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Modelos de Negócios Disruptivos: Estudo Bibliométrico em Artigos Disponibilizados nas
Bases de Dados da Capes, Scopus e Web of Science
Giovana Sordi Schiavi
Graduação em Ciências Contábeis
UFRGS
e-mail: giovanaschiavi@hotmail.com
Jéssica dos Santos Crestani Busata
Graduação em Administração de Empresas
PUCRS
e-mail: jessica.crestani@acad.pucrs.br
Ariel Behr
Doutor em Administração
UFRGS
e-mail: ariel.behr@ufrgs.br
Área Temática: Contabilidade para Usuários Internos
RESUMO As empresas, independente dos setores em que atuam, passaram a se deparar, nos últimos
anos, com uma enorme variedade de possibilidades e desafios advindos de novas tecnologias.
Diante disso, observa-se que as empresas, ao buscarem inovações tecnológicas, deparam-se
com o processo de inovação disruptiva, o qual altera as estruturas de negócios e proporciona
vantagens competitivas. Nesse contexto, é possível analisar o conceito de tecnologia
disruptiva, sendo este representado por uma tecnologia que modifica os parâmetros de
concorrência ao derrubar uma tecnologia existente e dominante no mercado. Entretanto, não
basta apenas a dedicação de esforços para a inovação em produtos, serviços e processos,
devendo ser dada atenção à reestruturação no modelo de negócio existente das empresas.
Tendo em vista a relevância do tema e sua recente discussão nos últimos anos, há, ainda, uma
carência de trabalhos científicos que analisam os modelos de negócios disruptivos. Dessa
forma, essa pesquisa visa identificar trabalhos científicos sobre o tema, por intermédio de um
estudo bibliométrico, buscando, posteriormente, apresentar o perfil dos autores que estão
pesquisando sobre modelos de negócios disruptivos, bem como a forma como esse conteúdo
tem sido tratada e os métodos utilizados nessas pesquisas. Logo, foram analisados dezesseis
artigos disponibilizados nas grandes bases de dados da Capes, Scopus e Web of Science,
coletados em junho de 2016. Com a análise dessas pesquisas foi possível estabelecer algumas
categorias de resultado, como: a autoria dos artigos; o perfil dos primeiros autores; as
instituições de ensino e suas evidências quanto aos primeiros autores; o tema e o foco dos
artigos; os métodos de pesquisa dos artigos; e, por fim, as referências citadas pelos autores.
Palavras-chave: TECNOLOGIAS DISRUPTIVAS. INOVAÇÃO. MODELOS DE
NEGÓCIOS DISRUPTIVOS.
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1 INTRODUÇÃO
O contexto em que as organizações estão inseridas, atualmente, caracteriza-se por
mudanças aceleradas nos mercados, nas tecnologias e nas formas organizacionais. Considera-
se crucial para que as empresas continuem ou se tornem competitivas a capacidade de gerar e
absorver novas tecnologias e inovações (LEMOS, 1999). O advento de novas tecnologias
podem corroer, equalizar ou propulsionar a vantagem comparativa de uma organização,
podendo garantir a sua sobrevivência ou condenando-a ao desaparecimento (MARCOVITCH,
1991). De acordo com o que foi observado por Hwang e Christensen (2008), as organizações,
ao se encaminharem para um processo de aquisição de inovações tecnológicas, deparam-se
com a inovação disruptiva, que altera a estrutura do modelo de negócio e pode proporcionar
vantagens competitivas à empresa.
Com o surgimento de novas tecnologias no contexto empresarial, o termo inovação
disruptiva é indicado quando uma inovação tecnológica ganha força no mercado, derrubando
uma tecnologia já existente e que outrora dominava esse ambiente (DANNEELS, 2004). Para
Christensen e Overdorf (2000), o fato da entrada de tecnologias disruptivas nas organizações
permite uma nova proposição de valor a ser entregue ao cliente, seja como produtos, serviços
ou processos, contudo, isso se torna possível somente quando as inovações disruptivas estão
alinhadas ao Modelo de Negócio das organizações. O modelo de negócio de uma empresa é
uma prática da organização, a partir da arquitetura de conteúdos e estruturas identificadas,
visando à criação e entrega de valor ao cliente para que, dessa maneira, a organização consiga
explorar as oportunidades de negócio adequadamente (AMIT; ZOTT, 2001). Chesbrough e
Rosembloom (2002) destacam que o modelo de negócio está relacionado entre a tecnologia
possuída pelas organizações e como elas farão para obter ganhos econômicos através dessa
disponibilização de tecnologias.
Com a estreita relação entre inovações disruptivas e modelos de negócios, surgiu o
termo modelos de negócios disruptivos, que para Christensen e Raynos (2003) é a união entre
uma inovação disruptiva fundamentada em tecnologia e a interação com o modelo de negócio
de uma organização. Dessa forma, entende-se por modelo de negócio disruptivo uma nova
forma de modelagem do modelo de negócio utilizado outrora pela organização, tendo a
finalidade de adaptar as estruturas empresariais para um novo mercado, o qual permitirá a
oferta de novos serviços, produtos ou processos. (SANTOS; SPECTOR; HEYDEN, 2009).
