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Jean Piaget
Jorge Barbosa, 2010
PSICOLOGIA
Nascemos programados para aprender na interacção com o meio.
Constru(vismo
O Comportamento e o desenvolvimento da inteligência resultam de uma construção progressiva do sujeito em interacção com o meio físico e social.
Constru(vismo
O Conhecimento é um processo de adaptação ao meio.
Não somos simples produtos do meio. Temos um papel ac(vo: • Na construção dos esquemas ou estruturas que nos permitem conhecer e interpretar a realidade
O indivíduo, através das suas acções sobre o meio, tem um papel na construção do conhecimento e da sua personalidade.
Constru(vismo
O Comportamento (R) é uma resposta que varia em função da interacção entre a personalidade do sujeito (P) e a situação (S).
Para compreendermos o comportamento de um individuo, em determinado caso, temos de considerar dois factores: 1. A influência da personalidade na
situação; 2. A influência das situações
anteriormente vividas por alguém na formação da sua personalidade
R = f (S P)
Desenvolvimento Cogni(vo
Processo Descontínuo
Mudanças Qualitativas
Construção Activa do
Sujeito
Três Princípios em que se baseia a Teoria do Desenvolvimento Cogni(vo
Mudanças Qualita(vas
A criança não é um adulto em miniatura, dotado do mesmo equipamento básico. Para Piaget, há uma diferença qualita(va entre o adulto e a criança, quanto ao modo de funcionamento intelectual
Construção Ac(va do Sujeito
Para além de alguns esquemas reflexos simples, só a necessidade de conhecer (adaptação ao meio) é inata no ser humano. Desenvolvimento cogni(vo é a construção ac(va de estruturas que possibilitem
essa adaptação
Descon(nuidade O Desenvolvimento processa-‐se ao longo de
momentos dis(ntos (estádios), qualita(vamente diferenciados.
Estádios de Desenvolvimento
Fase do desenvolvimento que se distingue qualitativamente de fases anteriores e posteriores.
A sucessão de estádios obedece a uma sequência uniforme (não se aprende a ler antes de aprender a falar).
Corresponde ao surgimento de novos padrões comportamentais.
Cada estádio integra as aquisições do estádio anterior.
Factores do Desenvolvimento
Hereditariedade e Maturação Física
Piaget refere-‐se a mudanças biologicamente determinadas no desenvolvimento Zsico e
neurológico que ocorrem de forma rela(vamente independente em relação às experiências
Factores do Desenvolvimento
Experiência
Experiência para Piaget significa a ac(vidade (Zsica e mental) do sujeito sobre os objectos que permite
dis(ngui-‐los e organizá-‐los. Através dessa ac(vidade, formam-‐se as estruturas ou esquemas que
possibilitam a acção e a compreensão da realidade.
Factores do Desenvolvimento
Transmissão Social
Piaget refere-‐se ao processo através do qual somos influenciados, não pela nossa ac(vidade própria, mas pelo contexto social, pela observação dos outros e
pela educação.
Factores do Desenvolvimento
Equilibração
Cada novo estádio define-‐se pelo surgimento de novos esquemas e estruturas mais complexos. A
equilibração (verdadeirto motor do desenvolvimento) assegura formas de equilíbrio instável, cada vez mais
estáveis, na adaptação ao meio.
Desenvolvimento Cogni(vo
Para Piaget, o desenvolvimento cognitivo implica que a actividade do sujeito na interacção com o meio responda aos desequilíbrios cognitivos, procurando atingir um estado de equilíbrio entre a assimilação e a acomodação.
Para Piaget, a necessidade de conhecer é um impulso inato, uma manifestação par(cular da necessidade de sobrevivência.
Esquemas
Padrões de acção e categorias ou estruturas mentais que organizam a interacção do sujeito com o meio.
A adaptação envolve a construção de esquemas através da interacção com o meio, graças a duas actividades complementares: a assimilação e a acomodação.
