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NÚCLEO DE HISTÓRIA DA MEDICINA DA ORDEM DOS MÉDICOS
Nº 24
FEVEREIRO
2017
Editora
Maria do Sameiro Barroso
NOTA EDITORIAL
Em Fevereiro, o Núcleo de História da Medicina da Ordem dos Médicos continuu a dar destaque a grandes figuras da Medicina Portuguesa do final do século XIX, início do século XX, com António Flores, figura destacada da Neurologia portuguesa.
Em Março, Jaime Ernesto Salazar de Eça e Sousa, o fundador da Pediatria em Portugal, será evocado, no âmbito das comemorações do 140º aniversário do Hospital de Dona Estefânia ao qual a programação do mês de Março é dedicada. Recorda-se que a nova data da conferência será 22 e a sessão temática “História da Cirurgia Pediátrica”será no dia 28.
A pedido de alguns Colegas, o horário das conferências, às quartas-feiras, passará a ser às 19h.
Como foi noticiado no Boletim anterior, o Núcleo de História da Medicina promoveu a visita a Portugal de
Francesco M. Galassi, médico, patologista do Instituto de Medicina Evolutiva da Universidade de Zurique
(Suíça), onde trabalha como Assistente e Investigador Principal do Projecto de Paleopatologia Italiana.
Contando apenas vinte e sete anos, Francesco M. Galassi é um dos paleopatolgistas e especialistas em
paleomedicina mais reputados da actualidade, tendo sido incluído entre os trinta melhores investigadores
com menos de trinta anos na Forbes 30 Under 30 Science and Health Europe List.
Entre 8 e 12 de Abril, Francesco Galassi vai proferir conferências, em Lisboa, organizadas pelo Núcleo de
História da Medicina da Ordem dos Médicos, em colaboração com o Museu Nacional de Arqueologia, o
Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz e a Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves, para as quais
continuamos a chamar vossa atenção.
Lembra-se que qualquer membro do Núcleo pode propor eventos. Os médicos que queiram fazer parte do Núcleo devem enviar o nome, número de cédula profissional, endereço electrónico e um contacto telefónico. Os profissionais de outras áreas que se interessem pela História da Medicina e desejem fazer parte da nossa lista de amigos ou simpatizantes, devem enviar o nome, profissão, endereço electrónico e contacto telefónico.
Recorda-se aos colegas e às entidades com as quais foram estabelecidas parcerias, que pretendam a divulgação das suas actividades, que enviem as respectivas informações. Solicita-se aos conferencistas das sessões que enviem os resumos atempadamente para publicação no Boletim e na Revista da Ordem dos Médicos. Caso pretendam, podem enviar os textos integrais para publicação no site da Ordem dos Médicos. Os membros do Núcleo de História da Medicina podem enviar notícias e resumos de trabalhos, com vista à sua publicação no Boletim Informativo e no site da O.M. Toda a correspondência deve ser enviada para nhmom@omcne.pt
Apela-se à vossa participação e presença nas conferências e iniciativas do NHMOM.
Caso não desejem receber informação, deverão comunicar para nhmom@omcne.pt
NÚCLEO DE HISTÓRIA DA MEDICINA DA ORDEM DOS MÉDICOS
Nº 24
FEVEREIRO
2017
ACTIVIDADES DO NHMOM
No dia 22 de Fevereiro, na Biblioteca Histórica da Ordem dos Médicos, o Professor Vítor Oliveira, apresentou a
conferência “António Flores, um neurologista desconhecido”.
O título, algo provocatório, foi desvendado durante a conferência. António Flores, figura marcante da
Neurologia portuguesa, pela sua personalidade discreta, ficou na sombra, no seu tempo, em relação a Egas
Moniz, que mobilizou públicos e plateias.
As duas figuras, algo complementares, foram alvo de estudos de excelência, levados a cabo pelo Professor
Vítor Oliveira, que apresentou a conferência “Egas Moniz, o homem e a obra”, a 4 de Maio de 2016, no âmbito
da programação do Núcleo de História da Medicina da Ordem dos Médicos.
Para esta sessão, convidou os descendentes de António Flores. O neto, o Dr. João Bugalho, assinalado na
fotografia, brindou-nos com um testemunho valioso sobre o seu Avô do qual teve a gentileza de nos enviar um
resumo que se publica neste Boletim Informativo.
