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8/4/2019 MERCADO DE MADEIRA SERRADA NO MUNICPIO DE RIO BRANCO-AC
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Boletim Tcnico
MERCADO DE MADEIRASERRADA NO MUNICPIO
DE RIO BRANCO-AC,
2007-2008
Dezembro de 2008-n. 016
R I O B R A N C O / A C R E
8/4/2019 MERCADO DE MADEIRA SERRADA NO MUNICPIO DE RIO BRANCO-AC
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Prefeitura Municipal de Rio Branco-AcrePrefeito Raimundo Angelim Vasconcelos
Vice-Prefeito Eduardo Farias
Secretaria Executiva do Programa deZoneamento Econmico, Ambiental, Social e
Cultural de Rio Branco-AC - ZEAS
Secretrio Municipal de Governo - SEGOV
Jos Fernandes do Rgo
Secretrio Municipal de Meio Ambiente- SEMEIA
Arthur Czar Pinheiro Leite
Secretrio Municipal de Agricultura e Floresta-SAFRA
Mrio Jorge da Silva Fadell
Diretor da Fundao Garibaldi Brasil - FGB
Marcos Vincius Simplcio das NevesSecretria Municipal de Planejamento
- SEPLANAntnia Francisca de Oliveira
Secretrio de Estado de Meio Ambiente eRecursos Naturais - SEMA
Eufran Ferreira do Amaral
Chefe Geral do Centro de Pesquisa Agroflo-restal do Acre - Embrapa Acre
Judson Ferreira Valentim
Grupo de Trabalho GT
Coordenadora Geral do Programa ZEASNdia W. Valentim PereiraBiloga M.Sc. Manejo Ambiental
Eixo Recursos NaturaisLcio Flvio Zancanela do CarmoGegrafo M.Sc. Solos
Marconde Maia FerreiraBilogo M.Sc. Ecologia
Raimundo Nonato de Souza MoraesEngenheiro Agrnomo M.Sc. Fitotecnia
Sonaira Souza da SilvaEngenheira Agrnoma
Neide Daiana Soares de BritoBiloga
Eixo Cultural-polticoWladimyr Sena de Arajo
Antroplogo M.Sc. Antropologia Social
Eixo Scio-econmicoRaimundo Cludio Gomes MacielEconomista Dr. Economia Aplicada
Tcnica AdministrativaNeuza Teresinha BoufleuerBiloga M.Sc. Ecologia
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Kamilla Andrade de Oliveira
Zenobio Abel Gouva Perelli da Gama e Silva
Janice Ferreira do Nascimento
MERCADO DE MADEIRA SERRADA NO MUNICPIO DE RIO BRANCO-AC,2007-2008
8/4/2019 MERCADO DE MADEIRA SERRADA NO MUNICPIO DE RIO BRANCO-AC
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Dados Internacionais de Catalogao-na-Publicao (CIP)
Bibliotecria responsvel: Vivyanne Ribeiro das Mercs CRB-11/600
Exemplares desta publicao podem ser obtidos no:
Programa ZEASRua Coronel Alexandrino, 301 BosqueRio Branco AC CEP: 69909-730
Telefones: +55 (68) 3211-2200zeas@riobranco.ac.gov.br
Tiragem: 350 exemplares
Revisor tcnico:Carlos Ovdio Duarte
Correo ortogrfica e gramatical:Ana Maria Alves de Oliveira
Designer e diagramao:Thiago Nicheli e Gilberto Lobo
Fotos:GT/ZEAS e Dhrcules Pinheiro
Gerao de mapas:Kamilla Andrade de Oliveira-Bolsista SEMA-Programa ZEAS
1 edio1 impresso, 2008.
Todos os direitos reservados.A reproduo no autorizada desta publicao, no todo ou em
parte, constitui violao dos direitos autorais (Lei n 9.610)
Instituies colaboradoras
GovernamentaisUniversidade Federal do Acre UFACSecretaria Estadual de Floresta SEF
No GovernamentaisEngenharia e Tecnologia da Informao VECTRANcleo de Estudos de Planejamento e Uso da Terra NEPUT
Apoio FinanceiroBanco da Amaznia
Prefeitura Municipal de Rio Branco-PMRB
ExecuoPrefeitura Municipal de Rio Branco-PMRB
AutoresKamilla Andrade de OliveiraEstudante de Engenharia FlorestalBolsista SEMA-Programa ZEASkamillarbr@gmail.com
Zenbio Abel Gouva Perelli da Gama e SilvaEngenheiro Florestal, D.Sc. em Economia FlorestalProfessor Adjunto da Universidade Federal do Acrezenobiosilva@hotmail.com
Janice Ferreira do NascimentoEngenheira Florestal, Mestranda em Cincias Florestais-UFLAjanicenascimento@gmail.com
Programa de Zoneamento Econmico, Ambiental, Sociale Cultural de Rio Branco-AC (ZEAS).
Boletim Tcnico, n. 016
Oliveira, Kamilla Andrade deMercado de madeira serrada no municpio de Rio Branco-AC, 2007-2008. / Kamilla Andrade de
Oliveira, Zenobio Abel Gouva Perelli da Gama e Silva, Janice Ferreira do Nascimento. - Rio Bran-co: PMRB, 2008. (Boletim Tcnico, 016).
