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Web-Revista SOCIODIALETO • www.sociodialeto.com.brBacharelado e Licenciatura em Letras • UEMS/Campo GrandeM e s t r a d o e m L e t r a s • U E M S / C a m p o G r a n d eISSN: 2178-1486 • Volume 1 • Número 4 • julho 2011
O “SENTIDO E O SIGNIFICADO” DO MOVIMENTO HUMANO NA
ESCOLARIZAÇAO CONTEMPORÂNEA: FORMAS DE
NORMALIZAÇAO E CONTROLE SOCIAL
SINÉSIO, Luis Eduardo Moraes
Doutorando em Educação pelo Programa de pós-graduação em Educação da UFMS.
lemsinesio@yahoo.com.br
RESUMO
Este trabalho de investigação científica buscou identificar o discurso do sentido e o significado do movimento humano na escolarização contemporânea. As análises da pesquisa foram realizados a partir dos referenciais teóricos e "metodológicos" de Michael Foucault em seu sistema de pensamento. Visando uma melhor operacionalização deste estudo, foram realizados procedimentos metodológicos de análise documental e descritiva-arqueológica sobre o corpo, no abordando aspectos históricos e dispositivos sobre as formas de normalização que e configuraram ao longo do processo de investigação decorrente das estratégias de poder e saber do corpo em seus espaços de atuação escolar contemporânea. Isso possibilitou, através de um conjunto de subsídios, traçarem uma "concepção" sobre as reais contribuições do corpo na escolarização do mundo contemporâneo. Registra-se que o sentido e o significado do movimento humano (ações do corpo) são acompanhados de relações de poder e saber, constituindo formas de normalização e controle, através das quais são constituídos as estratégias de controle do corpo por meio da ação de se movimentar, fato este identificado na educação escolar contemporânea, o que caracterizou a percepção de uma sociedade disciplinar. Tais constatações nos levam a concluir acerca do que realmente acontece no interior dessas práticas sociais, propondo uma ruptura no modo de pensar e agir, tornando-se um grande desafio educacional para os professores de Educação Física que tem como foco do seu trabalho as ações corporais.
Palavras chave: Corpo; escolarização; normalização e controle, poder e saber.
Introdução
Este artigo é fruto da minha dissertação de Mestrado em Educação defendida no
programa de pós-graduação em Educação- Mestrado e Doutorado da Universidade Federal de
Mato Grosso do Sul. Essa premissa desenvolveu-se pela necessidade de compreensão da
própria prática profissional, no intuito de tentar explicitar melhor as questões que envolvem a
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prática docente do professor de Educação Física no espaço escolar. A pesquisa intitulada: O
discurso do “bom professor” de Educação Física em sua institucionalidade resultou num
exercício de desmembramento sobre o sentido e o significado do movimento humano nas
práticas escolares de quatro escolas do município de Campo Grande/MS.
Na perspectiva teórica metodológica de Michael Foucault, em 8seus campos de
análise, a identificação das questões didáticas sobre o professor de Educação Física, foi feita a
partir de um novo “olhar”, através do qual busquei uma nova maneira de visualizar a práxis
educacional, a forma como os professores conduzem as suas ações de ensino e aprendizagem
que, por sua vez, são acompanhadas de relações de poder-saber, controle9 e normalização.
Ao adentrarmos no campo da investigação científica, na escola, o caráter pedagógico
é o foco principal, no que diz respeito às práticas sociais que a escola desenvolve no campo
das ciências do movimento humano17 e o seu dispositivo de controle do corpo.
Em "Microfísica do Poder" (1997), Foucault deixa bem claro as reais intenções a
respeito das identificações da rede de poderes locais e institucionalizados dos quais a escola
tem sido alvo. Poderes que são disseminados no corpo social através de constatações políticas
e de caráter normativo, as leis, e os decretos. Para Foucault, facções são segmentos e
dispositivos de controle que se apoderam das "verdades", retomando a ótica estabelecida no
interior das escolas, pois as estruturas do poder disciplinar, apoiam-se em instrumentos de
saberes, tanto quanto forem necessários para difundi a relação de poder-saber.
O movimento humano tem sido alvo desses dispositivos, no campo de conhecimento
da Educação Física Escolar, sendo identificado nos anos iniciais do período de escolarização
8 Normalização: Corresponde a aparição de um biopoder, isto é, de um poder sobre a vida e das formas de governamentalidade que a e ela estão ligadas: o modelo jurídico da sociedade. Corresponde ainda a [...] modos singulares de se pensar o sujeito. CANDIOTTO ( 2010. P. 167)9 Controle: O termo controle aparece no vocabulário de Foucault de maneira cada vez mais freqüentemente a partir de 1971-1972. Designa uma série de mecanismos de vigilância que aparece entre os séculos XVIII e XIX e que tem como função não tanto punir o desvio, mais corrigi-lo, e, sobretudo, preveni-lo. O controle social passa não somente pela justiça, mas por uma série de outros poderes laterais ( as instituições psicológicas, psiquiátricas, criminológicas, médicas, pedagógicas, a gestão dos corpos).17 O movimento humano , refere-se ao deslocamento do corpo e membros produzidos como uma seqüência do padrão espacial e temporal da contração muscular. (NEWELL apud TANI, 1998, p. 8).
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das crianças. De grande importância biológica, social, cultural e evolutiva, o movimento
humano é a forma através da qual a criança interage com o meio ambiente, construindo
“significados” e diferentes construções históricas. A comunicação, a expressão da criatividade
e dos sentimentos são feitas através da realização de movimentos corporais. (TANI et all,
1988).Para o autor, o movimento relaciona-se com o desenvolvimento cognitivo (formação do
pensamento), no sentido de interação das sensações provenientes da percepção, e toda a
aprendizagem e formação de sua estrutura cognitiva.
