Post on 27-Oct-2020
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA AFONSO COSTA
DEPARTAMENTO DE PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DO CUIDADO EM SAÚDE
MESTRADO ACADÊMICO EM CIÊNCIAS DO CUIDADO EM SAÚDE
Leonardo Vinicius Diniz Cavalcante da Silva
RESPOSTAS FISIOLÓGICAS DO EXERCÍCIO CONCORRENTE ASSOCIADO À ETCC EM IDOSOS
Niterói 2016
Leonardo Vinicius Diniz Cavalcante da Silva
RESPOSTAS FISIOLÓGICAS DO EXERCÍCIO CONCORRENTE ASSOCIADO À ETCC EM IDOSOS
Dissertação apresentada à Coordenação do Curso de Pós-Graduação de Ciências do Cuidado em Saúde da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa da Universidade Federal Fluminense como requisito para obtenção do título de Mestre. Linha de pesquisa: Cuidados Clínicos.
Orientador: Prof. Dr. Jonas Lírio Gurgel
Niterói 2016
S 586 Silva, Leonardo Vinicius Diniz Cavalcante da. Respostas fisiológicas do exercício
concorrente associado à ETCC em idosos. / Leonardo Vinicius Diniz Cavalcante da Silva. – Niterói: [s.n.], 2016.
93 f.
Dissertação (Mestrado Acadêmico em Ciências do
Cuidado em Saúde) - Universidade Federal Fluminense,
2016.
Orientador: Profª. Jonas Lírio Gurgel.
1. Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua. 2.
Frequência Cardíaca. 3. Sistema Musculoesquelético. 4.
Idoso. 5. Treinamento de Resistência. I.Título.
CDD 616.13
Leonardo Vinicius Diniz Cavalcante da Silva
RESPOSTAS FISIOLÓGICAS DO EXERCÍCIO CONCORRENTE ASSOCIADO À ETCC EM IDOSOS.
Dissertação apresentada à Coordenação do Curso de Pós-Graduação de Ciências do Cuidado em Saúde da Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa da Universidade Federal Fluminense como requisito para obtenção do título de Mestre. Linha de pesquisa: Cuidados Clínicos.
Avaliado em 15 de Junho de 2016.
BANCA EXAMINADORA
______________________________________________________ Prof. Dr. Jonas Lírio Gurgel – Orientador
Universidade Federal Fluminense
______________________________________________________ Prof. Dr. Walace David Monteiro
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
______________________________________________________ Prof. Dr. Flávia Porto Melo Ferreira
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
_____________________________________________________ Prof. Dr. Edmundo de Drummond Alves Junior
Universidade Federal Fluminense
Niterói 2016
Dedico está dissertação ao meu
Deus e a minha família, que são a
base e o combustível essenciais ao
meu aprimoramento.
AGRADECIMENTO
O primeiro a ser lembrado, com certeza é o meu Deus, pois nada
seria possível sem Ele. Um jovem que sequer imaginava “terminar os
estudos”, como dizem no complexo da maré, hoje conclui o mestrado.
Valor nenhum haveria neste fato, se não fosse para honrar o grande Eu
Sou, o único capaz de trazer paz em todos os momentos de aflição ao
longo da jornada.
À minha esposa Ana, pois namoramos, noivamos e casamos ao
longo destes anos difíceis e intensos que são do mestrado. Sim, sou
muito grato a Deus por ter você ao meu lado, tem que amar muito para
dedicar tantas horas em auxilio tornando-se minha IC, principalmente
por se tratar de uma área totalmente diferente da sua. Com uma
dedicação quase que exclusiva, durantes as horas eternas dos
protocolos de pesquisas.
À minha família, composta por meu pai Wilton, minha mãe Selma
e meus irmãos Lucas e Yan que sempre estiveram ao meu lado ao longo
desses anos. Obrigado, pois, sem dúvidas ajudaram a formar meu
caráter, indo além, dotados de uma singela esperança no simples,
quando o sonho, ainda era sonhado em um pré-vestibular comunitário
(CEASM).
Aos meus amigos, aqueles tão chegados como irmãos que
sempre deram força para essa conquista.
