Post on 28-Jul-2015
PAP - Contributo para a divulgação do Enoturismo como factor de promoção dos Vinhos Verdes
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Identificação do aluno
Nome: António Manuel Rodrigues Pinto
Morada: Vale do Atão – Castelo de Paiva
Localidade: Castelo de Paiva
Telemóvel: 916444747
Nº: 8
Turma: VE16
Curso: Técnico de Viticultura e Enologia
Identificação da empresa
Empresa: SEEC (Sociedade de Estudo Económicos, Lda.)
Morada: Avenida 1º de Maio – Prédio Carvalhinho 4º piso
Código Postal: 4600
Localidade: Amarante
Telefone: 255 432732
Fax: 255 433333
E-mail: fisaac@seec.pt
O Orientador O Aluno
(Dr. Manuel Fernando Pinto) (António Pinto)
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Agradecimentos
Antes de efectuar o desenvolvimento da minha Prova de Aptidão Profissional (PAP),
senti o dever de prestar os meus agradecimentos àqueles que, directamente ou
indirectamente, contribuíram para que fosse possível a sua concretização.
Por isso, quero deixar bem expresso os meus agradecimentos muito especiais, ao Dr.
Manuel Pinto Orientador da Prova de Aptidão Profissional e de igual modo á Dr. Sr.ª Margarida
Torres.
Agradeço com a mesma atenção, à Empresa, SEEC (Sociedade de Estudo
Económicos, Lda.), pelo facto de ter disponibilizado o local.
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Resumo
Enoturismo é um novo produto turístico que está a surgir e que Getz (2000) definiu
como englobando três componentes interligadas: turismo baseado na atracção de uma região
vinícola e dos seus produtos; forma de marketing e desenvolvimento de um destino ou região;
e oportunidade de marketing e vendas directas por parte dos produtores de vinho. Assim, o
Enoturismo, isto é, o turismo em espaço rural ligado ao tema o vinho e a vinha, constitui um
produto ainda largamente inexplorado em numerosas regiões vitícolas. No entanto, o turismo
bem como a vitivinicultura representam para as regiões da União Europeia e Portugal em
particular, um sector estratégico em termos de emprego e influência sobre as outras
actividades económicas.
Portugal é um país rico em regiões vitivinícolas, maioritariamente localizadas nas
regiões do interior, onde determinados produtores vitivinícolas de cada região se organizaram
e constituíram 11 rotas de vinhos. Estas 11 rotas são a face mais visível na divulgação dos
vinhos e do Enoturismo em Portugal, sendo uma ferramenta importante, por um lado, para o
desenvolvimento de novos produtos turísticos e diversificação da oferta e, por outro, como
forma de promoção de determinados locais, tentando combater as assimetrias regionais e
captando novos investimentos para o turismo.
Neste trabalho vou falar dos seguintes aspectos:
A Região Demarcada dos Vinhos Verdes;
O Enoturismo e as suas potencialidades na região;
Os vectores estratégicos do Enoturismo;
Apresentação de uma proposta para a rota de vinhos verdes como vector determinante
para o Enoturismo e para o desenvolvimento de sector vitícola desta região.
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1. Índice2. Introdução............................................................................................................................................5
3. A Região Demarcada dos Vinhos Verdes .............................................................................................6
4. O conceito de Enoturismo e as suas potencialidades na região..........................................................9
5. Os vectores estratégicos do Enoturismo ...........................................................................................13
6. Rotas dos Vinhos Verdes....................................................................................................................14
7. Proposta para a Rota de Vinhos Verdes como vector determinante para o Enoturismo e para o
desenvolvimento de sector vitícola desta região. .....................................................................................17
8. Conclusão ...........................................................................................................................................20
9. Bibliografia .........................................................................................................................................21
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2. IntroduçãoUm dos vectores estratégicos de desenvolvimento para o sector do turismo aponta para
a diversificação da oferta e para a potencialização dos recursos turísticos existentes em cada
região, de forma a valorizar o que de mais singular e único pode oferecer cada uma.