Partimos também de algumas idéias de Ghiselli (2004, p. 62):
A Educação Física deve proporcionar às crianças as possibilidades de exploração e desenvolvimento dos seus conhecimentos acerca do seu próprio corpo, do ambiente que a cerca e das trocas culturais, diferenciando-se de uma prática exclusivamente motora por estar se vinculada às variações culturais e suas relações.
As crianças através dos movimentos possuem certa “liberdade” no ato de movimentar-
se, e através deste ato adquirem a formação de pensamentos e ações, interagindo com os
estímulos, devendo, porém, haver constante vigilância por parte do docente que está
ministrando a atividade.
No período inicial do processo de formação de escolas no Brasil, a educação esteve
nas mãos dos jesuítas, quando eles eram os únicos professores, isto por volta de 1549-1759,
período em que a educação esteve voltada à catequização. Durante este período, a educação
estava centrada nos interesses da igreja e na transformação de seus alunados, em “sujeitos”
passivos.
Os ditames políticos eram seguidos rigorosamente pela religião católica, que instituía
de que forma iria ser esta educação do povo. Observa-se, porém, que existia neste período, e
em tempos modernos também uma intencionalidade no que diz respeito às diversas formações
da sociedade em determinado momento social.
Pois a ação pedagógica dos jesuítas fora marcada pelas formas dogmáticas de pensamento, contra o pensamento crítico. Privilegiavam o exercício da memória e o desenvolvimento do raciocínio; dedicavam então, a atenção ao
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preparo dos padres mestres dando ênfase à formação do caráter e sua formação psicológica para conhecimento de si mesmo e do aluno. (VEIGA, 1991, p. 26).
Neste contexto, temos Xavier (1994, p. 43):
A leitura, a escrita e o cálculo eram, de fato, os conteúdos próprios da instrução, que davam base para a compreensão das Sagradas Escrituras. Ter acesso aos catecismos, livros e cantos religiosos, realizar o complicado cálculo dos dias e das festas religiosas, entender e acompanhar ativamente os ritos e os sacramentos era tudo o que se esperava da instrução do gentio.
O papel do Estado, nas interfaces da formação curricular desta educação nos
primórdios educacionais, surge de contextos diferenciados, existindo a necessidade de aguçar
o quadro de análises, reproduzidas através de discursos controladores. A Educação Física foi
se configurando dentro desse contexto sendo, em determinado momento, privilégio da
minoria, e o corpo era visto como objeto de controle desde esta época.
Foucault (1979), afirma que de um lado existe uma constante ruptura epistemológica,
o racionalismo universalizador de uma ciência educacional e, do outro, uma tentativa irônica,
da afirmação de verdades, que por sua vez eram ditas como elementos de controle social.
O homem construindo uma anti história19 para identificar elementos mais precisos.
A necessidade de uma ruptura para ampliar a prática educacional, para atingir um olhar mais
apurado e procurando não identificar na história, mas sim na configuração desta história, os
meios que fazem os homens, sujeitos desta relação. Jones (apud SILVA, 1994, p. 113):
Era central a essa transformação dos recursos humanos a visão de que exatamente da mesma forma que a economia se transformou do feudalismo ao capitalismo e o governo do absolutismo irracional à democracia constitucional, assim a criança transforma-se num cidadão útil através de estágios de crescimento e é papel do ‘bom professor’, cientificamente treinado, facilitar esse desenvolvimento. Esse progresso desenvolvimentista da natureza infantil, eloqüentemente pressagiado no Émile de Rousseau, adquiriu forma material nos experimentos pedagógicos de visionários e cientificizado no pensamento pedagógico de Herbart, Spencer, Froebel, Dewey, Montessori e Macmillan. Era central a essa pedagogia do
19 Foucault (1979) questiona o processo histórico, pois acredita que a história está escapando a consciência do homens, acredita na história do presente.
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desenvolvimento o papel do professor tanto como um modelo a ser imitado quanto como um facilitador da aprendizagem através do fazer.
No entanto, essa racionalidade científica, que deveria fazer parte dos ideais
educativos, recai no meio social tornando-se um conhecimento fragilizado, sob o ponto de
vista científico, a escola tem reproduzido esses saberes de forma a desenvolver uma suposta
"verdade", baseada, porém em princípios apenas do senso comum, em seu fazer pedagógico.
Nesse esforço disciplinar, Foucault identificou códigos que regem formas de fazer
coisas, e uma produção de discursos “verdadeiros” que servem para fundar e justificar essas
supostas “verdades”. Em particular, o autor vê a questão como sendo o que denominou de
“governamentalidade”, a possibilidade de intervenções éticas em sua ação profissional e o
governo de si mesmo.
Uma análise preliminar da literatura estudada permitiu evidenciar conclusões acerca
do ensino de Educação Física Escolar. Os objetivos e os conteúdos que a orientam sofrem, na
maioria das vezes, a influência dos ditames políticos e dos planos de ação desenvolvidos pelas
autoridades constituídas. A aptidão física e o desempenho técnico - motor, salvo algumas
exceções são as referências básicas para o seu planejamento e para a sua avaliação e ação
pedagógica.
Para Shigunov Neto & Shigunov (2002), "nos anos iniciais do ensino fundamental,
os principais objetivos formulados pela Educação Física são, em geral, o desenvolvimento dos
aspectos recreativos, a consolidação de hábitos de higiene, o desenvolvimento corporal e a
melhoria da aptidão física, o despertar do espírito comunitário, a criatividade, o sentido moral
e cívico e outras, visando à formação "integral" da personalidade." (p.56).