Devido ao fato do tema modelos de negócios disruptivos ser relativamente novo e
apresentar carência de artigos relacionados a esse assunto (RAUSCH, 2012), esse estudo visa
identificar pesquisas sobre o tema, por intermédio de um estudo bibliométrico, buscando,
posteriormente, apresentar o perfil dos autores que estão pesquisando sobre modelos de
negócios disruptivos, bem como a forma como esse conteúdo tem sido tratada e os métodos
utilizados nessas pesquisas. Para isso, foram analisados dezesseis artigos disponibilizados nas
bases de dados da Capes, Scopus e Web of Science.
Em consequência, este artigo está estruturado em cinco partes, sendo a primeira esta
introdução, na qual se apresenta o tema de investigação, os objetivos e a justificativa. Na
segunda seção, expõem-se o referencial teórico que trata sobre a inovação disruptiva e os
modelos de negócios disruptivos. Em seguida, na terceira seção, os procedimentos
metodológicos da pesquisa são exibidos. Por fim, na quarta e na quinta seção deste estudo,
apontam-se a análise dos dados da pesquisa e as considerações finais, respectivamente, sobre
o estudo realizado.
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2 REFERENCIAL TEÓRICO
Nesta seção, apresenta-se o referencial teórico que embasa esta pesquisa e que auxilia
na compreensão de conceitos relacionados aos modelos de negócios disruptivos. Para tanto,
explorar-se-á, especificamente, conceitos relativos às inovações disruptivas, a fim de verificar
como esses aspectos influenciam na construção de modelos de negócios disruptivos.
2.1 INOVAÇÕES DISRUPTIVAS
Visando alcançar novos clientes e manter a competitividade, as organizações
reconhecem nas inovações e nas novas tecnologias uma maneira de disseminar novas práticas
na empresa, o que pode ocorrer pelo lançamento de um produto ou serviço inovador ou pela
reestruturação de um modelo de negócio. Para Silva et al. (2011), a adoção de inovações
tecnológicas pelas empresas são necessárias devido à globalização dos negócios e ao grande
grau de competitividade ao qual as organizações estão submetidas. Diante disso, as empresas
que planejam permanecer no mercado devem dar atenção às tendências e à antecipação de
novos cenários, pois, assim, poderão se defender dos efeitos da inovação disruptiva lançada
no ambiente empresarial (CANDIDO, 2011).
Nesse contexto, o emprego do termo inovação disruptiva ganhou força na década de
noventa, após a publicação dos estudos realizados por Clayton Christensen, relacionados à
evolução das tecnologias e seu impacto disruptivo nos negócios. Diante disso, “considera-se
como uma inovação tecnológica, um produto ou serviço que utiliza uma estratégia disruptiva
para derrubar uma tecnologia existente e dominante no mercado” (MARÔCCO et al., 2014, p.
131). A partir desse conceito, ressalta-se que os processos de inovação podem ocorrer de duas
formas: continuamente, a partir de tecnologias sustentadoras; ou, descontinuamente, a partir
de tecnologias disruptivas (HWANG; CHRISTENSEN, 2008). A inovação contínua
fundamenta-se nas memórias e tradições já estabelecidas e que aos poucos constrói uma
melhoria gradual nos processos. Já a inovação descontinua (ou disruptiva) é a que quebra
paradigmas, causando rupturas do que já foi estabelecido e habituado dentro das organizações
(JORENTE; NEKANO, 2012).
Nesse sentido, um erro muito comum praticado pelas organizações, relacionado com
as inovações disruptivas, está na tentativa de explorar as tecnologias disruptivas utilizando-se
de práticas de gestão tradicionais. Essa ação pode ser um erro crucial para as organizações,
levando-as ao insucesso no uso de novas práticas de mercado. Assim, as empresas devem
compreender, adequadamente, sobre essas novas tecnologias e sobre as suas formas de
utilização, a fim de auxiliar os gestores na tomada da melhor decisão referente às
oportunidades de negócio para a criação de novos mercados e produtos (CHRISTENSEN,
1997). Nessa linha, verifica-se que, mesmo com os riscos que as inovações disruptivas podem
trazer para as empresas já consolidadas no mercado, os processos de inovação são necessários
para a redução de custos, ampliação do acesso a determinadas tecnologias e melhorias da
qualidade nos diversos negócios.
Percebe-se, dessa maneira, o papel atuante das inovações disruptivas na criação de
novos mercados e na reestruturação dos modelos de negócio existentes, apresentando
soluções mais eficientes do que as existentes no mercado, tendo em vista a ruptura desse
ambiente, a qual, por consequência, altera as bases de competição existentes (CANDIDO,
2011). Logo, verifica-se que a criação de novos grupos de produtos, processos e serviços - a
partir de inovações disruptivas - são melhores aproveitadas quando estão de acordo com a
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reorganização do modelo de negócio da organização (CHRISTENSEN; RAYNOR, 2003;
JOHNSON; CHRISTENSEN; KAGERMANN, 2008).
