Post on 12-Dec-2018
POJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
PROJETO PEDAGÓGICO
DO CURSO DE
LETRAS
São João da Boa Vista - SP
2014
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PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
PROFESSORES ELABORADORES DO PROJETO PEDAGÓGICO DO
CURSO DE LETRAS DO UNIFEOB
Profª Me. Márcia Mariza Belli– Mestre
Coordenador do Curso de Letras do UNIFEOB
Ana Cristina Salviato Silva - Doutora
Elisabete Brockelmann de Faria- Doutora
Helga Hinkenickel Reinhold- Doutora
Patrícia Gomes Furlanetto - Doutora
Regina Célia de Carvalho Paschoal Lima- Mestre
Docentes do Curso de Letras do UNIFEOB
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PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
Todo projeto supõe rupturas com o presente e promessas para
o futuro. Projetar significa tentar quebrar um estado confortável
para arriscar-se, atravessar um período de instabilidade e
buscar uma nova estabilidade em função da promessa que
cada projeto contém de estado melhor que o presente. Um
projeto educativo pode ser tomado como promessa frente a
determinadas rupturas. As promessas tornam visíveis os
campos de ação possível, comprometendo seus atores e
autores. (Moacir Gadotti).
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PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
Missão e Valores do UNIFEOB
A missão do UNIFEOB é “educar gerações, atuar na comunidade com
responsabilidade social e influir no desenvolvimento regional, valorizando a
ética, a cidadania, a liberdade e a participação.”
Os valores que orientam o UNIFEOB são a dignidade do ser humano, o
pluralismo democrático, a transparência e responsabilidade nas relações
institucionais e comunitárias, o respeito à individualidade e diversidade de
ideias, o espírito de equipe e criatividade, além do compromisso com o meio
ambiente.
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PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
SUMÁRIO APRESENTAÇÃO .............................................................................................. 8
1 A INSTITUIÇÃO .............................................................................................. 9
1.1 DENOMINAÇÃO E ENDEREÇO .............................................................. 9
1.2 HISTÓRICO .............................................................................................. 9
1.3 ESPAÇO FÍSICO .................................................................................... 95
1.4 MISSÃO .................................................................................................. 96
1.5 OBJETIVOS INSTITUCIONAIS .............................................................. 98
1.6 INSERÇÃO REGIONAL ....................................................................... 199
1.7 PERFIL DO MUNICÍPIO DE SÃO JOÃO DA BOA VISTA ..................... 20
2 O PROJETO PEDAGÓGICO INSTITUCIONAL: ......................................... 222
FORMAÇÃO POR COMPETÊNCIAS ............................................................ 222
2.1 PROCEDIMENTOS PEDAGÓGICOS .................................................. 244
2.1.1 Contextualização ............................................................................ 244
2.1.2 Organização curricular e planejamento .......................................... 266
2.1.2.1 Diagnóstico ................................................................................. 277
2.1.2.2 Elaboração da estrutura: a organização das matrizes curriculares
................................................................................................................ 288
2.1.2.3 Implantação: atividades e metodologias ....................................... 29
2.1.2.4 Coordenação de curso e corpo docente ..................................... 311
2.1.2.5 Acompanhamento: Gestão Do Curso .......................................... 322
2.1.2.6 Avaliação de desempenho e da formação dos alunos .................. 33
2.1.2.7 Avaliação do desenvolvimento dos cursos .................................. 355
2.1.2.8 Trabalho de conclusão de curso (tcc) ........................................... 37
2.2 ARTICULAÇÃO ENTRE OS PPC, PDI E O PPI ..................................... 39
2.3 GESTÃO INSTITUCIONAL: ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA ....... 411
3 IDENTIFICAÇÃO DO CURSO .................................................................... 455
3.1 IDENTIFICAÇÃO LEGAL DO CURSO .... Erro! Indicador não definido.5
3.2 JUSTIFICATIVA, HISTÓRICO, CONCEPÇÃO DO CURSO .............. Erro!
Indicador não definido.
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PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
3.2.1 HISTÓRICO ......................................... Erro! Indicador não definido.9
3.2.2 JUSTIFICATIVA .................................................................................. 50
4 PRINCIPIOS NORTEADORES DO CURSO .. Erro! Indicador não definido.6
4.1 REQUISITOS DE ACESSO AO CURSO ................................................ 60
5 PERFIL PROFISSIOGRÁFICO DOS EGRESSOS ....................................... 61
5.1 COMPETÊNCIAS E HABILIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS PELO
CURSO DE LETRAS .................................................................................... 64
5.1.1 Objetivos .......................................................................................... 64
5.1.2 competências gerais do Curso Letras .............................................. 64
5.1.3 competências e habilidades pedagógicas do curso de Letras ........ 66
5.1.4 competências e habilidades específicas do curso de Letras ............ 67
6 PERFIL DO DOCENTE, COORDENAÇÃO E NDE .................................... 688
6.1 PERFIL DOCENTE ............................................................................... 688
6.1.1 Corpo Docente atual ........................................................................ 72
6.2 COORDENAÇÃO DE CURSO ............................................................... 75
6.3 COMPOSIÇÃO DO NÚCLEO DOCENTE ESTRUTURANTE ................ 76
7 METODOLOGIA DO CURSO ....................................................................... 78
8 ORGANIZAÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA ................................................. 81
8.1 Adequação da metodologia de Ensino à Concepção ........................... 81
8.2 Inter-relação das unidades de estudo na concepção e execução do
currículo ........................................................................................................ 82
8.3 Currículo ............................................................................................... 82
8.3.1 MATRIZ CURRICULAR ....................................................................... 85
8.3.2 Estrutura Curricular ......................................................................... 89
8.3.3 EIXO BÁSICO, EIXO ESPECÍFICO E EIXO COMPLEMENTAR
...................................................................................................................... 91
8.3.4 Eixo Específico ................................................................................. 92
8.3.4.1 Ementas e Bibliografias Básicas do Eixo Específico ..................... 95
8.3.5 Eixo complementar ........................................................................ 103
8.3.5.1 Ementas e Bibliografias Básicas do Eixo Complementar: ........... 103
8.3.6 Eixo para Formação Pedagógica .................................................. 105
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PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
8.3.6.1 Ementas e Bibliografias Básicas do Eixo de Formação de
Pedagógica ............................................................................................. 105
8.4 NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ............................................ 112
8.4.1 Tutoria ............................................................................................ 112
8.4.2 Infraestrutura e processos de acompanhamento dos alunos ......... 113
8.4.2.1 Rede e equipamentos ................................................................. 113
8.4.2.2 Acompanhamento e Apoio aos Alunos ................................. 114114
9 AS ATIVIDADES PRÁTICAS ...................................................................... 115
9.1 ESTÁGIO SUPERVISIONADO ............................................................ 116
9.1.1 Objetivos do Estágio Supervisionado ............................................. 117
9.1.2 Formato dos Estágios .................................................................... 118
9.2 ATIVIDADES DE PESQUISA ..................................................................120
9.3 TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ........................................ 126
9.3 ATIVIDADES COMPLEMENTARES.................................................... 132
9.5 ATIVIDADES DE EXTENSÃO NA ÁREA DE LETRAS........................ 135
10 ATIVIDADES DE ATENDIMENTO E APOIO ACADÊMICO AOS
DISCENTES ............................................................................................... 13737
10.1 ATIVIDADES DO PROGRAMA DE NIVELAMENTO ...................... 13737
10.2 ATIVIDADES DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE ATENÇÃO AO
ESTUDANTE .......................................................................................... 13838
11 RECURSOS HUMANOS E INFRAESTRUTURA. ................................. 14039
11.1 RECURSOS HUMANOS PARA ADMINISTRAÇÃO DO CURSO .. 14039
11.1.1 Colegiado do Curso .................................................................. 14040
11.1.2 Corpo Técnico .......................................................................... 14141
11.2. RECURSOS FÍSICOS ................................................................... 14242
11.2.1 Laboratórios de INFORMÁTICA .............................................. 14343
11.2.2 Biblioteca ................................................................................. 14343
12 AVALIAÇÃO .......................................................................................... 14646
12.1 AVALIAÇÃO DO ENSINO APRENDIZAGEM ................................. 14646
12.2 AUTO AVALIAÇÃO DO CURSO .................................................... 14949
12.3 AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL ....................................................... 15050
12.4 AVALIAÇÃO DO PROJETO PEDAGÓGICO .................................. 15151
12.5 CRITÉRIOS DE PROMOÇÃO, RETENÇÃO E DEPENDÊNCIAS .. 15252
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PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................... 15454
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PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
APRESENTAÇÃO
O Projeto Pedagógico do Curso de Letras do Centro Universitário
Fundação de Ensino “Octávio Bastos” – UNIFEOB - é o documento que
imprime a direção, especificidades e singularidades, além de apresentar, de
forma clara, o funcionamento do curso, suas prioridades e estratégias de
trabalho.
O ensino de graduação, voltado para a construção do conhecimento
e formação de profissionais, não pode pautar-se por uma estrutura curricular
rígida. Assim, a flexibilização curricular é condição necessária à efetivação de
um projeto de pedagógico de qualidade.
A elaboração participativa desse Projeto Pedagógico pretende fazer
com que cada um dos envolvidos no Curso de Letras se torne intrinsecamente
ligado pelo desafio que representa a construção e a ação universitária. Sua
caracterização, vitalidade, avaliação e atualização dependerão do
compromisso coletivo com o que nele está proposto e com as transformações
da universidade e da sociedade.
A comunidade acadêmica do Curso de Letras, assim como a de
todos os cursos (licenciaturas, bacharelados e tecnólogos), desejando
contribuir para a sustentação de prioridades educacionais e com um senso de
empreendimento e determinação em pensar constantemente sobre suas
próprias ações, apresenta este Projeto Pedagógico como resultado de amplos
debates e reuniões acadêmicas. Tal documento norteará, a partir deste ano
(2014), as ações do curso com base nas aspirações coletivas.
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PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
1 A INSTITUIÇÃO
1.1 DENOMINAÇÃO E ENDEREÇO
FEOB – Fundação de Ensino Octávio Bastos (Mantenedora)
UNIFEOB – Centro Universitário da Fundação de Ensino Octávio Bastos
Campus I – Centro
Rua General Osório, 433, Centro - São João da Boa Vista - SP - Brasil
(19) 3634-3300
Campus II
Avenida Dr. Octávio Bastos, 2439, Jardim Nova São João - São João da Boa
Vista - SP - Brasil
(19) 3634-3200
Endereço de página na WEB: www.unifeob.edu.br
1.2 HISTÓRICO
A Fundação de Ensino Octávio Bastos (FEOB) é uma entidade de direito
privado, sem fins lucrativos, mantenedora do Centro Universitário – UNIFEOB.
Localizada em São João da Boa Vista - SP, a Instituição foi fundada em
04 de novembro de 1965, com o nome de Fundação Sanjoanense de Ensino,
por um grupo de cidadãos liderados por Octávio da Silva Bastos, à época
prefeito da cidade, conforme escritura lavrada no Livro de Notas n. 199, fls.
29/40, do 1º Cartório de Notas e Anexos, devidamente protocolada sob n.
6.790, registrada sob o n. 133, do Livro Sociedade Civil, em 23/08/1968.
A primeira faculdade implantada foi a de Direito, em 1967, reconhecida
em 1972, cujo diretor foi o Dr. Octávio da Silva Bastos.
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PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
Em 1971, foi implantada a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras,
com os cursos de licenciatura em Pedagogia, Letras, Matemática e Ciências
Sociais, com reconhecimento em 1977. Desde aquela época, já havia a
preocupação dos dirigentes em atuar fortemente na formação de professores.
Em 1973, entrou em funcionamento a Faculdade de Ciências Contábeis
e Administrativas, cujo reconhecimento ocorreu em 1977.
A Faculdade de Medicina Veterinária iniciou suas atividades em 1987,
sendo reconhecida em 1992.
Em outubro de 2001, foi autorizada, pela portaria nº 2201, a abertura do
curso de bacharel em Ciências Biológicas, que entrou em funcionamento em
2002. Neste mesmo ano, foram autorizados mais três cursos, que passaram a
funcionar em 2003: pela portaria nº 2200, o curso de Bacharel em
Enfermagem; pela portaria nº 950, o curso de Bacharel em Fisioterapia e pela
portaria nº 837, o curso de Bacharel em Sistemas de Informação.
Ainda em 2002, com seu crescimento e a integração de seus cursos,
houve mudanças em seu estatuto e, juntos, os cursos de graduação e de pós-
graduação passaram a compor as FIFEOB – Faculdades Integradas da
Fundação de Ensino Octávio Bastos.
Em dezembro de 2003, depois de atender a todas as exigências do
MEC, as FIFEOB conquistaram o status de Centro Universitário. Assim, foi
adotado o nome UNIFEOB – Centro Universitário da Fundação de Ensino
Octávio Bastos.
No dia 24 de abril de 2004, o UNIFEOB passou a integrar o seleto grupo
de instituições de ensino superior, reconhecido, por seu trabalho comunitário,
como uma das 45 entidades filiadas à ABRUC- Associação Brasileira das
Universidades Comunitárias, dentre mais de 1600 escolas de ensino superior
do Brasil.
Com a autonomia concedida pelo MEC, em 2005 foram oferecidos os
cursos de licenciatura em História, Geografia, Química, Física e Ciências
Biológicas.
Em 2007, foram iniciados nove Cursos de Superiores de Tecnologia:
Comércio Exterior, Gestão Ambiental, Gestão da Qualidade, Gestão de
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PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
Recursos Humanos, Gestão Pública, Logística, Marketing, Processos
Gerenciais e Agronegócios.
Em 2013, após uma reestruturação financeira, foram abertos os cursos
de Bacharelado em Engenharia Agronômica, Engenharia Civil e Arquitetura e
Urbanismo, além da reabertura dos cursos em licenciatura que, por motivos
financeiros, haviam sido encerrados entre 2011 e 2012.
Em seu processo de expansão, criou, em 2013, o Núcleo de Educação a
Distância (NEaD).
O UNIFEOB mantém diversos cursos de Pós-Graduação nas áreas de
Gestão (MBA) e Educação, além da Universidade da 3ª Idade; esta última, uma
das pioneiras no Brasil, funcionando desde 1999.
Em 2014, no UNIFEOB estão matriculados por volta de 5000 alunos de
São João da Boa Vista e região, também de vários estados do País,
distribuídos entre 28 cursos de graduação (licenciatura, bacharelado e
tecnólogo); 2 de pós-graduação; diversos cursos de extensão (presencial e on-
line), além de cursos técnicos.
Para atender a demanda por informações dessa comunidade acadêmica
e da população em geral, o UNIFEOB possui duas bibliotecas: no Campus I,
localiza-se a Biblioteca Central e, no Campus II, a Biblioteca Setorial.
O acervo é formado por 46.000 títulos, entre livros, obras de referência,
dicionários, enciclopédias, atlas, compêndios, periódicos nacionais e
internacionais, monografias, teses, multimídia, mapas geográficos e históricos.
Os serviços oferecidos pelo Sistema de Bibliotecas dispõem de acesso
informatizado à base de dados, de empréstimos e renovações online,
pesquisas bibliográficas, reservas de livros, pedidos de obras de comutação
bibliográfica – COMUT -, além de salas de estudo e modernos computadores
com internet. Ainda contemplando a busca de informações que possam
melhorar o aprendizado, os alunos contam com o Sistema Pergamum,
plataforma de consulta online ao acervo físico do UNIFEOB; a Biblioteca Virtual
3.0 (Pearson); a Minha Biblioteca (Saraiva) e links de periódicos on line como a
Revista dos Tribunais.
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PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
Com o objetivo de facilitar a inclusão social de pessoas com deficiência
visual, funciona, junto à Biblioteca Central, a Biblioteca Braille, cujo espaço é
adaptado ao bem estar das pessoas com deficiência visual e outros tipos de
deficiência. Com apoio da Fundação Dorina Nowill e do Projeto Laura, o acervo
da biblioteca conta com obras impressas em Braille e em formato digital.
Também se preocupando com inserção, o UNIFEOB mantém um Núcleo
de Desenvolvimento e Inovação, que tem por objetivo oferecer aos
universitários um estímulo para aprimorar os conhecimentos e obter uma
qualificação profissional séria e de consistente que lhe abra portas no mercado
de trabalho. Para tanto, mantém convênios com empresas e entidades de toda
a região, muitas delas reconhecidas nacionalmente, como o SEBRAE e a
UNILEVER, para os cursos na área de Negócios, e o Complexo Damásio de
Jesus, para os alunos do curso de Direito.
Modernas tecnologias de informação e comunicação (TICs) foram
implementadas, potencializando o processo de ensino-aprendizagem, uma vez
que funcionam como ferramentas facilitadoras e integradoras das estratégias
metodológicas adotadas. Entre as tecnologias, destacam-se a utilização do
AVA (Ambiente Virtual do Aluno), uma evolução da plataforma Moodle, para a
disponibilização de materiais didáticos, exercícios e vídeo-aulas, envio e
desenvolvimento de atividades. Ainda no AVA disponibilizam-se cursos de
aprimoramento nas áreas de Português, Matemática, Inglês, Educação
Ambiental, Africanidade, Cultura indígena, Libras e Administração do tempo.
Outro grande trunfo do UNIFEOB é a parceria com a UNESP
(Universidade Estadual Paulista), que utiliza as instalações do campus II,
possibilitando um intercâmbio entre alunos e professores de ambas as
instituições.
O UNIFEOB é credenciado junto ao Novo FIES e PROUNI, assim como
ao Programa do Governo Estadual – Escola da Família.
Porém, sem dúvida alguma, o grande diferencial acadêmico do
UNIFEOB situa-se no corpo docente, altamente qualificado e engajado no
mercado de trabalho, e no novo Projeto Pedagógico, baseado na formação por
competências, descrito mais adiante.
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PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
Além das atividades acadêmicas, o UNIFEOB desenvolve, com
participação dos docentes, discentes e colaboradores administrativos, vários
projetos de extensão e de ações sociais e culturais, que atendem a
comunidade extra-muro da Instituição; o que lhe confere anualmente o selo de
instituição socialmente responsável, certificado pela Associação Brasileira das
Mantenedoras de Ensino Superior – ABMES.
Dentre eles, podem-se destacar, à guisa de exemplo:
- O Projeto Laura, criado em 2002, tem por função promover a
integração social de pessoas com deficiência visual, por meio do método
Braile, que inclui leitura e escrita. Realiza ações como capacitação
profissional com a inclusão digital, aulas de Braile, programas de divulgação,
estágios, inclusão nas empresas da região, workshops de sensibilização, entre
outras. Para os deficientes visuais e todos os interessados, o Projeto Laura
oferece, desde 2009, o curso de Braille, que emite certificado como curso de
extensão.
- O Projeto Equoterapia, também iniciado em 2002, tem como sede a
Fazenda Escola do UNIFEOB. Envolve alunos de Fisioterapia, Medicina
Veterinária e Pedagogia que, além de receber uma bolsa-estágio, adquirem
conhecimentos práticos e aperfeiçoam habilidades imprescindíveis para o
mercado de trabalho, como trabalhar em equipe, comemorar avanços, ter
tolerância, saber lidar com frustrações, além de desenvolver a empatia.
A Equoterapia é um método terapêutico que utiliza o cavalo dentro de
uma abordagem interdisciplinar, buscando o desenvolvimento biopsicossocial
de pessoas que apresentam deficiências como lesões cerebrais e raqui-
medular, autismo, síndrome de Down, síndrome de Rubenstein-Taybi,
síndrome de Angelman, paralisia cerebral, lesões provocadas em acidentes,
terceira idade, transtorno opositor e microcefalia.
- O Programa de relacionamento UNIFEOB tem por objetivo contribuir,
através de palestras, aplicação de testes de sondagem vocacional, visitas aos
campi etc, para a orientação profissional dos alunos do Ensino Médio
(principalmente 3º ano).
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PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
Destaca-se o “Universo UNIFEOB”, um evento anual frequentado por
alunos de escolas públicas e particulares de São João da Boa Vista e região,
ocasião em que cada curso do UNIFEOB apresenta aspectos interessantes de
sua proposta de ensino-aprendizagem, no intuito de auxiliar os egressantes do
Ensino Médio a decidirem sobre o prosseguimento de seus estudos.
- A Universidade da Terceira Idade teve seu início no ano letivo de 1992,
com a proposta de estimular e possibilitar a reinserção social da pessoa idosa,
permitindo-lhe acesso à educação continuada através da participação em
atividades educativas, socioculturais e de ação comunitária.
Sempre levando em conta o perfil dos participantes, a Universidade da
Terceira Idade, estruturada em encontros semanais, palestras, oficinas etc,
caracteriza-se como um espaço onde se discutem temas da atualidade,
trocam-se informações, atualizam-se conhecimentos, organizam-se teatros,
confraternizações, passeios etc, permitindo ao aluno trabalhar a autoestima,
integrar-se socialmente, além de experienciar novos desafios.
- O Projeto Um Olhar no Amanhã iniciado em agosto de 2014,
amalgamando uma proposta social de melhorar a qualidade de vida dos idosos
moradores do Lar Nossa Senhora de Lourdes, situado em Águas da Prata, e
uma proposta acadêmica de contribuir para a capacitação dos alunos no que
se refere ao gerenciamento de um lar para idosos em todos os seus aspectos,
propondo soluções para problemas e situações reais, ao mesmo tempo em que
possibilita aos envolvidos se desenvolverem como cidadãos atuantes,
socialmente comprometidos.
Sendo uma aplicação da missão e valores preconizados pelo UNIFEOB,
o projeto, que se dirige aos cursos de Medicina Veterinária, Agronomia,
Arquitetura, Enfermagem, Fisioterapia, Direito e Administração, almeja a
multiplicação da proposta para outras instituições de cuidados aos idosos.
Pela seriedade de suas propostas, - tanto para o âmbito acadêmico
como fora dele - pela qualidade de seus cursos e, consequentemente, da
formação de seus alunos; pelo pioneirismo de suas ações; por sua reverência à
tradição, associada à busca contínua de inovação em todos os seus processos,
o UNIFEOB conquistou, nestes seus quase 50 anos de história, respeito e
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PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
confiança, ocupando lugar de destaque dentre as mais importantes instituições
superiores da região.
1.3 ESPAÇO FÍSICO
A Instituição abriga dois campi.
No campus I, distribuídos em quatro prédios, localizam-se a secretaria
do vestibular, a biblioteca central, 04 laboratórios de informática, o escritório
modelo, o fórum escola, uma quadra poliesportiva, todos os setores
administrativos da instituição, além do Centro Cultural. Neles também se
encontram as salas de aula de cursos superiores de graduação e pós-
graduação, o estúdio do Núcleo de Educação à Distância, a Secretaria de pós-
graduação e a Central de atendimento do FIES.
No campus II, com área de 123 mil m2, alojados em nove edificações (15
mil m2 de área construída), estão instalados os laboratórios dos cursos da área
de Saúde, laboratórios de Informática, a biblioteca setorial, um moderno
hospital veterinário e a secretaria setorial. O campus II abriga cantinas, quadra
poliesportiva, estacionamentos e as salas de aula de cursos superiores de
graduação – licenciatura, bacharelado e tecnologia -, e dos cursos técnicos
oferecidos através do Pronatec; dispondo ainda de amplo espaço para os
novos cursos que a Instituição planeja oferecer.
Anexa à Santa Casa de Misericórdia “Dona Carolina Malheiros”,
localizada em São João da Boa Vista, o UNIFEOB mantém sua clínica-escola
para os alunos do curso de Fisioterapia, equipada com os mais modernos
aparelhos para as atividades práticas dos cursos e para atendimento da
comunidade.
Próximo ao campus II, em uma área com mais de 150 hectares, situa-se
a Fazenda Escola, onde são desenvolvidas atividades práticas e
interdisciplinares dos cursos de Medicina Veterinária, Ciências Biológicas,
Engenharia Agronômica, Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo,
Enfermagem, Fisioterapia, Pedagogia, Geografia, Gestão Ambiental, entre
outros.
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PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
1.4 MISSÃO
Acompanhando os rápidos e profundos movimentos de transição da
sociedade, em particular do mercado de trabalho e do desenvolvimento e
emprego de novas tecnologias, o UNIFEOB, em diversos momentos de sua
trajetória, passou por reformulações organizacionais significativas, tanto em
seus aspectos administrativos como acadêmicos.
Preparada para oferecer uma formação de excelência, a Instituição vem
enfrentando os novos desafios ao inovar e utilizar estratégias para
proporcionar, a seus alunos, a construção dos conhecimentos e das
competências que o profissional de nossos dias deve demonstrar para atender
às exigências crescentes da sociedade e das organizações que atuam em
ambientes cada vez mais complexos.
Projetos pedagógicos inovadores de seus cursos de graduação e pós-
graduação, adoção de novas tecnologias educacionais, qualificação e
atualização permanentes de seu quadro de funcionários em todos os níveis, de
ampliação e modernização de sua infraestrutura, relacionamento intenso com a
comunidade por meio de projetos de extensão e de prestação de serviços, são
algumas das ações que vêm sendo continuamente realizadas.
Fundamentado desde o início de sua formação nos valores de
responsabilidade ética e social, o UNIFEOB tem como proposta desenvolver
suas atividades educacionais num sentido amplo, contribuindo para a formação
de um cidadão e profissional imbuído de valores éticos que, com competência
técnica, atue no seu contexto, agindo nos mais diversos setores sociais.
A missão do UNIFEOB é educar gerações, atuar na comunidade com
responsabilidade social e influir no desenvolvimento regional, valorizando a
ética, a cidadania, a liberdade e a participação.
Desta forma, o UNIFEOB procura pautar suas atuações com base nos
valores de respeito à dignidade do ser humano, no pluralismo democrático, na
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PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
transparência de suas ações internas e externas, na responsabilidade em suas
relações institucionais e comunitárias, no respeito à individualidade e
diversidade de ideias, no espírito de equipe e na criatividade, além do
compromisso com o meio ambiente.
Em suma, as finalidades do UNIFEOB, inseridas em seu estatuto,
especificamente, em seu capítulo II, artigo 5º, são:
I - promover a educação integral do ser humano pelo cultivo do saber
nas áreas de conhecimento dos cursos que ministra;
II- incrementar, preservar e desenvolver a cultura por meio da
indissociabilidade das atividades de ensino, pesquisa, notadamente
como iniciação científica, e de extensão;
III - formar e aperfeiçoar profissionais, com vistas à sua realização,
valorização e ao desenvolvimento econômico, sócio-político, cultural e
espiritual do País;
IV - promover a pesquisa aplicada e iniciação científica;
V - promover a cultura, desenvolver a vida social dos alunos e manter
vivos os ideais de brasilidade e solidariedade humana;
VI - contribuir para o desenvolvimento harmônico e integral da
comunidade local, regional e nacional;
VII - atuar no campo da extensão, como forma de levar à comunidade os
valores e bens morais, culturais, científicos e econômicos, inerentes a
sua atividade educacional;
VIII - respeitar os valores morais, cívicos e religiosos, com vista ao
aperfeiçoamento da sociedade e à promoção do bem-estar comum;
IX - atuar na comunidade, assumindo postura crítica, livre e ética;
X - ser uma instituição democrática, comprometida com os princípios da
liberdade, responsabilidade, justiça e solidariedade humana.
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PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
1.5 OBJETIVOS INSTITUCIONAIS
Desde 1999, a comunidade das então Faculdades Isoladas e agora do
UNIFEOB realiza reuniões para definir e redefinir os "Objetivos e Metas" para a
Instituição. Alguns objetivos foram implantados desde então e outros são
sempre revistos. A transformação em Faculdades Integradas e, posteriormente,
em Centro Universitário criou os Órgãos Colegiados e estabeleceu um novo
fórum de discussão. Assim, o Conselho Universitário – CONSUNI - e o
Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão – CONSEPE - passaram a ser os
órgãos máximos de deliberação. Contando previamente com objetivos e metas
traçadas, busca-se, sistematicamente consolidar os Objetivos Gerais do
UNIFEOB a partir de todo o amplo processo de discussão que é sempre
travado dentro da Instituição na direção da consolidação de seu PDI.
Ao explicitar seus objetivos gerais, o UNIFEOB reafirma seu
compromisso com sua missão e seus valores e quer ser reconhecido como
uma instituição comunitária, sem fins lucrativos, inserida em seu meio e
preocupada com o cidadão egresso de seus cursos. Os objetivos priorizados
em seu ultimo PDI foram:
1. Proporcionar uma formação emancipatória, buscando as
consciências sociais, pessoais e profissionais, valorizando as dimensões
éticas, solidárias e estéticas;
2. Melhorar a qualidade de ensino e aprendizagem;
3. Consolidar o Centro Universitário como referência regional;
4. Diversificar apoios educacionais;
5. Implantar de políticas para a melhoria de instalações físicas
funcionais.
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PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
1.6 INSERÇÃO REGIONAL
A vocação regional do UNIFEOB abrange um conjunto de municípios
localizados no leste do Estado de São Paulo e sul do Estado de Minas Gerais,
tendo como extremos aproximados as cidades de Socorro, Itapira, Descalvado,
Porto Ferreira e Santa Rosa do Viterbo, no Estado de São Paulo; e Monte
Santo de Minas, Guaxupé, Alfenas, Varginha e Pouso Alegre, no Estado de
Minas Gerais. O eixo da região é composto pelas cidades de São João da Boa
Vista, Mogi Guaçu e Poços de Caldas. A extensão aproximada da área é de
33.000 km2, sendo que, em relação à cidade de São João da Boa Vista, a
maior distância é de 200 km.
O comprometimento do UNIFEOB com o desenvolvimento regional não é
propriamente uma novidade na história da Instituição, pois desde sua
fundação, há quase cinquenta anos, a Fundação de Ensino Octávio Bastos
busca oferecer, através de sua política de inserção, benefícios sócio-
econômico-culturais para a população residente na área regional de São João
da Boa Vista. As ações implantadas decorrentes desta política proporcionam,
entre outros:
• Utilização de suas bibliotecas (central e setorial), pela comunidade;
• Suporte técnico / logístico, apoiando a realização de ações de práticas
acadêmicas, bem como de campanhas de esclarecimento da população,
nas diferentes áreas de atuação da instituição, tais como Projeto de
Castração, Saúde Coletiva, Escritório Modelo, Fórum Escola, Projeto
Laura, Equoterapia, Clínica de Fisioterapia, Projeto de Reciclagem,
Veterinária Solidária e muitos outros mais;
• Priorização de postos de trabalho para a mão de obra local;
• Realização de projetos e trabalhos na área de educação através de
parcerias com prefeituras da região, Diretorias Regionais de Ensino e
instituições privadas de ensino básico.
• Convênios com o Sistema Único de Saúde e com a rede básica de
saúde do município e o desenvolvimento de diversos projetos de
extensão dentro de Centros de Convivência para dependentes químicos
21
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
e idosos.
• Parceria com o SEBRAE para o desenvolvimento de práticas
empreendedoras em diversas áreas e para toda a região.
1.7 PERFIL DO MUNICÍPIO DE SÃO JOÃO DA BOA VISTA
São João da Boa Vista dista 229 km do município de São Paulo, 123 km
do município de Campinas, 224 km do município de Franca e 39 km do
município de Poços de Caldas.
Segundo os últimos dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística
(IBGE), São João da Boa Vista conta com 83.312 habitantes. A economia
regional é mista, possui municípios com polos tecnológicos de referência
terceira nos setores industrial, agrícola, de ensino e de saúde, e municípios de
pequeno porte com características eminentemente rurais.
A rede de ensino básica conta com 66 instituições entre escolas públicas
e privadas, além das escolas profissionalizantes e de qualificação profissional,
como: Instituto Federal (antigo CEFET), SENAI e SENAC. O Índice de
alfabetização do município ultrapassa 94% do total de habitantes e o IDH de
São João da Boa Vista colocam-no em 15ª posição entre os 645 municípios do
Estado de São Paulo e ocupa a 54ª melhor posição do IDH no Brasil. Desde a
criação do curso de Pedagogia (1971) pela então Fundação Sanjoanense de
Ensino, o município de João da Boa Vista vem oferecendo à região um grande
número de profissionais para educação básica. Nesse sentido, a reorganização
das licenciaturas vem dar continuidade a já um perfil regional, isto é, o de
formar professores para toda a região em torno do município.
Na área da saúde, o município é sede da Direção Regional do Sistema
Único de Saúde (SUS) e atende 20 municípios. Mantém um hospital Geral
(Santa Casa de Misericórdia), com 249 leitos operacionais sendo 144 deles
conveniados SUS, 88 de outros convênios e 10 de UTI; além de atendimentos
especializados; um Hospital Cooperado (Unimed Leste Paulista) com 54 leitos;
22
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
1 Centro de Diagnóstico e Tratamento Oncológico; e Centros Diagnósticos
privados com recursos de Tomografia Computadorizada, Mamografia,
Ressonância Magnética, dentre outros.
O município possui, ainda, um asilo, cinco centros de convivência de
idosos, oito creches, dois Centros de convivência de dependentes químicos,
um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e um Centro de Atenção
Psicossocial para Dependentes Químicos (CAPSAD).
A Rede Básica de Saúde municipal possui treze Unidades Prestadoras
de Serviço, sendo seis UIS (Unidade Integrada de Saúde) no modelo
convencional e seis Unidades de Estratégia de Saúde da Família (ESF) que
contam com agentes comunitários, odontologia preventiva, atendimento ao pré-
natal e puerpério, pacientes cardíacos e diabéticos. Tem cadastrado um Pronto
Socorro Municipal, e os Serviços de Radiologia Clínica, Serviço de
Atendimento Médico de Urgência (SAMU), Imunização, Remoção de Pacientes
e Vigilância Sanitária e Epidemiológica.
Na área de negócios, segundo a Associação Comercial e Empresarial e
o IBGE, o município conta com aproximadamente 400 indústrias em diversos
setores (metalurgia, química, álcool e açúcar, plástico, entre outros), 1.400
prestadores de serviços, 40 empresas ligadas ao agronegócio e 10 agências
bancárias, além de ter mais de 2.000 estabelecimentos comerciais, num total
de 4127 empresas cadastradas.
São João da Boa Vista também se destaca em seu perfil agrícola, com
produção de milho, café, feijão e cana-de-açúcar. Contando com 13
agropecuárias, 20 empresas cerealistas e 07 empresas de diversos produtos
agrícolas (café, batata, milho entre outros) Na pecuária, o principal produto é
gado de corte, mas mantém também a produção de gado leiteiro.
Enfim, tais setores direcionam e mantém São João da Boa Vista como
um centro regional de desenvolvimento econômico, gerando emprego, renda e
uma constante melhora na qualidade de vida. Através de políticas de incentivo,
o município vem atraindo novos empresários e novos setores não só para
cidade, mas para toda a região.