Ao meu professor Jonas, o qual tenho como exemplo de
integridade, sou grandemente grato pela dedicação e orientação, diante
da qual não seria possível a conclusão deste árduo trabalho. Além disso,
quero dizer obrigado, pela colaboração além da academia, diante das
conversas e questionamentos sobre os mais diversos temas (sociais,
políticos e outros), que rompiam com as diretrizes desta pesquisa.
Ao professor e amigo Caldas que muito admiro, um homem e
médico exemplar. Obrigado, por ter cedido seu tempo, sua clínica e
auxiliado nas diversas dúvidas que surgiam durante essa parceria.
Aos professores Edmundo, Walace e Flávia, que sempre
estiveram à disposição em colaborar com a realização deste trabalho.
Muito obrigado pelas orientações para o aperfeiçoamento deste trabalho.
Aos meus amados alunos, que se tornaram voluntários ao tomar
conhecimento da pesquisa e sempre me trataram com carinho e amor.
Além disso, quero que saibam, durante estes dois anos eu que fui aluno
de cada um de vocês.
“Lutar pela igualdade
sempre que as diferenças nos
discriminem. Lutar pela diferença
sempre que a igualdade nos
descaracterize”.
Boaventura de Souza Santos
RESUMO
Introdução: As alterações ocasionadas pelo envelhecimento são diversas, principalmente nos comportamentos fisiológicos e funcionais. A neuromodulação é apresentada como uma técnica promissora nessa temática, podendo aprimorar as respostas cardiorrespiratórias e neuromusculares, proporcionando assim uma promoção da saúde. A técnica de neuromodulação utilizada foi a Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua (ETCC) que pode ser aplicada com uma corrente elétrica em polaridades positiva (anódica) e negativa (catódica). As pesquisas com o uso da ETCC e as variáveis cardiorrespiratórias e neuromusculares na prática da atividade física, ainda são recentes e, por isso, precisam ter seus mecanismos mais bem elucidados. Desta maneira, o objetivo do estudo foi verificar o efeito da aplicação da ETCC anódica em variáveis neuromusculares e cardiorrespiratórias durante e após o exercício de força e aeróbio (concorrente), comparando com a situação placebo. Métodos: Os 12 voluntários idosos que participaram do estudo tinham 75 ± 15 anos, realizaram 4 visitas respeitando um intervalo de 2 à 7 dias entre as coletas. A primeira foi a familiarização e teste de carga de 12rm, na segunda visita foram avaliadas as medidas antropométricas e o teste de esforço máximo no ciclo ergômetro. Nas outras duas visitas os indivíduos foram submetidos a aplicação randomizada duplo-cega da ETCC anódica ou situação placebo por 20 minutos em protocolo de pesquisa com situações em repouso, teste de força na preensão manual e exercícios concorrentes. Os dados coletados foram da força de preensão manual (FPM); variáveis da variabilidade frequência cardíaca (VFC) (domínio do tempo e da frequência); frequência cardíaca (FC); pressão arterial sistólica (PAS), diastólica (PAD) e média (PAM); consumo de oxigênio (VO2) e pós exercício (EPOC); escala adaptada de borg; consumo de caloria (Kcal); trabalho total (W). Tratamento estatístico: As análises estatísticas foram por meio do teste de normalidade Shapiro-Wilk, ANOVA de Medidas Repetidas para duas entradas em todas as variáveis, com post hoc de Bonferroni quando necessário, para todas as variáveis nas duas condições (Anódica e Placebo), exceto nas variáveis do consumo de Kcal/L e do total da carga de trabalho, ambas durante o exercício aeróbio, as quais foram submetidas ao teste-t de student para amostras pareadas. Quando os dados apresentaram distribuição não paramétrica foi aplicado logarítmico neperiano. Para todos os testes foi adotado p ≤ 0,05. Resultados: Os resultados não apresentaram mudanças significativas na FPM do membro direito com p=0,30; após o exercício concorrente na PAS p=0,21, PAD p=0,59 e PAM p=0,59; média da FC após o treino concorrente p=0,35; EPOC com p=0,50; Kcal com p=0,35 e o trabalho total com p=0,35. Conclusão: Os resultados indicam que a técnica de ETCC anódica quando comparada a situação placebo, não apresentou diferenças significativas em nenhuma das variáveis analisadas. Palavras-chave: ETCC; variáveis cardiorrespiratórias; respostas neuromusculares; idosos; treinamento concorrente.
