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1 LEVANTAMENTO DE ORQUÍDEAS EPÍFITAS EM ECÓTONO DE CERRADÃO – MATAS ALAGÁVEIS (RIO PARAGUAI, PANTANAL DE CÁCERES, MATO GROSSO) EVANDSON JOSÉ ANJOS-SILVA 1 RESUMO: O cerradão é uma das típicas fitofisionomias do cerrado sensu lato em áreas marginais ao rio Paraguai, na região de Cáceres, MT, e não raro encontram-se ecótonos com as matas e submatas alagáveis, em locais como nas cordilheiras, antigos diques aluviais onde as condições microclimáticas são favoráveis à propagação de orquídeas epífitas nativas no Pantanal de Cáceres. Foi aplicado o método dos quadrados contíguos, usando-se um transecto em faixa (32 blocos de 10 m x 100 m) para amostrar o parâmetro densidade populacional e o estatístico freqüência de Orchidaceae em uma área de 3,2 ha, localizada na baía do Malheiros, em Cáceres. Seis espécies de orquídeas foram registradas, com destaque para Oncidium cebolleta, que apresenta a maior densidade populacional e a maior freqüência, ocorrendo de forma simultânea no ecótono cerradão/mata/submata alagável amostrado. Já Trichocentrum mattogrossensis e Catasetum saccatum são espécies com distribuição espacial limitada à submata alagável e ao cerradão, respectivamente, enquanto que Encyclia amicta e Notylia barkeri estão ausentes nas áreas alagáveis, onde um único indivíduo de Campylocentrum tenue foi catalogado. 1 Mestre em Ecologia e Conservação da Biodiversidade. Área de Ecologia, Departamento de Ciências Biológicas, UNEMAT Universidade do Estado de Mato Grosso. Av. Tancredo Neves, 1.095, Cavalhada. CEP 78.200-000 Cáceres, MT. Correio eletrônico: [email protected] - [email protected]

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LEVANTAMENTO DE ORQUÍDEAS EPÍFITAS EM ECÓTONO DE

CERRADÃO – MATAS ALAGÁVEIS (RIO PARAGUAI, PANTANAL DE

CÁCERES, MATO GROSSO)

EVANDSON JOSÉ ANJOS-SILVA1

RESUMO: O cerradão é uma das típicas fitofisionomias do cerrado sensu lato em áreas

marginais ao rio Paraguai, na região de Cáceres, MT, e não raro encontram-se ecótonos

com as matas e submatas alagáveis, em locais como nas cordilheiras, antigos diques

aluviais onde as condições microclimáticas são favoráveis à propagação de orquídeas

epífitas nativas no Pantanal de Cáceres. Foi aplicado o método dos quadrados contíguos,

usando-se um transecto em faixa (32 blocos de 10 m x 100 m) para amostrar o

parâmetro densidade populacional e o estatístico freqüência de Orchidaceae em uma

área de 3,2 ha, localizada na baía do Malheiros, em Cáceres. Seis espécies de orquídeas

foram registradas, com destaque para Oncidium cebolleta, que apresenta a maior

densidade populacional e a maior freqüência, ocorrendo de forma simultânea no

ecótono cerradão/mata/submata alagável amostrado. Já Trichocentrum mattogrossensis

e Catasetum saccatum são espécies com distribuição espacial limitada à submata

alagável e ao cerradão, respectivamente, enquanto que Encyclia amicta e Notylia

barkeri estão ausentes nas áreas alagáveis, onde um único indivíduo de

Campylocentrum tenue foi catalogado.

1 Mestre em Ecologia e Conservação da Biodiversidade. Área de Ecologia, Departamento de CiênciasBiológicas, UNEMAT Universidade do Estado de Mato Grosso. Av. Tancredo Neves, 1.095, Cavalhada.CEP 78.200-000 Cáceres, MT.Correio eletrônico: [email protected] - [email protected]

III Simpósio sobre Recursos Naturais e Sócio-econômicos do Pantanal Os Desafios do Novo Milênio De 27 a 30 de Novembro de 2000 - Corumbá-MS