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PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
2 O PROJETO PEDAGÓGICO INSTITUCIONAL:
FORMAÇÃO POR COMPETÊNCIAS
Os Projetos Pedagógicos de Cursos do UNIFEOB são construídos tendo
como base seu Projeto Pedagógico Institucional (PPI), fundamentado na
Formação por Competências, em todas as suas dimensões. Respeitando as
particularidades de cada curso e a autonomia de seus coordenadores, essa
estratégia garante a manutenção, em todos os cursos, da organização
sistêmica da Instituição e do foco na formação integral de seus alunos, de sua
Missão e de seus Valores, o que reforça, em toda a comunidade acadêmica,
sua tradição, inovação e excelência no desenvolvimento de suas atividades.
O Projeto Pedagógico do Curso de Letras, aqui apresentado, segue o
mesmo princípio. Em capítulos próprios, posteriores à apresentação do PPI,
são descritos seus objetivos, perfil profissional, organização curricular,
metodologias, atividades, e outros componentes específicos.
O PPI do UNIFEOB procura refletir seu projeto acadêmico, que vem
sendo implantado e desenvolvido em todos os seus cursos presenciais e no
planejamento de seus cursos a distância. Isto significa que ele pode ser visto
como a tradução documental das ações efetivamente postas em prática, tendo,
como prioridade, a formação de seus alunos.
Embora paradoxal, já que a relação entre o dito e o feito deveria nortear
os processos educacionais de qualquer Instituição de Ensino Superior (IES),
constata-se que projetos de várias IES podem ser vistos como meros
documentos oficiais atrelados ao regimento e às normas institucionais a serem
apresentados, em diferentes ocasiões, aos órgãos de controle e avaliação das
IES como MEC/INEP/CNE. Não é o que acontece com o UNIFEOB.
Corajosamente questionando seus moldes de ensino até então vigentes,
o UNIFEOB lançou-se, a partir de 2012, no desafio de construir novo projeto
pedagógico que fosse condizente com uma concepção de ensino superior que
mescla saber fazer, - voltado para a profissionalização -, com saber pensar, -
24
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
que sustenta o aprendizado do ofício. Em outras palavras, um projeto que não
vê a educação superior unicamente como formação de especialistas, mas
como ferramenta para aprender; possibilitando ao sujeito desenvolver suas
potencialidades, conhecer melhor a si próprio e ao mundo, além de se preparar
de forma mais condizente com as exigências atuais do mercado de trabalho.
Para tanto, o UNIFEOB procurou, inicialmente, romper alguns
obstáculos culturais, de crenças e de valores, naturalmente arraigados em
membros de sua comunidade acadêmica, por meio de um processo de
desconstrução gradual, alicerçada em discussões sistemáticas com
professores e coordenadores de cursos, lideradas pela Reitoria da Instituição.
Esse processo foi essencial, uma vez que mudanças geralmente implicam abrir
mão da segurança do que se tem pronto e superar a incerteza do como inovar
e do como (re)construir.
A arquitetura do projeto foi planejada tendo, como concepção, a
Formação por Competências. Um dos princípios básicos da Instituição é
acreditar que, além da sólida formação acadêmica e profissional, formar para o
desenvolvimento de competências significa, também, educar para a autonomia,
capacidade de iniciativa e de autoavaliação, responsabilidade, ampliação da
capacidade de trabalho, de concepção e realização de trabalhos e projetos. Ou
seja, acreditar que, para desenvolver competências, é preciso promover a
mobilização e organização de conhecimentos, habilidades e atitudes.
Em suma, o Projeto Pedagógico Institucional do UNIFEOB traduz o
desafio que a Instituição se impôs: partindo do perfil dos ingressantes que
procuram seus cursos, criar as condições mais favoráveis para que possam
construir sua própria formação e expandir sua vivência profissional, tornando-
se aptos a se ajustar mais facilmente à dinâmica da sociedade e às exigências
de um mercado de trabalho cada vez mais competitivo. Em outras palavras,
colocar a educação a serviço das reais necessidades dos alunos,
proporcionando as melhores condições de preparação para o início do
exercício profissional.
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PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
2.1 PROCEDIMENTOS PEDAGÓGICOS
2.1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO
As mudanças sociais, econômicas e tecnológicas do mundo
contemporâneo vêm provocando, nas últimas décadas, transformações
profundas; sendo seus impactos sentidos, principalmente, na atual
configuração do mercado de trabalho e nas relações de emprego, o que reflete,
diretamente, na exigência de um profissional com competências que o
habilitem à inserção produtiva nesse novo cenário. Assim, pensar de maneira
crítica e estratégica, analisar situações e planejar ações, demonstrar atitude,
tomar decisões, coordenar e liderar equipes de trabalho, saber comunicar-se
são algumas das competências que o profissional dos nossos dias deve
demonstrar para atender às organizações que atuam em ambientes cada vez
mais complexos e, acima de tudo, mutantes, o que acresce o desafio de que o
profissional seja capaz de se repensar a cada instante.
Tendo em vista esse paradigma, o UNIFEOB (pre)ocupa-se em
organizar currículos e projetos que traduzam as competências profissionais
exigidas em competências a serem trabalhadas e desenvolvidas no âmbito
escolar, fugindo, assim, da mera adaptação das atividades do mercado de
trabalho. E, sendo que é a qualidade educacional que determina a qualificação
para o exercício profissional, assume a responsabilidade por uma
aprendizagem fundamentada e significativa.
A organização e a estrutura dos currículos baseiam-se em estratégias
pedagógicas próprias, tendo como base a associação de conteúdos
contextualizados, evitando, assim, a visão tecnicista e a dicotomia entre teoria
e prática. Isso significa proporcionar aos alunos o aumento de suas
potencialidades e a oportunidade de trabalhar com situações-problema,
desenvolvendo capacidades relativas à cooperação, comunicação, autonomia,
26
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
criatividade etc. Além disso, é pressuposto pelo UNIFEOB que tais estratégias
sejam abertas a alterações, mudanças, avaliações e adequações, garantindo a
constante atualização curricular.
Por sua vez, o Projeto Pedagógico Institucional (PPI) do UNIFEOB
norteia a elaboração dos projetos de seus cursos de graduação e de pós-
graduação, tanto presenciais como a distância. Comprometendo-se com o
desenvolvimento integral de cada aluno, todos seus PPCs (Projetos
Pedagógicos de Cursos) estão sendo construídos dentro do modelo de
Formação por Competências.
Ao contrário dos currículos tradicionais, em que o professor ocupa o
centro do processo, na formação por competências desloca-se o professor do
centro e o aluno passa a ocupar esse espaço. Privilegia-se a organização
curricular modular, flexível e contextualizada, sintonizada com o mundo do
trabalho. Formar para o desenvolvimento de competências significa, também,
educar para a autonomia, para a capacidade de iniciativa e de autoavaliação,
para a responsabilidade, para a ampliação da capacidade de trabalho, de
concepção e realização de trabalhos e projetos.
Ressalte-se que a implantação do Projeto Pedagógico Institucional
requer, necessariamente, a visão sistêmica de toda a comunidade acadêmica,
sem perder de vista, no entanto, a individualidade e a identidade própria de
cada curso.
Todo o movimento desse projeto inovador é voltado para o aluno.
Utilizando metodologias dinâmicas e orientados por professores altamente
capacitados, o trabalho, tanto presencial como em espaços virtuais, procura
fornecer, ao longo do curso, as condições para que o aluno se torne um
indivíduo motivado, comprometido e habilitado, capaz de dirigir sua própria vida
profissional.
Reside aí a proposta curricular inovadora do UNIFEOB, cujo design
sistêmico a aproxima de uma configuração espiral de abordagem dos
conhecimentos, possibilitando a prática da inter e da transdisciplinaridade.
São três os pilares que sustentam o projeto UNIFEOB de ensino-
aprendizagem baseado em competências:
27
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
1º) SABER, que envolve busca de conhecimento, de compreensão da
realidade;
2º) SABER-FAZER, que implica desenvolver diferentes competências
que habilitem o exercício de atividades;
3º) QUERER FAZER, que exige atitude para o pleno exercício de uma
atividade.
Com base nesses preceitos, são estruturadas as matrizes curriculares e
planejadas as atividades das unidades de estudo que compõem cada curso;
tendo, porém, todos eles, por objetivo que o egresso tenha desenvolvido
competências e habilidades para:
• analisar o campo de atuação profissional e seus desafios
contemporâneos;
• ter iniciativa, criatividade, determinação, vontade de aprender, abertura
às mudanças e consciência da qualidade e das implicações éticas do seu
exercício profissional;
• desenvolver capacidade de transferir conhecimento de vida e da
experiência cotidiana para o âmbito do seu campo de atuação profissional,
revelando-se profissional adaptável;
• saber buscar e usar o conhecimento científico necessário à atuação
profissional, assim como gerar conhecimento a partir da prática profissional;
• exercer sua profissão de forma articulada ao contexto social,
entendendo-a como uma forma de participação e contribuição social;
• acompanhar e incorporar inovações tecnológicas no exercício da
profissão.
2.1.2 ORGANIZAÇÃO CURRICULAR E PLANEJAMENTO
A organização da estrutura curricular e o planejamento das atividades
que compõem os PPCs passam, necessariamente, por diferentes fases:
diagnóstico, elaboração da estrutura, implantação, gestão, acompanhamento e
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PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
avaliação. Todas elas exigem a participação integrada dos profissionais
acadêmicos. Em vários momentos, principalmente no processo de avaliação,
os alunos também têm a sua participação assegurada.
Para o planejamento e o desenvolvimento de cada uma dessas fases,
são considerados os seguintes princípios:
- o conhecimento sobre o desenvolvimento cognitivo e as diferenças
existentes entre os alunos ingressantes;
- o interesse real do aluno e a proximidade com a prática profissional;
- a identificação das competências e conhecimentos prévios que o aluno
já possui;
- o estímulo à comunicação, ao raciocínio, à criatividade, à imaginação e
à superação de dificuldades e ao enfrentamento de desafios;
- o incentivo ao diálogo construtivo e à participação em grupo;
- o exercício da autonomia por meio de escolhas responsáveis,
autoavaliação e aceite a regras preestabelecidas em conjunto.
2.1.2.1 DIAGNÓSTICO
Análise dos perfis de ingressantes e definição dos perfis dos egressos é
realizada em todo o processo, dando sustentação efetiva à organização da
estrutura curricular e ao planejamento das atividades que compõem os PPCs.
Na definição do perfil dos egressos de cada curso, o colegiado analisa o
perfil de tais alunos no momento do processo seletivo, - através dos resultados
e análises obtidas pela CPA (Comissão Própria de Avaliação) -, em
consonância com as diretrizes curriculares nacionais dos referidos cursos.
Assim, todo planejamento, desde as matrizes curriculares até as atividades que
são desenvolvidas durante as aulas, tem como ponto de partida o perfil traçado
para os concluintes do curso, perfil esse também definido com base na análise
das ocupações - específicas e atitudinais - que compõem as áreas profissionais
(ou de grupos de ocupações afins a um processo ou atividade produtiva) e das
competências exigidas aos profissionais da área.
29
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
Ressalte-se que, além dos referencias das Diretrizes Curriculares
Nacionais (DCNs/MEC) de cada curso, esse trabalho preocupa-se em atender,
igualmente, às expectativas do indivíduo, do mercado e da sociedade, além de
levar em conta as condições e as demandas locais e regionais, assim como a
vocação e a capacidade de atendimento da Instituição. Assim sendo, para a
definição do perfil, considera-se também a importância de o profissional, além
de transitar em sua área específica, desenvolver competências diversas que
lhe trarão uma visão mais sistêmica do mundo atual e suas possibilidades,
garantindo-lhe poli-valência profissional. Para tanto, busca-se responder às
seguintes questões:
- o que esse profissional precisa saber: que conhecimentos são
fundamentais?
- o que ele precisa saber fazer: que competências/habilidades são
necessárias para o desempenho de sua prática profissional?
- o que ele precisa saber ser: que valores, atitudes, ele deve
desenvolver?
- o que ele precisa saber para agir: que atributos são indispensáveis à
tomada de decisões?
2.1.2.2 ELABORAÇÃO DA ESTRUTURA: A ORGANIZAÇÃO DAS MATRIZES
CURRICULARES
Deve-se lembrar de que um PPC baseado na Formação por
Competências considera que o conteúdo é meio e não fim. Isso significa que,
ao longo de todo o curso, são trabalhados temas abrangentes, utilizando
metodologias e atividades teóricas e práticas fundamentadas, significativas
para os alunos, o que prioriza a construção de conhecimentos e lhes dá
condições para ter, desde o início do curso, contato direto com sua futura área
profissional assim como uma visão da heterogeneidade constitutiva da
atualidade.
30
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
Ao contrário dos currículos tradicionais, a concepção do curso não
prioriza o "esgotamento" de conteúdos e sim a formação integrada e
significativa para os alunos, orientada por um corpo docente qualificado,
constituído por profissionais altamente reconhecidos.
Por questões operacionais, as Matrizes Curriculares dos cursos são
organizadas em módulos semestrais e, em cada um deles, tendo como base as
competências esperadas dos egressos, são delineados os eixos condutores de
cada módulo. Essa organização sustenta o planejamento, as ações e a
avaliação do professor.
A partir daí, são definidas as Unidades de Estudo (Disciplinas), com
cargas horárias pré-estabelecidas. Nada impede, no entanto, que os alunos
sejam continuamente estimulados a pensar além das Unidades, uma vez que
os limites entre elas devem ser, necessariamente, indefinidos.
Para garantir aos alunos as condições de aquisição das competências
ao longo de sua formação e para facilitar o planejamento, o desenvolvimento
de atividades interdisciplinares significativas e o processo de avaliação, as
Unidades de Estudo são organizadas na forma de Temas. Definidos pelo
professor responsável juntamente com a equipe acadêmica, o(s)
coordenador(es) do curso e os demais professores do módulo, os Temas
devem privilegiar as competências gerais e específicas preestabelecidas,
abranger os conteúdos a serem trabalhados e ser interligados
transversalmente.
Característica importante do projeto é que, considerando as
particularidades de cada curso, é recomendável que nenhuma Unidade de
Estudo seja pré-requisito de outra.
2.1.2.3 IMPLANTAÇÃO: ATIVIDADES E METODOLOGIAS
Como o foco principal de um projeto baseado no modelo de Formação
por Competências é o aluno e seu trabalho em sala da aula ou em um
ambiente virtual, um dos principais pontos do planejamento de um curso e de
31
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
suas Unidades de Estudo/Disciplinas é a escolha das atividades e das
metodologias que serão empregadas. Para garantir sua integração e a
constante motivação do aluno, esse passo deve ser seguido continuamente, ao
longo do semestre, pelo conjunto de professores de forma participativa. Além
disso, deve-se garantir a diversidade de situações e atividades de
aprendizagem, sempre articuladas com as competências em construção e
desenvolvimento.
No planejamento das Unidades de Estudo/Disciplinas, em vez de se
partir de um corpo de conteúdos disciplinares existentes, com base no qual se
efetuam escolhas para cobrir os conhecimentos considerados mais
importantes, parte-se de situações concretas, na medida das necessidades
requeridas por essas situações.
Assim, elas devem contextualizar e problematizar os temas a serem
trabalhados de maneira prática, tendo como estratégias, entre outras, debates,
seminários, aulas expositivas dialogadas, discussões sobre filmes e obras
literárias, leituras direcionadas; sendo um de seus objetivos integrar os
conteúdos desenvolvidos nas outras Unidades de Estudo que compõem o
módulo (trabalho interdisciplinar). O trabalho dos alunos envolve, também,
visitas técnicas monitoradas, atividades complementares e estágio
supervisionado que inclui a elaboração de relatórios circunstanciados.
Uma ferramenta importante para o incremento do trabalho que objetiva
desenvolver competências são as TICs, uma vez que, inseridos na sociedade
do conhecimento e da informação, docentes e discentes podem manter,
através das delas, contato direto e instantâneo, formar uma rede colaborativa
de atividades em equipes, independentemente de onde os alunos e os
professores estejam, tornando a aprendizagem mais significativa, flexível e
perene.
A comunicação instantânea com os discentes, a utilização da rede social
Facebook como ambiente colaborativo e participativo para as comunicações e
as discussões dos temas abordados em sala de aula, a postagem de materiais
e a realização de fóruns de discussões, indicações de vídeos disponíveis no
YouTube, aproximam os conhecimentos acadêmicos à interação social que os
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PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
discentes desenvolvem junto às redes sociais, em sintonia com a moderna
tendência do ensino direcionado a identificar e suprir as necessidades
formativas de cada aluno.
Para elaborar um sistema modular por competências, é preciso
aprofundar as escolhas metodológicas. Estas devem pautar-se pela
identificação de ações ou processos de trabalho do sujeito que aprende e
devem incluir projetos provocados por desafios e/ou problemas, que coloquem
o aluno diante de situações simuladas ou, preferencialmente, reais. A escolha
também deve permitir ações proativas por parte do aluno, como as de pesquisa
e estudo de conteúdos que podem estar reunidos em unidades ou trabalhados
em seminários, ciclos de debates, atividades experimentais, laboratoriais e de
campo. As metodologias adotadas devem permitir a simulação ou realização
de situações concretas de trabalho, propiciando a integração dos
conhecimentos e o desenvolvimento de níveis de raciocínio mais complexos.
Como exemplos, podem ser adotados Estudo de Caso e Problematização.
A combinação entre um determinado tipo de atividade a ser executada
no desenvolvimento de um Tema e a metodologia mais adequada para esse
caso é o ponto chave para o sucesso do trabalho docente.
2.1.2.4 COORDENAÇÃO DE CURSO E CORPO DOCENTE
Para que a proposta pedagógica se concretize com níveis de excelência
e a formação de seus alunos ocorra, de fato, dentro dos princípios da
Formação por Competências, a coordenação dos cursos deve ser exercida por
profissionais com formação acadêmica consolidada e reconhecida experiência
em suas respectivas áreas de atuação.
Norteado pelos princípios do Projeto Pedagógico Institucional, os
Coordenadores de Curso devem desempenhar um papel estratégico e ter,
como responsabilidades, o planejamento, a organização, o acompanhamento e
a avaliação de todos os processos do curso sob sua gestão. Com a orientação
e o suporte da equipe acadêmica e, juntamente com o corpo docente e tutores,
devem, ainda, propor e desenvolver conteúdos inovadores, novas tecnologias
33
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
educacionais, estratégias, atividades práticas de trabalho, utilizando as
metodologias mais adequadas e coerentes com a realidade, para que se
consiga alcançar, e mesmo superar, as expectativas dos alunos. Para isso,
deverá ter um perfil diferenciado. Ser líder e que contemple, além de
competências acadêmico-pedagógicas, indicadores de satisfação do corpo
discente, docente, e demais integrantes da equipe acadêmica.
Reuniões periódicas com o corpo docente devem provocar a reflexão
sobre as práticas pedagógicas adotadas, motivar a troca de experiências e
acompanhar o desenvolvimento do curso e o desempenho dos alunos.
O corpo docente é formado por professores titulados, especialistas ou
de reconhecida capacidade técnico-profissional, invariavelmente com produção
profissional/científica relevante. Devem, necessariamente, ter experiência
profissional no mercado de trabalho para que os ambientes educacionais
possam se transformar em um espaço de simulações e de discussões das
reais demandas dos alunos e da sociedade.
Além dessas características, no modelo de Formação por
Competências, o professor deixa de ser, ao contrário dos currículos
tradicionais, um "mero repassador de conteúdos e informações" e passa a ser
um facilitador e mediador das situações de aprendizagem. Deve ter, também,
os fundamentos e os conhecimentos necessários para o desenvolvimento das
atividades e para a reflexão sobre as ações desenvolvidas.
2.1.2.5 ACOMPANHAMENTO: GESTÃO DO CURSO
Em um projeto pedagógico baseado na Formação por Competências,
um dos pontos fundamentais para garantir o pleno desenvolvimento do curso é
a sua gestão. Em outras palavras, é o acompanhamento contínuo e a avaliação
reflexiva de todas as ações que acontecem no dia a dia, desempenhadas por
professores e alunos, a fim de estimular e capitalizar seus interesses.
Esse processo dinâmico difere, de maneira significativa, do que
acontece no desenvolvimento de cursos baseados em currículos tradicionais,
34
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
em que os professores se preocupam em cumprir, dentro de uma rígida carga
horária de aulas, o programa de conteúdos de uma determinada disciplina e os
alunos, por sua vez, acabam priorizando sua aprovação baseada,
simplesmente, em frequência e nota. Essa prática tem, como consequência, a
percepção do pouco aproveitamento do tempo de aula, uma vez que a teoria,
na maioria das vezes, não é acompanhada por atividades significativas que
demonstram sua aplicação prática. O resultado, muitas vezes observado, é a
falta de comprometimento e o afastamento dos alunos.
2.1.2.6 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO E DA FORMAÇÃO DOS ALUNOS
A avaliação é concebida como um processo contínuo, desenvolvido ao
longo de todo o semestre letivo, priorizando aspectos qualitativos relacionados
ao processo de aprendizagem e ao desenvolvimento do aluno, observados
durante a realização das atividades propostas. Não tem caráter punitivo nem
deve servir como forma de competição por melhores notas. Ao contrário, busca
aferir, não somente os conhecimentos adquiridos, mas também as
competências e habilidades que os alunos vão adquirindo.
Nesse sentido, é fundamental que o docente harmonize seu
planejamento e estratégias ao desenvolvimento dos alunos, uma vez que a
avaliação longe de ficar restrita a tarefas burocráticas de classificação
caracteriza-se por ser uma forma de aprendizado relacionada aos objetivos de
cada unidade de estudo.
O processo de avaliação objetiva, também, assegurar condições para
que o aluno supere eventuais dificuldades de aprendizagem diagnosticadas
durante o desenvolvimento de cada módulo do curso. Para tanto, é condição
que os alunos participem ativamente do processo, inclusive com formas de
autoavaliação, para que possam, de maneira crítica, acompanhar a evolução
de sua aprendizagem e a aquisição de competências, bem como identificar
35
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
pontos a serem aprimorados, prática esta considerada imprescindível a uma
aprendizagem com autonomia.
Os critérios e instrumentos de avaliação não se limitam a provas
tradicionais, em que é medida apenas a memorização de conteúdos
selecionados por um professor. Ao contrário da segmentação, os instrumentos
são elaborados pelo conjunto do corpo docente de cada módulo, visando ao
desenvolvimento inter e multidisciplinar.
Dentre os instrumentos, podem constar provas práticas e teóricas
integradas, pesquisas, relatórios de atividades, visitas técnicas, estudo de
casos, diagnóstico ou prognóstico sobre situações de trabalho e, ainda, os
produtos gerados pelos projetos desenvolvidos. Sugere-se, também, que se
privilegiem questões do tipo “situações- problema” para que o aluno tenha
noção do todo, levando-o a pensar, fazendo com que, na resposta, ele
demonstre saber raciocinar, compreender e interpretar.
O sistema de avaliação é composto de três frentes:
1ª FRENTE- Valendo 15% do total da nota, analisa a aquisição de
competências e habilidades do módulo e do curso como um todo.
Compõe-se de uma avaliação diagnóstica, preparada, em conjunto,
pelos professores no início do semestre. No decorrer do processo e com
base no que foi decidido, o professor preenche uma ficha avaliativa em
que registra o que observou a respeito de cada aluno individualmente.
Várias vezes até o final do módulo, a avaliação do professor é levada
para discussão coletiva do colegiado, quando se analisam o
desenvolvimento de cada aluno e se propõem medidas com o objetivo
sempre de incrementar o processo de aquisição de saberes e
competências.
2ª FRENTE – tendo o peso de 70% da nota final, centra-se nas
competências e habilidades específicas da unidade de estudo. No início
do módulo, é firmado um contrato didático entre docente e discentes. A
nota é dada com base nos critérios estabelecidos nesse contrato, o qual
36
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
pode conter vários indicadores, como: presença, pontualidade,
participação, comprometimento, provas práticas e teóricas, pesquisas,
relatórios, autoavaliação e outros mais que se fizerem pertinentes.
3ª FRENTE – Além das avaliações realizadas pelo corpo docente, existe
uma preocupação institucional com o desenvolvimento completo do
futuro egresso. Nesse sentido, são desenvolvidas avaliações externas,
de responsabilidade da Pró-Reitoria Acadêmica, docentes e
coordenação do curso. Com peso de 15% na nota final, tais avaliações
têm como objetivo principal desenvolver nos alunos competências
necessárias para posicionamento crítico diante dos acontecimentos
gerais, questões sociais, políticas, econômicas e ambientais.
Em suma, as práticas avaliativas devem ser vistas como um processo
contínuo, tendo, como prioridade, oferecer feedback ao aluno para que ele
tenha o domínio dos passos a serem seguidos, dentro de uma sequência de
conteúdos e temas integrados que lhe permitam desenvolver competências e
conhecimento.
2.1.2.7 AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DOS CURSOS
Componente fundamental do processo de avaliação é o
acompanhamento contínuo, pela equipe pedagógica, do desenvolvimento de
cada curso, para garantir sua identidade e seu alinhamento aos princípios do
Projeto Pedagógico Institucional. Esse acompanhamento é sustentado pela
análise dos resultados dos instrumentos aplicados aos corpos docente e
discente, pela avaliação institucional e pelos coordenadores de curso. Com
essa dinâmica, atualizações e eventuais correções de rumo nas propostas
curriculares podem ser efetivadas de forma a não comprometer a qualidade do
desenvolvimento do curso e da formação dos alunos.
37
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
Diversos indicadores podem auxiliar na avaliação do desenvolvimento
de cada curso e a partir dos resultados obtidos, medidas de reformulação e
atualização dos PPCs podem ser realizadas. Tais indicadores correspondem
às informações fornecidas pelos resultados da avaliação institucional, do
exame nacional de desempenho dos estudantes (ENADE) e relatórios das
comissões avaliadoras in loco, que nos fornecem subsídios para discutirmos o
PPI, avaliando desde a infraestrutura até o corpo docente da instituição.
Os itens da avaliação institucional que subsidiam as discussões dos
colegiados, núcleos docentes estruturantes e do Conselho Superior de Ensino
e Pesquisa (CONSEPE) são:
Avaliação do desempenho dos docentes pelos discentes, e
autoavaliação dos docentes;
Avaliação de desempenho de discentes pelos docentes, por turma,
quanto a comportamentos desejáveis de estudo e pesquisa;
Avaliação da Instituição por docentes e discentes;
Avaliação do curso pelos egressantes.
De acordo com as normas institucionais e, atendendo aos
procedimentos do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior
(SINAES/INEP), todos os cursos são submetidos aos processos de avaliação
interna da instituição, de sistematização e de coleta de informações,
conduzidos pela Comissão Própria de Avaliação (CPA). Essa avaliação é
composta por uma série de processos autoavaliativos que permitem o
levantamento e a análise das necessidades e deficiências de toda a
comunidade acadêmica. Na execução desses processos autoavaliativos são
sempre considerados os aspectos indicados nas dimensões estabelecidas pelo
INEP para a avaliação das condições de ensino dos cursos oferecidos, sendo
elas: o projeto pedagógico (o ensino, a pesquisa, a extensão e sua inter-
relação com a sociedade); a infraestrutura (instalações e serviços), os recursos
humanos (o corpo docente, discente e técnico-administrativo); os
equipamentos e materiais disponíveis (aspectos quantitativos e qualitativos) e a
gestão administrativa (sistemáticas adotadas nos procedimentos acadêmicos).
38
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
A construção de um Projeto Pedagógico para um curso não se esgota
na sua formalização escrita. Considerando o fato de que o projeto somente
ganha sentido quando em sintonia permanente com a realidade cotidiana,
vivenciada pelos sujeitos sociais que fazem parte da instituição, e ainda
considerando que tal realidade se constitui de um dinamismo que a torna
imprevisível, inacabada e mutável, o Projeto Pedagógico não pode ser visto
como inerte pronto e acabado. Ao contrário, igualmente a esta realidade que
objetiva configurar, também deve estar revestido de uma dinamicidade e
mutabilidade real, sem as quais o mesmo não se sustentará.
Os Projetos Pedagógicos propostos para os diferentes cursos
demandam constante acompanhamento a fim de assegurar a coerência
necessária entre os seus princípios e suas realizações cotidianas. Nesse
sentido, é imprescindível que se realize avaliação contínua, estimulando o
debate em torno de seus eixos centrais, promovendo, dessa forma, um
processo permanente de (re)construção do curso.
2.1.2.8 TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (TCC)
A elaboração e apresentação do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
é um dos requisitos para a obtenção do certificado de conclusão de curso.
Trata-se da redação de trabalho acadêmico, realizado sob orientação de um
professor, escolhido pelo aluno com base nas temáticas trabalhadas nos
diferentes componentes curriculares de cada curso. Os resultados obtidos
deverão ser organizados e apresentados de acordo com as normas previstas
nos projetos individuais de cada curso, respeitando as orientações que estão
compiladas no Manual UNIFEOB para Trabalhos Acadêmicos.
Foi planejado para que possa refletir, de fato, a produção dos alunos,
incentivando sua criatividade, sua capacidade de estudo, seu crescimento;
evidenciando, assim, as competências conquistadas ao longo do curso.
Considerado como um processo para o amadurecimento do aluno que se dá ao
longo de seu curso, seja no que diz respeito à sua formação ou especialização,
o objetivo primordial do TCC é proporcionar ao aluno a oportunidade de:
39
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
- organizar os conhecimentos que adquiriu sobre um determinado
assunto dentro das áreas estudadas;
- aplicar procedimentos de análise, interpretação de texto e
metodologias de pesquisa;
- iniciar-se na pesquisa acadêmica e científica para sua formação
continuada em cursos de pós-graduação que exijam a capacidade de
elaboração de projetos, monografias e teses.
Além dos objetivos formalmente estabelecidos e já citados, o TCC vem a
complementar a formação do aluno no sentido de integrar os conhecimentos
adquiridos durante o curso, tanto no que se refere à parte teórica como à
prática vivenciada durante sua participação nos estágios supervisionados e
projetos desenvolvidos no curso, e iniciá-lo em relação à produção e
transmissão de conhecimento científico na área educacional.
O TCC pode ser o resultado de uma pesquisa bibliográfica apenas, em
que as reflexões de diferentes autores sobre um tema são compiladas,
interpretadas, comparadas e discutidas. Importante ressaltar que não se trata
de mera compilação de textos, ou seja, não é uma série de cópias, resumos e
opiniões pessoais, mas sim um trabalho criterioso, sério, que contrapõe e
analisa pontos de vista variados a respeito de um mesmo assunto.
Também pode ser fruto de uma pesquisa que envolve, além de uma
base teórica, uma atividade prática no tratamento de um problema, atividade
essa que pode ser desenvolvida através de pesquisa de campo, estudo de
caso, entrevistas etc, implicando sempre uma análise qualitativa de dados.
Realizar um trabalho, ou tecer considerações sobre algo que se
elaborou tem representações simbólicas e estas podem ser consideradas de
forma muito positivas para a vida do futuro profissional. Apresentar uma nova
ideia, expor-se, mostrar as próprias ações, pensamentos e estilo próprio
contribuem também para a autoestima do aluno e para os docentes do curso
pelos resultados que apresentam.
40
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
2.2 ARTICULAÇÃO ENTRE OS PPC, PDI E O PPI
O UNIFEOB tem clareza de que todas as variáveis inerentes ao
processo de ensino-aprendizagem no interior de uma instituição educativa
vinculada a um sistema educacional é parte integrante do sistema sócio-
político-cultural e econômico do país.
Cada um destes seguimentos possui seus valores, direção, opções,
preferências e prioridades que se traduzem e se impõem por meio de normas,
leis, decretos, propagandas, burocracias, ministérios e secretarias. Nesse
sentido, reconhecemos que a qualidade necessária e exigida sofre influências
de um conjunto de determinantes que configuram os instrumentos da educação
formal e informal e o perfil do alunado.
É com esse entendimento que se propõe uma política consistente para o
UNIFEOB, que corresponda às mudanças exigidas das instituições de ensino
superior dentro do cenário mundial e do país e que demonstre uma nova
postura que faça frente às expectativas e demandas sociais, concebendo um
Projeto Pedagógico com currículos mais flexíveis e atualizados, com
ferramentas que coloquem em ação as diversas propostas para a formação do
profissional cidadão.
Ao colocar a qualidade como tema central, gerador da proposta para a
formação dos discentes tem-se por finalidade a construção de um processo
coletivo de articulação de ações voltadas para a formação competente dos
profissionais.
Assim, torna-se imprescindível a inter-relação entre o Projeto Político
Pedagógico (PPC) e o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI),
principalmente, em relação às questões de ordem didático-pedagógica, como
expressão da qualidade social desejada para o cidadão a ser formado como
profissional. Além das peculiaridades próprias do curso, dever-se-á construir
um conjunto de características com base nos pressupostos institucionais que
confiram um perfil de identidade própria.
41
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
Portanto, além de um acurado compromisso com a missão institucional,
o curso deverá ter clareza a respeito de sua missão, dos mercados a que se
dirige e sua dinâmica, do perfil do profissional que oferecerá a esses mercados.
Isso implica uma orientação para garantir a inserção dos graduados no
mercado de trabalho, o que inclui o desenvolvimento da capacidade de
continuar a aprender e se adaptar a novos desafios, e não mais, como no
passado, a preparação para um emprego ou ocupação com um perfil rígido e
determinado. Assim, o curso deve proporcionar a formação de indivíduos
capazes de se ajustarem de forma flexível às mudanças no mercado de
trabalho e de continuar a se aperfeiçoar, desenvolvendo o espírito
empreendedor e crítico.
Considerando que o egresso poderá atuar em situações adversas é
importante que seja capaz de desenvolver habilidades instrumentais básicas,
especialmente em comunicação e expressão, informática e nas diversas áreas
do conhecimento, além das comuns ao exercício da profissão propriamente
dito.
Finalmente, o curso deverá ter como meta consolidar-se como o melhor
no gênero, definindo seu perfil e o mercado ao qual se dirige. Isso vale tanto
para a definição do perfil de alunos quanto dos docentes envolvidos e o
estabelecimento da matriz curricular para que possa atender o que está
preconizado nos documentos institucionais, como ser capaz de proporcionar
uma formação adequada para que se formem profissionais competentes,
criativos, autônomos, capazes de empresariar a si mesmos e encontrar saídas
e mercados para aplicar e desenvolver seus talentos e habilidades.
Nesse sentido, a criação e manutenção do curso está em consonância
com os objetivos estabelecidos pelo UNIFEOB em seu Projeto Pedagógico
Institucional (PPI), que valoriza o desenvolvimento do livre pensar e do
conhecimento como instrumentos de transformação da realidade social, bem
como de seu PDI, onde se destaca como posicionamento estratégico da
instituição investir no desenvolvimento da empregabilidade de seus formandos.
