Post on 01-Dec-2018
Órgãos dos sentidos
Juliana Normando Pinheiro
Morfofuncional V
www.bloganatomiaveterinaria.wordpress.com
AUDIÇÃO
Orelha
Funções: Audição e Equilíbrio
Divisão:
Orelha externa
Orelha Média
Orelha interna
Orelha externa
Estende-se do exterior à membrana timpânica
Divisão:
o Pavilhão auricular (Aurícula)
o Capta as ondas sonoras
o Meato acústico externo
o Canal que liga o pavilhão à membrana timpânica (Tímpano)
Pavilhão Auricular
Formato de funil
Constituído por uma cartilagem elástica
Movimenta-se pela ação de músculos auriculares específicos
Volta-se em direção a origem do som
Pavilhões E e D podem mover-se independentemente
Meato Acústico Externo
Conecta o pavilhão auricular à membrana timpânica
Possui glândulas sebáceas e ceruminosas ( proteção)
Possui um ramo vertical e outro horizontal
o Dificulta a visualização pelo otoscópio
Orelha Média
Estende-se da membrana timpânica ao vestíbulo
Divisão
Membrana timpânica- Vibra com as ondas sonoras
Cavidade timpânica - É um espaço preenchido com ar dentro do osso temporal
Possui 3 Ossículos (Martelo, Bigorna e Estribo) - Transmite as vibrações
do tímpano p/ orelha interna
• Comunica-se com a nasofaringe através do óstio timpânico da Tuba auditiva
• Encontra-se fechada, exceto na deglutição e bocejo
• Faz a equalização das pressões de ar entre as orelhas média e externa
Orelha interna
Inicia-se no vestíbulo e termina na cóclea
Vestíbulo - Aloja receptores de equilíbrio
Utrículo (Origina os ductos semicirculares)
Sáculo (Origina a cóclea)
Cóclea - Aloja receptores auditivos
Irrigação da Orelha
• A. auricular caudal
• A. auricular lateral
• A. auricular intermédia
• A auricular medial
• A. auricular rostral
Aplicação Clínica
Oto-Hematoma
• Consiste em um acúmulo de sangue entre a cartilagem da orelha e a pele, em
decorrência de um trauma local, resultando na ruptura de um vaso sanguíneo. Como a
região auricular é ricamente vascularizada, qualquer trauma pode causar a ruptura de
um vaso.
• Tipos de trauma: batidas contra móveis ou outros objetos, mordida de outros animais,
quando o animal vai cocar a orelha, pela presença de moscas, otite ou carrapatos.
Tumores também pode ser um fator desencadeante
• Tratamento: drenagem cirúrgica do conteúdo do hematoma.
• Importante: tratar a causa primária para evitar recidiva.
Otite Externa
• Inflamação da orelha externa que ocorre mais comumente em cães, gatos e coelhos
• Causada por parasitas (ácaros), corpos estranhos (gravetos, grama, areia, insetos) ou
microorganismos como bactérias e fungos.
• Umidade e limpeza inadequada são fatores predisponentes
• Sinais: balançar de cabeça, prurido, evidências de auto-traumatismo, corrimento
otológico, odor fétido, edema e dor
VISÃO
Olhos - Promovem a Visão
Órbitas:
Cavidades ósseas que contém os olhos
Delimitada pelos ossos frontal, zigomático e maxilar
Comunica-se com a cavidade craniana por onde passam os nervos e vasos
sanguíneos relacionados como o globo ocular e seus anexos.