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CHECKLIST OF EPIPHYTES ORCHIDS IN ECOTONES BETWEEN

CERRADÃO AND WOODLAND SEASONAL FLOODED FOREST BY

PARAGUAY RIVER (PANTANAL DE CÁCERES, MATO GROSSO STATE,

BRAZIL)

ABSTRACT: The cerradão is one of the typical physiognomies of cerrado sensu lato

vegetation in marginal natural areas of the river Paraguay, in Cáceres municipality, and

no rarely occur in ecotones zones with seasonal woodland floodplains flora, in

‘cordilheiras’, alluvial fans with offer bio climates favourable conditions for the orchids

propagation in the Pantanal of Cáceres. The method applied in this study is the belt-

transect with 32 contiguous quadrats of 10 m x 100 m, and parameter population density

and the statistics frequency of Orchidaceae was calculated. Six (6) species are

catalogued: Campylocentrum tenue (Lindley) Rolfe, Catasetum saccatum Lindley,

Encyclia amicta (Linden e Rchb.f) Schltr., Notylia barkeri Lindley, Trichocentrum

mattogrossensis Hoehne, with a detail to Oncidium cebolleta (Jacq.) Sw., species with

present the major population density and occupied the three environments investigated.

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INTRODUÇÃO

Ferri (1977) aponta que o cerrado é, em sentido genérico, um grupo de formas

de vegetação que se apresenta segundo um gradiente de biomassa, desde uma formação

campestre a arbórea. Para esse autor, é o que em língua inglesa se chama ‘savanna’ e

em francês ‘savanne’, e que se pode usar o termo savana, desde que com significado

fisionômico. Nesse sentido, o cerrado é uma vegetação (com característicos das

savanas) que cobre virtualmente a quinta parte do Brasil, ocorrendo em maior parte nos

estados de Goiás, Bahia, Minas Gerais e Mato Grosso (áreas ‘core’), e, em extensões

periféricas, em Rondônia, Maranhão, Mato Grosso do Sul e São Paulo (Gibbs et alii,

1983).

As variações na fisionomia do cerrado têm sido expressas nas formas de

cerradão, cerrado (sentido restrito), campo cerrado, campo sujo e campo limpo, embora

os limites dessas formas possam variar entre certos autores (Eiten, 1972a; 1972b). Tais

fitofisionomias formam a ecoclina floresta-campo (Coutinho, 1990), onde há mudanças

estruturais desde campos com predomínios de ervas, subarbustos, arbustos até

formações arbóreas florestais (Coutinho, 1978; Eiten, 1968; 1972a; Goodland e Ferri,

1979; Goodland e Pollard, 1973; Gottsberger e Silberbauer-Gottsberger, 1983),

demonstrando claramente uma relação negativa em sua estrutura, considerada como de

natureza ecotonal de formações savânicas intermediárias (Coutinho, 1990).

Já nos entornos da planície do Pantanal Mato-Grossense, que (também) sofreram

acentuadas influências florísticas em sua historia na Era Cenozóica superior, mais

especialmente durante as flutuações climáticas (glaciações, soerguimentos) do

Pleistoceno superior (Plioceno) e do Quaternário inferior (Pleistoceno) (± 1.000.000

anos), aconteceu um dos mais recentes processos de expansão e retração da flora e

vegetação dos seis domínios morfoclimáticos brasileiros, intertropicais e subtropicais,

onde se estabeleceram as províncias fitogeográficas da floresta amazônica, dos cerrados,

do chaco boliviano-paraguaio-argentino, além da floresta atlântica e da caatinga

(Veloso, 1947; Eiten, 1972a; 1972b; Prance e Schaller, 1982; Ab´Sáber, 1988;

Fernandes, 1990; 1994; Fernandes e Bezerra, 1990; Andrade-Lima, s.d.) que,

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historicamente associado às mudanças climáticas, influenciaram na distribuição e

composição de espécies nos relictos das floras e vegetações regionais.

Na depressão do rio Paraguai, o padrão de compartimento geomorfológico foi

inicialmente descrito por Ruellan (1952), que caracterizou a depressão pantaneira como

um exemplo de grande boutonnière (casa de botão, em francês), escavada em terrenos

pré-cambrianos em áreas fronteiriças com a Bolívia e Paraguai, à margem noroeste da

Bacia do Paraná, cf. aludido por Ab´Sáber (1988).

