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SIMONE BITTENCOURT DA SILVA PERES
LEVANTAMENTO DE EPÍFITAS EM FIGUEIRAS NATIVAS DO
GÊNERO FICUS, SITUADO NO MORRO DO COCO, VIAMÃO-RS
Canoas , 2009.
SIMONE BITTENCOURT DA SILVA PERES
LEVANTAMENTO DE EPÍFITAS EM FIGUEIRAS NATIVAS DO
GÊNERO FICUS, SITUADO NO MORRO DO COCO, VIAMÃO-RS
Trabalho de conclusão de curso apresentado à banca examinadora de curso de Ciências Biológicas do Centro Universitário La Salle – Unilasalle, como exigência parcial para obtenção do grau de Bacharel em Ciências Biológicas, sob orientação do Prof. Dr. Eduardo Dias Forneck.
CANOAS,2009
TERMO DE APROVAÇÃO
SIMONE BITTENCOURT DA SILVA PERES
LEVANTAMENTO DE EPÍFITAS EM FIGUEIRAS NATIVAS DO GÊ NERO FICUS,
SITUADO NO MORRO DO COCO, VIAMÃO-RS
Trabalho de conclusão aprovado como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Ciências Biológicas do Centro Universitário La Salle –
Unilasalle, pelo seguinte avaliador :
Prof. Dr. Eduardo Dias Forneck
Unilasalle
Canoas, 26 de junho de 2009.
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao meu orientador, Prof. D r . E du a rdo D ias F o rn e ck ,
que aceitou a orientação desse trabalho, apoiando-o e incentivando-o, e por
todo empenho, dedicação e comprometimento, mesclando exigência com
paciência e solidariedade. Ensinou-me a “pescar” não me dando o peixe e sim
mostrando as técnicas de um bom pescador. Agradeço também o seu voto de
confiança de que eu seria capaz de realizar um bom trabalho.
Ao Prof. Dr. Sérgio Augusto de Loreto Bordignon pela ajuda na
identificação taxonômica das espécies epifíticas e por ter me contagiado com
sua paixão pela botânica.
Aos meus pais Deoclides e Madalena por todo o apoio, carinho, paciência
e ajuda que sempre me forneceram, muito obrigada eu sei o quanto vocês
torceram por mim.
Ao tesouro da minha vida Tatiana, minha filhinha que a cada sorriso me
fazia lembrar o quanto a vida é bonita e o quanto vale a pena viver.
Em especial ao Rildo, meu marido que me dava forças quando eu já não
mais as tinha, pelo amor e paciência incondicional, pelo exemplo de sabedoria
e dedicação, pela ajuda nos trabalhos meu muito obrigada Te Amo!!!!
As minhas amigas da faculdade companheiras de lutas, meu muito
obrigada pelas risadas, pelo choro, vivemos cada momento intensamente,
jamais me esquecerei de vocês.
Aos meus familiares que sempre rezaram e me ajudaram de alguma
forma.
Aos meus colegas de serviço e chefes que contribuíram para o meu
crescimento pessoal e profissional.
.
EPÍGRAFE
Ando devagar porque já tive pressa
e levo esse sorriso porque já chorei de mais
Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe
Só levo a certeza de que muito pouco eu sei, ou
nada sei.”
“Tente mover o mundo- o primeiro passo será
movera si mesmo.” (Platão).
“Cada vez que você entra numa floresta, você absorve parte dela e ela, parte de
você. Isto pode ser facilmente evidenciado, por exemplo, pelo seu sangue que é
levado pelos mosquitos, e pelas lembranças fantásticas que irão permanecer
indefinidamente em sua memória.”
RESUMO
(Levantamento de epífitas em figueiras nativas do gênero Fícus, situado
no Morro do Coco, Viamão-RS). As epífitas vasculares tem uma importância no
ambiente que vai muito além da beleza, sendo bioindicadoras do estado de
conservação da floresta, contribuindo, dependendo da espécie, com o
fornecimento de recursos alimentares e água à cadeia alimentar e na ciclagem
de nutrientes na mata. Nesse estudo se deu enfoque na avaliação do padrão de
riqueza e distribuição de epífitas vasculares no Morro do Coco, localizado no
município de Viamão, RS (30°16’15”S e 51°02’54”), d istante, aproximadamente
50 km de Porto Alegre, onde o clima da região é do tipo Cfa segundo a
classificação de Koeppen. A formação vegetacional que cobre , em sua maior
parte todo o morro, enquadra-se nas Áreas de Tensão Ecológica, pois resulta da
sobreposição de espécies provenientes de formações distintas.Foram
amostrados 30 forófitos (árvore hospedeira), através do método sistemático
aleatório. Constatou-se um total de 37 espécies de epífitas vasculares, onde as
famílias mais rica foram as Bromeliaceae com 11 espécies, seguida pela
Orchidaceae com 8 espécies, Cactaceae e Polypodiaceae ambas com 6
espécies e Piperaceae com 1 espécie, enquanto que OUTRAS (epífitas
acidentais) apresentaram 5 espécies.Tillandsia foi o gênero mais representativo
com 7 espécies. A categoria ecológica mais freqüente foi dos holoepífitos
verdadeiros com 30 espécies. A estratégia de dispersão mais utilizada foi a
anemocoria com 21 espécies e a zoocoria com 15 espécies, apenas 1 espécie
apresentou autocoria. As epífitas vasculares que tiveram os maiores índices de
valor de importância foram Microgramma vacciniifolia, Tillandsia aeranthos,
Tillandsia usneoides, Rhipsalis teres, seguida pela Tillandsia gardneri. . ..
Consultas a lista da flora ameaçada de extinção do RS, mostraram que o sítio de
estudo apresenta espécies vulneráveis a extinção como Bilbergia zebrina,
Tillandsia gardneri, Tillandsia geminiflora, Tillandsia tenuifolia, Tillandsia
usneoides e Cattleya intermédia. Na lista de espécies ameaçadas
mundialmente se fez presente as espécies Lepismium cruciforme, Opuntia
monocantha e Rhipsalis floccosa. .A construção de um gráfico da curva coletor
não demonstrou estabilidade, portanto a volta ao lugar de estudo para uma
suficiência amostral se faz necessária. O cálculo do índice de Shannon foi de
(2,9).
PALAVRAS-CHAVE: Epíf itos vasculares, padrão de dispersão,
bioindicadoras, conservação, ecologia, f igueiras.
ABSTRACT
(Survey of epífitas in native figueiras of the sort Fícus, situated in the
Mount of the Coconut, Viamão-RS). The vascular epífitas have an importance in
the environment that goes very beyond the beauty, being bioindicadoras of the
state of conservation of the forest, contributing, depending on the species, with
the supply of alimentary resources and water to the alimentary chain and in the
ciclagem of nutrients in the bush. In this study if it gave to approach in the
evaluation of the wealth standard and distribution of vascular epífitas in the
Mount of the Coconut, located in the city of Viamão, RS (30°16' 15” S and 51°02'
54”), distant, approximately 50 km of Porto Alegre, where the climate of the
region is of the Cfa type according to classification of Koeppen. The vegetacional
formation that has covered, in its bigger part all the mount, is fit in the Areas of
Ecological Tension, therefore it results of the overlapping of species proceeding
from distinct formations. 30 forófitos had been showed (tree hostess), through the
random systematic method. A total of 37 species of vascular epífitas was
evidenced, where the families richest had been the Bromeliaceae with 11
species, followed for the Orchidaceae with 8 species, Cactaceae e
Polypodiaceae both with 6 species and Piperaceae with 1 species, whereas
OTHERS (epífitas accidental) had presented 5 species.Tillandsia it was the sort
most representative with 7 species. The more frequent ecological category was
of the true holoepífitos with 30 species. The strategy of used dispersion more
was the anemocoria with 21 species and the zoocoria with 15 species, only 1
species presented autocoria. The vascular epífitas that had had the biggest
indices of value of importance had been Microgramma vacciniifolia, Tillandsia
aeranthos, Tillandsia usneoides, Rhipsalis to have, followed for Tillandsia
gardneri .. Consultations the list of the threatened flora of extinguishing of the RS,
had shown that the study small farm presents vulnerable species the
extinguishing as Zebrina Bilbergia, Tillandsia gardneri, geminiflora Tillandsia,
tenuifolia Tillandsia, Tillandsia usneoides e Intermédia Cattleya In the list of
threatened species world-wide gift became the species Cruciform Lepismium,
Opuntia monocantha e Floccosa Rhipsalis. construction of a graph of the
collecting curve did not demonstrate stability, therefore the return to the place of
study for a amostral sufficiency if makes necessary. The calculation of the index
of Shannon was of (2,9).