Tendo por base a análise das grandes tendências da procura internacional, o Plano
Estratégico Nacional do Turismo (PENT) definiu 10 produtos seleccionados em função da sua
quota de mercado e potencial de crescimento, bem como da aptidão e potencial competitivo de
Portugal, nos quais deverão assentar as políticas de desenvolvimento e capacitação da oferta
turística do país. Entre os 10 produtos considerados estratégicos surge a Gastronomia e
Vinhos, onde se insere o Enoturismo.
Neste contexto, o património vitícola nacional e a produção de vinhos de qualidade
produzidos em regiões determinadas têm vindo a assumir-se como elementos que configuram
o produto turístico “Enoturismo" que, associado às vertentes ambientais, culturais e
gastronómicas das regiões vitícolas, pode constituir um factor de animação e diversidade da
oferta turística nacional, com efeitos positivos na redução da sazonalidade e no
desenvolvimento de fluxos direccionados para zonas de menor concentração da procura
turística.
“Portugal é um país rico em regiões vitivinícolas de norte a sul e com fortes tradições de
consumo de vinho, sendo o sector vitivinícola de grande importância para a economia
nacional” (Costa e Dolgner, 2003).
Grande parte dessas regiões vitivinícolas localizam-se em regiões de interior, onde
determinados produtores vitivinícolas se organizaram e constituíram 11 rotas de vinhos, sendo
estas a face mais visível da prática do Enoturismo em Portugal.
As rotas dos vinhos, como instrumentos privilegiados de organização e divulgação do
Enoturismo, devem constituir pólos catalisadores das potencialidades que as regiões vitícolas
encerram em si, funcionando como alavancas do desenvolvimento local e regional.
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3. A Região Demarcada dos Vinhos Verdes
A actual Região Demarcada dos Vinhos Verdes (Figura1) estende-se por todo o
noroeste do país, na zona tradicionalmente conhecida como Entre-Douro-e-Minho. Tem como
limites a norte o rio Minho (fronteira com a Galiza), a nascente e a sul zonas montanhosas que
constituem a separação natural entre o Entre-Douro-e-Minho Atlântico e as zonas do país mais
interiores de características mais mediterrânicas, e por último o Oceano Atlântico que constitui
o seu limite a poente.
O Vinho Verde é um vinho naturalmente leve e fresco, produzido na Região
Demarcada dos Vinhos Verdes, no noroeste de Portugal, uma região costeira geograficamente
bem localizada para a produção de excelentes vinhos brancos. Com baixo teor alcoólico, e
portanto menos calórico, o Vinho Verde é um vinho frutado, fácil de beber, óptimo como
aperitivo ou em harmonização com refeições leves e equilibradas: saladas, peixes, mariscos,
carnes brancas, tapas, sushi, sashimi e outros pratos internacionais.
A flagrante tipicidade e originalidade destes vinhos é o resultado, por um lado, das
características do solo, clima e factores sócio-económicos da Região dos Vinhos Verdes, e,
por outro, das peculiaridades das castas autóctones da região e das formas de cultivo da
vinha. Destes factores resulta um vinho naturalmente leve e fresco, diferente dos restantes
vinhos do mundo
Questões de ordem cultural, microclimas, tipos de vinho, encepamentos e modos de
condução das vinhas levaram à divisão da CVRVV - Região Viticultura da Região dos Vinhos
Verdes em nove sub-regiões:
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Figura 1. As Sub-Regiões do Vinho Verde
Amarante: integrando os concelhos de Amarante e Marco de Canaveses;
Ave: integrando os concelhos de Vila Nova de Famalicão, Fafe, Guimarães,
Santo Tirso, Trofa, Póvoa de Lanhoso, Vieira do Minho, Póvoa de Varzim, Vila do
Conde e o concelho de Vizela, com excepção das freguesias de Vizela (Santo Adrião)
de Barrosas (Santa Eulália);
Baião: integrando os concelhos de Baião, Resende (excepto a freguesia de
Barrô) e Cinfães (excepto as freguesias de Travanca e Souselo);