Durante os primeiros meses de vida, os esquemas baseiam-‐se em acções. Os objectos são agrupados conforme as acções que as crianças realizam. Assim, chupando e agarrando, as crianças criam categorias de objectos que podem ser chupados e agarrados.
Esquemas
A construção de esquemas com categorias de objectos que podem ser chupados e agarrados é a forma de as crianças “marcarem mentalmente os objectos com os quais se relacionaram”.
O Bebé pode ter um esquema de sucção na maior parte dos casos aplicado a mamilos. O Esquema “agarrar e abanar” é aplicado à manipulação de rocas. O Esquema “sorriso” é aplicável a rostos humanos. Etc.
Esquemas
A partir de um certo momento, os esquemas constituem-se baseando-se mais em relações funcionais e conceptuais do que em acções.
As crianças em idade pré-‐escolar aprendem que garfos, facas e colheres formam um esquema ou categoria funcional denominado “coisas que uso para comer”. Aprendem também que cães e gatos cons(tuem uma categoria mental ou esquema denominado “animais domés(cos”.
Esquemas
Tal como as crianças em idade pré-escolar, as crianças mais velhas e adolescentes usam esquemas baseados em relações funcionais e conceptuais.
Os adolescentes começam a ser capazes também de construir esquemas baseados em propriedades abstractas.
Um adolescente poderá construir um esquema ou categoria mental “ideologias que desprezo”, nelas integrando o fascismo, o nazismo, o racismo e o sexismo, por exemplo.
Mecanismos de Adaptação ao Meio
Adaptação
Acomodação
Assimilação Equilibração
Mecanismos de Adaptação ao Meio
Processo adaptativo que consiste em incorporar novas informações nos esquemas já existentes.
A assimilação verifica-‐se quando usamos esquemas existentes para dar sen(do aos novos acontecimentos ou experiências. Através da assimilação, respondemos a uma nova situação de modo semelhante ao que adoptámos numa situação familiar, sem necessidade de modificar os esquemas existentes.
Por exemplo, os bebés usam o esquema de sucção não só para se alimentarem, mas também para chuchar no dedo
Mecanismos de Adaptação ao Meio
Processo adaptativo que consiste em ajustar os esquemas existentes a novas informações e experiências, ajustando-os.
Se os dados não podem ser incorporados nos esquemas existentes, é necessário o desenvolvimento de esquemas ou estruturas mais apropriados.
Por exemplo, a criança que aprendeu a agarrar objectos pequenos com uma mão, apercebe-‐se que outros objectos só podem ser levantados com duas mãos.
Os pais sabem que as primeiras vezes que se dá de comer a uma criança com uma colher são uma experiência desconcertante para ela: 1. Primeiro começa por usar o
esquema de sucção (que não funciona bem)
2. Mais tarde a criança aprende a adaptar a boca e a língua ao novo meio de alimentação
Mecanismos de Adaptação ao Meio
Processo adaptativo que consiste em procurar estabelecer um equilíbrio entre assimilação e acomodação.
A equilibração é o verdadeiro motor do desenvolvimento. Promove a alternância entre assimilação e acomodação e o equilíbrio entre as duas.
É a equilibração que nos conduz a patamares superiores de equilíbrio. Nunca existe um total equilíbrio entre assimilação e acomodação.
Jean Piaget
Jorge Barbosa, 2010
PSICOLOGIA
Estádios de Desenvolvimento Cognitivo
Estádio da Inteligência Sensório-‐Motora
0 a 2 anos
Estádio da Inteligência Pré-‐Operatória
2 a 7 anos
Estádio das Operações Concretas 7 a 11 anos
Estádio das Operações Formais ou Abstractas
Dos 11 anos em diante
Estádio Sensório-‐Motor
Estádio em que a inteligência se adapta ao meio essencialmente através de esquemas sensório-motores (actividade perceptiva e actos motores).
Inicia-‐se com esquemas de acção reflexa, tais como agarrar e chuchar. Progressivamente, numa coordenação motora cada vez maior e alimentada pela curiosidade (desequilíbrio cogni(vo) a criança vai desenvolvendo formas de comportamento mais complexas.