Keywords: Epíf i tos vascular, standard of dispersion, bioindicadoras,
conservation, ecology, f igueiras.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................ 11
2 EPÍFITOS VASCULARES NO RS........................ .......................................... 13
2.1 Relações ecológicas............................ ................................................... 14
2.2 Estratégias adaptativas ........................ .................................................. 15
2.3 Categorias ecológicas das epífitas ............. .......................................... 17
2.4 Padrões de dispersão........................... .................................................. 18
3 FIGUEIRAS (FORÓFITOS)............................................................................. 14
4 EPÍFITAS COMO BIOINDICADORES DA QUALIDADE DO AMBI ENTE ..... 24
5 MATERIAIS E MÉTODOS .............................. ................................................ 27
5.1 Área de estudo ................................ ....................................................... 27
5.2 Procedimentos .................................. ...................................................... 28
6 RESULTADOS....................................... ......................................................... 30
7 DISCUSSÃO ................................................................................................... 40
8.CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................. ............................................... 45
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................... ......................................... 47
ANEXO A............................................ ............................................................... 50
ANEXO B............................................ ............................................................... 51
ANEXO C........................................................................................................... 52
1 INTRODUÇÃO
O epifitismo é responsável por parte significativa da diversidade que faz das
florestas tropicais úmidas um dos mais complexos ecossistemas da Biosfera,
constituindo até 50% do total de espécies vasculares. A capacidade destas florestas
em sustentar grande número de animais pode ser atribuída ao substrato e sustento
provido pelas epífitas, e por sua respectiva capacidade de retenção de nutrientes de
chuva, neblina e partículas em suspensão (Nadkarni 1986). A biomassa, as taxas de
fotossíntese e de captação de íons podem chegar a se igualar à dos forófitos em
uma mesma floresta (Benzing 1990).
Os epífitos desenvolvem todo seu ciclo de vida, ou pelo menos parte dele, sobre
outras plantas, utilizando somente o suporte mecânico de seus hospedeiros, sem a
retirada direta de nutrientes (Madison 1977, Nadkarni 1985, Benzing 1987). As
plantas epifíticas representam aproximadamente 10% de toda a flora vascular
mundial, aproximadamente 25.000 espécies, distribuídas em 84 famílias (Kress
1986) e influenciam positivamente os processos e a manutenção dos ecossistemas
(Lugo & Scatena 1992). Porém, apesar do esforço crescente dos pesquisadores,
especialmente na última década, o conhecimento acumulado a respeito destas
plantas ainda é insuficiente diante da sua importância. Esta discrepância é ainda
mais acentuada nos neotrópicos, especialmente nas florestas úmidas tropicais e
subtropicais, onde a flora epifítica alcança seu desenvolvimento mais expressivo
(Madison 1977, Gentry & Dodson 1987a, Nieder et al. 1999, Nieder et al. 2000).
São típicos de florestas tropicais e subtropicais úmidas. No entanto, a
abundância e a diversidade são fortemente influenciadas pela mudança de
condições ecológicas ao longo de gradientes altitudinais, latitudinais e continentais
(Gentry & Dodson 1987a, b, Gentry 1988).
As temperaturas mais ou menos elevadas, associadas às precipitações
intensas e regulares podem favorecer o desenvolvimento de comunidades epifíticas
altamente diversificadas, cuja composição florística e estrutura comunitária ainda são
pouco conhecidas (Waechter 1998). Regionalmente, a distribuição da chuva ao
12
longo do ano parece ser mais importante para o sucesso dos epífitos que o total
anual de chuva na área (Gentry & Dodson 1987a).
Os epífitos têm importante papel na ciclagem de nutrientes nas florestas
tropicais, sendo que, em algumas florestas, o húmus epifítico pode chegar a
algumas toneladas por hectare, e assim, forma-se um novo biótopo acima do nível
do solo, abrigando flora e fauna especiais (WALTER, 1986; CABALLERO-RUEDA et
al., 1997). Em florestas nebulares de médias elevações, os epífitos podem compor
30% da biomassa foliar e 45% do conteúdo mineral da floresta acima do solo, sendo
sua capacidade de dominar a ciclagem de nutrientes de grande influência na
produtividade do ecossistema (NADKARNI, 1984; HOFSTEDE et al., 1993;
MCCUNE, 1994).
O presente trabalho tem como objetivos Identificar a composição florística e
aspectos ecológicos das epífitas vasculares estabelecidas em figueiras nativas do
gênero Fícus, situado no Morro do Coco – Viamão - RS. Bem como verificar as
categorias ecológicas, e as formas de dispersão de diásporos das espécies
encontradas, avaliando seus padrões de riqueza, dando a possibilidade de estudar
medidas de conservação da flora epifítica e mostrando a importância do estudo de
epífitos vasculares como bioindicadores da qualidade do ambiente.
2 EPÍFITOS VASCULARES NO RS
As plantas epífitas são responsáveis por grande parte da diversidade florística
das florestas tropicais úmidas, incluindo a Mata Atlântica. Cerca de 10% de todas as
plantas vasculares são epifíticas. Estas pertencem, geralmente, a famílias
consideradas avançadas em termos morfológicos. Como exemplos, a família
Orchidaceae possui 70% de seus membros epífitos e a Bromeliaceae em torno de
50%.
Na Região Sul, no Paraná, destacam-se o estudo da comunidade epifítica na
restinga da Ilha do Mel, de Kersten & Silva (2001) e a investigação da flora epifítica
de um remanescente de floresta Estacional Semidecidual de Borgo et al. (2002). Na
capital deste Estado dois estudos levantaram a flora epifítica vascular em
remanescentes urbanos de Floresta Ombrófila Mista, Dittrich et al. (1999) no Parque
Barigüi, e Borgo e Silva (2003) em 14 áreas protegidas, envolvendo bosques e
parques. No Rio Grande do Sul, o epifitismo vascular foi investigado em dois estudos
no litoral norte: Waechter (1986) em uma floresta turfosa, no município de Torres, e
Waechter (1998) em uma floresta de restinga no município de Osório. A investigação
de Waechter (1992) sobre a flora epifítica na Planície Costeira do Rio Grande do Sul
consistiu em uma abordagem mais ampla, envolvendo, além do aspecto comunitário,
também um estudo fitogeográfico. Já o trabalho de Nunes & Waechter (1998) em um
morro granítico próximo a Porto Alegre restringiu seu enfoque às orquídeas
epifíticas.
O epifitismo vascular pode ser caracterizado como um fenômeno típico de
florestas tropicais e subtropicais úmidas. É restrito a baixas latitudes e alcança maior
diversidade e abundância em altitudes “médio-montanas” (BENZING, 1983).
14
No Brasil, a Floresta Atlântica (ou Floresta Ombrófila Densa) é o ecossistema
que mais se destaca pela presença de epífitas, devido à características climáticas
como umidade e temperaturas elevadas.
No Brasil, a partir da década de 1980, vários pesquisadores dedicaram seus
esforços ao estudo da flora epifítica. Na Região Sudeste do país pode ser
destacado, em Minas Gerais, o estudo de Werneck & Espírito-Santo (2002) que
estudaram a flora epifítica associada à Vellozia piresiana, na Serra do Cipó. No Rio
de Janeiro, Fontoura (1995) investigou a distribuição vertical de cinco gêneros de
Bromeliaceae em Macaé de Cima. Mais tarde, Fontoura (2001) estudou a
distribuição vertical de epífitos vasculares na Reserva Ecológica Estadual de
Jacarepiá, fazendo inferências sobre a disponibilização de recursos para a fauna.
Em São Paulo, Pinto et al. (1995) estudaram as magnoliófitas epifíticas num
remanescente florestal próximo do córrego Jaboticabal, no município homônimo e,
na capital, Dislich & Mantovani (1998) levantaram a flora epifítica da Reserva da
Cidade Universitária Armando Sales de Oliveira.
2.1 Relações ecológicas
As relações ecológicas dos epífitos vasculares com a fauna são evidentes, e
muitas vezes obrigatórias, como "jardins de formigas" onde as espécies de epífitos
que vegetam sobre ninhos aéreos de formigas do gênero Azteca (DESEJAN et al.,
1995; CATLING, 1997) ou espécies de Araceae e Bromeliaceae mimercocóricas
(VAN DER PIJL, 1972). A densidade e a variação de insetos da serrapilheira epifítica
podem ser maiores que a serrapilheira do solo, como registrado em Seychelles
(FLOATER, 1995). Diversos organismos usam as cisternas das bromélias: algas
unicelulares, algas filamentosas e outros protistas, invertebrados e vertebrados.
(REITZ, 1983; OLIVEIRA et al., 1994).
O reservatório de água serve como um viveiro para rãs e girinos venenosos. A
rã fêmea deposita seus ovos em uma folha ou em buracos no solo da floresta.