50p.: il.
Programa de Zoneamento Econmico, Ambiental, Social e Cultural de Rio Branco-AC, ZEAS.
1. Madeira Mercado Rio Branco (AC). 2. Madeira Aspectos Econmicos Rio Branco (AC).
3.Madeira Explorao Rio Branco (AC). I. Ttulo. II. Srie.III. Silva, Zenbio Abel Gouva Perellida Gama e. IV. Nascimento, Janice Ferreira do.
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Armazenamento de toras.Foto: Dhrcules Pinheiro (2008).
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rea de pasto sob pastejo.Foto: Dhrcules Pinheiro (2008).
Madeira serrada.Foto: Dhrcules Pinheiro (2008).
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SUMRIO
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
RESUMO
ABSTRACT
INTRODUO..............................................................................................................MATERIAL E MTODOS.................................................................................................
1 REA DE ESTUDO......................................................................................................
2 COLETA DE DADOS PRIMRIOS...................................................................................
2.1 Mtodo de coleta de dados............................................................................
2.2 Mtodo de amostragem.................................................................................
2.3 Intensidade amostral.....................................................................................3 COLETA DE DADOS SECUNDRIOS...............................................................................
4 GEOPROCESSAMENTO E ELABORAO DOS MAPAS.......................................................
RESULTADOS E DISCUSSO...........................................................................................
1 LOCALIZAO DAS MADEIREIRAS................................................................................
2 ORIGEM DA MATRIA-PRIMA.......................................................................................
3 GRAU DE CONCENTRAO..........................................................................................
4 POTENCIAL MADEIREIRO............................................................................................
5 PRODUO X CONSUMO...........................................................................................
6 DISTNCIA E CUSTOS COM TRANSPORTE.....................................................................
7 PREO...................................................................................................................
CONCLUSES..............................................................................................................REFERNCIAS..............................................................................................................
ANEXO
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Figura 1
Figura 2
Figura 3
Figura 4
Figura 5
Figura 6
Figura 7
Figura 8
Localizao do municpio de Rio Branco-
AC.......................................................................
Mapa de distribuio espacial das indstrias ma-
deireiras na rea urbana do municpio de Rio Bran-
co-AC..................................................................
Mapa de tipologias orestais do municpio de RioBranco-AC em 2006............................................
Mapa do potencial madeireiro do municpio de
Rio Branco-AC....................................................
Destino da madeira serrada no municpio de RioBranco-AC, nos anos de 2007-2008....................
Grco de custo com transporte das empresas
madeireiras do municpio de Rio Branco-AC, nos
anos de 2007-2008..............................................
Grco da distncia mdia percorrida no trans-
porte de toras das reas de explorao at s
empresas madeireiras do municpio de Rio Bran-
co-AC..................................................................
Mapa do raio de explorao a partir dos princi-
pais plos madeireiros do municpio de Rio Bran-
co-AC..................................................................
LISTA DE FIGURAS
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1
Tabela 2
Tabela 3
Tabela 4
Tabela 5
Tabela 6
Intensidade amostral no setor madeireiro do mu-
nicpio de Rio Branco-AC em 2008..................
Origem da matria-prima das serrarias do mu-
nicpio de Rio Branco-AC, nos anos de 2007-
2008....................................................................
Percentagem de madeira oriunda de planos de
manejo e reas de converso para as serrarias
do municpio de Rio Branco-AC, nos anos de
2007-2008...........................................................
Produo de madeira serrada no estado do Acre
em 1996, 2002 e 2004........................................
Espcies encontradas na sionomia Floresta
Aberta com Bambu + Floresta Aberta com Pal-
meiras (FAB + FAP)............................................
Preo praticado por produto nas serrarias do mu-nicpio de Rio Branco-AC, no perodo de 2002 a
2008....................................................................
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MERCADO DE MADEIRA SERRADA NO MUNICPIO DE RIOBRANCO-AC, 2007-2008
Kamilla Andrade de Oliveira
Zenbio Abel Gouva Perelli da Gama e SilvaJanice Ferreira do Nascimento
RESUMO: O presente estudo, sobre o mercado de madeiraserrada no municpio de Rio Branco, tem como objetivofornecer informao tcnica para subsidiar a elaborao deestratgias e polticas pblicas voltadas economia orestal.
Por intermdio da atualizao de banco de dados no binio2007-2008 sobre atividade madeireira nas serrarias, foi possveldisponibilizar informaes sobre a origem da matria prima, seudesenvolvimento e atual estgio econmico, bem como seucomrcio como produto processado. Para o levantamento deinformaes sobre as serrarias atuantes neste municpio, noperodo mencionado, foram utilizados formulrios, assim como
dados secundrios gerados por estudos anteriores sobre estesegmento de mercado. Este trabalho foi pautado na anliseintegrada por geoprocessamento dos dados com cruzamentode informaes de tipologias vegetais e potencial madeireirogerando informaes relevantes ao avano da explorao pelomercado que utiliza como matria prima madeiras de orestastropicais em Rio Branco. Os resultados obtidos permitiram inferirque o pequeno nmero de rmas madeireiras de Rio Branco secaracterizava, classicamente, como um oligoplio. Das rmasentrevistadas, 80% foram classicadas como micro indstrias,10% como de mdio porte e 10%, de grande porte. Vericou-se que foramconsumidos em Rio Branco, aproximadamente, ovolume de 411.850 m/ano de madeira em tora, sendo gerado,desse volume, 144,07 mil/m de madeira processada. Em termoseconmicos, constatou-se que os custos com transporte variaram
de R$ 35,00 a R$ 100,00/m3, de acordo com a distncia da reade extrao da madeira at a planta fabril, onde a distnciamdia observada foi de 119 km. Dos resultados alcanados, possvel argumentar tambm que a explorao madeireira
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Tora de madeira sendo deslocada noptio de armazenanmento.Foto: Dhrcules Pinheiro (2008).
