Pintura Mural

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Índice

Introdução _______________________________________________1

Pintura Mural; O que é?

_______________________________________2 As origens do

Muralismo ______________________________________4 A Grécia

Antiga _____________________________________________6

Pintura na Grécia Antiga

______________________________________7 A Roma Antiga

_____________________________________________12 Pintura na

Roma Antiga _____________________________________13

Autoavaliação ___________________________________________14

Bibliografia ______________________________________________14

Conclusão _______________________________________________15

Introdução

Este trabalho foi realizado no âmbito da disciplina de Educação Visual e tem como tema principal “Pintura Greco-Romana/O Muralismo”.

Proponho-me, desta forma, no consistiu a pintura na Grécia e Roma Antigas, e investigar, mais especificamente, tendo em conta o objectivo do trabalho, sobre o que é o Muralismo, as suas origens e o papel nas civilizações onde este era acolhido.

Pretendo ainda, recorrendo a uma linguagem simples e directa e utilizando ilustrações relativas aos temas, fazer com que este trabalho seja a todos acessível, de forma a poder contribuir para o esclarecimento de algum possível curioso deste tema.

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Figura 1 - Pormenor de um mural romano: ao centro, podemos ver várias figuras: estas todas femininas. Rodeando tal imagem, um típico ornamento defende a origem latina desta pintura.

Pintura MuralO que é?

Muralismo, também chamado de pintura mural ou parietal é a pintura executada sobre uma parede, um muro, quer directamente na sua superfície destes - como num fresco - quer num painel montado numa exibição permanente – idêntico que ao hoje quadros.

Este termo é proveniente do étimo latino “murus” – actualmente “muro” em português.

Com carácter próprio, o muralismo, desde o inicio da sua existência, aparece ligado à ornamentação de estruturas, ligado ao que hoje se chama arquitectura. Era usado como forma de decoração, de ornamentação, normalmente de interiores de edifícios importantes para aqueles que neles pintavam.

A técnica de uso mais generalizado é a do fresco, que consiste na aplicação de pigmentos de variadíssimas cores, diluídos em água, sobre argamassa ainda húmida. O óleo também foi usado mais nunca teve grande importância.

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Figura 2 – “A vida no Nilo”, pormenor de um mosaico proveniente do Santuário da Fortuna de Palestrina, no palácio Barberini, data do século I a.C. Neste é possível ver o rio Nilo e embarcações da época, entre outros pormenores.

Mais tarde, já bastante desenvolvido, o muralismo foi cultivado nas civilizações grega e romana.

Embora a acentuada presença deste movimento artístico outrora, já não são muitos os exemplares – principalmente gregos – que contam a história do que foi o Moralismo, tanto na civilização grega como na romana; entre estes destacam-se, distinguindo-se pelo seu grande número e estado de conservação, os encontrados nas ruínas das conhecidas cidades Pompéia e Herculano.

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As origens do muralismo.

Esta arte conhecida como muralismo teve origem na Pré-história. As primeiras tentativas de decoração de interiores, a primeira forma de expressão que se pode facilmente associar ao muralismo, são a arte rupestre. As primeiras expressões da arte eram muito primitivas: consistiam em simples traços feitos, na sua maioria, em paredes e tectos rochosos de cavernas e abrigos. Estes, mais tarde, deram origem a desenhos, muitas das vezes já coloridos, onde eram retratados, tal como os artistas os viam, amimais, homens e caçadas. Esta forma de arte conseguiu – fenómeno facilitado pela natureza dos materiais e locais escolhidos – resistir até aos nossos dias, tornando-se as grutas pré-históricas, onde repousavam as ditas pinturas rupestres, os primeiros museus da humanidade. As mais antigas representações pictóricas conhecidas datam do período Paleolítico Superior (40.000 a.C.).

4Figura 4 – Intitulada “Mamute”, é o exemplo de um desenho primitivo, ainda pouco desenvolvido, comparado com os que se sucedem. Nesta, tal como nos indica o nome, podemos ver o que se crê ser um mamute.