15
Quando os girinos saem dos ovos, e a fêmea os deixa subirem na suas
costas, ela faz um caminho até uma bromélia onde deposita os girinos em uma das
piscinas da planta que não tenha predadores. Os girinos alimentam-se das larvas
dos insetos. Algumas espécies de rãs utilizam outra estratégia; eles voltam à
bromélia regularmente para depositar um ovo infértil na água. Os girinos
normalmente se alimentam da gema de ovo. Bromélias, especialmente aquelas com
interligada câmaras, muitas vezes são colonizados por formigas, que proporcionam
nutrientes produzidos por uma coleção de detritos em decomposição e resíduos de
formigas. Nos neotrópicos as bromélias provavelmente são os epífitos mais usados
pelas aves, isto pode ser evidenciado no Parque Estadual Intervales (SP) foram
registradas 24 espécies de aves buscando recursos nas bromeliáceas como água,
frutos, invertebrados e vertebrados para predar, néctar, local ou material para o
ninho (PIZO, 1994; SANTOS, 2000).
As epífitas têm um importante papel na manutenção da diversidade biológica e
no equilíbrio interativo: as espécies epifíticas proporcionam recursos alimentares
(frutos, néctar, pólen, água) e microambientes especializados para a fauna do dossel
(linha imaginária onde as copas das árvores se encontram), constituída por uma
infinidade de organismos voadores, arborícolas e escansoriais (WAECHTER, 1992).
2.2 Estratégias adaptativas
Vários estudos têm mostrado que grande parte das epífitas está sujeita a
períodos extensos de seca nos dosséis das florestas tropicais. Há, portanto
adaptações importantes que permitem com que as epífitas sejam capazes de
sobreviver em condições de estresse hídrico. Como a existência de mecanismo de
ajuste osmótico celular (acúmulo de sais, ácidos orgânicos e/ou açúcares), mudança
na condutância estomática, fixação noturna do CO2 e aumento da elasticidade da
parede celular, o qual permite um maior ajuste dessa parede ao volume do
protoplasma, à medida que ocorre perda d’água, evitando a plasmólise irreversível e
a conseqüente morte celular.
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As adaptações epifíticas envolvem tanto aspectos vegetativos, que garantem a
sobrevivência no dossel das florestas, como reprodutivos, que garantem a
colonização de espaços desocupados (WAECHTER, 1992).
Os principais mecanismos de adaptação das epífitas vasculares para a
captação e retenção de água e nutrientes são: pseudobulbos (Orchidaceae);
suculência de raízes, caules e folhas (Gesneriaceae, Piperaceae, Cactaceae,
Orchidaceae); velame revestindo raízes, que é um tecido morto que incha-se para
reter o excesso de água e reduz a evaporação (Orchidaceae, Araceae); escamas
foliares e cisternas acumuladoras de água formadas pelo imbricamento das bainhas
foliares (Bromeliaceae) (BENZING, 1987;1995).
A fixação do carbono atmosférico por meio do metabolismo CAM é outra
característica que muitas epífitas apresentam e que as auxiliam a sobreviver em
situações de seca. Existem as epífitas C3 - CAM facultativas que mudam sua via
fotossintética de acordo variações da intensidade luminosa e/ou do grau de umidade
que o ambiente apresenta. No caso das epífitas recicladoras de CO2, o fechamento
dos estômatos ocorre tanto durante o dia quanto à noite, por certo período, o qual
pode chegar a meses. Assim, o CO2 proveniente da respiração é utilizado para a
fotossíntese.
As pteridófitas epifíticas (samambaias, avencas) apresentam uma estratégia
denominada poiquiloidria: podem dessecar a fronde e subsistir com pequena fração
de água tomada da atmosfera; saturam-se prontamente quando chove e
prosseguem em suas atividades vitais até novo dessecamento (RIZZINI, 1997).
O antúrio epífito é capaz de desenvolver raízes que podem descer numa
extensão de 18m, a fim de buscar água em algum riacho.
Outra epífita muito bem sucedida nas regiões tropicais e semitropicais das
Américas é a Tillandsia usneoides (barba-de-velho), que cobre mais árvores que
qualquer outra epífita. Ao contrário das outras, esta planta não possui raízes, não
armazena água e não coleta húmus. Seus caules e folhas são recobertos de pêlos
que protegem suas células, por onde é aspirada a água da chuva.
17
2.3 Categorias ecológicas das epífitas
O recente reconhecimento do ambiente da copa das árvores das florestas
tropicais como um dos celeiros da biodiversidade do planeta tem incentivado
estudos que procuram o entendimento de processos ligados à comunidade
epifítica, destacando o seu papel na funcionalidade dos ecossistemas. Suas
formas de vida têm estimulado a criação de vários sistemas de classificação,
como o de Benzing (1990), que fez uma revisão das diferentes formas de
classificação das epífitas vasculares, agrupando-as quanto ao tempo de
permanência das epífitas sobre os forófitos (árvore hospedeira):
A. Hemiepífitos
1. Primários;
2. Secundários;
B. Holoepífitos
1. Acidentais;
2. Facultativos;
3. Verdadeiros.
Os hemiepífitos estabelecem uma relação temporária com o forófito enquanto
os holoepífitos uma relação permanente. A categoria hemiepífito primário abrange as
espécies que germinam sobre árvores e, no decorrer de seu desenvolvimento,
estabelecem contato com o solo. Enquanto a categoria hemiepífito secundário
enquadra as espécies que germinam no solo e no decorrer de seu desenvolvimento
escalam o forófito, perdendo posteriormente o contato com o solo.
Como holoepífitos acidentais, caracterizaram-se as espécies tipicamente
terrestres, que por ocasiões especiais foram encontradas vegetando como epífitos
isso ocorre como conseqüência de eventos dispersivos que, relacionados muitas
18
vezes a substratos especiais como ocos e forquilhas, que, acumulam húmus,
permitindo assim o desenvolvimento desses vegetais.
Holoepífitos facultativos são as espécies terrestres, que podem ser
encontradas vegetando sobre forófitos, se adaptam bem ao hábito epifítico
chegando freqüentemente à fase adulta. Como Holoepífitos verdadeiros, se
enquadraram as espécies exclusivas ou seletivas, que apresentam adaptações para
o hábito epifítico encontradas freqüentemente sobre forófitos. Algumas dessas
espécies, ao caírem no solo, continuam vegetando e florescendo.
2.4 Padrões de dispersão
Epífitas produzem mais sementes do que os seus semelhantes porque muitas
das suas sementes não conseguem chegar a lugares adequados para crescer.
Muitas epífitas utilizam vento corrente, sementes microscópicas equipadas com
asas, aparatos sem motor ou para - quedas. Mesmo epífitas que oferecem frutos
carnosos podem ter milhares de sementes em uma única baga. Visco, um parasita
arborícola é um exemplo típico de uma epífita aérea, plantas com sementes que são
distribuídas de forma diferente para garantir a continuidade da espécie. Seus frutos
têm um revestimento com efeito de laxante, assim as sementes irão passar
rapidamente através do sistema digestivo dos pássaros que a elas consomem. Além
disso, as sementes têm uma camada pegajosa que assim quando elas são
expelidas pelo pássaro, a mesma irá grudar nas penas da ave. Quando o pássaro
esfregar as sementes no dossel sucursais, completo com adubo natural, as
sementes irão ser depositadas no local adequado para o crescimento.
Um dos principais motivos no qual orquídeas são tão bem sucedidas na
floresta é porque elas produzem pequenas sementes (medidas em mícron), que é o
número em centenas de milhares. Uma camada que cobre e mantém juntas as
sementes de orquídeas permitem que as mesmas sejam espalhadas pelas correntes
de vento.
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Orquídeas também utilizam insetos para espalhar seu pólen. Várias espécies de
Madagascar libertam um forte perfume para atrair mariposas que tomam o néctar
das flores brancas e em seguida, transportam pólen fertilizado para outras
orquídeas. As espécies de lagartas são superficialmente parecidas com as do beija-
flor que tem uma língua que ultrapassa 14 polegadas (35 cm.), assim somente ele
pode penetrar uma longa estrutura tubular da flor Angraecum sesquipedale uma
espécie de orquídea. Várias espécies de orquídeas têm minúsculos quase
microscópicos brotos que liberam um perfume que atrai pequenas moscas para
adubação. Outra orquídea chamada balde orquídea da América Central, está
equipada com um pequena estrutura parecida com um balde localizada atrás da flor.