ABSTRACT Introduction: changes caused by aging are many, especially in the physiological and functional behavior. Neuromodulation is presented as a promising technique in this theme, can improve cardiorespiratory and neuromuscular responses, thus providing a health promotion. The neuromodulation technique used was Transcranial Stimulation Direct Current (tDCS) that can be applied with an electric current of positive polarity (anode) and negative (cathode). Research on the use of tDCS and cardiorespiratory and neuromuscular variables in physical activity, are still recent and, therefore, need to have their mechanisms better elucidated. Thus, the objective of the study was to verify the application of the effect of anodal tDCS in neuromuscular and cardiorespiratory variables during and after resistance exercise and aerobic (concurrent) compared to the placebo situation. Methods: 12 elderly volunteers who participated in the study were 75 ± 15 years, made 4 visits an interval of 2 to 7 days between collections. The first was the familiarization and 12RM strength test. The second visit was evaluated anthropometric measurements and maximal exercise test on a cycle ergometer. In the other two visits, patients underwent double-blind, randomized application of anodic tDCS situation or placebo for 20 minutes in the research protocol with situations at rest, strength testing on hold manual and concurrent exercises. The collected data were the handgrip; variables of heart rate variability (HRV) (time domain and frequency); heart rate (HR); Systolic blood pressure (SBP), diastolic blood pressure (DBP) and mean (MBP); oxygen consumption (VO2) and after exercise (EPOC); adapted Borg scale; Calorie consumption (Kcal); total work (W). Statistical analyzes: were by the normality test Shapiro-Wilk, repeated measures ANOVA for two entries in all variables, with post hoc Bonferroni when necessary, for all variables in the two conditions (anodic and Placebo) except the variables of consumption kilocalorie per liter and the total workload, both during aerobic exercise which were submitted t-test for paired samples student. When the data have non-parametric distribution was applied neperian logarithm. For all tests was adopted p ≤ 0.05. Results: The results showed no significant changes in the right member of the handgrip with p = 0.30; after the concurrent exercise SBP p = 0.21, p = 0.59 DBP and MBP p = 0.59; average HR after concurrent training p = 0.35; EPOC p = 0.50; kilocalorie per liter with p = 0.35 and the total work with p = 0.35. Conclusion: The results indicate that the anodic tDCS technique when compared to placebo situation, no significant differences in any of the variables. Keywords: tDCS; cardiorespiratory variables; neuromuscular responses; elderly; concurrent training.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Divisão dos artigos incluídos e excluídos, p. 26
Figura 2 - Critérios de inclusão dos artigos, p.26
Tabela 1 - Métodos de aplicação da ETCC nos artigos incluídos, p.28
Figura 3 - Delineamento da pesquisa, p.39
Tabela 2 - Descrição do perfil da amostra (n=12), p.40
Figura 4 - Esquema de visitas, p.41
Figura 5 - Posicionamento dos Eletrodos para a ETCC, p.46
Figura 6 - Gráfico do delta na PAS durante a ETCC e o repouso 1, 2, p.49
Figura 7 - Gráfico do delta na PAD durante a ETCC e o repouso 1, 2, p.49
Figura 8 - Gráfico do delta na PAM durante a ETCC e o repouso 1, 2, p.50