O que se identifica nesta perspectiva é que o corpo é visto somente como um produto
acabado, pois na análise das relações de poder e saber o corpo deve ser tratado como sendo
produto das relações sociais e de micropoderes estabelecidos em sua prática. Identificando as
idéias de Kohan (2003, p. 91), nas quais ele ressalta os ideais de infância também na
perspectiva Foucaultiana:
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[...] não se pode deixar a educação das crianças nas mãos do acaso ou da vida privada das famílias. Vimos com Michael Foucault, como a criação da instituição escolar caminha junto aos dispositivos disciplinares que gradualmente disseminam sua produtividade por todo o corpo social e como essas funções, que primeiro são expressas de forma corretiva, aos pouco adquirem uma forma produtiva.
O movimento humano é algo que faz parte da vida de todos os seres humanos, desde
o nascimento, pois é através dele que o indivíduo se relaciona com o mundo e com as pessoas
de um modo geral. Através do movimento, a criança expressa os seus sentimentos, emoções e
pensamentos, constituindo uma linguagem própria de expressividade, desta forma adquire
padrões para a constituição do seu pensamento.
Entretanto, a Educação Física na escola tem sido alvo de crises em sua ação
pedagógica e sua constituição enquanto conhecimento humano, porém todo e qualquer
processo educacional deveria em sua essência contemplar práticas pedagógicas, nas quais o
movimento humano fizesse parte. O corpo, por sua vez, é dotado de técnicas do poder
disciplinado que a escola tem contemplado em suas práticas de sala de aula. Sendo assim, a a
Educação Física precisa ser analisada, o que está contemplado nas idéias de Medina (1989, p.
35):
A Educação Física precisa entrar em crise urgentemente. Precisa questionar criticamente seus valores. Precisa ser capaz de justificar-se a si mesma. Precisa procurar a sua identidade. É preciso que os seus profissionais distinguam o educativo do alienante, o fundamental do supérfluo de suas tarefas. É preciso, sobretudo, discordar mais, dentro, é claro, das regras construtivas do diálogo.
No processo de escolarização obrigatória, identificam-se as mais variadas formas de
manifestações da aprendizagem, cujo campo de conhecimento são as questões que envolvem
o movimento do corpo nos anos iniciais do Ensino Fundamental.
Sendo assim, entende-se o quanto o corpo, que é o objeto da ação motora, tem sido
perseguido por discursos políticos que não têm retribuído a devida importância à ação motora
dos indivíduos e o seu processo de aprendizagem.
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2- O Professor de Educação Física nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, (n.º 9.394/96), proporcionou à
Educação Física, enquanto área de conhecimento humano, o caráter institucional, a de estar
atrelada à proposta pedagógica das escolas como componente curricular obrigatório. Várias
foram as discussões a respeito da suposta inclusão da disciplina nos anos iniciais do processo
escolar. Foram anos de lutas, quando se tentava “provar” para todos os profissionais, inclusive
os da Educação Física, as reais contribuições da disciplina no contexto escolar.
O professor de Educação Física na escola, tendo em vista a regulamentação da LDB
(n.º9.394/96), e na perspectiva de uma verdadeira luta política que envolvia estes profissionais
e seus interesses. Na tentativa de uma aproximação do mercado de trabalho, a Educação
Física tornou-se obrigatória no contexto escolar, também nos anos iniciais do Ensino
Fundamental. Por isso, tentei buscar as conexões não evidentes entre os mecanismos de
controle instituídos, a própria LDB, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e a diretriz
curricular da SEMED, além de outras orientações normativas locais.
O caráter normativo da Educação Física Escolar foi condição eminente na
perspectiva de valorização do profissional e a sua área de atuação. Outros discursos foram
evidenciando-se na prática educativa desses profissionais que, muitas vezes, tornam-se
fragilizados, não possuindo consciência de sua própria atuação social.
Desta forma, reconheci o espaço escolar, como um tempo único de produção de
saberes do corpo, trazendo consigo o "ranço" de princípios doutrinadores em seus curso de
formação inicial em Educação Física. Uma entidade de princípios culturais do corpo, são
evidenciadas no processo de escolarização, na qual a Educação Física manifesta-se
pedagogicamente.
Remetemo-nos as idéias de Kunz (2001, p. 63), frente as suas contribuições sobre o
perfil do profissional de Educação Física e a sua atuação pedagógica na escola:
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A reflexão crítica quanto aos interesses subliminares e as conseqüências nem sempre explícitas que podem ser relacionadas aos saberes/fazeres sobre o movimento impostos de fora para dentro da escola constitui-se no primeiro movimento capaz de consolidar um outro saber pensar/agir nas aulas de Educação Física.
O interessante nesta questão encontra-se, na necessidade de uma ação diferenciada
no tratamento pedagógico que o professor de Educação física Escolar tem em suas percepções
de conhecimento sobre que cidadão se pretende formar, principalmente por se tratar de
crianças dos anos iniciais do Ensino Fundamental.
3- O Estado de Mato Grosso do Sul, o Município de Campo Grande e as Políticas
Públicas Educacionais para a Educação Física Escolar
A fim de promover uma contextualização dos pressupostos desta pesquisa e os
princípios etnográficos que têm permeado este trabalho, percebi a importância de levantar o
maior número de informações com propósito de identificar a prática pedagógica do “bom
professor”, o que é, ao mesmo tempo, uma exigência dos pressupostos Foucaultianos.
Para a contextualização deste processo de investigação científica, as dimensões
territoriais do Estado de Mato Grosso do Sul, chegando ao município de Campo Grande, nas
Políticas Públicas Educacionais da Secretaria Municipal de Educação (SEMED), Campo
Grande, e finalmente na escola onde acontece o ato pedagógico.
