Perspectivas da Economia Brasileira - bcb.gov.br · competitividade da economia brasileira ......

Post on 09-Dec-2018

237 views 0 download

Transcript of Perspectivas da Economia Brasileira - bcb.gov.br · competitividade da economia brasileira ......

Alexandre Tombini

Presidente do Banco Central do Brasil

Maio de 2012

Perspectivas da Economia Brasileira

2

Sumário executivo

• O ritmo da atividade econômica no Brasil irá se acelerar ao longo

de 2012, sustentado pela demanda interna e pela flexibilização das

condições monetárias e financeiras

• O cenário internacional continua sendo de volatilidade nos

mercados e perspectiva de baixo crescimento para os próximos

anos

• O Brasil apresenta sólidos fundamentos macroeconômicos, com

robustos colchões de liquidez em moeda estrangeira e no Sistema

Financeiro Nacional

• O governo está avançando na agenda de reformas e realizando

investimentos em infraestrutura, a fim de elevar a produtividade e

competitividade da economia brasileira

• A inflação segue em trajetória de convergência para a meta

3

Roteiro

• Solidez da economia brasileira

• Agenda de reformas e investimentos

• Atividade econômica e inflação

• Cenário internacional

4

Solidez da economia brasileira

− Reservas internacionais

• Dívida pública cadente

• Sistema financeiro sólido

− Reservas bancárias

• Risco soberano em queda

• Importantes colchões de liquidez

5 Fonte: BCB

Reservas internacionais robustas

* Posição em 15 de maio

86

180

205 194

239

289

352 374

0

50

100

150

200

250

300

350

400

dez 0

6

dez 0

7

ag

o 0

8

dez 0

8

dez 0

9

dez 1

0

de

z 1

1

ma

i 1

2

US

$ b

ilhões

6 Fonte: BCB

Amplo colchão de liquidez do SFN

Recolhimento compulsório dos bancos ao BC

164

197

253

172 194

395

449

393

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

dez 0

6

dez 0

7

set 08

dez 0

8

dez 0

9

dez 1

0

dez 1

1

abr

12

R$ b

ilhões

7 Fonte: BCB

Superávit Primário do Setor Público

3,2 3,3

3,7 3,8

3,2 3,3

3,4

2,0

2,7

3,1 3,2

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

20

02

20

03

20

04

20

05

20

06

20

07

2008

20

09

20

10

2011

20

12

*

% d

o P

IB

* Acumulado em 12 meses até março

8 Fonte: BCB

Déficit Nominal do Setor Público

* Acumulado em 12 meses até março

4,5

5,2

2,9

3,6 3,6

2,8

2,0

3,3

2,5 2,6

2,4

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

20

02

20

03

20

04

20

05

20

06

20

07

20

08

20

09

20

10

2011

20

12

*

% d

o P

IB

9

52,0

60,4

54,8

50,6

48,4 47,3

45,5

38,5

42,1

39,1

36,4 36,6

35

38

41

44

47

50

53

56

59

62

20

01

20

02

20

03

20

04

20

05

20

06

20

07

20

08

20

09

20

10

2011

20

12

*

% d

o P

IB -23,8%

do PIB

Fonte: BCB

Dívida pública líquida cadente

* Acumulado em 12 meses até março

10 Fonte: BCB

Sistema financeiro sólido

13,8

14,8

16,6

19,0 18,5

17,4 17,8 17,3 17,7

18,9

16,9 16,3 16,1

0

5

10

15

20

20

00

20

01

20

02

20

03

20

04

20

05

20

06

20

07

20

08

20

09

20

10

2011

20

12

*

índice de capital dos bancos brasileiros índice de capital mínimo de Basiléia (8%)

índice de capital mínimo regulatório (11%)

%

Avaliação recente do FMI e Banco Mundial concluiu que “o sistema financeiro brasileiro

é estável, com baixos níveis de risco sistêmico e reservas de liquidez consideráveis”

Índice de Basiléia

* mar 12

11

5

6

7

8

9

10

11

12

13

19

94

19

95

19

96

19

97

19

98

19

99

20

00

2001

2002

20

03

20

04

20

05

20

06

20

07

20

08

20

09

20

10

20

11

20

12

Moody's S&P Fitch

Baa1 / BBB+

Baa2 / BBB

Baa3 / BBB-

Ba1 / BB+

Ba2 / BB

Ba3 / BB-

B1 / B+

B2 / B

B3 / B-

Melhora classificação de risco do Brasil

Fonte: Moody’s / S&P / Fitch

grau de investimento

upgrades em 2011:

• abril: Fitch

• junho: Moody’s

• novembro: S&P

12

Custo das emissões externas em queda

O custo das emissões externas vêm caindo a cada ano e os rendimentos

(yields) estão em níveis historicamente baixos.

