Post on 02-Dec-2018
Mercado de biodiesel no Brasil:
conjuntura & perspectivas
São Paulo – SP
12 de novembro | 2015
Daniel Furlan AmaralGerente de Economia
Soja
Algodão
Amendoim
Girassol
Canola
Gergelim
Palmiste
Copra
Linhaça
Mamona
Soja
Algodão
Amendoim
Girassol
Canola
Gergelim
Gérmen de milho
Glúten de milho
Palmiste
Copra
Linhaça
Farinha de peixe
Soja
Algodão
Amendoim
Girassol
Canola
Gergelim
Milho
Oliva
Palma
Palmiste
Coco
Manteiga
Sebo bovino
Óleo de peixe
Linhaça
Mamona
Gordura de frango e suína
2
Principais oleaginosas, farelos e óleos
Fonte: Oilworld.
• Alimentação determina a maior
parte da demanda por óleos
vegetais
• Uso para biodiesel tem se mantido
ao redor de 15%
• Cada país utiliza a matéria-prima
localmente abundante
0
50
100
150
200
2502
00
0
20
01
20
02
20
03
20
04
20
05
20
06
20
07
20
08
20
09
20
10
20
11
20
12
20
13
20
14
20
15
Mil
hõ
es
de t
Alimentação e química Biodiesel
3
Excedente de óleos vegetais no mundo
Fonte: Oil World.
Oferta mundial de farelos e óleos (em mil t)
4
0
50.000
100.000
150.000
200.000
250.000
300.000
350.000
1989/90 2013/14
Farelos
Outros
Algodão
Girassol
Canola
Soja
0
50.000
100.000
150.000
200.000
1989/90 2013/14
Óleos e gorduras
Outros
Gorduras
animais
Palma
Girassol
Canola
Soja
Fonte: Oilworld.
Alta substituibilidade entre os óleos vegetais
5
0
200
400
600
800
1.000
1.200
1.400
1.600
1.800
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
US$
Canola (US$) Girassol (US$) Palma (US$) Soja (US$)
Médias anuais
Fonte: Oil World.
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
Ton
/ h
a
Brasil Intervalo mundial Média mundial
+5%-9%
-26%
-72%
-45%
-19%
• Soja e caroço de algodão
garantem a oferta de óleos
•Outras oleaginosas precisam de
pesquisa para aumento da
produtividade
•Biotecnologia pode favorecer
plantio em áreas com
deficiência hídrica
6
Necessário investir em produtividade
Fonte: Oil World.
0
500
1.000
1.500
2.000
2.500
3.000
3.500
Kg
po
r h
ecta
re
Caroço de algodão Mamona Soja Girassol
Produtividade das oleaginosas
7
Fonte: CONAB.
Em milhões de toneladas
Produção
97,8
Processamento
40,0
Exportações
48,0
Farelo
30,3
Óleo
7,95
Exportações
1,4
Consumo Interno
6,6
Biodiesel
3,0
Exportações
14,8
Consumo Interno
15,5
Biodiesel incentiva a
agregação de valor no Brasil!8
Soja: Balanço de Oferta e Demanda - 2015
Fonte: ABIOVE.
Oferta de óleos e gorduras no Brasil (mil t)
9
Soja
7.216
77%
Algodão
286
3%Palma+Palmiste
360
4%
Gorduras
animais
1.057
11%
Outros óleos
vegetais
426
5%
Fonte: Oil World.
0,7
1,0
2,0
2,0
2,8
3,0
3,2
4,1
0 1 2 3 4 5
Espanha
Holanda
Argentina
França
Alemanha
Brasil
Indonésia
EUA
Milhões de toneladas
•A produção brasileira teve
rápido crescimento
•O B5 tornou o país o 3º maior
produtor mundial
•Países têm objetivos e políticas
de incentivo diversos
10
Fonte: Oilworld.