O Estado de Mato Grosso do Sul adotou durante muitos anos uma política
educacional, voltada a interesses democráticos, valorizando, desta forma a consolidação da
escola pública no Estado, esbarrando no contraponto desses interesses. Entretanto, na cidade
de Campo Grande, as políticas educacionais implantadas pela administração anterior, a
Educação Física Escolar encontrou espaço nas políticas de operacionalização desta disciplina
na escola.
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Nas escolas do município de Campo Grande-MS, as políticas públicas voltadas para
a Educação apresentam as seguintes características: "O município de Campo Grande, alvo
do processo investigativo, está situado na região central do Estado de Mato Grosso do Sul,
ocupando 2,22% da área total de Mato Grosso do Sul; constituído-se da sede e dos distritos de
Anhanduí e Rochedinho. A topografia é característica dos cerrados com predominância do
clima tropical. (SILVA, 2004, p. 11).
A REME ainda é responsável por 43,49% do alunado da rede pública da cidade com
9,91% na educação infantil e 40,59% no ensino fundamental.
Silva (2004, p. 13) afirma:
Apresenta ainda poucos problemas na estrutura física escolar, pois algumas escola já possuem quadras cobertas, fato este que possivelmente deverá ser consolidada pela atual administração, em pelo menos 70% da rede, no final do ano de 2004. O ensino obrigatório e gratuito na Reme, em 2003, prestou atendimento a 64.438 alunos o que correspondeu a 40,59% dos alunos da Rede pública campo-grandense.
Identifiquei nas políticas norteadoras das ações pedagógicas das escolas que
compõem a Reme-CG/MS, a qual foi implantada a ”Seqüência Didática” em 2000,
posteriormente denominada de “Diretrizes Curriculares”, em 2003 que resultou de um
trabalho coletivo, realizado entre os técnicos da Divisão de Políticas e Programas para o
Ensino Fundamental, integrantes do Departamento de Desenvolvimento da Educação, e pelos
professores representantes das escolas que, em diversas reuniões, compartilharam seus
esforços no compromisso de estabelecer uma unidade curricular para as escolas municipais. O
documento representa um auxilio ao trabalho pedagógico das equipes técnicas e dos
professores no estabelecimento de uma pauta comum, de uma unidade a ser desenvolvida nos
anos iniciais do Ensino Fundamental.
Foi criada em 2002, a Divisão de Políticas e Programas para a Educação Física
Escolar, tem como objetivo, proporcionar apoio pedagógico (cursos de formação continuada,
palestras, seminários) para os docentes, visando a uma política de formação continuada
adotada pela divisão, muito por conta das orientações normativas, de controle dessas práticas
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docentes, para que esse profissional possa atuar junto a“classes” até então unidocentes. Na
visita à SEMED, foi relatado pela equipe que a Divisão de Educação Física na SEMED tem
como objetivo o acompanhamento das práticas pedagógicas da Educação Física Escolar,
sendo também o órgão responsável pelo desporto escolar na Rede.
As escolas são “monitoradas” e “vigiadas” pelo documento de controle que são as
diretrizes curriculares presentes nas práticas pedagógicas dos professores de Educação Física
na escola, apesar de estar explícita a suposta “liberdade” na estruturação do currículo, de
acordo com necessidades locais. Este instrumento pedagógico representa um “mecanismo de
controle” às práticas docentes.
Foucault (1999), na obra "Em defesa da Sociedade", ao analisar a Escola, como
aparelho de poder, evidencia ser possível descrevê-la ou mesmo atingir os grandes aparelhos
de poder, entretanto, a análise só será viável e eficaz se tomados os dispositivos de dominação
que tornam possível que atuem, e que definam estratégias globais. Assim, na escola a análise
deve buscar a multiplicidade de sujeições que a constituem como aparelho de poder, como as
da criança ao adulto, do aluno ao professor, do filho ao pai, etc. São todos esses instrumentos,
técnicas, esses mecanismos locais de dominação que sustentam e garantem efetivamente, a
legitimidade dos grandes aparelhos de poder como a escola e o seu currículo.
A relação entre Educação e Educação Física é tão antiga quanto à própria origem da
mesma; até mesmo os grandes filósofos, no caso Platão, evidenciavam a importância da
Educação Física, (LISBOA & PEREIRA, 1994, p. 21): “ [...] o corpo tem que balançar, tem
que se exercitar, tem que se movimentar à medida que vão crescendo as crianças têm que
buscar movimento; não devem permanecer quietas, pois isso é contrário à natureza infantil”.
De acordo com Lisboa & Pereira (1994), o filósofo Platão evidencia em suas
proposições que a criança deve ser preparada para a liberdade, conseguida pela ação motora, à
medida que vão crescendo às crianças têm que buscar movimento; não devem permanecer
quietas, pois isso é contrário à natureza infantil. Além do que, através da ginástica a criança se
prepara para a guerra.
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Sócrates relata que o mundo contemporâneo tenta fazer uma dissociação entre corpo
e espírito, dizendo que isto é uma tolice, pois o homem é privado de seus valores do espírito e
da moral, quando voltado para uma Educação Física que recebe instruções repetitivas. A
análise de Sócrates é relevante sob o ponto de vista de que o corpo tornou-se um objeto de
cunho político, em que muitas vezes a performance é quem dita os rumos nos quais este corpo
é desenvolvido.
Faz parte do senso comum, ratificado pelos órgãos institucionais, que o professor
possua um saber que lhe é próprio, este saber possui duas grandes dimensões: o domínio do
conteúdo de ensino, isto é, de seu próprio objeto de estudo, e o domínio das ciências da
educação que lhe permitirão compreender e realizar o processo pedagógico (CUNHA, 1988,
p. 44). Essas questões, apesar de serem simples, não alcançam a formação inicial dos
professores que trabalham como técnicos de ensino, reproduzindo o que lhes foi proposto no
curso de formação inicial (graduação).