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PRÓXIMAS SESSÕES DO NHMOM
COMEMORAÇÕES DO 140º ANIVERSÁRIO DO HOSPITAL DE DONA ESTEFÂNIA
22 de Março, quarta-feira, 19:00
"Jaime Ernesto Salazar de Eça e Sousa, o Fundador da Pediatria em Portugal"
Maria Teresa Neto
Biblioteca Histórica da Ordem dos Médicos, Av. Gago Coutinho, 151, Lisboa
Organização: Núcleo de História da Medicina da Ordem dos Médicos e Núcleo Museológico do Hospital de Dona Estefânia
25 de Março, sábado, 15:00
Sessão temática “História da Cirurgia Pediátrica”
“Da solidão em Cirurgia. Depois de uma leitura de George Steiner”, Rui Alves
“Cirurgia e Utopia”, Maria José Leal
“Estenose Hipertrófica do Piloro”, João Pascoal
“Cirurgia de Gémeos Siameses”, António Gentil Martins
Biblioteca Histórica da Ordem dos Médicos, Av. Gago Coutinho, 151, Lisboa
Organização: Núcleo de História da Medicina da Ordem dos Médicos e Serviço de Cirurgia de Pediátrica do Hospital de Dona Estefânia
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PROGRAMA DO NHMOM DE ABRIL A NOVEMBRO DE 2017
ABRIL -LISBOA
8 de Abril – sábado, 18:30, Biblioteca Histórica da Ordem dos Médicos, Lisboa
8 de Abril, sábado, 15:00 “Paleopatografia: doenças de personagens históricas famosas e novas perspectivas para a Medicina Evolutiva” Francesco M. Galassi Biblioteca Histórica da Ordem dos Médicos Av. Gago Coutinho, 151, Lisboa
MAIO - COIMBRA
27 de Maio – sábado, 14:00, Auditório da Ordem dos Médicos, Coimbra
SEMINÁRIO "SÍFILIS:UMA ABORDAGEM INTERDISCIPLINAR"
27 de Maio, sábado
14:00 – Abertura: Carlos Cortes (SRC), Maria do Sameiro Barroso (NHMOM), Célia Lopes e Vítor Matos (CIAS)
14:00 – “Sífilis – Impacto social em quatro séculos de História”, Germano De Sousa
15:00 – “A sífilis por terras de Templários?”, Teresa Matos Fernandes
15:30 – “O morbo gálico nas ‘Centúrias de Curas Medicinais’ de Amato Lusitano”, David Morais
16:00 – “Iconografia da sífilis”, António Poiares Baptista
16:30-17:00 – Intervalo para café
17:00 – “Sífilis, Franz Schubert: sonata para uma noite de Inverno”, Maria do Sameiro Barroso 17:30 – "A Sífilis na região de Coimbra do início do século XX - Evidências históricas e paleopatológicas", Célia
Lopes
18:00 – “Neuroimagem e sífilis: resenha histórica”, Ana Mafalda Reis, Ricardo Correia de Abreu 18:30 – Encerramento Auditório da Ordem dos Médicos
Av. Dom Afonso Henriques 39, 3000-011 Coimbra
Organização: Núcleo de História da Medicina da Ordem dos Médicos, da Secção Regional do Centro e CIAS
(Centro de Investigação em Antropologia e Saúde)
Entrada livre mediante inscrição para julia.sousa.srcom@gmail.com
Será entregue um certificado de presença aos participantes
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JUNHO LISBOA
7 de Junho – quarta-feira, 19:00, Biblioteca Histórica da Ordem dos Médicos, Lisboa
COIMBRA 24 de Junho – sábado, 11:00, Colégio de S. Bento (ex-Instituto de Antropologia) Coimbra
7 de Junho, quarta-feira, 19:00
“Gondēshāpūr, um marco histórico na formação e assistência médica da antiga Pérsia” João Alcino Martins e Silva Biblioteca Histórica da Ordem dos Médicos Av. Gago Coutinho, 151, Lisboa
SEMINÁRIO, TUBERCULOSE: ESTUDOS MÉDICOS E ANTROPOLÓGICOS
24 de Junho, sábado 11:00 –12:00 – Visita às colecções osteológicas da Universidade de Coimbra 12:00 –14:00 – Intervalo para almoço (livre) 14:00 – Abertura:Carlos Diogo Cortes (SRC), Maria do Sameiro Barroso (NMOM), Ana Luísa Santos, Vítor Matos (CIAS) 14:30 – Contributo da paleopatolgia para o conhecimento da origem e da dispersão da tuberculose”, Ana Luísa Santos, Vítor Matos 15:00 – “Tuberculose e Medicina no tempo de Pergolesi”, Rui Alves 15:30 – “Evidências esqueléicas e arqueológicas da tuberculose em Portugal: uma perspectiva diacrónica”, Vítor Matos e Silva e Ana Luísa Santos 16:00 – Intervalo para café 16:30 –“Sousa Martins: Homem de Ciência na Luta anti-tuberculose”, Anabela Leitão 17:00 –“A enfermaria de S. Jacinto e o auxílio aos tuberculosos pela Venerável Ordem Terceira da Penitência de S. Francisco de Coimbra (1908-1926)”, Ana Margarida Dias da Silva 17:30 –“A tuberculose:epidemia e combate, em Portugal, na era pré-terapêutica anti-bacilar” 18:00 – Encerramento Local Colégio de S. Bento, ex-Instituto de Antropologia (em frente à Casa da Lusofonia, Rua Arco da Traição, Departamento de Ciências da Vida, Centro de Investigação de Antropologia, Anfiteatro I Organização: Núcleo de História da Medicina da Ordem dos Médicos, da Secção Regional do Centro e CIAS Centro de Investigação em Antropologia e Saúde (CIAS) Entrada livre mediante inscrição para julia.sousa.srcom@gmail.com Será entregue um certificado de presença as participantes