Produção mundial de biodiesel
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP
regulamenta a Lei Federal 9.478/1997 pela Resolução nº 45/2014 e especifica
pelo Art. 2º, inciso I, que biodiesel é o:
“Combustível composto de alquil ésteres de ácidos carboxílicos de cadeia longa, produzido
a partir da transesterificação e/ou esterificação de matérias graxas, de gorduras de
origem vegetal ou animal, e que atenda a especificação contida no
Regulamento Técnico, parte integrante desta Resolução.”
11
O que é biodiesel
1.000 kg de óleo
vegetal ou gordura
animal
100 kg de metanol
20 kg de metilato de
sódio
1.000 kg de
biodiesel
100 kg de
glicerina
12
Processo de produção de biodiesel
Mandato é a determinação para mistura obrigatória (Lei
Federal nº 11.097/2005).
Originalmente, a mistura obrigatória mínima era de 2% em
2008 e o prazo deveria aumentar para 5% em 2013.
Outros critérios poderiam antecipar esse teto, entre elas:
Disponibilidade de oferta de matéria-prima e a capacidade
industrial para produção de biodiesel;
Participação da agricultura familiar;
Redução das desigualdades regionais.
O que é o mandato de biodiesel?
13
Como se realizou o aumento da mistura
14
0%
1%
2%
3%
4%
5%
1S 2S 1S 2S 1S 2S 1S 2S 1S 2S 1S 2S
2008 2009 2010 2011 2012 2013
Lei Real
Fontes: Lei Federal nº 11.097/2005 e Resoluções CNPE nº 2/2008, 2/2009 e 6/2009.
•Capacidade ociosa já atingiu
65%. Em 2015, pode baixar
para 50%
•Há disponibilidade de óleo
de soja e outras matérias-
primas para aumentar a
produção0
1.000
2.000
3.000
4.000
5.000
6.000
7.000
8.000
9.000
10.000
1.0
00 m
3
Capacidade
Produção
B2
Voluntária Obrigatória
B2/B3 B5B3/B4 B6 B7
Mercado de biodiesel
15
Fonte: ANP. Números projetados para 2015.
Diversificação gradual de matérias primas
O óleo de soja responde por
75% da produção de biodiesel
– já chegou a 82%
Outras matérias-primas estão
mantendo sua participação
Há interesse crescente por
óleos e gorduras antes
subaproveitados, como o óleo
de fritura usado e as gorduras
animais
16
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Soja Gorduras Algodão Outras
Fonte: ANP. Obs.: dados até abril de 2015.
Óleo
Diesel;
46,4%
Gasolina;
29,4%
Etanol;
14,3%
Querosene
de
aviação;
4,3%
Gás
natural;
2,0%
Outras;
1,3% Biodiesel;
2,3%
O biodiesel
representou 2,3%
do consumo de
combustíveis da
matriz de
transportes do
Brasil em 2013!
Fonte: EPE – Balanço Energético Nacional 2014 – Ano Base 2013.
17
Biodiesel na matriz de transportes
Crédito imagem: Creative Commons.18
Então, o que é biodiesel? É Agro-energia
CEIB
Casa Civil MME
MDA
MAPA
MTrans
MTE
MCT
MMA
MCidMDS
MIntNac
MF
SECOM
EMBRAPA
BNDES
ANP
PETROBRAS
19
Incompreensão do papel e funcionamento da bioenergia
impedem avanços consistentes
Governo ainda vê bioenergia como um problema:
Sazonalidade
Paridade com outros usos das matérias primas
Dispersão geográfica da produção
Necessidade de logística diferenciada
E a governança pública como fica?
20
Crédito imagem: Creative Commons.
É preciso observar o potencial de complementaridade da
bioenergia com a matriz energética:
Uso local
Aproveitamento de resíduos
Geração de renda no campo pela agricultura e indústria
Redução das emissões de poluentes
Potencialidades tecnológicas
Bioenergia e a matriz energética
21
Produção regional de biodiesel em 2014
Disponibilidade de
matérias primas é
determinante
As regiões Sul e Centro-
Oeste têm abundância de
oleaginosas
Reduz os gastos com
transportes e agrega valor
nessas regiões
23
Norte
2%Nordeste
7%
Sul
40%
Sudeste
8%
Centro-
Oeste
43%
Fonte: ANP.