A flor produz um óleo que pinga dentro do "balde" atraindo as abelhas com o seu
perfume único. Cada segmento da orquídea tem o seu próprio perfume que atrai a
sua própria espécie de abelha. Quando o zangão sente esse perfume, ele segue o
perfume até a orquídea para coletar uma substância oleosa que ele usara para atrair
as abelhas (ele é atraído apenas por um específico perfume, pois ele quer apenas
atrair as fêmeas da mesma espécie). No entanto, muitas vezes ao tentar colher o
óleo, o zangão cai dentro do “balde” da orquídea e a única saída é através da longa
estrutura tubular. Ao se mover através do tubo, o pólen gruda no corpo do zangão,
sendo assim quando ele visita a próxima flor ele a poliniza quando passa através do
longo tubo. Outra interessante orquídea reprodução estratégia é a da dança dama
orquídea da América do Sul. Estes produzem muitas minúsculas flores que são
posicionadas de modo que eles possam dançar mesmo com a mais leve brisa. Estas
flores são suficientemente ativas para que as pequenas agressivas abelhas pensem
que as flores são intrusas, assim atacando-as e conseqüentemente polvilhando com
pólen
3 FIGUEIRAS (FORÓFITOS)
Algumas espécies epífiticas são associadas com alguma espécie forofítica em
particular, característica que pode promover a colonização de epífitos com sucesso.
O epifitismo vascular baseia-se na interação entre duas espécies, em que o
epífito utiliza-se apenas do substrato fornecido pelo forófito (espécie hospedeira)
como base para seu desenvolvimento. Embora confundidos freqüentemente com
espécies parasitas, os epífitos são independentes do forófito na obtenção e
aproveitamento de nutrientes e água (Benzing 1990), a inúmeras famílias de plantas.
As epífitas distribuem-se de forma irregular ao longo dos forófitos, apresentando
variação vertical, tanto no número de indivíduos como de espécies encontradas
(Steege & Cornelissen 1989, Brown 1990, Waechter 1992, 1998).
Alguns dos fatores que podem influenciar nos padrões de distribuição e
abundância de epífitas vasculares nas florestas tropicais estão relacionados às
variações de luminosidade e umidade entre o dossel e o solo e à arquitetura, porte e
características da casca dos forófitos (Lüttge 1989, Steege & Cornelissen 1989).
Espécies arbóreas podem apresentar diferentes tipos de tronco, sendo os mais
comuns os estriados, rugosos, lisos e escamosos. As fendas profundas presentes
nos caules rugosos podem facilitar o estabelecimento de espécies epífitas (Kersten
& Silva 2001), além de aumentar a disponibilidade de água, possibilitando a
germinação (Reinert & Fontoura 2008).
As espécies do gênero Ficus (Moraceae) são consideradas espécies chaves
para a conservação de florestas tropicais por fornecerem recursos alimentares
importantes para manutenção de animais frugívoros nesses ecossistemas
(Lambert,1991). Servem também, em especial, para recuperação de áreas degrada -
21
das por atraírem dispersores de sementes de outras espécies vegetais
(Shanahan,2001). Várias espécies desse gênero iniciam o seu desenvolvimento
como epífitas, passando depois ao estágio de hemiepífita. Algumas dessas
espécies, conhecidas como estranguladoras, se estabelecem como árvores,
tomando o lugar de suas hospedeiras. Estudos mostram que as figueiras
hemiepífitas apresentam em geral maior densidade em áreas de florestas mais
abertas, secundárias ou moderadamente perturbadas, o que tem sido associado à
luminosidade e à presença de determinados hospedeiros preferenciais
(Athreya,1999).
O gênero Ficus é um dos mais ricos do mundo em espécies, por ser encontrado
em todas as regiões tropicais do mundo (Carauta & Diaz, 2002).
As figueiras nativas no Brasil e em outros países tropicais tem grande
importância para manter a população animal nativa viva. Os figos, que são
produzidos geralmente em grandes quantidades pelas árvores, são ingeridos por
aves e mamíferos que colhem o alimento ainda na árvore. Ressalte-se que uma
grande quantidade de espécies animais utiliza a figueira para a sua alimentação.
Como as figueiras produzem figos aleatoriamente e várias vezes ao ano, os animais
podem se alimentar desses frutos com certa regularidade. Os figos maduros que
caem no chão são utilizados por outros tipos de animais, incluindo, entre outros, os
insetos. As formigas geralmente estão presentes, à procura de alimentos, quando os
figos maduros começam a cair no chão e podem carregar as sementes para longe
das árvores matrizes, levando-as para locais onde a probabilidade de germinação é
maior. É muito comum encontrar plântulas de Ficus nos muros de pedras,
evidenciando a capacidade de propagação das figueiras com a ajuda de animais.
Por fornecerem alimentos a aves, símios, morcegos e outros animais dispersores de
sementes, elas têm importância na preservação das vegetações nativas tropicais e
subtropicais (Carauta & Diaz, 2002).
As figueiras são normalmente árvores, embora algumas espécies não cresçam
muito e permaneçam como arbustos, outras são trepadeiras, como o Ficus pumila, e
ainda rasteiras. Em todos os casos são plantas lenhosas, muitas com caule de forma
irregular, ou escultural, com raizes adventícias e superficiais. As folhas são alternas,
usualmente providas de látex. Nas extremidades dos galhos ocorrem estípulas. As
22
flores são diminutas, unissexuais, reunidas em inflorescências especiais
denominadas sicónios, que consistem em um receptáculo fechado, com as flores
inseridas no lado de dentro, e um orifício de saída no ápice, ou ostíolo. A expressão
sicónio tem origem no nome de figo em grego (sykon). Os frutos são aquênios que
amadurecem dentro do próprio sicónio - quando este pode então ser chamado de
infrutescência.
As principais diferenças entre as espécies se dão pelo porte, forma do caule,
forma, textura e consistência das folhas, cor, textura e forma dos sicónios. Há quatro
subgêneros (Carauta 2002) de Ficus separados entre si por características
microscópicas em suas pequenas flores, e pela ocorrência de plantas dióicas
(hermafroditas e femininas), assim como, de monóicas (hermafroditas). Outros
autores (Berg, C.C. 2005) propõem 6 subgêneros: Pharmacosycea, Urostigma,
Sycomorus, Ficus, Sycidium, e Synoecia.
As figueiras possuem um dos sistemas de reprodução mais curiosos da
natureza. Suas flores, encerradas nos sicónios, não têm contato direto com o
ambiente externo, de forma que o pólen não pode ser transferido de uma planta a
outra espontaneamente.
Quanto ao tipo de reprodução, existem dois tipos de figueiras, as monóicas e as
dióicas.
As monóicas produzem figos com flores masculinas e femininas de estilete
curto e longo. Nas flores femininas de estilete curto, crescem as larvas das vespas, e
nas femininas de estilete longo, são formadas as sementes. Todas as figueiras
nativas do continente americano são monóicas.
As figueiras dióicas se apresentam com dois tipos de plantas: as masculinas e
as femininas. As plantas masculinas produzem figos que contêm as flores femininas
de estile curto, onde as vespas machos e fêmeas crescem, e as flores masculinas,
de onde é coletado o pólen. Os sicónios das plantas masculinas são designados por
caprifigos. As plantas femininas produzem figos que possuem flores femininas de
estilete longo, onde as sementes se formam, e também flores masculinas estéreis.
23
Forófitos - Ficus cestrifolia (figueira da folha miúda) e Fícus luschnathiana
(Miq.) Miq.- pertence ao subgênero Urostigma, seção Americana (Carauta 1989),
apresentando hábito hemiepifítico. As plântulas nascem sobre outras árvores e
lançam raízes que atingem o solo,desenvolvem-se e terminam por estrangular a
árvore hospedeira (Vásquez-Avila 1981; Daniels & Lawton 1993; Hallé 1995; Putz et
al. 1995; Swagel et al. 1997). A espécie distribui-se de Minas Gerais até o Rio
Grande do Sul, onde assume grande importância fisionômica (Carauta 1989; Mello-
Filho & Neves 1989; Rambo 1994).
Este fato, além da sua arquitetura, que favorece o desenvolvimento dos
epífitos motivou a escolha da espécie para a realização do presente trabalho.
4 EPÍFITAS COMO BIOINDICADORES DA QUALIDADE DO AMBI ENTE
Na biodiversidade tropical, em biomas como a Mata Atlântica, quase todas
as árvores de uma floresta madura apresentam epífitas, plantas herbáceas que
apenas usam a árvore como suportes, sem prejudicar e sugar nada, e neste
grupo estão às orquídeas, bromélias, aráceas e samambaias. Sua importância no
ambiente vai muito além da beleza, sendo bioindicadoras do estado de
conservação da floresta, contribuindo, dependendo da espécie, com o
fornecimento de recursos alimentares e água à cadeia alimentar e na ciclagem de
nutrientes na mata. As epífitas também funcionam como bioindicadores do
estágio sucessional da floresta, tendo em vista que comunidades em fases
secundárias apresentam menor diversidade epifítica do que comunidades
primárias (BUDOWSKI, 1965).
Em função das características fisiológicas e nutricionais, as epífitas têm
um papel fundamental em estudos sobre a interferência antrópica no ambiente,
uma vez que as mesmas se utilizam da umidade atmosférica absorvendo-a
diretamente pelas folhas ou talos, tornando-se mais expostas às ações dos
poluentes (AGUIAR et al., 1981).
