Post on 16-Oct-2021
Rastro: Narrativas do cotidiano
Edital de registros, mini
histórias e documentações
Ser professor na Educação Infantil: Construção diária de sentidos
CMEI Centro Cívico – Curitiba Pr
CMEI CENTRO CÍVICORua Professor Benedito Nicolau dos Santos, nº 500.
Núcleo Regional MatrizDiretora: Ana Beatriz Souza Cerqueira
Pedagoga: Ana FukayaApoio pedagógico: Sonia e Gerda
Professores: Marcio, Carol, Patrícia, Ivonete, Andressa, Débora, Helena, Maristela, Leslie, Lorena, Raquel, Eliane C, Margarete, Lorena, Neusa, Marcia, Damila, Giane, e Crystiane.
31 anos de atendimento
✓142 Crianças atendidas;
✓ 6 Turmas:
➢BII - 18 crianças➢MI - 20 crianças➢MII-A - 20 crianças➢MII-B - 20 crianças➢PRÉ I - 32 crianças➢PRÉ U - 32 crianças
✓21 Professores✓ 2 Apoios Pedagógicos✓1 Pedagoga✓1 Diretora
18/11/2020
Ações da Instituição em 2020 apoiada e orientada pela SME, Departamento de Educação Infantil de Curitiba eDesenvolvimento Profissional:
• Vídeo Propostas da Tv ou Youtube (Prés);• Propostas Complementares diárias de acordo com a faixa etária;• Grupo de Whats possibilitando diálogos e interações;• Um Encontro Semanal de 30 a 40 minutos;• Reunião periódicas virtual com as famílias;• Contato com as famílias para manter a proximidade;• Entrega Mensal dos Kits alimentação;• Biblioteca em movimento - Mensal;• Sacola: Os brinquedos do CMEI vão a sua casa - Mensal;• Portifólio reflexivo construído com os processos;• Formação continuada semanal como foco na temática: Ser Professor da Educação Infantil, na perspectiva
da reflexão e pautada na Documentação Pedagógica;
18/11/2020
“O saber das crianças é feito de elaboração, de conexão e hipóteses, muitas vezes originais. Um saber que constitui o
próprio terreno em que o professor é chamado a atuar, valorizando aquela que é uma das suas características
importantes: a Capacidade metareflexiva, ou seja, a habilidade de compreender como as crianças constroem
conhecimento, desenvolvem hipóteses e estratégias(CERRUTTI, 1996). Essa habilidade é necessária
para ir ao encontro das crianças, exatamente onde elas estão aprendendo”. (Pagano, 2017)
Sempre buscamos uma reflexão sobre o cotidiano como fiocondutor da ação educativa na Educação Infantil. E como buscaresse fio no cotidiano das crianças em casa?Temos caminhado com as mini histórias, com os estudos do ProfºPaulo Fochi, como uma maneira potente de narrar e darvisibilidade às riquezas vividas na instituição e agora em casa, paradar voz às crianças e aos professores.
18/11/2020
Isabela Bethien e Crystal(3 anos)
Ane Lauren e Israel(pai)
Clara Vitória e Valentina (3 anos)
Daniel, Cady, Davi, Murilo, Ravi (4 anos)
MINI HISTÓRIAÉ uma rapsódia da vida cotidiana, quem no
máximo 3 a 4 imagens no máximo e um pequeno texto. Encontrar uma chave de leitura,
dar um nome para esta mini história e fazer uma interpretação.
➢Observação, reflexão e comunicação de situações do cotidiano(FOCHI: 2019, p. 18)
➢Momento narrado pelo professor, que nos mostra aintencionalidade, possibilita compreender as crianças:• exercitar o olhar e a escuta;• mostrar uma criança potente;• Revelar a garantia dos direitos;• Dialogar com as famílias;• Extrair sentidos do vivido.
QUE BICHO É ESTE?
Um convite inesperado, chegou na turma do pré II, pela Natalia: oplantio de um feijão, instigou as crianças e os professores a acompanharesse processo. Rapidamente um broto aparece, suas folhas crescem esituações inusitadas acontecem.
