via e-mail ou verbalmente, em reuniões. Não existia um canal de comunicação

formal e oficial, em função disso, havia o risco de perdas de informações e ruídos ao longo

dos processos. Assim, em agosto de 2013, ficou definido entre a gestão e colaboradores,

que o canal oficial para envio de comunicados seria o e-mail [email protected],

endereço eletrônico utilizado pela gestão do projeto. A partir daí, todos os colaboradores

puderam se manter informados dos acontecimentos e mudanças importantes do projeto

através de e-mail, mesmo quando em viagem ou quando não comparecia à reunião semanal.

Em junho de 2014, foi criado um informativo interno semanal, chamado Foca no Tele,

enviado da conta de e-mail [email protected], que passou a ser o canal de

comunicação interna oficial do projeto.

E como estava a motivação da equipe? Quais as dificuldades internas? Quais os

pontos positivos e negativos do projeto identificados pelos colaboradores? O que deveria

ser mantido e o que precisava melhorar? Para responder a essas e outras perguntas, em

julho de 2013 foi realizada uma Pesquisa de Clima. Com os gestores do

TelessaúdeRS/UFRGS, definiu-se os objetivos da pesquisa. Foi elaborado um questionário

e aplicado presencialmente aos colaboradores do projeto em uma oficina interna. O

questionário continha 27 questões objetivas e duas questões abertas. No geral, a equipe

mostrou-se 82% satisfeita ou muito satisfeita em trabalhar no TelessaúdeRS/UFRGS,

conforme gráfico:

Figura 3 - Pesquisa de Clima 2013

Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Rio de Janeiro, RJ – 4 a 7/9/2015

9

Além desses, outros aspectos foram identificados como necessidades de melhoria

para a comunicação interna e qualidade de vida dos colaboradores do

TelessaúdeRS/UFRGS:

Pesquisa de Opinião/Sugestão e/ou Caixa de sugestões: os colaboradores têm

contato direto com o público-alvo do TelessaúdeRS/UFRGS, quais os pontos

fracos/fortes que eles identificam? Definir objetivo/caminho da pesquisa, elaborar

questionário, aplicar de forma anônima. Construir plano de ação junto com a equipe.

Estrutura interna: foi realizada uma mudança no início de 2013 para a nova sede e

ainda estavam sendo feitas algumas adaptações. Foi identificada a necessidade de

otimizar o espaço físico, instalar placas internas (WC, copa, nomes de salas,

silêncio, cuidados), rever a recepção, otimizar a minibiblioteca, e verificar normas

de segurança.

Qualidade de vida: sugeriu-se implantar ginástica laboral, criar um ambiente/sala de

descanso e avaliar questões ergonômicas de móveis e equipamentos.

Integração de novos colaboradores: identificou-se a necessidade de novos

disponibilizar materiais, ter acompanhamento inicial e criar manual do colaborador.

Desenvolvimento de lideranças: a equipe interna tem coordenadores jovens.

Identificou-se a necessidade de realizar um treinamento para líderes, com

orientações de como dar feedback, incentivar reuniões periódicas, trazer demandas,

trocar experiências para atingir metas, etc.

Desenvolvimento e integração da equipe interna: identificou-se a necessidade

realizar treinamentos/palestras de assuntos diversos ministrados pela própria equipe

ou convidados (não somente temas ligados à saúde), implantar ações em datas

comemorativas e aniversários, brindes e premiações internas.

Porque devemos dar destaque particular à Comunicação Interna? Porque ela é a

base de sustentação para qualquer processo de comunicação. Sem ela, falta

sustentabilidade para qualquer outro processo de comunicação. Como poderá uma

empresa falar de responsabilidade social ou fazer com que seus consumidores

acreditem em seus produtos e serviços se seus funcionários desconhecem ou não

participam das decisões internamente? (CLEMEN, 2005, p. 18)

Os itens supracitados não foram implantandos em totalidade no projeto, porém não

foram descartados. São ações que estão em processo de organização e implantação, e estão

Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Rio de Janeiro, RJ – 4 a 7/9/2015

10

na pauta da gerência e coordenação do projeto. São ações vistas com importância para

construção de identidade institucional, e com isso passar uma malhor imagem

externamente.