Por receberem mais luz solar, são especialmente vulneráveis às variações
de temperatura e, por isso, poderia ser utilizado como importantes indicadores
biológicos do aquecimento global.
O epifitismo ocorre principalmente em florestas tropicais em que a
competição por luz e espaço não permite que prosperem sobre o solo algumas
espécies, que acabam germinando sobre as árvores. As raízes superficiais das
25
plantas epifíticas se espalham pelo tronco e galhos para absorver a matéria
orgânica em decomposição.
Alguns trabalhos sinalizam que, se a fisiologia das epífitas for afetada,
esse talvez seja o primeiro passo para que o resto da floresta sofra as
conseqüências das mudanças climáticas.
A fragmentação influencia a riqueza de espécies principalmente pela
redução da área do fragmento e o aumento da área sob efeito de borda
(Metzger,1999). Algumas espécies respondem aos efeitos de borda aumentando
a sua abundância, enquanto outras sofrem redução nas suas populações,
gerando mudanças na composição de espécies e perdas na diversidade
biológica. Outro efeito importante da fragmentação é a extinção de espécies com
distribuição não homogênea (Bierregaard et al.,1992). Estas espécies podem ter
suas populações muito reduzidas ou mesmo eliminadas, simplesmente por não
fazerem parte da biota das áreas não desmatadas. Como as epífitas são
climaticamente sensíveis as mudanças na composição das assembléias dessas
plantas deverão ser maiores nos fragmentos mais sujeitos aos efeitos de borda
(Flores-Palacios & García - Franco, 2004).
Organismos biomonitores podem ser utilizados para avaliar o impacto da
poluição atmosférica em ecossistemas, permitindo estudar amplas áreas com a
vantagem de esforço amostral reduzido (Wolterbeek 2002). Para tal avaliação,
espécies podem ser selecionadas a partir da capacidade acumuladora de
elementos químicos (Luoma & Rainbow 2005). A biomonitração pode ser
passiva,quando o organismo empregado é nativo da área a ser avaliada, ou
ativa, quando o biomonitor é transferido para o local (Markert 1991). Organismos
epifíticos não apresentam contato direto com o solo e formam um compartimento
especial do ecossistema no contexto de estudos de ciclagem de elementos
químicos.
No caso de florestas tropicais, a aplicação desses organismos é
recomendada dada a grande diversidade de espécies epifíticas, incluindo as
famílias Bromeliaceae e Orchidaceae. Dentre as espécies biomonitoras de
poluição, a bromeliácea Tillandsia usneoides já vem sendo utilizada,
26
principalmente devido à sua adaptação morfológica para retirada de nutrientes da
atmosfera por meio de escamas (Calasans et al. 1997, Pyat et al. 1999,
Figueiredo et al. 2001).
Pesquisas chamam a atenção para a potencial contribuição das plantas
epífitas em um sistema de monitoramento de florestas nos países tropicais, de
modo que informação sobre o comportamento das epífitas frente às variações
climáticas seja colocada em perspectiva nos próximos anos.
5 MATERIAIS E MÉTODOS
5.1 Área de estudo
Está localizado no município de Viamão, Rio Grande do Sul (30°16’15”S e
51°02’54”), distante, aproximadamente 50 km de Port o Alegre (Figura 1). A região é
conhecida como Morro do Coco devido á presença freqüente de Syagrus
romanzoffiana (Cham.) Glassm (coqueiro). O morro em questão faz parte do
Planalto Sul – rio – grandense e é um dos muitos existentes nos municípios de
Porto Alegre, Viamão, Guaíba, além de outros municípios da região. Pelo lado sul
confronta com águas do lago Guaíba e forma a enseada de Itapuã, já nas
proximidades do canal que o comunica com a laguna dos Patos. O morro alonga-
se em direção leste-oeste, projetando-se Guaíba adentro, formando a Ponta do
Coco (Menegat et al..1998). Sua altitude máxima é de 136 m. Geologicamente, é
formado por granito róseo com textura macrocristalina (Backes, 1981, 1999;
Knob,1978).
A formação vegetacional que cobre , em sua maior parte todo o morro,
enquadra-se nas Áreas de Tensão Ecológica, pois resulta da sobreposição de
espécies provenientes de formações distintas. O clima da região é do tipo Cfa
segundo a classificação de Koeppen, isto é, clima subtropical com influência
dominante da configuração territorial, com inverno fresco e verão quente, com
temperatura média do mês mais quente superior a 22°C.
28
Figura 1: Mapa da área de estudo (fonte: www.popa.com.br)
5.2 Procedimentos
O levantamento fitossociológico foi realizado no período de dezembro de
2008 a abril de 2009, com excursões mensais à área para medições, observações
e coleta de material fértil quando necessário. O material coletado foi herborizado e
as espécies não reconhecidas em campo foram determinadas em laboratório, com
auxílio de literatura específica, consulta a especialistas e materiais do Herbário do
Departamento de Botânica da UFRGS (Anexo B).
Foram amostrados 30 forófitos (árvore hospedeira), através do método
sistemático aleatório. A presença das espécies epifíticas foi registrada através da
observação do solo com a ajuda de 2 observadores, com eventuais escaladas e
com auxílio de binóculo (optylith 8 X 56) e (tasco 20 x 21) (Esquema do método em
anexo A). Os parâmetros de freqüência e diversidade foram estimados com base
na ocorrência epifítica sobre indivíduos forofíticos, distinguindo-se também o
29
segmento do forófito (copa ou fuste) ocupado pelas espécies epifíticas. Os
parâmetros de freqüência foram estabelecidos conforme o grau de ocorrência do
epífito no fuste e na copa, onde: (1 = 0% - 25%; 2 = 25% - 50%; 3 = 50% - 75% e 4
= 75% - 100%). As fórmulas utilizadas para a análise do estudo fitossociológico
foram as propostas por Waechter (1998), foram calculadas as freqüências relativas
percentuais por forófito (FRpi = Npi / ∑ Npi), por segmentos do forófito (FRci = Nci /
∑ Nci), por fustes (FRfi = Nfi), cobertura absoluta (CAi = ∑ copa + fuste), cobertura
relativa (CRi = CAi / NCAi x 100), onde: Npi = número de forófito com ocorrência da
espécie epifítica i, Nci = número de copas com a ocorrência da espécie epifítica i e
Nfi = número de fustes com a ocorrência da espécie epifítica i. O índice de valor da
importância epifítica (IVIe) foi calculado com a média das freqüências relativas da
copa e do fuste. O cálculo de diversidade baseou-se no índice de Shannon (H’ = -∑
pi.ln pi), a suficiência amostral foi calculada entre o número de espécies epifíticas e
o número de fustes construindo a curva do coletor.
As espécies levantadas foram classificadas em famílias botânicas, categorias
ecológicas (conforme Benzing, 1990 e Benzing, 1995) em: holoepífitos verdadeiros
(HLV), holoepífitos facultativos (FAC) e holoepífitos acidentais (ACI), também foram
determinados as formas de dispersão como zoocoria ,anemocoria e autocoria, foi
acrescentado ao estudo as Categorias que estão ameaças de extinção.
.A partir dos dados levantados em campo e analisados com o auxílio da
literatura especializada, foram elaborados os seguintes resultados: lista florística,
tabela fitossociológica, famílias botânicas mais ricas, representatividade das
síndromes de dispersão e das categorias ecológicas, tabela do índice de valor de
importância da flora epifítica, relação cumulativa de espécies epifíticas vasculares
com a construção de um gráfico da curva coletor, calculo do índice de Shannon e
tabelas das espécies ameaçadas de extinção do RS e mundialmente. .
6 RESULTADOS
No estudo em questão foram amostrados 30 forófitos de 2 espécies, sendo
que o Fícus cestrifolia (figueira da folha miúda) foi o mais abundante com 29
indivíduos, enquanto o Fícus luschnathiana apenas com 1 indivíduo. Nesses
forófitos foram inventariadas 37 espécies de epífitos vasculares (Tabela 1).
Tabela 1. Famílias e espécies de epífitos vasculares registrados nas figueiras nativas (gênero Fícus)
no Morro do Coco.
Família / Espécies
ACANTHACEAE
Justicia brasiliensis Vell ex. Nees
BROMELIACEAE
Aechmea recurvata (KL.) L.B. Smith
Bilbergia nutans H. Wendl.
Bilbergia zebrina (Herbert) Lindl.
Bromélia antiacantha Bertol.
Tillandsia aeranthos (Lois.) Linn.
Tillandsia gardneri Lindl.
Tillandsia geminiflora Brongn.
Tillandsia recurvata (Linn.) Linn.
31
Tabela 1. (continuação)
Família / Espécies
Tillandsia stricta Soland.
Tillandsia tenuifolia Jacq.
Tillandsia usneoides (Linn.)Linn.
