Post on 06-Mar-2016
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Ricardo Reis
� O poeta da razão
� A razão e o sentimento
� Horacianismo
� O paganismo e a fugacidade da vida
� O epicurismo
� O estoicismo
� O poeta clássico
� linguagem e estilo
Ricardo Reis, o poeta da Razãoo poeta da Razão
•• DiscDiscíípulo de Caeiropulo de Caeiro, como o Mestre Mestre aconselha a
aceitação calma da ordem das coisas e faz o elogio
da vida campestre, indiferente ao social.
•«pagão por carácter», segue AlbertoCaeiro no amor da vida rústica, junto
da natureza. Mas, enquanto o Mestre,
menos culto e complicado, é um
homem franco e alegre, Ricardo Reis Ricardo Reis éé
um ressentido.um ressentido.
Reis e a Natureza
Pagão por carácter», segue Alberto Caeiro no amor da vida rústica, junto da natureza. Mas, enquanto o Mestre, menos culto e complicado, é um homem franco e alegre, Ricardo Reis éum ressentido.
Reis e a indiferença
• Discípulo de Caeiro, como
o Mestre, Reis aconselha
a aceitação calma da
ordem das coisas e faz o
elogio da vida
campestre, indiferente
ao social.
Reis e a contemplação
• Caeiro propunha saber ver, a obra de Reissugere-nos saber contemplar, ou seja, ver intelectualmente a realidade.
As afinidades entre Caeiro e Reis restringem-se aos aspectos apontados:
� É notória a vivacidade e a ingenuidade, o prazer e a alegria, a naturalidade e espontaneidade do Mestre Caeiro
• No discípulo Reistudo é calculado, ponderado, reflectidoe bem perceptível num tom triste que transparece na sua poesia e que é, certamente, resultante de uma atitude racional
Reis e Horácio
• HORACIANISMO
- carpe diem :vive o momento
- áurea mediocritas: a felicidade
possível no
sossego do campo
(proximidade de
Caeiro)
Forma exageradamente trabalhada: – os latinismos, os poemas demasiadamente intelectuais, a sintaxe sintaxe latinalatina, a odeode e o uso frequente do hiphipéérbatorbato, como em latim.
Reis e o paganismo
- Crença nos deuses e na civilização da Grécia (desprezo pelo cristianismo)
- Culto do belo, como forma de superar a efemeridade dos bens e a miséria da vida
- Intelectualização das emoções
- Medo da morte
Sofre e vive o drama da transitoriedade doendo-lhe o
desprezo dos deuses.
• Fugacidade do
tempo
• Consciência da
efemeridade da vida
• Fatalidade (medo)
da morte
Reis e o epicurismo
• Para enfrentar esse medo da morte, defende que é preciso viver cada instante que passa, sem pensar no futuro, numa perspectiva epicurista de saudação do“carpe diem”.
Epicurismo
• Busca de uma felicidade relativa
através da ataraxia - ausência de
perturbação - e da aponia - ausência
de dor.
• «Carpe diem» - gozar em
profundidade o momento presente.
• moderação nos prazeres
• fuga à dor
• ataraxia (tranquilidade capaz de
evitar a perturbação)
• A filosofia de Reis
é a de um
epicurismo
triste, pois defende o prazer
do momento, o
«carpe diem»,
como caminho
para a felicidade,
mas sem ceder
aos impulsos dos
instintos.
Reis e o estoicismo
• Mas essa vivência do prazer de cada momento tem que ser feita de forma disciplinada, digna, encarando com grandeza e resignação esse Destino de precariedade, numa perspectiva que tem raízes no estoicismo.
Estoicismo
• Apatia – aceitação calma e serena das leis do Destino, da ordem das coisas e a indiferença face às paixões e aos males para atingir a felicidade.
• Valorização da razão em detrimento das emoções que lhe merecem a indiferença.
• Abdicação de lutar
• Autodisciplina
• Faz dos Gregos o modelo da sabedoria (aceitação do Destinode forma digna e activa)
“Segue o teu destino, Rega as tuas plantas, Ama as tuas rosas.”
• Com este heterónimo, Pessoa projecta-se na Antiguidade Clássica.
Reis e a Grécia• Preconiza o regresso àGrécia Antiga por considerá-la um modelo de perfeição.
• Toma os gregos como modelo de sabedoria, pois souberam aceitar o destino e fruir o bem da vida.
• Tem consciência de que não nos podemos opor ao destino, mas antes aceitá-lo com naturalidade, como a água segue o curso do rio, sem lhe resistir.
Reis e o destino
• O homem, sujeito do Fado, não tem liberdade
“Porque, só na ilusão da liberdadeA liberdade existe.”
“Como acima dos Deuses O DestinoÉ calmo e inexorável.”
Linguagem e estilo I
• Submissão da expressão ao conteúdo: a uma ideia perfeita corresponde uma expressão perfeita
• Forma métrica: Ode
• Estrofes regulares em verso decassílabo (10) alternadas ou não com verso hexassílabo (6)
• Verso branco
• Recurso frequente à assonância, à rima interior e à aliteração
Linguagem e estilo II
• Predomínio da subordinação
• Uso frequente do hipérbato
. Uso frequente do gerúndio e do imperativo
• Uso de latinismos
• Metáforas, eufemismos, comparações
• Estilo construído com muito rigor e muito denso
ISABEL PAULO
2009