42
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
2.3 GESTÃO INSTITUCIONAL: ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
Segundo o estatuto do UNIFEOB, as instâncias coletivas de deliberação
são: Colegiado de Curso, Núcleo Docente Estruturante (NDE), Conselho
Universitário (CONSUNI), Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão
(CONSEPE) e Reitoria.
Cada curso conta com um Colegiado de Curso ao qual compete definir o
perfil profissiográfico; elaborar as estruturas curriculares e suas reformulações;
definir o conteúdo das unidades de estudo/disciplinas que constituem o
currículo do curso; promover a supervisão didática do curso; decidir sobre o
aproveitamento de estudos e adaptação de disciplinas, mediante requerimento
dos interessados ou referendar decisão do coordenador; propor à coordenação
providências necessárias à melhoria do ensino ministrado no curso. Cabe,
ainda, ao Colegiado, dentre outras, as seguintes atribuições: fixar normas
gerais para o desenvolvimento dos planos de ação pedagógica das unidades
de estudo, observando o perfil do profissional a ser formado e as diretrizes
fixadas pelo projeto do curso; aprovar os planos de ensino elaborados pelos
docentes; manifestar-se sobre as propostas de aproveitamento de estudo e
adaptação de disciplinas; aprovar os horários de aula do curso; manifestar-se
sobre programas e atividades complementares de ensino, pesquisa e
extensão, no âmbito do curso; manifestar-se sobre o planejamento anual das
atividades do curso.
O Colegiado do curso é presidido pelo coordenador e composto por
todos os professores e representante do corpo discente. A escolha do
representante discente no Colegiado é realizada por seus pares.
O NDE é um órgão consultivo da coordenação de curso, responsável
pelo processo de concepção, consolidação e contínua atualização do Projeto
Pedagógico.
São atribuições do Núcleo Docente Estruturante, entre outras: contribuir
para a consolidação do perfil profissional do egresso do curso; zelar pela
43
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
integração curricular interdisciplinar entre as diferentes atividades de ensino
constantes no currículo; indicar formas de incentivo ao desenvolvimento de
linhas de pesquisa e extensão, oriundas de necessidades da graduação, de
exigências do mercado de trabalho e afinadas com as políticas públicas
relativas à área de conhecimento do curso; zelar pelo cumprimento das
Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Graduação; atualizar
periodicamente o projeto pedagógico do curso; conduzir os trabalhos de
reestruturação curricular quando necessário; supervisionar as formas de
avaliação e acompanhamento do curso definidas pelo órgãos reguladores;
analisar e avaliar os Planos de Ensino dos componentes curriculares; promover
a integração horizontal e vertical do curso, respeitando os eixos estabelecidos
pelo projeto pedagógico; acompanhar as atividades do corpo docente; exercer
as demais atribuições que lhe são explícita ou implicitamente conferidas pelo
Regimento da IES, bem como pela legislação e regulamentos a que se
subordine.
A composição do NDE deve atender, no mínimo, aos seguintes
requisitos: ter como seu presidente o(a) coordenador(a) do curso; ser
constituído por no mínimo 05 (cinco) professores pertencentes ao corpo
docente do curso; ter, pelo menos, 60% de seus membros com titulação
acadêmica obtida em programa de pós-graduação stricto sensu; ter todos os
seus membros em regime de trabalho de tempo parcial ou integral, sendo pelo
menos 20% em tempo integral; ter, pelo menos 60% dos seus membros com
formação acadêmica na área do curso.
O NDE reunir-se-á ordinariamente duas vezes por semestre, por
convocação de seu Presidente e, extraordinariamente, sempre que convocado
por este ou pela maioria de seus membros titulares.
O Conselho Universitário (CONSUNI), instância máxima de natureza
consultiva e deliberativa, é constituído por: Reitor, seu Presidente; Pró-
Reitores; um representante da Mantenedora; cinco representantes do corpo
docente; um representante do corpo técnico-administrativo; um representante
do corpo discente; um representante da comunidade. Dentre as competências
do CONSUNI estão: decidir sobre propostas de alteração do Estatuto e do
44
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
Regimento Geral; fixar as diretrizes e políticas gerais do Centro Universitário;
aprovar o plano anual de atividades do Centro Universitário; aprovar o relatório
anual da Reitoria; criar e extinguir cursos de graduação e pós-graduação;
regulamentar a criação e oferta de cursos de Pós-Graduação; aprovar projetos
de desenvolvimento do Centro Universitário; apreciar os recursos interpostos
de decisões dos demais órgãos, em matéria didático-científica, administrativa e
disciplinar; aprovar o Regimento Geral e fixar normas complementares sobre
as matérias de sua competência.
O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CONSEPE) é órgão
central de supervisão das atividades didático-científicas de ensino, pesquisa e
extensão. Tem competência deliberativa, normativa e consultiva e é integrado:
pelo Reitor, seu Presidente; pelos Pró-Reitores, pelos Coordenadores de
Cursos; por dois representantes do corpo docente; e por um representante do
corpo discente.
Dentre as competências do CONSEPE estão: elaborar as diretrizes e
políticas do ensino, da pesquisa e da extensão, para aprovação do CONSUNI;
fixar normas complementares ao Regimento Geral sobre as matérias de sua
competência; estabelecer normas sobre a realização, e o funcionamento dos
cursos de graduação, pós-graduação e extensão; expedir atos normativos
referentes a assuntos acadêmicos; deliberar sobre questões acadêmicas que
lhe sejam submetidas, inclusive as relativas ao pessoal docente; decidir sobre
propostas, indicações ou representações, em assunto de sua esfera de ação;
estabelecer critérios para elaboração e aprovação de projetos de pesquisa, de
iniciação científica e programas de extensão; aprovar o currículo pleno de cada
curso de graduação e de pós-graduação, bem como suas modificações; editar
normas sobre processo seletivo e número de vagas para matrícula inicial nos
cursos de graduação, e de extensão; propor e manifestar-se sobre proposta de
criação de cursos de graduação, pós-graduação e de extensão; deliberar sobre
a reforma do Estatuto e do Regimento Geral, no que se refere ao ensino, à
pesquisa e à extensão; emitir, promover e coordenar seminários, grupos de
estudo e outros programas para aperfeiçoamento de seus quadros docentes; e
propor a criação de comissões de estudos e trabalho.
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PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
A Reitoria é o órgão executivo incumbido de coordenar e fiscalizar as
atividades do Centro Universitário, e é composta pelo Reitor e pelos Pró-
Reitores.
Dentre as atribuições do Reitor estão: dirigir e administrar o Centro
Universitário; representar o Centro Universitário, junto a pessoas ou instituições
públicas ou privadas; autorizar pronunciamentos públicos que envolvam, de
qualquer forma, o Centro Universitário, bem como a realização, em seu recinto
ou sob seu patrocínio, de programas culturais, artísticos ou científicos; firmar
convênios, acordos ou contratos; convocar e presidir as reuniões dos
colegiados superiores; baixar atos normativos e resoluções decorrentes das
decisões dos colegiados superiores; apresentar o Plano de Carreira Docente e
Técnico-Administrativo, submetendo-o ao CONSUNI e encaminhando-o à
Mantenedora; submeter aos Colegiados Superiores representações e recursos;
articular-se com os dirigentes do Centro Universitário para resolver assuntos
administrativos ou pedagógicos, decidindo ad referendum dos colegiados
superiores.
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PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
3 IDENTIFICAÇÃO DO CURSO
CURSO LETRAS
NÚMERO DE VAGAS: 50 TURNO: NOTURNO
INGRESSO: Semestral por Processo Seletivo
CARGA HORÁRIA: 3.160 horas
MODALIDADE : LICENCIATURA
HABILITAÇÃO: PORTUGUÊS
ÁREA DO CONHECIMENTO: Linguística, Letras e Arte
REGIME DO CURSO: Modular Semestral
INTEGRALIZAÇÃO Tempo máximo: 05 anos (10 semestres)
Tempo mínimo: 03 anos (06 semestres)
CAMPUS II
ENDEREÇO Avenida Dr. Octávio Bastos, 2439, Jardim Nova São João
ANO DE IMPLANTAÇÃO DO CURSO 2013
3.1 IDENTIFICAÇÃO LEGAL DO CURSO
O presente projeto pedagógico foi elaborado em consonância com a Lei
n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as Diretrizes e Bases da
Educação Nacional do Brasil; com a Resolução CNE/CES n° 18/2002, tendo
como fundamento o parecer CNE/CES n° 492/2001, que dispõe sobre as
Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Letras, retificado pelo parecer
CNE/CES n° 1363/2001; com a Resolução CNE/CP n° 1/2002, que institui as
47
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
Diretrizes Curriculares Nacionais para formação de Professores da Educação
Básica, em nível superior, curso de Licenciatura e de Graduação plena; e com
a resolução CNE/CP n° 2/2002, que estabelece a carga horária dos cursos de
Formação de Professores da Educação Básica em nível superior, curso de
Graduação Plena e também Portaria Ministerial de Reconhecimento Nº. 1.216,
de 20 de maio de 2011.
Além disso, está em consonância com o Plano de Desenvolvimento
Institucional (PDI) da Fundação de Ensino Octávio Bastos (UNIFEOB), na
medida em que compartilha do princípio de que o currículo
reflete a concepção do educando e da sociedade que se almeja
conceber. Infere na maneira de organizar toda a estrutura de trabalho
da Instituição bem como a postura dos educadores, a organização
dos conteúdos e a metodologia de trabalho, buscando contemplar um
ensino e formação profissional de excelência. Expressa a construção
social do conhecimento e sistematiza os meios pelos quais ela se
realiza. Recorre à realidade contextual em que estão inseridos seus
alunos para sua organização. Preocupa-se com o perfil do
profissional que se deseja formar, tendo em vista cursos e programas
que possibilitem a formação profissional competente do cidadão para
atuar em sua área e nos processos de transformação social, gerando
alternativas eficientes para defrontar conjuntos de problemas e de
questões advindas da contemporaneidade. Supera as práticas
conservadoras abrigadas na rigidez dos currículos mínimos,
rompendo com o paradigma da realidade de ensino decorrente de
elevada carga horária e da falta de moderação com o número de
disciplinas. Propõe uma formação integral que torna possível a
compreensão das relações de trabalho, de propostas sociopolíticas
de transformações da sociedade, de questões referentes ao meio
ambiente e à saúde, objetivando a construção e o desenvolvimento
de uma sociedade local e regional sustentável.
Assim, esta nova proposta foi construída em conjunto com a
comunidade acadêmica do curso de Letras do UNIFEOB que tem como
princípio uma ampla formação acadêmica de cunho crítico quanto ao
desenvolvimento de competências necessárias ao exercício docente e à
pesquisa acerca do ensino-aprendizagem de língua e literatura.
48
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
3.2 HISTÓRICO, JUSTIFICATIVA, CONCEPÇÃO DO CURSO
Este projeto pedagógico parte da necessidade de uma atualização
curricular visando a adequar a formação de nosso aluno às novas exigências
do mercado de trabalho da região de São João da Boa Vista e também às
diretrizes estabelecidas pelo MEC no que tange à educação de nível superior.
Para atuar nessa esfera de espaços e sociedade em transformação, há
necessidade de um licenciado qualificado para interagir em situações
heterogêneas e complexas; nesse aspecto, o Curso de Letras do UNIFEOB,
empreendeu esforços para ofertar um curso capaz de formar profissionais
preparados para a atuação na educação no contexto regional e convicto sobre
as possibilidades de interação com as complexas transformações
socioeconômicas e culturais contemporâneas. Hoje, tem-se clareza de que as
Licenciaturas, impulsionadas não só pela voz da sociedade, que começa a se
conscientizar do direito à qualidade do ensino, mas também pela rapidez dos
avanços tecnológicos, e pela disseminação em tempo real dos conhecimentos,
necessitam voltar-se para o alcance da “qualidade” de suas ações, uma vez
que, por intermédio de seus egressos, futuros professores da educação básica,
colaborarão com a melhoria da educação como um todo. Com essa
preocupação, foi traçada a Política Nacional de Formação de Profissionais do
Magistério da Educação Básica cujos objetivos estão descritos no Art. 3o. do
Decreto 6.755/2009 e que, resumidamente, voltam-se para:
a promoção da melhoria da qualidade da educação básica pública;
o apoio à oferta e à expansão de cursos de formação inicial e continuada
a profissionais do magistério pelas instituições públicas de educação
superior;
a busca da equalização das oportunidades em território nacional de
formação inicial e continuada dos profissionais do magistério;
49
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
a valorização do docente, mediante ações de formação inicial e
continuada que estimulem o ingresso, a permanência e a progressão na
carreira;
a ampliação de oportunidades de formação voltadas para o atendimento
das políticas de educação especial, alfabetização e educação de jovens
e adultos, educação indígena, educação do campo e de populações em
situação de risco e vulnerabilidade social;
a formação de professores na perspectiva da educação integral, dos
direitos humanos, da sustentabilidade ambiental e das relações étnico-
raciais, com vistas à construção de ambiente escolar inclusivo e
cooperativo;
a promoção da atualização teórico-metodológica nos processos de
formação dos profissionais do magistério, inclusive no que se refere ao
uso das tecnologias de comunicação e informação nos processos
educativos; e
a busca de uma real integração da educação básica com a formação
inicial docente, assim como reforçar a formação continuada como prática
escolar regular que responda às características culturais e sociais
regionais.
Assim, o Curso de Letras do UNIFEOB trabalha em sentido da missão
institucional pelo fortalecimento do sistema nacional de educação e pela
melhoria das condições de vida dos brasileiros, oferecendo estruturas e
orientando atividades acadêmicas para a graduação de profissionais
licenciados, competentes na aplicação dos conhecimentos técnico-científicos e
dos métodos de ensino. Além disso, apresenta seu projeto atualizado pela
discussão colegiada, pois a produção científica e a legislação educacional são
parâmetros na produção dos planos de ensino para desenvolver formas de
intervenção que garantam a eficácia do aprendizado, a compreensão dos
processos linguísticos e a implementação das políticas educacionais.
Seguindo essa realidade, as diretrizes curriculares nacionais e a filosofia
e os objetivos norteadores dos projetos pedagógicos de nossa instituição, o
50
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
Curso de Letras propõe um novo currículo para o curso em vigor a partir de
2013, delineado nos próximos itens.
3.2.1 HISTÓRICO
O curso de Licenciatura em Letras foi implantado em 1971, com base no
Decreto Federal 68.461 de 02 de abril de 1971 e reconhecido pelo Decreto
Federal 75.487 de 18 de março de 1975. Teve sua renovação de
Reconhecimento Portaria Ministerial de Nº. 1.216, de 20 de maio de 2011.
O primeiro vestibular para o Curso de Letras foi realizado em janeiro
1971, iniciando suas atividades em 05 de abril do mesmo ano.
Sua primeira turma formou-se em 1974. Contando com um bom
conceito na formação de profissionais de Letras, o curso goza de boa
referência na comunidade, diante das novas tendências da área e das
diretrizes curriculares especificadas pelo MEC.
A tradição na formação de professores de Português de qualidade e sua
atuação regional fazem da UNIFEOB uma referência no cenário regional, tendo
atuação destacada em suas atividades de ensino e extensão.
Ao longo de sua existência, o curso de Letras construiu uma cultura
peculiar que incorpora os valores desenvolvidos e praticados ao longo de 43
anos de atividade. Tem atuação consolidada no desenvolvimento de
competências, habilidades e atitudes e na formação de cidadãos altamente
qualificados, aptos a atuar de forma eficiente e eficaz nas escolas públicas e
privadas da nossa região.
Em 2012, iniciou-se um estudo para a reestruturação do Curso de Letras
e, a partir de estudos realizados pelo Núcleo Docente estruturante (NDE), o
Projeto Pedagógico do Curso teve uma grande reestruturação, bem como a
sua oferta, passando a denominar-se LETRAS: Português. A partir de 2013,
entrou em vigor a nova matriz curricular, optou-se, então por ofertar somente a
habilitação em Português, a fim de se proporcionar um curso de qualidade e
formar professores com uma consistente base teórica e prática, qualificados
para atuar no Ensino de Educação Básica.
51
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
O curso foi concebido a partir da verificação da necessidade de se
proporcionar, à comunidade da área de abrangência da região de São João da
Boa Vista, a possibilidade de contar na esfera do Ensino Superior com um
curso que, a par da graduação específica em Licenciatura, pudesse formar
profissionais competentes na área de Letras, visto entender ser esta uma das
áreas prioritárias para alavancar o processo de desenvolvimento do país e de
interesse local e regional para manter e aumentar seu nível de
desenvolvimento humano.
Assim, o projeto pedagógico parte da realidade do mercado de trabalho,
que cada vez mais exige profissionais criativos, autônomos, capazes de buscar
a solução de problemas impostos pelo dia-a-dia; e, no caso específico dos
trabalhadores em educação, que saiba atuar de maneira interdisciplinar, que
transite entre várias áreas do conhecimento com propriedade e que seja capaz
de buscar permanentemente sua formação. Propõe-se, então, um curso de
Letras que não se limite a oferecer uma elevada carga horária destinada aos
conteúdos específicos da área, mas, mais do que isso, que abra espaço para a
formação de profissionais capazes de responder às necessidades da Educação
na atualidade.
O presente curso estrutura-se de maneira a garantir a formação
específica na área de Letras- Português, oferecendo ao egresso a competência
necessária para atuar como Professor de Português, nos Ensino Fundamental
e Médio, proporcionando, também, formação complementar capaz de prover os
subsídios necessários à atuação interdisciplinar do profissional da Educação.
3.2.2 JUSTIFICATIVA
As inúmeras carências de profissionais docentes das áreas de Língua
Portuguesa e suas respectivas Literaturas na região de São João da Boa Vista
têm sido fartamente documentadas pelas Diretorias de Ensino e
Superintendências de Ensino, vinculadas às Secretarias de Educação dos
estados de Minas Gerais e São Paulo.
Nesse contexto regional, os profissionais da área de Letras atuam
prioritariamente no ensino em escolas públicas e privadas, que atendem a
52
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
alunos oriundos, em sua maioria, de famílias de classe trabalhadora. Assim, os
contextos escolares regionais se caracterizam por uma necessidade no
desenvolvimento das competências exigidas por uma sociedade grafocêntrica
e tecnológica, como se caracteriza a contemporaneidade.
Dessa forma, o Curso de Letras do UNIFEOB- Habilitação Português é
concebido visando encaminhar os discentes para o mundo do trabalho,
capacitados para lidar com as demandas profissionais na região sócio-político-
educacional e geográfica em que está inserido.
O oferecimento da Língua Portuguesa considera que essa conjuntura
educacional exorta a necessidade de professores leitores, reflexivos sobre sua
prática, que tenham autonomia na seleção e produção de objetos/materiais de
ensino.
Diante dos baixos índices das avaliações externas realizadas por órgãos
governamentais sobre leitura e escrita de alunos da Educação Básica, é função
do professor:
• atuar na formação linguístico-discursiva dos alunos, priorizando o
ensino de leitura e escrita na perspectiva dos multiletramentos;
• desenvolver a capacidade de análise e do senso crítico do aluno em
relação às estruturas linguísticas aceitáveis nos diversos contextos;
• criar condições para que os alunos reconheçam e saibam empregar a
norma padrão socialmente aceitável, quando necessário.
Dessa maneira, o curso de Licenciatura em Letras com habilitação em
Língua Portuguesa e suas respectivas Literaturas vai ao encontro da grande
demanda por profissionais capacitados para exercerem atividade docente de
qualidade no contexto em questão.
Além dessa deficiência no contexto regional, pode-se detectar déficit
alarmante também em âmbito nacional, em que a demanda por professores de
Educação Básica, da área de Língua Portuguesa, é bastante elevada,
conforme levantamento recente realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais (INEP), órgão diretamente ligado ao Ministério da
53
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
Educação.
Além disso, esse problema tende a agravar-se nas próximas décadas
devido a fatores como o baixo interesse pela carreira do magistério, a
aposentadoria de docentes em atividade atualmente e com as projeções de
expansão contínua da rede básica de ensino.
Por essa razão, o oferecimento da presente Licenciatura em Letras-
Português alinha-se não apenas ao curso de Letras, mas também a um
número significativo das outras licenciaturas oferecidas pela Instituição:
Ciências Biológicas, História, Geografia, Matemática e Química oferecidas pelo
UNIFEOB, que, em conjunto, visam atender às demandas apontadas pelo
estudo do INEP.
No que se refere especificamente à Licenciatura em Letras- Português,
justifica-se, ainda, pela necessidade de formar profissionais capazes de atuar,
no âmbito de suas habilitações, de maneira prática no contexto escolar regional
com o objetivo de amenizar, ao longo de sua carreira docente, o nível
deficitário com que os alunos egressos do Ensino Médio têm chegado ao
Ensino Superior.
Desse modo, o curso de Letras deverá sempre motivar os profissionais
licenciados na área a contribuírem para a contínua e efetiva busca de teorias e
práticas educacionais que visem à atenuação de problemas como a formação
lacunar e o baixo rendimento escolar detectados entre o contingente de
estudantes oriundos dos Níveis Fundamental e Médio.
Diante da constatação dos déficits educacionais profundos e
multifatoriais citados, o oferecimento do presente curso se justifica, ainda, pela
necessidade de formar profissionais docentes aptos a colaborarem para o
combate de assimetrias educacionais que dificultam a inserção social dos
alunos de Ensino Médio não apenas na educação de Nível Superior, mas
também no mercado de trabalho.
Nesse sentido, o oferecimento do curso de Letras–Português justifica-se
também em função da necessidade em motivar a formação docente, pois se
trata de uma carreira para a qual tem havido baixo interesse, em número de
estudantes que optam pelo magistério nos últimos anos, devido a fatores como
54
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
os baixos investimentos governamentais em educação, o sucateamento do
ensino público, o desprestígio social da figura do professor, entre outros. Todos
esses problemas têm contribuído para o progressivo afastamento dos melhores
estudantes de cursos que envolvam a atividade docente, encarada por muitos
como historicamente mal remunerada. Dessa maneira, o enfrentamento do
crescente déficit de profissionais interessados em carreiras do magistério —
sobretudo nos ensinos de Língua Materna e suas respectivas Literaturas —
tem-se tornado uma meta assumida coletivamente pelo UNIFEOB, bem como
por diferentes esferas do poder público, sob a forma de incentivos em
Programas, a liberação irrestrita de créditos do FIES para alunos interessados
em cursar licenciaturas, entre outros.
O curso encontra justificativa, ainda, no fato de ser a língua produto de
cultura humana e, como tal, deve ser estudada, entendida e utilizada de
maneira a seguir aquilo que se determina como normativamente aceitável. Ao
mesmo tempo, a Língua Portuguesa deve ser entendida como veículo de
transmissão do patrimônio cultural.
Neste curso de Letras há, portanto, uma abordagem de natureza
humanística que promove uma visão crítica da língua, por meio dos estudos de
gramática, para a efetivação do que seja aceito como linguisticamente correto
e/ou adequado; e dos estudos de Linguística, para um entendimento da língua
por meio do estudo teórico das suas possibilidades de organização e
expressão; por intermédio de atividades que incentivem a escrita, para que o
educando adquira um espírito investigativo e instrumental de trabalho.
A partir do exposto, pode-se concluir que tanto a necessidade de
estudo da língua, os déficits educacionais destacados, quanto à carência de
profissionais das áreas de Letras justificam o oferecimento de um curso de
Letras, nos moldes aqui propostos.
O CURSO DE LETRAS
O Curso de Letras oferece a Licenciatura Plena em Português. O estudo
de Línguas e Literaturas levará o aluno a contatos com as culturas que
55
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
compões o estudo das línguas da habilitação, o que lhe abre amplas
possibilidades profissionais.
Fornece ao aluno uma sólida formação profissional e ampla formação
cultural, ensinando a desenvolver a sua capacidade de "aprender a aprender",
para depois estar apto a "ensinar", desenvolver a sua auto-confiança, a sua
sensibilidade e determinação; o nível de organização pessoal e no trabalho,
sua habilidade de trabalho em equipe e a facilidade de adaptação a novos
contextos; sua criatividade e o espírito inovador; o poder de liderança e de
decisão; confiabilidade e habilidade comunicativa; capacidade de análise,
síntese e de crítica, além de sua atualização tecnológica e domínio de idiomas,
para que o licenciado em Letras possa obter sucesso na vida profissional.
O profissional deve ter o domínio do uso da língua ou da língua
(materna), em termos de sua estrutura, funcionamento e manifestações
culturais. Deve ser capaz de refletir teoricamente sobre a linguagem, de fazer
uso de novas tecnologias e de compreender sua.
O Curso de Letras dispõe de salas de aula suficientes para acomodar
toda a sua clientela e de modernos laboratórios de Informática, com
capacidade de atendimento para seus alunos. Cada sala de aula está equipada
com um retroprojetor, datashow e aparelhos de som.
O espaço físico do UNIFEOB em seu atendimento geral como específico
para o curso de Letras oferece:
- segurança, adaptações de infra estrutura física de área externa e interna
para pessoas com necessidades especiais,
- prédios são equipados para combate a incêndio.
- salas de aula e áreas de circulação com iluminação de emergência com
autonomia de duas horas,
- Iluminação - iluminação natural e artificial
- Ventilação - Ventilação Natural - acima de 1/5 da área de piso (Código
Sanitário Estadual);
- Acústica das Salas de aula.
- Em função de melhor conforto térmico são instalados ventiladores de
parede com proteção em todas as salas.
56
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
A instituição oferece, ainda, um amplo acervo bibliográfico, situado nas
bibliotecas dos dois campi, com livros específicos da área do Curso. Ainda,
para conforto dos alunos, a biblioteca conta com um acervo geral, incluindo as
demais áreas do conhecimento humano, além de acervos virtuais, dispondo de
exemplares que atendem adequadamente, quanto ao número e atualizações, a
demanda das unidades de estudo.
57
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
4 PRINCÍPIOS NORTEADORES DO CURSO
A definição de um projeto pedagógico dinâmico, por parte de uma
escola, revela uma intencionalidade e, por conseguinte, descarta qualquer
possibilidade de neutralidade.
A importância dessa definição é que o projeto dá um rumo, imprime um
sentido que deve orientar a globalidade das ações desenvolvidas por sua
comunidade. Assim, a instituição se particulariza na singularidade de suas
opções, o que permite que possam ser reconhecidos os resultados de seu
processo de ensino através da forma com que se inserem, no mercado de
trabalho, os profissionais por ela formados.
Ao assumirmos nossa intencionalidade na formação de Profissionais na
área de Letras – Professores de Português, necessitamos eleger os princípios
norteadores que, ao refletirem concepções de mundo, passam a se constituir
em um desafio permanente para os professores, que buscam alcançá-los pela
superação de valores anteriormente interiorizados de modo a encontrar a
consistência necessária entre o novo discurso e a ação consequente que o
novo projeto exigirá.
É necessário ressaltar que a construção de um projeto pedagógico do
UNIFEOB está diretamente relacionada com uma diversidade de valores e um
conjunto de atitudes que têm, como ponto de partida, a missão da IES. Dessa
forma, pensar a formulação do projeto pedagógico do curso de Letras é refletir
sobre a relação que o curso estabelece com o projeto pedagógico e o Plano de
Desenvolvimento Institucional do UNIFEOB. Assim, o PPC do curso de Letras
visa a formar um profissional habilitado a promover a transformação social, em
consonância com a missão do UNIFEOB de atuar na comunidade com
responsabilidade social e influir no desenvolvimento regional, valorizando a
ética, a cidadania, a liberdade e a participação.
São princípios norteadores para o curso de Letras, os seguintes pontos:
58
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
1. A superação de barreiras que surjam no decorrer do processo
ensino/aprendizagem;
2. O exercício de reflexão continuada sobre a ação;
3. A continuidade do ato educativo, que deve ser contínuo e contemplar
todas as dimensões e contextos subjacentes das tomadas de decisões
planejadas, executadas e implementadas.
4. A consideração de que a universidade é uma das instituições sociais
de maior criatividade e com grande capacidade de regeneração e gestão
de seu próprio futuro.
5. O desafio de dar condições para a maior inclusão e justiça social.
Ao seguir esses preceitos, o curso de Letras ressalta “a preocupação
com o sucesso de seus alunos como consequência de uma formação
acadêmica e profissional de qualidade, tendo como meta o compromisso com a
construção coletiva e participativa do bem comum”.
O curso de Letras tem características próprias que devem ser
valorizadas. Vê o conhecimento como uma rede, em que cada nó é um saber
pontual e a ligação entre eles é que dará uma visão total e não fragmentada da
realidade; opondo-se à crença do conhecimento cristalizado ou de verdades
imutáveis.
Considera que o conhecimento de várias teorias, muitas vezes
antagônicas, outras vezes complementares, é que possibilitará o pensar
múltiplo1, os questionamentos que levam a diversas possibilidades de
respostas que trazem em si o germe da mudança e da escolha do ideário a ser
seguido.
As concepções que perpassam as Unidades de Estudo assumem a
língua como elemento dialógico, fruto da interação do aluno com textos de
gêneros variados, com o professor e os colegas, enfim, com o outro em geral.
Do mesmo modo, os profissionais da área concebem a língua como
espaço de agenciamentos diversos: culturais, estéticos, políticos, ideológicos,
1 Entende-se por “pensar múltiplo” o desenvolvimento da capacidade de reflexão sobre
os diversos paradigmas que coexistem nas Ciências Sociais.
59
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
religiosos, afetivos, entre outros. A língua segue, demonstra e modifica esses
agenciamentos. Os componentes curriculares que tratam dos conhecimentos
literários tomam-nos como palco de múltiplos saberes (histórico, geográfico,
antropológico, psicanalítico etc.) e como instância de construção e
desconstrução da língua.
A abordagem da Língua materna propicia ao discente expandir sua
interação com o mundo da cultura e da linguagem ao acessar, pela leitura,
textos até então desconhecidos.
Finalmente, o curso de Letras tem, em si, a possibilidade de ser um
veículo de formação reflexiva de opinião e não pode eximir-se dessa sua
prerrogativa. Nesse sentido, alguns itens devem ser privilegiados na
elaboração do marco doutrinal, a saber, educação/ensino/aprendizagem, perfil
do aluno e do docente.
4.1 REQUISITOS DE ACESSO AO CURSO
O acesso ao curso de Letras, assim como aos demais cursos de
graduação do UNIFEOB, depende do limite de vagas oferecidas e autorizadas
pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão – CONSEPE.
Levando em conta a ênfase em sua missão de formar pessoas e
cidadãos conscientes da importância do desenvolvimento sociocultural, o
UNIFEOB inovou criando um Vestibular diferenciado, que transformou o
vestibular tradicional de provas objetivas/discursivas em um processo seletivo,
em que o vestibulando exercita sua capacidade de raciocínio, reflexão, leitura e
criatividade por meio de questões dissertativas e redação.
Estando esgotadas as listas de classificados do curso, há uma segunda
avaliação do Processo Seletivo para preenchimento das vagas remanescentes,
realizada em período posterior e que também classifica os candidatos inscritos
pelas médias gerais do Histórico Escolar do Ensino Médio e pela nota obtida na
Prova de Redação do UNIFEOB.
60
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
As inscrições para o Processo Seletivo - Vestibular são abertas através
de Edital da Reitoria, publicado no Diário Oficial da União e fixado nos quadros
de avisos nas dependências dos dois campi e no site
www.unifeob.edu.br/vestibular , constando os cursos e habilitações oferecidas
com as respectivas vagas, os prazos de inscrição, a documentação exigida no
ato de inscrição no processo seletivo, a relação das provas, os critérios de
classificação e demais informações úteis.
As condições de operacionalização do processo seletivo são
disciplinadas pela Comissão Central do Processo Seletivo, ouvidas as
Diretorias Executivas de Gestão do Ensino Superior e da Dinâmica
Universitária da própria instituição;
Os pré-requisitos mínimos para acesso à graduação são:
a) Conclusão do Ensino Médio ou equivalente;
b) Classificação em processo seletivo próprio ou outra forma de acesso
que vier a ser estabelecida em Edital pelos órgãos educacionais
competentes e/ou através do Programa Universidade para Todos –
PROUNI/MEC.
Na classificação obtida no processo seletivo, considerar-se-á que:
a) A classificação será pela ordem decrescente dos resultados obtidos,
sem ultrapassar o limite de vagas fixado, sendo eliminados os
candidatos que obtiverem nota zero, bem como os que não obtiverem a
nota mínima exigida na prova de redação, estabelecida pela Portaria –
MEC n° 391, de 07 de fevereiro de 2002, e conforme critério de pontos
aprovado pelo CONSEPE.
b) A classificação obtida será válida para a matrícula no ano letivo para o
qual se inscreveu, tornando-se nulos seus efeitos se o candidato
classificado deixar de requerê-la ou, em o fazendo, não apresentar a
documentação exigida nos prazos estabelecidos.
A divulgação da classificação do processo seletivo e das chamadas
subsequentes são sempre públicas.
61
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
Em caso de desistência da matrícula de candidato aprovado em
processo seletivo, classificado em primeira chamada, far-se-ão tantas
chamadas quantas necessárias dentre os aprovados, sempre em ordem
decrescente, até o preenchimento das vagas disponíveis.
62
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
5 PERFIL PROFISSIOGRÁFICO DOS EGRESSOS
Em seu PDI, o UNIFEOB afirma que:
o perfil desejado, de responsabilidade do UNIFEOB, deve estar no âmbito
do perfil brasileiro, refletindo as características regionais e a potencialidade
dos cursos oferecidos. O mesmo deve ser definido a partir dos fatores
inerentes à realidade que permeia a profissão e que é relevante à formação
profissional. Torna notável o conhecimento e a disseminação dos
fundamentos da cidadania utilizando formas contemporâneas de linguagem
e de competência dos princípios científicos e tecnológicos que alicerçam a
realização da vida, especialmente da época em que vivemos.
Logo, assume a formação cidadã e profissional de um ser humano capaz de
dar continuidade a seu aprendizado de forma participativa e responsável,
integrado ao intento da sociedade da qual faz parte, e crítico de suas
mazelas.
Desta maneira, o presente curso objetiva formar o profissional de Letras
para atuar na Educação – Escolas de Ensino Fundamental e Médio, das redes
pública e privada – e que, além disto, possa atuar como cidadão de maneira
autônoma e crítica da realidade social na qual está inserido.
Os seus egressos estão habilitados a atuar como professores, pesquisadores
e consultores de instituições educacionais que atendam os referidos níveis de
escolarização.