pode se viabilizar com obras de infra-estrutura planejadas pelogoverno federal e implementao de projetos de apoio, comomanuteno das estradas existentes e criao de novas ondeo acesso invivel, possibilitando, assim, a reduo nos custosdo transporte da madeira aumentando o alcance econmico daexplorao madeireira.Termos para Indexao: economia orestal, avano daexplorao madeireira, potencial madeireiro.
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THE LUMBER MARKET IN THE RIO BRANCO CITY, STATE
OF ACRE, 2007-2008
ABSTRACT:This study addresses the lumber market established
in the Rio Branco city, capital of the State of Acre-Brazil. Itsobjective is to provide technical-economics information in orderto give support in the elaboration of strategies and public policiesforward to the local forest economy. Therefore, was updated thedata base related to the 2007-2008 period concerning the timberactivities in the local sawmills, and so making public gures aboutthe source of the raw forest material, its development and currenteconomic status, as well as its trade as processed product. Forthe information survey, about sawmills acting in this city, during
the mentioned period, were used questionnaires and secondarydata generated by prior studies on this sector. This research wascarried out taking into account an integrated analysis making arelationship, using remoting sensing data, between forest typologyand the local wooden potential, generating important nds aboutthe moving of the logging in order to meet the demand by rawforest material coming from the Rio Branco tropical forest. Theresults obtained made possible to point out that a small numberof the timber rms running in Rio Branco characterized itself as
an oligopoly. Out of the sampled rms, 80% were classied asmicro rms, 10% as medium rms and 10% as having a largesize. It was also veried that the log consumption, in Rio Branco,was about 411,850 m/year, which generated 144.07 thousandcubic meter of lumber. In economics terms, was identied thatthe cost of log transport ranged, due to forest-sawmill distance,from R$ 35.00 to R$ 100.00/m3, as the average distance was 119km. Added to that, the generated results made also possible toargue that is infra-structure planned by the Government as wellas the implementation of support projects can make the regionallogging feasible. Example of these Government activities areeither improvement or repairs of actual roads and building ofothers, where the access is not proper yet. In this way, it ispossible to decrease cost with the log transport, which wouldincrease of the economic distance for the logging activity in theRio Branco city.Index terms: Forest economics, spatial moving of logging
activity, wooden potential.
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rea de pasto.Foto: Dhrcules Pinheiro (2008).Beneficiamento de madeira.Foto: Dhrcules Pinheiro (2008).
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Transporte de toras serraria.Foto: Dhrcules Pinheiro (2008).
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INTRODUO
A demanda mundial por madeira oriunda de orestas
tropicais vem aumentando a cada ano e, como conseqncia, a
disponibilidade de espcies madeireiras nativas vem diminuindo.O
Brasil, como outros pases que possuem grandes reas de oresta
tropical, apresenta um grande potencial no setor madeireiro. No
entanto, um dos desaos da indstria madeireira brasileira saber
manejar de forma sustentvel os recursos naturais e agregar valor
madeira gerando assim maior lucro para o pas. Ressalte-se que
o setor madeireiro na Amaznia contribui para a economia regional
e nacional e para a gerao de empregos e bem-estar social.
Dentre os Estados brasileiros que fazem parte da Amaznia
Legal, o Acre se destaca pelo potencial orestal que apresenta.
Algumas peculiaridades do territrio acreano favorecem a
explorao dos seus recursos naturais, tais como: ter ainda amaior parte do territrio coberto por orestas tropicais primrias;
possuir solos, em geral, de baixa fertilidade, o que restringe o
seu uso para atividades agropecurias; apresentar extrativismo
orestal intensamente praticado pelas populaes tradicionais
e indstria de base orestal em crescimento, devido s aes
governamentais. Todos esses fatores contribuem para a criaode uma economia orestal forte.
Nas dcadas de 70 e 80, a indstria madeireira ocupou
importante espao na economia do Estado. Porm, aps esse
perodo esta atividade sofreu um declnio, ocasionado pela
maior scalizao e cumprimento das leis ambientais, prticas
inadequadas de explorao madeireira, dentre outros fatores.Atualmente, o setor orestal vem se recuperando, transformando-
se numa das atividades econmicas mais importantes do Estado,
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responsvel por 12,8% do Valor Bruto da Produo1 (VPB
do Estado), cando atrs somente da administrao pblica
(ACRE, 2006).