Comunicação Externa

Em abril de 2013 foi realizada uma análise dos canais de comunicação utilizados

pelo TelessaúdeRS/UFRGS para o público externo. A análise foi baseada nas entrevistas

espontâneas realizadas com os colaboradores do projeto, além do uso do método swot, para

identificar os pontos fortes e pontos fracos, oportunidades e ameaças de cada canal. Os

primeiros canais de comunicação externa avaliados foram o site e as redes sociais.

O site10

do projeto reunia conteúdo bem elaborado e organizado, informações claras

e objetivas. Foi desenvolvido por uma agência de comunicação da UFRGS. Porém, tinha

alguns erros e bloqueios de navegação, algumas partes estavam sem conteúdo e parecia

desatualizado. A melhoria identificada foi incluir conteúdos que estavam faltando, migrar

os conteúdos que ainda estavam somente no site antigo, fazer uma análise de usabilidade e

manter atualizado. Para atender a todas as demandas do site, foi contratada uma publicitária

e webdesigner que iniciou um trabalho de reestruturação do site em maio de 2014.

Em relação às redes sociais, o projeto utilizava, em abril de 2013, o Facebook®11

,

Twitter®12

e Youtube®13

:

Facebook®: utilizado para compartilhar fotos e eventos do TelessaúdeRS

(autopromoção). Sugeriu-se elaborar um planejamento/frequência, criar um padrão e

periodicidade de postagens, podendo assim, ser atualizado diariamente com

mensagens e conteúdo, para gerar compartilhamentos e atrair mais seguidores.

Twitter®: o perfil do TelessaúdeRS/UFRGS tinha somente 56 seguidores, sendo a

maior parte do conteúdo retweets de outros perfis, pouco conteúdo gerado. Sugestão

de elaborar planejamento/frequência.

Youtube®: a página do projeto não estava com uma configuração de URL própria e

com apenas dois vídeos postados.

10

www.ufrgs.br/telessauders ou www.telessauders.ufrgs.br 11

www.facebook.com/telessauders 12

www.twitter.com/telessauders 13

www.youtube.com/telessauders

Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Rio de Janeiro, RJ – 4 a 7/9/2015

11

Foi realizado um comparativo das redes sociais de núcleos de Telessaúde de outros

estados brasileiros, como mostram as figuras 4 e 5. A primeira análise foi feita em abril de

2013.

Figura 4 - Comparativo de curtidas das páginas dos núcleos brasileiros de Telessaúde no Facebook®

Após a implementação do primeiro planejamento de publicações, foi possível

identificar um aumento de curtidas na página do TelessaúdeRS/UFRGS no Facebook® em

novembro de 2013.

Figura 5 - Comparativo de média de publicações semanais nas páginas dos núcleos brasileiros de

Telessaúde no Facebook®

A primeira ação realizada nas redes sociais foi padronizar os endereços e identidade

visual dos perfis já existentes do projeto. O canal do TelessaúdeRS no Youtube® não tinha

uma URL cadastrada, então seguiu-se o padrão já utilizado no Twitter® e Facebook® do

projeto: /TelessaudeRS. Foram criados também perfis no Instagram® e Flickr® para

compartilhamento de fotos, pois em algumas Unidades de Saúde do Estado o acesso ao

Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Rio de Janeiro, RJ – 4 a 7/9/2015

12

Facebook® e Twitter® não é autorizado. Foi sugerido criar também um perfil no projeto no

Linkedin®14

, ainda não implementado. Ainda sobre a comunicação externa do projeto,

outras ações e recursos foram analisados:

Vídeo institucional15

: feito em parceria com uma produtora de vídeos de Porto

Alegre, elaborado de forma profissional, com boa qualidade de filmagem e

narração. Sugeriu-se elaborar um novo vídeo para atualizar as informações e utilizar

em eventos e capacitações e posteriormente disponibilizar no site.