Contudo, os licenciados estarão igualmente preparados para o mercado mais
amplo que se oferece aos profissionais do campo das Letras, poderão ainda
desenvolver pesquisas em instituições de diversas naturezas (escolas, bibliotecas,
centros e instituições de pesquisa, Ongs, etc.), assim como no âmbito da academia,
neste caso, através do ingresso em programas de Pós-Graduação.
Devem ser capazes de se envolver socialmente, desenvolvendo sua atividade
e tomando posturas que contribuam para a solução de problemas e para o
crescimento da comunidade.
Ambas características - competências profissionais, engajamento social e
formação humanística - implicam pesquisa, reflexão constante e revisão de
63
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
perspectivas e de valores. Para tanto, é fundamental que o profissional, formado
pelo Curso de graduação em Letras, esteja preparado para estabelecer uma
dinâmica de aprendizagem continuada e autônoma ao longo de sua vida profissional
adequada aos desafios da sociedade contemporânea.
A necessidade de leitura e redação, por exemplo, cresce em virtude do
avanço substancial da informatização no mercado de trabalho e da complexidade
das relações sociais. Se, por um lado, necessita-se receber uma educação cada vez
mais sofisticada para dar conta das oportunidades de trabalho atuais, por outro, a
escola oferece um ensino baseado em concepções tradicionais, que pouco
contribuem para preparar o indivíduo para interagir com o seu próprio texto e os
textos produzidos em seu meio social.
Dessa forma, o perfil do graduado em Letras concebido por este projeto
pedagógico, considerado o conjunto de competências exposto a seguir, bem como
as condições oferecidas pela organização curricular que se descreverá adiante, é o
do profissional que, orientando-se por princípios éticos e humanísticos:
1. tenha adquirido o instrumental necessário à análise do uso, estrutura e
funcionamento da língua;
2. tenha postura crítica em relação aos fatos da língua, tanto no que diz
respeito à sua observação do ponto de vista diacrônico como do ponto de
vista sincrônico;
3. apresente competência comunicativa em língua portuguesa;
4. tenha consciência crítica da realidade, com a compreensão de que o
interesse social é mais importante que o individual.
5. produza e interprete criticamente textos de diferentes gêneros com
inscrições nas diversas práticas sociais;
6. planeje, execute e gerencie práticas educativas, que considerem as
características dos alunos e da comunidade, os temas e necessidades do
mundo social e os princípios, prioridades e objetivos do projeto educativo e
curricular na instituição em que vier a desenvolvê-lo;
64
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
7. construa uma autonomia intelectual que lhe possibilite reconstruir,
continuamente, o conhecimento disponível, com base em pesquisa e
elaboração pessoal e coletiva; enfim, compreender sua formação
profissional como processo contínuo e autônomo.
8. exerça e fomente o senso estético, o senso crítico, a criatividade e a
autonomia;
9. tenha domínio ativo e crítico de diversos autores, obras, escolas literárias,
movimentos artísticos e estéticos representativos das diferentes literaturas
estudadas ao longo do curso;
10. assumir uma postura autônoma em relação à sua formação intelectual e
profissional.
Sendo assim, o curso de Letras visa proporcionar ao aluno uma formação
geral adequada ao exercício profissional a que se destina e, ao mesmo tempo, dotá-
lo de instrumental teórico-metodológico necessário ao desenvolvimento da produção
do saber. Buscando fornecer ao profissional de Letras uma visão mais ampla da
realidade, aguçando-lhe o espírito crítico e preparando-o para o exercício da uma
cidadania consciente. Além de valorizar e reafirmar, por meio de uma metodologia
interdisciplinar, multidisciplinar e contextualizada, tanto na sua ação educativa como
em aperfeiçoamento de estudos a importância da Educação Étnica Racial (Diretrizes
Curriculares Nacionais para Educação das Relações Étnico-raciais e para o Ensino
de História e Cultura Afro-brasileira e Africana - Resolução CNE/CP N° 01 de 17 de
junho de 2004). Valorizando também a Inclusão Social, da conscientização das
políticas ambientais (Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999 e Decreto Nº 4.281 de 25
de junho de 2002) com auxílio da Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS e o Braile,
que conduzirão à revalorização do trabalho docente com o auxilio e a integração das
disciplinas por temas transversais.
65
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
5.1 COMPETÊNCIAS E HABILIDADES A SEREM ESENVOLVIDAS
PELO CURSO DE LETRAS
Com base na legislação pertinente, em especial a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (Lei n.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996) e as Diretrizes
Curriculares Nacionais (Parecer CNE/CES 492, de 03 de abril de 2001), espera-se
que o licenciado no curso de Letras- Português desenvolva, ao longo de sua
formação acadêmica, diversas competências e habilidades de natureza teórica e
prática necessárias ao exercício da atividade docente e à pesquisa científica. Dessa
forma, o curso de Licenciatura em Letras- Português deve contribuir constantemente
para o aperfeiçoamento técnico e profissional de seus alunos por meio do
desenvolvimento de competências e habilidades.
5.1.1 OBJETIVOS
O curso de Licenciatura em Letras do UNIFEOB forma professores do Ensino
Básico. Em consonância com o PPI do UNIFEOB, parte do princípio de que a
formação por competências torna os futuros licenciados mais bem preparados para
o exercício da docência, a partir do momento em que levam adiante a mesma ideia
de que o conteúdo é o meio, e não o fim.
Buscamos coletivamente a amplitude do espírito crítico frente às demandas
sociais, econômicas, culturais e políticas de nossa sociedade, contribuindo com
reflexões que favoreçam a formação de cidadãos conscientes. Nesse sentido, as
diferentes atividades curriculares articulam-se, auxiliando o aluno na formação de
suas competências, ao correlacionar as habilidades desenvolvidas na prática da
área de Letras, com as outras habilidades necessárias ao docente do futuro.
5.1.2 COMPETÊNCIAS E HABILIDADES GERAIS DO CURSO DE
LETRAS
66
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
O curso de Letras do UNIFEOB deve proporcionar o desenvolvimento das
seguintes competências e habilidades gerais:
1. Ter competência para ministrar aulas de Português e suas respectivas
literaturas tanto no Ensino Fundamental como no Ensino Médio,
conhecendo os princípios fundamentais da relação ensino-aprendizagem,
bem como a estrutura educacional brasileira;
2. Reflexão analítica e crítica sobre a linguagem como fenômeno psicológico,
educacional, social, histórico, cultural, político e ideológico;
3. Visão crítica das perspectivas teóricas adotadas nas investigações
linguísticas e literárias, que fundamentam sua formação profissional;
4. Domínio dos métodos e técnicas pedagógicas que permitam a
transposição dos conhecimentos para os diferentes níveis de ensino,
considerando a contribuição das mesmas para o tratamento de problemas
de ensino/aprendizagem da língua materna e, consequentemente, para o
aperfeiçoamento da prática pedagógica;
5. Visão crítica das perspectivas teóricas adotadas nas investigações
linguísticas e literárias, que fundamentam a formação profissional do aluno
de Letras;
6. Compreender e usar a língua portuguesa como língua materna, geradora
de significação e integradora da organização do mundo e da própria
identidade.
7. Compreender e usar a Língua Portuguesa no que se refere à sua
estrutura, funcionamento e manifestações culturais;
8. Lidar criticamente com as linguagens, em especial a verbal, nas
modalidades oral e escrita;
9. Ler e produzir textos adequados a diferentes situações discursivas;
10. Abordar criticamente as perspectivas teóricas adotadas nas investigações
linguísticas e literárias.
Tem-se como premissa maior a crença de que o aluno é um ser de
possibilidades e, por isso, passível de se projetar social e historicamente. Esta
67
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
viabilização processa-se na articulação da construção da subjetividade por meio da
ressignificação de aspectos socioculturais contextualizados, envolvendo elementos
cognitivos, afetivos, lúdicos, históricos, sociais, físicos e biológicos.
5.1.3 COMPETÊNCIAS E HABILIDADES PEDAGÓGICAS DO CURSO
DE LETRAS
1. Compreender o papel social da escola;
2. Elaborar e desenvolver projetos sócio-educativos que visem à construção
da cidadania;
3. Estar preparado para atuar no mercado de trabalho compreendendo sua
dinâmica respondendo profissionalmente às suas demandas;
4. Dominar os conteúdos a serem socializados, seus significados em
diferentes contextos e sua articulação interdisciplinar;
5. Conhecer os processos de investigação que possibilitem o
aperfeiçoamento da prática pedagógica;
6. Compreender o processo de construção do conhecimento do indivíduo
em seu contexto sociocultural;
7. Atuar na educação básica com responsabilidade, competência e
comprometimento;
8. Compreender a formação profissional como processo contínuo, autônomo
e permanente, à luz da dinâmica do mercado de trabalho e das inovações
tecnológicas;
9. Desenvolver trabalho em equipe, estabelecendo diálogo entre a área
educacional e as demais áreas do conhecimento;
10. Planejar, desenvolver e avaliar situações de ensino e de aprendizagem,
de modo a elaborar objetivos, definir conteúdos e desenvolver
metodologias específicas das diferentes áreas considerando a
diversidade dos alunos e os fins da educação.
68
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
5.1.4 COMPETÊNCIAS E HABILIDADES ESPECÍFICAS DO CURSO
DE LETRAS
Estão relacionadas às habilidades gerais pretendidas, as seguintes
habilidades específicas:
1. Adquirir postura crítica em relação aos fatos e estrutura da língua,
objetivando-os do ponto de vista diacrônico e sincrônico;
2. Analisar criticamente os textos literários que constituem o lastro cultural e
artístico de nossa nacionalidade;
3. Produzir textos corretos, empregando o nível de linguagem mais adequado
a cada situação de comunicação;
4. Apresentar competência comunicativa em língua materna, oralmente e por
escrito;
5. Iniciar-se na pesquisa científica de linguística, língua e literatura materna.
5.1.5 CAMPO DE ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL
O mercado de trabalho para o licenciado em Letras fornece múltiplas possibilidades
de inserção:
1. No ensino formal, podendo prestar concursos públicos que exigem diploma de
Licenciatura em Letras;
2. No ensino formal, podendo exercer a docência de línguas e literaturas em
escolas púbicas e particulares;
69
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
3. Em outras áreas de trabalho, como o mercado editorial, o setor de serviços
(hotelaria e turismo), consultoria em comunicação, produtor cultural de
eventos, assessor linguista, secretário executivo, a construção do conteúdo
textual das páginas web e o desenvolvimento de atividades específicas da
tecnologia da informação.
A primeira grande área de atuação do profissional formado no Curso de Licenciatura
em Letras Português é na docência em Língua Portuguesa, e suas respectivas
Literaturas. O campo de trabalho na área da educação inclui atuação em escolas
públicas e privadas, tanto no Ensino Básico (Fundamental e Médio), quanto no
Ensino Superior, em ONGs e fundações.
Além disso, esse profissional pode exercer funções em áreas não diretamente
ligadas à educação, sempre que se necessite de um profissional licenciado em
Língua Portuguesa. Quanto ao campo da pesquisa, o profissional de Letras está
autorizado a seguir seus estudos em nível de Pós-graduação (Especialização,
Mestrado, Doutorado), investigando temas e problemas de sua área de formação e
contribuindo com alternativas ligadas a ensino e eventuais demandas sociais.
Pode ainda trabalhar no mercado editorial, como redator e revisor de textos nos
diversos campos de produção de conhecimento, seja ele literário, didático, técnico
ou científico. Outra possibilidade é atuar como crítico ou produtor artístico, na
redação de comentários de obras literárias e artísticas em geral, ou escrever
resenhas para jornais e revistas, roteiros para produções audiovisuais ou as
propriamente literárias (em prosa ou poesia).
6 PERFIL DO DOCENTE, COORDENAÇÃO E NDE
6.1 PERFIL DOCENTE
O docente deve atuar de forma peculiar e essencial na construção de
conhecimentos e saberes que influenciarão na ação e transformação social. Deve
ele trabalhar com a pluralidade de indivíduos e com a diversidade cultural. É um
70
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
construtor de conhecimentos junto com os alunos, assumem compromissos
sociopolíticos, éticos e educacionais para disseminação do que é considerado como
novo para seus alunos.
O docente deve ter domínio e responsabilidade acerca de suas atribuições,
como planejamento de atividades e conteúdos, didática, organização do ambiente da
sala de aula, estruturação do complexo de conhecimentos a serem adquiridos pelos
alunos, além de responsabilidades profissionais referentes aos aspectos éticos,
formação continuada, trabalho em equipe, relacionamento com seus pares e
gerenciamento de seu próprio desenvolvimento profissional.
Deve ainda estar compromissado com o papel científico e social da instituição
(e, especificamente, do curso de Letras) assim como com o desenvolvimento
sustentável e democrático local e regional.
O professor do Português é um educador, tem diante de si uma sociedade
cheia de desafios e desigualdades acentuadas.
A natureza epistemológica do papel do professor está condicionada a uma
inteligibilidade ou a um saber-fazer (por isso também é intelectual) que fomenta
saberes que vão além de saberes éticos, morais e técnico-científicos.
Requer saberes interpessoais, pessoais e comunicacionais, para que a
relação estabelecida entre alunos e professores possa favorecer o processo de
ensino e de aprendizagem.
No curso de Licenciatura em Letras- Português estes saberes assumem
importância uma vez que os professores, agindo como mediadores do
conhecimento, podem desempenhar papéis de orientadores. Os orientadores são
professores vinculados ao Curso de Letras do UNIFEOB, todos com formação
profissional na área.
Que perfil deve ter um professor de Português de forma a auxiliar o aluno a
constituir-se como cidadão, dando oportunidade para que ele conheça melhor as
relações que se estabelecem no interior da sociedade em que vive e na relação
desta com as outras, uma vez que as relações políticas e econômicas são hoje
globalizadas?
Com estas reflexões e ainda outras pertinentes ao ensino, o Curso de Letras
estabelece um perfil para o professor da graduação ao entender que o conhecimento
71
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
produzido na Universidade, fundamentado em pesquisa de campo, de laboratório,
bibliográfico, e dominado pelo professor, deve ser o instrumental teórico a ser
elaborado e recriado, para se transformar em saber escolar, ou seja, um saber a ser
trabalhado pelo egresso do curso.
Nesse perfil traçado pelo curso, há uma relação direta entre o professor e os
novos paradigmas da Educação. Isso se registra da seguinte forma:
A aprendizagem é considerada como processo, jornada;
O conteúdo é o meio e não fim;
É dada prioridade à autoimagem como geradora de desempenho;
Valorização da igualdade no relacionamento, entre os sujeitos do processo
educativo;
A relação é entre pessoas e não em funções. A autonomia é encorajada;
A experiência interior e os sentimentos são encarados como fatores
importantes para potencializar a aprendizagem;
Enfatiza-se a busca do todo, complementando teoria com prática;
A aprendizagem é vista como processo para a vida toda;
O professor também é um aprendiz;
Há preocupação com o ambiente favorável à aprendizagem.
À medida que o professor se assume como sujeito do seu próprio trabalho na
sala de aula, em que propicia condições para o aluno tornar-se coprodutor de
conhecimentos, o pedagógico e o político saem fortalecidos:
O professor universitário deverá ter as qualidades próprias a todo
educador e as qualidades específicas próprias ao trabalho especial
que ele deve realizar. Como educador, deverá aproximar-se do tipo
perfeito do homem que ele aspira a realizar em seus dirigidos, tendo
as qualidades físicas, intelectuais, morais e profissionais que
desejaria ver reproduzidas em seus discípulos. E isto, em primeiro
lugar, porque a educação se realiza, principalmente, pela virtude do
exemplo que provoca a imitação, e, em segundo lugar, porque o
educador necessita da atuação inteligente das mais aprimoradas
qualidades humanas para bem realizar o seu trabalho. Como
professor universitário, carece de qualidades muito especiais. Como
a missão da Universidade, segundo Ortega y Gasset, é a de ensinar,
72
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
pesquisar e divulgar a ciência, o professor universitário deverá ser
perito na realização dessas operações.2
Para ser professor do Curso de Letras não é necessário apenas dominar o
conteúdo a ser trabalhado, mas ter uma visão holística. Esse perfil envolve um
professor que tem conhecimentos na área da psicologia de ensino e aprendizagem;
de história da educação; conhecimentos de língua e linguagem e métodos a serem
utilizados em sala de aula.
O Curso de Letras entende que o perfil do seu professor deverá preencher as
seguintes condições: ter, ao menos, especialização na disciplina a ser lecionada; ter
formação científica adequada; ter visão profissional da sua disciplina,;manter
contatos regulares e estágios em meios profissionais à mesma correlata; possuir
adequada formação didático-pedagógica e cultura geral; possuir contatos com os
demais setores da cultura; atualizar seus conhecimentos por meio de cursos,
estágios e congressos em sua área de formação.
Para cada unidade de estudo, o professor elabora um Plano de Ensino (plano
de ação pedagógica) do qual constam ementa, conteúdo programático,
competências que serão desenvolvidas, carga horária, metodologia empregada,
recursos e estratégias didáticas utilizadas, bibliografia adotada e critérios de
avaliação da aprendizagem. Os Planos de Ensino devem ser, no início de cada
módulo, debatidos e aprovados pelo Colegiado do Curso.
O professor é o responsável pela aplicação do programa de sua unidade de
estudo e escolha do melhor método a ser adotado para cada aula: exposição,
trabalho independente, trabalho em grupo, seminário, entre outros. O professor é
também responsável pela vinculação dos conteúdos previstos no plano de ensino e
aprovados pelo colegiado do curso às exigências teóricas e práticas da formação
acadêmica.
As atividades desenvolvidas em sala de aula pelo professor da unidade de
estudo combinam quatro momentos básicos de metodologia de ensino:
2 VEIGA, Ilma Passos Alencastro. (org.) Projeto político pedagógico. 13 ed. Campinas: Papirus,
2001. (Coleção Magistério). p.22.
73
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
a. Apresentação aos acadêmicos, no início do módulo, dos
objetivos de ensino e de aprendizagem, das competências que
serão desenvolvidas, a bibliografia que será utilizada e onde
encontrá-la;
b. Aplicação e consolidação dos conteúdos e habilidades;
c. Registro de frequência dos alunos;
d. Avaliação de desempenho dos alunos em relação às
competências atitudinais e específicas, além da qualidade de
aprendizagem;
As atividades desenvolvidas em sala de aula podem contar com
diferentes equipamentos didáticos à disposição do professor, como projetor de
multimídia e aparelhagem de som. As aulas de caráter técnico são frequentemente
desenvolvidas nos laboratórios específicos de informática.
Os docentes do curso de Letras são graduados na área de Letras e/ou áreas
afins, com pós- graduação também na área de Letras e/ou áreas afins, dependendo
da especialidade a que o professor está relacionado. Encontramos em nosso corpo
docente, como se verá no item a seguir, uma destacada experiência acadêmica,
esse aspecto está refletido na qualidade que se imprimiu, ao longo de sua longa
trajetória histórica, ao curso de Letras, acarretando, assim, índices e notas positivos
nas avaliações institucionais e também em avaliações de outra natureza. Cabe
destacar, ainda, que essa experiência acadêmica está refletida também na
qualidade do curso, muito bem avaliado pelos alunos, tendo em vista os resultados
que o curso vem alcançando nas avaliações realizadas, junto aos discentes, pela
comissão permanente de avaliação da UNIFEOB. Nosso conjunto de professores
também tem, em sua maioria, ampla experiência (mais de dez anos) na educação
básica, possibilitando, desse modo, que a formação dos futuros professores seja
mais condizente com a realidade da sala de aula dos ensinos fundamental e médio,
uma vez que os docentes da graduação são capazes de estabelecer diálogos e
estratégias no processo de ensino-aprendizagem que não estão desvinculados da
realidade profissional que nossos alunos irão encontrar quando ingressarem no
mercado de trabalho.
74
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
6.1.1 CORPO DOCENTE ATUAL
DISCIPLINAS
MAIOR
TITULAÇÃO
ÁREA DE CONHECIMENTO DA TITULAÇÃO
REGIME DE TRABALHO
NOME DO DOCENTE
Fonética e Fonologia Morfologia Morfossintaxe Sintaxe
Doutor
Linguística
Horista
Ana Cristina S. Silva
Sociedade e Educação Doutor
Educação
Professor
Convidado
Cláudia C. Hardagh
Análise de Textos Narrativo: Conto, Novela, Romance Estética do Romantismo e do Realismo Estudo dos Gêneros Lírico, Épico e Dramático Fundamentos da Literatura: do Brasil-Colônia ao Arcadismo Literatura Infanto Juvenil
Doutor
Literatura
Parcial
Elisabete B. Faria
Organização da Educação Básica
Especialista Educação Psicopedagogia
Integral Fátima Ap. Médici
Psicologia do Ensino e da Aprendizagem Trabalho de Conclusão de Curso
Doutor
Psicologia
Integral
Helga H. Reinhold
Língua Brasileira de Sinais – Libras
Especialista Educação Psicopedagogia
Parcial Ilza Mª de O. Agostinho
Metodologia da Pesquisa Científica
Mestre Energia Parcial João Fábio Diniz
Didática Estágio Supervisionado
Mestre
Educação
Integral
Márcia Mariza Belli
Literatura e Sociedade
Especialista
História
Parcial
Marcos Silva
Metodologia da Pesquisa Científica Trabalho de Conclusão de Curso
Doutor
História Social
Integral
Patrícia Gomes Furlaneto
75
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
DISCIPLINAS
MAIOR
TITULAÇÃO
ÁREA DE CONHECIMENTO DA TITULAÇÃO
REGIME DE TRABALHO
NOME DO DOCENTE
Psicologia do Ensino e Aprendizagem
Mestre
Saúde da Criança e
do Adolescente
Parcial
Rafael Silva Pinto
Com. e Expr. em Língua Portuguesa Estudos do Letramento História das Ideias Linguísticas Linguística Textual Prática de Leitura e Produção Textual
Mestre
Linguística
Parcial
Regina Célia de C. P. Lima
Organização da Educação Básica Trabalho de Conclusão de Curso
Doutor
Educação
Parcial
Sônia Ap. Siquelli
76
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
6.2 COORDENAÇÃO DE CURSO
A coordenação acadêmica do Curso é de responsabilidade de seu
Coordenador, designado por Ato Executivo da Reitoria para mandato de 02 (dois)
anos, podendo ser reconduzido.
A Coordenação de Curso tem papel central no desenvolvimento das
atividades ligadas ao Curso de Graduação. Entre as atribuições da Coordenação,
estão as atividades administrativo-pedagógicas que oferecem suporte ao Curso,
assim como o acompanhamento de todos os processos que envolvem o Curso de
Graduação; sendo de fundamental importância a sua participação na elaboração e
acompanhamento do desenvolvimento das atividades relacionadas ao mesmo e
descritas em seu Projeto Pedagógico, bem como a integração entre professores,
alunos, funcionários e coordenação.
Ressalta-se o contato direto e permanente do Coordenador do curso com os
docentes e discentes, no sentido de adequar situações e resolver questões que,
eventualmente, surgem no decorrer do curso.
O Coordenador de Curso de Graduação deve ter o seguinte perfil:
Graduação de nível superior na área do curso, preferencialmente, Mestrado ou
Doutorado na área de conhecimento do Curso;
Visão de todas as subáreas de conhecimento do Curso;
Visão técnica, administrativa e pedagógica do Curso;
Conhecimento de legislação vigente; das Diretrizes Curriculares do Curso;
Experiência em administração acadêmica;
Participação ativa em eventos ligados à área do Curso;
Publicação de artigos ligados à área do Curso;
Bom relacionamento com professores, alunos e funcionários;
Conhecimento das propostas metodológicas utilizadas e debatidas na
Instituição.
77
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
Preocupação com a formação integral de recursos humanos.
A responsável pelo curso, atualmente é Professora Márcia Mariza Belli,
Mestre em Educação, título obtido pela Pontifícia Universidade Católica de
Campinas (PUCCAMP).
O curso proposto é supervisionado e administrado pelo coordenador de curso
e conta com o apoio do grupo técnico-administrativo, formado por profissionais
qualificados em suas áreas de atuação, disponíveis na Instituição. Conta também
com todo o corpo técnico-administrativo da Secretaria Geral, funcionários das áreas
de limpeza e segurança e áreas de comunicação e divulgação, que já atendem os
cursos existentes no UNIFEOB.
A coordenadoria deve estabelecer um vínculo entre os discentes e docentes
do curso, para avaliação constante do mesmo. Este trabalho em conjunto é
fundamental para a verificação dos aspectos positivos da estrutura curricular
proposta e modificação dos pontos necessários.
6.3 COMPOSIÇÃO DO NÚCLEO DOCENTE ESTRUTURANTE
O Núcleo Docente Estruturante é composto pelo Coordenador do curso que o
preside, até cinco representantes do corpo docente do curso (indicados pelo
Colegiado e nomeados pelo Pró Reitor Acadêmico). As decisões e sugestões do
Núcleo Docente Estruturante antes da efetiva implantação são aprovadas pelo
colegiado e na observância hierárquica pelo coordenador do curso e pró-reitor.
O trabalho do Núcleo Docente Estruturante é desenvolvido no início de cada
módulo através de reuniões presenciais ou virtuais em número suficiente para
conclusão dos trabalhos. No decorrer do semestre, com o objetivo de acompanhar o
desenvolvimento do curso, o Núcleo Docente Estruturante executa de uma a duas
reuniões presenciais e tantas quantas forem necessárias de maneira virtual.
Compete ao Núcleo Docente Estruturante (NDE): implementar e acompanhar
o desenvolvimento do projeto pedagógico, envolvendo principalmente a matriz
curricular e sua aplicabilidade prática na atividade profissional; orientar e cobrar a
78
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
elaboração e articulação dos programas e planos de ensino das unidades;
acompanhar o desenvolvimento do plano de ensino, verificando a articulação entre
objetivos, conteúdos programáticos, procedimentos de ensino e avaliação; opinar
sobre os projetos de ensino, pesquisa e de extensão que forem apresentados;
propor o plano e calendário anual de atividades do curso; opinar sobre a
programação de ensino, das atividades de extensão e de estudos interdisciplinares
ligados ao próprio curso e/ou entre os diversos cursos da instituição; sugerir normas
específicas e acompanhar, sistematicamente, a revisão e atualização de projetos
pedagógicos do curso, buscando o consenso entre a maioria dos membros do
núcleo.
Cabe ao coordenador do curso coordenar e supervisionar as atividades do
Núcleo, articulando-as no que for necessário; convocar e presidir reuniões;
acompanhar, cumprir e fazer cumprir as normas reguladoras - federais e
institucionais pertinentes ao curso -; fiscalizar a fiel execução do regime didático;
exercer as demais atribuições que a função exige e elaborar; juntamente com os
demais membros; o regimento do NDE que deverá ser submetido a aprovação do
CONSEPE.
Os membros do NDE obrigatoriamente têm formação acadêmica nas áreas
específicas do curso, ou afins, e/ou experiência comprovada na disciplina ministrada.
O mandado dos membros do NDE é coincidente com o mandato do coordenador do
curso e a escolha dos membros do NDE é sempre regida por portaria específica da
Pró reitoria Acadêmica.
Item Nome Função Titulação
Regime de
Trabalho
1 Márcia Mariza Belli Presidente Mestre Integral
2 Ana Cristina Salviato Silva Docente Doutora Horista
3 Elisabete Brockelmann de Faria Docente Doutora Parcial
4 Helga Hinkenickel Reinhold Docente Doutora Integral
5 Patrícia Gomes Furlanetto Docente Doutora Integral
6 Regina Célia de C. Paschoal Lima Docente Mestre Parcial
79
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
7 METODOLOGIA DO CURSO
O Projeto Pedagógico do Curso de Letras está em consonância com a Lei
nº 9.394/96, de 20/12/1996, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação
Nacional. O eixo norteador da sua concepção pedagógica prevê a articulação do
ensino-pesquisa-extensão, havendo explicitação de que a educação superior
realiza-se através do ensino, da pesquisa e da extensão, conforme preceitua o art.
64 da Lei citada.
O ensino superior tem por objetivo aperfeiçoar a formação de pessoas
para a atividade cultural, capacitá-lo para o exercício de uma profissão, e prepará-lo
para o exercício da reflexão crítica e a participação na produção, sistematização e
superação do saber. A pesquisa tem por objetivo o avanço do conhecimento teórico
e prático, em seu caráter universal e autônomo, e deve contribuir para a solução dos
problemas sociais, econômicos e políticos, nacionais e regionais. A extensão, aberta
à participação da população, visa difundir as conquistas e benefícios resultantes da
criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica geradas no Curso.
O princípio de um projeto de formação por competências privilegia a
organização curricular modular, flexível e contextualizada, sintonizada com as novas
propostas pedagógicas. Assim, o foco principal do processo torna-se o aluno e seu
trabalho de desenvolvimento profissional.
Um dos principais pontos do planejamento do curso e de suas Unidades de
Estudo/Disciplinas é a escolha das atividades e das metodologias que são
empregadas. Para garantir sua integração e a constante motivação do aluno, esse
passo é seguido continuamente ao longo do semestre, pelo conjunto de professores
de forma participativa. Além disso, deve-se garantir a diversidade de situações e
atividades de aprendizagem, sempre articuladas com as competências em
construção e desenvolvimento.
No planejamento das Unidades de Estudo, em vez de se partir de um corpo
de conteúdos disciplinares existentes, com base no qual se efetuam escolhas para
cobrir os conhecimentos considerados mais importantes, parte-se de situações
concretas, na medida das necessidades requeridas por essas situações.
80
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
Assim, elas devem contemplar discussões estratégicas sobre temas a serem
trabalhados de maneira prática, tendo como base, entre outros, debates, seminários,
aulas expositivas dialogadas, discussão sobre filmes e obras literárias, leituras
direcionadas, e que tenham, como um de seus objetivos, integrar os conteúdos
desenvolvidos em todas as Unidades de Estudo que compõem o módulo (trabalho
interdisciplinar).
O trabalho dos alunos envolve, também, visitas técnicas monitoradas,
atividades extracurriculares e estágio supervisionado que inclui a elaboração de
relatórios de análise politico-pedagógica.
Para elaborar um sistema modular por competências é preciso aprofundar as
escolhas metodológicas. Estas devem se pautar pela identificação de ações ou
processos de trabalho do sujeito que aprende e devem incluir projetos, provocados
por desafios e/ou problemas, que coloquem o aluno diante de situações simuladas.
A escolha também deve permitir ações proativas por parte do aluno, como as de
pesquisa e estudo de conteúdos que podem estar reunidos em unidades ou
trabalhados em seminários, ciclos de debates, atividades experimentais,
laboratoriais e de campo.
As metodologias adotadas devem permitir a simulação ou realização de
situações concretas de trabalho, propiciando a integração dos conhecimentos e o
desenvolvimento de níveis de raciocínio mais complexos. Como exemplos, podem
ser adotados Estudo de Caso e Problematização. A combinação entre um
determinado tipo de atividade a ser executada no desenvolvimento de um Tema e a
metodologia mais adequada para esse caso é o ponto chave para o sucesso do
trabalho docente.
O conceito de qualidade detém um duplo desafio: o de a Universidade
comprovar-se competente e o de ser um espaço de educação, onde o acadêmico
possa encontrar condições formativas e motivadoras. A conquista desse desafio
resultará na formação de um profissional competente e num cidadão ativo, capaz de
resolver as situações-problema.
A questão da pesquisa ganha um lugar de inspiração fundamental da vida
acadêmica e de todo o processo educativo que nela se desenvolve. Aparecendo
como atividade educativa, a pesquisa exige uma postura metodológica, por meio da
81
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
qual o graduando toma consciência crítica da sua concepção histórica,
reconhecendo a sua própria capacidade emancipatória, como estratégia básica de
sua autoconstrução.
Assim, para o aprendizado, os professores utilizam diferentes recursos
áudios-visuais para apresentar e discutir os conteúdos teóricos e práticos quer sejam
através de aulas teóricas em salas de aula e/ou laboratórios; seminários; estudo
dirigido; simulações em seminários, congressos e jornadas acadêmicas.
Ainda na busca do saber, de informações que possam melhorar o
aprendizado, os alunos contam com um acervo de livros e periódicos na Biblioteca,
onde também podem acessar informações através de periódicos on line e sites para
pesquisa na internet.
Através do Estágio Supervisionado os alunos têm a oportunidade de
integrar as diferentes áreas de aprendizado, visando o seu crescimento pessoal e
eficácia profissional; integrar e aplicar em prática os conhecimentos adquiridos nas
demais disciplinas do Curso, possibilitando o aprimoramento e a complementação
do ensino-aprendizagem através do desenvolvimento de atividades práticas;
aprimorar as habilidades manuais e de diagnóstico contempladas nas disciplinas
teóricas; adquirir os hábitos e as atitudes da profissão; desenvolver o senso
analítico-crítico, baseado no exercício do questionamento e da criatividade; buscar
soluções para os problemas vivenciados.
82
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
8 ORGANIZAÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
8.1 Adequação da metodologia de ensino à concepção.
Um dos princípios que orientam a proposta curricular do curso de Letras do
Unifeob é garantir a possibilidade de trabalho interdisciplinar e transdisciplinar,
procurando intervir na articulação entre os docentes e as disciplinas ministradas,
visando à construção de projetos temáticos que permitam haver alternativas de
trabalho para a formação do professor.
Para tanto, busca-se priorizar conhecimentos e competências com a
finalidade de aperfeiçoar o currículo, adotando estratégias diversificadas de ensino
que potencializem a interação aluno-professor e aluno-aluno para a construção de
conhecimentos coletivos, organizando conteúdos em prol dos objetivos a serem
alcançados por meio de estudos interdisciplinares, transdisciplinares e projetos que
proporcionem o diálogo contínuo entre as diversas áreas do saber. Também
procura-se trabalhar os conteúdos de forma contextualizada, por meio do
aproveitamento dos mesmos e de seus contextos na intenção de outorgar
significado e préstimo ao aprendizado teórico-prático profissional, trabalhando com
os sentimentos associados às circunstâncias de aprendizagem na mediação da
relação do aluno com o conhecimento que está sendo construído por ele.
Logo, a proposta curricular apresentada, orienta-se pelos princípios
curriculares expressos nas novas Diretrizes Curriculares para o curso de Letras,
abrangendo uma visão do conhecimento firmada nos preceitos pedagógicos da
consciência da identidade profissional, da diversidade humana, da autonomia
intelectual da universidade, da prática interdisciplinar, da contextualização e da
flexibilização curricular que possibilita a ruptura com a estrutura austera de condução
de curso em outros tempos já vista, permitindo que o próprio Curso faça uso do
leque de opções de atividades acadêmicas na organização de seu currículo e
metodologia de ensino.