Essa recuperao pode ser explicada por dois fatores:
uma mudana na base produtiva, ao diminuir a produo de
matria-prima e aumentar a de produtos manufaturados, e maior
agregao de valor no setor industrial. Porm, SILVA (2000)
relata que a agregao de valores aos produtos madeireiros
comprometida, pois no so prioridades do setor madeireiro
local adotar novas tecnologias e aperfeioar a produo e
comercializao de seus produtos. O autor ainda armou
que importante investir no s no processamento primrio,
mas tambm na transformao da madeira em produtos
industrializados diferenciados, gerando benefcios econmicos
e sociais com agregao de recursos cadeia produtiva.
Um fato importante para a economia orestal oplanejamento do espao fsico, dos investimentos, das polticas
de incentivo e a compreenso de quais so os atores que detm
os recursos orestais e como esses recursos esto distribudos
entre os diferentes tipos de propriedades. neste planejamento
que os princpios econmicos se inserem. Eles podem ser usados
para formular e analisar as questes de polticas orestais sobre aexistncia e desenvolvimento de economias de mercados (SILLS
e ABT, 2003). Portanto, os estudos de mercado so capazes de
responder questes como xao de preos, organizao da
produo, distribuio do produto, racionamento e previso do
futuro.
De acordo com SANTOS et al. (2001), que estudaram1 VBP a expresso monetria da soma de todos os bens e serviosproduzidos no territrio econmico, num dado perodo de tempo. O indicadorrepresenta a somatria dos produtos nais e insumos.
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demandas tecnolgicas para o sistema produtivo de madeira
no estado do Acre, as pesquisas sobre mercado de produtos
de madeira foram apresentadas como de alta prioridade,
com o objetivo de identicar os produtos requeridos pelos
consumidores e disponibilizar essas informaes aos agentes
da cadeia de produo, assim como, identicar o funcionamento
e as oportunidades do mercado.
SILVA (2000, 2003 e 2004), ao abordar o mercado
madeireiro acreano, apontou que estudos para anlise das
estruturas deste mercado, identicadas em anos diferentes (em
1995, 1996 e 2002), mostram os reexos destas estruturas em
atender s necessidades do consumidor de bens madeireiros.
Diante do exposto, esta pesquisa teve como objetivo
fazer um diagnstico do setor madeireiro do municpio de Rio
Branco, com objetivos especcos de analisar a dinmica da
comercializao de madeira tropical serrada e o processo deobteno da matria prima no Municpio, em 2007 e 2008,
visando subsidiar a elaborao de estratgias polticas e
econmicas para o setor, principalmente na esfera municipal.
Madeira beneficiada.Foto: Dhrcules Pinheiro (2008).
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ZEAS 19
MATERIAL E MTODOS
1 REA DE ESTUDO
O estudo foi conduzido nos principais plos madeireiros do
municpio de Rio Branco, capital do estado do Acre, que possui
uma rea de 8.658 Km2. O Municpio localiza-se no sudeste
do estado do Acre, sudoeste da Amaznia Ocidental, entre as
coordenadas geogrcas 1000122 e 1000414 6704243 de
longitude oeste e 670
403 e de latitude sul (Figura 1).
Figura 1. Localizao do municpio de Rio Branco-AC.Fonte: Base de dados do Programa de Zoneamento Econmico, Ambiental,Social e Cultural de Rio Branco-AC ZEAS.
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2 COLETA DE DADOS PRIMRIOS
Fizeram parte da coleta de dados para este estudo as
rmas madeireiras (serrarias e fbricas de compensados)instaladas no municpio de Rio Branco-AC.
2.1 Mtodo de coleta dos dados
A coleta de dados obedeceu s seguintes etapas:
a) Formulao dos instrumentos de coleta de dados:a coleta de dados primrios desenvolveu-se mediante a
aplicao de um formulrio em entrevistas face a face junto aos
representantes do setor madeireiro de Rio Branco (Anexo). De
acordo com SPROULL (1988) e GIL (1995), este procedimento
o mais apropriado nas situaes em que se necessita de um
maior aprofundamento nas respostas.b) Contedo dos instrumentos de coleta de dados: os
formulrios objetivaram coletar informaes relacionadas: (i)
caracterizao administrativa da rma; (ii) quanticao da
produo industrial; (iii) disponibilidade e preo da matria-
prima; (iv) ao preo de mercado do produto nal e (v) ao
mercado-alvo.c) Teste piloto do formulrio: antes de se efetuar a coleta
denitiva de dados, procedeu-se, com uma amostragem piloto, a
um teste do formulrio empregado nesta pesquisa, subsidiando,
com isso, a reformulao deste instrumento de pesquisa. Dessa
maneira, foi possvel avaliar a clareza das questes includas no
mesmo. Ressalte-se que este procedimento tambm sugerido
por SPROULL (1988) que reala a importncia da anlise dos
resultados de um pr-teste em um levantamento de dados no
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ZEAS 21
que concerne: (i) gerao de dados em um nvel desejado e (ii)
perfeita interpretao, pelos entrevistados, dos itens includos
no formulrio.
2.2 Mtodo de amostragem
A coleta de dados realizou-se segundo uma amostragem
por acessibilidade, descrita por GIL (1995). Assim, foram
selecionados os entrevistados em acordo com a acessibilidade
que o entrevistador tinha para com eles, admitindo-se que, de
alguma forma, os entrevistados podiam ser representativos do
universo pesquisado.