A Educação Física busca a sua legitimidade, enquanto área do conhecimento humano
(GRESPAN, 2002). A referida autora relata que, ao entendermos a Educação Física,
percebemos que o corpo de conhecimento da área da Educação Física é bastante ampla,
tratando-se de conhecimentos que possuam relação direta com o homem e o seu viver;
relacionando o movimento humano nas suas dimensões cognitivas, afetivas e motoras.
É mister dizer que a Educação Física e o esporte têm sido alvo de discursos políticos
controladores. Em muitos casos, os profissionais são submetidos às más condições de
trabalho, mal remunerados; tornando-se objetos de “assujeição” social e de discursos políticos
de caráter utópico. A importância dessas discussões, está no “viés” da busca de uma
epistemologia para a Educação Física.
Assim, emergem diferentes olhares para esse objeto de estudo, a prática pedagógica e
o professor como “criador” de relações que a configuram, enquanto indivíduo do processo
educacional. Busquei na história da Educação, a formação da sociedade e o surgimento da
escola enquanto instância social educativa, as diferentes relações, o processo organizacional, a
estrutura do modo de organização , bem como a formação dos diferentes paradigmas, que até
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então iriam surgir e a emersão dos saberes escolares, a inserção da educação física neste
processo, buscando no senso crítico da problemática explicitada os dados que serão
posteriormente analisados.
Manacorda (1989), em sua obra “História da Educação”, tem proporcionado um
conhecimento bem vasto, neste sentido, identifiquei a origem da prática da Educação Física,
desde a comunidade primitiva, egípcia, grega; bem como, os documentos normativos, as
práticas da Educação Física. Nossa atuação investigatória processou-se indagando quanto à
formação dos discursos localizados na perspectiva pós-moderna nas relações sociais, que
integram o corpo de conhecimento da Educação Física.
Em Manacorda (1989), como em todos os momentos da historicidade educacional,
que a educação Física esteve sempre presente, formaram-se discursos políticos que envolviam
a questão do corpo, e a sua trajetória na configuração social. O mesmo autor cita ainda o fato
de que a Educação Física surge como um mecanismo de “controle social”, e dos corpos, isto
é, a preparação para a guerra e prerrogativa das classes dominantes, assim como a educação
oratória. Em uma análise sobre como a sociedade organizava-se, sob o ponto de vista
educacional. Neste primeiro momento as atividades físicas possuíam um caráter social
elitizado, fato este identificado no Egito Antigo. Manacorda (1989, p. 101) afirma:
[...] deveremos dizer que a educação física, que preparava o futuro cidadão para o uso das armas na defesa da própria pátria (e na ofensa à pátria alheia), era o principal e mais importante aspecto da formação do homem. Observava-se então a influência Romana, em seu aspecto educacional na formação dos jovens para uma prática sistematizada e de cunho calistênico10.
A década de 1980 foi decisiva para o ensino da Educação Física, em face de que os
seus alicerces terem sido abalados devido ao aumento significativo de pesquisas, seminários,
congressos, problematizando e analisando as origens desta disciplina enquanto componente
curricular. Vários foram os questionamentos, as influências médicas e militares que marcaram
a sua inserção na escola, em finais do século passado e na primeira metade deste, procurando
fazê-la portadora de idéias e de práticas de higienização e disciplinarização dos corpos. Nesta
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prática continuam enraizados aspectos disciplinares presentes em vários aspectos de uma
sessão normal de Educação Física escolar.
Questões raciais (melhoria da raça), princípios do esporte de rendimento, dentre eles
a discriminação, dando privilégio somente aos mais ágeis, mais hábeis e mais aptos
fisicamente (propunha-se a performance atlética), e finalmente a sua adesão a
psicomotricidade, que permanecem até os dias atuais, quando seu ensino foi confundido no
tratamento de possíveis distúrbios psicológicos. Observei ainda questões voltadas para as
tendências pedagógicas que percorreriam todo esse caminhar da Educação Física, bem como
as facetas que compõem esses discursos formadores de "poderes e verdades".
Entende-se importante, ainda, verificar a prática pedagógica do professor como fator
que interfere no processo social, pois os diferentes indivíduos envolvidos na ação (professor e
alunos) são por sua vez dominantes e dominados, do percurso da ação pedagógica que
produza "sucesso", e que seria a relação de poder implícita nesta prática.
A ação pedagógica ocorre nas “entrelinhas23” desses discursos que analisam a
“missão” do professor e aluno emergirem num constante conflito. Mas efetivamente o que
significa este conflito? Na análise de Foucault (1987), em "Vigiar e Punir", o autor coloca que
as relações impostas no processo de aprendizagem tornam-se angustiantes, sob o ponto de
vista da formação de subpoderes postos nesta relação.
Sendo assim, Foucault (1987, p. 47): “O suplício24 se inseriu tão fortemente na
prática judicial, porque é revelador da verdade e agente de poder. Coloca-nos a verdades do
ato pedagógico e nas relações de aprendizagem que as circunscrevem na escola, através de
provas que têm o objetivo a seletividade e a normalização," Fato este observado também nos
processos de avaliação do ensino das áreas do conhecimento educacional.