Na última semana, Sophia contou no grupo um pouco indignada,sobre um bicho muito estranho que apareceu e estava comendo as folhasdo seu pé de feijão. Eram dois bichos verde que habitavam os galhos.Estarrecida Sophia dizia: “Sai seu bicho feioso. Saí seu bicho nojento. Essascentopeias estão comendo meus feijõezinhos”. Sophia apresenta as“Centopeias” no muro, longe da sua planta. Ao ver o vídeo da amiga, Kauãprontamente responde: “Não são centopeias, Sophia. São lagartas e elas sealimentam de folhas”.
Sob o olhar atento das professoras, que se encantam com as teoriasdas crianças, que buscam explicar o aparecimento de um bicho naplantinha, da centopeia comendo, possibilitando um debate negocial, emuma perspectiva centopeia x lagarta e da importância desta planta para alagarta sobreviver.
Neste processo dialógico, as professoras devolvem para as criançasno grupo, “Que bicho é este?” Restituindo a pergunta, intencionado novasinterações, a construção de saberes e o fortalecimento das pesquisasrealizadas pelas crianças e adultos, em uma circularidade de investigaçõesque vão sendo significados e fortalecendo a nossa caminhada.
Crianças: Sophia e KauãProfessoras: Leslie e Lorena.
Imagem: Mamãe BeatrizTexto: Ana Fukaya e Ana Beatriz
CMEI Centro Cívico - 2020
A importância do olhar e da documentação, para a construção do conhecimento dascrianças, para devolver para as crianças... As suas perguntas, para as investigações...
Refinamento da "terminologia" centopeia x lagarta...
Olhar atento da criança: tinha um bicho na plantinha.
Tem a tentativa de explicar (a centopeia comendo)
Tem a intenção que permite ao colega participar do debate e trazer uma
informação nova: seria uma lagarta?No processo, todo mundo constrói, todo
mundo aprende.
Viver a emoção da descoberta enquanto docente, para fazer boas perguntas, repensar e relançar pras criançasbuscando conhecer, querer saber, olhar direito, com respeito ao vivido, as ideias...com um alto grau de reflexividade...
É lindo... essa circularidade dapesquisa, das investigações econstrução de conhecimentosfortalecem a caminhada.
Os Girassóis em casa
11/18/2020
Enzo Prado(2 anos e meio)
11/18/2020
“Ela cresceu dançando, está feliz!”(Sarah Akemi, 5 anos)
• “Meu girassol "Profe" está grande!” (Valentina, 4 anos)
• “ Eles estão nascendo mamãe“! (Manu Luiza, 4 anos)
• “Estou cuidando para ela crescer bem bonita!”( Joaquim, 5 anos)
• “Nossa ela esta aparecendo, bem pequeninha, esta vindo a plantinha” ( Sophia, 5 anos)
• “ Ela cresceu muito, vamos plantar no jardim!” (Gael, 5 anos)
•
11/18/2020
O Girassol de Bernardo
No mês de agosto, a proposta enviada pelo CMEI tinhauma missão especial: plantar algumas sementes,intencionando relações da criança com a natureza, comfamília, em um olhar atento para um novo percurso.
Bernando coloca a terra no vaso, faz um furo com odedo, acomoda a semente, cobre e rega um pouquinho.Dia a dia, cuida, aguardando atenciosamente algoacontecer.
A semente brota e as folhas logo começam a aparecer.O arbusto cresce e um novo lugar se faz necessário paradar continuidade a um ciclo saudável. A mamãe encontraum lugar em um vaso maior.
Em Setembro aparece um pequeno botão, Bernardotodo empolgado parece vislumbrar uma flor.
18/11/2020
Com cuidado e o ambiente adequado, a plantavai crescendo, ganhando um pouco mais de altura eseu botão um pouco mais de volume.
Em outubro, o Girassol de Bernardo, se abre, oencontro com a flor, se dá com um sorriso, sente oseu perfume, se põe a regar e diz “é amarela igualminha caminhonete”, pra mim “parece um sol”, diz amamãe.
O primeiro Girassol a florir é apresentado para aturma, trazendo anúncios que chegou a hora de umagrande e bela florada na casa das crianças eprofessores.