2.3 Intensidade amostral
Para obteno dos dados primrios, foi programadaa coleta de informaes junto ao maior nmero possvel de
representantes de empresas que constituam o setor madeireiro
de Rio Branco.
Esse procedimento foi possvel aps a obteno do nmero
total de rmas cadastradas junto Associao dos Madeireiros
do Acre, correspondente a 15 serrarias, nmero inferior aomnimo xado por TOMPKIN (1967) para a amostragem em um
levantamento. O autor relatou que uma amostragem mnima
necessita de 50 amostras, mais 1% da populao, quando a
populao potencial total for maior do que 5.000 indivduos ou
50 amostras, e mais 2% da populao, quando a populao
potencial total for menor do que 5.000 indivduos.Contudo, algumas rmas madeireiras, que mantinham
atividades em 2008, foram encontradas com suas operaes
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paralisadas poca da coleta de dados (Novembro/2008 a
Janeiro/2009), impossibilitando a realizao de um censo total no
setor em anlise. Dessa forma, a coleta de dados efetivamente
realizada alcanou a intensidade amostral indicada na Tabela 1.
Tabela 1.
NOTA: Na quanticao da populao total de rmas foram consideradas asinformaes do IBAMA/AC, ano referncia 2006 (comunicao oral).
Essa diferenciao embasou-se nas categorias em que
as rmas so cadastradas junto as Superintendncias Estaduais
do IBAMA, onde uma mesma empresa (ou grupo empresarial)
tem um registro para a sua indstria e um outro registro paraseus pontos de vendas (depsitos).
3 COLETA DE DADOS SECUNDRIOS
Na coleta de dados secundrios foram utilizados os que
constam nos documentos obtidos nos seguintes organismos:Superintendncia Estadual do IBAMA, Federao das Indstrias
do Estado do Acre (FIEAC) e Sindicato das Indstrias Madeireiras
do Estado do Acre (SINDUSMAD).
Para se corrigir os efeitos inacionrios sobre os valores
econmicos adotados nesta pesquisa, esses itens foram
convertidos em Dlar Estadunidense. Para tal, utilizou-se a taxa
de cmbio xada pelo Banco Central para a cotao da moeda
nacional (Real), tendo como base o valor ocial de venda do
Intensidade amostral no setor madeireiro do municpio deRio Branco-AC em 2008.
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ZEAS 23
Dlar Estadunidense (R$/US$).
Inicialmente, foi feito um censo nos plos madeireiros
para saber o nmero de empresas em funcionamento, tipo de
indstria e porte. Para obter essas informaes foram feitas
entrevistas com o proprietrio ou gerente das madeireiras. A
partir desse levantamento inicial foram selecionados os principais
dados para caracterizar a atividade econmica madeireira do
Municpio.
Os dados utilizados foram: caracterstica e origem
da matria-prima, participao no mercado (%), custos de
explorao e transporte, estocagem da madeira, caracterstica
da comercializao, espcies comercializadas, preo das
espcies (em tora e serrada) e distncia da rea de explorao
at indstria.
A estimativa da rea afetada pela explorao madeireira
(km2
) foi feita analisando a distncia dos plos madeireiros ata rea orestal explorada e o volume de madeira extrado, em
m.
4 GEOPROCESSAMENTO E ELABORAO DOS MAPAS
Foram utilizadas fotograas areas do ano de 2006,na escala de 1:60.000, cobrindo todo o permetro urbano do
Municpio e ajustadas com a base cartogrca ocial do Estado,
fornecida pelo Programa de Zoneamento Econmico, Ambiental,
Social e Cultural de Rio Branco-AC - ZEAS (RIO BRANCO,
2007).
O mtodo do Sistema de Anlise Geoambiental (SAGA,1994) foi importante para as etapas de obteno do mosaico,
avaliao e classicao das imagens para reconhecer padres
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e objetos homogneos com o objetivo de permitir uma anlise e
transferncias de resultados mais ecientes e espacializados.
Para elaborao do mapa da atividade madeireira foram
localizados os principais plos madeireiros sobre o mapa do
municpio de Rio Branco utilizando o software ArcGis 9.1. Em
seguida, o mapa dos plos foi associado ao mapa de vegetao,
na escala de 1:100.00, para vericao das tipologias orestais
que ocorrem no raio econmico calculado pela distncia mdia
entre a rea de explorao (oresta) e serrarias (cidade) nos
plos madeireiros do Municpio.
Essas informaes foram combinadas com o mapa dos
planos de manejo vigentes em Rio Branco, fornecidos pelo
Instituto de Meio Ambiente do Acre (IMAC).
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ZEAS 25ZEAS 25
RESULTADOS E DISCUSSO
1 LOCALIZAO DAS MADEIREIRAS
O levantamento de campo identicou a existncia de
15 empresas madeireiras em funcionamento no municpio de
Rio Branco, no binio 2007-2008, porm, algumas empresas
que mantinham atividades em 2008 foram encontradas com
suas operaes paralisadas poca da coleta de dados
(Novembro/2008 a Janeiro/2009), impossibilitando a realizaode um censo total no setor em anlise, sendo entrevistadas
apenas 10 rmas.