23 Foucault (1972), "[...] um grupo de procedimentos que permitem o controle dos discursos. Desta vez, não se trata de dominar os poderes que eles têm, nem de conjurar os acasos de sua aparição; trata-se de determinar as condições de seu funcionamento, de impor aos indivíduos que os pronunciam certo número de regras e assim de não permitir que todo mundo tenha acesso a eles.24 Idem p. 47
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O professor, frente à realidade social vigente, nada mais é do que um sujeito que vive
num suplício constante, pois é controlado sob vários aspectos no seu comportamento
enquanto educador. Controlado e vigiado pelo poder público institucionalizado, deverá
possuir uma visão bem crítica do seu processo de planejamento e ação pedagógica,
procurando alcançar a efetiva aprendizagem dos seus alunos. Entretanto, precisa desenvolver
em sua prática pedagógica, momentos reflexivos e de pesquisa. Segundo PEREIRA (1999, p.
118). “Um profissional dotado de uma postura interrogativa e que se revele um pesquisador
da sua própria ação docente”.
Assim, de acordo com Parâmetros Curriculares Nacionais: Educação Física
(BRASIL, 1997, p. 19): “Para que se compreenda o momento atual da Educação Física é
necessário considerar suas origens no contexto brasileiro, abordando as principais influências
que marcam e caracterizam esta disciplina e os novos rumos que estão delineando.”
Nesta perspectiva a Educação Física, em alguns momentos da conjuntura sócio-
econômica esteve enraizada em suas práticas pedagógicas, as influências de caráter militar e
médico, e esses vínculos foram condições impostas e determinantes no que diz respeito à
disciplina e as suas finalidades quanto ao seu campo de atuação e à forma de ser ensinada.
E ainda os Parâmetros Curriculares Nacionais: Educação Física (BRASIL 1997, p.
19) trazem ainda em seu corpo teórico, as seguintes afirmações:
[...] A Educação Física, então , favorecia a educação do corpo, tendo como meta a constituição de um físico saudável e equilibrado organicamente, menos suscetível as doenças. Além disso havia no pensamento político e intelectual brasileiro da época uma forte preocupação com a eugênia25.
A produção do conhecimento na Educação Física tem sido alvo de muitas discussões
entre pesquisadores da área, na tentativa de identificar fatores que a regulamentem e a
legitimem enquanto disciplina necessária para a formação humana.
25 A eugenia é uma ação que visa o melhoramento genético da raça humana, utilizando-se para tanto de esterilização de deficientes, exames pré-nupciais e proibição de casamentos consangüíneos. (BRASIL, 1997 p. 19).
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De forma geral, essa atitude demarca as dificuldades de superação desses ditames
políticos que emergem, principalmente na estrutura curricular que é imposta à realidade
social. Assim, Foucault (1970, p. 8-9) relata:
[...] em toda a sociedade a produção do discurso é ao mesmo tempo controlada, selecionada, organizada e redistribuída por certo número de procedimentos que têm por função conjuntura seus poderes e perigos, dominar seu acontecimento aleatório, esquivar sua pesada materialidade.
Na análise discursiva, na efetiva ação da formação e estruturação curricular é que se
identificam as microanálises que efetivamente configuram o professor na sua ação
pedagógica. O fazer do professor está relacionado a trabalho duro, ao trabalho comparado a
dos antigos escravos, sem validação sócia econômica, distanciado daquela concepção de
sábio, reflexivo, teórico, ocupando-se somente do exercício da razão. O currículo como sendo
controlador da prática pedagógica é um instrumento de poder. Entretanto, não pode ser
reduzido a um conjunto de técnicas específicas. O currículo é a sistematização de uma forma
burocrática na sociedade, e o caráter disciplinador está evidente.
Sendo assim, Sacristán (2001, p.78-79), enfatiza:
A função disciplinadora da qual falamos em outro momento é, acima de tudo, normalizadora. A experiência histórica deu contundentes exemplos do uso da repressão do corpo e do espírito nas instituições escolares, nos internatos, etc. Nossa intenção aqui é chamar a atenção sobre outras formas de caráter mais técnico para levar a termo a normalização não-repressora, mas, de qualquer forma, excludente. O funcionamento dominante da escola, de seu currículo e dos métodos pedagógicos está configurado, geralmente, mais para organizar a desigualdade entre os alunos do que para corrigi-la ou para conviver com a diversidade, de níveis de ritmos de trabalho, de motivações dos sujeitos, etc.
Há, portanto, uma relação de saberes e poderes, neste corpo social institucionalizado,
controlando as próprias vidas, através de algumas ações que não as fazemos por nossa
vontade, mas sim porque a ação dos homens provém de um conjunto de valores
preestabelecidos, sem que possa ao menos refletir sobre o que foi definido, enquanto certo ou
errado.
No estudo do corpo, vamos nos ater à aprendizagem do movimento humano que se
torna um elemento integrante das condições psicológicas e de controle do próprio discurso
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desse corpo. Conhecer a história da educação é condição ímpar para entendermos melhor o
que ocorreu com a educação e a educação física dentro do processo de escolarização
institucionalizada. Neste momento, recorremos as idéias de Foucault apud Kohan (2003, p.
76), em relação a escola que diz: “[...] De forma mais implícita, mas não menos evidente, a
escola é a instituição onde, para dizê-lo em palavras focaultianas, “a disciplina constitui o
eixo da formação do indivíduo”.
Entretanto, temos ainda a Constituição Federal de 1937, que mostra como foi
construído o discurso estratégico de ordem na formação patriótica e de consciência e o dever à
pátria, fato este que evidenciou uma prática pedagógica voltada ao adestramento físico
tomado da influência nacionalista militarista e constante na prática da educação física durante
muitos anos e, por, conseguinte, na prática pedagógica dos professores.
No ano de 1851, foi feita no Brasil a reforma Couto Ferraz, que tornou obrigatória a
Educação Física nas escolas do município da Corte, o que de uma certa forma provocou um
certo descontentamento por parte dos pais, ao ver os filhos envolvidos em atividades que não
eram de caráter intelectual. Na história da Educação Brasileira, a educação sofria uma forte
influência do movimento escolanovista.
