Post on 18-Apr-2015
Filosofia da EducaçãoProfessora: Silvia Aparecida Medeiros
Rodriguessilvia1404@hotmail.com
Filosofia da Educação: elucidações e articulações. Os filósofos pensadores. Novos paradigmas e a educação. A escola hoje: a modernidade e a pós-modernidade. Filosofia e o cotidiano
Ementa disciplina
LUCKESI, C. C. Filosofia da educação. São Paulo: Cortez, 1994.
_____. Filosofia da Educação. 2.ed. São Paulo: Moderna, 1996
SAVIANI, D. Filosofia da educação brasileira. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1985.
Bibliografia Complementar: PIAGET, J. Para onde vai a educação. Rio de
Janeiro: José Olympio, 1974. SAVIANI, D. Educação. São Paulo: Autores
Associados, 2000.
Bibliografia Básica
O que é conhecimento ?
Conhecimento: elucidações conceituais e procedimentos
metodológicos
... É a compreensão inteligível da realidade, que o sujeito humano adquire através de sua confrontação com essa mesma realidade.
Realidade exterior - adquire - realidade interior ( forma abstrata pensada)
Elucidar a realidade
Nossa incapacidade de trabalhar com determinados objetos decorre, fundamentalmente, de nossa ignorância sobre eles e sobre os recursos a serem utilizados em sua transformação
O conhecimento não pode ser confundido com o processo de decorar informações, para repetir em provas
Investigação direta da realidade
Exposição dos conhecimentos já produzidos e apresentados por seus autores
Apropriação da realidade através do conhecimento
Para se ter um conhecimento adequado da mesma:
Pensar sobre a essência e a aparência Crítica ao senso comum Entendimento do que de fato é verdadeiro
Para enfrentar a realidade: Não tomar a parte pelo todo Não tomar o particular pelo universal Não se pode esquecer que o passado se faz
presente
Conhecimento direto da realidade
Entendimento da realidade através do entendimento exposto pelo pesquisador ( pelos filósofos pensadores)
Conhecimento direto- sujeito do conhecimento e objeto conhecido
Conhecimento indireto- sujeito do conhecimento e objeto conhecido através do investigador.
Conhecimento indireto da realidade
A maior parte do conhecimento que cada um de nós detém foi adquirida a partir da exposição de um pensador ou pesquisador.
As duas formas de conhecimento estão articuladas: não há como produzir conhecimento direto da realidade sem se dedicar a uma assimilação crítica dos conhecimentos anteriormente estabelecidos
Conhecimento, na maior parte das vezes, significa para a escola transmissão e retenção de informação
Há ocasiões em que os professores selecionam os textos mais complicados de entendimento para que os alunos se debrucem mais sobre eles que sobre a realidade que os textos pretendem apresentar e desvendar
O conhecimento na escola
Essas distorções dificultam o processo de ensino e aprendizagem
O conhecimento escolar só poderá vir a ser um conhecimento significativo e existencial na vida dos cidadãos se ele chegar a ser incorporado pela compreensão, exercitação e utilização criativa.
Tendências e Correntes da Educação Brasileira
Por isso um estudos sobre :
Concepção “humanista” tradicional;
Concepção “humanista” moderna;
Concepção analítica;
Concepção dialética
Concepções de Filosofia da educação
Filosofia da educação como processo:
Precisamos entender a Filosofia da Educação como uma “ reflexão (radical, rigorosa e de conjunto) sobre os problemas que a realidade educacional apresenta
Para tanto...
Filosofia da Educação como produto
O autor utiliza-se para tal acepção “ideologia” como orientação da ação e não como “ falsa consciência”
Os dois processos estão intimamente relacionados
Visão essencialista de homem. O homem é constituído por uma essência imutável, cabendo a educação conformar-se à essência humana ( tomismo e do neotomismo)
Duas vertentes:- Vertente religiosa – raízes na idade média- Vertente leiga _ instrumento de consolidação
da hegemonia burguesa( sistemas públicos de ensino – obrigatório e gratuito)
Concepção “humanista” tradicional
Visão de homem centrada na existência, na vida, na atividade. A existência precede a essência. A natureza humana é mutável determinada pela existência. ( Pragmatismo, Vitalismo, Historicismo, Existencialismo, Fenomenologia)
Concepção “humanista” moderna
Primeiro: Em vez de se considerar a educação como processo continuado, obedecendo a esquemas predefinidos, seguindo uma ordem lógica, considera-se que a educação segue um ritmo vital que é variado. Predominância do psicológico sobre o lógico;
Segundo: momentos educativos são considerados raros, passageiros, instantâneos. Acontecem independentes da vontade e da preparação.
Admite-se a existência de formas descontínuas na educação.