Estádio Sensório-‐Motor
8 aos 12 meses
Através de uma assimilação generalizada, um comportamento aprendido numa determinada
circunstância é u(lizado numa nova situação diferente, mas
suficientemente parecida para que o comportamento aprendido seja
apropriado aos interesses da criança
Estádio Sensório-‐Motor
8 aos 12 meses
1. Abrir a boca é um meio para obter comida.
2. Chorar é um meio para obter atenção. 3. Se puxar uma toalha foi um bom meio
para alcançar um brinquedo, a criança vai puxar a toalha para alcançar um pedaço de pão (juntamente com pratos, copos e talheres).
Estádio Sensório-‐Motor
12 aos 18 meses
A criança poderá querer verificar, por exemplo, que (po de sons resultam do facto de:
1. Agitar um objecto; 2. Deixar cair um objecto; 3. Bater num outro objecto. Embora a criança ainda não seja capaz de
antecipar os resultado de uma acção (daí, a necessidade de experimentar) começa a desenvolver uma crescente ap(dão para representar objectos e situações.
Estádio Sensório-‐Motor
A par(r dos 8 meses
O Desenvolvimento completo da noção de permanência do
objecto marca o fim do estádio sensório-‐motor
Até ao 8 meses, a criança não tem noção de que um objecto con(nue a exis(r independentemente da sua
acção ou percepção.
Estádio Sensório-‐Motor
Antes dos 8 meses, quando um brinquedo desaparece do campo de visão da criança, é
como se (vesse deixado de exis(r
Antes dos 8 meses, quando o brinquedo reaparece, é como se (vesse sido recriado.
Estádio Sensório-‐Motor
A par(r dos 8 meses
A crença na existência independente e estável de um mundo de objectos e pessoas
é lentamente construída a par(r dos 8 meses
Por volta dos 18 meses, estará plenamente adquirida a convicção de que fora do
alcance da percepção não significa fora da existência nem fora do pensamento.
Estádio Sensório-‐Motor
Por volta dos 18 meses
As crianças lembram-‐se, por exemplo, de que deixaram um brinquedo no carro do
pai.
São capazes de antecipar mentalmente os resultados de uma acção sem recorrer à experimentação ou manipulação material
dos objectos.
Estádio Sensório-‐Motor
Por volta dos 18 meses
Capacidade de Representação Simbólica
Pensar em objectos que estão fora do campo percep(vo
Falar de objectos que estão fora do campo percep(vo
Estádio Sensório-‐Motor
A grande aquisição do estádio sensório-motor é o conceito de objecto permanente ou de permanência do objecto.
Esta aquisição significa a emergência da capacidade de representação simbólica.
A par(r do desenvolvimento da noção de permanência do objecto, a criança vai passar para um novo patamar: A inteligência prá(ca do estádio sensório-‐motor vai enriquecer-‐se com a interiorização simbólica das acções, isto é, a capacidade de resolver mentalmente problemas e de usar a linguagem (inteligência representa(va).
Estádio Pré-‐Operatório
Caracterís(cas Gerais do Pensamento Pré-‐Operatório
A criança é incapaz de compreender que há várias perspec(vas acerca da
realidade e dos objectos, considerando somente o seu ponto de vista.
O Sujeito concentra-‐se num aspecto de um problema ou de uma situação,
ignorando outros aspectos igualmente relevantes.
Pensamento egocêntrico
Estádio Pré-‐Operatório
Fase do Pensamento pré-‐conceptual, centrada na imaginação e por ela
dominada (2 – 4 anos)
Fase do Pensamento Intui(vo, centrado na percepção dos dados sensoriais e a
ela subme(da (4 – 7 anos)
Estádio Pré-‐Operatório
O Pensamento é dominado pela imaginação, isto é, a relação da criança com a realidade centra-se na sua imaginação.
O pensamento pré-conceptual vive de imagens e não de conceitos.
É um pensamento mágico, que transforma o imaginário em realidade.