Figura 9 - Gráfico do delta na PAS durante o repouso 3, p.51
Figura 10 - Gráfico do delta na PAD durante o repouso 3, p.51
Figura 11 - Gráfico do delta na PAM durante o repouso 3, p.52
Figura 12 - Gráfico do delta na PAS durante o exercício aeróbio, p.52
Figura 13 - Gráfico do delta na PAD durante o exercício aeróbio, p.53
Figura 14 - Gráfico do delta da PAM durante o exercício aeróbio, p.53
Figura 15 - Gráfico do delta da PAS na interação entre as condições anódica e
placebo, após cada série de execução dos exercícios de força, p.54
Figura 16 - Gráfico do delta da PAD na interação entre as condições anódica e
placebo, após cada série de execução dos exercícios de força, p.55
Figura 17 - Gráfico do delta da PAM na interação entre as condições anódica e
placebo, após cada série de execução dos exercícios de força, p.56
Figura 18 - Gráfico da Média do VO2 a cada 5 min. no exercício aeróbio, p.57
Figura 19 - Gráfico da Média do VO2 em cada exercício de força, p.58
Figura 20 - Gráfico da Média do VO2 após o exercício concorrente, repouso 3,
p.58
Figura 21 - Gráfico da Média do VO2 durante a ETCC e o repouso 1 e 2, p.59
Figura 22 - Gráfico da Média dos intervalos RR durante o repouso 1, ETCC e o
repouso 2, p.59
Figura 23 - Gráfico da média do poder total (ms²) durante o rep 1, ETCC e o
rep 2, p.60
Figura 24 - Gráfico da média dos valores de LF absoluto (ms²) durante o rep 1,
ETCC e o rep 2, p.61
Figura 25 - Gráfico da média dos valores de HF absoluto (ms²) durante o rep 1,
ETCC e o rep 2, p.61
Figura 26 - Gráfico da média dos valores de LFnu normalizado (ms²) durante o
rep 1, ETCC e o rep 2, p.62
Figura 27 - Gráfico da média dos valores de HFnu normalizado (ms²) durante o
rep 1, ETCC e o rep 2, p.63
Figura 28 - Gráfico da média dos valores de LF/HF (ms²) durante o rep 1,
ETCC e o rep 2, p.63
Figura 29 - Gráfico da Média dos intervalos RR durante no repouso 3, p.64
Figura 30 - Gráfico da média do poder total (ms²) durante o rep 3, p.64
Figura 31 - Gráfico da média dos valores de LF absoluto (ms²) durante o rep 3,
p.65
Figura 32 - Gráfico da média dos valores de HF absoluto (ms²) durante o rep 3,
p.65
Figura 33 - Gráfico da média dos valores de LFnu normalizado (ms²) durante o
rep 3, p.66
Figura 34 - Gráfico da média dos valores de HFnu normalizado (ms²) durante o
rep 3, p.66
Figura 35 - Gráfico da média dos valores de LF/HF (ms²) durante o rep 3, p.67
Figura 36 - Gráfico da média dos valores de FC (bpm) durante o rep 1, ETCC e
o rep 2, p.67
Figura 37 - Gráfico da média dos valores de FC (bpm) durante o rep3, p.68
Figura 38 - Gráfico da média dos valores de FC (bpm) durante o Exercício de
força, p.69
Figura 39 - Gráfico da média dos valores de FC (bpm) durante o Exercício
aeróbio, p.69
Figura 40 - Gráfico da média dos valores da escala subjetiva de esforço – Borg
adaptado (1-10) durante o exercício de força, p.70
Figura 41 - Gráfico da média dos valores da escala subjetiva de esforço – Borg
adaptado (1-10) durante o exercício aeróbio, p.70
Tabela 3 - Comparação dos Dados da Força de Preensão Manual nas
condições anódica e placebo (n=12), p.71
Figura 42 - Gráfico do consumo de Kcal/L durante o exercício aeróbio, p.72
Figura 43 - Gráfico do consumo de Kcal/L durante o exercício aeróbio, p.72
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
BPM - Batidas por Minuto
EEG - Eletroencefalograma
ESP - Frequência Respiratória Espontânea
ETCC - Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua
FC - Frequência Cardíaca
FC-LV1 - Frequência Cardíaca no Limiar Ventilatório 1
FC-LV2 - Frequência Cardíaca no Limiar Ventilatório 2
FR - Frequência Respiratória
HFa - Componente de alta frequência absoluto
HFnu - Componente de alta frequência normalizado
LFa - Componente de baixa frequência absoluto
LFnu - Componente de baixa frequência normalizado
PA - Pressão Arterial
PAD - Pressão Arterial Diastólica
PAM - Pressão Arterial Média
PAS - Pressão Arterial Sisitólica
PSE - Percepção Subjetiva de Esforço
REC - Recuperação
REP1 - Primeiro Repouso
REP2 - Segundo Repouso
REP3 - Terceiro Repouso
RQ - Razão de troca gasosa
TEMC - Teste de Esforço Máximo no Cicloergômetro
VCO2 - Dióxido de carbono liberado
VE - Ventilação minuto
VE/VCO2 - Equivalente respiratório de VCO2
VE/VO2 - Equivalente respiratório de VO2
VEpico - Ventilação minuto pico
VFC - Variabilidade da Frequência Cardíaca
VLFa - Componente de muito baixa frequência absoluto
VLFnu - Componente de muito baixa frequência normalizado
VO2 - Consumo de oxigênio
VO2pico - Consumo de oxigênio pico
SUMARIO
1 INTRODUÇÃO, p.18
1.1 RELEVÂNCIA, p.22
1.2 REVISÃO SISTEMÁTICA PILOTO, p.24
1.2.1 INTRODUÇÃO, p.24
1.2.2 MATERIAL E MÉTODO, p.24
1.2.3 RESULTADO, p.27
1.2.4 DISCUSSÃO, p.29
1.2.5 CONCLUSÃO, p.33
1.3 JUSTIFICATIVA, p.34
1.4 HIPÓTESES, p.36
1.5 OBJETIVOS, p.37
1.5.1 OBJETIVO GERAL, p.37
1.5.2 OBJETIVO ESPECÍFICO, p.37
2 MÉTODOS E TÉCNICAS, p.38
2.1 AMOSTRA, p.38
2.2 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO, p.40
2.3 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO, p.40
2.4 QUESTÕES ÉTICAS, p.40
2.5 DESENHO DO ESTUDO, p.41
2.6 MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS, p.42
2.7 TESTE DE ESFORÇO MÁXIMO, p.42
2.8 EXERCÍCIOS AERÓBIOS, p.42
2.9 VARIÁVEIS RESPIRATÓRIAS, p.43
2.10 TESTE DE CARGA DA FORÇA, p.43
2.11 EXERCÍCIOS DE FORÇA, p.44
2.12 RECOMENDAÇÕES GERAIS, p.45
2.13 PROCEDIMENTOS PARA ETCC, p.45
2.14 ORDEM DO EXERCÍCIO CONCORRENTE, p.46
2.15 FORÇA DE PREENSÃO MANUAL, p.47
2.16 VARIÁVEIS CARDÍACAS, p.47
2.17 PRESSÃO ARTERIAL, p.47
3 TRATAMENTO ESTATÍSTICO, p.48
4 RESULTADOS, p.48
4.1 COMPORTAMENTO DA PA, p.48
4.2 COMPORTAMENTO DO VO, p.57
4.3 COMPORTAMENTO DA VFC, p.59
4.4 COMPORTAMENTO DA FREQUÊNCIA CARDÍACA, p.67
4.5 COMPORTAMENTO DA PERCEPÇÃO SUBJETIVA DE ESFORÇO –
BORG, p.69
4.6 FORÇA MANUAL, p.71
4.7 CONSUMO DE KCAL/L NO EXERCÍCIO AERÓBIO, p.71
4.8 TRABALHO TOTAL (W) NO EXERCÍCIO AERÓBIO, p.72
5 DISCUSSÃO, p.73
6 CONCLUSÃO, p.83
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS, p.84
8 ANEXO, p.92
INTRODUÇÃO
A população brasileira vem se modificando na pirâmide demográfica,
com um número maior de adultos mais velhos alcançando uma idade mais
avançada, com isso, a expectativa de envelhecimento dos cidadãos aumenta.
Existe uma estimativa que 15% da população total do Brasil, no ano de 2020,
serão de idosos, o que representa, aproximadamente, algo em torno de 30
milhões de pessoas (ALVES JUNIOR, 2010; IBGE, 2013).
Um tema que se torna necessário para conjectura do processo de
envelhecimento da população, seria o de como envelhecer de forma saudável,
mantendo a independência funcional no cotidiano dos indivíduos idosos
(RAMOS, 2003). O corpo no processo de envelhecimento sofre uma gama de
alterações nas capacidades funcionais e na fisiologia do organismo, a exemplo,
dentre outras, se tem a sarcopenia (MACIEL, 2010), que promove uma redução
na capacidade de produção de força (HAKKINEN et al., 2000).