Campo Visual
• Visão Binocular - Campo visual visualizado com os dois olhos
• Visão Monocular - Campo visual visualizado com um dos olhos
• Área cega - Campo visual não visualizado com os dois olhos
• Predadores (carnívoros)
Olhos situados á frente
Área de visão binocular menor que os herbívoros
Área de visão monocular menor que os herbívoros
Área cega maior
• Presas (demais espécies)
Olhos lateralmente
Área de visão Binocular maior que os carnívoros
Área de visão monocular maior que os carnívoros
Área cega menor
Globo ocular
Divisão:
Túnica externa: Fibrosa, protetora
Esclera e Córnea
Túnica Média: Vascular, pigmentada
Coróide, Corpo Ciliar, Íris e cristalino
Túnica interna: Receptora
Retina, nervo óptico
Túnica Externa
Esclera
Camada densa, branca e opaca
Nela se insere os músculos oculares
Função: proteção e manutenção da forma do globo ocular
Córnea
Localizada na porção anterior da túnica externa
Altamente inervada: mecanismo de defesa
Transparente (Avascularizada e Nervos desmielinizados)
Túnica Média
Coróide
Camada marrom que forra a esclera
Vascularizada: Garantem a nutrição da retina
Corpo ciliar
Acomodação visual: alterando a forma do cristalino
Produção do humor aquoso
Íris
Delimita a pupila
Pigmentada (cor do olho)
Tapetum Lucidum
Camada mais profunda da coróide
Superfície refletora que aumenta a visão noturna
Faz com que os olhos “brilhem” ao olhar em direção á luz
Não está presente nos suínos e primatas
Câmara Anterior e Posterior
Câmara anterior - Cavidade presente entre a córnea e a Íris
Câmara posterior - Cavidade presente entre a Íris e o cristalino
Repletas pelo humor aquoso
Produzido pelo corpo ciliar
Drenado pela Íris
Cristalino
Disco biconvexo, transparente
Avascular
Função: Focalizar a luz sobre a retina através da acomodação visual
Túnica íntima
Retina - Contém células receptoras especiais sensíveis á luz
Cones - receptores de cor, forma e nitidez. Promovem a visão
diurna
Bastonetes - Promovem a visão noturna
Nervo óptico
• Humor Vítrio
Massa gelatinosa, transparente
Preenche 2/3 do globo ocular
Composição semelhante ao aquoso porém possui fibras colágenas
Função: Manter a transparência e a forma do olho
Aplicação Clínica
Glaucoma
• O Glaucoma é uma doença caracterizada pela elevação da pressão intra-ocular e pela
morte de células da retina e do nervo óptico.
• É causado pelo aumento da produção ou dificuldade de drenaem do humor aquoso
• Podem ser congênitos, primários (aparecem sem ter tido doença ocular prévia) e
secundários (causados por inflamação, trauma, catarata, luxação da lente ou tumor
intra-ocular).
• Basset Hound, Beagle, Cocker Spaniel e Poodle, têm a tendência a ter má-formação no
“canal” que drena o humor aquoso. Em gatos a maioria dos casos de glaucoma são
secundários à outras doenças oculares
• O tratamento clínico é realizado com colírios que diminuem a formação do humor
aquoso associados com outros que aumentam a drenagem. Tratamento cirúrgico
ainda experimental no Brasil.
Catarata
• Doença ocular causada pela opacidade do cristalino
• Congênita – Presente desde o nascimento hereditária ou não
• Juvenil – Surge em animais até dois anos de idade. A forma mais comum de
cataratas nos cães.
• Adulta – Ocorre em animais entre os dois e os seis anos
• Senil – Manifesta-se a partir dos seis anos.
• É hereditária mas podem ser provocadas por outras doenças, tais como a
diabetes. Inflamações, traumas ou exposição a toxinas pode também levar ao
aparecimento deste véu.
• Tratamento cirúrgico com ou sem substituição da lente
1. Liquefação da catarata através da técnica de facoemulsificação. Depois,
a catarata é drenada por uma pequena incisão.
