Liberdade

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E a partir de agora?..., para onde deve a força da liberdade nos impulsionar?

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As nossas noções de liberdadenasceram deformadas pelos

elos das correntes.

Em vão as religiões tentaramnos ajudar a resolver

este assunto.

Por isso a filosofia foi chamada ouse apresentou voluntariamente para enfim nos revelar:

“o homem foi a única criatura nascida na Terraque escravizou o seu semelhante”.

E sendo grave assim, no caso,é conveniente nos lembrar de todas as palavras

ditas pelo sábio revolucionário francês,Voltaire, o senhor das letras:

“Em quê um cão pode ser obrigado por outro cão?E um cavalo, por outro cavalo?... Em nada.Nenhum animal oprime o seu semelhante.

“Mas no caso do homem,que recebeu este raio de luz divina chamado razão,

qual foi o resultado?... O de ser escravoem quase toda a Terra!...”

Mesmo assim ou por isso mesmoa própria filosofia teve grandes

dificuldades parasobreviver.

Ao contrário das religiões, ela se recorria à dúvida, como princípio,

para em seguida questionar o inquestionável,ou que fosse, até então, o proibido.

Sócrates, o primeiro dos nossosgrandes filósofos, foi condenado à mortee, assim, proibido de continuar a falar que

o homem não podia escravizar o próprio homem,“porque todos os homens eram irmãos,

cidadãos do mundo inteiro”.

Podia-se ver queno caso do filósofo Sócrates

não adiantaria acorrentá-lo, porquemesmo assim ele continuaria a pensar

por si mesmo... e a falar pelo que pensava.

E este sempre foi o lema da filosofia, que ainda claramente se mostra nesta questão:

se o pensamento nasce livre na cabeça do homem,por que razão ele não teria o direito

de pensar por si mesmo?

Mas tambémpara esta mesma filosofia

sempre foi claro que a liberdadecontinha alguns elementos contraditórios,

pois o livre direito de pensar não correspondiaao livre direito de agir.

E assim, precisamente, posso dizer que,enquanto a liberdade se refere a “direitos”,

o homem, então, só adquire direitosenquanto se aprimora

e evolui.

De qualquer modo parece existirum fator ou lei universal que atua sobre isso,

pois é claro que agindo irracionalmente o homemnão chegará a lugar algum ― relacionado ao futuro.

E o fato é que não se pode dar liberdade à irracionalidade(por isso o Criador não deu aos animais o poder do livre-arbítrio.)

E o drama é que Deus nos deu o poder do livre-arbítrioantes de nos dar ou sem nos dar a razão-plena ou

a plena racionalidade.

Mas seriamente isto me mostra queo livre-arbítrio é um componente ou um simples

e útil instrumento da consciência individual,e não uma razão de ser.

Também a liberdade não éou não tem razão de ser uma meta em si,

pois é claro que ela é um instrumento de açãocorrespondente ao meio, não ao fim.

E na realidade, até para seres racionais,a liberdade individual é limitável, em seu aspecto físico,

se é mesmo verdade que a liberdade de um terminaonde começa a liberdade de outro

...

Assim, por este ângulo da liberdade física,em relação a nós e às nossas vidas neste mundo,

quanto maior a densidade demográficamenor a liberdade individual.

Hoje, então, quando se proclamacomo o nosso único ou talvez último bem

a liberdade individual, pelo seu aspecto físicotem-se o ingrediente para uma ficção:

o personagem central da liberdadesuprimindo as liberdades dos outros,

para conquistar espaço...,

até que fique sozinho e possa, enfim,exercer na prática a plena liberdade.

(...)

Deste modo, na melhor das hipóteses,o personagem central da liberdadevoltaria à solitária condição vivida

pelo “primeiro homem”...,

não àquela condição surgida depoise vivida pelo primeiro casal da humanidade,

Adão e Eva...,

se de verdade os conflitos humanostiveram início a partir da inclusão de uma

segunda personagem neste mundo, com a qualo homem se viu obrigado a dividir sua liberdade...?

Felizmentea realidade é mais simples:

se não podemos recuar ou regredir,o que nos resta é nos aprimorar para progredir.

E, afinal, se a liberdade tem uma força física que tendea conquistar espaço, então é imprescindível para ela

a conquista do infinito..., o espaço sideral.

Mas, quanto a mim, pobre de mim,não tenho aqui sequer o espaço de um livro.

E tudo o que me resta para fazer, então,é orar..., implorar pela atenção

dos homens superiores:

Vocês!, geniais homens modernos!,devem agora se unir uns aos outros para evoluírem

objetivamente e logo se projetarem no Universo,que parece ter sido criado para vazão de seus conhecimentos

e de seus filhos especiais, superinteligentes!

Ó irmãos!, cidadãos do mundo inteiro!,ergam os olhares ao iluminado caminho ao Céu

e desde já se preparem para a migração!...

Migração ao Céu!Tem o sentido místico de ascensão ao Céu,também o sentido prático de colonização;

mas é inconcebível enquadrar o Céuem nossos moldes primários

de colonização.

Menos aindaem qualquer projeto celeste

caberão questões miúdas e vaidades― cada um se achando o mais bonito...,

único merecedor do que possa estar no futuro.

Olhem só..., filósofos!,estão longe de se acharem entre os mais bonitos,

mas buscam..., procurando por soluções oupor algum novo caminho..., que aponte― verdadeiramente ― para o futuro.

Sinceramente eu acredito que só sairemos da Terrase criarmos um projeto unificado de expansão espacial

ao qual todos os nossos recursos humanos sejam disponíveise todos os recursos materiais... descapitalizados.

Terá de ser um projeto de toda a humanidade,porque, de fato, não é destinado a ocorrer no espaço,

senão, inicialmente, em nossas mentese em nossos corações.

Lanier Wcr Luz, 1º de outubro de 2010