Post on 04-Jul-2015
MODOS DE LEMBRAR, ESQUECER E VIVER: OFICINA DE MEMÓRIA E DIVERSIDADE CULTURAL
Ouro Preto – Julho, 2011
Observação e registro
Leonardo Oliveira – Ouro Preto, MG(MG)
Raquel de Souza – Ouro Preto, MGSuellen Amorim – Ouro Preto, MG
“O ESFORÇO PARA LEMBRAR É A VONTADE DE
ESQUECER”.
(LOS HERMANOS – O VENTO)
A nossa pesquisa de campo abrangeu
oito entrevistados, dos quais apenas
cinco permitiram o uso de suas imagens. A pesquisa foi realizada na manhã de
20 de julho de 2011, no bairro Pilar, em Ouro Preto.
QUEM?
Rone dos Santos, 40 anos, técnico
agropecuário. Natural de Ouro Preto e mora no
Pilar.
Para não esquecer:
Rone nos disse que usa apenas a memória e a agenda do
telefone celular para se lembrar de compromissos.
Para lembrar:
Em relação à memória sensitiva, ele usa a música para se
lembrar do pai: o relojoeiro Geraldo dos Santos. Geraldo
gostava de bandas de música instrumental (sociedades
musicais). Ainda para recordar do pai, ele coleciona fotos.
Para esquecer:
Quando prefere esquecer algum acontecimento, ele
caminha e ouve músicas.
Quem?
Yasmin Cubas, de 19 anos,
é vendedora em uma loja
localizada no bairro de
nossa pesquisa, mas
reside no centro.
Para se lembrar de
compromissos, ela anota
em papeizinhos que
guarda na bolsa. Também
utiliza uma caderneta:
Para lembrar:
Tem um mural de fotos em casa e outras
tantas no computador. Também se reúne
com os entes queridos para contar
“casos”.
Para esquecer:
sai de casa para se divertir com as
amigas.
Quem?
Adriana Teixeira, de 26 anos. Balconista, mora no
Morro Santana.
Para lembrar:
Adriana guarda muitas cartas e fotos que a ajudam
a lembrar de pessoas e fatos, além de guardarem
experiências, criando uma memória que chamamos
de “anticorpo”, ou seja, que a protege de futuras
Decepções.
Para esquecer:
Adriana apenas usa o silêncio.
Mel Marins, 21 anos. Estudante de
Engenharia Ambiental, moradora
do Pilar.
Para não esquecer:
Mel escreve na agenda e em
papéis, que pendura em um mural do quarto
ou deixa na mesa.
Para lembrar:
Mel tem muitas memórias sensitivas, como:
cheiro de maresia lembra a cidade natal,
Vitória.
Cheiro de lasanha lembra a amiga Alice. A
música “Bom Conselho”, de Chico Buarque
lembra a mãe.
Para esquecer:
Segundo ela, só o tempo ajuda a esquecer.
Mas procura mudar de ambiente.
Quem?
Ricardo Maizatto, 45 anos, geólogo. Mora
no Rio de Janeiro.
Para não esquecer: Ricardo anota
compromissos na agenda ou no
seu calendário. Ainda usa os lembretes no
celular.
Para lembrar:
Ricardo tem uma estante de fotos em
casa e várias outras no computador.
Para ele é o melhor meio de lembrar.
Para esquecer:
Ricardo lê, caminha ou sai para tomar
um café em um lugar interessante.
Quem?
Adair Marques dos Reis,
73 anos, aposentado.
Mora no Pilar.
Para não esquecer:
Adair disse que ainda tem a memória
muito boa: sempre guardou tudo “de
cabeça”.
Para lembrar:
Gosta de ver álbuns de família para
recordar.
Para esquecer:
Escuta rádio, músicas para se distrair.
Quem?
Pedro Antunes Ferreira, 07
anos, estudante.
Mora no Pilar.
Para não esquecer:
O menino disse que às vezes “enrola” para
fazer as coisas que precisaria lembrar. Mas a
mãe sempre o relembra.
Para lembrar:
Pedro gosta de ver fotos e escutar músicas para
lembrar de coisas legais. E ainda:
“cheiro de linguiça lembra praia”.
Para esquecer:
Pedro relatou que, para esquecer coisas ruins,
“Penso em nunca mais pensar naquilo”.(Pedro Ferreira)
Conclusões:
* a família como base das
memórias.
* a memória e as idades.
* o tempo de esquecer.
* eu nas lembranças dos outros ou
na minha própria.
OBRIGADO!
FIM
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