2. Remoção da lente
Anexos Oculares
Palpebras
• Pregas móveis de pele localizadas na frente de cada órbita. Sua margem pode
possuir pêlos (pestanas, cílios)
• Função: Proteção do bulbo ocular/ Descansar o olho da luz/ Distribuir o filme
lacrimal
• Possui glândulas sebáceas (tarsais) e acessórias
Tarsais: secretam substância oleosa que retarda a evaporação
do filme lacrimal
Acessórias: secretam mucina, substância que mantém o filme
lacrimal aderido á córnea
• No canto medial da borda livre de cada pálpebra existe uma pequena
abertura, que é o ponto lacrimal
• 3ª Pálpebra
Os animais domésticos possuem uma 3ª pálpebra (membrana
nictante)
Emerge da face ventromedial do olho
Alisa o filme lacrimal e protege a córnea
Contribui com a produção de 50% do filme lacrimal
Filme lacrimal: lágrima + secreções oleosas e mucosas
Conjuntiva
• Membrana fina e transparente que forra internamente as pálpebras e o globo
ocular (superfície anterior, excluindo a córnea)
• Rica em glândulas que produzem muco, linfócitos, nervos e vasos sanguíneos
• “Conjuntivite”: inflamação da conjuntiva
Músculos exta-oculares
• M. retrator do bulbo: retração do olho na órbita
• M. reto dorsal: movimento p/ cima
• M. reto ventral: movimento p/ baixo
• M. reto medial: movimento p/ a linha mediana
• M. reto lateral: movimento p/ a lateral
• M. oblíquo dorsal: movimento de rotação sentido horário
• M. oblíquo ventral: movimento de rotação anti-horário
Aplicação Clínica
Prolapso de 3ª Pálpebra
• ‘Cherry eye''- olho de cereja
• Glândula da 3ª palpebra desloca-se dorsalmente, ficando exposta a poeira e ao
ressecamento (ceratoconjuntivite seca), resultando em inflamação, infecção
secundária e tumefação.
• É caracterizada pelo aparecimento e exposição de uma massa de tecido
glandular e conjuntival, edemaciado, no canto medial do olho.
• Ocorre majoritariamente em cães, porém há relato na espécie felina. As raças
mais predispostas são Cocker Spaniel Americano, Boston Terrier, Beagle,
Buldogue Inglês, Mastino Napolitano, Shar Pei, Poodle e Shih Tzu.
• Tratamento cirúrgico: “sepultamento”
Conjuntivite
Pink eye
TATO
Tegumento Comum
• Compreende:
Cútis (pele)
Cobertura de Pêlos
Glândulas Cutâneas
• Especializações: unhas, cascos e cornos
• Funções:
Proteção: traumatismos, invasão de microrganismos
Termorregulação
• Epiderme: epitélio superficial
• Derme: camada fibrosa
• Hipoderme: Tela Subcutânea - tecido conjuntivo
Epiderme
• É continuamente renovada
• Sofre queratinização
• Presença de Folículos pilosos (pêlo)
Somente em Mamíferos
Proteção mecânica
Isolante térmico: retenção e ar entre os pêlos
• Eliminação da secreção das glândulas sudoríparas
• Eliminação da secreção das Glândulas sebáceas
Derme
• Formada por fibras Colágenas densamente unidas (“couro”)
• Promove a elasticidade e flexibilidade da pele
• Permite a abertura das bordas de feridas
• É vascularizada e inervada
• Presença de folículos pilosos
• Glândulas sebáceas - secreção oleosa (impermeabilização)
• Glândulas sudoríparas - perda de calor (evaporação) e excreção de resíduos
A pele encontra-se distendida além do seu ponto de equilíbrio
• Quando há um(corte) ela se retrai em 1/3
• Em amputações deve-se deixar 3x o tamanho do raio do corte p/ aproximar a
pele e suturá-la
• Cortes paralelos ás fibras elásticas
não há retração das fibras
Bordos da ferida não se separam
• Cortes perpendiculares ás fibras elásticas
fibras contraem
bordos da ferida se separam
• Para determinar a orientação das fibras:
Introdução de um furador cilíndrico na pele
A direção da fenda (corte) corresponde á orientação das fibras
elásticas
Hipoderme
• Tela subcutânea
• Tecido conjuntivo frouxo entremeado de gordura
• Espessura variável
• Ampla em cães e gatos
Maior acúmulo de gordura no suíno e homem
• É onde ocorre o depósito de medicamentos quando administrados pela via
subcutânea
Pêlo
• Cresce á partir do folículo piloso
• Estruturas de vida restrita - quedas sazonais
• Folículo se une ao mm. eretor dos pelos (involuntário)
• Pelos de revestimento (Pelagem)
Distribuídos uniformemente pelo corpo
Arranjo regular é importante p/ impermeabilização