CACTACEAE
Cereus hildmannianus K.Schum.
Lepismium cruciforme (Vell.) Miq.
Lepismium lumbricoides (Lem.) Barthl.
Opuntia monacantha Haw.
Rhipsalis floccosa Salm-Dyck ex Pfeiff.
Rhipsalis teres (Vell.) Steud.
LORANTHACEAE
Phoradendron sp.
MYRSINACEAE
Myrsine guianensis (Aubl.) Kuntze
ORCHIDACEAE
Acianthera glumacea (Lindl.) Pridgeon & M.W. Chase
Capanemia micrômera Barb.Rodr.
Cattleya intermédia Grah.
Oncidium sp.
Oncidium pleotales
32
Tabela 1. (continuação)
Família / Espécies
Oncidium flexuosum Sims.
Oncidium tigrinum Hort. ex Lindl.
Octomeria sp.
PALMAE
Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman
PIPERACEAE
Peperômia pereskiifolia (Jacq.) HBK
POLYPODIACEAE
Microgramma squamulosa (Kaulf.) de la Sota
Microgramma vacciniifolia (Langsd.& Fisch.) Copel.
Polypodium sp1.
Polypodium sp2.
Niphidium rufosquamatum Lellinger
Pleopeltis sp.
URTICACEAE
Urera baccifera (L.) Gaud.
No levantamento florístico foram registradas 37 espécies de epífitos, com 23
gêneros pertencentes a 10 famílias botânicas. As famílias mais representativas
foram as Bromeliaceae (29%) com 11 espécies, seguida pela Orchidaceae (22%)
33
com 8 espécies, Cactaceae e Polypodiaceae (16%) ambas com 6 espécies e
Piperaceae (3%) com 1 espécie, enquanto que OUTRAS (14%)(epífitas acidentais)
apresentaram 5 espécies (Figura 2A e 2B).
0
2
4
6
8
10
12
Brom
eliac
eae
Orchid
aceae
Cactace
ae
Polypod
iacea
e
Pipera
ceae
OUTRAS
Famílias botânicas
Riq
ueza
de
epífi
tos
Figura 2A. Gráfico Eixo X mostrando as famílias botânicas. Eixo Y mostrando a riqueza de Epífitas
Vasculares.
Bromeliaceae29%
Cactaceae16%
Polypodiaceae16%
Piperaceae3%
OUTRAS14%
Orchidaceae22%
Figura 2B. Gráfico mostrando a porcentagem das famílias botânicas.
A Tillandsia foi o gênero mais rico com 7 espécies, Oncidium com 4
espécies, Bilbergia, Lepismium, Rhipsalis,, Microgramma e Polypodium com 2
espécies cada.
34
A categoria ecológica quanto ao hábito epifítico mais freqüente foi dos
holoepífitos verdadeiros com 30 espécies (80%), os holoepífitos acidentais
obtiveram 5 espécies (14%), enquanto os holoepífitos facultativos e os hemiepifitos
apresentaram 1 espécie (3%) cada (Figura 3).
A síndrome de dispersão predominante foi a anemocoria representada em
21 espécies (56%) de epífitas, das quais 14 apresentam diásporos diminutos (DIM)
e 7 apresentam diásporos planadores (PLA), enquanto que a zoocoria ficaram com
15 espécies (41%), das quais 13 apresentam diásporos carnosos (CAR) e 2
viscosos (VIS), enquanto a autocoria apresentou apenas 1 espécie (3%) com
diásporo deiscente seco (Sec-d) (Tabela 2 e Figura 4).
80%
14%3% 3%
Holoepífitos verdadeiros
Holoepífitos acidentais
Holoepífitos facultativos
Hemiepífitos
Figura 3- Mostrando a porcentagem das categorias ecológicas dos epífitos vasculares. Tabela 2. Famílias e espécies de epífitos vasculares amostradas no Morro do Coco, com a classificação de sua respectiva categoria ecológica , tipo de diásporo e síndrome de dispersão. Categorias ecológicas: HLV = holoepífitos verdadeiros, ACI= holoepífitos acidentais, FAC=holoepifítos facultativos, HEM=hemiepifítos. Tipos de diásporo: DIM = diásporos diminutos; CAR = diásporos carnosos; PLA = diásporos planadores; VIS = diásporos viscosos; SEC-d = deiscente seco.
Espécies Família Cat. Ecol.
Diásporo Dispersão
1. Acianthera glumacea Orchidaceae HLV DIM Anemocoria
2. Aechmea recurvata Bromeliaceae HLV CAR Zoocoria
3. Bilbergia nutans Bromeliaceae HLV CAR Zoocoria
35
Espécies Família Cat. Ecol.
Diásporo Dispersão
4. Bilbergia zebrina Bromeliaceae HLV CAR Zoocoria
5. Bromélia antiacantha Bromeliaceae HLV CAR Zoocoria
6. Capanemia micrômera Orchidaceae HLV DIM Anemocoria
7. Cattleya intermédia Orchidaceae HLV DIM Anemocoria
8. Cereus hildosmanianos Cactaceae ACI CAR Zoocoria
9. Justicia brasiliensis Acanthaceae ACI SEC-d Autocoria
10. Lepismium cruciforme Cactaceae HLV CAR Zoocoria
11. Lepismium lumbricoides Cactaceae HLV CAR Zoocoria
12. Microgramma squamulosa Polypodiaceae HLV DIM Anemocoria
13. Microgramma vacciniifolia Polypodiaceae HLV DIM Anemocoria
14. Myrsine guianensis Myrsinaceae ACI CAR Zoocoria
15. Niphidium rufosquamatum Polypodiaceae HLV DIM Anemocoria
16. Opuntia monoacanthea Cactaceae HLV CAR Zoocoria
17. Oncidium sp. Orchidaceae HLV DIM Anemocoria
18. Oncidium pleotales Orchidaceae HLV DIM Anemocoria
19. Oncidium flexuosum Orchidaceae HLV DIM Anemocoria
20. Oncidium tigrinum Orchidaceae HLV DIM Anemocoria
21. Octomeria sp. Orchidaceae HLV DIM Anemocoria
22. Peperomia pereskiifolia Piperaceae FAC VIS Zoocoria
23. Phoradendron sp Loranthaceae HEM VIS Zoocoria
24. Polypodium sp1 Polypodiaceae HLV DIM Anemocoria
25. Polypodium sp2 Polypodiaceae HLV DIM Anemocoria
26. Pleopeltis sp. Polypodiaceae HLV DIM Anemocoria
27. Rhipsalis floccosa Cactaceae HLV CAR Zoocoria
28. Rhipsalis teres Cactaceae HLV CAR Zoocoria
36
Espécies Família Cat. Ecol.
Diásporo Dispersão
29. Syagrus romanzoffiana Palmae ACI CAR Zoocoria
30. Tillandsia aeranthos Bromeliaceae HLV PLA Anemocoria
31. Tillandsia gardneri Bromeliaceae HLV PLA Anemocoria
32. Tillandsia geminiflora Bromeliaceae HLV PLA Anemocoria
33. Tillandsia recurvata Bromeliaceae HLV PLA Anemocoria
34. Tillandsia stricta Bromeliaceae HLV PLA Anemocoria
35. Tillandsia tenuifolia Bromeliaceae HLV PLA Anemocoria
36. Tillandsia usneoides Bromeliaceae HLV PLA Anemocoria
37. Urera baccifera Urticaceae ACI CAR Zoocoria
Zoocoria41%
Autocoria3%
Anemocoria56%
Figura 4- Porcentagem da síndrome de dispersão dos epífitos vasculares.
No levantamento as epífitas vasculares que tiveram os maiores índices de
valor de importância foram Microgramma vacciniifolia, Tillandsia aeranthos,
Tillandsia usneoides, Rhipsalis teres, seguida pela Tillandsia gardneri (Tabela 3)
(Fotos anexo C).