Basto: integrando os concelhos de Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto,
Mondim de Basto e Ribeira de Pena;
Cávado: integrando os concelhos de Esposende, Barcelos, Braga, Vila Verde,
Amares e Terras de Bouro;
Lima: integrando os concelhos de Viana do Castelo, Ponte de Lima, Ponte da
Barca e Arcos de Valdevez;
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Figura 1. As Sub-Regiões do Vinho Verde
Amarante: integrando os concelhos de Amarante e Marco de Canaveses;
Ave: integrando os concelhos de Vila Nova de Famalicão, Fafe, Guimarães,
Santo Tirso, Trofa, Póvoa de Lanhoso, Vieira do Minho, Póvoa de Varzim, Vila do
Conde e o concelho de Vizela, com excepção das freguesias de Vizela (Santo Adrião)
de Barrosas (Santa Eulália);
Baião: integrando os concelhos de Baião, Resende (excepto a freguesia de
Barrô) e Cinfães (excepto as freguesias de Travanca e Souselo);
Basto: integrando os concelhos de Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto,
Mondim de Basto e Ribeira de Pena;
Cávado: integrando os concelhos de Esposende, Barcelos, Braga, Vila Verde,
Amares e Terras de Bouro;
Lima: integrando os concelhos de Viana do Castelo, Ponte de Lima, Ponte da
Barca e Arcos de Valdevez;
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Figura 1. As Sub-Regiões do Vinho Verde
Amarante: integrando os concelhos de Amarante e Marco de Canaveses;
Ave: integrando os concelhos de Vila Nova de Famalicão, Fafe, Guimarães,
Santo Tirso, Trofa, Póvoa de Lanhoso, Vieira do Minho, Póvoa de Varzim, Vila do
Conde e o concelho de Vizela, com excepção das freguesias de Vizela (Santo Adrião)
de Barrosas (Santa Eulália);
Baião: integrando os concelhos de Baião, Resende (excepto a freguesia de
Barrô) e Cinfães (excepto as freguesias de Travanca e Souselo);
Basto: integrando os concelhos de Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto,
Mondim de Basto e Ribeira de Pena;
Cávado: integrando os concelhos de Esposende, Barcelos, Braga, Vila Verde,
Amares e Terras de Bouro;
Lima: integrando os concelhos de Viana do Castelo, Ponte de Lima, Ponte da
Barca e Arcos de Valdevez;
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Monção e Melgaço: integrando os concelhos de Monção e Melgaço;
Paiva: integrando o concelho de Castelo de Paiva, e, no concelho de Cinfães,
as freguesias de Travanca e Souselo;
Sousa: integrando os concelhos de Paços de Ferreira, Paredes, Lousada,
Felgueiras, Penafiel e, no concelho de Vizela, as freguesias de Vizela (Santo Adrião) e
Barrosas (Santa Eulália).
Os vinhos produzidos na Região estão sujeitos a uma rigorosa inspecção para
poderem ser classificados de «Vinho Verde». A lista dos condicionalismos é enorme, tendo
sempre em conta o objectivo qualidade. À CVRVV cabe garantir a tipicidade e genuinidade
destes vinhos, cuja disciplina de produção tem por objectivo a defesa do património regional e
nacional que constituiu a sua Denominação de Origem. O controlo analítico é efectuado no
Laboratório da CVRVV, Acreditado pelo IPQ – Instituto Português da Qualidade - desde 1998,
que verifica a conformidade legal das características analíticas dos vinhos e aguardentes da
Região. Por fim, há ainda uma disciplina de rotulagem a que os Vinhos Verdes têm de
obedecer. Para o efeito, a CVRVV editou o respectivo regulamento baseado nas normativas
comunitárias.
O aumento da exportação que se verificou nos últimos 20 anos para o mercado da
Comunidade e, em particular para os países com elevados índices de emigrantes portugueses,
para a qual contribui de forma decisiva a livre circulação, representa para os Vinhos Verdes
mais de metade do volume total exportado. O avanço de novas tecnologias de vinificação
tendo por base a diversificação da oferta, a experimentação de novos equipamentos
tecnológicos, dotando as estruturas de transformação e conservação, foram factores que em
muito contribuíram para o incremento comercial dos Vinhos Verdes e para o aparecimento no
mercado de uma gama enorme de marcas de vinho.