2.2 MODELOS DE NEGÓCIOS DISRUPTIVOS
O termo modelo de negócios, até pouco tempo atrás, estava relacionado ao modo como
as empresas modelavam seus negócio com o advento da internet (OROFINO, 2011). Nesse
sentido, os modelos de negócios, inicialmente, serviram como direcionador para que as
empresas se preparassem para atuar no mercado online. Com o avanço das pesquisas
relacionadas sobre os modelos de negócios, verificou-se que o uso desse conceito poderia ser
aplicado para qualquer tipo de negócio ou organização (MAHADEVAN, 2000;
MAGRETTA, 2002). Atualmente, diversas empresas utilizam dessa concepção para a gestão
de seus negócios, entretanto, a comunidade acadêmica ainda não apresenta uma conceituação
específica sobre o tema (SHAFER; SMITH; LINDER, 2005).
Teece (2010) define modelo de negócio como uma prática da empresa para
proporcionar e entregar valor aos seus clientes de acordo com a forma escolhida pela
organização para a gestão de seu negócio, o que pode assegurar uma vantagem competitiva no
mercado. Corroborando essa definição, Chesbourgh (2007) afirma que um modelo de negócio
descreve o processo que visa à entrega de valor por parte de uma organização aos seus
clientes, para que, dessa maneira, a empresa alcance vantagens competitivas sustentáveis no
mercado em que atua. Essa definição é bem próxima ao que expõe Osterwalder e Pigneur
(2010) que consideram que um modelo de negócio é a forma de uma organização criar,
entregar e capturar valor ao cliente. Assim, uma organização pode utilizar um modelo de
negócio como uma ferramenta para se ter um melhor aproveitamento das oportunidades de
negócios (AMIT; ZOTT, 2001)
Nos últimos anos, com o advento de novas tecnologias, a gestão da inovação tornou-se
um fator necessário para aquelas empresas que buscam manter a competitividade de mercado,
através da melhoria de suas estratégias de negócio (PEREIRA et al., 2015). O contexto de
instabilidade e competição que ocorre entre as organizações desafia a eficácia do
planejamento estratégico das empresas, o qual os gestores têm que decidir em quais
tecnologias investir e alocar os recursos da empresa (RODRIGUES et al. 2010). Nesse
sentido, Larindo et al. (2001) identifica que as tecnologias de informação devem estar
alinhada ao planejamento estratégico das organizações para que, dessa maneira, essas tenham
o melhor resultado possível nesse tipo de tomada de decisão.
Estudos realizados por Chesbrough e Rosenbloom (2002) identificaram que se a
tecnologia não estiver alinhada as estratégias da empresa, essa tecnologia possui pouco valor
agregado, sendo que o valor substancial é gerado quando essa tecnologia é comercializada em
um modelo de negócio inovador. Quando as tecnologias disruptivas estão alinhadas ao
planejamento estratégico da organização, há uma melhora tanto na baixa de custos e no
aumento de controles internos, quanto na proposição de valor a ser entregue aos clientes.
(RODRIGUES et al., 2010). Dessa forma, pode-se definir um modelo de negócio disruptivo
como uma nova reconfiguração do modelo de negócio de uma empresa, com a finalidade de
adaptar as estruturas empresarias para um mercado inovador, no qual serão ofertados novos
serviços, produtos ou processos (SANTOS; SPECTOR; HEYDEN, 2009).
Logo, as empresas precisam estar preparadas para reconhecer quais as possíveis
ameaças e as alternativas que elas podem utilizar com a chegada de novas tecnologias, a fim
de permitir uma rápida reação voltada para a remodelação do modelo de negócios da empresa,
assim como para o desenvolvimento de serviços, produtos e processos (SAINIO, 2004).
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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para alcançar o objetivo dessa pesquisa, que é realizar um estudo bibliométrico de
artigos relacionados ao tema modelo de negócio disruptivo, utilizou-se de meios descritivos,
os quais, segundo Cervo e Bervian (1996, p.49), procuram “descobrir, com a precisão
possível, a frequência com que um fenômeno ocorre, sua relação e conexão, com os outros,
sua natureza e características, correlacionando fatos ou fenômenos sem manipulá-los”.
Quanto à abordagem, esta pesquisa é do tipo quali-quanti. Quantitativa, pois se pretende
traduzir em números os dados da pesquisa (RICHARDSON, 1999), uma vez que o estudo
utilizará de estatística básica na apresentação dos resultados. A pesquisa se classifica também
em qualitativa, uma vez que, de acordo com Oliveira (2011), os estudos realizados através
desse tipo de análise podem descrever a complexidade de determinado problema, assim como
analisar a interação de suas variáveis entre si e com o todo.
Quanto aos procedimentos técnicos utilizados, foi realizada uma pesquisa documental,
que, consoante Fonseca (2002), "recorre a fontes mais diversificadas e dispersas, sem
tratamento analítico". Dessa forma, foram analisados artigos, currículos e outros documentos
relacionados aos autores das pesquisas escolhidas para compor o estudo bibliométrico.