Criança: Bernardo MuchonProfessoras: Debora, Helena e Raquel
Imagem: Mamãe LúbiaTexto: Ana Beatriz
CMEI Centro Cívico
18/11/2020
Pedro Deneka, 5 anos Augusto, 5 anos Sara Meireles, 5 anos
18/11/2020
Processo completo Augusto, 6 anos
Desenho de Observação
18/11/2020
"sensação de pertencimento, com sentido, com história, com afeto, com intencionalidade... de forma a estabelecer laços com os outros, com a história, com a natureza, a cultura, o
mundo...(Arandi Bezerra)
Os brinquedos do CMEI vão a sua casa
11/18/2020
Os brinquedos preferidos do CMEI, chegam a casa do
João, materialidades que possibilitam um contexto simbólico,
vivido no cotidiano, a partir das experiências diárias com a
família.
A refeição, um hábito rotineiro, fundamental e partilhado
com a mamãe Juliana, o Papai Evandro e a irmã Maria Julia, são
a inspiração para o brincar.
João decide fazer uma sopa, seleciona os melhores
ingredientes, se coloca a cozinhar para a sua bebê. Mexe a
sopa na panela para não grudar e diz que uns pedacinhos de
pão não podem faltar.
Enquanto a sopa cozinha, um banho é necessário, tira a
roupa, faz umas coceguinhas, sorri, abre o chuveiro, “chiiiiiiiii”,
cuidadosamente o banho é dado.
Cozinhando em casa
Muito experiente, João estica a tolha, enrola a bebê com
atenção e olha carinhosamente, em uma conexão visual.
Pronto! Agora está na hora de servir uma deliciosa sopa
com pão, senta a Bebê na cadeira e vai servindo na boca,
sussurrando “nhame, nhame”.
Nos maravilhamos com esta capacidade de brincar, esse
mundo simbólico vivido com tamanha grandiosidade.
Nesta inteireza da criança ao brincar, ficamos encantados
com o olhar atento da mamãe, que narra orgulhosa para os
amigos e professoras: “Hoje o dia foi de muito trabalho...
Preparar a sopa, dar banho, dar comida... Cuidar de criança não
é fácil”.
Ah! João e família, vocês tem nutrido nosso olhar
pesquisador!
Criança: João Gabriel Escher (3 anos)Professoras: Neusa Gonzales e Patricia ZanunciniImagens: Mamãe Juliana EscherTexto: Ana Beatriz Souza CerqueiraCMEI Centro Cívico – setembro 2020
Um Hotel para os insetos!
18/11/2020
A construção de um refúgio, para acomodar os
insetos no outono e no inverno, foi o convite enviado as
crianças do maternal II – B. Uma caixa com tela, gravetos,
pinhas e folhas, materialidades que inspiraram Valentina a
planejar, organizar e deixar o abrigo pronto para acomodar
aqueles que desejam chegar e se proteger do frio. Colocou
próximo a parede para protege-los da chuva.
Valentina aguardava a vinda dos “bichinhos”, dia a dia ia
dar uma espiada, até que encontrou algo diferente: “uma
bolinha, branca, pequenininha, o que será”? Valentina e sua
mãe observam. Logo percebem que esta rachando e sai um
bicho, “parece uma lagartixa” diz a mamãe e indagam se
seria um ovo.
Um hotel para os insetos
Esta discussão foi levada para o grupo da turma e gera um
burburinho: “lagartixa bota ovo”, “cadê a mamãe dela?“, as crianças
querem conhecer e desejam também ter uma no seu hotel.
Valentina se encanta: “Ela é tão bonitinha”! E se coloca a
cuidar, pesquisa sobre o que pode nutrir a nova amiga, mas ao
descobrir o paladar dela, opta em deixar essa função para a mamãe,
que busca insetos para alimentá-la.
Sob a provocação das professoras e sob o olhar atento da mãe,
a lagartixa ocupa o abrigo escolhido, oportunizando Valentina olhar,
em um processo de pesquisa e elaboração de hipóteses, no tempo de
brincar e na logica dela.