A aplicação da legislação comunitária na Região Demarcada dos Vinhos Verdes foi
determinante para o futuro dos seus vinhos. De entre as mais importantes transformações
institucionais, deve salientar-se aquela que se prende com a aplicação ao Vinho Verde da
classificação de VQPRD na nomenclatura oficial da União Europeia (Vinho de Qualidade
Produzido em Região Determinada). Deste modo se assegurou o prestígio deste vinho, se
criou e se impôs o conceito de qualidade e tradição ligadas ao Vinho Verde.
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4. O conceito de Enoturismo e as suas potencialidades na região
O conceito de Enoturismo é ainda recente pelo que a sua definição se encontra ainda em
formação. Na opinião de O’Neil e Chartes (2000) o Enoturismo – “turismo em espaço rural
ligado ao vinho e à vinha e é uma área forte e de grande crescimento dentro do turismo”.
Hall, citado por Costa (2003), define o Enoturismo através da “visita a vinhas e
estabelecimentos vinícolas, festivais e espectáculos de vinho, de modo a provarem os vinhos
dessas regiões”, sendo estes os factores da visita
Apesar de ser considerado um produto turístico, a definição e conceptualização do
Enoturismo não resultou de uma aproximação coerente.
Hall & Macionis, (1998) definiram enoturismo “como as visitas realizadas a
vinhedos e a adegas, feiras de vinhos e outros eventos relacionados, onde se realizam
provas, constituindo a principal motivação do visitante a busca dos atributos próprios
do vinho e de cada região vinícola”. Hall, Mitchell (2000) acrescenta o seguinte texto,
“…constituindo o principal factor motivacional dos visitantes”.
Por sua vez, Getz, Brown, (2000) afirmaram que existem ainda 3 grandes forças
intervenientes no mercado: os produtores de vinhos, as agências de turismo (que
representam os destinos turísticos) e os consumidores.
Todavia, segundo Charters, Ali-Knight (2002) a mais recente definição que
aparece mencionada na Western Australian Wine Tourism Strategy (2000), tenta
consolidar todos os estudos de investigação efectuada, estabelece que o Enoturismo
“corresponde às viagens efectuadas com o propósito de visitar adegas, regiões
vinícolas e o seu modo de vida. O Enoturismo é assim um produto que combina a
prestação de um serviço com o marketing do destino”.
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3.1- Potencialidades
O Enoturismo, devem ser catalisadoras das potencialidades que as regiões
vitícolas encerram em si, contribuindo desse modo para o desenvolvimento da
Região Demarcada e para a melhoria das condições de vida das populações rurais.
Neste sentido existem determinados pilares no Enoturismo que podem ser
representados de acordo com a figura 2.
Figura 2. Os pilares do Enoturismo
Deste modo, toda a envolvente de estudos aponta para que o Enoturismo seja
simultaneamente uma forma de comportamento do consumidor, uma estratégia de
desenvolvimento de um destino, um conjunto de atracções e encenações relacionadas
com o mercado dos vinhos e, finalmente, uma oportunidade de marketing para os
produtores vinícolas promoverem e venderem os seus produtos directamente aos
consumidores.
Sendo o vinho uma bebida que está associada ao convívio, à tranquilidade, ao
relax e à fraternidade, em termos práticos podemos afirmar que, em boa medida,
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3.1- Potencialidades
O Enoturismo, devem ser catalisadoras das potencialidades que as regiões
vitícolas encerram em si, contribuindo desse modo para o desenvolvimento da
Região Demarcada e para a melhoria das condições de vida das populações rurais.
Neste sentido existem determinados pilares no Enoturismo que podem ser
representados de acordo com a figura 2.
Figura 2. Os pilares do Enoturismo
Deste modo, toda a envolvente de estudos aponta para que o Enoturismo seja
simultaneamente uma forma de comportamento do consumidor, uma estratégia de
desenvolvimento de um destino, um conjunto de atracções e encenações relacionadas
com o mercado dos vinhos e, finalmente, uma oportunidade de marketing para os
produtores vinícolas promoverem e venderem os seus produtos directamente aos
consumidores.