• Pelos táteis
Espessos e protrusos
Encontrados na face (lábios, olhos, carpo dos felinos)
Rodeados de terminações nervosas
Coxins
• Almofadas sobre os quais os animais caminham
• Recobertos por uma epiderme queratinizada
• Hipoderme espessa
• Mistura de fibras colágenas e elásticas entremeadas no tecido adiposo
Unhas, garras, cascos e cornos
Unhas, garras e cascos
o Proteção aos tecidos subjacentes
o Arma
o Unha: primatas
o Garra: unha comprimida lateralmente; carnívoros
o Cascos: ungulados (bovino, equinos e suínos)
Cornos
o Originam do osso frontal nos animais domésticos
o Se comunicam com o seio frontal
o São permanentes nos animais domésticos
o Podem ser encontrados em ambos os sexos
o Sua forma é fortemente uma característica da raça
Glândulas sebáceas
Produzem secreção oleosa
Lubrifica e impermeabiliza a cútis e a pelagem
Favorece a disseminação do suor
Retarda crescimento bacteriano
Pode funcionar como marcador territorial
Tipos de Glândulas sebáceas
Glândulas do corno:
o Presente nos caprinos
Glândulas do divertículo infra-orbitário:
o Presente nos ovinos (ambos os sexos)
o
Glândulas circum-orais:
o lábios do gato; demarcar território
Glândulas do carpo:
o suínos
o varrões “marcam” as fêmeas durante a cópula
Glândulas do divertículo interdigital:
o Presente nos ovinos
o Encontradas no membros torácicos e pélvicos
o Marcadores de trilha
Glândulas do divertículo inguinal:
o Úbere ou escroto dos ovinos
o Libera substância marrom p/ demarcação e território
Glândulas prepuciais:
o mais desenvolvidas no porco;
o Secreção sebáceas e sudoríparas;
o formam o esmegma (armazenado no divertículo dorsal);
Glândula da cauda:
o Secreção sebáceas e sudoríparas;
o superfície dorsal dos carnívoros;
Glândulas circum-anais:
o Presente nos carnívoros
o Secreção de gl. sebáceas e sudoríparas
o Atenção particular conferida á região anal quando cães se reconhecem
Glândulas dos sacos anais:
o Presente nos carnívoros
o Secreção de gl. sebáceas e sudoríparas
o Secreção liberada durante a defecação p/ marcação de território
Glândulas Sudoríparas
• Equinos: suor albuminoso (“espumoso”) abundante
• Bovinos: algumas raças suam visivelmente no pescoço e flanco
• Cães e gatos: suam menos
• Glândulas Mamárias
• São glândulas sudoríparas, aumentadas, grandemente modificadas
• Secreção nutre o filhote
• Presentes em ambos os sexos
• Número: Varia de acordo com a espécie
PALADAR
• LÍNGUA
• Responsável pelo paladar
• Papilas Gustativas
OLFATO
Epitélio olfativo na cavidade nasal
QUESTÕES DE REVISÃO
1. Como é dividida anatomicamente a orelha dos animais domésticos? Quais estruturas
temos em cada uma dessas divisões e qual a função delas?
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2. O que é um oto-hematoma? Qual a sua causa? Quais são os sinais clínicos? Qual o
tratamento de eleição?
3. O que é uma otite externa? Qual a sua causa? Quais são os sinais clínicos?
4. O que é o campo visual? Quais os tipos de visão dos animais domésticos? Qual a
diferença entre animais carnívoros e herbívoros?
5. Quais são as túnicas do globo ocular? Quais estruturas temos em cada uma destas?
Quais as funções e particularidades destas estruturas?
6. Identifique as estruturas do olho na representação gráfica (desenho) estudada.
7. O que é o glaucoma? Quais as suas causas e sinais clínicos? Qual o tratamento de
eleição?
8. O que é a catarata? Quais as suas causas e sinais clínicos? Qual o tratamento de
eleição?
9. Quais são os anexos oculares? Qual a função de cada um?
10. Qual a importância da 3ª pálpebra nos animais?
11. Explique o prolapso de 3ª pálpebra, citando seus sinais clínicos e tratamento.
12. Como é dividida a pele dos animais?
13. Caracterize a epiderme, derme e hipoderme, citando as estruturas presentes em cada
região.
14. Explique como devemos calcular a quantidade de pele suficiente para fechar com
segurança membros amputados.
15. Diferencie pelos de revestimento e pelos táteis.
16. Caracterize os coxins, unhas, garras, cascos e cornos dos animais domésticos.
17. Discorra sobre os diferentes tipos de glândulas sebáceas dos animais domésticos.