Em Mato Grosso, Veloso (1947; 1972) estudou a flora e vegetação em Porto

Esperidião, Cáceres, Barra do Bugres, Porto Esperança, Vila Bela da Santíssima

Trindade (ex-capital da Província de Mato Grosso) e Cuiabá, comprovando um clima

xerotérmico pretérito responsável pelas manchas de cerrado como relictos vegetacionais

postclimax, constituídos, na maioria, de espécies hidrófilas e higrófilas a caminho do

desenvolvimento ecológico óptimo, embora ainda na fase pioneira da hidrosera e

higrosera. Desse modo, o autor referido, tendo como base de sua hipótese estudos

evidenciados anteriormente sobre os fatos litossociológicos, enfatiza que a vegetação do

Pantanal pertenceria ao tipo pioneiro da hidrosera e às associações subclímax, de um

clímax pluvial do tipo amazônico.

Alvarenga et alii (1984) e Adámoli (1981 apud Allen e Valls, 1987a; 1987b)

revelam particularidades na estrutura e composição florística predominante a cada sub-

região do Pantanal Mato-Grossense, relacionando-as especialmente a aspectos

pedológicos por causa do mosaico de solos hidromórficos (que ocupam 92% da área),

associados a Lateríta Hidromórfica, ao norte; Podzol Hidromórfico, ao centro; e,

Solonetz-Solodilizado, ao sul, além do Glei Pouco Húmico em áreas marginais ao rio

Paraguai e seus afluentes (Amaral Filho, 1986). Há distintos períodos e níveis de

inundação no Pantanal, diretamente relacionados com o grau de declividade do relevo

no alto, médio e baixo Pantanal.

Nesse sentido, o Pantanal não deve ser categorizado, mesmo, como sendo um

único ecossistema (estereotipo muito usado pelos veículos de comunicação) ou mesmo

pode ser entendido como sendo um “complexo”, termo empregado em atribuição

histórica ao desconhecido – ou mesmo ainda concebê-lo como bioma, definido como o

conjunto de ecossistemas terrestres, com fitofisionomia semelhante em tipos climáxicos

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variados, mas de representatividade global. Já biota, que se refere ao conjunto de plantas

e animais de uma determinada região, província ou área biogeográfica, não seria

adequado, pois, além de tudo, certamente maximizaria a representatividade geográfica

da região do Pantanal no continente Sul-Americano (Ab´Sáber, 1988; ACIESP, 1987).

Baseando-se em termos de fitocoria da América do Sul tropical, Prance (1982)

indica o Pantanal como que incluso numa categoria de região geográfica composta de

mosaicos vegetacionais, por sua vez dispostos numa série de gradientes ecológicos

(ecoclinas) geralmente revelados regionalmente em relictos vegetacionais típicos das

paisagens da bacia hidrográfica do alto rio Paraguai.

No que se refere aos trabalhos botânicos realizados acerca da composição de

flora fanerogâmica mato-grossense, a mesma é revista e apresentada por Sampaio

(1916), que se alicerça em trabalhos clássicos como os de Langsdorff (1826-1828),

Moore (1892), Lindman (1893) e Rodrigues (1897), dentre outros.

No que tange às orquídeas brasileiras, Pabst (1971) registra com certo

entusiasmo que para os cerrados de Brasília foram catalogadas 185 espécies, destacando

na oportunidade os trabalhos desenvolvidos por E. Heringer na região do Distrito

Federal (Heringer, 1971), que registra espécies novas para a ciência e redescobre

espécies de Warming desaparecidas, só conhecidas de holótipo.

Por certo, um dos retrospectos favorável para estimar a riqueza de espécies da

flora orquidológica no país foi a série de trabalhos publicados na revista Orquídea por

Dungs e Pabst (1972) em Orchidaceae Brasiliensis, que coroam seus estudos

compilando as informações sobre as orquídeas nacionais em Orchidaceae brasilienses

(Pabst e Dungs, 1975-77) - uma obra em dois volumes em que os autores descrevem

190 gêneros e as cerca de 2.300 espécies - registradas à época para a flora orquidológica

nacional – obra essa que contém vários desenhos esquemáticos das flores, fotografias, e

chaves dicotômicas para os principais taxa de Orchidaceae registrados para o Brasil.