Santos (2007), estudando a produo de resduos da
indstria madeireira no estado, constatou que a regio possuia
21 serrarias e duas empresas de compensados e laminados de
um total de 61 empresas em todo estado do Acre, sendo 38%do setor representado na regio no ano de 2007.
Utilizando-se a classicao de CAPOBIANCO et al.
(2001), dentre as madeireiras avaliadas nesta pesquisa 80%
foram classicadas como micro indstrias (consumo anual em
tora inferior a 4 mil m), 10% classicadas como de mdio porte
(consumo anual em tora superior a 10 mil e igual ou inferior a 20mil m) e 10%, de grande porte (consumo de tora ano superior
a 20 mil m).
Essas madeireiras esto localizadas nos dois distritos
industriais de Rio Branco (Figura 2).
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Figura 2. Mapa de distribuio espacial das indstrias madeireiras narea urbana do municpio de Rio Branco-AC.
Fonte: Base de dados do Programa de Zoneamento Econmico, Ambiental,Social e Cultural de Rio Branco-AC ZEAS (RIO BRANCO, 2007).
2 ORIGEM DA MATRIA-PRIMA
O cenrio atual do setor madeireiro mostra que, com
o crescimento da industrializao e exportao dos produtosorestais, a demanda por matria prima vem apresentando um
crescimento anual regular variando entre 12% e 16%, o que
indica a ampliao do setor.
Nos anos de 2007 e 2008, a maior parte na matria-prima
utilizada pelas serrarias de Rio Branco foi oriunda de oresta
prpria (Tabela 2).
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ZEAS 27
Tabela 2. Origem da matria-prima das serrarias do municpio de RioBranco-AC, nos anos de 2007-2008.
Nota: (*) A empresa no atuou no ano pesquisado
SILVA (2005), analisando o setor madeireiro no estado
do Acre nos anos de 1996-2002, armou que as serrarias
acreanas dependiam, signicantemente, de terceiros para obter
a sua madeira em tora. Comparando-se com SILVA (2007),demonstra que nos anos de 1996 a 2004 as orestas prprias
participavam cada vez menos no suprimento de toras para
serrarias acreanas.
As informaes contidas na Tabela 3 mostram que
as reas com planos de manejo so as principais fontes de
matria prima, revelando que a madeira proveniente de rea
de converso vem diminuindo consideravelmente. Com isso,
torna-se evidente que as aes de scalizao e monitoramento
ambiental tm agido de forma eciente nas polticas de reduo
de desmatamento e venda de madeira ilegal.
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28MERCADO DE MADEIRA SERRADA NO MUNICPIODE RIO BRANCO-AC, 2007-2008
Tabela 3. Percentagem de madeira oriunda de planos de manejo ereas de converso para as serrarias do municpio de RioBranco-AC, nos anos de 2007-2008.
Nota: (*) A empresa no atuou no ano pesquisado
3 GRAU DE CONCENTRAO
A Tabela 4 apresenta a participao das serrarias do
estado do Acre na produo de madeira serrada, nos anos
1996, 2002 e 2004, conforme SILVA(2000 e 2007).
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Tabela 4.
Nota: Valores de 1996 e 2002 foram gerados por Silva (2000 e 2004),respectivamente.
Produo de madeira serrada no estado do Acre em 1996,2002 e 2004.
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30MERCADO DE MADEIRA SERRADA NO MUNICPIODE RIO BRANCO-AC, 2007-2008
Considerando a classicao de CAVES (1982), os
valores indicados nesta Tabela revelaram que o mercado
madeireiro, nos anos de 1996, 2002 e 2004, apresentava-se
como um exemplo de um Oligoplio. J, segundo MENDES
(1994), estas rmas mantinham condies estveis para
indstria, buscando no competir entre si em termos de preo.
Pela categorizao de GREGORY (1987), tambm no
houve uma alterao neste mercado: tanto em 1996, como em
2002 e 2004. O mercado em estudo caracterizava-se como
moderadamente concentrado na produo de madeira serrada,
isto , as quatro maiores indstrias responderam por 50 a 74%
da produo de madeira no estado.
Os estudos de SILVA (2007) mostraram que nos anos
de 1996, 2002 e 2004 a produo industrial total madeireira,
no Estado, foi de 30.532, 38.881 e 33.857,96 m3 de madeira
serrada, respectivamente.Um fato a mencionar que, em 1989, as serrarias da
capital produziram 113.490 m3 de madeira serrada, segundo
dados da Fundao de Tecnologia do Acre (FUNTAC, 1990).
CAPOBIANCO (2001) relatou que as serrarias em atividade no
municpio de Rio Branco, em 1997, produziram 310,00 m3/ano
de madeira serrada.ARAUJO (1991, 1993), por sua vez, acrescentou que,
em 1990 e 1993, as rmas madeireiras de Rio Branco ofertaram
ao mercado, respectivamente, 73.805 e 53.337 m3 de madeira
serrada. Conforme os dados desta pesquisa, para o perodo de
2007 a 2008, somam-se 144,07 mil/m.