37
Tabela 3- Espécies amostradas no levantamento fitossociológico dos epífitos vasculares do Morro do Coco, município de Porto Alegre/ Viamão. Em ordem decrescente de índice de valor de importância. Npi = número de forófito ocupado pela espécie epifítica; Nfi = número de fustes ocupados pela espécie epifítica; Nci = número de copas ocupadas pela espécie epifítica i;Fapi= freqüência absoluta por forófito; FRpi = freqüência relativa da espécie epifítica i nos forófitos;; FRci = freqüência relativa da espécie i nas copas; i; FRfi = freqüência relativa da espécie i nos fustes; CAi = cobertura absoluta da espécie epifítica i; CRi = cobertura relativa da espécie epifítica i; IVIe = índice de valor de importância da espécie epifítica i. Espécies Npi Nfi Nci Fapi Frpi Frci Frfi Cai Cri IVIe Microgramma vacciniifolia 24 10 14 80,00 11,27 7,87 28,57 31 12,97 15,17 Tillandsia aeranthos. 22 7 15 73,33 10,33 8,43 20 29 12,13 12,72 Tillandsia usneoides 18 5 13 60,00 8,45 7,30 14,29 23 9,62 9,92 Rhipsalis teres 19 2 17 63,33 8,92 9,55 5,71 21 8,79 8,24 Tillandsia gardneri 21 0 21 70,00 9,86 11,80 0 22 9,21 7,72 Tillandsia geminiflora 20 0 20 66,67 9,39 11,24 0 20 8,37 7,25 Tillandsia stricta 15 0 15 50,00 7,04 8,43 0 15 6,28 5,44 Oncidium flexuosum 7 2 5 23,33 3,29 2,81 5,71 8 3,35 3,79 Cattleya intermedia 7 1 6 23,33 3,29 3,37 2,86 7 2,93 3,11 Octomeria sp. 7 0 7 23,33 3,29 3,93 0 7 2,93 2,54 Tillandsia tenuifolia 7 0 7 23,33 3,29 3,93 0 7 2,93 2,54 Peperomia pereskiifolia. 2 2 0 6,67 0,94 0 5,71 3 1,26 1,98 Niphidium rufosquamatum 2 2 0 6,67 0,94 0 5,71 2 0,84 1,87 Cereus hildmannianus 3 1 2 10,00 1,41 1,12 2,86 5 2,09 1,87 Polypodium sp1. 3 1 2 10,00 1,41 1,12 2,86 2 0,84 1,56 Aechmea recurvata 4 0 4 13,33 1,88 2,25 0 5 2,09 1,55 Myrsine guianensis 4 0 4 13,33 1,88 2,25 0 4 1,67 1,45 Microgramma squamulosa 3 0 3 10,00 1,41 1,69 0 3 1,26 1,09 Pleopeltis sp. 1 1 0 3,33 0,47 0 2,86 1 0,42 0,94 Polypodium sp2. 1 1 0 3,33 0,47 0 2,86 1 0,42 0,94 Oncidium sp 2 0 2 6,67 0,94 1,12 0 3 1,26 0,83 Acianthera glumacea 2 0 2 6,67 0,94 1,12 0 2 0,84 0,72 Bilbergia zebrina 2 0 2 6,67 0,94 1,12 0 2 0,84 0,72 Capanemia micrômera 2 0 2 6,67 0,94 1,12 0 2 0,84 0,72 Phoradendron sp. 2 0 2 6,67 0,94 1,12 0 2 0,84 0,72 Tillandsia recurvata 2 0 2 6,67 0,94 1,12 0 1 0,42 0,62 Bilbergia nutans 1 0 1 3,33 0,47 0,56 0 1 0,42 0,36 Bromelia antiacantha 1 0 1 3,33 0,47 0,56 0 1 0,42 0,36 Justicia brasiliensis 1 0 1 3,33 0,47 0,56 0 1 0,42 0,36 Lepismium cruciforme 1 0 1 3,33 0,47 0,56 0 1 0,42 0,36 Lepismium lumbricoides 1 0 1 3,33 0,47 0,56 0 1 0,42 0,36 Oncidium pleotales 1 0 1 3,33 0,47 0,56 0 1 0,42 0,36 Oncidium tigrinum 1 0 1 3,33 0,47 0,56 0 1 0,42 0,36 Opuntia monacantha 1 0 1 3,33 0,47 0,56 0 1 0,42 0,36 Rhipsalis floccosa 1 0 1 3,33 0,47 0,56 0 1 0,42 0,36 Syagrus romanzoffiana 1 0 1 3,33 0,47 0,56 0 1 0,42 0,36 Urera baccifera 1 0 1 3,33 0,47 0,56 0 1 0,42 0,36 213 35 178 710,00 100 100 100 239 100 100
38
Figura 5- Relação cumulativa de espécies epifíticas vasculares por pontos amostrados aleatorizados num fragmento no Morro do Coco, Viamão - RS.
Espécies acumuladas
0
5
10
15
20
25
30
35
40
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31
Unidades amostrais (forófitos)
Riq
ueza
acu
mul
ada
O gráfico da curva coletor não demonstrou estabilidade, à medida que se
eram amostrados mais forófitos, novas espécies eram encontradas. Com base no
cálculo de diversidade Shannon apresentou o resultado de 2,9.
Para complementar o estudo foi consultado a Lista das Espécies da Flora
Ameaçadas de Extinção do RS, e em nível mundial. Foram registradas 6 espécies
VU no RS e 3 espécies (LC=ameaça mínima) na IUCN. onde (CR= criticamente em
perigo, EN= em perigo, VU= vulnerável, PE= provavelmente extinta) (Tabela 4 e 5).
Tabela 4- Espécies ameaçadas de extinção do RS
Espécies Categoria
1. Bilbergia zebrina (Herbert) Lindl. VU
2.Tillandsia gardneri Lindl. VU
3. Tillandsia geminiflora Brongn. VU
4. Tillandsia tenuifolia Jacq. VU
5.Tillandsia usneoides (Linn.)Linn. VU
6.Cattleya intermédia Grah VU
39
Tabela 5- Espécies mundialmente ameaçadas.
Espécies Categoria
1. Lepismium cruciforme (Vell.) Miq LC
2. Opuntia monocantha Haw. LC
3. Rhipsalis floccosa Salm-Dyck ex Pfeiff. LC
7 DISCUSSÃO
Orchidaceae é constantemente citada como a família botânica mais diversa
em levantamentos da flora epifítica vascular (Waechter 1986,1998b; Kelly et al.
1994; Fontoura et al. 1997;Rudolph et al. 1998), o que não se verificou no presente
estudo.O sucesso desta família é creditado aos numerosos e diminutos
diásporos,permitindo dispersão bem sucedida a médias e longas distâncias (Pabst
& Dungs 1977; Nunes & Waechter 1998; Waechter 1998a), e a outras adaptações
e especializações, como a presença de velame e de pseudobulbos (órgãos
caulinares suculentos especializados para a retenção de água), relações com
polinizadores e a relação simbiótica com fungos micorrízicos.Tais adaptações,
entretanto, podem torná-las exigentes quanto aos nichos ecológicos que ocupam e
restringir a sua ocorrência (Pijl &Dodson 1969; Zimmerman & Olmsted 1992;
Migenis & Ackerman 1993; Wolf 1994; Freiberg 1996; Tremblay et al. 1998; Singer
& Cocucci). A grande representatividade de Bromeliaceae, no presente trabalho,
não apenas quanto à diversidade, mas também pela importância fisionômica, está
de acordo com os dados apresentados por Reitz (1983), que cita a ocorrência de
mais de 3.000 exemplares de Bromeliaceae em um único indivíduo de F. cestrifolia
na Floresta Atlântica, em Santa Catarina.
A forte participação dos gêneros Lepismium e Rhipsalis (Cactaceae) e
Microgramma (Polypodiaceae) na fisionomia da flora epifítica regional são
ressaltadas por Waechter (1992).
Microgramma vacciniifolia é citada constantemente como a espécie que
apresenta os maiores valores de importância entre as espécies epifíticas no litoral
41
do Rio Grande do Sul, tanto por sua freqüência elevada (Waechter 1992,1998b)
como por sua grande cobertura nos forófitos (Gonçalves 2000).
A participação das categorias ecológicas de epífitos vasculares encontrados
sobre F. cestrifolia em valores percentuais, é muito semelhante às encontradas em
outros levantamentos (Waechter 1986, 1992, 1998b; Roldán 1995; Fontoura et al.
1997; Dittrich et al. 1999; Kersten & Silva 2001). O forte predomínio de holoepífitos
verdadeiros.
Dentre as demais categorias ecológicas, a classificação das espécies em
acidentais ou facultativas muitas vezes depende da circunstância. Apenas
Peperômia pereskiifolia, entre as espécies classificadas nesta categoria, mostra-se
claramente facultativa quanto à ocorrência como epífita ou como terrícola
(Waechter 1998b). O que também foi constatado nesse trabalho.
Por outro lado, os fustes e os ramos de F. cestrifolia favorecem o acúmulo
de matéria orgânica, o que ocasiona a formação de húmus e solos epifíticos. Nesta
circunstância, espécies de plantas tipicamente terrestres podem germinar e se
desenvolver, como os dois epífitos acidentais encontrados, Oputina arechavaletae
e Cereus hildmannianus. Waechter (1992) destaca a presença freqüente destas
duas espécies sobre F. cestrifolia no litoral do Rio Grande do Sul. Nesse estudo
ocorreram 5 espécies de epífitos acidentais entre eles, Cereus hildosmanianos ,
Syagrus romanzoffiana , Justicia brasiliensis, Myrsine guianensis e Urera baccifera,
Quanto aos hemiepífitos, que têm recebido atenção cada vez maior devido à sua
significativa participação na fisionomia de florestas tropicais (Daniels & Lawton
1993; Putz et al. 1995; Willians-Linera & Lawton 1995),são pouco representados
nas figueiras analisadas. Os hemiepífitos se fizeram presentes em 2 forófitos com
a espécie Phoradendron sp.(erva-de-passarinho).