83
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
8.2 Inter-relação das unidades de estudo na concepção e execução
do currículo
A proposta curricular deve influir na formação professor de Português, a partir
da construção de competências, habilidades e intencionalidade de suas ações do
que pela quantidade de informações transmitidas. Assim, afirma-se no aprender a
aprender refletir, a relacionar conhecimentos com experiências vivenciadas, a inferir
significado ao que foi internalizado. Igualmente, assegura-se na prática de construir
a relação idiossincrática entre a teoria e a prática, no alicerçar a crítica pelo
desenvolvimento do espírito crítico nos alunos, no construir argumentos
fundamentados em fatos, no trabalhar com o sentimento que a magia da
aprendizagem desperta em quem está aprendendo, na integração da pesquisa e
extensão na organização curricular das unidades de estudo, na avaliação como
processo contínuo e diversificado, na valorização das unidades de estudo de
humanidades e no resgate da identidade profissional e fortalecimento do sentido
social da profissão.
O curso de Letras do Unifeob tem procurado promover esta inter-relação
desejada e prevista nas Diretrizes Curriculares de maneira que a execução ou
operacionalização do currículo é consequência da construção dos conhecimentos
que envolvem nossa história acadêmico-institucional e das metas discutidas
processualmente como atitudes, valores e princípios que acreditamos deverem estar
presentes nos estudos e atividades realizadas para a formação do futuro professor.
8.3 Currículo
A questão do currículo deve refletir a concepção do aluno e da sociedade que
se almeja conceber. Infere na maneira de organizar toda a estrutura de trabalho do
curso bem como a postura de seus professores, a organização dos conteúdos e a
metodologia de trabalho buscando contemplar um ensino e formação profissional de
qualidade. Expressa a construção social do conhecimento e sistematiza os meios
84
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
pelos quais ela se realiza. Recorre à realidade contextual em que estão inseridos
seus alunos para sua organização. Preocupa-se com o perfil do profissional que se
deseja formar, tendo em vista a formação profissional competente do cidadão para
atuar em sua área e nos processos de transformação social, gerando alternativas
eficientes para defrontar conjuntos de problemas e de questões advindas da
contemporaneidade. Supera as práticas conservadoras abrigadas na rigidez dos
currículos mínimos, rompendo com o paradigma da qualidade de ensino decorrente
de elevada carga horária. Propõe uma formação integral que torna possível a
compreensão das relações de trabalho, de propostas sociopolíticas de
transformações da sociedade.
Na preocupação com a inter-relação das disciplinas para a execução do
currículo, salienta-se a necessidade de se compreender qual é o significado da
seleção de conteúdos para o curso. Nessa busca de coerência quanto à concepção
de educação e do professor, o Unifeob firma-se com a ideia de não se impor novos
currículos, novas metodologias, novos conteúdos dentro de uma nova tendência e
prática pedagógica, pois a concepção de educação apresentada sustenta-se na
inovação baseada nas práticas cotidianas dos próprios professores e alunos que
constituem os mesmos, sendo estes os sujeitos, tanto da ação pedagógica como da
inovação; reconhecendo o espaço onde decorre o ensino como o território de
práticas educativas a partir de um olhar otimista sobre a educação e formação do
futuro professor e seus professores como captadores do que é inovador.
Portanto, a seleção dos conteúdos dentro dessa concepção de educação e
inovação deve ser construída, ou melhor, tecida em rede, levando-se em conta a
relevância da reflexão e do diálogo dialéticos sobre o conhecimento teórico e
específico da formação do professor, a partir de conhecimentos contextualizados,
científicos e profissionais, somados as experiências e aprendizagens prévias de
professores e alunos por meio da transposição didática que se dá desde o
planejamento educacional até a apropriação dos conhecimentos disseminados. Na
busca de tecer um currículo em que o direito à diferença é privilegiado pelo
englobamento dos conceitos de diversidade e complexidade humana, de
multiculturalismo e interculturalismo, firma-se o desafio de reconhecer a valorização
da diferença como condição básica para a prática política do ato de educar,
85
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
construindo um projeto político-pedagógico expressivo da diversidade e do sentido
democrático.
O currículo do curso apresenta uma estrutura flexível que faculta ao
profissional a ser formado opções de conhecimento e de atuação no mundo do
trabalho e promove articulação constante entre ensino, pesquisa e extensão,
especialmente no que se refere às atividades acadêmico-científico-culturais.
Em consonância com sua missão, estabelece pressupostos ancorados em
concepções sólidas inerentes à educação e ao campo profissional que oferece à
sociedade. Seguem as concepções a serem refletidas no espaço acadêmico e
profissional:
a) Educação: é concebida como um processo dialético de construção contínua
e contextualizada onde a condição humana é o centro de todo o ensino para
o reconhecimento de si mesmo e da diversidade cultural como parte do ser
humano. Seu caráter é histórico e cultural promovendo a disseminação e
reelaboração do saber conforme as necessidades que o tempo reclama à
sociedade.
b) Ensino: tem como seu sujeito o aluno, portanto, o futuro professor. O ensino
se dá a partir do desenvolvimento da capacidade de encadear sua variedade
de modalidades, tendo em vista a formação humana e técnico-científica numa
perspectiva participativa e coletiva, incentivando o desenvolvimento do
espírito crítico para a autonomia intelectual universitária. Vai além da simples
transmissão teórica do conhecimento para sua construção ativa, valorizando a
condição do professor em atividades de trabalhos acadêmicos, estágios,
projetos de pesquisa, atividades de extensão, além do conhecimento prévio
trazido pelas experiências já vivenciadas pelo próprio aluno.
c) Aprendizagem: compreendida como um processo contínuo na vida de todo
ser humano. Não deve ser imposta de forma prematura nem ter seu momento
negligenciado. Não concebe a possibilidade de haver indivíduos estáticos ou
imutáveis, mas processa-se na articulação da construção da subjetividade por
meio da re-significação de aspectos sócio-culturais contextualizados. Envolve
elementos cognitivos, afetivos, lúdicos, históricos, sociais, físicos e biológicos
considerando ser impossível conhecer as partes sem conhecer o todo ou
conhecer o todo sem conhecer as partes. Prima pelo desenvolvimento de
competências e pela re-significação de elementos cultural e socialmente
construídos. Implica no respeito e na valorização dos profissionais docentes
86
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
como sujeitos pertencentes a grupos sociais com experiências culturais
subjetivas, que demarcam seus interesses e necessidades de aprendizagem.
Enfoca a formação inicial em serviço utilizando-se das práticas que dão forma
à auto-aprendizagem e a interaprendizagem, reduzindo a existência do
isolamento profissional.
d) O Professor: o professor nos sistemas educacionais e em outros espaços de
trabalho se diferencia em seu pensamento, construção de conhecimento e
atuação sobre ele, a partir da compreensão das muitas e complexas relações
entre os processos de ensino e de aprendizagem e sobre eles mesmos. É um
investigador e profissional reflexivo que gera conhecimento e ensino tanto no
espaço da educação formal como não-formal.
8.3.1 MATRIZ CURRICULAR
A Matriz Curricular do curso é organizada em módulos semestrais e, em cada
um deles, tendo como base as competências esperadas dos egressos, são
delineados os eixos condutores de cada módulo. Essa organização orienta o
planejamento, as ações e a avaliação dos professores.
A partir daí, foram definidas as Unidades de Estudo, com cargas horárias pré-
estabelecidas, o que não impede, no entanto, que os alunos sejam continuamente
estimulados a pensar além das Unidades, uma vez que os limites entre elas devem
ser, necessariamente, indefinidos. Para garantir aos alunos as condições de
aquisição das competências ao longo de seu processo formativo e para facilitar o
planejamento, o desenvolvimento de atividades interdisciplinares e significativas, e o
processo de avaliação, as Unidades de Estudo são organizadas na forma de Temas,
que, por sua vez, devem privilegiar as competências gerais e específicas
preestabelecidas, abranger os conteúdos a serem trabalhados e ser interligados
transversalmente.
A matriz curricular apresenta um elenco de unidades de estudo dividido em
concentradas em eixos de formação específicos, organizados a partir das Diretrizes
Curriculares Nacionais para os Cursos de Letras (Resolução CNE/CES de
13/03/2002), que indicam a existência de dois eixos temáticos básicos, Formação
87
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
em Estudos Linguísticos e Formação em Estudos Literários (aos quais se deve
acrescentar a formação pedagógica específica). A partir dessa orientação básica,
são propostos três eixos: a) Eixo de Formação Específica; b) Eixo de Formação
Complementar; d) Eixo de Formação Pedagógica.
Os eixos estruturadores do referido Curso contemplam: 1. a questão dos efeitos de sentido, desdobrados nas vertentes da leitura e da produção de textos; 2. a questão das metalinguagens, tendo em vista os conhecimentos propostos ao estudante, futuro professor, e a formação que lhe é exigida; 3. a questão do aprender e ensinar, considerando a instrumentalização de práticas pedagógicas e o desenvolvimento de habilidades e atitudes frente ao ensino-aprendizagem.
Os alicerces do Curso de Letras – Habilitação em Português são constituídos
pelo estudo da língua e das literaturas, em suas modalidades.
A matriz curricular no propósito de atender nosso alvo de excelência de
ensino e responsabilidade com a formação de nosso corpo discente e suas
expectativas para com as exigências e necessidades da nossa Instituição, bem
como do mundo do trabalho.
De forma integrada aos conteúdos caracterizadores básicos do curso de
Letras, estão os conteúdos caracterizadores de formação profissional em Letras.
Estes são entendidos como toda e qualquer atividade acadêmica que constitua o
processo de aquisição de competências e habilidades necessárias ao exercício da
profissão, e incluem os estudos linguísticos e literários, práticas profissionalizantes,
estudos complementares, estágios, seminários, congressos, projetos de pesquisa,
de extensão e de docência. São incluídos, ainda, os conteúdos definidos para a
educação básica, as didáticas próprias de cada conteúdo e as pesquisas que as
embasam.
Também a investigação acerca dos aspectos que circundam o processo
comunicativo, revelando os mecanismos que regem a produção, a veiculação e a
apreensão de textos, bem como os fatores culturais, históricos e ideológicos que
decorrem desses fenômenos e/ou os influenciam ganham relevância. Além disso,
discute relações entre os fundamentos pertinentes ao universo da linguagem,
88
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
apresenta instrumentos de análise linguística que viabilizem o emprego de
modalidades diferenciadas da fala, da leitura e da escrita, tomadas como processo
discursivo e como instâncias de produção de conhecimento.
É de grande importância aclarar, além disso, algumas questões de extrema
relevância que orientam a estruturação da matriz curricular do curso de Letras.
Primeiramente, deve-se dizer que, em concordância com a Lei n° 11.645 de
10/03/2008, resolução CNE/CP N° 01 de 17 de junho de 2004, será trabalhada de
maneira substantiva no curso a temática História e Cultura Afro-Brasileira e
Indígena. Isso ocorrerá em diversas Unidades de Estudo como, por exemplo, nas
unidades de estudos referentes aos estudos literários, que propõem análises e
reflexões voltadas às temáticas em questão.
Outro ponto de relevância essencial no universo da prática pedagógica hoje,
que deve ser mencionado, é aquele associado à Educação Ambiental, como definido
expressamente pela Lei nº 9795 de 27/04/1999, Resolução CNE/CP nº02 de
15/06/2012. Primeiramente, deve-se dizer que, mediante a dimensão que a temática
ambiental adquiriu na atualidade, em que a questão de como a humanidade precisa
interagir de forma (mais) harmônica com os ecossistemas articula tanto a realização
de relatórios, encontros e congressos no nível internacional, quanto orienta a
definição de políticas públicas, a organização da sociedade civil e a temática de
diversas pesquisas acadêmicas no nível nacional, a própria noção de
sustentabilidade, amplamente pensada em conjunto com a de Educação Ambiental,
é uma das competências gerais que o projeto pedagógico do Unifeob objetiva
desenvolver junto aos alunos, de forma que ela será trabalhada de forma
interdisciplinar.
Os conteúdos de educação ambiental estão contemplados em diferentes
componentes curriculares, ao longo do curso (Prática de Leitura e Produção de
Texto; Práticas de Ensino de Literatura e Português, Estágio Supervisionado).
Além disso, deve-se notar que uma questão que também é pensada de forma
plural na organização da matriz curricular é a ideia de educação inclusiva, e como
essa perspectiva se insere na valorização de um tema de grande importância no
contexto atual, o dos Direitos Humanos. A Unidade de Estudo de Libras reflete esse
89
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
esforço de maneira bastante ilustrativa. Mas, mais do que isso, é decisivo salientar
que o tema dos Direitos Humanos é tratado em nosso cotidiano pedagógico a partir
da ciência da necessidade de que as instituições e os profissionais dedicados ao
exercício da Educação se pautem por uma trajetória que busque, além de
compreendê-los e respeitá-los profundamente, transmitam a mensagem de quão
importante é a sua difusão para o exercício da cidadania no mundo de hoje. Além
dessa disposição geral, o tema é trabalhado de maneira específica em duas
Unidades de Ensino: Sociedade e Educação, Literatura e Sociedade e Didática.
Dessa forma, ficam as temáticas relacionadas à educação ambiental,
questões de gênero, relações étnico-culturais e direitos humanos, devidamente
contempladas no currículo do curso. São questões também institucionalizadas, por
meio das atividades de extensão, que serão desenvolvidas de forma integrada às
disciplinas, de modo transversal, contínuo e permanente.
As temáticas citadas são, também, abordadas em questões constantes das
Avaliações Externas, que são de responsabilidade da Pró-Reitoria Acadêmica.
Sendo assim, os temas aqui citados, quando apresentados em tais avaliações, são
debatidos por um professor do curso.
Cabe ressaltar que adicionalmente são oferecidos aos alunos cursos de
extensão on line de Educação Ambiental, Africanidade e Cultura Indígena,
disponibilizados no Ambiente Virtual do Aluno (AVA).
Mas é extremamente necessário ressaltar que a organização da matriz
curricular visando explorar esses temas de grande importância no contexto
educacional do país tem por objetivo não apenas contextualizá-los e buscar construir
em nossos alunos uma visão profunda e crítica dos mesmos, mas também prepará-
los para serem capazes de transmitir essa visão na prática pedagógica do ensino de
Português e suas literaturas.
O processo articulatório entre habilidades e competências no curso de Letras
pressupõe o desenvolvimento de atividades de caráter prático durante o período de
integralização do curso.
Assim, o curso de Licenciatura em Letras do Unifeob deverá possibilitar ao
aluno a reflexão acerca das experiências metodológicas no ensino das línguas e
90
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
literaturas verificadas no cotidiano escolar, bem como a construção de metodologias
alternativas para o ensino das mesmas no ensino Fundamental e Médio.
Deve-se incentivar a produção de projetos de ensino, elaboração de pesquisa
educacional, a inserção do aluno universitário na comunidade educacional local e
regional, tanto no Ensino Fundamental como também no Ensino Médio, incentivando
a reflexão crítica do exercício profissional.
A matriz curricular do Curso de Letras/Português prevê uma carga horária de
3.160 horas, que será efetivada mediante a integralização de 2.840 (duas mil e
oitocentas e quarenta) horas, nas quais a articulação teoria-prática garanta, as
seguintes dimensões dos componentes comuns:
I — 400 (quatrocentas) horas de prática como componente curricular,
vivenciadas ao longo curso;
II — 400 (quatrocentas) horas de estágio curricular supervisionado a partir do
início da segunda metade do curso;
III - 1800 (mil e oitocentas) horas de aulas para os conteúdos curriculares de
natureza científico-cultural;
IV - 200 (duzentas) horas para outras formas de atividades acadêmico-
científico-culturais.
8.3.2 ESTRUTURA CURRICULAR
CURSO DE LETRAS - PORTUGUÊS / LICENCIATURA
UNIFEOB - 2014
1º MÓDULO
CARGA HORÁRIA
Comunicação e Expressão em Língua Portuguesa 80
Didática 80
Estudo dos Gêneros Lírico, Épico e Dramático 80
Fonética e Fonologia 80
História das Ideias Linguísticas 80
TOTAL DE CARGA HORÁRIA - 1º MÓDULO 400
91
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
2º MÓDULO
CARGA HORÁRIA
Análise de Textos Narrativos: Conto, Novela e Romance 80
Estudos do Letramento 80
Morfologia 80
Metodologia da Pesquisa Científica 80
Organização da Educação Básica 80
TOTAL DE CARGA HORÁRIA - 2º MÓDULO
400
3º MÓDULO CARGA HORÁRIA
Fundamentos da Literatura: do Brasil-Colônia ao Arcadismo 80
Linguística Textual 80
Morfossintaxe 80
Sociedade e Educação 80
Literatura Infanto Juvenil 80
TOTAL DE CARGA HORÁRIA - 3º MÓDULO 400
4º MÓDULO
CARGA HORÁRIA
Estética do Romantismo e do Realismo 80
Literatura e Sociedade 80
Prática de Leitura e Produção Textual 80
Psicologia do Ensino e Aprendizagem 80
Sintaxe 80
TOTAL DE CARGA HORÁRIA - 4º MÓDULO 400
5º MÓDULO
CARGA HORÁRIA
Tendências Artísticas do Final do Século XIX 80
Língua e Literatura: da Idade Média Portuguesa ao Classicismo 80
Semântica 80
Pesquisa em Estudos Linguísticos e Literários I 40
Prática de Ensino em Literatura 80
Análise do Discurso 80
TOTAL DE CARGA HORÁRIA v - 5º MÓDULO 480
92
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
6º MÓDULO
CARGA HORÁRIA
Libras 80
Modernismo e Modernidade na Literatura Brasileira 80
Vanguardas Artísticas Europeias: Autores, Obras e
Desdobramentos
80
Pesquisa em Estudos Linguísticos e Literários II 40
Gramática: Teoria, Análise e Ensino 80
Prática de Ensino em Português 80
Sociolinguística 80
TOTAL DE CARGA HORÁRIA - 6º MÓDULO 480
TOTAL
2.840
Total de carga horária – teórica e prática 2.840
Estágio Supervisionado 400
Atividades Acadêmicas Culturais 200
Trabalho de Conclusão de Curso 80
TOTAL GERAL 3.160
INTEGRALIZAÇÃO CURRICULAR:
MÍNIMO: 03 ANOS -(06 semestres)
MÁXIMO: 05 ANOS -(10 semestres)
2.400 horas/aula de 50’ - 2.000 horas/aula de 60’
2.000 + 80 + 80 + 80 + 200 + 400 = 2.840
8.3.3 EIXO DE FORMAÇÃO ESPECÍFICA
EIXO DE FORMAÇÃO COMPLEMENTAR
EIXO DE FORMAÇÃO PEDAGÓGICA
93
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
Para que seja possível a realização dos objetivos o presente curso está
estruturado de maneira que seus conteúdos contemplem a formação profissional
específica, a formação complementar interdisciplinar e a formação de docentes para
o Ensino Fundamental e Médio.
Cabe ressaltar que os conteúdos mencionados são parâmetros, nos quais os
docentes devem embasar seus planos disciplinares a fim de que, cada
disciplina/unidade de estudo possa contribuir para a formação do profissional que se
deseja formar.
Para além dos conteúdos, as metodologias e estratégias de aulas, bem como
das avaliações, também deverão compor um conjunto capaz de contribuir para a
formação do professor de Português que se almeja. Assim, a utilização de diferentes
formas de linguagem e procedimentos didáticos, para além dos conteúdos, deverá
ser preocupação constante dos docentes do UNIFEOB.
Deve-se ainda ressaltar que, mais do que apresentar conteúdos “acabados”,
os docentes do UNIFEOB devem despertar o interesse pela pesquisa, enfatizando a
importância da construção do conhecimento, desenvolvendo em seus alunos a
capacidade de buscar informações e, mais do que isso, a consciência da
necessidade de capacitação e atualização profissional constante.
8.3.4 EIXO DE FORMAÇÃO ESPECÍFICA
Considerando os profissionais que o curso de Letras pode formar, os
conteúdos caracterizadores específicos estão ligados à área dos Estudos
Linguísticos e Literários, contemplando o desenvolvimento de competências e
habilidades específicas. Os estudos linguísticos e literários fundamentam-se na
percepção da língua e da literatura como prática social e como forma mais elaborada
das manifestações culturais. Devem articular a reflexão teórico-crítica com os
domínios da prática – essenciais aos profissionais de Letras, de modo a dar
prioridade à abordagem intercultural, que concebe a diferença como valor
antropológico e como forma de desenvolver o espírito crítico frente à realidade.
94
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
Os conteúdos linguísticos dividem-se em duas vertentes: a dos estudos
relacionados a conteúdos específicos de língua portuguesa e a dos estudos
referentes ao conhecimento das teorias linguísticas e afins.
A primeira visa, em um momento inicial, proporcionar ao aluno o nivelamento
necessário de seu conhecimento de Língua Portuguesa, considerando a diversidade
discente em relação a seus estudos anteriores. Além disso, procura dar
aprofundamento teórico e prático referentes ao conhecimento da estrutura fonética
e fonológica, morfológica, sintática e semântica da Língua Portuguesa.
Finalmente, as unidades de estudo relacionadas aos conhecimentos citados
apontam frequentemente para a prática do ensino da língua, fornecendo e
estimulando uma visão crítica, criativa e produtiva da gramática, condições
essenciais para a formação do futuro docente.
Na vertente relacionada às teorias linguísticas com o propósito de
desenvolver competências que levem o discente a comunicar-se adequadamente,
interpretando e produzindo textos apropriados a cada situação interlocutiva, a
disciplina Comunicação e Expressão em Língua Portuguesa trabalha diferentes
gêneros textuais, orais e escritos, focando, sobretudo, fatores de coerência e coesão
- referencial e sequencial. Apresenta, também, alguns mecanismos de abordagem
de texto, como esquema, fichamento; e de apresentação de trabalhos, como
seminário. A disciplina problematiza uma visão cartesiana de transparência da
linguagem, buscando despertar no aluno espírito crítico e de respeito ao próximo.
A unidade de estudo História das Ideias Linguísticas tem por meta principal
introduzir o aluno na área de estudos científicos de língua(gem), apresentando a
história da constituição de uma ciência da linguagem, seus objetivos, rupturas,
pressupostos e procedimentos. Para tanto, recupera, a partir dos gramáticos hindus,
aspectos dos estudos de língua realizados através dos séculos no ocidente, até os
primórdios do século XX, com o Estruturalismo saussuriano, o Gerativismo
chomskyano e o Funcionalismo linguístico.
Trabalhando em uma perspectiva enunciativa, a disciplina Estudos do
Letramento materializa a importância de se trabalhar textos levando em conta seu
contexto de produção e circulação. Retoma teorias funcionalistas a respeito das
95
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
funções da linguagem e dos atos de fala e, de forma prática, dedica-se aos estudos
sociointeracionistas de tipos e gêneros textuais.
Pautada na teoria da Cognição e nas teorias textuais, a disciplina Linguística
Textual discute sistemas de conhecimento e processamento de texto, buscando
compreender as diferentes teorias de leitura, no intuito de oferecer ao futuro
professor subsídios para desenvolver estratégias e competências que levem à
autonomia intelectual, criatividade e criticidade.
Conceituando texto como um tecido, a disciplina Prática de leitura e
produção de textos prepara para a atividade de ensino dos processos de
construção textual, estudando teoricamente -e convertendo teoria em prática- os
fatores de coerência e coesão, responsáveis pela costura de um texto. Com base
nas teorias enunciativas, diferencia texto, enunciado, enunciação, contexto, cotexto,
hipertexto, entre outros. Apresenta os Postulados conversacionais de Grice e as Leis
do discurso, defendidas por Maingueneau.
Trabalhando na intersecção entre contribuições da Linguística, de teorias
sociais e da Psicanálise, a disciplina Análise de discurso propõe-se possibilitar a
reflexão e a crítica de produções de linguagem (orais e escritas) em geral,
circulantes em nossa sociedade, fornecendo aos alunos subsídios para análise de
textos - e de discursos - que levem em consideração não apenas o dito, mas
também o não-dito em sua relação com uma memória histórico-social. Apresenta
noções de discurso, heterogeneidade discursiva, polifonia, subjetividade, ethos,
formação discursiva, formação imaginária, formação ideológica, entre outros.
A disciplina Sociolinguística aprofunda discussões a respeito da relação
entre linguagem, história e sociedade, priorizando a variabilidade linguística. Busca
desenvolver competências que levem a identificar e justificar marcas de variação
linguística, relativas aos fatores geográficos, históricos, sociológicos e discursivos;
às diferenças entre linguagem oral e escrita; à seleção de registro em situação
interlocutiva (formal/informal); e aos diversos componentes do sistema linguístico em
que a variação se manifesta: na fonética, no léxico, na morfologia e na sintaxe.
Os conteúdos literários assumem o texto literário como o centro de suas
investigações. O conhecimento das teorias, dos aparatos críticos – imprescindíveis
para que o futuro docente faça escolhas pedagógicas, para direcionamentos em sua
96
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
prática – não substituem o conhecimento do objeto que se dá por meio da leitura do
texto literário.
Os conteúdos literários representam a possibilidade de integração entre
diferentes áreas do conhecimento – linguístico, histórico, cultural e literário –
fornecendo ao futuro professor o subsídio necessário para sua atuação em sala de
aula sob uma perspectiva interdisciplinar integrada à realidade social.
A literatura é uma das expressões mais representativas de uma cultura.
Sendo assim, as unidades de estudo que compõem esses estudos permitem
conhecê-la, tanto na sua atualidade, quanto nas manifestações pregressas, sendo
uma forma de compreender melhor a realidade do país, tornando, assim, mais eficaz
o exercício do educador, sobretudo do profissional que atua na área de Letras.
Os Estudos Literários pretendem ampliar a reflexão sobre um conhecimento
mais consistente da nossa cultura e de outras, através de estudos centrados na
criação literária em língua portuguesa, estabelecendo as ferramentas necessárias
que permitem uma apreciação crítica da produção literária nessas línguas. Além
disso, propõe a vinculação entre criação estética e consciência ética, investigando
as coordenadas teórico-históricas que norteiam a criação literária correlacionando
autor e texto aos contextos interno e externo nos quais estão inseridos.
Ao observar novas formas de compreender literatura, nossos alunos, futuros
professores, poderão ensinar literatura a partir de um novo foco que tem a leitura e o
processo literário como objeto de investigação empírica. Dessa forma, pretende-se
que eles compreendam a importância dos estudos literários não só durante o
período de sua graduação, mas durante toda a sua carreira num trabalho contínuo
de reflexão e ação sobre a prática cotidiana.
Acatando o Parecer CNE/CES 492/2001, os conhecimentos específicos
necessários à formação na área de Letras serão tratados com o suficiente
aprofundamento para que os alunos (futuros professores) sejam capazes de, mais
eficazmente, atuar na educação básica.
8.3.4.1 EMENTAS E BIBLIOGRAFIAS DO EIXO DE FORMAÇÃO ESPECÍFICA
Comunicação e Expressão em Língua Portuguesa-80h
97
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
Ementa Investiga aspectos que circundam o processo comunicativo, revelando os
mecanismos que regem a produção, a veiculação e a apreensão de textos, bem
como os fatores culturais, históricos e ideológicos que decorrem desses fenômenos
e/ou os influenciam. Discute relações entre os fundamentos pertinentes ao universo
da linguagem e ao cenário educativo. Apresenta instrumentos de análise linguística
que viabilizem o emprego de modalidades diferenciadas da fala, da leitura e da
escrita, tomadas como processo discursivo e como instâncias de produção de
conhecimento.
Bibliografia Básica:
FIORIN, J. L. e SAVIOLI, F. P. Lições de texto: leitura e redação. São Paulo: Ática, 2003. MARTINS, D. S. & ZILBERKNOP, L. S. Português instrumental Porto Alegre: Sagra Luzzato, 2001. PASCHOAL LIMA, R. C. C. P. e REINHOLD, H. H. Manual UNIFEOB de Trabalhos Acadêmicos. São João da Boa Vista: UNIFEOB, 2014. __________________________________________________________________________
Estudo dos Gêneros Lírico, Épico e Dramático-80h
Ementa Conceitos de arte, literatura e literariedade; função poética da linguagem;
apresentação dos gêneros épico, lírico e dramático; elementos da mitologia e dos
mitos; leitura e análise estrutural de contos de fadas; categorias narrativas; traços
constitutivos das narrativas realistas e modernistas.
Bibliografia Básica:
BOSI, A. O ser e o tempo da poesia. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. EAGLETON, T. Teoria da literatura: uma introdução. São Paulo: Martins Fontes, 1997. SILVA, V. M. de A. Teoria da literatura. Rio de Janeiro: Martins Fontes, 2006.
__________________________________________________________________________
Fonética e Fonologia-80h
Ementa Aparelho fonador e funcionamento da fala. Fonética. Fonema. Transcrição fonética.
Fonologia. Estudo das vogais. Estudo das consoantes. Estudo da sílaba.
Bibliografia Básica
ABAURRE, Maria Bernadete (Org.) A Construção fonológica da palavra. Gramática do Português Culto Falado no Brasil, vol. VII. São Paulo: Editora Contexto, 2013. CAGLIARI, L. C. Alfabetização & Linguística. São Paulo: Scipione, 2009.
98
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
HENRIQUES, C.C. Fonética, Fonologia e Ortografia: estudos fono-ortográficos do português. Rio de Janeiro: Campus/Elsevier, 2009. __________________________________________________________________________
História das Idéias Linguísticas-80h
Ementa Introduz o aluno em questões relevantes da Linguística, especificamente no que
respeita à sua constituição histórica como ciência da linguagem. Analisa criticamente
fatos de língua e conduz investigações de linguagem, através do suporte de teorias
vindas do Estruturalismo e do Funcionalismo, visando a sua aplicação no
ensino/aprendizagem de língua materna.
Bibliografia Básica
FIORIN, J. L. Introdução à Linguística. I. Objetos teóricos. São Paulo: Contexto, 2002. MARTELOTTA, M. E. Manual de Linguística. São Paulo: Contexto, 2008. SAUSSURE, F. Curso de Linguística Geral. São Paulo: Cultrix, 1970. __________________________________________________________________________
Análise de Textos Narrativos: Conto, Novela e Romance-80h
Ementa Primórdios da narrativa no ocidente: a novela de cavalaria e seus aspectos simbólicos;
declínio da cavalaria e surgimento do romance; componentes estruturais do romance;
romance de formação; narrativa, história e ficção. Análise comparativa de contos.
Bibliografia Básica EAGLETON, T. Teoria da literatura: uma introdução. São Paulo: Martins Fontes, 1997. GOTLIB, N. B. Teoria do conto. São Paulo: Ática, 1999. RODRIGUES, A. M. et al. Literatura Portuguesa. São Paulo: Ática, 1997. __________________________________________________________________________
Estudos do Letramento-80h
Ementa Discute a relação letramento-gênero textual, atentando para a complexidade que
envolve tanto esses objetos teóricos como sua aplicação no ensino-aprendizagem
de língua materna.
Bibliografia Básica
DIONÍSIO, A.P.; MACHADO, A.R.; BEZERRA, M.A. Gêneros textuais e ensino.Rio
de Janeiro: Lucerna, 2005.
MARCUSCHI, L.A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São
Paulo: Parábola, 2008.
SOARES, M. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica,
2005.
______________________________________________________________________
99
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
Morfologia-80h
Ementa Sintagma, palavra e morfema. Raiz e radical. Vogal temática e tema. Desinências e afixos.
Vogal temática. Desinência modo-temporal e número pessoal. Classe das palavras. O
ensino da morfologia.
Bibliografia Básica
HENRIQUES, C.C. Morfologia: estudos lexicais em perspectiva sincrônica. Rio de Janeiro: Campus/Elsevier, 2011. KEHDI, V. Morfemas do Português. São Paulo: Ática, 2001. SAUSSURE, F. Curso de Linguística Geral. 1 reimpressão. São Paulo: Cultrix, 2013. __________________________________________________________________________
Fundamentos da Literatura: do Brasil-Colônia ao Arcadismo-80h
Ementa Apresentação de autores e obras do período colonial brasileiro. Reflexões sobre
perspectivas históricas, políticas e econômicas do período a fim de conhecer os modos de
existência da literatura e da arte em geral.
Bibliografia Básica
BOSI, A. Dialética da colonização. São Paulo: Companhia das Letras, 2003. BOSI, A. História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 2000. RHEINHEIMER, M. et al. Do Quinhentismo ao Romantismo [livro eletrônico]. Curitiba: InterSaberes, 2013. 2 mb, PDF.
__________________________________________________________________________
Linguística Textual-80h
Ementa Apresenta pressupostos teóricos que enfocam interpretação/produção de textos e
análise linguística, sobretudo os vindos da Teoria da Cognição e da Linguística
Textual. Relaciona teoria e prática.
Bibliografia Básica KLEIMAN, A. Oficina de leitura: teoria e prática. Campinas: Pontes, P.15-30, 1996. KOCH, I.V. A inter-ação pela linguagem. São Paulo: Contexto, p. 27, 1995. KOCH, I.V. e ELIAS, V.M. Ler e compreender: os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2006. __________________________________________________________________________
Morfossintaxe-80h
Ementa Estudo da fronteira entre morfologia e sintaxe. Enfoque comparado das categorias
gramaticais. Noções de Sujeito e Predicado. Concordância e Regência.
Bibliografia Básica
100
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
CASTILHO, C.M. de. Fundamentos Sintáticos do português brasileiro. São Paulo: Contexto, 2012. SAUTCHUK, INEZ. Prática em Morfossintaxe como e por que aprender análise morfossintática . 2 ed. São Paulo: Manole, 2010. HENRIQUES, C.C. Sintaxe: estudos descritivos da frase para o texto. 3 ed. Rio de Janeiro: Campus/Elsevier, 2011. __________________________________________________________________________
Literatura Infanto Juvenil-80h
Ementa Perspectivas históricas; autores e obras fundamentais; práticas pedagógicas com contos e
poemas voltados ao universo da literatura infanto-juvenil.
Bibliografia Básica
COELHO, N. N. Literatura infantil – teoria, análise, didática. São Paulo: Moderna, 2000. PEREIRA, M. E. et al. Literatura infanto-juvenil. Curitiba: InterSaberes, 2012. ZILBERMAN, R. A leitura e o ensino de literatura [livro eletrônico]. Curitiba: InterSaberes, 2012. 2MB / PDF. __________________________________________________________________________
Estética do Romantismo e do Realismo-80h
Ementa Antecedentes da escola romântica; pressupostos teóricos do romantismo; gerações
românticas na literatura brasileira; autores e obras. A estética realista: panorama do
realismo; pressupostos teóricos; distinção entre realismo e naturalismo; autores e obras.
Bibliografia Básica BOSI, A. Dialética da colonização. São Paulo: Companhia das Letras, 2003. ________ História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 2000.
SILVA, V. M. de A. Teoria da literatura. Rio de Janeiro: Martins Fontes, 2006.