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ZEAS 31
4 POTENCIAL MADEIREIRO
As orestas do municpio de Rio Branco so divididas
em 12 tipologias orestais (Figura 3), sendo que as 5 principaisrepresentam 83% da cobertura vegetal. Segundo VERSSIMO
(2006), para a anlise do potencial madeireiro, devem ser
considerados os estudos de zoneamento da atividade madeireira
do municpio, indicando uma rea mxima de uso no excluindo
reas com interesse para proteo integral. No municpio a
tipologia predominante Floresta Aberta com Bambu + FlorestaAberta com Palmeiras (FAB + FAP), representando 23,60% do
municpio (LANI et al., 20072). Essa tipologia apresenta grande
concentrao de espcies apresentadas na Tabela 5
Figura 3. Mapa de tipologias orestais do municpio de Rio Branco-AC em 2006.
2 Relatrio interno no publicado
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Tabela 5. Espcies encontradas na sionomia Floresta Aberta comBambu + Floresta Aberta com Palmeiras (FAB + FAP).
Fonte: LANI et al., 2007 (Relatrio interno no publicado)
Dados fornecidos por relatrios internos (LANI et al.,
2007)revelaram que o potencial madeireiro do Municpio podeser classicado como mdio, de acordo com o mapa da Figura
4. Para tal informao foram utilizados dados de 25 inventrios
orestais de planos de manejo protocolados no Instituto de Meio
Ambiente do Acre e levantamentos em parcelas amostrais em
pontos representativos do Municpio. Para quanticar o valor da
oresta, usou-se o valor da tora vendida no mercado de RioBranco.
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ZEAS 33
Figura 4. Mapa do potencial madeireiro do municpio de Rio Branco-AC.
Fonte: LANI et al. (2007)
De acordo com GES (2007), o estado do Acre apresenta
uma vocao estritamente orestal, devido sua localizao
estratgica e vegetao natural composta basicamente por
oresta tropical aberta e oresta tropical densa. O potencialeconmico da ora vasto do ponto de vista madeireiro, pela
abundncia e variedade de espcies. De forma geral, o Municpio
possui reserva orestal capaz de sustentar o crescimento da
atividade madeireira, sendo, porm, importante o planejamento
e sua expanso voltados para a concentrao econmica de
Rio Branco (ACRE, 2006).
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Castanheira (Bertholletia excelsa).Foto: Dhrcules Pinheiro (2008).
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ZEAS 35
5 PRODUO X CONSUMO
As madeireiras distribudas nos principais plos
consumiram aproximadamente 411.850 mil/m de madeira emtora, no binio 2007-2008, distribudas em 190.200 em 2007 e
221.650 mil/m em 2008. A produo de madeira processada
para o mesmo perodo foi de 68.050 e 76.20 mil/m de madeira.
Deste total de madeira processada, 17.837 mil/m foi absorvido
no mercado local, 7.322 mil/m foi direcionado para o mercado
regional, 21.516 mil/m foi comercializado no mercado nacionale 97.500 mil/m, no mercado internacional (Figura 5)
Figura 5. Destino da madeira serrada no municpio de Rio Branco-AC,nos anos de 2007-2008.
O setor orestal, composto pela extrao vegetal, est
somando atividades dos setores primrios e secundrios,
mostrando que o valor bruto da produo orestal cresceu em
mdia 8% ao ano, duplicando sua participao de 1998 a 2003no Estado (ACRE, 2006).
Para SANTOS (2007), a produtividade do setor madeireiro
no Estado considerada baixa, devido lucratividade,
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qualidade e ao nvel de produo. A ecincia produtiva
depende de vrios fatores, tais como: substituio das mquinas
e equipamentos, usos de novas tecnologias, qualicao de
mo-de-obra, otimizando a matria prima e disponibilidade de
recursos nanceiros para esta atividade.
6 DISTNCIA E CUSTOS COM TRANSPORTE
Os dados levantados permitiram inferir que os custos com
transporte variaram de R$ 35,00 a R$ 100,00/m3 de madeira
em tora. De acordo com os entrevistados essa variao no
custo dos transportes ocorreu devido s diferentes tipologias
orestais encontradas nas reas de explorao e s condies
de trafegabilidade das estradas. As Figuras 5 e 6 mostram,
respectivamente, o custo total com transporte e a distncia mdia
percorrida no transporte da madeira das reas de exploraoat indstria.
Figura 6. Grco de custo com transporte das empresas madeireirasdo municpio de Rio Branco-AC, nos anos de 2007-2008.
Nota: (*) A empresa no atuou no ano pesquisado
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Figura 7. Grco da distncia mdia percorrida no transporte de torasdas reas de explorao at s empresas madeireiras domunicpio de Rio Branco-AC.
Nota: (*) A empresa no atuou no ano pesquisado.
A distncia mdia no transporte das toras foi de 119 km.
Segundo SILVA et al. (2007), a produo de madeira por hectare
uma varivel que afeta a distncia para o transporte da madeira.
Se aumentar a produo a empresa pode buscar madeira a uma
distncia maior. MONTEIRO et al. (2008) sugerem que as zonas
de inuncia e a mxima distncia economicamente vivel para
explorao de madeira dar-se- a partir de um plo madeireiro.
