Post on 28-Jan-2016
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Pontifícia Universidade Católica de Goiás
Patologias em Estruturas de
Concreto Armado
Professora: Mayara Moraes
Um dos aspectos essenciais para a
recuperação de estruturas deterioradas é o
conhecimento dos fatores que estão levando
àquela condição, e que podem,
eventualmente, causar a degradação e à
ruína do edifício.
É importante o entendimento dos
mecanismos causadores do processo, bem
como dos danos já causados.
Com isso é possível planejar as ações a
serem desenvolvidas.
AS PATOLOGIAS E OS MECANISMOS DE DEGRADAÇÃO
A ação apenas sobre o
efeito de um mecanismo
de degradação e não
sobre sua causa, não
tem efeito duradouro, e
pode maximizar o
problema já existente.
Exemplos:
- Pintura em paredes
que apresentam
eflorescência, sem a
devida preparação do
substrato.
- Cobrimento de
fissuras com massa
plástica.
Principais Patologias em Concreto
• Ninhos de concretagem
• Concreto segregado
• Corrosão de armaduras
• Abaulamentos
• Deformações estruturais
• Fissuras, trincas e rachaduras
• Etc.
Ninhos de
concretagem
Causas:
Frestas nas fôrmas (escape
da nata de cimento),
Concreto com baixa
trabalhabilidade,
Armaduras pouco
espaçadas,
Vibração insuficiente.
Segregação
• Causas:
– Lançamento do
concreto de grandes
alturas,
– Vibração excessiva,
– Falta de argamassa,
– Transporte longo com
mistura excessiva.
Exposição de armaduras
• Causas:
– Segregação,
– Cobrimento insuficiente,
– Espaçamento insuficiente,
– Alta permeabilidade do
concreto (alta relação a/c),
– Argamassa insuficiente.
Corrosão de armaduras por
ataque de cloretos
• Causas:
– Agentes agressivos no
concreto (águas salinas,
areias contaminadas...),
– Atmosfera imprópria
(salinas, industriais, etc.).
• OBS: Presença de “pites
de corroção”.
Carbonatação por presença
de umidade
Causas:
Acúmulo de água e infiltrações;
Alta permeabilidade do concreto;
Fissuras na superfície do concreto favorecendo a entrada de água presente.
Juntas de concretagem mal executadas;
Presença de ninhos de concretagem.
Embarrigamento da viga
Causas: Fôrmas ou escoras de má qualidade, Desfôrma precoce.
Deformação
estrutural
• Causas:
– Cargas
subdimensionadas,
– Vãos muito grandes.
Má preparação de formas
Fuga de nata de
cimento provocada
pela má calafetação
das formas.
Destacamento parcial
da camada superficial
do concreto, provocado
pela aderência do
concreto à forma.
Calafetação com papel
Má preparação do escoramento
Ausência de cobrimento da armadura
Fissuras, Trincas e Rachaduras.
Descontinuidades que ocorrem em estruturas de
concreto em virtude da sua baixa resistência à tração.
• Ativas: Continuam a evoluir;
• Passivas / inativas: Apresentam-se estabilizadas.
Existem diferenças conceituais entre Fissura, Trinca e Rachadura.
Quais são elas?
FISSURA: Estado em que um determinado objeto ou parte dele apresenta aberturas finas e alongadas na sua superfície. São, geralmente, superficiais e não
implicam, necessariamente, em diminuição da segurança de componentes estruturais.
Exemplo: Argamassa rica em cimento, apresentando pequenas fissuras em direções aleatórias.
Existem diferenças conceituais entre Fissura, Trinca e Rachadura.
Quais são elas?
TRINCA: Estado em que um determinado objeto ou parte dele se apresenta partido, separado em partes.
Pode ter abertura grande ou ser tão fina que é necessário o emprego de instrumentos específicos para
visualizá-la.
Por representarem a ruptura dos elementos, podem diminuir a segurança estrutural de um edifício, de modo que mesmo que seja quase imperceptível, deve ter as
causas minuciosamente pesquisadas.
Existem diferenças conceituais entre Fissura, Trinca e Rachadura.
Quais são elas?
RACHADURA: Estado em que um determinado objeto ou parte dele apresenta uma abertura de tal tamanho
que ocasiona interferências indesejáveis.
Exemplo: Pela rachadura da parede, entra vento e água da chuva.
As rachaduras, por proporcionarem a manifestação de diversos tipos de interferências, devem ser analisadas
caso a caso e serem tratadas antes do seu fechamento.
TRINCA
RACHADURA
FISSURA
TRINCAS, FISSURAS E RACHADURAS
Trinca horizontal próxima do teto
Fissuras em direções aleatórias
Trincas do piso
Trincas do teto
Trincas inclinadas na parede
Abaulamento do piso
Trincas horizontais próximas do piso
Trincas verticais na parede
O QUE PODE ESTAR ACONTECENDO NA CASA DA PÁGINA ANTERIOR?
