Não há acasos na rating

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Estes acetatos que se seguem são, sem tirar nem pôr, os acetatos que tenho na parte inicial de um módulo a que chamo “Não há acasos!” e ilustram toda uma forma de vida, toda uma forma de ver o mundo que procuro eliminar, eliminar é forte, que procuro descredibilizar dentro das empresas.procuro descredibilizar dentro das empresas.

DILBERT,CHEGUE

ESTOU FARTO DE CARREGAR AQUI E NÃO APARECE A LETRA “B”

CHEGUE AQUI

SE ESTÁ A USAR A TECLA “A”, COMO PODE ESPERAR QUE APAREÇA O “B”!?

Rimo-nos do chefe do Dilbert?

Esperem pelo final de 2011 e vamos ver se os impostos extraordinários agora criados vão ser eliminados.

Se continuamos a fazer e a agir como anteriormente, sem ir às causas-raiz, só Se continuamos a fazer e a agir como anteriormente, sem ir às causas-raiz, só atacando e escondendo os sintomas provisoriamente, como podemos aspirar a um desempenho diferente?

Muita gente acredita que os eventos, que o desempenho de uma organização, ocorre por acidente, como um meteoro caído dos céus

Esta postura de surpresa é a postura de muitos jornalistas…

Não sabíamos!!! Foi uma completa surpresa!!!

Típico de quem não olha para os números ou, olhando para eles só vê o último valor, e ou, olhando para eles só vê o último valor, e não percebe tendências.O maior representante deste grupo é o ex-ministro Pinho, quando em Setembro de 2007, em entrevista ao DE afirma “A crise financeira não vai ter qualquer impacte na economia” (basta ver o marcador sobre o tema no blogue)

Outros acreditam que o lado negativo do

desempenho acontece porque existem porque existem

culpados, terroristas que fazem mal de propósito

Esta postura de que o mundo está cheio de maus, verdadeiros terroristas que não nos deixam em paz, é a preferida dos políticos: Assis, Sócrates, Costa e, sobretudo, como se viu ontem na SIC-N, para quem aguentou a náusea até ao fim, Luís Nazaré.

Esta é a postura que põe todas as culpas nos Esta é a postura que põe todas as culpas nos malvados das agências de rating, nos especuladores, nos…

Nos outros… típico de uma população habituada a gerir a sua vida como se o locusde controlo estivesse no exterior e não dentre de si…

Outros ainda, acreditam que é tudo uma Outros ainda, acreditam que é tudo uma questão de sorte… questão de sorte…

Que falta de sorte… estávamos a conseguir controlar o défice abaixo de 3% e aparece isto e…

Esta é a postura dos peresmetelizadores, mais uma vez nunca temos culpa de nada, somos vítimas da sorte ou do azar.

Só que a verdade é que não há acasos.

Percebem o que isto quer dizer?

Percebem

mesmo?mesmo?

Não há bruxaria…

Está tudo escrito nas estrelas, são os nossos actos, as nossas omissões que nos colocaram aqui.

Os números do défice que agora nos atormentam, os valores do risco da dívida portuguesa (repararam como ontem voltou a dar um salto…) não são um acontecimento dos últimos 15 dias.

Agora, para muitos, emergem como uma novidade e…novidade e…

… metem medo, geram pânico!

Quando nos concentramos nos resultados, nos eventos… concentramo-nos no que já

aconteceu!!!

Como só nos fixamos no evento, no acontecimento, nas parangonas dos jornais, só vemos o hoje e o agora.

Por isso, concentramo-nos a atacar o que vemos, o que é palpável, atacamos os sintomas, apagamos o fogo.

E sentimo-nos heróis, estamos a lutar corajosamente para apagar o fogo…

Somos da mesma estirpe dos que morreram no 11 de Setembro a combater as chamas.

E a nossa mente está tão agrilhoada, tão algemada a este modelo mental de ver o mundo como uma série de eventos que ficamos prisioneiros dele…

Daí Passos Coelho, daí Lobo Xavier, daí Ferreira Leite não terem alternativa a Sócrates e ao aumento de impostos.Sócrates e ao aumento de impostos.

Esta desculpa de Passos Coelho, seria a mesma que nos daria se fosse primeiro-ministro, na senda das de Barroso e Sócrates I.

Na nossa cultura mediterrânica logo aparecem as carpideiras profissionais...

Ai que nos corre tudo mal!

Ai que os especuladores estão contra nós!

Ai que temos tanto azar!

... e os "progroms" organizados para encontrar os culpados do costume...

Temos de arranjar uns culpados, uns bodes expiatórios que sirvam de alvo para descarregar a nossa ira, para culpabilizarmos pela nossa sorte, ou falta dela.

... e a crucificação dos culpados do costume...

Não vai servir de nada!

Não serve de nada!

O inimigo somos nós, está dentro de nós, sempre esteve connosco… há algo de HellenRipley.

Hoje, olhamos para a realidade e vemos…realidade e vemos…

Hoje, perante a emergência de um evento, taxas de juro da dívida soberana e dificuldade dos bancos obterem empréstimos, o prime-time, os horários nobres, os tempos de antena, são ocupados com o tema como se de um evento isolado se tratasse.

Como disse Assis e Sócrates, foi na outra semana que tudo se precipitou.

Porque os vemos como acontecimentos

isolados, atacamos os isolados, atacamos os sintomas

Quando tratamos os assuntos como eventos isolados aplicamos o penso-rápido, fazemos o tratamento sintomático, o tratamento epidérmico…

Algum tempo depois…

Logo, daqui a uns anos eles emergem novamente…

… para surpresa dos otários que só conseguem equacionar o futuro em termos do espaço de tempo que medeia entre o que comeram ao almoço e o que vão comer ao comeram ao almoço e o que vão comer ao jantar.

É o velho “I’ll be back!” do Terminator, é a velha Lei de Murphy e do seu corolário “Murphy era um optimista”

Muito mais haveria a dizer mas não vale a pena.

I rest my

case!case!

Só que o desempenho não é um acontecimento excepcional, é o fruto de um

hábito

O nosso desempenho económico ou político como país, não acontece por acaso, não é algo de excepcional…

É o produto perfeitamente natural dos nossos hábitos.

Carlos Pereira da Cruzccruz@redsigma.ptbalancedscorecard.blogspot.com