Formas de apoio
ao produtor rural
Selo Combustível Social
24
SCS
ATER e pesquisa
Insumos
Aquisições
Fonte: Ministério do Desenvolvimento Agrário – Portaria nº 60/2012.
O produtor de biodiesel deve:
• Comprovar percentuais mínimos de aquisições de
matéria-prima da agricultura familiar, dependo da
região aonde foram feitas as aquisições:
a. N, CO: 15%
b. SE, NE, Semiárido: 30%
c. S: 35% (40% a partir da safra 2013/14)
Incentivo, via multiplicadores, para NE,
Semiárido e culturas pouco tradicionais:
a. 2 para oleaginosas que não soja;
b. 2 para aquisições do NE e Semiárido;
c. 1,2 para aquisições de cooperativas.
• Prestar assistência técnica ao agricultor familiar
vinculado ao PNPB
15%
15%
30%
30%
35%
Selo Combustível Social
Critério % da agricultura familiar (AF)* Matéria-prima
RegiãoN (15%)
NE/Semiárido (30%)
CO (15%)
SE (30%)
S (40%)
N, NE & semiárido
(mamona ou palma)
S, SE & CO
(todas)
Matéria-
primaTodas Todas Mamona ou palma Todas
PIS-Cofins
(R$/m3)** 0,00 58,94 125,99 148,00
Redução
sobre teto100% 91,35% 81,29% 67,93%***
Fontes: Decreto 5.297/04, Lei 11.116/05, Decreto 5.297/2004 e Portaria MDA nº 81/2014.
* Se utilizada matéria-prima exceto soja, o valor despendido com aquisições da AF deverá ser multiplicado por 4; se proveniente das regiões NE e Semiárido, o
multiplicador será de 3; se de matérias-primas oriundas das cooperativas agropecuárias da AF, o multiplicador será de 1,2, e se proveniente de AF do SE ou
CO, o multiplicador será de 1,5.
** Não se aplica tributação de CIDE sobre o biodiesel.
*** O redutor de PIS/Cofins do diesel mineral foi reduzido a 0,46262, o que elevou esses tributos para R$ 248/m3.
26
Tributação Federal: Taxação seletiva
Avaliação da agricultura familiar
0% 25% 50% 75% 100%
Conhecimento dos
técnicos
Transmissão de
conhecimento
Qualidade da ATER
Geração de renda
Inclusão social
Bom/ótimo Regular Fraco
0%
25%
50%
75%
100%
Sim Não
27
Fonte: ABIOVE.
17% do consumo, em média, desde 2010
O Brasil é importador de diesel mineral
29
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Milh
õe
s d
e m
3
Importação Consumo
Fonte: ANP. Projeção de dados de 2015.
Benefícios econômicos do biodiesel
30
Ampla capacidade
industrial!
Fonte: Ministério de Minas e Energia – Boletim dos Combustíveis Renováveis.
25
27
29
31
33
35
37
39
milh
ões
de
ton
elad
as
Processamento soja - pré mistura compulsória
Processamento soja - início da mistura compulsória
Processamento soja - vigência do B5
Processamento soja - vigência do B7
Antes do B5: 30,2 MM t/ano
Após o B5: 36,7 MM t/ano
Processamento médio:
Processamento de 38,3 MM t de soja
Produção de 7,4 MM t de óleo de
soja
Projeção - 2015:
31
Processamento de soja no Brasil
Fonte: ABIOVE.
1.500
1.750
2.000
2.250
2.500
2.750
3.000
3.250
3.500
3.750
R$/
m³
Prç B100 - F.III (B3 compulsório) Prç B100 - F.IV (B4 compulsório) Prç B100 - F.V (B5 compulsório)
Prç B100 - F.VI (B6 compulsório) Prç B100 - F.VII (B7 compulsório)
Queda de 45%
Queda de 36%
* Valores deflacionados pelo IGP-DI para set/2014. 32
Preços do biodiesel no Brasil
Fonte: ANP.