*Rendimento no mercado secundário em 18 de maio

Fonte: MF / Bloomberg

5,8

5,2

4,7 4,6

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

6,0

se

t 0

9

set 10

no

v 1

1

atu

al*

% a

o a

no

Global 2041

5,0

4,5

4,2

3,4

3,1

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

5,5

6,0 ab

r 10

jul 10

jul 11

jan 1

2

atu

al*

% a

o a

no

Global 2021

13 Fonte: BCB

Um dos principais destinos para IED

US

$ b

ilhões

*Acumulado em 12 meses até mar/12

Investimento Estrangeiro Direto

3 1 2 1 0 1

3 1 1 1 2 1 2

4

11

19

29 29

33

22

17

10

18

15

19

35

45

26

49

67 64

0

10

20

30

40

50

60

70 1

98

2

19

84

19

86

19

88

19

90

19

92

19

94

19

96

19

98

20

00

20

02

20

04

20

06

20

08

20

10

20

12

*

IED em 2011 na AL

• Brasil: US$ 67 bi.

• México: US$ 19 bi.

• Chile: US$ 14 bi.

• Colômbia: US$ 13 bi.

• Argentina: US$ 7 bi.

14

Agenda de reformas

e investimentos

15

Reformas fiscais e tributárias

• Fundo de previdência complementar do servidor público –

Funpresp

• Desoneração da folha de pagamentos

• Desoneração de investimentos (redução do IPI e PIS/Cofins)

− Portos e ferrovias

− Redes de telecomunicações

• Revisão dos componentes do preço da energia elétrica (em

estudo)

16

Reformas para ampliar a competitividade

• Qualificação da mão de obra

• Concessões à iniciativa privada

− Programa “Ciência sem Fronteiras” - 100 mil bolsas para

graduação e pós-gradução no exterior

− Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego

(Pronatec) - expansão da educação profissional e tecnológica,

totalizando 8 milhões de vagas nos próximos quatro anos

− Aeroportos (4 leiloados e outros em estudo)

− Rodovias, portos e ferrovias (em estudo)

17

Reformas no âmbito do SFN

• Ampliação do Sistema de Informações de Crédito

do Banco Central

• Regulamentação do cadastro positivo (em fase

final)

• Adequação das regras da caderneta de poupança

18 Fonte: Ministério do Planejamento

Investimentos em infraestrutura 2012-2015

Além das reformas, o governo está empenhado em aumentar o investimento em

infraestrutura e moradia

Outros

Transportes

Petróleo e Gás

Energia

Moradia Digna R$ 390 bi.

R$ 300 bi.

R$ 228 bi.

R$ 117 bi.

R$ 160 bi.

(“Minha Casa, Minha Vida”)

Total: R$ 1,2 trilhão

19

Infraestrutura – Projetos

Alguns dos principais projetos de infraestrutura no

mundo estão sendo realizados no Brasil:

− Transportes: Ferrovia Norte-Sul

− Portos: Expansão do Porto de Santos

− Energia Elétrica: Hidrelétrica de Belo Monte

− Petróleo e Gás: Plataformas da Petrobrás

20

Cenário

internacional

21

Sumário do cenário internacional

• Europa: após alívio com LTRO, recidiva com Grécia

• EUA mantém perspectiva de expansão moderada e

gradual redução do nível de desemprego

• China apresenta desaceleração do crescimento,

mantido o cenário de pouso suave

• O cenário internacional permanece caracterizado por

mercados voláteis, baixo crescimento da economia

mundial e com viés neutro para desinflacionário para o

País.