A evolução desta forma de arte não parou por aqui: foram muitas as civilizações que desenvolveram e aplicaram, cada qual à sua maneira, a pintura mural. Uma destas civilizações, já de uma maneira bastante desenvolvida, a civilização Grega. A arte na Grécia ocupava um papel de prestígio no quotidiano. Seguida, e em parte por influência desta dita civilização Grega, a civilização Romana também fez do muralismo uma importante forma de expressão artística. Depois da queda do império grego e da anexação da Grécia ao grande mapa romano, Roma, deslumbrada com a desenvolvida arte grega, começa por plagia-la, acabando, numa face mais avançada, por a produzir.

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Figura 5 – Esta chamada “Ânfora de Exekias”, mostramos o quanto a pintura grega influenciou a pintura romana: tanto os ornamentos, como a representação humana darão origem a uma evolução artística em Roma e ao nascimento de uma pintura mais realista e racional, onde tal como a grega se da maior importância ao Homem e ao seu corpo. Nesta ânfora podemos ver os famosos

A Grécia Antiga

A Grécia Antiga é o termo normalmente usado para descrever, durante o período Clássico, o mundo grego e áreas próximas: Chipre, Anatólia, sul da Itália, da França, costa do mar Egeu e, devido aos muitos gregos no litoral deste e de muitos outros países, o Egipto.

Não existe uma data fixa, nem sequer uma convenção relativamente ao período em que se iniciou e terminou a Grécia Antiga. O uso comum situa toda história grega anterior ao império romano como pertencente a esse período, mas os historiadores usam o termo Grécia Antiga de modo mais preciso, não havendo como já disse concordância em relação a datas.

As palavras “Grécia” e “Gregos” só são utilizadas aquando a conquista romana pois ambas as palavras são de origem latina. Os tais gregos autodemoninavam-se “helenos” e ao seu país chamavam “Hélade”.

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Figura 6 – “Enócoa de Rodes”, jarro cerâmica com boca em forma de trevo. Esta está decorada com frisos com motivos amimais: aqui são nos representados animais e, ao contrário das já citadas pinturas rupestres, criaturas imaginárias, mitológicas. Esta peça cerâmica grega data dos meados do século VII a.C.

Pintura da Grécia AntigaMuralismo grego

Associada a diversas formas de arte, a pintura na Grécia Antiga estava presente não só na arquitectura mas também na cerâmica e na escultura.

Na cerâmica, de que restam bastantes vestígios, a pintura está associada à decoração de utensílios do quotidiano, como cântaros, ânforas, jarras, bilhas, pratos e vasos.

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Figura 7 – Cratera Grega; este exemplar grego do século VI a.C. mostra-nos como um simples vaso usado no quotidiano de uma família se pode tornar uma obra-prima: tanto os ornamentos, como a representação propriamente dita faz desta peça um pequeno tesouro, tanto artístico como arquitectónico. Esta cerâmica está decorada com motivos musicais, estando representados homens, amimais e

Figura 8 – Prato Grego; este data de 530 a.C. e representa, tal como o seu nome indica, “Dionísio em seu barco”. Decorado com motivos pesqueiros e agrícolas (actividades relacionadas com o deus retractado) o prato mostra-nos como a pesca e a agricultura eram importantes ao ponto de serem retratadas conjuntamente com um deus numa peça de

Na escultura, embora não em toda, a pintura estava presente na coloração das representações, estas já com volume, como bustos, estatuetas e outras esculturas.

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Figura 9 – Reprodução moderna do sarcófago de Alexandre o Grande, com proposta de reconstituição da policromia original. Embora em muitos dos exemplares a pigmentação tenha desaparecido, sabe-se que muitas esculturas, como é o exemplo deste sarcófago, estavam coloridas, facto que até a bem pouco tempo era ignorado pelos historiadores.

Na arquitectura – expressão em que menos exemplares há conservados até hoje, sendo maior parte do que se sabe sobre esta deriva de fontes literárias antigas e algumas cópias romanas – a pintura apresenta-se-nos sob a forma de representações coloridas em paredes, em “muros” – dai o nome muralismo.