Diante disso, foi criado um raio de inuncia a partir dos plos
madeireiros (Figura 7).
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Figura 8. Mapa do raio de explorao a partir dos principais plosmadeireiros do municpio de Rio Branco-AC.
Para analisar os resultados obtidos nas entrevistas,
adotou-se que as reas de oresta afetada pela explorao
foram denidas como aquelas que podem ir de 98 a 120 km ao
redor das madeireiras. Para obteno desse raio vericou-se a
distncia mdia das indstrias ao local da explorao, obtidas
pelas entrevistas. A rea mais acessvel explorao madeireira
est localizada na regio do baixo Acre devido tipologia
orestal e s condies de trafegabilidade. Nessa modelagem
foram utilizados mapas de estrada, dados de custo e distncia
da oresta aos plos madeireiros, obtidos pelos formulrios
(MONTEIRO et al., 2008).
Segundo CAPOBIANCO et al. (2001), a intensidade de
volume retirada por hectare foi considerada baixo, sendo estimado
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ZEAS 39
em 310.000 m/ano/tora em 1997, em um raio de explorao
variando entre 74 a 200 km/ano. No perodo desta pesquisa o
raio mdio de explorao no cresceu signicativamente, como
observado na Figura 8.
7 PREO
ARIMA (2002) destacou que a variao no preo seria maior
quando a elasticidade-preo da oferta for menor (curva de oferta
mais inelstica). Na Tabela 6 encontram-se os dados comparativos
dos gerados por SILVA (2007) com as informaes usadas neste
levantamento, quanto poltica de formao de preo praticada
pelas serrarias de Rio Branco, no perodo de 2002 a 2008.
Tabela 6. Preo praticado por produto nas serrarias do municpio deRio Branco-AC, no perodo de 2002 a 2008.
Fonte: Silva (2007) e dados gerados pela pesquisa.(*) Valores no identicados/coletados
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Analisando os dados da Tabela 6, pode-se observar que
os preos dos produtos da madeira tiveram um signicativo
aumento. Segundo alguns madeireiros entrevistados, atuantes
no perodo da pesquisa, elesadotavam polticas de xao de
preos devido ao impacto potencial da crise que ocorreu no
mercado imobilirio americano, ocorrendo em alguns casos
quebra de contrato e cautela nas compras de madeira por parte
do mercado internacional. Portanto, omercado de madeira
sujeito a variaes de demanda e preo conforme o cenrio
macro-econmico.
Em sistemas econmicos, as interaes consumidor-
recurso podem tambm entrar em equilbrio, porque conforme
um recurso torna-se escasso e o seu preo aumenta, a demanda
por aquele recurso diminui; ou as pessoas vivem sem ele ou
procuram alternativas mais baratas (RICKLEFS, 1993).
Madeira beneficiada.Foto: Dhrcules Pinheiro (2008).
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ZEAS 41
CONCLUSES
O levantamento de campo identicou o pequeno nmero
de rmas madeireiras de Rio Branco responsvel pela produo
e venda no mercado local, o que permitiu concluir, pelos vrios
mtodos utilizados, que esse mercado se caracterizava,
classicamente, como um oligoplio.
Das empresas madeireiras entrevistadas em
funcionamento no municpio de Rio Branco, 80% foram
classicadas como micro indstrias, 10% de mdio porte e
10% de grande porte. Essas madeireiras esto localizadas,
principalmente, nos dois distritos industriais de Rio Branco.
A atuao de terceiros era importante no fornecimento de
matria-prima orestal para o setor madeireiro de Rio Branco.
As madeireiras distribudas nos principais plosconsumiram aproximadamente o volume de 411.850 m/ano de
madeira em tora, oriundas tanto do raio de explorao como de
localidades prximas. A produo de madeira processada para
o mesmo perodo foi de 144,07 mil/m.
O pequeno volume de madeira produzido, quando
comparado ao de outras regies, como tambm a falta daprtica de uma estratgia de marketing e comercializao
mais agressiva, faz com que as rmas no concentradoras
no consumo de madeira, bem como no comrcio de produtos
madeireiros locais limitem-se a comercializar seus produtos
para os mercados internacional e nacional via atuao de
intermedirios.Os custos com transporte variaram de R$ 35,00 a R$
100,00/m3 de madeira em tora, de acordo com a distncia da
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rea de extrao da madeira at a indstria, e essa distncia
mdia era de 119 km. As variveis preo da madeira e produo
apresentaram maior inuncia devido distncia mxima no
transporte da matria prima orestal. Estudos mais detalhados
devem ser conduzidos para identicar quais faixas de distncia
so mais viveis economicamente.
A explorao madeireira pode se viabilizar com obras de
infra-estrutura planejadas pelo governo federal e implementao
de projetos de apoio, como manuteno das estradas existentes
e criao de novas onde o acesso invivel, possibilitando assim,
reduo nos custos do transporte da madeira a aumentando o
alcance econmico da explorao madeireira.
Beneficiamento de madeira.Foto: Dhrcules Pinheiro (2008).
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Execuo:
Proponente
Acre
UBIQUEPATRIAMEMOR
Prefeitura Municipalde Rio Branco
ISBN 978-85-62289-04-0
9 788562 289040