22 Fonte: Bloomberg

Mercados continuam voláteis

Indicadores de volatilidade nos mercados – quanto maiores, mais voláteis estão os mercados

0

10

20

30

40

50

60

70

80 m

ai 07

no

v 0

7

mai 08

nov 0

8

mai 09

nov 0

9

mai 10

nov 1

0

mai 11

nov 1

1

mai 12

ponto

s

VIX VSTOXX Dados até 18 de maio

23 Fonte: Bloomberg

Zona do Euro – Baixo crescimento esperado

-1,0

-0,5

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5 ju

n 1

1

jul 11

ago 1

1

set 11

out 11

nov 1

1

dez 1

1

jan 1

2

fev 1

2

mar

12

abr

12

mai 12

%

2012 2013

-0,3%

1,0%

24 Fonte: Bloomberg

EUA – Redução gradual do desemprego

-1,0

-0,8

-0,6

-0,4

-0,2

0,0

0,2

0,4

0,6

4,0

4,5

5,0

5,5

6,0

6,5

7,0

7,5

8,0

8,5

9,0

9,5

10,0

10,5 abr

05

abr

06

abr

07

abr

08

ab

r 0

9

abr

10

abr

11

abr

12

milh

ões

%

Criação de empregos EUA (dir.) Desemprego EUA (esq.)

25 Fonte: Bloomberg

EUA – Expectativa de crescimento moderado

3,10

2,90

2,35

2,20

2,00

2,20

2,10

2,30 2,20

2,30

3,2

2,75

2,5 2,5

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

jun

11

jul 11

ago 1

1

se

t 11

out 11

nov 1

1

de

z 1

1

jan 1

2

fev 1

2

mar

12

abr

12

ma

i 1

2

%

2012 2013

26 Fonte: Bloomberg

China – Moderação do ritmo de crescimento

* Meta do governo chinês

10.0

11,3

12,7

14,2

9,6 9,2

10,4

9,2

8,1 7,5

0

2

4

6

8

10

12

14

16

20

04

20

05

20

06

20

07

20

08

20

09

20

10

2011

1T

-20

12

20

12

*

var.

% a

nual

27

-3,6

-2,2

-1,0

2,1

2,2

2,4

3,5

3,5

4,0

4,4

4,4

5,3

7,1

7,2

7,6

9,3

9,4

10,0

12,2

Iene

Real

Rupia indonésia

Euro

Dólar australiano

Coroa sueca

Dólar canadense

Franco suíço

Rand sul africano

Coroa norueguesa

Libra

Dólar neozelandês

Peso chileno

Peso mexicano

Lira turca

Zloty polonês

Rublo russo

Peso colombiano

Florim húngaro

Fonte: Bloomberg

Valorização recente do dólar é generalizada

Variação em maio Variação de janeiro a abril

-8,0

-7,8

-7,7

-7,0

-6,2

-6,1

-6,1

-6,1

-5,9

-4,5

-4,5

-4,3

-3,8

-3,8

-3,3

-3,3

-2,7

-2,1

0,9

Dólar neozelandês

Zloty polonês

Florim húngaro

Rand sul africano

Coroa sueca

Real

Rublo russo

Peso mexicano

Dólar australiano

Lira turca

Coroa norueguesa

Peso chileno

Euro

Franco suíço

Dólar canadense

Peso colombiano

Libra

Rupia indonésia

Iene

28

Economia brasileira

em 2012

Atividade econômica

29

Atividade econômica

• Elementos de sustentação da demanda presentes

• Este cenário proporcionará uma retomada mais

consistente da atividade econômica, que deve acelerar-

se no 2º semestre, a despeito do menor dinamismo

observado no primeiro trimestre

− Taxa de desemprego no menor nível histórico

− Economia continua gerando empregos formais

− Renda real do trabalhador permanece em ascensão

− Crédito em expansão

− Massa salarial em expansão

• Flexibilização das condições monetárias e financeiras, e

outras iniciativas de políticas públicas de apoio ao

crescimento

30

Desemprego em níveis historicamente baixos

Fonte: IBGE

% (

dessazonaliz

ado

)

mar 12

5,8%

dados até mar 12

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14 ja

n 0

3

jan 0

4

jan 0

5

jan 0

6

jan 0

7

jan 0

8

jan 0

9

jan 1

0

jan 1

1

jan 1

2

31 Fonte: MTE / BCB

Criação de empregos formais continua positiva

1 milhão e 366 mil empregos

nos últimos 12 meses

(maio 11 - abr 12)