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JULHO
LISBOA 6 de Julho – quarta-feira, 19:00, Biblioteca Histórica da Ordem dos Médicos, Lisboa
6 de Julho, quarta-feira, 19:00 “Hospital Júlio de Matos — A Medicina Interna num Hospital Psiquiátrico”, Mário Camilo Sequeira Biblioteca Histórica da Ordem dos Médicos Av. Gago Coutinho, 151, Lisboa
SETEMBRO
LISBOA 27 de Setembro – quarta-feira, 19:00, Biblioteca Histórica da Ordem dos Médicos, Lisboa
27 de Setembro, quarta-feira, 19:00 “Hospital do Desterro: Cirurgiões (1857-2006)”, João Carlos Fortuna Campos Biblioteca Histórica da Ordem dos Médicos Av. Gago Coutinho, 151, Lisboa
OUTUBRO LISBOA
11 de Outubro – quarta-feira, 19:00, Biblioteca Histórica da Ordem dos Médicos, Lisboa
11 de Outubro, quarta-feira, 19:00 “O Hospital de Dona Estefânia -1877-2017”, Maria Teresa Neto Organização: Núcleo de História da Medicina da Ordem dos Médicos e Núcleo Museológico do Hospital de D. Estefânia Biblioteca Histórica da Ordem dos Médicos Av. Gago Coutinho, 151, Lisboa
PORTO
Sessão temática do Porto (Programa e data a anunciar)
NOVEMBRO LISBOA
25 de Novembro – sábado, 15:00, Biblioteca Histórica da Ordem dos Médicos, Lisboa
25 de Novembro, sábado, 15h Seminário“O Ensino da História da Medicina: actualidade e perspectiva histórica” (Programa a anunciar) Biblioteca Histórica da Ordem dos Médicos Av. Gago Coutinho, 151, Lisboa Nota: Aguarda-se a confirmação da disponibilidade da Biblioteca Histórica, a partir de Junho, para as sessões em Lisboa.
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CONFERÊNCIAS POR FRANCESCO M. GALASSI
8 de Abril, sábado, 15h “Palaeopatografia: doenças de personagens históricos famosos e novas perspectivas para a medicina evolutiva” Biblioteca Histórica da Ordem dos Médicos Av. Gago Coutinho, 151, Lisboa 9 de Abril, domingo, 15h “Júlio César e doenças de figuras históricas famosas: um novo ramo da paleomedicina” Museu Nacional de Arqueologia, Sala Burstorff Praça do Império, 1400-026 Lisboa 10 de Abril, segunda-feira, 14:30h “Diseases of famous historical characters: a palaeopathographic journey” Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz, Campus Universitário Quinta da Granja, 2829-511 Caparica 11 de Abril, terça-feira, 18:30h “Sindrome de Stendahl: história de uma doença” Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves Avenida 5 de Outbro 6, 1050 Lisboa
Francesco Maria Galassi, MD, é paleopatologista do Instituto de Medicina Evolutiva da Universidade de Zurique (Suíça), liderado pelo Prof. Frank Rühli, onde trabalha como Assistente e Investigador Principal do Projecto de Paleopatologia Italiana. Licenciou-se na Universidade de Bolonha e adquiriu experiência de investigação na Universidade de Oxford e no Imperial College de Londres, desenvolvendo desde cedo um profundo interesse pela história médica e pela antiguidade da doença. Além do seu estudo sobre restos osteológicos e as múmias, especializou-se na análise filológico-clínica de textos antigos para identificar e caracterizar a evolução das doenças ao longo da história. Em 2015, após a aceitação da sua reavaliação médica da doença de Júlio César, na qual, em coloboração com o colega Hutan Ashrafian (Imperial College London), questionou o diagnóstico, tradicionalmente aceite, de epilepsia, expandiu esse campo de pesquisa, tendo-o transformado num ramo de Paleopatologia, que designou como Paleopatografia. Acreditando profundamente na necessidade de uma abordagem arqueológica e filológica das entidades clínicas do passado para que tenham um impacto positivo na investigação clínica actual e contando entre os seus famosos diagnósticos retrospectivos, Dante Aleghieri e Alarico I, criou recentemente o Bocaccio Paleopathology Program que visa essencialmente investigar a causa de morte do grande poeta medieval. Com apenas 27 anos, Francesco Galassi é um dos paleopatologistas mais jovens do mundo e um especialista no campo da paleomedicina. Os estudos de Francesco têm recebido atenção mundial, em artigos de qualidade como a revista Forbes, The Guardian, The Telegraph e apresenta regularmente apresenta programas como comentador de paleopatologia na imprensa e em programas de rádio e de televisão. Em Janeiro de 2017, foi incluído na lista Forbes 30 Under 30 Science and Health Europe. Francesco M. Galassi integra a Comissão organizadora do International Congress on Wax Modelling – London 1-2-3 September.