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Figura 10 – Decoração mural que, tal como a figura 3, se encontra em Pompeia. Esta é uma copia de um original de cerca 330 a.C. que representa Aquiles e Briseide. Preservado como grande parte de Pompeia graças a erupção do Vesúvio, este fresco alude-nos acerca do que era a presença mural na cultura pompeiense e sita uma das muitas histórias míticas gregas.

Exceptuando a coloração de estátuas, em que o pintor obedecia e idealizava o seu trabalho através da peça já esculpida ou moldada – normalmente uma representação humana ou mitológica –, a pintura privilegiava o corpo humano fazendo referência a cenas do quotidiano familiar – na sua maioria cena de sexo –, crenças e cenas religiosas, divindades, heróis, celebrações, momentos importantes, grandes guerras e históricas conquistas.

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Figura 11 – Decoração mural que retrata um banquete, originária de Paestum, data do século V a.C. Na minha opinião, a dita, é sem dúvida curiosa: o artista conseguiu caracterizar, através de uma simples pintura a sociedade grega da época: estão aqui retratados os hábitos temporais, nomeadamente a maneira como os gregos manjavam (estes comiam deitados, não sentados, estando normalmente organizados à volta de uma mesa, esta com os alimentos – facto aqui omitido) e como possivelmente se vestiam; é nos provada a desigualdade existente entre homens e mulheres, sendo o homem considerado superior e o único com o direito a estar neste tipo de celebrações; a pintura indica-nos também para a normalidade da homossexualidade na Grécia, nomeadamente em certas cidades-estado – facto previsível visto que, e como já afirmei, a mulher era considerada inferior e um simples meio de manter a descendência, sendo o parceiro adequado a “um ser superior”, não um inferior, mas um que correspondesse a sua dita perfeição – através do retrato dos dois homens trocando carícias, namorando – facto normal na época, principalmente neste tipo de

Os gregos são reputados como os precursores da pintura ocidental em diversos aspectos, tendo desenvolvido a representação com ilusão de tridimensionalidade através do sombreado e de elementos de perspectiva, inovações aparecidas por volta do século V a.C. Até então a representação da figura era basicamente plana e linear, com a cor meramente preenchendo áreas definidas por um contorno.

É importante notar que na Grécia antiga a visão que se tinha da arte diferia radicalmente da contemporânea, e pelo menos até a fase helenística não existia o conceito de arte pela arte, mas tudo o que se fazia antes tinha um propósito eminentemente funcional - como oferenda aos deuses, comemoração de algum evento histórico ou de algum acto heróico, memento de algum personagem ilustre, e assim por diante.

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Figura 12 – “A Batalha de Isso”, cópia de uma pintura mural do fim do século IV a.C. proveniente de Pompeia. Este, como muitos outros, tanto gregos como romanos, é a prova de que importantes batalhas, feitos heróicos, importantes acontecimentos militares

Figura 15 – Este é um mural proveniente de Pompéia cujo autor é Apeles. Acredita-se que este seja baseado em Afrodite (deusa da Beleza e do Amor). Afrodite é a representação da mulher prefeita, esposa modelar, de um divino feminino. Neste fresco já há

noção de profundidade. O artista, baseando-se nas posições dos constituintes do mural e nas suas cores, utilizando sombras e reflexos, consegue criar a ideia de relevo e tridimensionalidade.

A Roma Antiga

Roma Antiga é o nome dado à civilização que se desenvolveu a partir da cidade de Roma, fundada na península Itálica durante o século VIII a.C..

Durante os seus doze séculos de existência, a civilização romana transitou da monarquia para uma república oligárquica até se tornar num vasto império que dominou a Europa Ocidental e ao redor de todo o mar Mediterrâneo através da conquista e assimilação cultural.

No entanto, um rol de factores sociopolíticos causou o seu declínio, e o império foi dividido em dois. A metade ocidental, onde estavam incluídas a Hispânia, a Gália e a Itália, entrou em colapso definitivo no século V e deu origem a vários reinos independentes; a metade oriental, governada a partir de Constantinopla passou a ser referida, pelos historiadores modernos, como Império Bizantino a partir de 476 d.C., data tradicional da queda de Roma e aproveitada pela historiografia para demarcar o início da Idade Média.