Segundo Silva (2008), a pesquisa bibliométrica é um instrumento de medição de dados e
informações coletadas em artigos científicos, permitindo a análise e a organização de grandes
quantidades de informações que poderiam ficar desprovida de leitura científica se não
recebesse o devido tratamento. Posto isso, o estudo bibliométrico foi realizado a partir da
análise documental, identificando-se a autoria dos artigos, o perfil dos primeiros autores, as
instituições de ensino dos primeiros autores, o tema central das pesquisas, assim como os
métodos utilizados nos estudos escolhidos.
Para a coleta dos artigos a serem explorados no estudo bibliométrico sobre modelos de
negócios disruptivos, utilizou-se como apoio as grandes plataformas de dados científicos
existentes atualmente. Logo, foram realizadas buscas por artigos sobre modelos de negócios
disruptivos nas seguintes bases de dados: Portal de Periódicos Capes/MEC, Scopus e Web of
Science. A justificativa pela escolha dessas bases de dados é o fato de que a partir delas pode-
se ter acesso a diferentes periódicos de qualidade relacionados a múltiplos assuntos, incluindo
modelos de negócios disruptivos, o que permite maior qualidade na análise do material
obtido.
Logo, com o intuito de cumprir o que foi proposto, o objeto desse estudo é composto
por 16 artigos relacionados ao tema “Modelo de Negócio Distuptivo”. Para chegar nessa
amostra, foi realizada uma busca, em junho de 2016, em cada uma das quatro bases de dados
pelo termo “Disruptive Model Business”. Consolidando as quatro buscas, obteve-se um total
de 1.661 artigos em um primeiro momento. Após essa busca, foram utilizados filtros nos
termos de pesquisa. O primeiro filtro utilizado foi considerar somente os artigos que tivessem
“Disruptive Model Business” no título, resultando em 63 artigos. O segundo filtro utilizado
permitiu que fizessem parte da amostra somente artigos revisados por pares e que
pertencessem a periódicos, restando apenas 43 artigos. Por fim, foram excluídos artigos
duplicados e um artigo no idioma Koreano, resultado em 16 artigos. O Quadro 01 ilustra essa
seleção, bem como apresenta as referências dos artigos a serem utilizados no estudo
bibliométrico. Os artigos estão numerados de 01 a 16 para facilitar a apresentação dos
resultados.
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Quadro 01 – Seleção de artigos para o estudo bibliométrico.
Portal de Periódicos CAPES/MEC
Pesquisa pelo termo: Disruptive Business Model
Resultado 804 artigos
Filtro: apenas no título
Resultado 13 artigos
Filtro: artigos revisados por pares
Resultado 10 artigos
Exclusão de 3 artigos duplicados
Resultado 7 artigos
1. HABTAY, S. R. A firm-level analysis on the relative difference between technology-driven and
market-driven disruptive business model innovations. Creativity and Innovation
Management, v. 21, n. 3, p. 290-303, 2012.
2. KARII, J.; WALTER, Z. Corporate entrepreneurship, disruptive business model innovation
adoption, and its performance: the case of the newspaper industry. Long Range Planning, v.
49, n. 3, p. 342-360, 2016.
3. WU, X.; MA, R.; SHI, Y. How do latecomer firms capture value from disruptive technologies?
A secondary business-model innovation perspective. IEEE Transactions on Engineering
Management, v. 57, n. 1, p. 51-62, 2010.
4. SIMMONS, G.; PALMER, M.; TRUONG, Y. Inscribing value on business model innovations:
insights from industrial projects commercializing disruptive digital innovations. Industrial
Marketing Management, v. 42, n. 5, p. 744-754, 2013.
5. PEREIRA, S. A. et al. Business model as an inducer of disruptive innovations: the case of Gol
Airlines. International Journal of Innovation, v. 3, n. 2, p. 28-42, 2015.
6. HWANG, J.; CHRISTENSEN, C. M. Disruptive innovation in health care delivery: a
framework for business-model innovation. Health Affairs, v. 27, n. 5, p. 1329-1335, 2008.
7. KLICK, A. Managing through disruption: banks confronted by disruptive forces are reshaping
operations to better serve their customers. Seven strategies that can help banks reinvent their
business model and manage the transformation of their industry are strategies that can be
adopted by other industries as well. Financial Executive, v. 27, n. 10, p.51-54, 2011.
SCOPUS
Pesquisa pelo termo: Disruptive Business Model
Resultado 562 artigos
Filtro: apenas no título
Resultado 24 artigos
Filtro: somente artigos
Resultado 15 artigos
Exclusão de 10 artigos duplicados
Resultado 3 artigos
8. AMSHOFF, B. et al. Business model patterns for disruptive technologies. International
Journal of Innovation Management, v. 19, n. 3, 2015.
9. HABTAY, S. R.; HOLMÉN, M. Incumbents responses to disruptive business model
innovation: the moderating role of technology vs. market-driven innovation. International
Journal of Entrepreneurship and Innovation Management, v. 18, n. 4, p. 289-309, 2014.
10. SMITH, G. G. Disruptive business models and the small or rural radiology practice. Journal of
the American College of Radiology, v. 4, n. 8, p. 514-515, 2007.
Web of Science
Pesquisa pelo termo: Disruptive Business Model
Resultado 258 artigos
Filtro: apenas no título
Resultado 15 artigos
7
Filtro: somente artigos
Resultado 12 artigos
Exclusão de 5 artigos duplicados
Exclusão de 1 artigos em idioma Koreano
Resultado 6 artigos
11. OSIYEVSKYY, O.; DEWALD, J. Explorative versus exploitative business model change: the
cognitive antecedents of firm-level responses to disruptive innovation. Strategic
Entrepreneurship Journal, v. 9, n. 1, p. 58-78, 2015.
12. DEL ÁNGEL, M. A. V.; RODRÍGUEZ. M. M.; TIRADO, Q. L. Disruptive models of business
of two latin companies that emerge from the network of value of bovine meat. Custos e
Agronegocio on-line, v. 10, n. 1, p. 269-296, 2014.
13. DASILVA, C. M. et al. Disruptive technologies: a business model perspective on cloud
computing. Technology Analysis & Strategic Management, v. 25, n. 10, p. 1161-1174, 2013.
14. SABATIER, V.; CRAIG-KENNARD, A; MANGEMATIN, V. When technological
discontinuities and disruptive business models challenge dominant industry logics: Insights
from the drugs industry. Technological Forecasting & Social Change, v. 79, n. 5, p. 949–962,
2012.
15. MARKIDES, C.; OYON, D. What to do against disruptive business models (when and how to
play two games at once). MIT Sloan Management Review, v. 51, n. 4, p. 25-32, 2010.
16. YOVANOF, G. S.; HAZAPIS, G. N. Disruptive technologies, services, or business models?
Wireless Personal Communications, v. 45, n. 4, p. 569-583, 2008.
Fonte: Dados da pesquisa (2016).
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
Nesta seção, serão apresentados os resultados identificados no estudo bibliométrico
dos artigos disponibilizados nas bases de dados Capes, Scopus e Web of Science. A análise
dos dados da pesquisa levou em consideração os seguintes itens, apresentados nas subseções:
4.1 A autoria dos artigos; 4.2 O perfil dos primeiros autores; 4.3 As instituições de ensino e
suas evidências quanto aos primeiros autores; 4.4 O tema e o foco dos artigos; 4.5 Os métodos
de pesquisa dos artigos; e, 4.6 As referências citadas pelos autores. Ressalta-se que, em
algumas tabelas, embora dezesseis artigos tenham sido analisados, alguns resultados que
façam relação com o primeiro autor do artigo serão reduzidos a quinze por haver um autor
com dois artigos analisados na amostra dos dezesseis artigos.
4.1 AUTORIAS DOS ARTIGOS
Buscou-se apresentar, nesta primeira subseção, os resultados relacionados à autoria
dos artigos analisados quanto à quantidade de autores por artigo e os autores com o maior
número de produção científica. Dessa forma, por meio da Tabela 01 é demonstrado o número
de autores por artigo publicado e sua representatividade no total.
Tabela 01- Número de autores por artigo.
Número de autores por artigo Nº de artigos %
1 3 18,75%
2 6 37,5%
3 4 25%
4 3 18,75%
Total de artigos: 16 100%
Fonte: Dados da pesquisa (2016).
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Ao analisar a Tabela 01, que apresenta a quantidade de autores por artigo publicado,
percebe-se que a maioria dos artigos foram elaborados por mais de uma pessoa, sendo que
37,5% dos artigos foram elaborados por duas pessoas e 25% foram elaborados por três
autores.
Na Tabela 02 está apresentado o número de estudos científicos, considerando artigos e
papers publicados pelo primeiro autor de cada um dos 16 artigos analisados. Para a realização
da busca de trabalhos científicos realizados pelos primeiros autores, utilizou-se bases de
dados, como currículos online nos sites das Universidades a qual pertencia cada autor e a base
de dados ResearchGate.
Tabela 02 – Número de artigos publicados pelos primeiros autores.
Número de
publicações
Número de artigos publicados pelos primeiros autores %
De 1 a 9 artigos 7 46,66%
De 10 a 19 artigos 3 20%
De 20 a 29 artigos 2 13,33%
Mais de 30 artigos 3 20%
Total 15 100%
Fonte: Dados da pesquisa (2016).
Conforme apresentado na Tabela 02, em relação ao número de artigos publicados
pelos primeiros autores, quase a metade dos autores (46,66%) publicaram de um até nove
artigos e apenas três autores (20%) publicaram mais de trinta artigos.
4.2 PERFIL DOS PRIMEIROS AUTORES
Nesta seção procurou-se caracterizar o perfil dos primeiros autores de cada artigo
quanto ao gênero, à formação acadêmica e à titulação dos autores. Desse modo, na Tabela 03,
está apresentado o gênero dos autores.
Tabela 03 – Gênero dos primeiros autores.
Gênero dos autores Nº de autores %
Feminino 2 13,33%
Masculino 13 86,66%
Total 15 100%
Fonte: Dados da pesquisa (2016).
Quanto ao gênero dos autores, indicado na Tabela 03, observou-se a predominância do
gênero masculino na produção dos artigos analisados, tendo 86,66% de representatividade.
A área de formação dos primeiros autores pode ser observada na Tabela 04. A área
relacionada à administração é a mais presente na formação dos autores, com 33,33%. Essa
área foi agrupada em linhas de formação entre Administração Pura, Marketing e Finanças
para a melhor análise dos dados. A área relacionada à Gestão de Sistemas e Tecnologias da
Informação foi verificada na formação de três autores, o que representa 20% do total
analisado, seguido com dois autores formados na área de Economia.
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Tabela 04 – Área de formação dos primeiros autores.
Área de formação acadêmica
dos primeiros autores
Nº de autores formados nessa
área %
Administração / Marketing /
Finanças 5 33,33%
Bioquímica 1 6,6%
Ciências da Computação 1 6,6%
Economia 2 13,33%
Engenharia Elétrica 1 6,6%
Gestão de sistemas e tecnologias
da informação 3 20%
Medicina 1 6,6%
Radiologia 1 6,6%
Total: 15 100%
Fonte: Dados da pesquisa (2016).
Agrupando os resultados, nota-se que dos quinze autores analisados, 66,66% estão
relacionados a cursos das áreas de ciências sociais. Os demais autores tem formação em áreas
relacionadas a ciências exatas, ciências biológicas e da saúde.
De acordo com a análise realizada sobre o perfil dos primeiros autores e com o que
está apresentado em seus currículos online, foi possível verificar que a maior
representatividade na titulação dos autores é a de Doutorado, sendo que mais da metade dos
autores, 66,66%, são titulados Doutores, conforme indicado na Tabela 05. Os autores que tem
sua formação relacionada à área das ciências biológicas e da saúde são titulados de MD, que
significa Doutor em Medicina. Para uma analise mais clara, agrupou-se em uma só titulação
os autores que tinham em seus currículos titulação de Doutor, Philosophiae Doctor (Ph.D) e
Doutor em Medicina (MD).
Tabela 05 – Titulação dos primeiros autores
Titulação dos primeiros
autores
Nº de autores com essa
titulação
%
Doutor/ Ph.D/MD 10 66,66%
Mestre 1 6,66%
Não informado 4 26,66%
Total: 15 100%
Fonte: Dados da pesquisa (2016).
4.3 INSTITUIÇÕES DE ENSINO E SUAS EVIDÊNCIAS QUANTO AOS PRIMEIROS
AUTORES
Nessa seção serão apresentados os resultados referentes à instituição de ensino dos
primeiros autores e a localização geográfica dessas instituições, conforme informações
contidas nos artigos analisados. Dessa Maneira, a Tabela 06 apresenta os dados obtidos
quanto à publicação por instituições de ensino dos primeiros autores. É relevante ressaltar
que, diferente dos outros resultados que apresentavam apenas quinze autores, porque um era
repetido, nessa subseção serão apresentadas dezesseis instituições de ensino, pois o autor
Solommon Habtay publicou seus dois artigos em instituições de ensino diferentes.
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Tabela 06 - Instituições de ensino dos primeiros autores.
Instituições de ensino dos
primeiros autores Nº de instituições %
Athens Information Technology 1 6,25%
Baylor College of Medicine 1 6,25%
Grenoble École de Management 1 6,25%
London Business School 1 6,25%
Northeastern University 1 6,25%
Queen's University Belfast 1 6,25%
UniNove 1 6,25%
Universidad Autonoma
Chapingo 1 6,25%
Universitat Paderborn 1 6,25%
Universitdade de Zhejiang 1 6,25%
University of Arizona 1 6,25%
University of Melbourne 1 6,25%
University of Michigan 1 6,25%
University of Southern
Califórnia 1 6,25%
University of Witwatersrand 1 6,25%
Não informado 1 6,25%
Total: 16 100%
Fonte: Dados da pesquisa (2016).
Conforme apresentado na Tabela 06, todos os dezesseis artigos analisados foram
elaborados por autores pertencentes a instituições de ensino diferentes, porém, pode-se inferir
que, embora os autores dos artigos sejam de diversas instituições de ensino, há uma
concentração relacionada ao tema de pesquisa nos Estados Unidos, como pode ser observado
na Tabela 07. O fato dos Estados Unidos terem uma maior concentração de estudos do tema
sobre modelos de negócios disruptivos pode estar relacionado ao fato do país ser um dos
maiores polos de tecnologias do mundo.
Tabela 07- Localização geográfica das instituições de ensino dos primeiros autores.
Localizações geográficas das instituições de ensino (por país) dos primeiros autores Nº de
artigos %
África do sul 1 6,25%
Alemanha 1 6,25%
Austrália 1 6,25%
Brasil 1 6,25%
China 1 6,25%
Estados Unidos 5 31,25%
França 1 6,25%
Grécia 1 6,25%
Inglaterra 1 6,25%
Irlanda do Norte 1 6,25%
México 1 6,25%
Não informado 1 6,15%
TOTAL DE ARTIGOS 16 100%
Fonte: Dados da pesquisa (2016).
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4.4 TEMA E FOCO DOS ARTIGOS
Essa seção visa apurar o tema e o foco específico dos artigos. Dessa forma, no Quadro
02 estão presentes os temas de pesquisa dos artigos analisados. Embora o tema principal seja
Modelos de Negócios Disruptivos, cada artigo tem um foco diferente, logo, optou-se por não
agrupar os temas dos artigos, pois cada um apresentou alguma peculiaridade quando
comparados com os demais.
Quadro 02 – Tema e foco dos artigos analisados.
Numeração dos artigos
analisados.
(Vide Quadro1).
Tema e Foco dos Artigos Analisados
1 Tecnologias novas aliadas a modelos de negócios inovadores para oferecer
produtos e serviços mais acessíveis
2 Modelos de negócios disruptivos em países emergentes.
3 Disrupções na área bancária.
4
Utilização dos conceitos inerentes aos modelos de negócios disruptivos para
explicar o potencial de desorganização das inovações geradas pelas
tecnologias e pela estratégia de market-driven.
5 Atividades de marketing como meio para agregar valor a modelos de
negócios disruptivos.
6 Papel dos modelos de negócios como um indutor de inovações disruptivas.
7 Modelos de negócios disruptivos em empresas de jornais.
8 Explicações sobre as armadilhas existentes entre a transição dos modelos de
negócios para modelos de negócios disruptivos.
9 Tecnologias de informação como impulsionadoras de modelos de negócios
disruptivos baseados em serviços.
10 Descontinuidade tecnológica afetando e criando modelos de negócios, porém
nenhum modelo de negócio inovador.
11 Modelos de negócios disruptivos em cloud computing.
12 Como diferentes modelos de negócios são empregados para o mercado de
carne.
13 Avaliação sobre a adoção de um modelo de negócio disruptivos ou sobre
reforços na exploração de um modelo de negócio existente.
14 Efeitos dos modelos de negócios disruptivos sobre as práticas e ações dos
radiologistas.
15
Apresentação de uma metodologia para o design dos modelos de negócios
existentes, a fim de simplificar o desenvolvimento posterior de modelos de
negócios para tecnologias disruptivas.
16
Análise do sucesso na adoção de inovações disruptivas e sustentadoras sem a
necessidade de criação de novos modelos de negócios em empresas
incubadoras.
Fonte: Dados da pesquisa (2016).
4.5 MÉTODOS DE PESQUISA DOS ARTIGOS
Essa seção tem como objetivo identificar os procedimentos metodológicos utilizados,
levando em consideração apenas aqueles informados nos artigos analisados. Dessa maneira,
no Quadro 03 estão apresentados: o objetivo, a natureza, os meios, assim como as técnicas de
coleta e análises dos dados das publicações.
12
Quadro 03- Métodos de pesquisa utilizados nos artigos analisados.
Métodos de pesquisa utilizados nos artigos analisados
Objetivo Nº Natureza Nº Meios Nº Técnicas de Coleta e
Análises dos Dados Nº
Descritivo 0 Quantitativo 0 Estudo de Caso 6 Documentos 1
Exploratório 0 Qualitativo 2 Pesquisa Documental 0 Questionário 4
Exploratório-Descritivo 0 Quantitativo-
Qualitativo 0
Pesquisa Bibliográfica 1 Entrevista 3
Explicativo 0 Pesquisa de Campo 1 Observação 0
Não informado 16 Não informado 14 Levantamento (Survey) 0 Formulário 0
Não informado 8 Análise Estatística 1
Planilhas Eletrônicas 0
Simulação 0
Análise de Conteúdo 0
Ensaio Teórico 0
Não informado 7
Fonte: Dados da pesquisa (2016).
Percebe-se no Quadro 03 que a seção de métodos em artigos internacionais não é tão
evidente quanto nas pesquisas brasileiras, apontando apenas algumas breves características
dos métodos utilizados para a elaboração dos artigos, sem classificar a pesquisa quanto aos
objetivos, natureza, meios e técnicas de coleta e análise dos dados. Apesar de ficar evidente o
método utilizado, houve a preocupação de demonstrar apenas o que foi apresentado nos
artigos, sem interferir na apresentação dos métodos.
4.6 REFERÊNCIAS UTILIZADAS PELOS AUTORES
Essa seção busca demonstrar dados sobre as referências citadas pelos autores, apreciando
todos os tipos utilizados. Desse modo, apresenta-se, na Tabela 08, a quantidade de referências
consultadas pelos autores na construção dos artigos.
Tabela 08 - Quantidades de Referências utilizadas na construção dos artigos.
Total de referências utilizadas
em cada artigo
Nº de artigos %
20 1 6,25%
35 1 6,25%
36 1 6,25%
37 1 6,25%
42 1 6,25%
51 1 6,25%
60 1 6,25%
66 1 6,25%
72 1 6,25%
73 1 6,25%
86 1 6,25%
102 1 6,25%
109 1 6,25%
Não utilizou referencias 3 18,75%
Total: 16 100%
Fonte: Dados da pesquisa (2016).
13
Ao observar-se a Tabela 08 percebe-se que não há um padrão quanto ao número de
referências utilizado pelos autores, sendo que o menor número de referencias utilizado em um
artigo foi 20 e o maior número de referencias utilizado foi de 109. Três artigos não
apresentaram referencias na sua construção. Na Tabela 09, encontram-se informações sobre
as idades das referências examinadas pelos autores, levando em consideração a referência
mais antiga e a referência mais recente.
Tabela 09- Idade das referências examinadas pelos autores.
PORTAL CAPES SCOPUS WEB OF SCIENCE
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
Mais antiga ---
19
90
---
19
76
19
75
19
89
19
78
19
98
19
95
19
62
19
97
19
37
19
59
---
19
79
19
78
Mais recente ---
20
08
---
20
11
20
12
20
14
20
13
20
08
20
07
20
11
20
12
20
13
20
14
---
20
14
20
12
Fonte: Dados da pesquisa (2016).
Conforme a Tabela 09 apurou-se que, no geral, os autores utilizaram tanto fontes
recentes, quanto antigas. A referência mais antiga analisada é do ano de 1937 e a mais atual é
do ano de 2014. O que indica que, embora o tema sobre modelos de negócios disruptivos
tenham sido observados pela comunidade acadêmica na década de 1990 (SABATIER;
CRAIG-KENNARD; MANGEMATIN, 2012), assuntos relacionados já vinham sendo
estudados por outros autores. E o fato da última referência utilizada na construção de alguns
dos artigos ser de 2014 indica que este é um tema bem atual no meio acadêmico.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O referido estudo baseou-se nos artigos publicados nas bases de dados dos portais
Capes, Scopus e Web of Science, analisando artigos relacionados ao tema Modelos de
Negócios Disruptivos, considerando itens específicos, identificados nas seguintes seções do
artigo: 4.1) A autoria dos artigos; 4.2) O perfil dos primeiros autores; 4.3) As instituições de
ensino e suas evidências quanto aos primeiros autores; 4.4) O tema e o foco dos artigos; 4.5)
Os métodos de pesquisa dos artigos; e, 4.6) as referências citadas pelos autores. Desse modo,
para demonstrar os resultados, foi realizado um estudo bibliométrico, a partir de uma
abordagem quantitativa-qualitativa, por meio de métodos descritivos e com base em
procedimentos técnicos de pesquisa documental.
Dessa forma, a partir da escolha das bases de dados, foi realizada uma busca por
artigos relacionados ao tema Modelos de Negócios Disruptivos, optando-se por utilizar filtros
na busca, o que possibilitou a permanência de artigos que continham apenas a expressão
“Disruptive Business Model” no título e que fossem revisados por pares. Por último, ainda se
excluiu um artigo em Koreano, restando dezesseis artigos para a realização do estudo
bibliométrico.
A partir dos resultados da pesquisa, identificou-se, na seção 4.1, que os autores têm
uma preferencia por pesquisarem em grupo e que, dentre os quinze autores analisados, quase
a maioria (46,66%) escreveu de um a nove artigos, tendo apenas três autores (20%) escrito
mais de 30 artigos. Na seção 4.2 foi apresentado o perfil dos primeiros autores de cada artigo
14
analisado. Pode-se observar que 86,66% dos autores são do sexo masculino; a formação da
maioria dos autores está relacionada à área de Administração e afins, Gestão de Inovação e
Economia, totalizando 66,66% essas três áreas juntas. As formações dos outros autores são
em áreas como Medicina, Bioquímica, Radiologia, Ciências da Computação e Engenharia
Elétrica. Dos quinze autores, dez (66,66%) tem a titulação de Doutor, apenas um autor é
titulado como Mestre e quatro autores não informaram sua titulação.
Na seção 4.3 apresentaram-se as instituições de ensino dos primeiros autores de cada
artigo e sua localidade. No resultado referente às instituições de ensino, pôde se verificar que
há bastante diversidade, não havendo autores de iguais instituições. Em relação à localidade
geográfica dessas instituições, o país que mais publica artigos sobre o tema é os Estados
Unidos, porém é valido ressaltar que o tema de modelos de negócios disrupivos já está sendo
estudados em diversos países. Na seção 4.4 apresentou-se o tema e o foco dos artigos
selecionados. Observou-se que cada artigo tem uma peculiaridade diferente, sendo que
nenhum demonstrou um foco já utilizado por outro. Na seção 4.5 foram identificados os
procedimentos metodológicos utilizados nas construções dos artigos. Como foi observado no
Quadro 03, poucos autores identificaram o tratamento metodológico utilizado para a
elaboração do estudo, o que é uma diferença notável da construção dos artigos publicados no
Brasil. Na seção 4.6 realizou-se uma averiguação das referências utilizadas pelos autores. Em
relação à quantidade, verificou-se que não existe um padrão entre os autores, tendo autores
que utilizaram um mínimo de vinte, enquanto outro utilizou cento e nove referências.
Enfim, conclui-se que este trabalho atingiu o seu objetivo, contribuindo para o
desenvolvimento da temática por meio dos seus resultados de pesquisa que fornecem subsídio
para o entendimento e aprimoramento da produção científica na área. Identifica-se para
futuras pesquisas a possibilidade de analisar outros fatores inerentes aos artigos, como a
questão do conteúdo, bem como a ampliação da amostra analisada.
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