Na região do planalto central brasileiro, Salles e Lima (1990) catalogaram cerca

de 270 espécies de orquídeas no cerrado de Brasília, DF, constatando que grande parte

das orquídeas na região do planalto central brasileiro apresenta hábito terrestre, onde “as

espécies estão sujeitas a curtos períodos de brotamento, vinculados às condições

climáticas e ao fogo, enquanto que as orquídeas epífitas ocorrem de forma dominante no

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interior das vegetações e em condições de umidade, luminosidade e aeração natural

controlados, ocupando grande número de microhábitats distintos em praticamente todos

os substratos”.

Em relação aos trabalhos realizados a respeito das orquídeas em Mato Grosso,

foi o brasileiro F. C. Hoehne um dos maiores colaboradores, que registra 149 espécies

nativas (Hoehne, 1910; 1912a; 1912b; 1914; 1915) e indica, posteriormente, Hoehne

(1916) que, por causa das novas expedições na região, a flora orquidológica mato-

grossense já detinha cerca de 190 espécies. Num enfoque taxonômico, Hoehne (1923)

descreve 32 espécies de orquídeas, algumas coletadas inclusive na região de Cáceres,

MT, desenvolve estudos pela Comissão Rondon (Hoehne e Kuhlmann, 1951) e descreve

espécies ainda desconhecidas da ciência. Retrata a rica flora mato-grossense em belas

pranchas, mas, de modo mais expressivo, especialmente compila seus estudos nas obras

Flora Brasílica: Orchidaceae (Hoehne, 1940, 1942; 1953) e Iconografia de

Orchidaceas Brasileiras (1949).

Nesse cenário regional, aparentemente décadas mais tarde, Lima (1988) reinicia

os trabalhos com as orquídeas em Mato Grosso e, em caráter de levantamento, indica 45

gêneros e 78 espécies dessa planta coletadas em quatro municípios do Estado, nas

regiões de Cuiabá (incluindo o distrito de São Vicente), Chapada dos Guimarães,

Tangará da Serra e Aripuanã, as quais têm influência fitogeográfica de componentes

florísticos do cerrado e da amazônia, especialmente. Na oportunidade, registra a

ocorrência de novas espécies para o Brasil e para Mato Grosso, como Chysis laevis

Lindley, considerada nova e rara no país, encontrada em Cuiabá, Chapada dos

Guimarães e margens do rio Araguaia; Pleurothalis brevips, considerada uma nova

espécie registrada para o Brasil, e, ainda, três espécies dos gêneros Catasetum,

Cyrtopodium e Galeandra.

O autor citado indicou Acacallis cyanea Lindley (= Kochiophyton caeruleus

Hoehne), Cattleya nobilior Rchb.f, Cattleya violacea Rchb.f, Catasetum saccatum

Lindley e Catasetum fimbriatum (Morren) Lindley como as espécies de Orchidaceae de

potencial ornamental para Mato Grosso, indicando que espécies de orquídeas litófitas

ocasionalmente cresçam sobre árvores, e que as epífitas cresçam sobre rochas. Tal fato

também foi registrado em várias ocasiões por F. C. Hoehne, por Fachim (1992), que

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indica Cattleya nobilior como em processo de vulnerabilidade no Estado, e também por

Anjos-Silva (1996), em hábitat de cerradão semidecíduo às margens do córrego

Piraputangas, em Cáceres.

Pott e Pott (1994) catalogam catorze espécies de orquídeas em regiões do

Pantanal de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, com destaque para Cattleya nobilior,

Catasetum fimbriatum, Catasetum barbatum Lindley e Vanilla palmarum Lindl. Já num

trabalho posterior e envolvendo as plantas aquáticas do Pantanal Pott e Pott (2000)

fazem referências às espécies Erytrodes pumila (Cogn.) Pabst, que ocorre do Acre ao

Rio de Janeiro, Habenaria aricaensis Hoehne (endêmica), H. repens Nutt., de ampla

distribuição geográfica na América do Sul, e ainda H. amambayensis, H. anisitis

Krzl.(1911), H. glazioviana Kraenzl. (1893), H. orchiocalcar Hoehne (1940) e ainda a