______________________________________________________________________
Literatura e Sociedade-80h
Ementa Problematização das dimensões da sociedade, do tempo e do espaço - Temporalidades e
espacialidades e o fazer literário, história, sociologia e o fazer literário. Enfoques clássicos
da Sociologia – Émile Durkheim: método, fato social, consciência coletiva, divisão do
trabalho social; Max Weber: ação social, status e desencantamento do mundo; Karl Marx:
conceitos operacionais. O romantismo e a ideia de nação – indianismo como portador da
brasilidade e o embate com a história. História, política e sociedade em Machado de Assis;
Um mundo de ismos: naturalismo e determinismos – permanências e mudanças num país
em transformação. Essa não era a República dos sonhos – crítica à ordem social em Lima
Barreto e Euclides da Cunha. 1922, ano de inflexões: a literatura reflete o Brasil –
grandezas, misérias e desdobramentos do modernismo preconizado pela Semana; Geração
de 1930 – a literatura dá voz aos esquecidos. Adeus sertões e veredas, as grandes
máquinas vêm ai – a construção de uma nova ordem espacial e econômica e a eternização
101
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
do sertão em Guimarães Rosa. Internacionalização do capital e urbanização: a poesia e
seus movimentos.
Bibliografia Básica BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. 36. ed. São Paulo: Cultrix, 1999. MELLO E SOUZA, Antônio Cândido. Literatura e sociedade: Estudos de teoria e história literária. 8.ed. São Paulo: T. A. Queiroz, 2000. ZILBERMAN, Regina. Estética da Recepção e História da Literatura. São Paulo, SP: editora Ática, 2009. __________________________________________________________________________
Sintaxe-80h
Ementa Período simples e período composto. Coordenação. Orações coordenadas. Orações
intercaladas. Subordinação. Orações subordinadas. Orações reduzidas. Da frase ao texto. A
produção escolar.
Bibliografia Básica
CIPRO NETO, P. E INFANTE, U. Gramática da língua portuguesa. 2 ed. São Paulo: Scipione, 2003. HENRIQUES,C.C. Sintaxe: estudos descritivos da frase para o texto. 3 ed. Rio de Janeiro: Campus/Elsevier, 2011. CASTILHO, C.M. de. Fundamentos Sintáticos do português brasileiro. São Paulo: Contexto, 2012. __________________________________________________________________________
Tendências Artísticas do Final do Século XIX-80h
Ementa Caracterização do parnasianismo e simbolismo; o decadentismo, a belle époque, a
literatura e o público leitor, ecos da modernidade na sociedade brasileira, autores e
obras significativas.
Bibliografia Básica
BOSI, A. Reflexões sobre a arte. São Paulo: Ática, 2000. CANDIDO, A. Literatura e sociedade. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2011. CARVALHAL, T. F. Literatura comparada. São Paulo: Ática, 2010. __________________________________________________________________________
Língua e Literatura: da Idade Média Portuguesa ao Classicismo-80h
Ementa Contextualização histórica da sociedade medieval, primórdios da lingua e literatura
portuguesa: as cantigas medievais e a novela de cavalaria; o advento do
humanismo, a criação do teatro português; contextualização histórica e pressupostos
teóricos do classicismo; autores e obras relevantes dos períodos.
Bibliografia Básica
MOISÉS, M. A. literatura portuguesa através dos textos. São Paulo: Cultrix, 1999. RODRIGUES, A. M. et al. Literatura Portuguesa. São Paulo: Ática, 1997.
102
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
SARAIVA, A. J; LOPES, Ó. História da literatura portuguesa. Porto: Porto Editora, 1999. __________________________________________________________________________
Semântica-80h
Ementa Semântica: conceito e delimitações. Significação e comunicação. O sentido na
palavra e na sentença. Relações de Sentido. Semântica formal. Semântica e ensino
de língua.
Bibliografia Básica
FERRAREZI JR, C;BASSO, R (org). Semântica, semânticas: uma introdução. São Paulo: Contexto, 2013. HENRIQUES, C.C. Léxico e Semântica: estudos produtivos sobre palavra e significação. Rio de Janeiro: Campus/Elsevier, 2011. ILARI, R. Introdução à Semântica: brincando com a gramática. 8 ed. São Paulo: Contexto, 2011. __________________________________________________________________________
Análise do Discurso-80h
Ementa Dá ênfase à Análise de Discurso de linha francesa, da qual apresenta o campo, o
método e as técnicas. Analisa textos.
Bibliografia Básica
LIMA, R.C. de C.P. Leitura: múltiplos olhares. Campinas: Mercado de Letras; São João da Boa Vista: UNIFEOB, 2005. MILANEZ, N. e GASPAR, N.R. A (des)ordem do discurso. São Paulo: Contexto, 2010. PIOVEVANI, C. e SARGENTINI, V. Legados de Michel Pêcheux. São Paulo: Contexto, 2011. __________________________________________________________________________
Modernismo e Modernidade na Literatura Brasileira-80h
Ementa A literatura e a contextualização histórico-social do século XX: tendências, autores e
obras relevantes, do pré-modernismo à literatura contemporânea, leitura e análise de
textos em prosa e poesia; cotejo com autores e obras estrangeiras.
Bibliografia Básica
BOSI, A. (Org.) Leitura de poesia. São Paulo: Ática, 2007. JEANINE, C; ZINANI, A. História da literatura – questões contemporâneas. Caxias do Sul: EDUCS, 2010. REZENDE, N. A Semana de Arte Moderna. São Paulo: Ática, 2006. __________________________________________________________________________
Vanguardas Artísticas Europeias: Autores, Obras e Desdobramentos-80h
103
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
Ementa
O modernismo na literatura portuguesa: heranças do simbolismo e do decadentismo;
a revolução das vanguardas: tradição e ruptura, linhas de pensamento e estilo,
autores e obras relevantes no panorama da modernidade literária; cotejo com
autores e obras estrangeiros.
Bibliografia Básica
RODRIGUES, A. M. et al. Literatura Portuguesa. São Paulo: Ática, 1997. TELLES, G. M. Vanguarda europeia e modernismo brasileiro. Rio de Janeiro: J. Olympio, 2012. STAIGER, E. Conceitos fundamentais da poética. Rio de Janeiro: Tempo Universitário, 1997. __________________________________________________________________________
Gramática: Teoria, Análise e Ensino-80h
Ementa
Gramáticas: tipos e conceitos teóricos. A gramática ensinada nas escolas. Análise
crítica do conteúdo de língua portuguesa no Ensino Fundamental e Médio.
Fundamentos para uma gramática produtiva.
Bibliografia Básica
PERINI, M. A. Para uma nova gramática do português. São Paulo: Ática, 2005 NEVES, M.H.M. Ensino de língua e vivência da linguagem: temas em confronto. São Paulo: Contexto, 2010. NEVES, M.H.M. Que gramática estudar na escola? 4 ed. São Paulo: Contexto, 2011. ________________________________________________________________________
Sociolinguística-80h
Ementa
Com base na Sócio e na Etnolinguística, explicita peculiaridades fonéticas,
fonológicas e morfológicas do português do Brasil, em seus aspectos estruturais e
de funcionamento sincrônico, com especial destaque para as variações regionais e
sociodialetais, e para as especificidades da norma padrão.
Bibliografia Básica
BAGNO, M. A língua de Eulália. Uma novela sociolinguística. São Paulo: Contexto, 2010. ILARI, R. e BASSO, R. O português da gente. São Paulo: Contexto, 2007. MOLLICA, M. C. e BRAGA, M. L. (orgs) Introdução à Sociolinguística. São Paulo: Contexto, 2010.
104
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
8.3.5 EIXO DE FORMAÇÃO COMPLEMENTAR
O eixo de formação complementar reforça a interdisciplinaridade. Nele
encontram-se a disciplinas que unem diferentes instâncias do saber, evidenciando o
caráter de rede do conhecimento e da prática docente.
Esse eixo oferece ao aluno a possibilidade de diálogo com outras áreas do
conhecimento, levando ao aprofundamento de uma reflexão sobre a linguagem
como fenômeno psicológico, educacional, social, histórico, cultural, político e
ideológico, como orienta o Parecer CNE/CES 492/2001.
Como forma de despertar as habilidades para a investigação, despertar
hábitos de leitura e de estudo, avalia-se ser importante o conhecimento dos
princípios teóricos que caracterizam o conhecimento científico. Além disso, a
discussão de procedimentos técnicos e metodológicos do trabalho científico, bem
como à elaboração de projetos de pesquisa e/ou ensino articulados com as demais
disciplinas do curso e o perfil do egressante, é fundamental. Obviamente, parte
importante para a realização de trabalhos de investigação é o conhecimento das
formas adequadas de expressão e organização para um correto planejar,
implementar, executar, acompanhar e finalizar trabalhos científicos.
Sendo assim, conhecimentos em Pesquisa Científica têm por objetivo
atender, também, ao Parecer CNE/CES 492/2001, segundo o qual a formação de
nível superior deverá oferecer a oportunidade para o desenvolvimento de
habilidades necessárias para se atingir a competência desejada no desempenho
profissional do licenciado em Letras- Português.
É nesse sentido que as disciplinas e atividades inclusas neste rol de
conhecimentos em pesquisa científica buscam contribuir para a formação de um
profissional capaz de refletir teoricamente sobre a linguagem, de fazer uso de novas
tecnologias e de compreender sua formação profissional como processo contínuo,
autônomo e permanente.
Fazem parte desses conhecimentos os Trabalhos de Conclusão de Curso,
Pesquisa em Estudos Linguísticos e Literários, a Metodologia da Pesquisa
Científica que se voltam para as teorias do conhecimento e da compreensão dos
objetos, assim como para a investigação epistemológica dessas teorias.
105
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
8.3.5.1 EMENTAS E BIBLIOGRAFIAS BÁSICAS DO EIXO DE FORMAÇÃO COMPLEMENTAR
Metodologia da Pesquisa Científica-80h
Ementa
A unidade de estudo visa apresentar uma Iniciação metodológica ao trabalho
intelectual que é esperado dos alunos na universidade. Nesse intuito, tematiza os
princípios básicos para a elaboração de trabalhos acadêmicos em geral, como: a
linguagem dissertativa acadêmica, a apresentação de seminários, as anotações em
aulas e palestras, a realização de resumos, resenhas e fichamentos e a elaboração
de artigos e de trabalhos de conclusão de curso. Na apresentação desse conteúdo,
enfatiza a responsabilidade do intelectual diante da produção de conhecimento,
mostrando as relações entre propriedade intelectual e plágio e reiterando a
necessidade da realização de citações quando se utiliza o conhecimento construído
por outros e a técnica correta para a feitura das mesmas.
Bibliografia Básica DE CARVALHO, Maria Cecilia M. Construindo O Saber: Técnicas de Metodologia Científica Campinas: Papirus Editora, 1989. MINAYO, Maria Cecília de Souza (org). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. São Paulo: Vozes, 2002. REINHOLD, Helga Hinkenickel & PASCHOAL LIMA, Regina Célia de Carvalho. Manual Unifeob para trabalhos acadêmicos. São João da Boa Vista: Unifeob, 2014. __________________________________________________________________________
Pesquisa em Estudos Linguísticos e Literários -80h
Ementa
Orienta projetos de pesquisa articulados com as demais disciplinas do curso,
abordando a relação lógica entre pergunta (problema) e resposta (processo
científico), entre métodos, teorias e pressupostos epistemológicos.
Bibliografia Básica
BAGNO, M. Português ou brasileiro? um convite à pesquisa. São Paulo:
Parábola, 2001.
GONSALVES, E. P.. Conversas sobre iniciação à pesquisa científica. Campinas:
Alinea, 2003.
LIMA, R. C. C. P. e REINHOLD, H. H. Manual UNIFEOB para trabalhos
acadêmicos. São João da Boa Vista: UNIFEOB, 2014.
__________________________________________________________________________
Trabalho de Conclusão de Curso -80h
106
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
Ementa
Acompanha o processo de elaboração de Trabalhos de Conclusão de Curso.
Organiza a Mostra Científica do Curso de Letras.
Bibliografia Básica
CASTRO, C. M. Como redigir e apresentar um trabalho científico. São Paulo: Pearson, 2011. LIMA, R. C. C. P. e REINHOLD, H. H. Manual UNIFEOB para trabalhos acadêmicos. São João da Boa Vista: UNIFEOB, 2014. PIGNATARI, N. Como escrever textos dissertativos. São Paulo: Ática, 2010.
8.3.6 EIXO DE FORMAÇÃO PEDAGÓGICA
O eixo de formação pedagógica é contemplado pelas disciplinas pedagógicas.
Elas visam abordagens de aspectos da psicologia, da política e da didática
relacionados à prática docente. Unem o fazer docente, seus aspectos metodológicos
ao sujeito e à coletividade. O ponto de partida é o conhecimento de cada uma
dessas esferas que, no entanto, não se esgota na unidimensionalidade, mas
ganham significância quando interconectadas: esse é o objetivo maior que as
atravessa.
Ao considerar o fato de que o objetivo principal do presente curso é formar
educadores na área de Letras, o conjunto de conteúdos sugerido a seguir é de
extrema importância.
Assim, os debates acerca do que é aprendizagem se sua natureza das
diversas situações de ensino/aprendizagem, da motivação para a aprendizagem,
bem como o conhecimento dos princípios da aprendizagem na visão dos psicólogos
modernos, tornam-se relevantes. Da mesma maneira, a compreensão do processo
de desenvolvimento humano em seus diversos aspectos (físico e psicomotor,
cognitivo, linguístico, afetivo e social) e as principais teorias que os explicam, é
necessária.
Discutir o papel do professor em uma sociedade em transformação, a
profissão docente, bem como a caracterização geral de aspectos do trabalho em
107
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
sala de aula é primordial quando se trata de formar professores. Isso deve incluir os
debates das principais teorias da educação, bem como as considerações
pedagógicas acerca da “crise educacional”. Além disso, o estudo dos aspectos
teórico-práticos do planejamento em seus vários níveis (currículo, unidade, aula),
bem como das implicações do planejamento no cotidiano do professor é
fundamental.
Para a melhor compreensão dos mais variados aspectos relacionados à
educação, é de fundamental importância a reflexão acerca da contribuição da língua
como prática social e da literatura relacionada aos aspectos sociais, econômicos e
políticos para uma análise crítica da educação. Assim, a análise de textos e autores
da literatura, em suas interlocuções com o campo da educação e das teorias
pedagógicas do século XX contribuirá para a formação do professor de Português.
As reflexões acerca do papel do professor, bem como do processo de
aprendizagem, devem ser complementadas pelos debates acerca das relações entre
educação e sociedade através da sociologia. Portanto, a unidade de estudo
Sociedade e Educação, analisa a mesma como um processo e técnica social, como
a função conservadora versus função libertadora da educação.
Além de Organização da Educação Básica, que conta com o estudo da
organização da educação básica brasileira: dimensões históricas, políticas, sociais,
econômicas e educacionais. Assim, deve-se destacar o estudo das concepções
teóricas sobre a educação no discurso dos autores clássicos das Ciências Sociais e
das principais correntes contemporâneas que analisam as relações entre educação
e sociedade numa perspectiva sociológica, em continuidade ou em ruptura com as
teorias sociológicas clássicas. Dessa forma, temas como: currículo, processos de
socialização não escolar, relação entre economia; trabalho e educação;
desigualdade e diversidade; sistema educativo e escola, reformas educacionais,
entre outros, tornam-se relevantes. Ainda, como forma de complementar a formação
do professor, é necessário refletir não apenas acerca do conceito de educação, mas
também, acerca da reforma do ensino no contexto da política nacional de educação
e dos conceitos, objetivos, funções, origens, evolução, organização, funcionamento,
tendências e perspectivas dos níveis de ensino Fundamental e Médio. Certamente
todos esses conhecimentos pedagógicos serão mais bem absorvidos pelos futuros
108
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
professores de Português se, juntamente com os estudos teóricos, forem
desenvolvidas atividades práticas. A teoria e a prática, no contexto deste projeto
pedagógico, são vistas como um todo dialeticamente estruturado e,
necessariamente, devem se complementar. Assim, as Atividades de Prática de
Ensino serão desenvolvidas desde o primeiro semestre letivo e proporcionar o
entendimento do espaço escolar como uma construção sociocultural e política.
Como em Didática, unidade de ensino de Prática, em que se discute a estruturação
do trabalho docente, relacionada às competências e habilidades de aprendizado e
ensino. O aluno deverá compreender ainda as relações internas e externas: os
múltiplos sujeitos, procedendo à observação direta sobre as estruturas
administrativas e pedagógicas da escola e reconhecendo as diversas atividades
escolares. Outros temas também serão parte constitutiva das atividades de prática
de ensino, como por exemplo, as trajetórias da formação docente, Educação e
alteridade, as representações sociais, a educação em construção contínua e Escola
e cotidiano.
Certamente todos esses conhecimentos pedagógicos serão melhor
absorvidos pelos futuros professores de Português se, juntamente com os estudos
teóricos, forem desenvolvidas atividades práticas. A teoria e a prática, no contexto
deste projeto pedagógico, são vistas como um todo dialeticamente estruturado e,
necessariamente, devem se complementar. Assim, as Atividades de Prática de
Ensino serão desenvolvidas nos 5º e 6º semestres, entretanto, ao longo do curso a
prática pedagógica como componente curricular (PPC) será oferecida aos alunos no
interior das disciplinas que constituem o eixo de formação específica, desde o início
do curso e não apenas nas disciplinas pedagógicas (cf. ementas).
Esta correlação entre teoria e prática é um movimento contínuo entre saber
e fazer na busca de resoluções de situações próprias do professor no ambiente
escolar. A prática vai permear toda a formação do futuro professor, estabelecendo e
garantindo, assim, uma dimensão abrangente e interdisciplinar do conhecimento e
proporcionar o entendimento do espaço escolar como uma construção sociocultural
e política.
O aluno deverá compreender ainda as relações internas e externas: os
múltiplos sujeitos, procedendo à observação direta sobre as estruturas
109
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
administrativas e pedagógicas da escola e reconhecendo as diversas atividades
escolares. Outros temas também serão parte constitutiva das atividades de prática
de ensino, como por exemplo, as trajetórias da formação docente, Educação e
alteridade, as representações sociais, a educação em construção contínua e Escola
e cotidiano. E, como parte fundamental da formação do professor de Português,
deverão ser discutidos temas relacionados à Prática de Ensino do Português e
respectivas Literaturas. Assim, temas como Teoria e metodologia do ensino de
Português, explicação e análise de experiências metodológicas no ensino da língua
portuguesa, construção de metodologias alternativas para o ensino de Português no
ensino Fundamental e Médio são de extrema urgência.
Este eixo também conta com as unidades Psicologia do Ensino e da
Aprendizagem, vital à formação do futuro professor, que aborda o estudo dos
processos de mudanças psicológicas, como o desenvolvimento das pessoas, dos
processos de crescimento e suas experiências vitais significativas. E Libras, que
trata dos Aspectos sobre a educação inclusiva, educação de surdos, línguas de
sinais, a história e a aquisição da escrita pelo surdo, de acordo com a Lei nº 9.795,
de 27 de abril de 1999 e Decreto Nº 4.281 de 25 de junho de 2002.
8.3.6.1 EMENTAS E BIBLIOGRAFIAS BÁSICAS DO EIXO DE FORMAÇÃO PEDAGÓGICA
Didática-80h
Ementa
Escola, Ensino e Didática. A construção da identidade e do trabalho docente. Tendências pedagógicas na prática educativa: implicação didática das teorias atuais e suas aplicações práticas. A Dinâmica da Sala de Aula. Planejamento e Avaliação como elementos potencializadores e organizadores do trabalho pedagógico. Recursos e Técnicas de Ensino. Projeto Político-Pedagógico e Projetos Escolares.
Bibliografia Básica
CORDEIRO, Jaime. Didática. São Paulo: Contexto, 2007. MASETTO, Marcos Tarciso. Didática: A aula como centro. 4. ed. São Paulo: FTD, 1997. ZABALA, Antoni. A prática educativa: Como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998. ___________________________________________________________________
110
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
Organização da Educação Básica-80h
Ementa
Estudo da organização da educação básica brasileira: dimensões históricas,
políticas, sociais, econômicas e educacionais. Educação e Desenvolvimento. O
significado da Lei de Diretrizes e Bases da educação nacional e as reformas
educacionais. Políticas públicas e a importância da Gestão democrática na escola. O
Estatuto da Criança e do Adolescente.
Bibliografia Básica
LIBÂNEO, Jose Carlos; OLIVEIRA, João Ferreira de (Pimenta, Selma Garrido).
Educação Escolar: políticas, estrutura e organização. 10 ed. São Paulo: Cortez,
2012.
PILETTI, Nelson. Educação básica: da organização legal ao cotidiano escolar.
São Paulo: Ática, 2010.
ROMANELLI, Otaíza de Oliveira. História da educação no Brasil (1930 1973). 17.
ed. Petrópolis: Vozes, 1995.
SANTOS, Clovis Roberto dos. Educação escolar brasileira. 2.ed. São Paulo:
Pioneira Thomson Learning, 2003.
___________________________________________________________________
Sociedade e Educação-80h
Ementa
Desenvolvimento do pensamento sociológico; pensadores basilares da Sociologia;
globalização, cultura e identidade; individualismo e individualidade; dimensão
cultural da educação/aprendizagem. Educação como processo e técnica social.
Função conservadora versus função libertadora da educação.
Bibliografia Básica
DIAS, R.; Introdução à Sociologia. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. KRUPPA, Sonia M. Portella. Sociologia da Educação. São Paulo: Cortez, 1991 MEKSENAS, Paulo. Sociologia da Educação. São Paulo: Loyola, 1995. RODRIGUES, Alberto Tosi. Sociologia da Educação. Rio de Janeiro. DP&A, 2001 ___________________________________________________________________
Psicologia do Ensino e Aprendizagem-80h
EMENTA
Tem por escopo o desenvolvimento e comportamento infantil, Principais correntes
(ou paradigmas) em psicologia: comportamentalismo, cognitivismo, humanismo e
psicanálise. A psicologia do desenvolvimento e a psicologia social. As questões da
111
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
saúde na comunidade, os grupos de risco (maternidade e infância, terceira idade,
alcoolismo e adição a drogas, prostituição) e os problemas da saúde mental.
Bibliografia Básica
SOUZA, Marilene Proença Rabello de. Ouvindo Crianças na escola: abordagens e desafios metodológicos para psicologia. São Paulo. Casa do Psicólogo, 2010. KUPFER, Maria Cristina Machado. Freud e a educação o mestre do impossível. São Paulo. Scipione , 1992. RAPPAPORT, Clara Regina. Psicologia do desenvolvimento: A idade escolar e a adolescência volume 4. São Paulo: E.P.U., 1981.
___________________________________________________________________
Prática de Ensino em Literatura-80h
Ementa
Análise de práticas e propostas metodológicas. Estudo da realidade da escola e da sala de aula, com foco em atividades de observação, participação e reconhecimento das condições de ensino e aprendizagem de literatura.
Bibliografia Básica
COLOMER, Teresa. A formação do leitor literário: narrativa infantil e Juvenil atual. 2005.Tradução de Laura Sandroni. São Paulo: Global, 2003. ZILBERMAN, Regina. A leitura e o ensino da literatura. São Paulo: Contexto, 1991. CABRAL, Sara Regina Scotta; CAVALCANTE, Moema; PEREIRA, Mara Elisa Matos. Metodologia de ensino da literatura. Curitiba: InterSaberes, 2012. (Série Por dentro da literatura). ___________________________________________________________________
Prática de Ensino em Português-80h
Ementa
A sala de aula como espaço de ensino aprendizagem. As tarefas docentes: planejar, executar, avaliar. O ensino de Língua Portuguesa no Ensino Fundamental e Médio.
Bibliografia Básica
NEVES, Maria Helena de Moura. Ensino de língua e vivência de linguagem: temas em confronto. São Paulo: Contexto, 2010. ROCHA, Gladys; VAL, Maria da Graça Costa (Org.). Reflexões sobre práticas
escolares de produção de texto: o sujeito autor. Belo Horizonte: Autêntica, 2003.
112
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
ROJO, R. A prática de linguagem em sala de aula: praticando os PCNs. São
Paulo:EDUC; Campinas, São Paulo: Mercado de Letras, 2006.
PALOMANES, Roza; BRAVIN, Ângela Marina (orgs.). Práticas de Ensino do Português. São Paulo: Contexto, 2012. ___________________________________________________________________
Estágio Supervisionado -400h
EMENTA:
Planejamento e desenvolvimento de ações de ensino formal junto a escolas de
níveis fundamental e médio.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA:
PIMENTA, S. G. e LIMA, M. S. L. Estágio e Docência. São Paulo: Cortez, 2004. PIMENTA, S. G. e LIMA, M. S. L. O estágio na formação de professores: unidade, teoria e prática. São Paulo: Cortez, 2002.
CUNHA, Eugênio. Práticas pedagógicas para inclusão e diversidade. Rio de janeiro: WAK Editora, 2011. ___________________________________________________________________
Libras-80h
Ementa
A unidade de estudo visa trabalhar os elementos considerados relevantes para o
exercício da função do professor no interior do tema das Libras. Nesse sentido,
introduz as principais questões sobre a educação de surdos, sobre as línguas de
sinais e sobre a história e a aquisição da escrita pelo surdo, de forma a enfatizar a
importância das Libras no desenvolvimento sociocultural do surdo. Além disso, o
vocabulário básico em Libras é apresentado e contextualizado. Deve-se notar que o
conteúdo da unidade possibilita a introdução da discussão acerca dos Direitos
Humanos e do direito à educação inclusiva a partir da apreciação desse mecanismo
de cognição voltado aos deficientes auditivos.
Bibliografia Básica
Estudos surdos I / Ronice Müller de Quadros (org.). – [Petrópolis, RJ] : Arara Azul,
2006.
Estudos Surdos II / Ronice Müller de Quadros e Gladis Perlin (organizadoras). –
Petrópolis, RJ : Arara Azul, 2007.
Estudos Surdos III / Ronice Müller de Quadros (organizadora). – Petrópolis, RJ :
Arara Azul, 2008.
GESSER, Audrei. Libras?: Que língua é essa?: crenças e preconceitos em torno da língua de sinais e da realidade surda. São Paulo: Parabola, 2009. 87 p. (Série Estratégia de Ensino; 14).
113
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
PEREIRA, M. C. C. (org.), Libras conhecimento além dos sinais, São Paulo: Pearson: 2012.
QUADROS, Ronice. Educação de Surdos: A Aquisição da Linguagem. ArtMed, 2011. VitalBook file. Minha Biblioteca. Skliar, Carlos. A surdez: um olhar sobres as diferenças. 6 ed. Porto Alegre: Mediação, 2013.
8.4 NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
8.4.1 TUTORIA
O tutor tem um papel estratégico em todas as atividades em unidades de
estudo em EaD. Uma de suas atribuições principais é a de orientar o aluno para que
se conscientize de que ele estuda para seu próprio desenvolvimento profissional.
Para isso, é motivado a agir de forma responsável quanto às tarefas, prazos e tempo
de dedicação ao estudo e à pesquisa. A atuação do tutor é, em grande parte,
responsável pelo sucesso do projeto do curso.
O tutor acompanha turmas de, no máximo, 40 alunos e tem a função de
complementar, apoiar e avaliar os estudantes em seu percurso, além de ser
mediador entre currículo, interesses e capacidades dos alunos. Monitorando os
intervalos de tempo de acesso ao Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), pode
estabelecer, se necessário, contato telefônico com os alunos, identificando aqueles
que estão se distanciando do curso.
Para dar o devido suporte aos alunos, especialmente em dúvidas e questões
sobre os conteúdos dos temas abordados em aulas, o tutor conta com o apoio do
professor da respectiva unidade de estudo, que atua como professor formador.
É responsável pela condução e orientação nos encontros presenciais e por
plantões presenciais específicos, determinados no calendário acadêmico. Deve
apresentar, em seu perfil, as seguintes competências:
- Atuar como mediador: conhecer a realidade de seus alunos em todas as
dimensões (pessoal, social, familiar, escolar etc);
114
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
- Oferecer possibilidades permanentes de diálogo, saber ouvir, ter empatia e
manter uma atitude de cooperação, assim como proporcionar experiências de
melhoria de qualidade de vida aos alunos;
- Possuir fundamentos, metodologias e estrutura sobre a educação a
distância, a fim de sustentar as bases pedagógicas da aprendizagem frente ao
comportamento dos sujeitos;
- Dominar procedimentos de pesquisa e de confecção de materiais didáticos
nas mais diferentes mídias;
- Possuir habilidades de comunicação, relacionamento interpessoal, liderança,
dinamismo, iniciativa, entusiasmo, criatividade e capacidade para trabalhar em
equipes.
O tutor a distância atende os alunos via ambiente virtual, podendo interagir
com a turma através de chats, fóruns e e-mail.
8.4.2 INFRAESTRUTURA E PROCESSOS DE ACOMPANHAMENTO DOS
ALUNOS
8.4.2.1 REDE E EQUIPAMENTOS
Para o efetivo desenvolvimento de unidades de estudo em EaD, embora
prescinda da relação presencial em todos os momentos do processo, esta
modalidade exige o diálogo constante entre alunos, professores, tutores,
coordenadores de curso e equipe de apoio do NEaD. Por este motivo, é
imprescindível uma organização em rede que possibilite o processo de interlocução
permanente entre todos os atores da ação pedagógica. Em vista disso, para aqueles
usuários que não possuem acesso próprio à Internet, o NEaD disponibiliza 8
laboratórios de informática, com um total de 200 computadores de grande
capacidade, e link de Internet de 10 MB compartilhados.
A gravação das web aulas é feita por profissionais altamente capacitados, em
dois estúdios, construídos com isolamento acústico total e com três diferentes
cenários para simular ambientes reais, além de camarins e sala para entrevistas,
115
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
aulas e jornalismo. Cada estúdio é equipado com computadores; mesa de áudio
Behinger; mesa de corte Roland; projetor multimídia Hitachi; lousa interativa
elnstruction; câmera filmadora Panasonic; Kit de iluminação digital Mako; TV de LED
42”, entre outros equipamentos.
8.4.2.2 ACOMPANHAMENTO E APOIO AOS ALUNOS
O monitoramento do percurso dos alunos é feito nos encontros presenciais e
virtuais, sendo que, pela plataforma MOODLE, é possível acompanhar a quantidade
e qualidade da participação dos alunos nos diferentes espaços de trabalho e de
discussão. Em encontros presenciais são realizadas também avaliações de
desempenho dos estudantes e, ao final de cada semestre, em tempo
especificamente destinado a este fim (em consonância com o que dispõem o
Parecer CNE/CNES 261/2006 e a Resolução m.º 3 de julho de 2007), é realizada
uma avaliação escrita, elaborada pelo conjunto de professores das unidades de
estudo, juntamente com o coordenador do Curso, observando o caráter
interdisciplinar das unidades e sua correlação direta com o módulo em que a
unidade está alocada.
116
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
9 AS ATIVIDADES PRÁTICAS
O curso de Letras oferece aos acadêmicos do Curso de graduação,
anualmente, atividades essenciais ao aprimoramento profissional, consagradas
institucionalmente como atividades complementares. Dentro desse propósito, desde
a criação do curso em 2013, são oferecidos e desenvolvidos pela comunidade
acadêmica palestras, oficinas e os Encontros de Formação de Educadores, além do
Encontro de Produção Acadêmica. (conforme demonstra Histórico de atividades
desenvolvidas que está em anexo). Paralelamente, também são oferecidas
atividades em projetos de extensão universitária, de âmbito institucional como o
antigo Bioespaço e agora chamado de Universo UNIFEOB, Cursos complementares
na área educacional (oficinas pedagógicas), além de aulas realizadas nos sábados
letivos.
O Unifeob também possibilita que os acadêmicos do curso de Letras
participem dos Programas “Escola da Família” (projeto social) e “Residência
Educacional” (visa fortalecer a formação de professores pelas instituições de ensino
superior, que tem como objetivo atender os anos finais do Ensino Fundamental e
Ensino Médio, para elevar os índices de desempenho nos processos de avaliação
nas escolas consideradas prioritárias), em que desenvolvem atividades didáticas e
podem realizar o desenvolvimento de um projeto de ensino de na área do ensino do
Português.
Nesse sentido, para efetivar ainda mais as relações entre o ensino, pesquisa
e extensão, o curso de Letras deverá incentivar especialmente algumas ações,
dentre as quais:
a. Promoção de palestras proferidas por docentes de cursos de
graduação e pós-graduação em áreas afetas à formação do
aluno, bem como de seminários realizados por todas as
licenciaturas da Instituição;
b. Realização de atividades que incentivem o estudante a refletir
sobre sua área de formação e seu campo de atuação
profissional, por meio de práticas como a participação – e
117
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
posterior relato e análise – em palestras, seminários, oficinas, e
outros eventos;
c. Operacionalização, na prática pedagógica, de aprendizagens
realizadas pelos docentes das áreas específicas e de formação
pedagógica;
d. Disponibilização regular, pelos docentes, de contribuições
advindas de pesquisas e de eventos científicos e culturais;
e. Geração de pesquisas e de atividades de extensão a partir de
situações-problema detectadas nas análises educacionais.
9.1 ESTÁGIO SUPERVISIONADO
O Estágio Supervisionado é uma exigência que se encontra firmada na
LDBEN n.º 9394/96, dos cursos de formação de profissionais da educação dos
Cursos de Licenciatura. Determinam a Lei n.º 6494/77 e o Decreto Federal n.º
87497/82 que os estágios deverão ser cumpridos por seus estudantes, futuros
profissionais da educação, no decorrer do seu curso de graduação.
A formação de profissionais da educação, de modo a
atender os objetivos dos diferentes níveis e modalidades de
ensino e às características de cada fase do desenvolvimento
do educando, terá como fundamentos:
I – a associação entre teorias e práticas, inclusive mediante a
capacitação em serviço.
II – aproveitamento da formação e experiências anteriores em
instituições de ensino e outras atividades. (Art. 61 da Lei
9394/96)
Conforme a Resolução CNE/CP 2 de 19/02/2002 que institui a duração e a
carga horária dos cursos de licenciatura, de graduação plena, de formação de
professores da Educação Básica em nível superior é obrigatória a realização de 400
horas de Estágio Curricular Supervisionado. Entretanto, para os estudantes que
118
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
exercem atividade docente regular na educação básica será possível a redução da
carga horária do estágio curricular supervisionado até no máximo de 200 horas.
No Curso de Licenciatura em Letras - Português, o Estágio Curricular
Supervisionado de Ensino será desenvolvido a partir do meio do curso. Em cada um
dos módulos, caberá ao aluno/estagiário o desenvolvimento das atividades previstas
no Regulamento de Estágio. Durante o curso do Estágio, o aluno será orientado por
professor de sua área específica de atuação, indicado pela Coordenação do Curso
de Letras entre os professores do corpo docente.