1 - Trinca horizontal próxima ao teto: pode ocorrer devido ao adensamento da argamassa de assentamento dos tijolos ou falta de encunhamento de qualidade da parede com a viga superior.
2 - Fissuras nas paredes em direções aleatórias: podem ser devidas à falta de aderência da pintura, retração da argamassa de revestimento, retração da alvenaria ou falta de aderência da argamassa ao substrato da parede.
3 - Trincas no piso: podem ser produzidas por vibrações de motores, excesso de peso sobre a laje ou fraqueza da laje. Se as trincas atravessarem a laje até a parte inferior, a gravidade é maior.
4 - Trincas no teto podem ser causadas pelo recalque da laje, falta de resistência da laje ou excesso de peso sobre a laje.
O QUE PODE ESTAR ACONTECENDO NA CASA DA PÁGINA ANTERIOR?
5 - Trincas inclinadas nas paredes: este é um sintoma de recalques. Um dos lados da fundação cedeu mais que o outro.
6 - Abaulamento do piso: pode ser causado por recalque das estruturas, por expansão do sub-solo (solos muito compressíveis, com a presença da água, se expandem e empurram o piso para cima) ou colapso do revestimento.
7 - Trincas horizontais próximas do piso: podem ser causadas pelo recalque da baldrame ou mesmo pela subida da umidade pelas paredes.
8 - Trinca vertical na parede: é causada, geralmente pela falta de amarração da parede com algum elemento estrutural como pilar.
PRINCIPAIS CAUSAS DE TRINCAS E FISSURAS
Trincas causadas por
retração hidráulica
• Variação da umidade do ar durante o dia. - Paredes com propriedades
higroscópicas; - Absorção e perda de
umidade; - Expansão e retração.
• Se o revestimento das paredes
não tiver condições de acompanhar o movimento de expansão/retração, trincam e destacam.
Trincas causadas pela retração térmica
A argamassa de revestimento, a tinta e outros materiais que são aplicados úmidos, retraem ao secar.
- Quanto mais água contém o material, maior a retração.
- Quanto maior o calor produzido nas reações de hidratação
do cimento, maior a retração.
Trincas causadas pela retração térmica
Trincas causadas por dilatação
Os materiais aumentam e diminuem de tamanho em função da variação da temperatura do meio ambiente.
• Os raios solares incidindo diretamente sobre a laje de cobertura, produzem muito calor, fazendo com que a laje de cobertura atinja temperaturas altas.
• O concreto não é um bom condutor de calor, de modo que a parte de baixo da laje não esquenta tanto.
• Essa diferença de temperatura flete a laje, fazendo com que ela fique ligeiramente abaulada para cima.
Como a laje está solidamente engastada nas paredes, ao dilatar, ela
leva junto parte da parede. Então surgem trincas inclinadas nos
cantos das paredes.
Trincas causadas por dilatação
TRINCAS CAUSADAS POR ENCUNHAMENTO MAL FEITO
TRINCAS POR ERRO DE CÁLCULO
O colocador das guias não
levou em consideração que no
local havia uma junta de
dilatação térmica.
TRINCAS POR MAL USO DA ESTRUTURA
Haste fixada com parafusos
chumbados diretamente na laje de
cobertura. O parafuso, muito
comprido, furou a manta de
impermeabilização!
Trincas por colapso do emboço
Infiltração de água ataca o revestimento, lava a cal e faz com
que o revestimento perca aderência e solte a pintura.
Fissuras por ações Químicas
Reação Álcali-agregado Corrosão de Armaduras
Fissuras Estruturais
• Por recalque de fundação
• Por tração
• Por compressão
• Por flexão
• Por força cortante
• Abertura variável nas vigas ligadas aos pilares que
recalcaram.
• Aberturas maiores das fissuras na parte superior das vigas.
• O tamanho das fissuras depende do tamanho do recalque.
TRINCAS POR RECALQUE DE FUNDAÇÃO
TRINCAS POR RECALQUE DE FUNDAÇÃO
O excesso de peso, a acomodação do prédio, a fraqueza do material ou do terreno fazem com
que a peça se deforme ou afunde.
Fissuras por tração
Geralmente, ortogonais à direção da força,
Atravessam toda a seção.
OBS: a resistência à tração do concreto é muito pequena!!
Fissuras por compressão
• Geralmente, paralelas à força.
• Podem cruzar-se entre si.
Fissuras por flexão
• Começam no lado tracionado das peças e avançam até
a linha neutra.
• São mais abertas no lado tracionado da seção e vão
diminuindo de abertura à medida que chegam perto da
linha neutra.