Não pressupõe uma visão de homem nem um sistema filosófico;
Pretende que a tarefa da filosofia da educação é efetuar uma análise lógica da linguagem educacional
O significado de uma só palavra pode ser determinado em função do contexto linguístico e não do contexto sócioeconômico ou político
Concepção Analítica
Interessa-lhe o homem concreto, isto é, o homem como “síntese de múltiplas determinações”
Considera-se que é tarefa da filosofia da Educação explicitar os problemas educacionais, compreendidos no contexto histórico em que estão inseridos
Concepção dialética
A concepção “humanista” moderna , admite que a realidade é dinâmica, no entanto não a submete a investigação da realidade, cabe ao homem apenas admitir sua existência, sujeitar-se ao capricho, entrar no ritmo.
Na concepção dialética o movimento segue leis objetivas que não só podem como devem ser conhecidas pelo homem
A concepção dialética ao encarar a realidade como essencialmente dinâmica, não vê necessidade de negar o movimento como caráter essencial da realidade ( concepção “humanista” e nem de negar a essência para admitir o caráter dinâmico do real ( concepção “humanista” moderna
- A partir da segunda metade do século XIX – a escola surge como o grande instrumento da realização dos ideais liberais “escola redentora da humanidade”
Escola pública universal e gratuita
Um pouco de história...
Nota-se que a fase da “escola redentora da humanidade” corresponde à escola convencional e tem suas bases na concepção “humanista” tradicional de filosofia de educação
Já a “escola nova” pretende reformular inteiramente a escola , inspirada na concepção “humanista” moderna.
A concepção analítica ganha influência quando no final da segunda guerra, o movimento da escola nova perde terreno.
Passa-se a falar em educação informal, educação permanente. Ensaia-se o aproveitamento das conquistas tecnológicas no processo educativo
Primeiro precisamos ter claro que um movimento não aboliu outro. O movimento da escola nova não aboliu a escola convencional.
A burguesia ao consolidar-se no poder , se torna não apenas classe dominante como também classe hegemônica – visão de mundo da classe dominante – o liberalismo
E a concepção dialética ?
A escola como redentora da humanidade – situava a educação em termos explicitamente políticos – “ transformar súditos em cidadãos”
Qual era a ideia – o povo, uma vez alfabetizado, iria apoiar seus programas de governo ( tais programas eram os melhores do ponto de vista dominante)
ESCOLA NOVA recompor a hegemonia da classe dominante
Precisamos pensar...
Dessa forma a concepção dialética esteve presente desde da fase da “escola redentora da humanidade” – movimentos sociais
Buscando colocar a escola a serviço das forças emergentes da sociedade, abrindo espaços para a expressão dos interesses populares
Até 1930: predomínio da tendência “humanista” tradicional
De 1930 a 1954: equilíbrio entre tendências “humanista” tradicional e “humanista” moderna
De 1945 a 1960: predomínio da tendência “humanista” moderna
De 1960 a 1968: crise da tendência “humanista” moderna e articulação da tendência tecnicista
Um esquema....
A partir de 1968: predomínio da tendência tecnicista e a concomitante emergência de críticas à pedagogia oficial e à política educacional que busca implementá-la.
Década de 20 – “entusiasmo pela educação” A partir dos anos 30 – “otimismo pedagógico”
Conflito entre os pioneiros da “escola nova” e outra pela ideologia católica – Constituição de 1934
Concepção “humanista” moderna- psicologismo pedagógico(déc. 40) sociologismo (déc. 50)
economicismo (déc. 60)
Década de 50 reedita-se o conflito escola particular- escola pública
03 correntes: escola pública -“ liberal-
pragmatismo”(ABE) -“liberal-idealismo”
Professores das áreas de história e Filosofia da USP
- conotações socialista liderado por Florestan Fernandes
Escola particular: déc. Surge uma espécie “escola nova católica” – AEC organizou semanas de estudos pedagógicos – Pe. Pierre Faure – divulgam ideias de Montessori e Lubienska – Após o concílio Vaticano II a igreja se compromete com interesses populares
Movimento Paulo Freire de Educação de Adultos e o movimento de Educação de Base – inspiração cristã
Concomitante com a tendência tecnicista, emerge , na década de 70 – Tendência crítico-reprodutivista – desencadeou teorias como:
“ teoria do sistema de ensino enquanto violência simbólica”;
“teoria do escola enquanto aparelho ideológico do estado”
“ teoria da escola dualista”
Como você professor pensa sua prática educativa, diante das concepções de
educação apresentada ?
Vamos escrever
Uma educação pela pedra: por lições;para aprender da pedra, frequentá-la;captar sua voz inenfática, impessoal
(pela de dicção ela começa as aulas).A lição de moral, sua resistência friaao que flui e a fluir, a ser maleada;
a de poética, sua carnadura concreta;a de economia, seu adensar-se compacta:
lições da pedra (de fora para dentro,cartilha muda), para quem soletrá-la.
Outra educação pela pedra: no Sertão(de dentro para fora, e pré-didática).No Sertão a pedra não sabe lecionar,e se lecionasse, não ensinaria nada;
lá não se aprende a pedra: lá a pedra, uma pedra de nascença, entranha a alma.
João Cabral de Melo Neto
Para finalizar....