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CALL FOR PAPERS
Ver call for papers e outras informações no site do congresso
https://www.uc.pt/fctuc/dquimica/2EHCE NOTA
A tarde do primeiro dia deste Congresso coincide com o nosso Seminário “Sífilis: uma abordagem interdisciplinar” que decorrerá na Ordem dos Médicos de Coimbra. Em colaboração com a Comissão Organizadora do Congresso, ficou decidido que, a fim de conjugar sinergias, a tarde do programa do congresso será preenchida com temática relativa a outras ciências. Fica também a possibilidade de participação no Congresso aos que se tencionam deslocar-se a Coimbra para participar no Seminário, na manhã do dia 26 ou durante o dia 27.
VIII JORNADAS INTERNACIONAIS HISTÓRIA
DA LOUCURA, PSIQUIATRIA E SAÚDE MENTAL VIII INTERNATIONAL MEETING HISTORY OF
MADNESS, PSYCHIATRY AND MENTAL HEALTH 3º Apelo à participação / 3th Call for abstracts
ENVIO DE RESUMOS — NOVA DATA: 15 de
MARÇO de 2017 ABSTRACT SUBMISSION — NEW DEADLINE:
15 march 2017
Local de realização / Venue Auditório da Secção Regional do Centro da Ordem dos Farmacêuticos / Centro de Documentação Farmacêutica, Rua Castro
Matoso, 12 A, Coimbra, Portugal
Ver 3º call for papers e mais informações no site do Congresso
http://www.uc.pt/iii/ceis20/Congressos/VII_JIHLPSM
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Brain Week 2017 / XIII Congresso Nacional de Neurorradiologia
A direção da Sociedade Portuguesa de Neurorradiologia (SPNR), sob o Alto Patrocínio Científico da Ordem dos Médicos, assim como, de modo inédito, de todas as Faculdades de Medicina/Cursos de Medicina e de Ciências Biomédicas nacionais, em parceria organizacional com a edilidade de Estarreja /Casa Museu Egas Moniz e a Universidade de Aveiro, assumiu o desafio proposto e a efetiva responsabilidade de organizar o evento inaugural, científico e sócio-cultural, denominado “Brain Week 2017 – Semana do Cérebro e da Neurorradiologia” (BW’ 17). O evento decorrerá na região Centro de Portugal, com diversas atividades a ocurrerem em Aveiro, Estarreja e Santa Maria da Feira, entre 31 de Maio e 6 de Junho de 2017.
Os investigadores/membros do Núcleo de História da Medicina da Ordem dos Médicos poderão associar-se a diversas actividades científicas da História da Medicina
Para mais informações, consultar o site https://www.spnr.org
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RESUMOS DE COMUNICAÇÕES E PUBLICAÇÕES
“ANTÓNIO FLORES”
Vitor Oliveira1
O Professor António Flores foi uma figura das mais marcantes da neurologia portuguesa do século
XX fazendo parte, de todo o direito, da “geração de 1911” que integrou a Escola Médica de Lisboa. A
sua personalidade discreta, avessa a exposições que não fossem as estritamente inerentes às suas
funções e o facto de deixar escasso espólio escrito contribui para que a sua memória se esfume à
medida que aqueles que com ele conviveram bem como os seus sucessores directos têm vindo a
percorrer o ciclo inexorável da vida.