H. pratensis (Lindl.) Rchb.f (1849) – essa última catalogada em campos alagáveis.

As espécies C. fimbriatum, C. barbatum e V. palmarum são citadas párea a

região de Cáceres por Anjos-Silva (1995; 1996) e Anjos-Silva e Amaral (1995), que

registram em dezenove pontos de amostras 24 gêneros e 30 espécies de orquídeas

epífitas dentre elas a singular Campylocentrum tenue - à exceção de Oeceoclades

maculata (Lindl.) Lindl. (1833) (= Eulophidium maculatum Pfitzer (1887)) – espécie de

hábito terrestre, e de distribuição pantropical (Pabst e Dungs, 1975-77).

Posteriormente, Anjos-Silva (1996) cataloga também para o cerrado stricto

sensu a epífita Campylocentrum micranthum (Lindl.) Rolfe (= Angraecum brevifolium

Lindl.), espécie registrada desde a região amazônica e o cerrado à caatinga (Pabst e

Dungs, 1975), e duas orquídeas de hábito terrestre, dos gêneros Cyrtopodium e

Habenaria, na bacia do córrego Piraputangas. Enfoca, posteriormente, aspectos dos

hábitats ocupados e da floração de 21 espécies de orquídeas em cerrado sensu lato e em

matas alagáveis pelo rio Paraguai, em Cáceres (Anjos-Silva, 2000a; 2000b).

Scheßl (1997), estudando a flora e a vegetação no Pantanal de Poconé, registra

na área da Fazenda Ipiranga a ocorrência de orquídeas de hábito terrestre: Galeandra

styllomisantha (Vell.) Hoehne (1952) (= sinonímia de G. juncea Lindl. (1838)),

Habenaria aricaensis Hoehne (1915), Sarcoglottis hassleri (Cogn.) Schltr.,

anteriormente registrada para o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraguai (Pabst e

Dungs, 1975-77), Habenaria sp, e ind. spp. (5).

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Já no Plano de Conservação da Bacia do Alto Paraguai (PCBAP), 31 gêneros e

cerca de 43 espécies de orquídeas estão listadas para as áreas de amostragem no Estado

de Mato Grosso (Brasil, 1997).

Em estudo realizado em Cáceres, numa área de 5 hectares de cerrado, Amaral

(1998) registra cerca de 50 espécies de forófitos (árvore-suporte) e oito espécies de

orquídeas epífitas para a serra do Facão.

Usando abordagem econômico-ecológica numa área de 188 ha, para tratar da

explotação2 do calcário e da conservação das orquídeas, Anjos-Silva (1999) registra seis

espécies de orquídeas (epífitas) nativas associadas a dezoito espécies de árvores-suporte

para a serra do Quilombo, na Província Serrana de Cáceres.

Dubs (1998) efetua uma revisão da literatura concernente às orquídeas e do

material biológico coletado em Mato Grosso, depositado em herbários. No Brasil,

vasculha sistematicamente o Museu Botânico Municipal (MBM) de Curitiba, no Paraná,

e, no exterior, os herbários de Zurique (Suíça), de Estocolmo (Suécia), e parcialmente

os herbários de Kew (Inglaterra) e de Edimburgo (Escócia). Assim, com propriedade,

avalia a flora orquidológica do Estado como detentora de 73 gêneros e cerca de 233

espécies (dos quais 27 gêneros e 83 espécies estão listados os tipos) – elevando assim a

riqueza de espécies reconhecidas anteriormente para a região (Hoehne, 1915; Sampaio,

1916; Hoehne e Kuhlmann, 1951).

Este trabalho teve como objetivo contribuir para o conhecimento sobre a

ecologia e a conservação da flora orquidológica nativa em Mato Grosso, em especial no

tocante aos hábitats ocupados pelas orquídeas na região do Alto Pantanal.