Integrante do Projeto Pedagógico do Curso de Licenciatura em Letras-
Português, este Projeto do Estágio Curricular Supervisionado sustenta-se na
legislação que trata da formação de Professores da Educação Básica, aparato legal
que traz um novo paradigma dessa formação, expresso, dentre outros, em eixos
articuladores das dimensões a serem contempladas na formação docente
(Resolução CNE/CP 1/2001). A legislação em vigor, conforme colocado
anteriormente, traz os elementos fundamentais que deram sustentação à
estruturação e organização deste Projeto, planejado a partir dos princípios e
objetivos gerais propostos para o estágio, conceituado como:
(...) um tempo de aprendizagem que, através de um período de
permanência, alguém se demora em algum lugar ou ofício para
aprender a prática do mesmo e depois poder exercer uma profissão ou
ofício. Assim, o estágio curricular supervisionado supõe uma relação
pedagógica entre alguém que já é um profissional reconhecido em um
ambiente institucional de trabalho e um aluno estagiário. Por isso é
que este momento se chama estágio curricular supervisionado.
(Parecer CNE/CP 28/2001, p. 10)
9.1.1 OBJETIVOS DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO
Os objetivos do Estágio Supervisionado do Curso de Letras do Centro
Universitário da Fundação de Ensino Octávio Bastos - UNIFEOB são:
- Proporcionar oportunidade de vivências, que permitam aplicar
conhecimentos teóricos, através da experiência em situações reais
do exercício da futura profissão.
- Proporcionar complementação ao ensino e à aprendizagem, sendo
um instrumento de vivências significativas, aprofundamento
científico, cultural e de relacionamento humano.
119
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
- Contribuir para um maior aprofundamento teórico-prático do
estudante do Curso de Letras;
- Proporcionar situações e vivências que aprimorem sua formação e
atuação profissional;
- Contribuir para que o estudante sistematize uma análise crítica a
partir do confronto entre os conhecimentos e habilidades
desenvolvidas no Curso de Letras e as atividades pedagógicas
cotidianas;
- Possibilitar maior interação entre o Cursos de Letras – UNIFEOB
com os estabelecimentos de Ensino Fundamental e Médio das
redes pública e privada.
O Estágio Supervisionado no que diz respeito às atividades realizadas em
campo, também deverá ser abordado em conteúdos específicos nas unidades de
estudo de Prática de Ensino ou Pedagógica de Formação devendo:
- Proporcionar ao estudante dos cursos de Licenciatura o
aprimoramento teórico referente a temas da área educacional,
relevando aqueles que são advindos das vivências em campo;
- Desenvolver ações em distintos campos de atuação do futuro
professor tendo em vista a proposta curricular de seu curso de
Licenciatura em seu Projeto Político Pedagógico;
- Promover a integração e interação do estudante estagiário com a
Instituição onde realiza os estágios.
9.1.2 FORMATO DOS ESTÁGIOS
O estágio supervisionado constitui-se em atividade obrigatória para a
formação de professores. Deve ser acompanhado por um profissional habilitado para
ministrar aulas de Português nos níveis fundamental e médio do ensino e por
profissionais da educação vinculados a uma instituição de ensino.
Serão realizadas atividades “Observação” da escola como um todo, ou
seja, nos seus aspectos físicos, humanos e pedagógicos.
Deverão ser realizadas atividades “Regência” na disciplina de Português e
suas respectivas literaturas, tanto no nível Fundamental como no Nível Médio, que
deverão vir acompanhadas do “Plano de Aula” e da “Ficha de a Avaliação” do
professor da classe em que a aula foi dada.
120
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
Serão realizadas, ainda, atividades “Participação” em conjunto com os
alunos das Escolas de Ensino Fundamental e Médio onde o estágio será sendo
realizado como também com a comunidade.
Todas as atividades de Estágio Supervisionado deverão ser devidamente
registradas na “Ficha Cumulativa de Controle de Estágio” e arquivadas no setor
Conexão, que integra o Núcleo de Desenvolvimento e Inovação (NDI).
Nesta ficha deverá constar o carimbo do órgão e/ou Unidade Escolar, uma
foto do estagiário e a assinatura do respectivo responsável, devidamente
credenciado (com carimbo).
A partir do 4º módulo do curso os alunos devem, conforme plano do professor
responsável, entregar relatórios parciais de estágio em que constem as descrições
e reflexões acerca das atividades desenvolvidas, entre eles pede-se: um relatório
das observações de aulas no ensino fundamental ou médio, um relatório do contexto
físico-organizacional da escola onde o aluno está estagiando, um relatório das aulas
de regência, o plano de aulas das aulas regidas pelo aluno, uma avaliação da aula
regida feita pelo professor responsável pela turma em que a aula foi dada, projetos
de aplicação pedagógica, relatório do desenvolvimento dos projetos, entre outros
documentos conforme o caso. Ao final do sexto semestre/módulo é entregue o
relatório final de estágio em que devem constar todos os itens mencionados acima,
acrescido de texto reflexivo acerca da realidade escolar.
Ressalta-se que as atividades a serem realizadas no estágio supervisionado
são vinculadas às disciplinas/unidades de estudo de cada módulo, integrando as
reflexões acerca dos conteúdos desenvolvidos em sala de aula.
Embora articuladas às disciplinas/unidades de estudo apresentadas no
quadro, cabe recolocar que as atividades de estágio devem ser pensadas como
intrinsecamente articuladas com a prática e com as atividades de trabalho
acadêmico, conforme Parecer CNE/CP 28/2001, implicando, portanto,
responsabilidade coletiva, e não apenas do professor responsável pelo estágio, no
que toca principalmente às discussões para o seu planejamento e avaliação.
Caberá aos professores indicados pela coordenação do curso, face às
atividades planejadas para cada momento da formação, atribuir horas para as
mesmas, totalizando as horas previstas para cada etapa. Entretanto, por
121
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
entendermos que as competências e conhecimentos exigidos na prática profissional
devem ser aprendidos para serem colocados em ação, e sendo este um dos
objetivos gerais do estágio, propomos atribuição de horas para cada etapa do Curso,
com início na segunda metade do curso, para atividades intrinsecamente,
relacionadas à prática docente:
O relatório final de estágio deverá ser encadernado, seguindo as regras
acadêmicas de um trabalho de conclusão de curso e o modelo disponibilizado. As
fichas e o relatório final referente ao Estágio Supervisionado deverão ser entregues
na data fixada pelo professor responsável. A não entrega dos mesmos no prazo
estipulado antes dos dias destinados ao exame final levará o estudante a sua
reprovação. A entrega deverá ser protocolada também no setor Conexão, no
Campus II do Unifeob.
9.2 ATIVIDADES DE PESQUISA
O curso de Letras do UNIFEOB toma por pressuposto as exigências atuais do
mercado de trabalho que preconizam um profissional duplamente qualificado: ser
municiado de conhecimentos teóricos, além de capacitado a realizar uma prática que
implique renovação constante de ideias e saberes. Assim sendo, traça, como perfil
de seu egresso, não apenas um educador competente, mas também um
pesquisador interessado em buscar, - e em desenvolver -, novos conhecimentos nas
áreas de estudos de língua e literatura; conhecimentos esses que se reverterão em
benefícios tanto para sua prática pedagógica, como poderão contribuir para o
aperfeiçoamento científico e tecnológico do que se entende por Educação como um
todo.
Obedecendo a essa linha de raciocínio e em consonância com a missão do
UNIFEOB de ser uma instituição de excelência acadêmica, o curso de Letras busca
integrar ensino, pesquisa e extensão.
Especificamente na área de pesquisa, são desenvolvidas, no curso de Letras,
três frentes, todas elas preocupadas em contribuir para a formação de profissionais
capazes de problematizar sua prática, construir e/ou se apropriar de novos
conhecimentos, a fim de, cada vez mais, aprimorar sua intervenção pedagógica.
122
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
Embora todas as três frentes exijam planejamento e rigor no processamento de
informações, há diferenças sensíveis nos critérios procedurais exigidos em cada
uma.
A primeira delas tem caráter interdisciplinar, envolvendo todas as unidades
de estudo do curso. Anualmente ou por semestre letivo, professores e alunos,
reunidos, desenvolvem um projeto de pesquisa que contemple um tema de
importância político-social, atual e abrangente. Tais projetos têm por objetivo
sensibilizar a todos para problemas de ordem mundial, propiciando, entre outros, a
tomada de conhecimento de situações graves de injustiça e preconceito que, na
mais das vezes, passam despercebidas. Assim, não apenas informações são
obtidas, mas valores são acrescentados.
A título de exemplo, neste ano de 2014 está tendo lugar o projeto “Cultura
africana: línguas e linguagens”, que contempla os seguintes resultados:
a) respeita o “disposto no art. 9º, § 2º, alínea “c”, da Lei nº 9.131, publicada em 25 de
novembro de 1995, e com fundamentação no Parecer CP/CNE 3/2004, de 10 de
março de 2004, homologado pelo Ministro da Educação em 19 de maio de 2004”,
que determina a inclusão de temas relacionados à Cultura Africana no ensino;
b) atende a importância de, na licenciatura em Letras, se estudar o funcionamento
da língua portuguesa, bem como a heterogeneidade constitutiva dos discursos com
que se apresentam as diferentes visões de mundo. Considerando a presença da
língua portuguesa em diferentes países e, em especial, nos do continente africano,
torna-se ainda mais relevante o conhecimento das culturas expressas por meio dela,
das diferentes concepções de mundo, do indivíduo e da arte. Tanto a observação
das variedades linguísticas quanto a literatura são fundamentais na expressão do
pensamento humano e, por isso, indispensáveis no reconhecimento dos diferentes
contextos interculturais.
c) fornece subsídios para o aprimoramento cultural do aluno, que deve reconhecer,
no Brasil e na África, as marcas da experiência histórica do colonialismo europeu;
d) desperta o interesse do aluno pelos países africanos de língua portuguesa, sua
história política, geográfica, cultural;
e) apresenta ao aluno os principais autores da literatura africana de língua
portuguesa por meio de leituras, debates literários e saraus;
123
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
f) incentiva o intercâmbio cultural entre alunos do UNIFEOB e pessoas de países
africanos de língua portuguesa por meio de troca de correspondências, campanhas
sociais e culturais.
Como metodologia, o projeto inclui, nas programações voltadas para o curso
de Letras e – quando possível – às demais Licenciaturas, atividades que despertem
no aluno o interesse pelas culturas africana e afro-brasileira. Para tanto, foram
dedicadas 2 h/a mensais para a execução das atividades propostas. As horas
referidas foram cedidas pelos professores das disciplinas, havendo o cuidado de
intercalar os dias da semana para que não houvesse prejuízo dos conteúdos
específicos.
As atividades consistiram em palestras com convidados; roda de leitura de
textos, sobretudo, crônicas e poesias de autores africanos; saraus; leitura e
discussão de textos relacionados a questões modernas acerca de países africanos.
Também se deu o recolhimento de material escolar, livros e outras prendas que
foram enviadas a crianças da Guiné-Bissau, de forma individualizada com o nome
de cada uma, mais uma cartinha a ela dirigida, escrita por um discente de Letras.
O projeto participou do Universo UNIFEOB, ocasião em que foram
apresentadas características idiossincráticas de países falantes de língua
portuguesa, aí incluídos, como é óbvio, os países da África.
A segunda frente de pesquisas pode se ater a uma unidade de estudo em
particular ou à interação de duas ou mais disciplinas.
Assim, de uma forma e/ou de outra, todas as unidades do curso de Letras, no intuito
de formar sujeitos autônomos e responsáveis pelo próprio processo de aquisição de
conhecimentos e desenvolvimento de competências, propõem atividades de
pesquisa relacionadas aos temas das aulas; atividades essas que, dependendo de
seus objetivos, podem ser desenvolvidas tanto em sala de aula, como fora dela,
através da internet, entrevistas, bibliotecas etc. Sistematicamente planejados e
executados através de critérios rigorosos, os resultados dessas atividades são
apresentados sob forma de trabalhos escritos, orais, seminários, portfólios, pôsteres
entre outros.
124
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
Ainda é de grande relevância para o curso de Letras a existência de espaços
nos quais professores e alunos compartilham reflexões sobre temas diversos,
sobretudo o cotidiano da vida escolar, buscando diagnosticar problemas e apontar
soluções através das práticas que aperfeiçoam e refazem as teorias. Para tanto,
realizam-se, ao longo dos semestres letivos, oficinas, palestras e laboratórios
temáticos, na mais das vezes com convidados vindos de outras instituições e/ou
lugares sociais, eventos esses que criam espaços para uma formação mais
diversificada dos alunos, ao mesmo tempo, em que promovem maior integração com
a comunidade extra-muros.
A terceira frente propõe pesquisas com características mais científicas,
participação em congressos, simpósios e publicações em sites, livros e revistas
especializadas.
Desenvolve-se através de projetos de pesquisa, relacionados aos temas
tratados nas diferentes disciplinas do curso de Letras, dentre os quais destacam-se
os TCCs3.
Em andamento desde 2005, está o projeto do curso de Letras-UNIFEOB “O
domínio textual em atividades de análise linguística, leitura e produção escrita”, sob
coordenação da Profa. Me Regina Célia de Carvalho Paschoal Lima. Inscrito na área
de Linguística, esse projeto visa não apenas a instrumentalizar os futuros
professores da área de ensino de língua materna para o desenvolvimento, de forma
competente, de ações exigidas pelo meio onde atuarão; mas, sobretudo, a preparar
profissionais capacitados a desvelar os objetivos da própria prática, buscando tanto
compreender as teorias que a embasam, como conhecer os sujeitos a quem seu
trabalho se dirige, para melhor construir um fazer cidadão, socialmente articulado,
solidário e sensível à realidade à qual se vincula.
Situação: em andamento;
Alunos envolvidos: alunos do curso de Letras UNIFEOB;
Integrantes: Profa. Me. Regina Célia de Carvalho Paschoal Lima.
3 As atividades de TCC são descritas na sequência.
125
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
Entre as publicações oriundas desse projeto, além de artigos em revistas
especializadas e publicações em anais de congressos, destacam-se dois livros,
ambos organizados pela professora coordenadora do projeto:
a) “Leitura, múltiplos olhares”, ISBN 85-7591-047-7, publicado em 2005 e reeditado
em 2008, pela Mercado de Letras em parceria com o Unifeob;
b) “Impressões”, ISBN 978-85-98398-05-1, de 2008, fruto de trabalhos de
alunos realizados para a disciplina “prática de leitura e produção de textos”. Também sob responsabilidade da Profa. Me Regina Célia de Carvalho Paschoal
Lima, o curso de Letras UNIFEOB encontra-se vinculado ao projeto “Corpos
grafados e grifados: subjetividades marginalizadas pelo crime”, coordenado pela
Profa. Dra. Maria José Rodrigues Faria Coracini, do IEL-UNICAMP. Este projeto
tem por objetivo estudar a escrita no corpo, seja de forma inconsciente, através de
marcas físico-corporais, seja de forma deliberada, através de tatuagens. Para isso,
são analisados filmes (como Amnésia) que trabalham com a questão da escritura
(inscrição de si) no corpo, respostas a entrevistas informais realizadas junto àqueles
que se tatuam, concedendo espaço privilegiado aos chamados moradores de rua.
São observadas as representações de si e do outro na materialidade linguística. O
estudo dessas subjetividades, grafadas e grifadas (anuladas), que gritam (crient) por
visibilidade, vem atender à necessidade de dar voz a quem não tem voz nem vez e
abrir, a partir de uma análise discursivo-desconstrutivista (com aportes da
psicanálise de orientação lacaniana), um debate junto a professores, alunos e
pesquisadores em torno das (in)justiças sociais, da ética e da responsabilidade..
Situação: Em andamento; Natureza: Pesquisa.
Alunos envolvidos: Graduação: (2) / Mestrado acadêmico: (1) / Doutorado: (2) .
Integrantes: Maria Jose Rodrigues Faria Coracini - Coordenador / Márcia Aparecida
Amadeu Mascia - Integrante / Ernesto Sérgio Bertoldo - Integrante / Regina Célia de
Carvalho Paschoal Lima - Integrante / Maralice de Souza Neves - Integrante /
Juliana Santana Cavallari - Integrante / Beatriz Eckert-Hoff - Integrante / Eliane Righi
de Andrade - Integrante.
As atividades de pesquisa do curso de Letras desenvolvem-se de acordo com
a política educacional do UNIFEOB, fundamentada na Formação por Competências,
levando em conta um contexto amplo de conhecimentos e habilidades, aplicáveis à
126
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
realidade sociocultural da comunidade de São João da Boa Vista e região, de modo
que as investigações científicas sejam condizentes com essa realidade e a ela
incorporáveis, mediante os princípios de ética e cidadania.
O corpo docente do curso de licenciatura em Letras-Português acredita ser
fundamental a criação de espaços alternativos que proporcionem a ampliação do
horizonte cultural e do desenvolvimento da autonomia dos nossos egressos. É de
grande relevância a existência de espaços nos quais professores e alunos
compartilhem reflexões sobre o cotidiano da vida escolar, buscando diagnosticar
problemas e apontar soluções através das práticas que aperfeiçoam e refazem as
teorias. Para isso, busca-se realizar, ao longo dos semestres letivos, oficinas,
palestras e seminários temáticos para que seja possível criar espaços para a
formação dos alunos e, ao mesmo tempo, promover a integração com a comunidade
e com os professores da escola básica.
Todas essas ações visam à constituição de uma nova cultura institucional,
consoante com as atuais orientações para a formação de professores em cursos
superiores. De acordo com os PARECER CNE/CP 9/2001 do MEC “os cursos de
preparação de futuros professores devem tomar para si a responsabilidade de suprir
as eventuais deficiências de escolarização básica que os futuros professores
receberam tanto no ensino fundamental como no ensino médio”. (p. 20).
Cabe ressaltar que os projetos de pesquisa poderão ser elaborados em todas
as áreas de Letras, e ficará a critério do professor o número de alunos sob a
responsabilidade do mesmo. Os professores serão estimulados a encaminharem os
projetos de pesquisa para órgãos de fomento à pesquisa como a FAPESP e o
CNPq, além de Fundações Filantrópicas de Apoio à Pesquisa, para angariarem
fundos para o desenvolvimento das atividades.
Os professores podem desenvolver projetos em conjunto com docentes dos
demais cursos em andamento na UNIFEOB (Medicina Veterinária, História,
Geografia, Pedagogia, Direito, Administração etc.)
127
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
9.3 TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (TCC)
Em consonância com o PPI do UNIFEOB (item 2.1.2.8) e definido como uma
das atividades de pesquisa do curso de Letras, a elaboração e apresentação do
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) é um dos requisitos para a obtenção do
certificado de conclusão do curso.
Estrutura-se como texto do tipo dissertativo-informativo, redigido ao longo do
curso e apresentado em seu último semestre. Quanto ao gênero, pode ser um artigo
científico (com um mínimo de 10 páginas) ou uma monografia de cunho científico
(com um mínimo de 30 páginas), formatado segundo as instruções que se
encontram no Manual UNIFEOB para Trabalhos Acadêmicos.
O TCC é visto, no curso de Letras, como uma das formas de incrementar o
processo de formação por competências, uma vez que tem por função principal
possibilitar ao aluno uma reflexão crítica a respeito do “estado da arte” no campo de
estudos que envolvem teoria e prática voltadas ao ensino de língua e literatura; além
de possibilitar-lhe conhecer experiências metodológicas verificadas no cotidiano
escolar, bem como construir metodologias e propor estratégias alternativas para o
ensino Fundamental e Médio, nas áreas de língua e literatura. Assim sendo, o tema
e o objetivo do TCC devem, obrigatoriamente, estar relacionados aos assuntos
desenvolvidos pelas diferentes disciplinas que compõem o curso de Letras.
Tal obrigatoriedade se fundamenta na intenção de oferecer ao aluno a oportunidade
de:
- integrar os conhecimentos adquiridos durante o curso, tanto no que se refere à
parte teórica como à prática vivenciada durante sua participação nos estágios
supervisionados e projetos desenvolvidos;
- aprofundar os conhecimentos que adquiriu sobre um tema específico que lhe
despertou interesse;
- fomentar procedimentos de análise, interpretação de texto e escrita acadêmica;
128
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
- dar os primeiros passos na pesquisa científica, adquirindo saberes e competências
que servirão de amparo para sua formação continuada em cursos de pós-
graduação.
Em Letras, a elaboração de um TCC, se inaugura logo no início do curso,
através da unidade de estudo Metodologia de Pesquisa Científica, momento em que
o discente é apresentado ao Manual UNIFEOB para Trabalhos Acadêmicos, o qual
tece reflexões a respeito de Ciência e Conhecimento e orienta na
interpretação/redação de textos que circulam na universidade, aí incluída a produção
de um trabalho de final de curso em todos os seus aspectos e passos.
Concomitantemente e na sequência, os professores das demais unidades de estudo
vão fornecendo, muitas das vezes de forma indireta, subsídios para o aluno decidir a
respeito de um tema que lhe interesse.
Cabe ao professor de Pesquisa em Estudos Linguísticos e Literários e
Trabalho de Conclusão de Curso iniciarem a orientação efetiva do TCC, discutindo
possibilidades de tema (e sua delimitação), objetivo(s) e metodologia - que podem
se concretizar através de pesquisa documental, bibliográfica, estudo de caso e
pesquisa de campo.
Dessas discussões resulta um pré-projeto de pesquisa, necessariamente
vinculado a uma das áreas de estudo de Letras, de onde se origina a
obrigatoriedade de que o trabalho seja orientado por um docente do curso –
Professor Orientador de Conteúdo Específico-; podendo, se for o caso, ser
coorientado por professor de outro curso ou instituição.
Pré-projeto em mãos, o aluno é encaminhado a um professor de Letras cuja
área de ensino maior relação tenha com a proposta do trabalho (Professor
Orientador de Conteúdo Específico), a quem caberá acompanhar todo o processo
de elaboração do TCC; sugerindo adaptações ao projeto inicial; indicando
bibliografia; estabelecendo, com o aluno, a metodologia a ser seguida; apontando
pontos que necessitem ser refeitos/ repensados/aprofundados etc. A fim de
formalizar a orientação, o aluno deverá entregar ao orientador escolhido uma carta
de aceite, que será por este assinada e devolvida ao professor de Pesquisa em
Estudos Linguísticos e Literários.
129
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
Para que haja coesão nesse processo, o professor de Pesquisa em Estudos
Linguísticos e Literários, organiza juntamente com os professores de Trabalho de
Conclusão de Curso um cronograma de acompanhamento das atividades de TCC, a
ser seguido por todos e registrado em fichas individuais, que se converterão em um
dos instrumentos de avaliação do trabalho.
Em seu último ano de curso, por volta do mês de setembro, o aluno
apresentará o rascunho de seu trabalho a uma pré-banca, composta pelo orientador
mais dois professores convidados por este, cuja função será a analisar os pontos
positivos e negativos do trabalho em andamento, sugerir alterações e indicar
leituras, visando à melhoria do texto do aluno.
O início de outubro será dedicado à revisão geral e finalização do TCC; sendo
que, na última semana desse mesmo mês, o aluno deverá entregar três cópias da
versão finalizada impressa do trabalho (capa em plástico transparente) ao professor
orientador, que ficará com uma dessas cópias e enviará as restantes a dois
avaliadores por ele convidados para que as leiam e se preparem para a sessão de
comunicações. Ao mesmo tempo, é enviada, via email, uma cópia dessa mesma
versão para o professor de Pesquisa em Estudos Linguísticos e Literários.
No início de novembro, é realizada a Mostra Científica do Curso de Letras,
ocasião em que os trabalhos são apresentados oralmente, sob forma de
comunicação, para a avaliação de um júri composto pelos avaliadores convidados,
que atribuirão uma nota de 0,0 a 4,0.
O professor-orientador atribuirá uma nota de 0,0 a 7,0, correspondente a todo
o processo de elaboração/apresentação do TCC e o professor de Pesquisa em
Estudos Linguísticos e Literários atribuirá uma nota de 0,0 a 3,0, aí incluído um
julgamento da formatação do trabalho.
As notas acima descritas serão somadas e divididas por 2 (dois), resultando
daí a nota de TCC do aluno (no máximo, 7,0), a qual será somada às duas outras
notas (avaliação externa e nota de colegiado) que compõem o sistema de notas
UNIFEOB. Caso a soma das notas não atingir 7,0, o aluno deverá refazer seu
trabalho e apresentá-lo por ocasião das avaliações finais, em que a nota mínima
para aprovação será 5,0.
130
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
A nota obtida no TCC também poderá compor a nota final de qualquer
disciplina ministrada no último módulo, desde que o professor tenha combinado
antecipadamente com o aluno.
Cumpridas todas as etapas, o Trabalho de Conclusão de Curso é impresso
em formato de capa dura e enviado à Biblioteca Setorial do UNIFEOB, sendo
também inserido eletronicamente na Biblioteca Virtual.
Sem dúvida alguma, a elaboração de um TCC contribui enormemente para o
amadurecimento intelectual do aluno; para sua autonomia e preparo para se tornar
um profissional competente; além de fortalecer não apenas a autoestima dos
discentes, mas também dos professores, visto esse processo de construção-
desconstrução-reconstrução de saberes e competências apresentar resultados
gratificantes e motivadores.
9.4 Prática como Componente Curricular (PCC)
Conforme Resolução CNE/CP nº 2/2002, em articulação com o Estágio
Supervisionado e com as Atividades Complementares de natureza acadêmica,
importa à Instituição prever 400 horas de prática como componente curricular a se
realizar desde o início do Curso, o que pressupõe relacionamento próximo com o
sistema de educação escolar.
O Parecer CNE/CP nº 9, de 8 de maio de 2001 ressalta que uma concepção
de prática mais como componente curricular implica vê–la como uma dimensão do
conhecimento (...) presente nos cursos de formação no momento em que se trabalha
na reflexão sobre a atividade profissional (p. 23).
A Resolução CNE/CP nº 1, de 18/02/2002, que institui as Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em
nível superior, curso de licenciatura de graduação plena, define no art. 12:
§ 1ª A prática, na matriz curricular, não poderá ficar reduzida a um espaço isolado,
que a restrinja ao estágio, desarticulado do restante do curso.
§ 2º A prática deverá estar presente desde o início do curso e permear toda a
formação do professor.
131
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
§ 3º No interior das áreas ou das disciplinas que constituírem os componentes
curriculares de formação, e não apenas nas disciplinas pedagógicas, todas terão a
sua dimensão prática.
O Parecer CNE/CES nº 15, de 2 de fevereiro de 2005 assim se expressa:
“(...) a prática como componente curricular é o conjunto de atividades formativas que
proporcionam experiências de aplicação de conhecimentos ou de desenvolvimento
de procedimentos próprios ao exercício da docência. Por meio destas atividades,
são colocados em uso, no âmbito do ensino, os conhecimentos, as competências e
as habilidades adquiridos nas diversas atividades formativas que compõem o
currículo do curso. As atividades caracterizadas como prática como componente
curricular podem ser desenvolvidas como núcleo ou com o parte de disciplinas ou de
outras atividades formativas. Isto inclui as disciplinas de caráter prático relacionadas
à formação pedagógica, mas não aquelas relacionadas aos fundamentos técnico-
científicos correspondentes a uma determinada área do conhecimento (p. 03).”
Desse modo, a prática como componente curricular, em seu sentido amplo –
que não se confunde com a disciplina “Prática de Ensino”, então ligada aos estágios
–deve ser entendida como um conjunto de atividades ligadas à formação
profissional, inclusive de natureza acadêmica. Assim, a prática como componente
curricular se volta para a compreensão das práticas educativas e de aspectos
variados da cultura das Instituições educacionais e suas relações com a sociedade e
com as áreas de conhecimento específico.
Sendo assim, em relação à Prática como Componente Curricular (PCC), no
curso de Letras esta não poderá ficar reduzida a um espaço isolado, que a
caracterize como estágio, nem desarticulada de todo o curso. Em articulação
intrínseca com as atividades do trabalho acadêmico e com o estágio Supervisionado,
a PCC deve concorrer conjuntamente para a formação da identidade do professor
como pesquisador e educador em Estudos Linguísticos ou em Estudos Literários. O
Curso de Letras oferece a PCC a seus alunos no interior das disciplinas que
constituem os componentes curriculares de formação, desde o início do curso e não
132
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
apenas nas disciplinas pedagógicas (cf. ementas). Esta correlação entre teoria e
prática é um movimento contínuo entre saber e fazer na busca de resoluções de
situações próprias do professor no ambiente escolar. A prática vai permear toda a
formação do futuro professor, estabelecendo e garantindo assim uma dimensão
abrangente e interdisciplinar do conhecimento. Uma discussão dos livros didáticos (a
partir da análise da concepção de linguagem/língua assumida, dos gêneros/tipos de
textos apresentados, dos conteúdos gramaticais trabalhados etc), a observação de
práticas pedagógicas nas escolas, as análises das propostas curriculares de ensino
fundamental e médio, as experiências de leituras que possam levar a uma reflexão
sobre a heterogeneidade linguística e o valor social dos diversos falares (com ênfase
na questão dos preconceitos linguísticos), os depoimentos de alunos que já atuam
como professores, entre outras atividades, farão parte dessa integração da prática e
da teoria, de uma forma mais efetiva nas horas a elas alocadas, oferecendo
condições para a formação de um profissional mais bem preparado e seguro. Como
resultado prático, pode-se esperar, por exemplo: escritura de textos/ artigos sobre os
aspectos acima mencionados; envolvendo aspectos conceituais e metodológicos
etc. Esse tipo de procedimento se estende às demais disciplinas do currículo.
É esse espaço que vai permitir ao aluno um amadurecimento gradativo, com
a construção passo a passo de procedimentos metodológicos apropriados ao ensino
de cada conteúdo específico, culminando com as disciplinas pedagógicas de
formação geral, de natureza mais panorâmica.
Parece evidente que a estrutura atual em que a formação do licenciado se dá
de maneira concentrada apenas ao final do curso não é suficiente para dar ao aluno
uma formação eficaz na área do ensino da língua e da literatura. Dessa maneira, o
contato eventualmente burocratizado e compartimentalizado, seja com as teorias de
ensino, seja com as teorias de linguagem, cede lugar a uma vivência mais efetiva
que produza no aluno os resultados esperados quanto a uma tomada de consciência
do papel do professor e dos métodos e procedimentos para desempenhá-lo bem.
133
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
9.5 ATIVIDADES COMPLEMENTARES
Em relação às atividades complementares, a Resolução CNE/CP 2, de
19/02/2002, definiu que a carga horária dos cursos de Formação de Professores da
Educação Básica, em licenciatura, deverá ter 200 horas destinadas às atividades
acadêmico-científico-culturais.
As atividades complementares objetivam atender outras exigências de um
curso que almeja formar profissionais de ensino (também em conformidade com o
Parecer CNE/CP 28/2001). Incluem-se aí atividades de caráter científico, cultural e
acadêmico, que, articuladas ao processo formativo do professor, possam enriquecer
essa formação. São previstas atividades (seminários, participação em eventos
científicos, monitorias, iniciação à pesquisa, projetos de ensino, estudos afins etc),
que podem ser oferecidas pelo próprio curso, por qualquer outro setor acadêmico do
Unifeob, ou ainda, por qualquer outra instituição de ensino superior reconhecida no
país.
As atividades acadêmico-científico-culturais são compostas pela participação
do aluno dos cursos de Licenciatura em atividades de ensino, de pesquisa, extensão
e de caráter social e têm o propósito de enriquecer o conteúdo curricular proposto
pelo curso, podendo ser adquiridas inclusive, fora do ambiente acadêmico.
São consideradas atividades complementares, dentre outras:
As Disciplinas extracurriculares ministradas nos Cursos de Licenciaturas ou em
outros Cursos do Centro Universitário da Fundação de Ensino Octávio Bastos ou,
ainda, aquelas ministradas fora da Instituição, na qual será caracterizada como
10 horas por disciplina cursada.
Disciplinas integrantes dos demais cursos de graduação do Unifeob - podem ser
aproveitadas como Atividades Complementares, observados os critérios de
afinidade definidos pela Coordenação do curso frequentado pelo aluno. Até 80
horas por atividade realizada.
Atividades de monitoria - essas atividades devem estar vinculadas a um projeto
acadêmico de um professor dos Cursos de Licenciatura, validado pela
Coordenação do Curso frequentado pelo aluno, sendo a carga horária constante
na certidão/ declaração. Até 80 horas por atividade realizada.
134
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
Atividades extracurriculares - vinculadas às disciplinas curriculares ministradas
nos Cursos de Licenciatura do Centro Universitário da Fundação de Ensino
Octávio Bastos, realizadas fora do horário normal de aulas, correspondentes a 10
horas por atividade cursada.
a) Visitas a Feiras Científicas e Culturais;
b) Visitas a Empresas e Instituições que tenham relação direta ou indireta com
as diversas áreas da Licenciatura cursada;
c) Aula de campo através de atividades práticas de observação do meio;
Atividades complementares de pesquisa, dentre outras: participação do aluno em
projetos e programas de pesquisa voluntária, remunerada ou não, orientada por
docentes dos Cursos de Licenciatura. Estas atividades serão examinadas pela
Coordenação do Curso, para sua validação, mediante apresentação de
documentação correspondente.
Elaboração e editoração de publicações, cuja carga horária será a seguinte:
a) publicação de resumos em horas (h):
Evento Local: 15 h
Evento Regional: 15 h por resumo apresentado
Evento Estadual: 20 h por resumo apresentado
Evento Nacional: 25 h por resumo apresentado
Evento Internacional: 30 h por resumo apresentado
b)publicação de trabalhos completos em:
Evento Local: 20 h por resumo apresentado
Evento Regional: 20 h por resumo apresentado
Evento Estadual: 25 h por resumo apresentado
Evento Nacional: 30 h por resumo apresentado
Evento Internacional: 35 h por resumo apresentado
c) publicação de artigos em revistas e periódicos:
Local: 25 h por resumo apresentado
Regional: 25 h por resumo apresentado
Estadual: 25 h por resumo apresentado
Nacional: 50 h por resumo apresentado
Internacional: 50 h por resumo apresentado
135
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
São consideradas atividades complementares de extensão, dentre outras:
Projetos e programas de extensão - coordenados pelo Centro Universitário da
Fundação de Ensino Octávio Bastos ou por quaisquer de seus Cursos;
Eventos diversos na área das Licenciaturas - como seminários, jornadas,
simpósios, palestras, congressos, conferências, cursos, minicursos e outros,
validados pela Coordenação do Curso, cuja carga horária deve ser a
constante nos documentos de convalidação.
Estágios extracurriculares - cuja carga horária corresponde a constante no
certificado, desde que não ultrapasse o limite de 40% (quarenta por cento) da
carga horária total prevista para as "Atividades Complementares".