Julgamos por isso, importante compilar alguns aspectos salientando a sua contextualização à época
em que viveu:
António Pereira Flores nasceu em Lisboa a 3 de Fevereiro de 1883 filho de um comerciante de
tecidos, bem-sucedido, o seu futuro estava destinado a dar continuidade ao negócio de seu pai mas
o seu desejo de saber não se coadunava com os projectos do progenitor. A sua educação orientara-
se pelos mais elevados padrões lisboetas da época, frequentando o Colégio de Campolide, reputada
instituição jesuítica tida como o expoente máximo do ensino em Portugal. Rapidamente se verificou
que as qualidades e capacidades para o estudo apontavam bem acima da predestinada carreira
comercial. Assim, após o falecimento precoce de seu pai, o jovem António Flores matriculou-se na
Escola Médico-Cirúrgica em 1900 terminando o curso em 1906. O seu percurso no ensino médico,
não destoou do anterior, bem atestado pelos vários prémios destinados aos melhores alunos de
várias cadeiras, que conquistou.
O interesse pela neurologia já era claro no final do curso, embora não existisse tal ensino no
currículo da época, mas teve a perspicácia de descortinar cedo os seus encantos e desafios, só
possíveis fora de Portugal, conhecedor que era dos progressos verificados em França e na Alemanha.
Conforme escreveu: “Só na histologia, como introdução aos estudos neurológicos, poderia ter-me
adestrado com o saudoso Prof. Mark Athias, já então consagrado universalmente como investigador
1 Neurologista, Regente da Disciplina de História da Medicina, Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.
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de mérito neste capítulo da ciência; mas tal trabalho, desacompanhado da patologia, tanto clínica
como necrópsica, não servia o meu objectivo.
E assim, rapidamente, rumou a França. A Salpétrière era a berço da Neurologia pois aí teve o seu
primeiro esplendor. Há muito que os ecos das Leçons du Mardi tinham estiolado mas o espírito de
Jean-Martin Charcot permanecia bem vivo na memória dos seus discípulos que agora ocupavam,
justamente, os lugares de maior relevo.
No entanto, o seu espírito estava ávido do saber neurológico e rapidamente sentiu as insuficiências
da escola francesa da época, ainda não libertada da sombra tutelar do seu fundador e assim seguiu
outros destinos: “Para um principiante que se inicia o laboratório do Serviço de Charcot, dirigido por
Alquier, não deixava de ter grande préstimo; mas a verdade é que os métodos ali em uso estavam
demasiado antiquados e, dessa falta, que ia até ao desconhecimento das impregnações pela prata,
ressentiam-se naturalmente os trabalhos produzidos.”
Era, portanto, chegado o momento de saciar, em novas fontes, a sede de saber. Oferecia-se-me à
curiosidade a Alemanha e a Inglaterra.
O acaso pôs-me em contacto com Broadmann, quando no outono de 1910, Kraepelin o convidou a
fazer, na sua clínica em Munique, uma conferência sobre a arquitectura do córtex cerebral. O calor
comunicativo com que expôs o resultado das suas investigações converteu-me em prosélito e não
descansei enquanto não me encontrei no Instituto Neurobiológico de Berlim a trabalhar como
colaborador de Oskar Vogt.”
António Flores instala-se em Berlim sob os auspícios do casal Vogt (Cecile e Oskar) de quem fica
amigo para o resto da vida. Na Alemanha tem ainda oportunidade de estagiar com Alois Alzheimer.
Em, 1911 regressa a Portugal e conclui então os formalismos académicos com a apresentação da
tese de licenciatura em 11 de Junho de 1911 realizada sob a orientação de Oskar Vogt “A
Mieloarquitectura e a Mielogenia do Cortex Cerebral do Erinaceus Europaeus*”
Nesse ano haviam sido criadas as Faculdades de Medicina de Lisboa e do Porto. Na capital surgem
então no Hospital de Santa Marta, agora convertido em Hospital Escolar, as novas cadeiras de
Oftalmologia com Gama Pinto e a de Neurologia com Egas Moniz. Se Gama Pinto era um médico
consagrado e aceite na nova faculdade com respeito geral, já em relação a Egas Moniz existiu
acalorada contestação devido ao seu percurso, mais conhecido como político do que como médico.
O futuro prémio Nobel convidou de imediato António Flores, nove anos mais novo mas com uma
sólida formação neurológica, tida geralmente como superior à sua, para assistente da cadeira.
António Flores inicia assim uma carreira que viria a culminar com a sucessão a Egas Moniz em 1944 e
atingindo a jubilação em 1953.
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Durante a sua longa carreira António Flores notabilizou-se como docente não só pela sua sólida
formação neurológica e neuropatológica adquirida na Europa mas sobretudo pelas suas qualidades
didácticas. As suas lições de Neurologia foram consideradas como um expoente lapidar do ensino na
Faculdade de Medicina de Lisboa, tendo ficado célebres as suas 15 lições de Neurologia.