Para tanto, conhecer e estudar o passado nos ajuda a melhor entender e interpretar o
presente, isto porém vale para toda e qualquer atividade humana e, portanto, para a
manifestação da atividade física e do exercício físico. Segundo o conceito clássico, retomado
no humanismo e hoje predominante, a cultura física26 é parte integrante da educação geral. A
Educação Física, em seu início, não era entendida como “cuidar do físico”, segundo o
conceito moderno, mas como jogo. (GRIFI, 1989).
A ciência, aplicada de modo geral à educação e, de modo singular, à Educação
Física, tem se constituído sob o modelo tecnicista, sofrendo forte influência positivista,
regulamentada pelo governo militar- tecnocrático da década de 1970. A formação de
26 Cultura Física é a terminologia aqui utilizada para designar o aspecto da cultura universal no qual se manifesta a Educação Física, a ginástica, os desportos, a dança, etc., em suas formas históricas ou nas diversas formas que sua contínua evolução desenvolve. A cultura física é parte integrante da educação do homem, através do movimento, e reflete o patrimônio cultural historicamente produzido pelas sociedades. É a expressão e a forma de prática de um indivíduo concreto.
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especialistas, buscando um suposto modelo, em detrimento a abordagens mais amplas e
diversificadas do profissional, tornou-o um sujeito dominado pelo sistema subjacente às
políticas educacionais emergentes.
O avanço tecnológico tem proporcionado, ao longo dos tempos, a observação e
análise do corpo, o que de certo modo propiciou e o aproximou da sociedade, representando
sacrifícios a esse corpo em favor da competição, na busca de um corpo perfeito. Pude
constatar a grande proliferação de academias, manipuladas e controladas por interesses de
grupos econômicos a quem interessa apenas a manipulação e controle do corpo, a fim de que
seja perfeito e de acordo com os padrões de normas estabelecidos pela sociedade.
O corpo tem sido alvo de pesquisas científicas, portanto avaliado, e a distância do
corpo/sociedade tem diminuído. “Intentamos analisar os discursos que compõem essa
perspectiva, captando o poder imbricado nesse discurso/saber que processa o controle e
domínio do corpo.”:
O controle social dos corpos está implicitamente colocado na prática da ginástica e dos desportos na Antigüidade, e é na Grécia que podemos observar uma suposta preocupação com a formação humana integral, com a educação completa do homem, na qual são considerados tanto o cultivo do corpo como o da mente, visando o desenvolvimento de suas habilidades físicas e intelectuais, de seu preparo técnico e de sua estética, de sua qualidade estética e da sua argúcia política. (FINOCCHIO, 1991, p. 07).
Medina (1989), em sua obra “A educação física cuida do corpo e da mente”, na qual
propõe uma análise crítica do que se tem feito na Educação Física, no sentido de promover
uma mudança no paradigma existente, preocupado não apenas com o físico das pessoas, mas
com o ser total, integral e social, isto é, o corpo como um corpo social.
Vale ressaltar aqui as contribuições de grandes pensadores como Comenius, no seu
livro “Didática Magna” (1997), abordando aspectos de um educação para todos; que buscasse
em sua essência a educação que queremos, educação que tivesse acesso a todas as pessoas, e
no caso na educação das crianças, buscando princípios que tenderiam a formação humana de
forma integral, desta forma relata Comenius (1997, p. 79) “As crianças aprendem rapidamente
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todas as inúmeras coisas. Assim, mesmo as mãos e os outros membros só podem exercitar-se
nas várias atividades nos anos da primeira infância, enquanto os nervos estão maleáveis”.
Observa-se, então, o quão importante se torna desde os primeiros anos de
escolaridade a prática de atividades físicas, buscando aspectos educacionais na própria
atividade de movimento. Percebem-se, ainda, as contribuições deste autor na análise de uma
didática que atende as reais necessidades deste educando. Sendo assim, Comenius (1997, p.
141): “Uma árvore também precisa transpirar e ser revigorada com freqüência pelos ventos,
pelas chuvas, pelo frio: de outro modo, debilita-se e resseca. Assim, também o corpo humano
precisa de movimento, de atividade, de exercícios sérios ou agradáveis”.
São inúmeras as contribuições do referido autor ao apontar a escola frente às
diferenças e ditames políticos e econômicos que estão postos em discursos de caráter
autoritário. As leituras de Comenius no que diz ao filósofo Platão, suscitam a criação de uma
educação voltada para as características da criança. Medina contribuí no sentido de denunciar
uma Educação Física como prática condicionada a uma estrutura que o Estado autoritário
designou para ela.
Portanto, o corpo tem sido uma arma bastante utilizada nos discursos formadores,
bem como, o seu controle dentro da sociedade que a reproduz como tal, pois os mecanismos
tornam-se cada vez mais “democráticos”, cada vez mais interiorizados pelos sujeitos: esse
poder é exercido mediante máquinas que organizam os cérebros (rede de informação) e os
corpos (em sistemas de bem-estar, atividades monitoradas, etc.).
Existe, porém, uma rede de intensificação e síntese dos aparelhos normativos, isto é,
de controle social do corpo, muitas vezes através da mídia. Na sua obra “Educação de Corpo
Inteiro”, Freire (1989) vem trazer à tona uma visão de corpo diferenciada, dotado de
aprendizagens de caráter cognitivo, afetivo e motor. O autor propõe uma educação de corpo
inteiro, isto é, uma educação que privilegie a ação corporal na escola, não somente
enfatizando aspectos cognitivos, mas para que efetivamente ocorra uma educação em que o
corpo esteja presente, que as práticas lúdicas estejam presentes neste universo infantil, sem
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deixar perder as especificidades que a infância nos permite identificar como processo
educativo.