São consideradas atividades complementares de cunho social, dentre outras:
A representação estudantil em órgãos discentes – com comprovação
mediante cópia autenticada da ata de posse ou eleição, dar-se-á da seguinte
forma:
a) representação oficial de turma: 10 h por ano;
b) representação no Diretório Central Estudantil: 10 h por ano;
c) representação em órgão regional: 20 h por ano;
d) representação em órgão nacional (UNE): 30 h por ano de atividade;
Participação em atividades esportivas municipais, estaduais ou nacionais –
representando o Centro Universitário da Fundação de Ensino Octávio Bastos.
As Atividades Complementares serão coordenadas, controladas e
documentadas pela Coordenação do Curso e pelo setor Conexão, que integra o
Núcleo de Desenvolvimento e Inovação (NDI).
Cabe ao aluno:
I. Escolher, entre as Atividades propostas, as que julgar mais pertinentes para sua formação;
II. Distribuir o desenvolvimento das Atividades ao longo de todo o curso de graduação e entre as várias modalidades propostas;
III. Recolher, para cada Atividade desenvolvida, os documentos comprobatórios e anexá-los junto as fichas cumulativas;
136
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
IV. Preencher, para cada Atividade desenvolvida, o ficha cumulativa e ou relatório correspondente;
V. Entregar o relatório e os documentos comprobatórios nos prazos definidos no calendário de Atividades Complementares. Informações sobre o controle de horas, entrega e validação das atividades, procedimentos são explicitadas no Regulamento de Atividades Complementares das licenciaturas do Unifeob.
9.6 ATIVIDADES DE EXTENSÃO NA ÁREA DE LETRAS
O componente curricular formativo do trabalho acadêmico do Curso de Letras
inclui, além do ensino presencial (disciplinas obrigatórias), outras atividades de
caráter acadêmico, científico e cultural (ACC) e de extensão (AE), aprimorando o
processo formativo do profissional de Letras. Seminários, apresentações e
exposições acadêmicas, participação em eventos científicos, monitorias, projetos de
ensino, relatórios de pesquisas, atividades de extensão, estágios não obrigatórios,
entre outras, são modalidades desse processo formativo.
O curso de Letras além de oferecer as atividades regulares dos próprios
projetos desenvolvidos pelo curso, também oferece possibilidades de participação
em diferentes atividades que são registradas como atividades complementares e
inerentes à formação do futuro professor da área de Letras.
As atividades de extensão do UNIFEOB são executadas através dos projetos
institucionais refletem a real necessidade da comunidade buscando a produção do
conhecimento e o equilíbrio entre as demandas socialmente exigidas.
O UNIVERSO UNIFEOB surgiu da realização de uma feira com o objetivo de
divulgação científica intitulada BIOESPAÇO para Todos que, uma vez ao ano, é
aberta a toda a população da região de São João da Boa Vista, no intuito de divulgar
as atividades realizadas pelos cursos de graduação. A feira BIOESPAÇO pra Todos
é realizada desde 2002 e tem recebido mais de 2000 visitantes, inclusive população
de baixa renda, uma vez que a Instituição proponente disponibiliza transporte
gratuito para o evento. Em 2005, tal feira não foi realizada, sendo esta atividade
137
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
retomada em 2006, com atividades e oficinas desenvolvidas pelos alunos dos
diversos cursos da UNIFEOB.
Os alunos do curso de Letras desenvolvem atividades práticas durante o
segundo semestre e apresentam neste evento em forma de comunicação e ou
exposição.
Nos últimos anos, têm aumentado consideravelmente o público visitante,
principalmente das escolas da rede pública e particular da região de São João da
Boa Vista. Atualmente, esta feira abrange todos os cursos do UNIFEOB e
transformou-se no UNIVERSO UNIFEOB.
Para viabilizar, ainda, o acesso às atividades de Extensão, há a
Semana/Encontro Acadêmico - uma Semana de Letras / Encontro de Formação
de Educadores por ano- que tem por objetivos:
promover o intercâmbio entre as diferentes áreas de ensino-pesquisa-
extensão do curso;
proporcionar discussões acerca da linguagem;
divulgar resultados dos projetos de pesquisa e de extensão de alunos de
Graduação, de Pós-graduação e de professores.
A Semana/Encontro contempla uma programação diversificada, que atende
diferentes áreas do curso, destacando as seguintes modalidades:
a) Apresentação de painéis
b) Comunicações Individuais
c) Comunicações Coordenadas
d) Simpósios
e) Conferências / Palestras
f) Míni-cursos (e/ou Oficinas)
g) Apresentação de atividades artístico-culturais, como performances teatrais,
musicais etc.
h) Organização de Varais Literários.
Cabe ressaltar que os projetos de extensão deverão, sempre que possível,
envolver a comunidade de São João da Boa Vista.
138
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
10 ATIVIDADES DE ATENDIMENTO E APOIO ACADÊMICO
AOS DISCENTES
Ao considerar que o papel do educador é mediar o processo de formação
acadêmica dos futuros profissionais, a coordenação sempre disponibiliza horários de
atendimento acadêmico, o que facilita o aprendizado em sala de aula, esclarece
dúvidas do aluno, incentiva a complementação do seu estudo, orienta trabalhos para
apresentação em eventos, promove estudos dirigidos e orientação profissional, bem
como desperta o espírito crítico buscando novos desafios e a integração
professor/aluno.
10.1 ATIVIDADES DO PROGRAMA DE NIVELAMENTO
O Projeto Institucional de Nivelamento destina-se, primeiramente, aos alunos
matriculados no primeiro e segundo módulos dos cursos de Graduação do
UNIFEOB, visando possibilitar ao acadêmico recém-chegado à Instituição um
contato com novas estratégias de atendimento e formato das atividades
pedagógicas desenvolvidas para a superação de dificuldades de aprendizagem;
além de ações específicas dos cursos, em razão de necessidades pontuais
apresentadas no desempenho de aprendizagem do aluno.
As ações institucionais de nivelamento objetivam:
Possibilitar ao ingressante a revisão dos conteúdos básicos das disciplinas de
Matemática e Língua Portuguesa, enfatizando os seus fundamentos através
de estratégias de atendimento e do formato das atividades pedagógicas a
serem desenvolvidas para superação de dificuldades de aprendizagem;
Reduzir problemas como evasão ou reprovação já nas primeiras séries do
curso, ensejando a adoção de métodos pedagógicos que permitam a
reorientação do processo ensino-aprendizagem e o resgate dos conteúdos
139
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
não assimilados ou mal sedimentados pelo aluno no Ensino Médio, essenciais
ao aprendizado universitário.
As atividades dos projetos de nivelamento são organizadas e ofertadas de
forma paralela às atividades letivas dos cursos de graduação, proporcionando ao
aluno a oportunidade de superar as dificuldades à medida que se constate a
insuficiência do aproveitamento, sendo realizada a distância, sob a forma de web-
aula, em dias e horários conforme a disponibilidade do aluno, podendo apoiar-se em
textos didáticos ou gravações de áudio e vídeo ou meios eletrônicos que se
encontram disponíveis. Tal programa de nivelamento está organizado em 06
módulos, com carga horária total de 40 horas, a saber:
I - Módulos I, II e III – Língua Portuguesa;
II - Módulos I, II e III – Matemática;
10.2 ATIVIDADES DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE ATENÇÃO
AO ESTUDANTE
O ingresso na Universidade pode provocar sentimentos paradoxos que vão
da euforia à disforia. Os critérios e instrumentos de avaliação não se limitam a
provas tradicionais, onde é medida apenas a memorização de conteúdos. Ao
contrário, os instrumentos são elaborados pelo conjunto do corpo docente de cada
módulo, de forma integrada, e devem fazer parte de um Contrato Didático, pactuado
entre professores e alunos, para que possam promover a integração e aumentar o
grau de confiabilidade entre alunos, professores e Instituição. A auto avaliação é um
importante componente do processo.
Dos instrumentos devem constar provas práticas e teóricas integradas,
pesquisas, relatórios de atividades e visitas técnicas, estudo de casos, diagnóstico
ou prognóstico sobre situações de trabalho e, ainda, os produtos gerados pelos
projetos desenvolvidos.
Para acompanhar o desenvolvimento das competências atitudinais, os
professores preenchem uma ficha de avaliação, onde pontuam a evolução de cada
aluno, em dois diferentes momentos do módulo. Esse processo permite que a real
140
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
situação do aluno seja acompanhada constantemente, evitando que somente seja
conhecida ao final do semestre letivo. Dessa forma, se, ao longo do semestre,
forem identificadas, tanto pelos professores como pelo próprio aluno, quaisquer
situações que dificultem o seu desenvolvimento, e que não possam ser solucionadas
no ambiente da sala de aula, a Instituição conta com o apoio de um grupo de
profissionais internos que fazem parte do NAP - Núcleo de Apoio Psicopedagógico.
Dificuldades de aprendizagem, de integração e relacionamento interpessoal e
profissional no ambiente acadêmico, problemas comportamentais estão entre os
assuntos que competem ao Núcleo.
Composto por psicólogo, pedagogo, psicopedagogo e professores, com perfis
e treinamento apropriados para atender aos objetivos específicos do setor, o NAP
constitui um serviço de prevenção e intervenção oferecido ao estudante para
melhorar sua qualidade de vida acadêmica e, consequentemente, seu processo de
aprendizagem e formação como indivíduo e profissional.
Os atendimentos podem ser individuais, por busca espontânea do próprio
aluno, ou por encaminhamento (de professores, coordenadores etc.), e coletivos
(palestras, dinâmicas, seminários, encontros com pequenos grupos), por solicitação
de professores, alunos etc.
Os procedimentos realizados pelo NAP constituem-se em importante
ferramenta para o atendimento ao aluno e identificação precoce de quaisquer
dificuldades. Dessa forma, podem ser tomadas providências para tentar reverter o
processo e evitar prejuízos que possam comprometer o seu pleno desenvolvimento.
Além da avaliação realizada pelo corpo docente, é feita uma avaliação
externa, de responsabilidade da Pró-Reitoria Acadêmica, que é aplicada para
verificação das competências e habilidades predefinidas e do desenvolvimento de
cada módulo.
141
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
11 RECURSOS HUMANOS E INFRAESTRUTURA
11.1 RECURSOS HUMANOS PARA ADMINISTRAÇÃO DO CURSO
11.1.1 COLEGIADO DO CURSO
Conforme o Regimento Geral de Colegiado de Curso, cada Curso conta com
um Colegiado de Coordenação Didática, ao qual compete definir o perfil
profissiográfico do Curso; elaborar as estruturas curriculares e suas reformulações
(quando necessárias); definir o conteúdo das disciplinas que constituem o currículo
do Curso e sua atribuição; organizar a lista de oferta e disciplinas em cada período
letivo; observando o plano curricular; promover a supervisão didática do Curso,
decidir sobre o aproveitamento de estudos e adaptação de disciplinas, mediante
requerimento dos interessados; e propor à Coordenação providências necessárias à
melhoria do ensino ministrado no Curso.
O Colegiado do curso é composto de professores e também é representado
por um membro do corpo discente. A escolha do representante discente no
Colegiado é realizada através dos acadêmicos representantes de cada série do
Curso, ou seja: cada módulo elege um representante. Após informações dadas pela
Coordenação do Curso quanto o que é e quais os objetivos do Colegiado, os
acadêmicos de cada um dos módulos dão autonomia para que entre os seus
representantes possa ser escolhido o acadêmico a participar do Colegiado.
Para apoio às atividades acadêmicas é constituído um Colegiado de Curso,
presidido pelo Coordenador e formado pelos docentes que nele ministrem aulas e
pela representação discente prevista em lei.
Cabe ao Colegiado de Curso:
a. Fixar normas gerais para o desenvolvimento dos planos de ação
pedagógica das unidades de estudo, observando o perfil do
142
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
profissional a ser formado e as diretrizes fixadas pelo projeto do
curso;
b. Aprovar os planos de ensino elaborados pelos docentes;
c. Manifestar-se sobre as propostas de aproveitamento de estudo
e adaptação de disciplinas;
d. Aprovar os horários de aula do curso;
e. Manifestar-se sobre programas e atividades complementares de
ensino, pesquisa e extensão, no âmbito do curso;
f. Manifestar-se sobre o planejamento anual das atividades do
curso.
11.1.2 CORPO TÉCNICO
O corpo técnico-administrativo, constituído pela comunidade acadêmica
interna, é composta desde a Reitoria até os diversos departamentos da instituição se
encontram sempre em consonância e à disposição para o contínuo desenvolvimento
da qualidade do curso.
No que se trata ao cotidiano em período de aula, o pessoal técnico se
encontra sempre à disposição procurando esmerar-se no atendimento aos alunos
em secretarias, laboratórios de informática, central de cópias, biblioteca, apoio de
bedéis.
Na organização e realização de eventos o curso também encontra apoio dos
diversos departamentos, desde o pessoal de custos, compras, agendamentos de
multimídia e veículos até motoristas, além dos responsáveis por áudio e vídeo.
Esses profissionais recebem da instituição treinamentos de atualização
adequados às suas competências, incentivo para cursar a graduação recebendo
bolsas de estudo, além de palestras e cursos desenvolvidos pela Instituição sobre
motivação, inter-relacionamento no ambiente de trabalho e conscientização dos
riscos inerentes à profissão por meio da SIPAT – Semana Interna de Prevenção aos
Acidentes de Trabalho.
143
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
11.2. RECURSOS FÍSICOS
O investimento em infraestrutura de seus órgãos de apoio e suplementares é
preocupação constante do UNIFEOB, a fim de dar condições para que seus
docentes e funcionários técnico-administrativos realizem um trabalho de excelência.
Da mesma forma, possibilita aos discentes condições de desenvolverem com
sucesso a sua preparação/capacitação para o exercício profissional.
A expansão física para atender a crescente demanda por ambientes bem
dimensionados, iluminados e ventilados, tem sido feita continuamente, com a
aprovação de projetos perante os órgãos competentes, proporcionando melhorias ao
atendimento do corpo docente e discente.
A utilização, a manutenção e a conservação da infraestrutura física,
instalações e obras são administradas pelo Setor de Patrimônio e Manutenção.
Assim, o espaço físico do UNIFEOB em seu atendimento geral como específico para
o curso de Letras oferece:
Segurança, adaptações de infraestrutura física de área externa e interna para
pessoas com necessidades especiais;
Prédios equipados para combate a incêndio com hidrantes, extintores e
alarmes em acordo com as normas do Corpo de Bombeiros;
Salas de aula e áreas de circulação com iluminação de emergência com
autonomia de duas horas;
Iluminação - iluminação natural e artificial;
Ventilação - Ventilação Natural - acima de 1/5 da área de piso (Código
Sanitário Estadual);
Acústica das Salas de aula. As salas acima de 50 alunos recebem
equipamentos de áudio Caixas de som e microfone;
Em função de melhor conforto térmico são instalados ventiladores de parede
com proteção em todas as salas;
Salas equipadas com ar condicionado de acordo com as normas ABNT;
144
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
Todas as salas e áreas de circulação e atendimento possuem iluminação de
emergência com autonomia de duas horas;
Cada Campus possui uma brigada de incêndios, treinada e habilitada a
executar os primeiros socorros;
Todos os prédios são equipados com alarmes monitorados por uma central,
Uma equipe terceirizada faz a vigilância e segurança dos Campi durante 24
horas, munidos de rádios de comunicação e veículos para ronda;
O Campus II se encontra todo cercado e, para adentrá-lo, deve-se identificar
junto à guarita de entrada;
Todos os campi do Unifeob possuem equipes de segurança com carros e
motos que circulam regularmente durante os períodos matutino, vespertino e
noturno;
Há nos campi hidrantes para entrada de bombeiros e outras necessidades.
11.2.1 LABORATÓRIOS DE INFORMÁTICA
Com finalidade de atender as necessidades pedagógicas do curso, o Campus
II possui salas de aulas teóricas, laboratórios de informática.
Atualmente, os dois campi possuem laboratórios de informática para
utilização dos alunos, equipados com computadores e equipamentos de alto
desempenho e de última geração e todos com acesso à internet (aproximadamente
cem computadores só no campus I). Os alunos têm acesso utilizando um login (RA)
e uma senha escolhida por eles. Esse espaço é de livre trânsito dos discentes e
constitui-se um local para a realização de trabalhos de pesquisa via web.
Muitos docentes podem utilizar dos laboratórios de informática para
realização de aulas, utilizando-se softwares específicos para aulas simuladas.
11.2.2 BIBLIOTECA
As Bibliotecas Central e Setorial do UNIFEOB dispõem de nove auxiliares de
biblioteca e uma bibliotecária.
145
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
As Bibliotecas do UNIFEOB estão diretamente subordinadas à Pró-Reitoria
Acadêmica e têm como objetivo proporcionar o aprimoramento intelectual de seus
usuários, graduandos, pós-graduandos, colaboradores, professores, bem como
auxiliar a sociedade na busca por novos conhecimentos. Para tanto, as Bibliotecas
dispõem de acervo informatizado e tombado junto ao patrimônio da instituição. Com
essa estrutura, visa apoiar as atividades de ensino, pesquisa e extensão por meio de
seu acervo e dos seus serviços.
Na função educativa, busca orientar seus usuários na utilização da informação
e enfatizar o acesso ao conhecimento disponível para o desenvolvimento de
competências informacionais e de pesquisa que são importantes para a formação
profissional. Neste foco, as atividades realizadas pela biblioteca estão divididas na
aquisição, processos técnicos, orientação em pesquisa e atendimento ao usuário.
As requisições para aquisição de livros, CDs, DVDs e vídeos, assim como
assinatura de periódicos são de fluxo contínuo, podem ser solicitadas a todo tempo,
entretanto a grande concentração de pedido dá-se ao final do ano para aquisição no
início do próximo ano letivo. Tal fato justifica-se, pois é nesse período que os
professores fazem o planejamento e solicitam mudanças e atualizações de
bibliografias.
A Biblioteca Central dispõe de uma área total de 955,05m2 estruturada para
atender as necessidades dos usuários. Na área destinada ao guarda-volumes,
encontram-se 84 armários individuais para a guarda dos materiais dos visitantes; 1
recepção para o empréstimo com 2 computadores e 1 para devolução; ínsula com 8
computadores para pesquisa; 2 computadores com terminais para pesquisa do
acervo; rede wifi; ar-condicionado; 1 sala de leitura com 12 títulos de revistas
generalistas e 4 títulos de jornais; 10 estantes com materiais em Braille e 1 máquina
de escrita Braille; 1 sala de projeção com tv, vídeo e dvd; área administrativa com 1
sala de processamento técnico com 4 computadores e 1 impressora a laser.
A Biblioteca Setorial conta com uma área total de 423,60m2. O guarda-volumes
possui 60 armários individuais; 1 recepção para empréstimo e devolução com 4
computadores, 1 área com 10 computadores para pesquisa; 2 computadores com
terminais para pesquisa ao acervo; 10 ventiladores nos corredores destinados ao
146
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
acervo; 1 sala de leitura com 12 títulos de revista generalistas e 1 título de jornais, 4
salas de vídeo com tv, vídeo e computadores com acesso à internet.
O acervo é constituído por livros e periódicos indicados pelos docentes das
unidades de estudo e pela coordenação do curso, que se destina a atender as
bibliografias básica e complementar. O material bibliográfico está disposto em
estantes de aço, com 06 prateleiras em média. A ordem de classificação CDU (
Classificação Decimal Universal), A identificação pela lateral e parte frontal das
prateleiras, com sequência numérica correspondente, facilita a orientação aos
usuários.
Todos os serviços que a Biblioteca UNIFEOB oferece estão disponíveis aos
alunos e professores de forma virtual. A consulta do acervo físico está disponível no
portal institucional.
Na expansão dos serviços oferecidos os usuários contam, ainda, com duas
Bibliotecas Virtuais que integram uma grande variedade de livros digitais nas
diferentes áreas de conhecimento: a Biblioteca Virtual Pearson e a plataforma digital
Minha Biblioteca. No total, são disponibilizados mais de 9.000 títulos virtuais que
podem ser acessados 24 horas por dia pelos graduandos, pós-graduandos,
professores e funcionários.
Pensando no pleno desenvolvimento acadêmico dos alunos do Curso de
Letras, incorporaram-se ao acervo virtual links de periódicos on line, que vêm
agregar conhecimento e proporcionar maior conforto e facilidade de acesso à
comunidade acadêmica. Essas ferramentas integram as opções de serviços
oferecidos, que facilitam o acesso da comunidade acadêmica ao conhecimento
intelectual.
A Biblioteca Setorial, responsável pelo acervo destinado ao curso de Letras
tem se mantido atualizada no que se refere à formação geral e específica do
professor da área de Letras.
O acervo é constituído por livros e periódicos indicados pelos docentes das
unidades de estudo e pela coordenação do curso.
Tais livros e periódicos são utilizados como bibliografia básica e bibliografia
complementar às unidades de estudo.
Total de Materiais Bibliográficos Biblioteca Central:
147
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
Biblioteca CENTRAL
Categorias Livros CDs Vídeos Teses Periódicos
Total de Títulos 12005 507 186 1726 252
Total de Exemplares 29374 694 222 1729 16626
Total de Materiais Bibliográficos Biblioteca Setorial:
Biblioteca SETORIAL
Categorias Livros CDs Vídeos Teses Periódicos
Total de Títulos 18821 163 271 3483 1091
Total de Exemplares 33536 283 321 3917 23184
Obras em Formato Braile
Total de Títulos 278
12 AVALIAÇÃO
12.1 AVALIAÇÃO DO ENSINO APRENDIZAGEM
Como princípio do Projeto Pedagógico Institucional - Formação por
Competências - a avaliação do aluno não tem caráter punitivo, mas sim o de aferir,
não somente os conhecimentos adquiridos, como também competências e
habilidades que se desenvolvem ao longo do curso. As práticas avaliativas devem
ser vistas como um processo contínuo tendo, como prioridade, proporcionar
feedback ao aluno para que ele tenha o domínio dos passos a serem seguidos,
dentro de uma sequência de conteúdos e temas integrados que lhe permita
desenvolver, priorizando os aspectos qualitativos relacionados ao processo de
aprendizagem e ao desenvolvimento.
O processo de avaliação deve, também, assegurar condições para que o
aluno supere eventuais dificuldades de aprendizagem diagnosticadas durante o
148
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
desenvolvimento de cada módulo do curso. Os alunos devem participar ativamente
do processo, inclusive com formas de autoavaliação, para que possam acompanhar
a evolução de sua aprendizagem e a aquisição de competências, bem como
identificar pontos a serem aprimorados, prática considerada imprescindível à
aprendizagem com autonomia.
Os critérios e instrumentos de avaliação não se limitam a provas tradicionais,
onde é medida apenas a memorização de conteúdos. Ao contrário, os instrumentos
são elaborados pelo conjunto do corpo docente de cada módulo, de forma integrada,
e consta de provas práticas e teóricas, pesquisas, relatórios de atividades e visitas
técnicas, estudos de casos, diagnóstico ou prognóstico sobre situações de trabalho
e, ainda, os produtos gerados pelos projetos desenvolvidos. Para acompanhar o
desenvolvimento das competências atitudinais, os professores preenchem uma ficha
de avaliação, onde se pontua de 0 a 1,5, a transformação de cada aluno, em três
diferentes momentos do andamento do módulo.
Sugere-se aos docentes do curso de Letras, a adoção de diversos
instrumentos de avaliação, que favoreçam o desenvolvimento inter e multidisciplinar
e não a segmentação. Sugere-se ainda, que se privilegiem questões do tipo
“situações-problema” para que o aluno tenha noção do todo. Ela deve levar o aluno
a pensar, fazendo com que, na resposta, ele demonstre saber raciocinar,
compreender e interpretar a questão proposta.
Além da avaliação realizada pelo corpo docente, existe uma preocupação
institucional com o desenvolvimento completo do futuro egresso. Nesse sentido, são
desenvolvidas avaliações externas, de responsabilidade da Pró-Reitoria Acadêmica
e do Núcleo Docente Estruturante do curso. Tais avaliações têm como objetivo
principal desenvolver nos alunos competências necessárias para importante
posicionamento diante dos acontecimentos gerais, questões sociais, políticas,
econômicas e ambientais além de debates sempre atualizados sobre a produção de
conhecimento específico debatido em cada módulo (onde também se pontua de 0 a
1,5).
Em síntese, o sistema de avaliação é composto de três frentes:
1ª FRENTE (15%)
149
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
Competências e habilidades dos módulos e do curso
Uma avaliação diagnóstica preparada por cada professor do módulo no início do
semestre.
Avaliação diagnóstica coletiva do colegiado do módulo.
Análise do desenvolvimento de cada aluno até o final do módulo.
Novas avaliações diagnósticas para verificação de cada processo de
aprendizagem.
2ª FRENTE (70%)
Competências e habilidades específicas das Unidades de Estudo
Contrato didático firmado entre docentes e discentes: Lembrando que tal contrato
pode conter vários indicadores: presença, pontualidade; participação,
comprometimento; provas práticas e teóricas; pesquisas; relatórios;
autoavaliação, entre outros.
3ª FRENTE (15%)
Avaliação externa aplicada para verificação do desenvolvimento do curso e
das competências e habilidades gerais e específicas definidas para os módulos.
Nesse sentido, as avaliações são processuais e contínuas de forma que o
docente busque adequar seu planejamento e estratégias de acordo com o
desenvolvimento dos alunos, além de constituir-se em momento de aprendizado,
não ficando restritas a “tarefas” burocráticas para classificar os alunos, mas, ao
contrário, caracteriza-se como uma forma de aprendizado relacionado aos objetivos
de cada disciplina buscando desenvolver nos alunos as competências gerais e
específicas que se objetiva despertar nos egressos deste curso.
Ao término de cada módulo, o aluno deverá obter média igual ou superior a
7.0 (sete) e 75% (setenta e cinco por cento) de frequência, para obtenção da
aprovação em cada unidade de estudo, respeitadas as Resoluções do Conselho de
Ensino, Pesquisa e Extensão (CONSEPE).
150
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
12.2 AUTOAVALIAÇÃO DO CURSO
Segundo a proposta deste Projeto Pedagógico, a avaliação do curso de
Letras deve constituir processo de aperfeiçoamento contínuo e de crescimento
qualitativo, portanto deve ser de natureza construtiva.
O processo de avaliação deve pautar-se:
a. Pela coerência das atividades quanto à concepção e aos objetivos
do projeto pedagógico e quanto ao perfil do profissional formado
pelo curso;
b. Pela validação das atividades acadêmicas por colegiados
competentes;
c. Pela orientação acadêmica individualizada;
d. Pelo reconhecimento da atuação sistemática do coordenador do
curso;
e. Pela aplicação de padrões reconhecidos de qualidade quanto à
estruturação orgânica do currículo, quanto aos conteúdos
caracterizadores ministrados, quanto à constituição do corpo
docente, em termos de qualificação, regime de trabalho e produção
acadêmica, e quanto à biblioteca, não só quanto à atualização do
acervo, mas também à disponibilidade de obras de referência e
periódicos;
f. Pela adoção de instrumentos variados e avaliação interna;
g. Pela disposição permanente de participar de avaliação externa.
Para efetivar tal processo de avaliação sobre o desenvolvimento do curso, o
colegiado de curso realiza, em todos os semestres, reuniões de debate sobre a
autoavaliação do curso e define diretrizes para a melhora constante do
desenvolvimento das ações de ensino, pesquisa e extensão do curso.
151
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
12.3 AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL
De acordo com as normas institucionais e, atendendo aos procedimentos do
Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES/INEP), o curso de
Licenciatura em Letras é submetido aos processos de avaliação interna da
instituição, de sistematização e de coleta de informações, conduzidos por sua
Comissão Própria de Avaliação (CPA). Essa avaliação é composta por uma série de
processos autoavaliativos que permitem o levantamento e a análise das
necessidades e deficiências da Instituição, do curso, dos docentes e alunos.
Na execução desses processos autoavaliativos são sempre considerados os
aspectos indicados nas dimensões estabelecidas pelo INEP para a avaliação das
condições de ensino dos cursos oferecidos, sendo estes:
O projeto pedagógico (o ensino, a pesquisa, a extensão e sua inter-
relação com a sociedade);
A infraestrutura (instalações e serviços), os recursos humanos (o corpo
docente, discente e técnico-administrativo) e os equipamentos e materiais
disponíveis (aspectos quantitativos e qualitativos);
A gestão administrativa (sistemáticas adotadas nos procedimentos
acadêmicos).
Os resultados são discutidos entre todos os membros da comunidade
acadêmica da Instituição, incluindo o corpo discente, para que sejam adotadas
soluções no sentido de vencer as dificuldades e atender às necessidades
apontadas.
Entre os instrumentos e procedimentos efetivados pela CPA encontram-se o
diagnóstico do perfil dos ingressantes, a pesquisa entre alunos cursando o último
semestre letivo e entrevistas com ex-alunos. Os resultados obtidos são importantes
para orientar a organização curricular dos cursos, o planejamento das disciplinas
com seus conteúdos e atividades, as competências e habilidades que deverão ser
adquiridas, visando a contemplar a formação integral de seus egressos.
152
PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
Os resultados dessa autoavaliação, segundo as orientações da Comissão
Nacional de Avaliação da Educação Superior (CONAES), devem servir como
subsídios para o planejamento de novas ações voltadas ao desenvolvimento
institucional e à revisão dos procedimentos acadêmicos e administrativos que,
eventualmente, forem identificados como deficitários.
12.4 AVALIAÇÃO DO PROJETO PEDAGÓGICO
A construção de um Projeto Pedagógico para o curso não se esgota na
sua formalização escrita. Considerando o fato de que o projeto somente ganha
sentido quando em sintonia permanente com a realidade cotidiana, vivenciada pelos
sujeitos sociais que fazem parte da instituição, e ainda considerando que tal
realidade se constitui de um dinamismo que a torna imprevisível, inacabada e
mutável. O Projeto Pedagógico não pode ser visto como inerte pronto e acabado. Ao
contrário, igualmente a esta realidade que objetiva configurar, também deve estar
revestido de uma dinamicidade e mutabilidade real, sem as quais o mesmo não se
sustentará.
O Projeto Pedagógico proposto para o Curso de Licenciatura em Letras -
Português demandará constante acompanhamento a fim de assegurar a coerência
necessária entre os seus princípios e suas realizações cotidianas. Nesse sentido,
será imprescindível que se realize avaliação permanente.
Na gestão do Projeto Pedagógico, o Colegiado de Coordenação do Curso
tem importante papel atuando em diferentes aspectos e estimulando o debate em
torno de seus eixos centrais, promovendo, dessa forma, um processo permanente
de construção, execução e avaliação do curso.
Os instrumentos dessa avaliação serão as reuniões de Colegiado e os
cursos e oficinas de aperfeiçoamento docente, quando professores, gestores e
acadêmicos trocam informações e opiniões acerca do Projeto Pedagógico,
desenvolvendo e propondo ações que contribuam para a melhoria dos cursos.
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PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
12.5 CRITÉRIOS DE PROMOÇÃO, RETENÇÃO E DEPENDÊNCIAS
O sistema de progressão do curso de licenciatura em Letras, assim como em
todas as licenciaturas segue o procedimento descrito na Portaria n.º 05, de 17 de
dezembro de 2012:
1. Para a integralização o aluno deverá estar aprovado em todos os módulos
cursados, além de cumprir com todas as obrigações e componentes curriculares
estabelecidos na matriz curricular e de acordo com as normas Estatutárias e
Regimentais.
2. O aluno deverá seguir a ordem determinada dos módulos, obedecendo as regras
de sua entrada.
2.1 Os alunos que iniciarem no 1º semestre do ano letivo seguirão a seguinte
sequência: 1º, 2º, 3º, 4º, 5º e 6º módulos (licenciaturas). 2.2 Os alunos que iniciarem
no 2º semestre do ano letivo seguirão a seguinte sequência: 2º, 1º, 4º, 3º, 6º, 5º
módulos.
3 O aluno que for reprovado em até duas unidades de estudo que compõem o
respectivo módulo será aprovado, porém, as unidades reprovadas deverão ser
cursadas em regime de dependências nos módulos seguintes.
4 O aluno não promovido por ter sido reprovado em 3 ou mais unidades de estudo
referentes a um único módulo ou a módulos anteriores, deverá cursar novamente as
unidades reprovadas nos módulos que serão oferecidos.
5 O aluno não promovido em módulos iniciais deverá cursá-lo novamente nos
semestres seguintes, desde que seja ofertado, caso o mesmo não seja oferecido o
aluno deverá cursá-lo assim que for ofertado.
6 O aluno deverá matricular-se no quinto ou sexto módulos após ter sido aprovado
em todas as unidades de estudos que compõem os 4 módulos iniciais, podendo
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PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
cursar até duas unidades de estudo em regime de dependência e continuar a
progressão.
7 Nos cursos de licenciaturas, existe a possibilidade que o aluno faça o quinto
módulo antes do quarto, porém o aluno deverá estar aprovado nos três módulos já
cursados.
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PROJETO PEDAGÓGICO DO CURSO DE LETRAS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este documento resulta de um trabalho consciente, coletivo e participativo
de todos os envolvidos no processo educacional: professores, coordenação, Pró-
Reitoria acadêmica e alunos. Para sua elaboração foram utilizados, como referência
fundamental, os seguintes documentos: Coletânea de Ordenamentos Legais
Internos do Centro Universitário – UNIFEOB; Plano de Desenvolvimento Institucional
(PDI); Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394, de 20/12/1996 e as
propostas de reformulação para a educação superior em nível mundial anunciadas
pela UNESCO, através do documento “Tendências da Educação Superior para o
Século XXI”.
Além desses referenciais, o nosso Projeto Pedagógico do Curso (PPC)
de Letras- Português/Licenciatura congrega as diversas contribuições recebidas da
comunidade acadêmica interna e externa. Dessa forma, todos os envolvidos com a
educação no UNIFEOB contribuem para o sucesso do processo ensino-
aprendizagem ofertado pelo Curso.
O Projeto Pedagógico é para o curso de Licenciatura em Letras do Unifeob
como uma referência para o desenvolvimento de uma política educacional voltada à
formação do professor de Português enquanto profissional da educação.
O PPC não é o resultado finalizado, mas o horizonte delineado a partir de
encontros realizados entre a comunidade acadêmica para sua construção
participativa a partir de discussões e reflexões sobre a formação do professor para o
mercado de trabalho com consciência política sobre sua responsabilidade como
educador na transformação social.
O referido projeto busca identificar e apresentar aspectos relevantes e
essenciais para o desenvolvimento de um ensino superior de qualidade, apontando
a concretização do mesmo, a partir dos envolvimentos de todos no que se refere às
ações a serem praticadas.