Ao longo da sua vida, sem deixar o Serviço de Neurologia de Santa Marta, Alma-Mater da neurologia
portuguesa, acumulou a direcção do Hospital Miguel Bombarda (1941-1944) e a Cátedra de
Psiquiatria (1942- 1945) deixada vaga pela morte precoce de Sobral Cid.
Presidiu também à Comissão instaladora do Hospital Júlio de Matos (1939 -1941) do qual veio a ser
seu primeiro director. Quando Egas Moniz se jubilou transitou para o seu lugar (1944), deixando a
psiquiatria para Barahona Fernandes.
Foi ainda director da Faculdade de Medicina de Lisboa (1944-1947), vindo a demitir-se na sequência
de uma invasão policial no período conturbado que terminaria com o expurgo de vários Professores
como Pulido Valente e Fernando da Fonseca.
Foi também Bastonário da Ordem dos Médicos (1940-1943) tendo pugnado pela criação de um
“Ministério da Saúde”, ambição que não veria concretizada pois tal só ocorreria em Agosto de 1958,
oito meses após o seu falecimento.
Mais do que uma carreira respeitada ficam como créditos suficientes o percurso discípulos cujos
destinos influenciou decisivamente e entre os mais notáveis, se encontram Miller Guerra e Corino de
Andrade.
Com a sua jubilação sucedeu-lhe Almeida Lima, neurocirurgião tido como “as mãos de Egas Moniz”
pois foi ele que executou os seus notáveis procedimentos inovadores: a angiografia e a leucotomia.
António Flores viria a falecer precocemente, aos 74 anos, a 13 de Dezembro de 1957 vitimado por
doença oncológica, exactamente dois anos após Egas Moniz.
* (Ouriço Cacheiro)
Bibliografia:
António Flores in Última Lição . ed. Faculdade Medicina de Lisboa- (1954)
Jaime Celestino da Costa in: Um certo conceito de medicina. Gradiva (2001)
Juvenal Esteves in: Anamnesis. Bertrand Editora (1992)
Martins da Silva, Vitor Oliveira e Silveira Botelho in: Memórias da Universidade: http://memoria.ul.pt/index.php/Flores
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PARTICIPAÇÃO NA CONFERÊNCIA DO PROFESSOR VÍTOR OLIVEIRA SOBRE O PROFESSOR
ANTÓNIO FLORES
João Bugalho
Após uma tão interessante, minuciosa e tão bem documentada exposição como a que o Professor
Vitor Oliveira fez sobre a biografia de meu Avô, o Professor António José Pereira Flores, pouco
poderei acrescentar, para além das memórias da experiência do convívio de um adolescente que
tinha quinze anos quando ele faleceu.
Na realidade a minha memória dá-me duas imagens de meu Avô.
Uma, coincidente com o tempo da sua intensa actividade profissional, de um homem austero, muito
disciplinado regendo-se em tudo por uma pontualidade e rigor extremos, criando à sua volta uma
áurea de respeito, até talvez de um certo distanciamento. Esta figura ficava psicologicamente longe
dos netos que por vezes -se á mesa pretendessem pronunciar-se- ouviam um comentário de ”cresça
e apareça”. Levantava-se todos os dias cerca das seis da manhã e antes de sair para o Hospital, já
tinha passado duas horas ao microscópio, no laboratório que tinha em casa, ao lado do escritório.
Pontualmente à uma hora, regressava para almoçar, passando antes por uma salinha anexa à sala de
jantar, onde o aguardava uma linda caixa, contendo seringa, agulhas, uma lamparina de álcool e o
material necessário para a injecção de insulina. Controlava a diabetes assim e com refeições
insípidas de alimentos cozidos, rigorosamente pesados antes de cozinhados. Ao almoço seguia-se
uma sesta de meia hora antes de sair de novo para o hospital ou para o consultório. Enquanto
estava em casa, minha Avó zelava para que houvesse um silêncio e sossego absolutos, Víamo-lo
depois descer as escadas, com um chapéu que chamávamos de “diplomata”, preto com um rebordo
debruado com fita de cetim, sempre acompanhado do seu chapéu-de-chuva, ou melhor de sol,
porque era usado para se proteger do sol que lhe causava alergias. Porém o ambiente quando ele
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estava, sem que ele o provocasse, era sempre algo contido e sentia-se no ar uma regra
disciplinadora.
Como criança, eu percebia, observando de longe, que era um senhor respeitável e muito respeitado,
que gostava muito de dialogar com os adultos, especialmente com os amigos que o visitavam com
frequência e com os quais mantinha longas conversas.