Preços do biodiesel e do diesel mineral no Brasil
33
1,00
1,10
1,20
1,30
1,40
1,50
1,60
1,70
1,80
1,90
Raz
ão
Razão [Preço biodiesel] / [ Preço diesel] - valores ao produtor
60
70
80
90
100
110
120
130
140
Diesel à refinaria (2010.01 = 100)
Biodiesel (2010.01 = 100)
Fonte: ANP.
Paulínia (SP) ao
Centro-Oeste
Aproveitamento do frete retorno
O biodiesel aumentou a
eficiência da logística de
combustíveis
A produção do Centro-
Oeste para São Paulo é
levada pela mesma frota
que traz o diesel
B5 B7
IPCA:
0,021%
Cesta básica:
R$ 0,20/un
Tarifa de ônibus:
R$
0,007/passagem
Impactos inflacionários muito pequenos
Fonte: FGV.
Empresas e prefeituras buscam o biodiesel
Prefeitura de São Paulo (SP)
B20 em 1.200 ônibus da frota de ônibus municipal
Prefeitura de Curitiba (PR)
B100 na frota de ônibus municipal
B25 em locomotivas
36
Usos específicos – alguns exemplos
85,2
Diesel
mineral
82,1
B5
-3,6%
80,9
B7
-5%
79,0
B10
-7,3%
72,
8
B20
-14,5%
Pegada de C
biodiesel de soja
produzido no MT:
base Paulínia/SP
=Redução GEE
69% 72%
Benefícios ambientais: emissões de GEE
Fonte: Delta CO2.
B20 Metropolitano
41 municípios com mais de 500
mil habitantes contemplados;
60 milhões de pessoas (30% da
população brasileira)
diretamente beneficiadas;
55 mil ônibus e micro-ônibus
envolvidos;
Consumo adicional de 215
milhões de litros de
biodiesel/ano, equivalente a
0,35 p.p. de mistura.
38
Utilização livre de percentuais de mistura superiores ao teor
compulsório definido em lei (7%), atingindo o teor máximo de 10%
(B10);
A decisão é tomada pelas distribuidoras de combustíveis,
dependendo da atratividade econômica do biodiesel;
Tem como meta a maximização da eficiência de uso de
combustíveis no País, com desdobramentos econômicos e logísticos;
Aplica-se a todo o Brasil, indiscriminadamente;
Viabiliza-se mais rapidamente nas regiões produtoras de matérias-
primas e biodiesel, como no Centro-Oeste, Norte e Sul.
BX Opcional
39
-30%
-20%
-10%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
R$
/lit
ro
Δ% MT Diesel MT Biodiesel MT
Maio/2013
Biodiesel em
condições
competitivas
BX Opcional: o caso do Mato Grosso
40
Fonte: ANP e MME. Nota: Preços com tributos e fretes, do produtor à distribuidora (CIF Cuiabá).
Visão de futuro: B10 em 2020
41
0%
1%
2%
3%
4%
5%
6%
7%
8%
9%
10%
Per
cen
tual
de
bio
die
sel n
o d
iese
l B
Perspectivas de produção de oleaginosas
O óleo de palma tem grande
potencial de crescimento
O programa está alicerçado em
fortes diretrizes de proteção
ambiental – ZEE da palma
A geração de empregos pela
agricultura familiar também é
objeto do programa
Foram criadas linhas de
financiamento com taxas atraentes
e carência de vários anos
42
Fonte: MAPA.
Biodiesel tem grande potencial de crescimento via:
Aumento da mistura obrigatória: B10 até 2020 é viável
B20 Metropolitano
BX Opcional
Aperfeiçoamento das regras dos leilões com
Habilitação das usinas apenas uma vez no começo do ano
Desabilitação ocorreria apenas sob condições de não manutenção das
condições cadastrais pré estabelecidas
Substituição dos Preços Máximos por um Preço de Referência
Considerações finais
44
Daniel Furlan Amaral
Gerente de Economia
daniel@abiove.org.br
www.abiove.org.br
Fone: (11) 5536-0733
45