Sendo o vinho uma bebida que está associada ao convívio, à tranquilidade, ao
relax e à fraternidade, em termos práticos podemos afirmar que, em boa medida,
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3.1- Potencialidades
O Enoturismo, devem ser catalisadoras das potencialidades que as regiões
vitícolas encerram em si, contribuindo desse modo para o desenvolvimento da
Região Demarcada e para a melhoria das condições de vida das populações rurais.
Neste sentido existem determinados pilares no Enoturismo que podem ser
representados de acordo com a figura 2.
Figura 2. Os pilares do Enoturismo
Deste modo, toda a envolvente de estudos aponta para que o Enoturismo seja
simultaneamente uma forma de comportamento do consumidor, uma estratégia de
desenvolvimento de um destino, um conjunto de atracções e encenações relacionadas
com o mercado dos vinhos e, finalmente, uma oportunidade de marketing para os
produtores vinícolas promoverem e venderem os seus produtos directamente aos
consumidores.
Sendo o vinho uma bebida que está associada ao convívio, à tranquilidade, ao
relax e à fraternidade, em termos práticos podemos afirmar que, em boa medida,
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estamos a inserir directamente o Enoturismo na análise das características e
comportamentos dos consumidores e, nos dias de hoje, na essência do turismo actual.
O Enoturismo tem-se tornado nos últimos anos uma estratégia de diversificação
dos produtores de vinho, em especial dos pequenos produtores, cujas propriedades
incluem muitas vezes um potencial turístico imenso. O Enoturismo consiste em alargar
o conceito de produto e torná-lo numa experiência, que pode incluir uma visita à
adega, uma prova de vinhos, uma estadia numa unidade rural ou de charme ou até
mesmo uma participação numa vindima, um tratamento num “spa” com produtos
vínicos, ou uma simples refeição temática. Esta pratica começa a ser implementada
nesta região dos vinhos verdes no sentido de atrair mais turistas.
No fundo, tudo o que rodeia a vinha, a vinificação e o vinho pode ser
aproveitado para o turismo, dado o carisma e a beleza que a estes estão associados.
“Para além dos produtores, esta forma de turismo alarga ainda os benefícios a toda a
região, sendo uma excelente forma de atrair visitantes a áreas do interior, muitas
vezes empobrecidas, rurais e com poucas fontes de rendimento” (Scherrer et al, 2009).
“É uma forma de dinamização da economia que deveria ser desenvolvida” (Howley,
van Westering, 2008).
O Enoturismo ganha especial importância em Portugal, porque, como já referi a
maioria das empresas que compõem o sector no país, e, particularmente, esta região
dos vinhos verdes, são muitas vezes pequenas herdades e quintas com
extraordinários edifícios com as mais variadas dimensões, uns mais rústicos, outros
mais nobres, mas todos com características únicas e extremamente vincadas, que
tornam o universo vitivinícola deste região tão diversificado, não só pelos edifícios,
mas também porque, é notória a diversidade de paisagens, topografias, vegetação, e
até condições climáticas que aqui existem e que de facto poderão tornar esta região
num destino preferencial para os Enoturistas.
Para além da receita directa com esta actividade, o Enoturismo é uma excelente
forma de promoção do vinho e da Marca, para além de ser uma forma de distribuição
de produto através da venda directa pela adega. Não são só as pequenas empresas
que poderão apostar nesta estratégia, as grandes empresas também a utilizam, muitas
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vezes como forma de promoção, com visitas a adegas ou caves, com maior incidência
no caso do vinho do Porto.
Como é que se desenvolveu o Enoturismo? Foi uma questão a que os
investigadores, Michael Howley e Jetske van Westering, em 2007, tentaram responder
ao desenvolverem um interessante caso de estudo para o mercado inglês. Estes
investigadores utilizando uma metodologia que assentava, no estudo qualitativo com
entrevistas profundas a líderes de opinião do sector, tais como, responsáveis de
associações, entidades e promotores.