A lagartixa, curiosa, busca desbravar, e encoraja-se saindo em
busca de outros lugares, deixando o hotel de insetos. Valentina fica
triste e com sua mãe, correm contar essa fascinante aventura para as
professoras e para os colegas da turma. Logo outro inseto vem
ocupar o abrigo e assim Valentina vai compreendendo o sentido de
habitar.
Criança: Valentina (4 anos)Professoras: Andressa Barbosa e Carolina RauenImagem: Rafaela Domingues(mamãe)Texto: Ana Beatriz Souza Cerqueira CMEI Centro Cívico
Uma Bela Composição!
Na casa do Martim o som do violão sempre é ouvido, desde queestava na barriga, através do dedilhar de algumas notas e melodiasque seu papai compõe.
Em uma dessas ocasiões, ao tocar alguns acordes e escalas, opai Giovani que adora inventar músicas, desperta o interesse deMartim que se aproxima e recebe a palheta.
Sabido e já conhecedor deste instrumento, desliza a palhetasobre as cordas, experimenta o som de cada uma, esperando acabarum para iniciar outro. Observa, pesquisa a palheta parece querersaber da onde sai o som...
A experimentação continua, a cada deslize, um som, um sorrisoe uma expressão de alegria... O pai nutri a experiência dedilhando emcompanhia para que os sons ganhem ritmos diversos.
Nessa simbiose, sob o olhar atento e contemplativo da mamãeDamila, que revela esse momento, de uma sintonia de olhares egestos, em que pai e filho fazem uma bela composição. Criança: Martim
Família: Giovane(pai) e Damila (Mãe)Imagem: Damila (mamãe)Texto: Damila e Ana BeatrizProfessoras: Margarete, Eliane e MaristelaCMEI Centro Cívico
Biblioteca em movimento – Papel do Professor
A biblioteca acontece mensalmente, aonde cada criança recebe um livro de boa qualidade embalado, aquele da sua preferencia na sala de referencia, ou algum o qual eles relatam nos grupos de whatsapp.
Quando o livro chega em casaembalado pelas professoras, a surpresachega com as memorias do vivido nocmei. Da professora que contou ahistória preferida. Embalar um livro,tem significado quando olhamos paraas experiências das crianças nocotidiano e significamos as ações eintenções independente do tempo e doespaço.❤️
“Fazer uma instituição amável (atuante, criativa, vivível,
documentável e comunicável. Lugar de investigação, aprendizagens,
recognição e reflexão, na qual as crianças, os professores e famílias estejam bem, é o nosso objetivo”
(Malaguzzi, in Strozzi, p. 60)
Referências:
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CEB nº 20/2009. Brasília: MEC/CNE/CEB,2009.
CURITIBA. Currículo da Educação Infantil: Diálogos com a BNC. Curitiba: Prefeitura Municipal de Curitiba, Secretaria Municipal daEducação, Superintendência de Gestão Educacional, Departamento de Educação Infantil, 2020.
MEC e UFRGS para construção de Orientação Curricular para a Educação Infantil. Brasília: MEC, 2009.EDWARDS, Carolyn; GANDINI, Lella; FORMAN; George (org). As Cem Linguagens da Criança: A experiência de Réggio Emília emtransformação. In: GANDINI, Lella. História, ideias e princípios básicos: uma entrevista com Loriz Malaguzzi. Porto Alegre: Penso, 2016.FALK, Judit. Educar os três primeiros anos a experiência de Lóczy. Araraquara: Junqueira & Marin, 2011.FOCHI, Paulo. Afinal, o que os bebês fazem no berçário? Comunicação autonomia e saber-fazer de bebês em um contexto de vidacoletiva. Porto Alegre: Penso, 2015.
FOCHI, P. S. (org.). MINI-HISTÓRIAS: Rapsódias da Vida Cotidiana nas Escolas do Observatório da Cultura Infantil - OBECI. Porto Alegre:Paulo Fochi Estudos Pedagógicos, 2019.
FOCHI, P. S. A documentação pedagógica como estratégia para a construção do conhecimento praxiológico: o caso do Observatório daCultura Infantil – OBECI. 2019. 346f. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo (USP). SãoPaulo, 2019.