Através do jogo simbólico, a realidade perde a sua densidade objec(va. O Pensamento mágico transforma os objectos em realidades imaginadas de acordo com o desejo da criança.
Estádio Pré-‐Operatório
O pensamento é dominado pela imaginação, isto é, a relação da criança com a realidade centra-se na sua imaginação.
Pensamento egocêntrico: A criança, por exemplo, faz sinal de sim com a cabeça para confirmar que foi passear, apesar de estar ao telefone com a avó. Não fala, porque, do seu ponto de vista, a resposta que dá, movendo a cabeça, é suficientemente clara.
O pensamento egocêntrico é uma forma de funcionamento mental, e não uma caracterís(ca de personalidade (não é sinónimo de egoísmo). É um Comportamento CogniBvo
Estádio Pré-‐Operatório
• Ar(ficialismo • Finalismo
• Realismo • Animismo
Pensamento Pré-‐
Coceptual
Pensamento Pré-‐
Conceptual
Pensamento Pré-‐
Conceptual
Pensamento Pré-‐
Conceptual
Estádio Pré-‐Operatório
Animismo
Realismo
Ar(ficialismo
Finalismo
Tendência para atribuir aos objectos Zsicos e aos fenómenos naturais qualidades psicológicas
Tendência para atribuir uma existência Zsica a realidades
psicológicas
Tendência para acreditar que os objectos Zsicos e acontecimentos
naturais são produzidos por pessoas
Tendência para acreditar que nada acontece por acidente; tudo tem
uma jus(ficação finalista
“O Sol está a deitar-‐se porque está com sono” “A minha boneca está doente”
Lobo Mau, Pai Natal, Fada Madrinha não são ficções.
“Quem pintou o Céu?”
“As nuvens movimentam-‐se para tapar o Sol” “As estrelas acendem-‐se à noite para o Sol dormir sem medo do escuro
Estádio Pré-‐Operatório
No plano das relações interpessoais, o egocentrismo tem efeitos curiosos.
Pensamento egocêntrico: A criança é incapaz de ver e compreender as coisas admi(ndo que são possíveis diferentes pontos de vista.
Não compreende que os outros tenham diferentes ideias e sen(mentos – julga que o seu ponto de vista é o único possível.
Estádio Pré-‐Operatório
A partir dos 4 anos, verifica-se uma redução do egocentrismo:
O pensamento é menos dominado pela imaginação e passa a ser dominado pela percepção.
A centração continua a condicionar o funcionamento intelectual.
Estádio Pré-‐Operatório
Pensamento Intui(vo
Raciocínio Pré-‐Causal
Dificuldade em dis(nguir uma classe de objectos de um só objecto.
Irreversebilidade: incapacidade para inverter mentalmente uma sequêrncvia de factos e de operações, regressando ao ponto de par(da.
Estádio Pré-‐Operatório
Raciocínio Pré-‐Causal
Dis(nguir classe de objectos de
um único objecto
Irreversibilidade
Dificuldade de entendimento das relações causa-‐efeito
Confunde o todo com uma das suas partes. Prevalece o raciocínio
transdu(vo
Dificuldade em compreender conceitos de conservação da quan(dade, do volume ou do número.
“O túmulo é a causa da morte porque as pessoas mortas estão lá enterradas”
“O elefante que estava no Jardim Zoológico é o mesmo que está no circo”.
Experiências
Inteligência Pré-‐Operatória Conservação da Quan(dade
Inteligência Pré-‐Operatória Conservação do Número
Inteligência Pré-‐Operatória Conservação do Volume
Inteligência Pré-‐ Operatória
Ausência de Conservação
Caracterís(ca própria de um pensamento que, baseado na intuição e não na lógica, não compreende que
há permanência na mudança, confundindo aparência e realidade
Irreversibilidade
Caracterís(ca do pensamento pré-‐operatório que, decorrendo do seu
egocentrismo, não consegue retornar ao ponto de par(da e coordenar
mentalmente o estado final e o estado inicial de um processo.
A con(nuar....
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