Neste estudo os investigadores começam por alertar que as razões de sucesso
em regiões como Rioja e o Texas prendem-se com a necessidade de organização ao
nível da empresa e da região, mas também com a necessidade da criação de redes e
parcerias, sendo visíveis os benefícios da existência de rotas do vinho para os
produtores. Depois do tratamento das entrevistas as conclusões do estudo foram as
seguintes:
-Necessidade de incorporação de atracções adicionais;
-Inclusão das diferentes propriedades e vinhas em visitas organizadas;
-Polarização crescente entre pequenos e grandes produtores;
-Falta de promoção conjunta por parte dos produtores.
Já O´Neill e Palmer (2006), no seu estudo, “Wine Production and Tourism:
Adding Service to a Perfect PartnerShip” centram-se no enoturista, analisando uma
amostra de visitantes de adegas australianas, ficando marcada a exigência de
qualidade por parte destes consumidores que referem como sendo o mais importante
o pessoal que acompanha a visita, referindo factores como, o seu conhecimento, a
sua disponibilidade e a segurança com que respondem a questões, como os mais
importantes para o sucesso dos empreendimentos.
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5. Os vectores estratégicos do Enoturismo
Um dos vectores estratégicos de desenvolvimento para o sector do turismo aponta
para a diversificação da oferta e para a potencialização dos recursos turísticos existentes em
cada região, de forma de valorizar o que de mais singular e único pode oferecer cada uma.
Tendo por base a análise das grandes tendências da procura internacional, o
Plano Estratégico Nacional do Turismo (PENT) definiu 10 produtos seleccionados em função
da sua quota de mercado e potencial de crescimento, bem como da aptidão e potencial
competitivo de Portugal, nos quais deverão assentar as políticas de desenvolvimento e
capacitação da oferta turística do país. Entre os 10 produtos considerados estratégicos
surge a Gastronomia e Vinhos, onde se insere o Enoturismo.
Neste contexto, o património vitícola nacional e a produção de vinhos de qualidade
produzidos em regiões determinadas têm vindo a assumir-se como elementos que
configuram o produto turístico “Enoturismo" que, associado às vertentes ambientais,
culturais e gastronómicas das regiões vitícolas, pode constituir um factor de animação e
diversidade da oferta turística nacional, com efeitos positivos na redução da
sazonalidade e no desenvolvimento de fluxos direccionados para zonas de menor
concentração da procura turística.
“Portugal é um país rico em regiões vitivinícolas de norte a sul e com fortes tradições de
consumo de vinho, sendo o sector vitivinícola de grande importância para a economia
nacional” (Costa e Dolgner, 2003).
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6. Rotas dos Vinhos Verdes
As Rotas do Vinho permitem que os visitantes contactem mais facilmente com o mundo
rural. Contribuem para a preservação da autenticidade de cada região através da divulgação
do seu artesanato, do património paisagístico, arquitectónico e museológico e da gastronomia,
contribuindo para o combate à desertificação e aos constrangimentos de algumas zonas
rurais. São, também, uma solução para a dinamização das regiões demarcadas. Existem,
actualmente, onze Rotas do Vinho a funcionar em Portugal, (Figura 3).
Segundo o Instituto de Turismo de Portugal, as Rotas de Vinho são instrumentos
privilegiados de organização e divulgação do Enoturismo, podem ser catalisadoras das
potencialidades que as regiões encerram, contribuindo, desse modo, para o desenvolvimento
local e para a melhoria das condições de vida das populações rurais. Deste modo, as Rotas de
Vinho são factor de diversificação da oferta turística nacional, nomeadamente sempre que
estimulem o aproveitamento turístico das adegas, caves e quintas associadas à produção do
vinho, bem como dos atractivos paisagísticos, etnográficos e culturais.
Figura 3. As rotas do vinho em Portugal
A Rota dos Vinhos Verdes tem por objectivo estimular o desenvolvimento do potencial
turístico da Região Demarcada dos Vinhos Verdes nas diversas vertentes da actividade
vitivinícola e da produção de vinhos de Qualidade. Integra um conjunto de locais dentro da
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6. Rotas dos Vinhos Verdes
As Rotas do Vinho permitem que os visitantes contactem mais facilmente com o mundo
rural. Contribuem para a preservação da autenticidade de cada região através da divulgação
do seu artesanato, do património paisagístico, arquitectónico e museológico e da gastronomia,
contribuindo para o combate à desertificação e aos constrangimentos de algumas zonas
rurais. São, também, uma solução para a dinamização das regiões demarcadas. Existem,
actualmente, onze Rotas do Vinho a funcionar em Portugal, (Figura 3).