A outra imagem era a do Avô mais próximo que, sobretudo após a reforma, fez, segundo creio um
grande esforço de aproximação. Mesmo antes da reforma, havia uns períodos de recreio que eram
também muito especiais. Convidava-me por vezes para estudar ao lado dele e perguntava o que
estava eu a fazer. Era então extraordinário como ensinava a gramática do português ao francês, da
etimologia das palavras, do sentido em grego ou em latim desta ou daquela expressão, dos
pormenores da biologia… Quando tínhamos uma nódoa na roupa, perguntava se sabíamos de que
era, ia ao laboratório, trazia uns frasquinhos, ou tubos de ensaio, umas varetas de vidro e com
explicações de química, passado pouco tempo, a nódoa já lá não estava! Ensinou-me a fazer
soldadinhos de chumbo que completaram uma enorme colecção que tinha feito, quarenta anos
antes, para meu tio, ao regressar da Primeira Grande Guerra. Centenas de soldadinhos de grande
beleza e execução perfeita, com pintura minuciosíssima, detalhando desde os botões, às listas das
calças, passando pela côr dos bigodes e do cabelos. Até peças de artilharia, à escala, que chegaram a
disparar munições transportadas nos carros próprios puxados por parelhas de cavalos.
Também eram excepcionais os momentos em que íamos para o tanque do jardim, com os barcos
que ela fazia em lata e que se moviam com os motores de corda de relógios velhos e que davam
para fazer corridas ou exercícios militares navais. Também era uma oportunidade para fazer
colheitas da água do tanque, de limos, de insectos flutuantes que depois observávamos ao
microscópio.
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Era este o mesmo Avô que, se nos queixássemos dizia: “um homem é um homem e um gato é um
bicho!”. Doí-lhe a cabeça? Bom sinal, é porque a tem… Olhe, pior estou eu que sou mais velho!”
Mas se estivéssemos realmente doentes era de um cuidado extremo e chamava, quando entendia,
alguns dos seus colegas, médicos então de grande nomeada, com os quais discutia detalhadamente
os diagnósticos.
O convívio com o meu Avô depois da reforma teve uma enorme influência em mim, da qual só muito
mais tarde me apercebi. Ele tinha um grande desejo de ter um descendente médico e não o tinha
conseguido nem com meu tio, nem com meu irmão mais velho. Eu frequentava então um colégio
interno no Monte Estoril, dizia que queria ser pintor ou arquitecto. Vinha a casa nos fim-de-semana
e encontrava-o no laboratório, a trabalhar no microscópio, como sempre vira. Só que ele me
chamava e dizia: vem ver coisas bonitas que tenho aqui. Um dia fascinou-me com cortes de uma
pulga feitos no seu micrótomo de precisão. Eram desenhos fantásticos cujas partes me explicava
detalhadamente! Pareciam minuciosos desenhos japoneses. Dizia-me: Então não queres desenhá-
los? E dava-me os lápis. E punha corantes nas lamelas que transformavam o campo ocular em
fantásticas paisagens. Porque não as pintas?
Foi assim que quando chegou a ocasião de optar na carreira liceal – sem que meu Avô alguma vez
tenha mencionado o facto - em vez de escolher a alínea de arquitectura escolhi a de ciências! Porém
ele viria a falecer ano e meio depois e eu, uma vez que já estava em Ciências, decidi ir para
Agronomia o que me daria mais meios para apoiar minha Mâe, que ficara viúva muito nova mas
decidira continuar a manter a exploração agrícola que fora o sonho de meu Pai.
Pouco depois de se jubilar meu Avô, que durante toda a vida nunca fumou nem cigarros, nem
charutos, nem cachimbo, diagnosticou em si próprio um cancro da garganta. Manteve a rotina da
sua vida enquanto pôde mas acabou por ser internado no IPO onde o seu amigo, o Professor
Francisco Gentil lhe fez uma traqueotomia. Minha Mãe acompanhou-o então permanentemente.
Ele, afónico, chamava as pessoas com um sinal da mão e escrevia as suas mensagens num papel.
Continuou a trabalhar, agora na cama, escrevendo e concluindo trabalhos que tinha em mão.
Um dia, fechou o caderno onde escrevia, chamou minha Mãe e escreveu no papel da mensagem:
“Acabei”.
Faleceu na manhã do dia seguinte, dia 13 de Dezembro de 1957.
Agradecimento: O NHMOM agradece ao Dr. João Bugalho a gentileza do seu testemunho, bem como a autorização para
publicar as fotografias.