A civilização romana é tipicamente inserida na chamada Antiguidade Clássica, juntamente com a Grécia Antiga, que muito inspirou a cultura deste povo. Roma contribuiu muito para o desenvolvimento no mundo ocidental em várias áreas de estudo, como o direito, teoria militar, arte, literatura, arquitectura, linguística, e a sua história persiste como uma grande influência mundial, mesmo nos dias de hoje.

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Figura 13 – Fórum Romano, epicentro do desenvolvimento de Roma. Local de encontro de intelectuais e personalidades romanas, o fórum e todas as construções que o constituíam, centros de cultura e saber, devido a sua grande importância, estavam repletos de obras de arte: de estátuas a murais a arte, nomeadamente a da pintura, estava presente em tudo.

Pintura da Roma Antiga.Muralismo romano

Associada, tal como a grega, a diversas formas de arte, a pintura na Roma Antiga estava presente na cerâmica, na escultura e na arquitectura.

Na pintura cerâmica, tal como na Grécia, objectos do quotidiano eram extremamente decorados, tornando-os em ricas e ornamentadas telas para um artista habilidoso.

Na escultura romana, tal como a grega, a pintura estava presente no que diz respeito à coloração das representações, das estatuetas, dos brinquedos.

Na arquitectura, novamente como na Grécia Antiga, a pintura era-nos apresentada sob a forma de representações coloridas em paredes. Muitas vezes também os adornos da estruturaram eram também coloridos.

Os artistas romanos sabiam como ampliar o espaço numa parede, mediante falsas imagens de pórticos e parapeitos, os quais, por sua vez, enquadravam ilusões de paisagens e figuras. O mural do saguão da Villa di Lívia, em Prima Porta, nos arredores de Roma, é um exemplo encantador do esforço de criar uma ilusão de jardim. Utiliza a técnica do fresco e mostra aves, frutas e árvores com minúcia realista.

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Figura 14 – Decoração mural da Sala das máscaras da Casa de Augusto, no Palatino, data do século I a.C. Tal como o da figura 3, este fresco, também um dos poucos exemplares em relativo bom estado, mostra-nos o quanto trabalhavam os artistas algumas paredes, algumas construções. Neste, tal

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Conclusão

Foi interessante realizar este trabalho pois, através das pesquisas feitas e da selecção das informações tive oportunidade de ficar a conhecer de uma forma mais aprofundada o que é a pintura mural, a sua origem e o seu papel ao longo da história, nomeadamente durante as civilizações Grega e Romana.

Concluo que a pintura sempre foi uma importante maneira de comunicação com o outro e com o sobrenatural ou imaginário. Toda a pintura tinha um importante motivo para ser feita, sendo, maior parte das vezes, uma maneira de recordar histórias, lembrar práticas e expressar a sua fé.

A escolha destas duas civilizações e importância que a pintura – nomeadamente da pintura mural – tinha nestas desde o inicio da realização do trabalho que me satisfez, acabando por valer a pena conclui-lo, tendo a prefeita noção de que este trabalho foi realmente importante para a minha formação enquanto jovem aluno e amante da arte Clássica.

Bibliografia

Enciclopédia Geral da Consulta, Porto Editorawww.wikipédia.ptHistória da Arte Larouse, CivilizaçãoPintura Ocidental, CaminhoNúmeros 9º Ano, Porto Editora

Auto-avaliação

Segundo a minha opinião e baseando-me nos critérios de avaliação, visto que segui atentamente as recomendações, pedidos e conselhos da professora, que pesquisei, seleccionei informações e procedi ao tratamento do texto, acho que atingi, não digo todos, mas um grande parte dos objectivos. O trabalho, e novamente segundo a minha opinião, está bem estruturado e organizado, a linguagem é, propositadamente, muito acessível e, segue sem dúvida, as indicações dadas.

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Pelo que referi, proponho que este trabalho seja avaliado com nível quatro/cinco.

Visto que não tenho plenas capacidades para avaliar correctamente um trabalho deste género, limito-me a dar a minha opinião: a minha nota para este trabalho estaria entre os oitenta/noventa pontos percentuais.

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