Telefone: não havia ninguém exclusivamente responsável pelo atendimento às

ligações. Na nova sede foi identificada a necessidade de criar uma recepção.

Mídias alternativas: ainda não utilizadas. Sugeriu-se verificar a necessidade de criar

aplicativos para celular e fazer divulgações via mensagens SMS.

Informativo digital: havia um padrão gráfico elaborado por uma agência de

comunicação e que ainda não havia sido utilizado. Sugeriu-se utilizar um

informativo digital com resumo das ações e assuntos de interesse do público

externo. Foram definidos editoriais e formas de produção de conteúdo.

Outro fator importante reforçado com os colaboradores em relação à divulgação do

projeto, foi a geração de pautas e notícias para serem postadas nas redes sociais e no site do

projeto e, em alguns casos, para envio como sugestão de pauta à mídia. A proposta foi

apresentada à equipe do durante uma reunião geral, em dezembro de 2013:

14

www.linkedin.com 15

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=RpMAvIU-mas

Figura 6 - Produção de conteúdo para divulgação do projeto

Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Rio de Janeiro, RJ – 4 a 7/9/2015

13

Para complementar a ação de divulgação das ações do projeto para a mídia, foi

realizado um levantamento das mídias do Rio Grande do Sul (jornais, rádios, portais de

notícia) e colocadas em uma planilha de Excel®, criando assim um banco de dados para

facilitar o envio de pautas conforme demandas.

Figura 7 - Listagem de Mídias do Rio Grande do Sul

Posteriormente, com a ampliação do serviço de teleconsultorias via telefone 0800

644 6543 para médicos, foi elaborado também um banco de dados de mídias de outros

estados do Brasil, para divulgar as ações do projeto a nível nacional.

Conclusão

Com o crescimento do TelessaúdeRS/UFRGS, a demanda de trabalho para a área de

comunicação do projeto também cresceu e uma equipe foi formada, inicialmente composta

por um Relações Públicas e um bolsista de comunicação social e, um ano depois, em 2014,

um Designer, um Webdesigner e quatro bolsistas de comunicação passaram a compor a

equipe.

O projeto já realizava ações pontuais de comunicação e, com a estruturação de uma

equipe, foi possível otimizar e profissionalizar essas ações, fazendo com que o trabalho da

comunicação pudesse contribuir ainda mais para a divulgação do projeto e, indiretamente,

contribuir para a melhora da Atenção Primária à Saúde no Rio Grande do Sul.

Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Rio de Janeiro, RJ – 4 a 7/9/2015

14

Como a formação da área de comunicação ainda é recente no

TelessaúdeRS/UFRGS, novas ações estão em planejamento e em andamento. Os processos

e fluxos de trabalho estão em constante aprimoramento pela equipe, para ter melhores

resultados e ampliar as pesquisas na área de comunicação e telessaúde.

A participação direta do gestor do TelessaúdeRS/UFRGS no direcionamento das

ações teve grande importância na implantação e criação das estratégias utilizadas para

implantação das ações e da equipe de comunicação.

Diante do diagnóstico realizado, novos temas são sugeridos para futuras pesquisas,

destacando: implantação de uma intranet, treinamentos internos, manual da marca, manual

do colaborador, reestruturação do site e alinhamento institucional.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Decreto nº 8.135, de 4 de novembro de 2013. Dispõe sobre as comunicações de

dados da administração pública federal direta, autárquica e fundacional, e sobre a dispensa

de licitação nas contratações que possam comprometer a segurança nacional. Diário Oficial

da União, Brasília DF, n. 215, 5 de novembro de 2013, seção I, p. 2. Disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Decreto/D8135.htm

Acesso em: 22 jul. 2015.

CLEMEN, Paulo. Como implantar uma área de comunicação interna. Rio de Janeiro:

Editora Mauad, 2005.

KUNSH, Margarida Maria. Obtendo resultados com relações públicas. Ed Cengage

Learning lv, 2006

KOTLER, Philip. Administração de Marketing - 12. ed. São Paulo: Pearson Prentice

Hall, 2006.