A predominância da dispersão anemocórica no litoral sul-rio-grandense já
havia sido apontada por Waechter (1992), mas o percentual de espécies com esta
estratégia de dispersão é menor nas figueiras (66,24%, contra 80,4% para todo o
litoral). A dispersão feita pelo vento (anemocoria) também teve uma maior
representatividade nesse trabalho.
42
A prevalência das quatro espécies pioneiras, com os maiores valores de
importância, pode ser creditada a uma série de fatores, como a produção de uma
grande quantidade de diásporos e a resistência às condições de maior insolação
encontradas em árvores menores, conferindo-lhes a capacidade de colonizar
rapidamente os forófitos jovens. Estas espécies mantêm-se como dominantes na
comunidade mesmo nas árvores maiores. A ocorrência de poucas espécies com
grandes valores de importância e de muitas com valores baixos espécies também
foi registrada em outros levantamentos da flora epifítica vascular na região litorânea
do sul do Brasil (Waechter 1992, 1998b; Kersten & Silva 2001). Em Microgramma
vacciniifolia, o rizoma reptante estende-se sobre os fustes e ramos, permitindo a
ocupação de extensas áreas das copas das árvores (Dislich & Mantovani 1998;
Waechter 1998b; Kersten & Silva 2001). Tillandsia aeranthos e T. usneoides são
espécies heliófilas e que apresentam uma intensa reprodução clonal,
principalmente a última espécie (Reitz 1983). Rhipsalis teres é a única espécie
pioneira com dispersão zoocórica. É provável que a dispersão de seus frutos seja
efetuada pela avifauna (A. Kindel, Depto. Ecologia UFRGS, com. pess.).
Desta forma, esta espécie pode se constituir em um importante recurso para
a manutenção das aves, principalmente sobre árvores isoladas em áreas urbanas
ou em campos submetidos a pastejo intenso nas quais ela ocorra. As espécies com
frequências intermediárias colonizam principalmente árvores de porte maior,
embora ocasionalmente possam ser encontradas em forófitos menores. Este grupo
é composto tanto por espécies heliófilas, que ocorrem principalmente na copa
externa (como Aechmea nudicaulis, Anthurium scandens, Tillandsia gardneri, T.
geminiflora, T. stricta, Vriesea gigantea e V. procera), quanto por espécies que
ocorrem nos ramos mais espessos, na copa interna (Brassavola tuberculata,
Lepismium cruciforme, Microgramma squamulosa e Tillandsia mallemontii). É
possível que estas últimas espécies sejam mais exigentes quanto às condições de
substrato. Tillandsia recurvata, que ocorre preferencialmente na copa, mas sem
uma definição de preferência por um segmento, pode comportar-se como espécie
pioneira, tendo sido a única espécie encontrada na menor árvore amostrada. O
grupo de espécies com os valores de importância menores, que representa a maior
parte da diversidade biológica da sinúsia epifítica sobre as figueiras analisadas,
43
pode ser caracterizado como climático porque maioria das espécies só foi
encontrada em árvores de grande porte, colonizando-as após as espécies dos dois
grupos anteriores terem se instalado.
Os resultados obtidos na análise da distribuição espacial dos epífitos
vasculares nas figueiras estão de acordo com os resultados obtidos por outros
autores (Johansson 1974; Bøgh 1992; Hietz & Hietz-Seifert 1995a; Freiberg 1996;
Rudolph et al. 1998; Nieder et al. 1999), embora as metodologias utilizadas tenham
sido diferentes. Os fustes são, normalmente, áreas que não favorecem a instalação
de epífitos vasculares, devido principalmente à verticalidade do substrato (Bøgh
1992; Waechter 1992; Freiberg 1996), à ação do vento, à presença de animais (em
especial, gado bovino) nas imediações das árvores e à pequena altura deste
segmento nas árvores isoladas, mesmo considerando a presença, nas figueiras, de
extensas raízes tabulares, o que aumenta a área disponível para a colonização
pelos epífitos vasculares. O grande número de espécies na copa interna, por sua
vez, provavelmente resulta da conjunção de uma série de fatores, como a grande
espessura e a horizontalidade dos ramos, a menor incidência de radiação solar
direta e a antiguidade do substrato (Waechter 1992). Os hemiepífitos e os
holoepífitos acidentais e facultativos ocorrem predominantemente neste segmento,
em geral em forquilhas e nos pontos onde os ramos se inserem nos fustes. No
último segmento, a copa externa, há um predomínio de espécies heliófilas,
especialmente bromeliáceas dos gêneros Tillandsia (T. gardneri, T. geminiflora) e
Vriesea (V. gigantea, V. procera), que se desenvolvem nos ramos mais apicais.
O valor do índice de Shannon (2,9) encontrado no presente estudo pode ser
considerado relativamente alto, refletindo o elevado número de espécies (37). Esta
diversidade pode ser condicionada pelo grande porte das árvores, pela
horizontalidade de seus ramos, e pela boa conservação da área de estudo. Na
figura 6 mostra os índices de diversidade Shannon em outros estudos.
44
Figura 6: Tabela de comparação do índice Shannon Fonte:http://www.scielo.br/scielo)
8.CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho representa um registro importante da flora epifítica vascular
encontrada em figueiras nativas do gênero Fícus, situado no Morro do Coco,
Viamão-RS.
Entre os epífitos vasculares que mais se destacaram foram às famílias
Bromeliaceae, Orchidaceae, Cactaceae, Polypodiaceae. O gênero mais
representativo foi a Tillandsia (7 espécies), Oncidium (4 espécies), Bilbergia,
Lepismium, Rhipsalis, Microgramma e Polypodium ( 2 espécies cada).
Quanto a categoria ecológica mais importante foi a dos holoepífitos
verdadeiros. Em relação à síndrome de dispersão a que teve maior
representatividade foi as que usam o vento como agente dispersor (anemocoria),
seguida pela dispersão feita pelos animais (zoocoria).
Os epífitos vasculares que tiveram os maiores índices de valor de
importância foram Microgramma vacciniifolia, Tillandsia aeranthos, Tillandsia
usneoides, Rhipsalis teres, seguida pela Tillandsia gardneri.
Consultas a lista da flora ameaçada de extinção do RS, mostraram que o
sítio de estudo apresenta espécies vulneráveis a extinção como Bilbergia zebrina,
Tillandsia gardneri, Tillandsia geminiflora, Tillandsia tenuifolia, Tillandsia usneoides
e Cattleya intermédia. Na lista de espécies ameaçadas mundialmente se fez
presente as espécies Lepismium cruciforme, Opuntia monocantha e Rhipsalis
floccosa.
A diversidade de epífitas vasculares encontradas no presente estudo
demonstra que a mata do Morro do Coco está muito bem conservada em estádio
médio a avançada de regeneração. Por esta razão, detém ainda as características
da mata pluvial, servindo como abrigo e ambiente natural para os bugios e outros
46
tantos animais que são banidos e caçados na maioria dos matos dos arredores de
Porto Alegre. O gráfico da curva coletor demonstrou que ainda se fazem
necessários mais estudos no local, com isso se buscaria a estabilidade da curva. A
flora epifítica está sendo cada vez mais valorizada, pois já se sabe que através
dela se pode medir o grau de regeneração e perturbação de uma mata,
contribuindo com isso, para uma melhor qualidade ambiental. A vida harmoniosa,
entre floresta, terra, água, ar e o homem, estão cada vez mais ameaçados de
destruição. Nos dias de hoje, a conservação da vegetação, contribui para o uso
racional dos recursos naturais, garantindo uma vida melhor aos cidadãos de hoje e
das futuras gerações.
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Brasil subtropical . Ciência e Natura, Santa Maria, 20:43-66.
50
ANEXO A
Esquema da metodologia aplicada para o levantamento fitossociológico de epífitas vasculares em figueiras
1- Estimativa da altura do forófito 2- Medição do diâmetro do fuste
3 - Observação c/auxílio de binóculo 4- Escalada quando necessário
5 - Medição da copa 6- Anotações
51
ANEXO B Visita ao Herbário do Departamento de Botânica da UFRGS para a identificação
taxonômica das epífitas vasculares.
Armários com as coleções botânicas Verificação das exsicatas
Comparação do material Separação do material por famílias
Identificação com ajuda de lupa Visualização das estruturas
52
ANEXO C
Fotos das espécies epifíticas vasculares mais representativas do Morro do Coco, Viamão-RS
Microgramma vacciniifolia Tillandsia aeranthos
Tillandsia usneoides Rhipsalis teres
Tillandsia gardneri