Muçulmanos na Península Ibérica

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Cristãos e Muçulmanos na Península Ibérica

Mesquita de Córdova

Na Península Ibérica, cristãos, muçulmanos e judeus conviveram entre o séc. VIII e o séc. XV.

A Norte, os cristãos viviam em pequenas aldeias, dedicando-se principalmente à agricultura.

Os muçulmanos tinham uma cultura muito superior, vivendo em cidades muito prósperas e

desenvolvidas.

Alhambra; Granada

Pátio dos Leões

Alhambra; Granada

Torre da Giralda

Sevilha

O uso do mármore, dos azulejos, o

estuque e as citações do Corão são

elementos típicos da decoração da

Sala dos Embaixadores

Alcazar de Sevilha

Séc. XIV

elementos típicos da decoração da

arquitectura muçulmana.

Em Portugal, os vestígios da presença islâmica não são tão exuberantes como na Andaluzia.

No entanto, é justo reconhecer a pujança cultural de Silves, Mértola e Lisboa, bem como

destacar nomes como o do poeta Abu-l Walid al-Baji ou Abu Muhammad Abd Allah ibn

Muhammad ibn al-Sid al - Batalyawsi (1052-1127), autor de um Livro dos Círculos, uma obra-

-prima que o historiador Borges Coelho considera um dos maiores pensadores que nasceu no

solo que hoje é português. A sua teologia e argumentação são, segundo os entendidos,

semelhantes às de S. Tomás de Aquino.

Vaso islâmico

Tavira

Eis que o rodar do tempo me faz velha

E setenta e nove anos vão passados.

Frágil teia de aranha que hoje sou

Que mais dons esperarei me sejam dados?

E aqui vou indo pela vida fora

Me arrastando feita uma criança,

Aprendendo a andar com o bordão

Cativo agrilhoado, já sem esperança.

Maryam Bint Abi Ya’qub al-Ansari al-Fasauli

Poetisa muçulmana dos séculos X-XI

Viveu em Silves e Sevilha

Duas

peças do

Museu de

Mértola

Mértola conserva ainda importantes vestígios da presença islâmica.

Como a sua igreja matriz que era a antiga mesquita.

Lisboa (Al-Lixbûnâ) foi uma importantíssima cidade durante o período islâmico (716 – 1147) e

ainda hoje exibe marcas dessa presença, como por exemplo no bairros populares de Alfama,

Mouraria, Castelo,….

Depois da conquista definitiva da cidade, muitos muçulmanos

continuaram a viver nas mesmas cidades, agora sob domínio

cristão. Viviam em bairros separados – as mourarias – com

certas restrições, podendo no entanto praticar a sua religião,

mediante o pagamento de impostos especiais.

O mesmo sucedia aos cristãos que viviam em cidades sob

domínio islâmico, ainda que, em tempos de intolerância e

perseguição, tivessem que fugir e exilar-se.

Lápide

sécs.XII-XIII

Museu da Cidade

Lisboa

Capitel islâmico

Séc. X

Museu Nacional de Arqueologia

Lisboa

Na fronteira do Mondego, Coimbra era a cidade mediterrânica mais setentrional, misturando as

tradições islâmicas com a fé cristã: são os moçárabes.

Alta de CoimbraA toponímia preserva essas

referências islâmicas: Assafarge,

Almedina, Almalaguês.

Entre o Norte cristão e o Sul islâmico estabeleceram-se prolongadas relações e firmaram-se

influências mútuas nos mais variados domínios, principalmente no centro e sul do país.

Alcácer do Sal

São imensas (cerca de meio milhar) as palavras portuguesas de origem árabe:

albufeira

alcatrão

alfândega

algibeira

arraial

arsenal

atum

azar

azenha

café

caravana

marfim

romã

sofá

almofada

xarope

alcatrão

alfaiate

algarismo

algodão

alvalade

argola

armazém

arroz

zero

azeite

açúcar

Benfica[Banul al-Faqih]

Banu = clã berbere

Faqih = especialista na lei islâmica

camisa

guitarra

laranja

nora

Oxalá!

sofá

tremoço

xadrez

Devemos aos muçulmanos a introdução de novas culturas agrícolas, com destaque para as

árvores de fruto:

Técnicas de irrigação e aproveitamento

hidráulico: poços, noras, cegonha, açudes,

canais de irrigação, azenhas,

Ciências: astronomia, química, náutica, medicina. Averróis era um famosíssimo médico e

filósofo nascido em Córdova no séc. XII.

Página de um livro

sobre plantas

medicinais

Matemática: algarismos

Letras: Não fossem os muçulmanos e mais de metade do legado grego estaria perdido. Foram as

escolas de tradução da Península Ibérica que traduziram do grego clássico os textos dos autores

helénicos.

Artes:

AlaúdeDanças e cantares

Xadrez: de origem indiana, foi trazido para a Europa

pelos árabes.

Cantares alentejanos:

Arquitectura e urbanismo: