Modelos de Negócios Disruptivos: Estudo Bibliométrico em ... para Usuários... · empresas se...

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1 Modelos de Negócios Disruptivos: Estudo Bibliométrico em Artigos Disponibilizados nas Bases de Dados da Capes, Scopus e Web of Science Giovana Sordi Schiavi Graduação em Ciências Contábeis UFRGS e-mail: [email protected] Jéssica dos Santos Crestani Busata Graduação em Administração de Empresas PUCRS e-mail: [email protected] Ariel Behr Doutor em Administração UFRGS e-mail: [email protected] Área Temática: Contabilidade para Usuários Internos RESUMO As empresas, independente dos setores em que atuam, passaram a se deparar, nos últimos anos, com uma enorme variedade de possibilidades e desafios advindos de novas tecnologias. Diante disso, observa-se que as empresas, ao buscarem inovações tecnológicas, deparam-se com o processo de inovação disruptiva, o qual altera as estruturas de negócios e proporciona vantagens competitivas. Nesse contexto, é possível analisar o conceito de tecnologia disruptiva, sendo este representado por uma tecnologia que modifica os parâmetros de concorrência ao derrubar uma tecnologia existente e dominante no mercado. Entretanto, não basta apenas a dedicação de esforços para a inovação em produtos, serviços e processos, devendo ser dada atenção à reestruturação no modelo de negócio existente das empresas. Tendo em vista a relevância do tema e sua recente discussão nos últimos anos, há, ainda, uma carência de trabalhos científicos que analisam os modelos de negócios disruptivos. Dessa forma, essa pesquisa visa identificar trabalhos científicos sobre o tema, por intermédio de um estudo bibliométrico, buscando, posteriormente, apresentar o perfil dos autores que estão pesquisando sobre modelos de negócios disruptivos, bem como a forma como esse conteúdo tem sido tratada e os métodos utilizados nessas pesquisas. Logo, foram analisados dezesseis artigos disponibilizados nas grandes bases de dados da Capes, Scopus e Web of Science, coletados em junho de 2016. Com a análise dessas pesquisas foi possível estabelecer algumas categorias de resultado, como: a autoria dos artigos; o perfil dos primeiros autores; as instituições de ensino e suas evidências quanto aos primeiros autores; o tema e o foco dos artigos; os métodos de pesquisa dos artigos; e, por fim, as referências citadas pelos autores. Palavras-chave: TECNOLOGIAS DISRUPTIVAS. INOVAÇÃO. MODELOS DE NEGÓCIOS DISRUPTIVOS.

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Modelos de Negócios Disruptivos: Estudo Bibliométrico em Artigos Disponibilizados nas

Bases de Dados da Capes, Scopus e Web of Science

Giovana Sordi Schiavi

Graduação em Ciências Contábeis

UFRGS

e-mail: [email protected]

Jéssica dos Santos Crestani Busata

Graduação em Administração de Empresas

PUCRS

e-mail: [email protected]

Ariel Behr

Doutor em Administração

UFRGS

e-mail: [email protected]

Área Temática: Contabilidade para Usuários Internos

RESUMO As empresas, independente dos setores em que atuam, passaram a se deparar, nos últimos

anos, com uma enorme variedade de possibilidades e desafios advindos de novas tecnologias.

Diante disso, observa-se que as empresas, ao buscarem inovações tecnológicas, deparam-se

com o processo de inovação disruptiva, o qual altera as estruturas de negócios e proporciona

vantagens competitivas. Nesse contexto, é possível analisar o conceito de tecnologia

disruptiva, sendo este representado por uma tecnologia que modifica os parâmetros de

concorrência ao derrubar uma tecnologia existente e dominante no mercado. Entretanto, não

basta apenas a dedicação de esforços para a inovação em produtos, serviços e processos,

devendo ser dada atenção à reestruturação no modelo de negócio existente das empresas.

Tendo em vista a relevância do tema e sua recente discussão nos últimos anos, há, ainda, uma

carência de trabalhos científicos que analisam os modelos de negócios disruptivos. Dessa

forma, essa pesquisa visa identificar trabalhos científicos sobre o tema, por intermédio de um

estudo bibliométrico, buscando, posteriormente, apresentar o perfil dos autores que estão

pesquisando sobre modelos de negócios disruptivos, bem como a forma como esse conteúdo

tem sido tratada e os métodos utilizados nessas pesquisas. Logo, foram analisados dezesseis

artigos disponibilizados nas grandes bases de dados da Capes, Scopus e Web of Science,

coletados em junho de 2016. Com a análise dessas pesquisas foi possível estabelecer algumas

categorias de resultado, como: a autoria dos artigos; o perfil dos primeiros autores; as

instituições de ensino e suas evidências quanto aos primeiros autores; o tema e o foco dos

artigos; os métodos de pesquisa dos artigos; e, por fim, as referências citadas pelos autores.

Palavras-chave: TECNOLOGIAS DISRUPTIVAS. INOVAÇÃO. MODELOS DE

NEGÓCIOS DISRUPTIVOS.

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1 INTRODUÇÃO

O contexto em que as organizações estão inseridas, atualmente, caracteriza-se por

mudanças aceleradas nos mercados, nas tecnologias e nas formas organizacionais. Considera-

se crucial para que as empresas continuem ou se tornem competitivas a capacidade de gerar e

absorver novas tecnologias e inovações (LEMOS, 1999). O advento de novas tecnologias

podem corroer, equalizar ou propulsionar a vantagem comparativa de uma organização,

podendo garantir a sua sobrevivência ou condenando-a ao desaparecimento (MARCOVITCH,

1991). De acordo com o que foi observado por Hwang e Christensen (2008), as organizações,

ao se encaminharem para um processo de aquisição de inovações tecnológicas, deparam-se

com a inovação disruptiva, que altera a estrutura do modelo de negócio e pode proporcionar

vantagens competitivas à empresa.

Com o surgimento de novas tecnologias no contexto empresarial, o termo inovação

disruptiva é indicado quando uma inovação tecnológica ganha força no mercado, derrubando

uma tecnologia já existente e que outrora dominava esse ambiente (DANNEELS, 2004). Para

Christensen e Overdorf (2000), o fato da entrada de tecnologias disruptivas nas organizações

permite uma nova proposição de valor a ser entregue ao cliente, seja como produtos, serviços

ou processos, contudo, isso se torna possível somente quando as inovações disruptivas estão

alinhadas ao Modelo de Negócio das organizações. O modelo de negócio de uma empresa é

uma prática da organização, a partir da arquitetura de conteúdos e estruturas identificadas,

visando à criação e entrega de valor ao cliente para que, dessa maneira, a organização consiga

explorar as oportunidades de negócio adequadamente (AMIT; ZOTT, 2001). Chesbrough e

Rosembloom (2002) destacam que o modelo de negócio está relacionado entre a tecnologia

possuída pelas organizações e como elas farão para obter ganhos econômicos através dessa

disponibilização de tecnologias.

Com a estreita relação entre inovações disruptivas e modelos de negócios, surgiu o

termo modelos de negócios disruptivos, que para Christensen e Raynos (2003) é a união entre

uma inovação disruptiva fundamentada em tecnologia e a interação com o modelo de negócio

de uma organização. Dessa forma, entende-se por modelo de negócio disruptivo uma nova

forma de modelagem do modelo de negócio utilizado outrora pela organização, tendo a

finalidade de adaptar as estruturas empresariais para um novo mercado, o qual permitirá a

oferta de novos serviços, produtos ou processos. (SANTOS; SPECTOR; HEYDEN, 2009).

Devido ao fato do tema modelos de negócios disruptivos ser relativamente novo e

apresentar carência de artigos relacionados a esse assunto (RAUSCH, 2012), esse estudo visa

identificar pesquisas sobre o tema, por intermédio de um estudo bibliométrico, buscando,

posteriormente, apresentar o perfil dos autores que estão pesquisando sobre modelos de

negócios disruptivos, bem como a forma como esse conteúdo tem sido tratada e os métodos

utilizados nessas pesquisas. Para isso, foram analisados dezesseis artigos disponibilizados nas

bases de dados da Capes, Scopus e Web of Science.

Em consequência, este artigo está estruturado em cinco partes, sendo a primeira esta

introdução, na qual se apresenta o tema de investigação, os objetivos e a justificativa. Na

segunda seção, expõem-se o referencial teórico que trata sobre a inovação disruptiva e os

modelos de negócios disruptivos. Em seguida, na terceira seção, os procedimentos

metodológicos da pesquisa são exibidos. Por fim, na quarta e na quinta seção deste estudo,

apontam-se a análise dos dados da pesquisa e as considerações finais, respectivamente, sobre

o estudo realizado.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Nesta seção, apresenta-se o referencial teórico que embasa esta pesquisa e que auxilia

na compreensão de conceitos relacionados aos modelos de negócios disruptivos. Para tanto,

explorar-se-á, especificamente, conceitos relativos às inovações disruptivas, a fim de verificar

como esses aspectos influenciam na construção de modelos de negócios disruptivos.

2.1 INOVAÇÕES DISRUPTIVAS

Visando alcançar novos clientes e manter a competitividade, as organizações

reconhecem nas inovações e nas novas tecnologias uma maneira de disseminar novas práticas

na empresa, o que pode ocorrer pelo lançamento de um produto ou serviço inovador ou pela

reestruturação de um modelo de negócio. Para Silva et al. (2011), a adoção de inovações

tecnológicas pelas empresas são necessárias devido à globalização dos negócios e ao grande

grau de competitividade ao qual as organizações estão submetidas. Diante disso, as empresas

que planejam permanecer no mercado devem dar atenção às tendências e à antecipação de

novos cenários, pois, assim, poderão se defender dos efeitos da inovação disruptiva lançada

no ambiente empresarial (CANDIDO, 2011).

Nesse contexto, o emprego do termo inovação disruptiva ganhou força na década de

noventa, após a publicação dos estudos realizados por Clayton Christensen, relacionados à

evolução das tecnologias e seu impacto disruptivo nos negócios. Diante disso, “considera-se

como uma inovação tecnológica, um produto ou serviço que utiliza uma estratégia disruptiva

para derrubar uma tecnologia existente e dominante no mercado” (MARÔCCO et al., 2014, p.

131). A partir desse conceito, ressalta-se que os processos de inovação podem ocorrer de duas

formas: continuamente, a partir de tecnologias sustentadoras; ou, descontinuamente, a partir

de tecnologias disruptivas (HWANG; CHRISTENSEN, 2008). A inovação contínua

fundamenta-se nas memórias e tradições já estabelecidas e que aos poucos constrói uma

melhoria gradual nos processos. Já a inovação descontinua (ou disruptiva) é a que quebra

paradigmas, causando rupturas do que já foi estabelecido e habituado dentro das organizações

(JORENTE; NEKANO, 2012).

Nesse sentido, um erro muito comum praticado pelas organizações, relacionado com

as inovações disruptivas, está na tentativa de explorar as tecnologias disruptivas utilizando-se

de práticas de gestão tradicionais. Essa ação pode ser um erro crucial para as organizações,

levando-as ao insucesso no uso de novas práticas de mercado. Assim, as empresas devem

compreender, adequadamente, sobre essas novas tecnologias e sobre as suas formas de

utilização, a fim de auxiliar os gestores na tomada da melhor decisão referente às

oportunidades de negócio para a criação de novos mercados e produtos (CHRISTENSEN,

1997). Nessa linha, verifica-se que, mesmo com os riscos que as inovações disruptivas podem

trazer para as empresas já consolidadas no mercado, os processos de inovação são necessários

para a redução de custos, ampliação do acesso a determinadas tecnologias e melhorias da

qualidade nos diversos negócios.

Percebe-se, dessa maneira, o papel atuante das inovações disruptivas na criação de

novos mercados e na reestruturação dos modelos de negócio existentes, apresentando

soluções mais eficientes do que as existentes no mercado, tendo em vista a ruptura desse

ambiente, a qual, por consequência, altera as bases de competição existentes (CANDIDO,

2011). Logo, verifica-se que a criação de novos grupos de produtos, processos e serviços - a

partir de inovações disruptivas - são melhores aproveitadas quando estão de acordo com a

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reorganização do modelo de negócio da organização (CHRISTENSEN; RAYNOR, 2003;

JOHNSON; CHRISTENSEN; KAGERMANN, 2008).

2.2 MODELOS DE NEGÓCIOS DISRUPTIVOS

O termo modelo de negócios, até pouco tempo atrás, estava relacionado ao modo como

as empresas modelavam seus negócio com o advento da internet (OROFINO, 2011). Nesse

sentido, os modelos de negócios, inicialmente, serviram como direcionador para que as

empresas se preparassem para atuar no mercado online. Com o avanço das pesquisas

relacionadas sobre os modelos de negócios, verificou-se que o uso desse conceito poderia ser

aplicado para qualquer tipo de negócio ou organização (MAHADEVAN, 2000;

MAGRETTA, 2002). Atualmente, diversas empresas utilizam dessa concepção para a gestão

de seus negócios, entretanto, a comunidade acadêmica ainda não apresenta uma conceituação

específica sobre o tema (SHAFER; SMITH; LINDER, 2005).

Teece (2010) define modelo de negócio como uma prática da empresa para

proporcionar e entregar valor aos seus clientes de acordo com a forma escolhida pela

organização para a gestão de seu negócio, o que pode assegurar uma vantagem competitiva no

mercado. Corroborando essa definição, Chesbourgh (2007) afirma que um modelo de negócio

descreve o processo que visa à entrega de valor por parte de uma organização aos seus

clientes, para que, dessa maneira, a empresa alcance vantagens competitivas sustentáveis no

mercado em que atua. Essa definição é bem próxima ao que expõe Osterwalder e Pigneur

(2010) que consideram que um modelo de negócio é a forma de uma organização criar,

entregar e capturar valor ao cliente. Assim, uma organização pode utilizar um modelo de

negócio como uma ferramenta para se ter um melhor aproveitamento das oportunidades de

negócios (AMIT; ZOTT, 2001)

Nos últimos anos, com o advento de novas tecnologias, a gestão da inovação tornou-se

um fator necessário para aquelas empresas que buscam manter a competitividade de mercado,

através da melhoria de suas estratégias de negócio (PEREIRA et al., 2015). O contexto de

instabilidade e competição que ocorre entre as organizações desafia a eficácia do

planejamento estratégico das empresas, o qual os gestores têm que decidir em quais

tecnologias investir e alocar os recursos da empresa (RODRIGUES et al. 2010). Nesse

sentido, Larindo et al. (2001) identifica que as tecnologias de informação devem estar

alinhada ao planejamento estratégico das organizações para que, dessa maneira, essas tenham

o melhor resultado possível nesse tipo de tomada de decisão.

Estudos realizados por Chesbrough e Rosenbloom (2002) identificaram que se a

tecnologia não estiver alinhada as estratégias da empresa, essa tecnologia possui pouco valor

agregado, sendo que o valor substancial é gerado quando essa tecnologia é comercializada em

um modelo de negócio inovador. Quando as tecnologias disruptivas estão alinhadas ao

planejamento estratégico da organização, há uma melhora tanto na baixa de custos e no

aumento de controles internos, quanto na proposição de valor a ser entregue aos clientes.

(RODRIGUES et al., 2010). Dessa forma, pode-se definir um modelo de negócio disruptivo

como uma nova reconfiguração do modelo de negócio de uma empresa, com a finalidade de

adaptar as estruturas empresarias para um mercado inovador, no qual serão ofertados novos

serviços, produtos ou processos (SANTOS; SPECTOR; HEYDEN, 2009).

Logo, as empresas precisam estar preparadas para reconhecer quais as possíveis

ameaças e as alternativas que elas podem utilizar com a chegada de novas tecnologias, a fim

de permitir uma rápida reação voltada para a remodelação do modelo de negócios da empresa,

assim como para o desenvolvimento de serviços, produtos e processos (SAINIO, 2004).

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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Para alcançar o objetivo dessa pesquisa, que é realizar um estudo bibliométrico de

artigos relacionados ao tema modelo de negócio disruptivo, utilizou-se de meios descritivos,

os quais, segundo Cervo e Bervian (1996, p.49), procuram “descobrir, com a precisão

possível, a frequência com que um fenômeno ocorre, sua relação e conexão, com os outros,

sua natureza e características, correlacionando fatos ou fenômenos sem manipulá-los”.

Quanto à abordagem, esta pesquisa é do tipo quali-quanti. Quantitativa, pois se pretende

traduzir em números os dados da pesquisa (RICHARDSON, 1999), uma vez que o estudo

utilizará de estatística básica na apresentação dos resultados. A pesquisa se classifica também

em qualitativa, uma vez que, de acordo com Oliveira (2011), os estudos realizados através

desse tipo de análise podem descrever a complexidade de determinado problema, assim como

analisar a interação de suas variáveis entre si e com o todo.

Quanto aos procedimentos técnicos utilizados, foi realizada uma pesquisa documental,

que, consoante Fonseca (2002), "recorre a fontes mais diversificadas e dispersas, sem

tratamento analítico". Dessa forma, foram analisados artigos, currículos e outros documentos

relacionados aos autores das pesquisas escolhidas para compor o estudo bibliométrico.

Segundo Silva (2008), a pesquisa bibliométrica é um instrumento de medição de dados e

informações coletadas em artigos científicos, permitindo a análise e a organização de grandes

quantidades de informações que poderiam ficar desprovida de leitura científica se não

recebesse o devido tratamento. Posto isso, o estudo bibliométrico foi realizado a partir da

análise documental, identificando-se a autoria dos artigos, o perfil dos primeiros autores, as

instituições de ensino dos primeiros autores, o tema central das pesquisas, assim como os

métodos utilizados nos estudos escolhidos.

Para a coleta dos artigos a serem explorados no estudo bibliométrico sobre modelos de

negócios disruptivos, utilizou-se como apoio as grandes plataformas de dados científicos

existentes atualmente. Logo, foram realizadas buscas por artigos sobre modelos de negócios

disruptivos nas seguintes bases de dados: Portal de Periódicos Capes/MEC, Scopus e Web of

Science. A justificativa pela escolha dessas bases de dados é o fato de que a partir delas pode-

se ter acesso a diferentes periódicos de qualidade relacionados a múltiplos assuntos, incluindo

modelos de negócios disruptivos, o que permite maior qualidade na análise do material

obtido.

Logo, com o intuito de cumprir o que foi proposto, o objeto desse estudo é composto

por 16 artigos relacionados ao tema “Modelo de Negócio Distuptivo”. Para chegar nessa

amostra, foi realizada uma busca, em junho de 2016, em cada uma das quatro bases de dados

pelo termo “Disruptive Model Business”. Consolidando as quatro buscas, obteve-se um total

de 1.661 artigos em um primeiro momento. Após essa busca, foram utilizados filtros nos

termos de pesquisa. O primeiro filtro utilizado foi considerar somente os artigos que tivessem

“Disruptive Model Business” no título, resultando em 63 artigos. O segundo filtro utilizado

permitiu que fizessem parte da amostra somente artigos revisados por pares e que

pertencessem a periódicos, restando apenas 43 artigos. Por fim, foram excluídos artigos

duplicados e um artigo no idioma Koreano, resultado em 16 artigos. O Quadro 01 ilustra essa

seleção, bem como apresenta as referências dos artigos a serem utilizados no estudo

bibliométrico. Os artigos estão numerados de 01 a 16 para facilitar a apresentação dos

resultados.

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Quadro 01 – Seleção de artigos para o estudo bibliométrico.

Portal de Periódicos CAPES/MEC

Pesquisa pelo termo: Disruptive Business Model

Resultado 804 artigos

Filtro: apenas no título

Resultado 13 artigos

Filtro: artigos revisados por pares

Resultado 10 artigos

Exclusão de 3 artigos duplicados

Resultado 7 artigos

1. HABTAY, S. R. A firm-level analysis on the relative difference between technology-driven and

market-driven disruptive business model innovations. Creativity and Innovation

Management, v. 21, n. 3, p. 290-303, 2012.

2. KARII, J.; WALTER, Z. Corporate entrepreneurship, disruptive business model innovation

adoption, and its performance: the case of the newspaper industry. Long Range Planning, v.

49, n. 3, p. 342-360, 2016.

3. WU, X.; MA, R.; SHI, Y. How do latecomer firms capture value from disruptive technologies?

A secondary business-model innovation perspective. IEEE Transactions on Engineering

Management, v. 57, n. 1, p. 51-62, 2010.

4. SIMMONS, G.; PALMER, M.; TRUONG, Y. Inscribing value on business model innovations:

insights from industrial projects commercializing disruptive digital innovations. Industrial

Marketing Management, v. 42, n. 5, p. 744-754, 2013.

5. PEREIRA, S. A. et al. Business model as an inducer of disruptive innovations: the case of Gol

Airlines. International Journal of Innovation, v. 3, n. 2, p. 28-42, 2015.

6. HWANG, J.; CHRISTENSEN, C. M. Disruptive innovation in health care delivery: a

framework for business-model innovation. Health Affairs, v. 27, n. 5, p. 1329-1335, 2008.

7. KLICK, A. Managing through disruption: banks confronted by disruptive forces are reshaping

operations to better serve their customers. Seven strategies that can help banks reinvent their

business model and manage the transformation of their industry are strategies that can be

adopted by other industries as well. Financial Executive, v. 27, n. 10, p.51-54, 2011.

SCOPUS

Pesquisa pelo termo: Disruptive Business Model

Resultado 562 artigos

Filtro: apenas no título

Resultado 24 artigos

Filtro: somente artigos

Resultado 15 artigos

Exclusão de 10 artigos duplicados

Resultado 3 artigos

8. AMSHOFF, B. et al. Business model patterns for disruptive technologies. International

Journal of Innovation Management, v. 19, n. 3, 2015.

9. HABTAY, S. R.; HOLMÉN, M. Incumbents responses to disruptive business model

innovation: the moderating role of technology vs. market-driven innovation. International

Journal of Entrepreneurship and Innovation Management, v. 18, n. 4, p. 289-309, 2014.

10. SMITH, G. G. Disruptive business models and the small or rural radiology practice. Journal of

the American College of Radiology, v. 4, n. 8, p. 514-515, 2007.

Web of Science

Pesquisa pelo termo: Disruptive Business Model

Resultado 258 artigos

Filtro: apenas no título

Resultado 15 artigos

7

Filtro: somente artigos

Resultado 12 artigos

Exclusão de 5 artigos duplicados

Exclusão de 1 artigos em idioma Koreano

Resultado 6 artigos

11. OSIYEVSKYY, O.; DEWALD, J. Explorative versus exploitative business model change: the

cognitive antecedents of firm-level responses to disruptive innovation. Strategic

Entrepreneurship Journal, v. 9, n. 1, p. 58-78, 2015.

12. DEL ÁNGEL, M. A. V.; RODRÍGUEZ. M. M.; TIRADO, Q. L. Disruptive models of business

of two latin companies that emerge from the network of value of bovine meat. Custos e

Agronegocio on-line, v. 10, n. 1, p. 269-296, 2014.

13. DASILVA, C. M. et al. Disruptive technologies: a business model perspective on cloud

computing. Technology Analysis & Strategic Management, v. 25, n. 10, p. 1161-1174, 2013.

14. SABATIER, V.; CRAIG-KENNARD, A; MANGEMATIN, V. When technological

discontinuities and disruptive business models challenge dominant industry logics: Insights

from the drugs industry. Technological Forecasting & Social Change, v. 79, n. 5, p. 949–962,

2012.

15. MARKIDES, C.; OYON, D. What to do against disruptive business models (when and how to

play two games at once). MIT Sloan Management Review, v. 51, n. 4, p. 25-32, 2010.

16. YOVANOF, G. S.; HAZAPIS, G. N. Disruptive technologies, services, or business models?

Wireless Personal Communications, v. 45, n. 4, p. 569-583, 2008.

Fonte: Dados da pesquisa (2016).

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

Nesta seção, serão apresentados os resultados identificados no estudo bibliométrico

dos artigos disponibilizados nas bases de dados Capes, Scopus e Web of Science. A análise

dos dados da pesquisa levou em consideração os seguintes itens, apresentados nas subseções:

4.1 A autoria dos artigos; 4.2 O perfil dos primeiros autores; 4.3 As instituições de ensino e

suas evidências quanto aos primeiros autores; 4.4 O tema e o foco dos artigos; 4.5 Os métodos

de pesquisa dos artigos; e, 4.6 As referências citadas pelos autores. Ressalta-se que, em

algumas tabelas, embora dezesseis artigos tenham sido analisados, alguns resultados que

façam relação com o primeiro autor do artigo serão reduzidos a quinze por haver um autor

com dois artigos analisados na amostra dos dezesseis artigos.

4.1 AUTORIAS DOS ARTIGOS

Buscou-se apresentar, nesta primeira subseção, os resultados relacionados à autoria

dos artigos analisados quanto à quantidade de autores por artigo e os autores com o maior

número de produção científica. Dessa forma, por meio da Tabela 01 é demonstrado o número

de autores por artigo publicado e sua representatividade no total.

Tabela 01- Número de autores por artigo.

Número de autores por artigo Nº de artigos %

1 3 18,75%

2 6 37,5%

3 4 25%

4 3 18,75%

Total de artigos: 16 100%

Fonte: Dados da pesquisa (2016).

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Ao analisar a Tabela 01, que apresenta a quantidade de autores por artigo publicado,

percebe-se que a maioria dos artigos foram elaborados por mais de uma pessoa, sendo que

37,5% dos artigos foram elaborados por duas pessoas e 25% foram elaborados por três

autores.

Na Tabela 02 está apresentado o número de estudos científicos, considerando artigos e

papers publicados pelo primeiro autor de cada um dos 16 artigos analisados. Para a realização

da busca de trabalhos científicos realizados pelos primeiros autores, utilizou-se bases de

dados, como currículos online nos sites das Universidades a qual pertencia cada autor e a base

de dados ResearchGate.

Tabela 02 – Número de artigos publicados pelos primeiros autores.

Número de

publicações

Número de artigos publicados pelos primeiros autores %

De 1 a 9 artigos 7 46,66%

De 10 a 19 artigos 3 20%

De 20 a 29 artigos 2 13,33%

Mais de 30 artigos 3 20%

Total 15 100%

Fonte: Dados da pesquisa (2016).

Conforme apresentado na Tabela 02, em relação ao número de artigos publicados

pelos primeiros autores, quase a metade dos autores (46,66%) publicaram de um até nove

artigos e apenas três autores (20%) publicaram mais de trinta artigos.

4.2 PERFIL DOS PRIMEIROS AUTORES

Nesta seção procurou-se caracterizar o perfil dos primeiros autores de cada artigo

quanto ao gênero, à formação acadêmica e à titulação dos autores. Desse modo, na Tabela 03,

está apresentado o gênero dos autores.

Tabela 03 – Gênero dos primeiros autores.

Gênero dos autores Nº de autores %

Feminino 2 13,33%

Masculino 13 86,66%

Total 15 100%

Fonte: Dados da pesquisa (2016).

Quanto ao gênero dos autores, indicado na Tabela 03, observou-se a predominância do

gênero masculino na produção dos artigos analisados, tendo 86,66% de representatividade.

A área de formação dos primeiros autores pode ser observada na Tabela 04. A área

relacionada à administração é a mais presente na formação dos autores, com 33,33%. Essa

área foi agrupada em linhas de formação entre Administração Pura, Marketing e Finanças

para a melhor análise dos dados. A área relacionada à Gestão de Sistemas e Tecnologias da

Informação foi verificada na formação de três autores, o que representa 20% do total

analisado, seguido com dois autores formados na área de Economia.

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Tabela 04 – Área de formação dos primeiros autores.

Área de formação acadêmica

dos primeiros autores

Nº de autores formados nessa

área %

Administração / Marketing /

Finanças 5 33,33%

Bioquímica 1 6,6%

Ciências da Computação 1 6,6%

Economia 2 13,33%

Engenharia Elétrica 1 6,6%

Gestão de sistemas e tecnologias

da informação 3 20%

Medicina 1 6,6%

Radiologia 1 6,6%

Total: 15 100%

Fonte: Dados da pesquisa (2016).

Agrupando os resultados, nota-se que dos quinze autores analisados, 66,66% estão

relacionados a cursos das áreas de ciências sociais. Os demais autores tem formação em áreas

relacionadas a ciências exatas, ciências biológicas e da saúde.

De acordo com a análise realizada sobre o perfil dos primeiros autores e com o que

está apresentado em seus currículos online, foi possível verificar que a maior

representatividade na titulação dos autores é a de Doutorado, sendo que mais da metade dos

autores, 66,66%, são titulados Doutores, conforme indicado na Tabela 05. Os autores que tem

sua formação relacionada à área das ciências biológicas e da saúde são titulados de MD, que

significa Doutor em Medicina. Para uma analise mais clara, agrupou-se em uma só titulação

os autores que tinham em seus currículos titulação de Doutor, Philosophiae Doctor (Ph.D) e

Doutor em Medicina (MD).

Tabela 05 – Titulação dos primeiros autores

Titulação dos primeiros

autores

Nº de autores com essa

titulação

%

Doutor/ Ph.D/MD 10 66,66%

Mestre 1 6,66%

Não informado 4 26,66%

Total: 15 100%

Fonte: Dados da pesquisa (2016).

4.3 INSTITUIÇÕES DE ENSINO E SUAS EVIDÊNCIAS QUANTO AOS PRIMEIROS

AUTORES

Nessa seção serão apresentados os resultados referentes à instituição de ensino dos

primeiros autores e a localização geográfica dessas instituições, conforme informações

contidas nos artigos analisados. Dessa Maneira, a Tabela 06 apresenta os dados obtidos

quanto à publicação por instituições de ensino dos primeiros autores. É relevante ressaltar

que, diferente dos outros resultados que apresentavam apenas quinze autores, porque um era

repetido, nessa subseção serão apresentadas dezesseis instituições de ensino, pois o autor

Solommon Habtay publicou seus dois artigos em instituições de ensino diferentes.

10

Tabela 06 - Instituições de ensino dos primeiros autores.

Instituições de ensino dos

primeiros autores Nº de instituições %

Athens Information Technology 1 6,25%

Baylor College of Medicine 1 6,25%

Grenoble École de Management 1 6,25%

London Business School 1 6,25%

Northeastern University 1 6,25%

Queen's University Belfast 1 6,25%

UniNove 1 6,25%

Universidad Autonoma

Chapingo 1 6,25%

Universitat Paderborn 1 6,25%

Universitdade de Zhejiang 1 6,25%

University of Arizona 1 6,25%

University of Melbourne 1 6,25%

University of Michigan 1 6,25%

University of Southern

Califórnia 1 6,25%

University of Witwatersrand 1 6,25%

Não informado 1 6,25%

Total: 16 100%

Fonte: Dados da pesquisa (2016).

Conforme apresentado na Tabela 06, todos os dezesseis artigos analisados foram

elaborados por autores pertencentes a instituições de ensino diferentes, porém, pode-se inferir

que, embora os autores dos artigos sejam de diversas instituições de ensino, há uma

concentração relacionada ao tema de pesquisa nos Estados Unidos, como pode ser observado

na Tabela 07. O fato dos Estados Unidos terem uma maior concentração de estudos do tema

sobre modelos de negócios disruptivos pode estar relacionado ao fato do país ser um dos

maiores polos de tecnologias do mundo.

Tabela 07- Localização geográfica das instituições de ensino dos primeiros autores.

Localizações geográficas das instituições de ensino (por país) dos primeiros autores Nº de

artigos %

África do sul 1 6,25%

Alemanha 1 6,25%

Austrália 1 6,25%

Brasil 1 6,25%

China 1 6,25%

Estados Unidos 5 31,25%

França 1 6,25%

Grécia 1 6,25%

Inglaterra 1 6,25%

Irlanda do Norte 1 6,25%

México 1 6,25%

Não informado 1 6,15%

TOTAL DE ARTIGOS 16 100%

Fonte: Dados da pesquisa (2016).

11

4.4 TEMA E FOCO DOS ARTIGOS

Essa seção visa apurar o tema e o foco específico dos artigos. Dessa forma, no Quadro

02 estão presentes os temas de pesquisa dos artigos analisados. Embora o tema principal seja

Modelos de Negócios Disruptivos, cada artigo tem um foco diferente, logo, optou-se por não

agrupar os temas dos artigos, pois cada um apresentou alguma peculiaridade quando

comparados com os demais.

Quadro 02 – Tema e foco dos artigos analisados.

Numeração dos artigos

analisados.

(Vide Quadro1).

Tema e Foco dos Artigos Analisados

1 Tecnologias novas aliadas a modelos de negócios inovadores para oferecer

produtos e serviços mais acessíveis

2 Modelos de negócios disruptivos em países emergentes.

3 Disrupções na área bancária.

4

Utilização dos conceitos inerentes aos modelos de negócios disruptivos para

explicar o potencial de desorganização das inovações geradas pelas

tecnologias e pela estratégia de market-driven.

5 Atividades de marketing como meio para agregar valor a modelos de

negócios disruptivos.

6 Papel dos modelos de negócios como um indutor de inovações disruptivas.

7 Modelos de negócios disruptivos em empresas de jornais.

8 Explicações sobre as armadilhas existentes entre a transição dos modelos de

negócios para modelos de negócios disruptivos.

9 Tecnologias de informação como impulsionadoras de modelos de negócios

disruptivos baseados em serviços.

10 Descontinuidade tecnológica afetando e criando modelos de negócios, porém

nenhum modelo de negócio inovador.

11 Modelos de negócios disruptivos em cloud computing.

12 Como diferentes modelos de negócios são empregados para o mercado de

carne.

13 Avaliação sobre a adoção de um modelo de negócio disruptivos ou sobre

reforços na exploração de um modelo de negócio existente.

14 Efeitos dos modelos de negócios disruptivos sobre as práticas e ações dos

radiologistas.

15

Apresentação de uma metodologia para o design dos modelos de negócios

existentes, a fim de simplificar o desenvolvimento posterior de modelos de

negócios para tecnologias disruptivas.

16

Análise do sucesso na adoção de inovações disruptivas e sustentadoras sem a

necessidade de criação de novos modelos de negócios em empresas

incubadoras.

Fonte: Dados da pesquisa (2016).

4.5 MÉTODOS DE PESQUISA DOS ARTIGOS

Essa seção tem como objetivo identificar os procedimentos metodológicos utilizados,

levando em consideração apenas aqueles informados nos artigos analisados. Dessa maneira,

no Quadro 03 estão apresentados: o objetivo, a natureza, os meios, assim como as técnicas de

coleta e análises dos dados das publicações.

12

Quadro 03- Métodos de pesquisa utilizados nos artigos analisados.

Métodos de pesquisa utilizados nos artigos analisados

Objetivo Nº Natureza Nº Meios Nº Técnicas de Coleta e

Análises dos Dados Nº

Descritivo 0 Quantitativo 0 Estudo de Caso 6 Documentos 1

Exploratório 0 Qualitativo 2 Pesquisa Documental 0 Questionário 4

Exploratório-Descritivo 0 Quantitativo-

Qualitativo 0

Pesquisa Bibliográfica 1 Entrevista 3

Explicativo 0 Pesquisa de Campo 1 Observação 0

Não informado 16 Não informado 14 Levantamento (Survey) 0 Formulário 0

Não informado 8 Análise Estatística 1

Planilhas Eletrônicas 0

Simulação 0

Análise de Conteúdo 0

Ensaio Teórico 0

Não informado 7

Fonte: Dados da pesquisa (2016).

Percebe-se no Quadro 03 que a seção de métodos em artigos internacionais não é tão

evidente quanto nas pesquisas brasileiras, apontando apenas algumas breves características

dos métodos utilizados para a elaboração dos artigos, sem classificar a pesquisa quanto aos

objetivos, natureza, meios e técnicas de coleta e análise dos dados. Apesar de ficar evidente o

método utilizado, houve a preocupação de demonstrar apenas o que foi apresentado nos

artigos, sem interferir na apresentação dos métodos.

4.6 REFERÊNCIAS UTILIZADAS PELOS AUTORES

Essa seção busca demonstrar dados sobre as referências citadas pelos autores, apreciando

todos os tipos utilizados. Desse modo, apresenta-se, na Tabela 08, a quantidade de referências

consultadas pelos autores na construção dos artigos.

Tabela 08 - Quantidades de Referências utilizadas na construção dos artigos.

Total de referências utilizadas

em cada artigo

Nº de artigos %

20 1 6,25%

35 1 6,25%

36 1 6,25%

37 1 6,25%

42 1 6,25%

51 1 6,25%

60 1 6,25%

66 1 6,25%

72 1 6,25%

73 1 6,25%

86 1 6,25%

102 1 6,25%

109 1 6,25%

Não utilizou referencias 3 18,75%

Total: 16 100%

Fonte: Dados da pesquisa (2016).

13

Ao observar-se a Tabela 08 percebe-se que não há um padrão quanto ao número de

referências utilizado pelos autores, sendo que o menor número de referencias utilizado em um

artigo foi 20 e o maior número de referencias utilizado foi de 109. Três artigos não

apresentaram referencias na sua construção. Na Tabela 09, encontram-se informações sobre

as idades das referências examinadas pelos autores, levando em consideração a referência

mais antiga e a referência mais recente.

Tabela 09- Idade das referências examinadas pelos autores.

PORTAL CAPES SCOPUS WEB OF SCIENCE

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

Mais antiga ---

19

90

---

19

76

19

75

19

89

19

78

19

98

19

95

19

62

19

97

19

37

19

59

---

19

79

19

78

Mais recente ---

20

08

---

20

11

20

12

20

14

20

13

20

08

20

07

20

11

20

12

20

13

20

14

---

20

14

20

12

Fonte: Dados da pesquisa (2016).

Conforme a Tabela 09 apurou-se que, no geral, os autores utilizaram tanto fontes

recentes, quanto antigas. A referência mais antiga analisada é do ano de 1937 e a mais atual é

do ano de 2014. O que indica que, embora o tema sobre modelos de negócios disruptivos

tenham sido observados pela comunidade acadêmica na década de 1990 (SABATIER;

CRAIG-KENNARD; MANGEMATIN, 2012), assuntos relacionados já vinham sendo

estudados por outros autores. E o fato da última referência utilizada na construção de alguns

dos artigos ser de 2014 indica que este é um tema bem atual no meio acadêmico.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O referido estudo baseou-se nos artigos publicados nas bases de dados dos portais

Capes, Scopus e Web of Science, analisando artigos relacionados ao tema Modelos de

Negócios Disruptivos, considerando itens específicos, identificados nas seguintes seções do

artigo: 4.1) A autoria dos artigos; 4.2) O perfil dos primeiros autores; 4.3) As instituições de

ensino e suas evidências quanto aos primeiros autores; 4.4) O tema e o foco dos artigos; 4.5)

Os métodos de pesquisa dos artigos; e, 4.6) as referências citadas pelos autores. Desse modo,

para demonstrar os resultados, foi realizado um estudo bibliométrico, a partir de uma

abordagem quantitativa-qualitativa, por meio de métodos descritivos e com base em

procedimentos técnicos de pesquisa documental.

Dessa forma, a partir da escolha das bases de dados, foi realizada uma busca por

artigos relacionados ao tema Modelos de Negócios Disruptivos, optando-se por utilizar filtros

na busca, o que possibilitou a permanência de artigos que continham apenas a expressão

“Disruptive Business Model” no título e que fossem revisados por pares. Por último, ainda se

excluiu um artigo em Koreano, restando dezesseis artigos para a realização do estudo

bibliométrico.

A partir dos resultados da pesquisa, identificou-se, na seção 4.1, que os autores têm

uma preferencia por pesquisarem em grupo e que, dentre os quinze autores analisados, quase

a maioria (46,66%) escreveu de um a nove artigos, tendo apenas três autores (20%) escrito

mais de 30 artigos. Na seção 4.2 foi apresentado o perfil dos primeiros autores de cada artigo

14

analisado. Pode-se observar que 86,66% dos autores são do sexo masculino; a formação da

maioria dos autores está relacionada à área de Administração e afins, Gestão de Inovação e

Economia, totalizando 66,66% essas três áreas juntas. As formações dos outros autores são

em áreas como Medicina, Bioquímica, Radiologia, Ciências da Computação e Engenharia

Elétrica. Dos quinze autores, dez (66,66%) tem a titulação de Doutor, apenas um autor é

titulado como Mestre e quatro autores não informaram sua titulação.

Na seção 4.3 apresentaram-se as instituições de ensino dos primeiros autores de cada

artigo e sua localidade. No resultado referente às instituições de ensino, pôde se verificar que

há bastante diversidade, não havendo autores de iguais instituições. Em relação à localidade

geográfica dessas instituições, o país que mais publica artigos sobre o tema é os Estados

Unidos, porém é valido ressaltar que o tema de modelos de negócios disrupivos já está sendo

estudados em diversos países. Na seção 4.4 apresentou-se o tema e o foco dos artigos

selecionados. Observou-se que cada artigo tem uma peculiaridade diferente, sendo que

nenhum demonstrou um foco já utilizado por outro. Na seção 4.5 foram identificados os

procedimentos metodológicos utilizados nas construções dos artigos. Como foi observado no

Quadro 03, poucos autores identificaram o tratamento metodológico utilizado para a

elaboração do estudo, o que é uma diferença notável da construção dos artigos publicados no

Brasil. Na seção 4.6 realizou-se uma averiguação das referências utilizadas pelos autores. Em

relação à quantidade, verificou-se que não existe um padrão entre os autores, tendo autores

que utilizaram um mínimo de vinte, enquanto outro utilizou cento e nove referências.

Enfim, conclui-se que este trabalho atingiu o seu objetivo, contribuindo para o

desenvolvimento da temática por meio dos seus resultados de pesquisa que fornecem subsídio

para o entendimento e aprimoramento da produção científica na área. Identifica-se para

futuras pesquisas a possibilidade de analisar outros fatores inerentes aos artigos, como a

questão do conteúdo, bem como a ampliação da amostra analisada.

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