MATERIAL E MÉTODOS

A baía do Malheiros é sazonalmente alagável, e localiza-se em área da margem

esquerda do rio Paraguai nas coordenadas geográficas de 16o03’461’’ de latitude Sul e

57o41’170’’ de longitude Oeste, em Cáceres, região sudoeste de Mato Grosso. Para

amostrar as orquídeas na vegetação de cerradão semidecíduo e na mata alagável foi

2 Do grego explotatione, que se refere ao uso econômico de um dado recurso natural.

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aplicado o método de quadrados contíguos (Ludwig e Reynolds, 1988) usando-se um

transecto em faixa (32 blocos de 10 m x 100 m), obtendo-se dados sobre o parâmetro

densidade populacional e o estatístico freqüência de Orchidaceae em uma área de 3,2

hectares, localizada a cerca de 1 km do cais do porto da cidade (FIG. 1). N.M.

FIG. 1. Mapa de localização da baía do Malheiros no Pantanal de Cáceres (16o03’461’’

de latitude. Sul - 57o41’170’’ de longitude Oeste), na região sudoeste do Estado

de Mato Grosso.

As flores das orquídeas foram coletadas e preservadas em meio líquido, com

álcool 70%, etanol (álcool etílico), solução de Wischerchener e FAA (formalina-ácido

acético), cf. Bicalho (1988). Já as espécies, classificadas de acordo com Dressler (1982),

foram fotografadas nos hábitats, coletadas para montagem de exsicatas botânicas, e por

meio da conservação “ex-situ” foram cultivadas em orquidário (n. º col. EJAS 001-334)

e testadas, experimentalmente, em vasos e troncos de árvores nativas de cerrado (cultivo

ex-situ), no período de 1995 a 1997, no Orchidacearum Matogrossensis - Orquidário da

UNEMAT-FNMA/MMA.

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No texto e/ou nas figuras (exsicatas, tabulas), após o nome das espécies de

orquidáceas registradas nesse estudo são informados dados acerca da descrição da

planta na literatura.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram catalogadas seis espécies de orquídeas – todas de hábito epifítico –

registrando-se um total de 294 indivíduos nos 3,2 hectares amostrados. Tem destaque

Oncidium cebolleta, espécie que apresenta a maior densidade populacional e a maior

freqüência na área amostrada (Tabela 1), ocorrendo no ecótono cerradão semidecíduo –

mata e submata alagável pelo rio Paraguai.

O. ceboletta (FIG. 2) possui ampla área de distribuição geográfica, ocupando

desde os campos cerrados ou “tabuleiros” do Nordeste brasileiro (Pereira, 1981), o

cerrado do planalto central (Salles e Lima, 1990) até a floresta amazônica (Silva, 1997),

sendo catalogada por Pabst e Dungs (1975-77) para o Acre, Amazonas, Roraima, Pará,

Piauí, Pernambuco, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, e ainda

Argentina, Suriname, Venezuela, América Central e México. Esta espécie, como

aludido por Pabst e Dungs (1975-77), possui várias sinonímias: O. juncifolium (L.)

Lindl., O. longifolium Lindl., O. brachyphyllum Lindl., O. cepula Hoffmsgg, O. sprucei

Lindl., O. glaziovii Cogn., O. ottonis Rchb.f ex Krzl., O. humboldtii Schltr., O.

ultrajectinum Pulle. Dos indivíduos catalogados, no cerradão foi registrada a presença

de 85 orquídeas (28,95%) enquanto que 171 estavam presentes nas matas inundáveis, e

ainda 38, na “cordilheira”, na faixa de transição de solos-vegetação (ecótono) entre o

cerradão semidecíduo e as matas perenifólias sazonalmente alagáveis (FIG. 3).

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TABELA 1. Orquídeas registradas em 3,2 hectares no ano de 1995 em uma área de ecótono de cerradão – mata alagável na baía doMalheiros (Pantanal de Cáceres, Mato Grosso).

Taxa de OrchidaceaeHábitats n Número de

quadradospresentes

DAindivíduos por

hectare

DR%

Fr%

1. Campylocentrum tenue (Lindley) Rolfe (1903)Epidendroideae/Vandeae/Sarcanthinae, Campylocemtrum Bth.

III 1 1 0,31 0,34 0,03

2. Catasetum saccatum Lindley (1846)

Epidendroideae/ Vandeae/Catasetinae, Catasetum L. C. Rich.

I – II – III 25

4+8+13

6 7,81 8,50 18,75

3. Encyclia amicta (Lind. e Rchb.f) Schltr. (1919)

Epidendroideae/Epidendreae/Laeliinae, Epidendrum L.