Segundo o Instituto de Turismo de Portugal, as Rotas de Vinho são instrumentos
privilegiados de organização e divulgação do Enoturismo, podem ser catalisadoras das
potencialidades que as regiões encerram, contribuindo, desse modo, para o desenvolvimento
local e para a melhoria das condições de vida das populações rurais. Deste modo, as Rotas de
Vinho são factor de diversificação da oferta turística nacional, nomeadamente sempre que
estimulem o aproveitamento turístico das adegas, caves e quintas associadas à produção do
vinho, bem como dos atractivos paisagísticos, etnográficos e culturais.
Figura 3. As rotas do vinho em Portugal
A Rota dos Vinhos Verdes tem por objectivo estimular o desenvolvimento do potencial
turístico da Região Demarcada dos Vinhos Verdes nas diversas vertentes da actividade
vitivinícola e da produção de vinhos de Qualidade. Integra um conjunto de locais dentro da
PAP - Contributo para a divulgação do Enoturismo como factor de promoção dos Vinhos Verdes
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6. Rotas dos Vinhos Verdes
As Rotas do Vinho permitem que os visitantes contactem mais facilmente com o mundo
rural. Contribuem para a preservação da autenticidade de cada região através da divulgação
do seu artesanato, do património paisagístico, arquitectónico e museológico e da gastronomia,
contribuindo para o combate à desertificação e aos constrangimentos de algumas zonas
rurais. São, também, uma solução para a dinamização das regiões demarcadas. Existem,
actualmente, onze Rotas do Vinho a funcionar em Portugal, (Figura 3).
Segundo o Instituto de Turismo de Portugal, as Rotas de Vinho são instrumentos
privilegiados de organização e divulgação do Enoturismo, podem ser catalisadoras das
potencialidades que as regiões encerram, contribuindo, desse modo, para o desenvolvimento
local e para a melhoria das condições de vida das populações rurais. Deste modo, as Rotas de
Vinho são factor de diversificação da oferta turística nacional, nomeadamente sempre que
estimulem o aproveitamento turístico das adegas, caves e quintas associadas à produção do
vinho, bem como dos atractivos paisagísticos, etnográficos e culturais.
Figura 3. As rotas do vinho em Portugal
A Rota dos Vinhos Verdes tem por objectivo estimular o desenvolvimento do potencial
turístico da Região Demarcada dos Vinhos Verdes nas diversas vertentes da actividade
vitivinícola e da produção de vinhos de Qualidade. Integra um conjunto de locais dentro da
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Região associados à vinha e ao vinho, organizados em rede e devidamente sinalizados, que
possam suscitar um reconhecido interesse por parte do turista, através de uma oferta
rigorosamente seleccionada e caracterizada. Integram a Rota cerca de 67 aderentes, entre os
quais adegas cooperativas, produtores-engarrafadores, armazenistas-vinificadores,
associações de cooperativas, restaurantes e associações de viticultores. Todos estes
aderentes foram vistoriados e certificados como tendo nas suas instalações todos os critérios
exigíveis para uma recepção aos enoturistas de alta qualidade. A Rota dos Vinhos Verdes
possui um gabinete de apoio e central de reservas com atendimento disponível para apoiar os
interessados e acompanhar grupos (Figura 4).
Figura 4. Rota dos Vinhos Verdes
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7. Proposta para a Rota de Vinhos Verdes como vectordeterminante para o Enoturismo e para odesenvolvimento de sector vitícola desta região.
Nos últimos anos o aparecimento de várias rotas temáticas tornou-se numa ferramenta
importante, por um lado, para o desenvolvimento de novos produtos turísticos e
diversificação da oferta e, por outro, como forma de promoção de determinados locais
e/ou regiões.
1. Estimular o desenvolvimento do potencial turístico da Região nas diversas
vertentes da cultura vitivinícola e da produção de vinhos de qualidade;
2. Promover os vinhos da Região, através de acções de divulgação e criação de
espaços para provas de vinhos, permitindo, assim, um aumento de receitas
dos produtores.