Portanto, o ser humano é visto como detentor de uma forma de pensar e agir,
constituindo-se e voltando-se para si mesmo em um processo de interiorização de idéias e
pensamentos. Desta forma, novas concepções nas relações entre professores e alunos e nos
processos de ensino e aprendizagem.
Os saberes docentes estão enraizados na sua práxis, desenvolvida historicamente, em
relação a um certo número de questões que envolvem a ação pedagógica dos professores e, no
caso, os professores de Educação Física. As pressões sociais, as relações entre estado e
sociedade, os objetivos sociais das escolas são mantidos por diferentes estratégias de controle,
sobre os mais variados processos de escolarização, nos quais a sociedade está inserida.
De fato, outras pesquisas têm contribuído nesta análise, como no caso de Aristóteles
apud Finocchio (1991, p. 34):
Aqueles que impõem às crianças a prática exagerada de exercícios penosos e as deixam ignorantes em relação a outras partes indispensáveis da educação, na realidade fazem das crianças meros trabalhadores braçais, porque pretendem torná-los úteis à sociedade em uma única tarefa, e mesmo para esta as preparam pior que os outros [...].
Foucault reverencia em suas proposições acerca da quantidade de sofrimentos os
quais o professor tem sido exposto. O autor em "Microfísica do Poder" (1979), vem trazer à
tona os discursos do corpo, em um suplício, envolvendo corpo, saberes e poderes.
Assim, vale aqui ressaltar o que Foucault denomina de poder; são pequenas redes de
controle, mecanismos estratégicos que assegurem a manipulação dos corpos e seu
comportamento. Portanto, o corpo é visto como força de trabalho quando trabalhado pelo
sistema político de dominação do “poder disciplinar”.
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Na escola o discurso do corpo é detentor de uma carga de poderes, pois é na escola
que as crianças utilizam-se dos seus corpos para a “fabricação de futuros atletas”. O período
do esporte para todos, na década de 1970, veio trazer na contemporaneidade esse suposto
discurso, que buscava fomentar uma política de esportivização do homem, o que caracterizava
os conteúdos esportivos como sendo o alvo da estrutura curricular vigente. O corpo é cultuado
e reproduzido, é controlado, é objeto de fácil manipulação, e na formação inicial de muitos
cursos de licenciatura, isto, é formação de professores de Educação Física.
Um discurso controlador do corpo, apresentado por Soares (2002) vem contemplar
em suas proposições acerca do corpo na educação, pois o esporte possui em sua
especificidade. O corpo controlado, construído, modelado, atlético e estético. Assim o corpo
impregnado de valores e de relações de poder e saber, em que somente os mais hábeis, os
mais ágeis, enfim àqueles que teriam o perfil de supostos atletas, é que serviriam para a
escolarização. Por um momento pensei estar em Atenas na Grécia, no início da configuração
da Educação Física, remontando as fontes primitivas de culto ao corpo.
A Educação Física possui em sua matriz teórica, conhecimentos que determinaram o
surgimento de várias perspectivas, entre as quais pude relatar e explicitar nas contribuições
dadas por Lobo Filho (2003. p.71), quanto aos campos de conhecimento da Educação Física:
Atividade física; atividades físicas - esportivas e recreativas; movimento humano; movimento corporal humano; motricidade humana; movimento humano consciente; cultura corporal; cultura corporal de movimento; e cultura de movimento.
As manifestações de uma cultura de corpo apresentam-se em suas mais variadas
abordagens frente ao conhecimento desta área do conhecimento humano.
4- Conclusões deste estudo
A educação escolarizada instituídas por relações sociais, cujos diferentes saberes são
vinculadas às mais variadas formações de poder, produzindo o saber e consequentemente
poder, foram identificados, através das observações e análises discursivas, as aulas de
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Educação Física e as amostragens desta investigação fizeram com que identificássemos
algumas relações nas quais o poder, seja ele de caráter positivo ou negativo, estiveram
presente, nas atuações didáticas e metodológicas do considerado "bom professor" na escola
contemporânea.
O movimento humano, como sendo dispositivo de controle na escola, utilizando-se do
corpo para a manutenção e reprodução desse poder. A fragmentação de um saber do corpo,
através de uma prática onde o conhecimento é visto de desvinculada, não atendendo as reais
contribuições do movimento humano na formação do pensamento.
A fragmentação de um saber, que tem no corpo o seu objeto de manipulação,
historicamente constituído em seu corpo de conhecimentos uma “maquinaria política”, onde
almeja-se um “corpo perfeito”, desarticulando-o das demais áreas do conhecimento.
Retomando a revisão da literatura e, em especial, nas teorizações de Foucault, os
resultados de esforço de alguns educadores em proporcionar um trabalho pedagógico, cujo o
teor esteja atrelada à perspectiva de aprendizagem do movimento e pelo movimento humano.
As teorizações foucaultianas tem nos ajudado bastante no sentido de perceber o que acontece
nas práticas sociais e nas relações que a configuram na escola. A produção de estratégias e
mecanismos de poder e saber, tendo o corpo e o movimento humano, bem como as relações
envolvendo os professores de Educação Física, alunos, equipe técnica as e direção das
escolas.
Os desafios são muitos, sendo necessário um esforço individual e coletivo no sentido
de reconhecer e refletir sobre as contradições da sociedade em que vivemos, e nela, as
questões relacionadas com a área de atuação profissional. A constatação de que na educação
dos professores, sobrepõem as influências da prática cotidiana, apesar dos mecanismos de
assujeitamento advindas de todas as instituições escolares, ditas pedagógicas, porém de
controle e de normalização do corpo (processo de disciplinamento).
REFERÊNCIAS
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