I 21 4 6,56 7,14 12,50

4. Notylia barkeri Lindley

Orchidoideae/Oncidiinae, Notylia Lindl.

I 14 7 4,37 4,76 21,87

5 Oncidium cebolleta (Jacq.) Sw. (1800)

Epidendroideae/Vandeae/Oncidiinae, Oncidium Sw.

I – II – III 184

25+31+128

19 57,50 62,58 59,37

6. Trichocentrum mattogrossensis Hoehne (1910)

Epidendroideae/Vandeae/Oncidiinae, Trichocentrum Poepp. eEndl.

II – III 49 5 15,31 16,66 15,62

Total 294 32 92 99,99 -

Hábitats: I – cerradão; II – mata alagável; III – submata alagável.n = número de indivíduosDA = densidade absoluta (número de indivíduos por unidade de área)DR = dens. relativa (razão entre a DA de uma espécie e a somatória das outras spp. numa mesma área)Fr = freqüência (número de ocorrências em relação ao número total de amostras)

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FIG. 2. Exsicata de Oncidium cebolleta (Jacq.) Sw., in Vet. Akad. Handl. 21 (1800) -espécie coletada em hábitat de cerradão xerófilo em Cáceres (MT);características morfológicas: pseudobulbos com folhas roliças, com 35 cm x2,0 cm; haste floral: 56 cm; flores: 1,5 cm x 1,5 cm. Foto: E.J. Anjos Silva(1999). (HC-IB/UFMT n.º 18.364).

FIG. 3. Área de ecótono entre o cerradão semidecíduo e a mata perenifólia inundadapelo rio Paraguai (Pantanal de Cáceres) evidenciando a vegetação de cerradosobre uma cordilheira (cordões arenosos, de antigos diques marginais). Aocentro, a famosa aroeira, Myracrodruon urundeuva (Engl.) Fr. All.(Anacardiaceae) Foto: E.J. Anjos Silva (1996).

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Catasetum saccatum é uma espécie que registra maior freqüência e densidade

específica na área de transição vegetacional entre a mata alagável e o cerradão

semidecíduo, com aparente maior associação com certas árvores da mata alagável,

como a ‘parada’ Pouteria glomerata (Miql.) Radlk. (Sapotaceae) e a ‘pimenteira’

Licania parviflora Benth. (Chrysobalanaceae), onde uma única árvore-suporte

(“morta”) servia de substrato a treze indivíduos. Para essa espécie de orquidácea, cuja

distribuição geográfica atinge o Amazonas, Pará, Acre e Mato Grosso (Pabst e Dungs,

1975), foi registrado pelo autor na área estudada plantas com flores masculinas (FIG. 4),

plantas com flores femininas (FIG. 5), e ainda registrando-se (dois) indivíduos de C.

saccatum var. chrystianum (FIG. 6).

Já Encyclia amicta (= E. linerifolioides Krzl; E. bicornuta Brade), espécie

catalogada por Pabst e Dungs (1975) para o Pará, Alagoas, Minas Gerais, Goiás e Mato

Grosso (FIG. 7), e que possui uma área de distribuição geográfica abrangendo desde a

região de Missiones, na Argentina, até a Venezuela (Castro Neto, 1998), foi registrada –

somente para o cerradão amostrado, assim como Notylia barkeri, espécie já catalogada

para o Amazonas, Pará, Pernambuco, América Central e México (Pabst e Dungs, op.

cit.).

Trichocentrum mattogrossensis, uma das várias espécies descritas por Hoehne

(1910) quando dos trabalhos desenvolvidos junto à ‘Comissão Rondon’ em Mato

Grosso, e Campylocentrum tenue (FIG. 8), registrada para Mato Grosso e Pará (Pabst e

Dungs, 1975), ocorrem na mata alagável, sendo essa última, todavia, restrita à submata

alagável - e indicada aqui como espécie rara para a região.