2,1

0,3

2,3

1,4

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

jan 0

7

jul 07

jan 0

8

jul 08

jan

09

jul 0

9

jan 1

0

jul 10

jan 1

1

jul 11

jan 1

2

milh

ões d

e e

mp

regos e

m 1

2 m

eses

32 Fonte: IBGE

Rendimento real dos trabalhadores em ascensão

Rendimento médio dos últimos 12 meses Mar 2012 / 2011

+3,8%

85

90

95

100

105

jan

07

abr

07

jul 07

out 07

jan

08

abr

08

jul 08

out 08

jan

09

abr

09

jul 09

out 09

jan

10

abr

10

jul 10

out 10

jan 1

1

abr

11

jul 11

out 11

jan

12

20

10

= 1

00

33

75

80

85

90

95

100

105

110 ja

n 0

7

abr

07

jul 07

out 07

jan 0

8

abr

08

jul 08

out 08

jan 0

9

abr

09

jul 09

out 09

jan 1

0

abr

10

jul 10

out 10

jan

11

abr

11

jul 11

out 11

jan 1

2

2010 =

100

Fonte: IBGE

Massa salarial em expansão

Massa salarial dos últimos 12 meses Mar 2012 / 2011

+4,7%

34 Fonte: IBGE

Vendas no varejo mantêm ritmo de expansão

dados até mar 12

+ 7,5% (acumulado 12 meses)

6,7% (acumulado 12 meses)

70

75

80

85

90

95

100

105

110 ja

n 0

9

abr

09

jul 09

ou

t 0

9

jan 1

0

abr

10

jul 10

out 10

jan 1

1

ab

r 11

jul 11

out 11

jan 1

2

2007 =

100

Comércio varejista Comércio ampliado

35 Fonte: BCB

Crédito

• Dados recentes sinalizam aumento das

concessões de crédito, redução das taxas de juros

e do spread bancário

• Taxa de inadimplência está se estabilizando no

âmbito do SFN e deve começar a cair ao longo do

segundo semestre

− Aumento da inadimplência nos últimos meses reflete excessos

localizados em alguns segmentos no passado, os quais foram

objeto de ações prudenciais do Banco Central no final de 2010 e

início de 2011.

− Operações realizadas a partir de meados de 2011 apresentam

níveis de inadimplência significativamente menores, o que deve se

refletir nos indicadores agregados ao longo do segundo semestre

36 Fonte: Focus

Crescimento acelera ao longo de 2012 e 2013

Variação acumulada do PIB em 12 meses

Previsão de mercado

1S

12

2S

12

1S

13

37

Inflação

38

4,0

4,5

5,0

5,5

6,0

6,5

7,0

7,5 dez 1

0

jan 1

1

fev 1

1

mar

11

abr

11

mai 11

jun 1

1

jul 11

ago 1

1

set 11

out 11

nov 1

1

dez 1

1

jan

12

fev 1

2

mar

12

abr

12

mai 12

% e

m 1

2 m

eses

IPCA-15 e IPCA INPC IPC-Fipe IPC (10, M e DI)

Fonte: IBGE / Fipe / FGV

Preços ao consumidor

Índices encadeados de IPCA-15 e IPCA; quadrissemanas do IPC-Fipe; IPC-10, IPC-M e IPC-DI

IPC-Fipe (mai) 4,03%

2ª quadrissemana

INPC (abr) 4,88%

IPC-10 (mai) 4,73%

IPCA (abr) 5,10%

39 Fonte: IBGE / BCB

Inflação em processo de convergência à meta

Cenário de

Referência

RI mar/12

0

2

4

6

8

10

jan 0

4

jan 0

5

jan 0

6

jan 0

7

jan 0

8

jan 0

9

jan 1

0

jan

11

jan 1

2

% e

m 1

2 m

eses

40

Considerações

Finais

41

• As concessões de crédito deverão melhorar ao longo dos

próximos meses, em um contexto de menores taxas de juros

e spread bancário, e redução da inadimplência ao longo do

segundo semestre

• O Brasil apresenta sólidos fundamentos macroeconômicos e

importantes colchões de liquidez

• O governo está avançando na agenda de reformas e

realizando investimentos em infraestrutura

• A inflação segue em trajetória de convergência para a meta

• O ritmo da atividade econômica no Brasil irá se acelerar ao

longo de 2012, sustentado pela demanda interna e pela

flexibilização das condições monetárias e financeiras

Perspectivas da economia brasileira

42

Alexandre Tombini

Presidente do Banco Central do Brasil

Maio de 2012

Muito obrigado.