Para que um produtor / empresa possa integrar uma rota de vinhos terá de
preencher, obrigatoriamente, quatro tipos de critérios:
1. Critérios ligados ao vinho: os aderentes devem estar ligados directa ou
indirectamente à cultura da vinha e do vinho das Regiões Demarcadas,
devendo os vinhos disponíveis para prova ou venda ser certificados;
2. Critérios ligados à visita: os aderentes estão obrigados a preparar uma
visita organizada, da qual deverá constar o acolhimento, apresentação da
empresa, instalações, enquadramento da região. Devem ainda ser mostradas
as instalações, elucidando os visitantes das várias práticas ligadas à vinificação
preferencialmente por pessoal especializado ou pelos responsáveis pelas
instalações.
3. Critério ligado às infra-estruturas disponíveis: incluindo o estado das
acessibilidades, do estacionamento, do acolhimento e das instalações
sanitárias de apoio aos visitantes;
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4. Critério ligado aos serviços prestados: para os visitantes de carácter vitivinícola
é fundamental que a visita às instalações seja guiada e que inclua a prova e
venda de vinho.
Uma rota do vinho é constituída por um conjunto de locais, organizados em rede,
devidamente sinalizados, dentro de uma região demarcada, que possam suscitar um
efectivo interesse turístico e que podem incluir:
- Locais com ofertas de vinhos certificados da região, provenientes de produtores
engarrafadores, adegas cooperativas, enotecas e afins;
- Centros de interesse vitivinícola que possam incluir aspectos ligados à vitivinicultura,
arquitectónicos, paisagísticos, que estando directa ou indirectamente ligados à cultura
da vinha e do vinho, possam reconhecidamente reforçar o interesse da rota;
- Empreendimentos turísticos ou casas TER que directa ou indirectamente estão
ligados à cultura da vinha e do vinho das regiões demarcadas.
No âmbito das rotas dos vinhos estão ainda previstas uma série de
actividades, que podemos resumir em:
- Visitas de carácter vitivinícola centradas na cultura vitivinícola e nos vinhos da
Região;
Determinada (vinha; processos de vinificação; envelhecimento; produto final);
- Informação geológica da zona em questão;
Visitas a centros de interesse vitivinícola (museus, ruínas, artesanato regional, pontos
de venda directa ou indirectamente ligados com a cultura vitivinícola e que constituam
um ponto de interesse turístico);
- Alojamento, nomeadamente o TER, devidamente licenciados, que por
estarem directa ou indirectamente ligados à cultura vitivinícola possam constituir uma
boa alternativa de alojamento para os visitantes;
- Serviço de refeições, desde que incluindo gastronomia típica da região nas
ementas e suportando uma lista de vinhos certificados da Região Demarcada;
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- Animação turística, incluindo passeios nas vinhas, passeios de barco,
informação sobre o modo de fabrico do vinho (vídeos), passeios guiados, provas,
festas, quiosques multimédia, envolvimento de empresas de aluguer de veículos,
postos de informação turística.
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8. ConclusãoO desenvolvimento turístico duma região aponta para a diversificação da oferta
e para a potencialização dos recursos turísticos existentes em cada região, e assim
valorizar o que de importante temos em cada região. Os produtos que pretendo
apresentar têm por base a análise das grandes tendências da procura nacional e
internacional nesta região dos vinhos verdes, e aí surge a Gastronomia e Vinhos, onde
se insere o “Enoturismo”.
Deste modo, o património vitícola da Região Demarcada dos Vinhos Verdes
tem vindo a assumir-se como elemento importante para a divulgação do produto
turístico que denominamos de “Enoturismo". Pretendo, na medida do possível,
contribuir para um conhecimento mais aprofundado do sector vitícola da região e
analisar a complementaridade com outros produtos turísticos, contribuindo assim para
um maior enriquecimento em termos de desenvolvimento estratégico.
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9. Bibliografia
www.instituto-camoes.pt/lextec/por/domain_8/definition/15774.html
www.vinhoverde.pt
www.ambitur.pt/mgallery/?obj=612