O vetor de observações do número de orquídeas em cada unidade de amostra

(1.000 m2) dos 3,2 ha estudados, ao longo dos 320 m do transecto em faixa, é o

seguinte:

X = (28 8 7 4 34 6 29 12 41 7 35 9 7 2 9 8 7 0 4 2 0 0 0 4 12 2 5 0 20 0 0 0) = 294 (1995)

X= (0 2 4 0 0 0 0 4 0 5 22 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 5 0 2 0 0 0) = 44 (1996)

14

FIG. 4. Catasetum saccatum Lindley, in Bot. Reg. 26 (1840) 76 Fonte: Hoehne (1942), in Flora Brasílica XII, VI, tabula n.º 52, forma masculina.

FIG. 5. Catasetum saccatum Lindley, in Bot. Reg. 26 (1840) 76Fonte: Hoehne (1942), in Flora Brasílica XII, VI, tabula n.º 53, forma feminina.

15

FIG. 6. Catasetum saccatum Lindley var. chrystianum (Reichb. F.) Mansf., in Mart. Fl.Bras., vol. XII : 6 (1942) 94.Fonte: Hoehne (1942), in Flora Brasílica XII, VI, tabula n.º 54 .

FIG. 7. Exsicata de Encyclia amicta (Linden e Rchb.f) Schltr., in Fedde Repert. Beih. 6(1919) 74; planta coletada na Serra do Quilombo, em Cáceres (MT);características morfológicas: folhas: 29 cm x 0,7 cm; pseudobulbos: 3,5 cm x 2,5cm; haste floral: 37 cm; flores: 3,5 cm x 2,5 cm. Foto: E.J. Anjos Silva (1999).(HC-IB/UFMT n.º 18.344).

16

FIG. 8. Campylocentrum tenue (Lindl.) Rolfe, in Orch. Rev. 11 (1903) 246 (= Angraecum tenue Lindl.). Foto: E.J. Anjos Silva (1995), Pantanal de Cáceres, MT. A seta indica as váriascápsulas formadas em julho.

CONCLUSÕES

Em termos da riqueza de espécies na área de estudo, foi registrada a ausência de

C. tenue e T. mattogrossensis - na área de estudo, em mata e submata alagável e que

apresentava a segunda maior densidade relativa - e ainda uma drástica redução da

densidade absoluta e relativa das seis espécies de orquídeas registradas, de cerca de 92

indivíduos por hectare em 1995 para apenas dezesseis indivíduos por hectare, em 1996.

É provável que as orquídeas catalogadas na área de estudo foram retiradas por

“coletores-colecionadores”, além de sofrerem com os impactos decorrentes do

desflorestamento causado pelo crescente processo de expansão imobiliária nas áreas de

cerrado que margeiam as matas alagáveis pelo rio Paraguai.na região.

Já no segundo ano de observações em campo, nos 3,2 ha restaram apenas quatro

indivíduos de C. saccatum; dois, de E. amicta; três de N. barkeri, enquanto 35

indivíduos para O. cebolleta. Os dados podem apontar uma certa tendência à extinção

17

local, num cenário natural onde as matas e os campos e as orquídeas estão sumindo na

bacia do rio Paraguai.

Nesse aspecto, em termos globais, no que tange à vulnerabilidade de espécies à

extinção, cerca de 1.779 estão listadas dentre as categorias da IUCN no Red List of

Threatened Plants, sendo que destas 21 espécies estão extintas (Ex); dezesseis, em

possível extinção (Ex/E); 329, ameaçadas (E); 532, vulneráveis (V), 650, consideradas

raras, e, 265, indeterminadas quanto à possível extinção na natureza (IUCN, 1997,

WCMC, 1997). Todavia, nenhuma das seis espécies de orquídeas catalogadas nesse

estudo está presente na referida lista vermelha: mas isso não assegura o risco de não se

tornarem espécies vulneráveis.

AGRADECIMENTOS

Ao Dr. Mathias Wantzen, pelo empréstimo de equipamentos de campo

(máquinas fotográficas e binóculos).

Ao professor Edson de Moraes IB/UFMT, pela amizade, e por doar um volume

da obra ‘Flora Brasilica’, do braslieiro Frederico C. Hoehne (1942).

Ao Fundo Nacional do Meio Ambiente FNMA/MMA (Conv. 104/92, Proc.

0976/94).

A J. Roberto Viana, pela elaboração do mapa da área de estudo.

18

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