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Nº 24
FEVEREIRO
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REYNALDO DOS SANTOS: UM CASO SINGULAR
António José de Barros Veloso
Reynaldo dos Santos nasceu a 6 de Dezembro de 1880 em Vila Franca de Xira. Era filho de um
médico local e, acabado o liceu, matriculou-se na Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa que
funcionava no Hospital Real de S. José. Terminou o curso em 1903 com 13 valores tendo feito
depois disso um estágio em Paris, com Theodor Tuffier prestigiado professor de cirurgia. No ano
seguinte seguiu para os EUA onde frequentou vários centros cirúrgicos tendo-se tornado amigo
de Alexis Carrel e Harvey Cushing.
Regressado ao país, não conseguiu ser aprovado no concurso para professor de cirurgia da
Escola Médico Cirúrgica de Lisboa. Mobilizado durante a Grande Guerra, fez parte do Comité
Inter-Aliado para o estudo dos ferimentos em combate. Condecorado com a Distinguish Service
Order, regressou a Lisboa e passou a dirigir o serviço de cirurgia do Hospital de Arroios que
passaria a ser conhecido no meio médico por “Universidade de Arroios”. Foi aí que com os seus
colaboradores, e na sequência dos trabalhos de Egas Moniz, realizou as primeiras arteriografias
dos membros e logo a seguir as primeiras aortografias. Inicialmente recebidas com reserva,
acabariam por se impor em todo o mundo pela contribuição que trouxeram ao conhecimento da
fisiologia e patologia das artérias. Reynaldo iria receber, por isso, inúmeras condecorações e
honrarias entre as quais se destacou a medalha “Violet Hart” inicialmente criada para cirurgiões
americanos e que lhe foi entregue a título excepcional.
Sempre muito crítico em relação ao ensino da medicina que se fazia em Portugal, manteve
relações difíceis com a Faculdade de Medicina de Lisboa e só foi convidado para professor em
1932. Primeiro para catedrático de Urologia, especialidade que escolhera e que exerceu com
grande brilho e, finalmente, em 1941, para ocupar a cátedra de Patologia Cirúrgica.
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Tendo-se aposentado por limite de idade em 1950, com a lição “A Formação das Elites”, a sua
actividade não terminou aí. Passou então a dedicar-se em exclusivo a uma área pela qual
mostrara sempre interesse e na qual desenvolvera já um imenso trabalho desde a juventude: a
história e a crítica de arte.
Longe de ser apenas um apreciador e muito menos um coleccionador, era um investigador e um
teorizador que procurava encontrar, nas raízes da arte portuguesa, a identidade de uma cultura
que era preciso recuperar para ser o motor da regeneração de uma sociedade em crise. Foi esta
a ideia que o perseguiu toda a vida e que o conduziu a descobertas notáveis: as tapeçarias de
Pastrana, a obra dos escultores renascentistas em Portugal no século XVI, a obra de Álvaro Pires
de Évora, a escola de pintura dos Primitivos Portugueses e a verdadeira autoria de obras como a
Torre de Belém e a janela do Convento de Cristo em Tomar. Do românico, ao manuelino, da
escultura medieval ao simples azulejo, deixou-nos uma herança enorme de livros, artigos,
conferências e simples intervenções que marcaram para sempre a nossa cultura.
Em 1970 já perto de completar 90 anos, viu ainda publicada e premiada a sua obra final – “Oito
Séculos de Arte em Portugal” – uma síntese em que procurou mais uma vez identificar, nas
diversas formas de expressão artística, as raízes e a identidade de um povo que conseguira,
segundo dizia, aliar um forte tradicionalismo a um cosmopolitismo esclarecido. Faleceu a 6 de
Maio de 1970.
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“ALBUCASIS: A LANDMARK FOR ARABIC AND EUROPEAN SURGERY”
Maria do Sameiro Barroso
This article presents Abu'l-Qasim Khalaf ibn 'Abbas al-Zaharawi, Arabic و سم أب قا لف ال ن خ باس ب ع
زهراوي Latin Albucasis (936-1013 A.D.), one on the most outstanding Arabic physicians and the ,ال
most remarkable Arabic surgeon. His work had a strong impact in middle ages. Greek-Roman
surgery had almost ceased to be practiced, in the Western world, after Paul of Aegina (625-690
A.D.), the last Byzantine compiler. Albucasis took for himself the task of making of surgery an
honorable art. He recovered ancient surgical texts from damaged scrolls, developed, expanded and
refined Greek-Roman operations, adding his own pioneer techniques, procedures, and devising his
own instruments. His clear and insightful teachings laid the foundations of accurate and safer
surgical procedures that were adopted in the following centuries.
Nota
Resumo do artigo, publicado no site Muslim Heritage.
O texto integral está disponível em http://muslimheritage.com/article/albucasis