O conhecimento, na atualidade, indica que para diminuir o impacto das
alterações do envelhecimento, a prática de atividades físicas, trabalhando
valências aeróbias e de força (concorrente), seria uma melhor estratégia
(VIANA et al., 2007). Isso ocorre porque o exercício concorrente é mais eficaz
no objetivo de melhorar de maneira ampla as capacidades físicas, de força e
aeróbia, quando aplicados em uma única sessão. Tendo em vista que tanto o
treino de força quanto o aeróbio são trabalhados simultaneamente (VIANA et
al., 2007; ACSM, 2011).
Todavia, o trabalho de treinamento concorrente também pode beneficiar
os indivíduos mediante a uma melhor utilização do tempo. Isso é devido à
execução de uma única sessão de exercícios, mas com duas valências físicas,
tanto a neuromuscular, quanto a cardiorrespiratória. Além disso, pode-se
aprimorar o efeito do treinamento concorrente associando-o às técnicas que
facilitem a execução do treino, bem como que apresentem potencial para
ampliar o seu efeito e, possam aumentar ou até acelerar os benefícios
esperados pelo treino, logo, aumentando a promoção da saúde (ACSM, 2011).
A neuromodulação é uma das técnicas que se apresentam de forma
promissora quando associada ao exercício físico. Sendo o conceito da
Neuromodulação apresentado pela Sociedade Brasileira de Neuromodulação
(SBNM, 2014) como a alteração/modulação do sistema nervoso por estímulos
elétricos e ou agentes farmacológicos em alvos específicos no tratamento de
doenças dos sinais neurofisiológicos com a finalidade de alterar a
funcionalidade do sistema nervoso central.
As técnicas existentes de neuromodulação são mais utilizadas em
tratamento de acidente vascular encefálico (AVE) (NAIR et al., 2011), no
tratamento de dor crônica (LUEDTKE et al., 2015). A intenção da aplicação
desse tipo de técnica é interferir e ou modificar o comportamento biológico,
social e ou psicológico do indivíduo (BOGGIO et al., 2008; MATTAI et al.,
2011).
Tais modificações dos sistemas cerebrais são possíveis através da
plasticidade neuronal, que seria a possibilidade do cérebro em produzir novas
conexões sinápticas por intermédio de estímulos ambientais (KRUEGER-
BECK, et al., 2011). Por isso, estímulos provenientes da atividade elétrica e ou
química tornam mais eficazes a ação dos neurotransmissores, podendo
ocasionar, assim, mudanças na organização das estruturas neuronais (OLIVA
et al., 2009).
A estimulação cerebral pode ser realizada através de diferentes técnicas
invasivas e não invasivas. Dentre as principais técnicas não invasivas é
importante citar: a estimulação magnética transcraniana (EMT) (RAGAZZONI
et al., 2013) e a estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC)
(NITSCHE et al., 2008).
A ETCC promove a neuromodulação cortical, provocando alterações na
excitabilidade do córtex estimulado (WAGNER et al., 2007). É considerada uma
técnica segura por não ocasionar efeitos térmicos sobre os eletrodos, não
aumentar os níveis de enolase específica nos neurônios, por não provocar
efeitos adversos nos aspectos cognitivos e, até o momento, não foram
verificados edemas ou alterações na região do tecido cerebral estimulado
(FREGNI et al., 2006).
Este tipo de estimulação não invasiva é realizada mediante o uso de
uma corrente elétrica com polaridades positiva (anódica) e negativa (catódica).
A estimulação catódica tende a diminuir a excitabilidade cortical e a anódica a
aumentar (NORRIS et al., 2010). Sendo assim, estudos realizados com a
técnica da ETCC possuem objetivos diversos (FLOEL et al., 2011; BRUNONI et
al., 2012).
As pesquisas que associam a ETCC com o exercício físico conduzem a
uma linha de raciocínio em que o efeito hipotensor pode ter sua magnitude e
duração aumentadas por dois motivos: pela própria atividade física em si, a
qual é percebida com maior ênfase em atividades aeróbias de nível moderadas
(CUNHA, et al., 2011; KOLB, et al., 2006); ou pela ETCC anódica que pode
apresentar efeitos com mais de uma hora após sua estimulação (NITSCHE &
PAULUS, 2000).
A ETCC Anódica aumentando a excitabilidade cortical por mais tempo,
pode interferir na PAS e a PAD, assim como a PAM. Diante disso, é possível
que apresentem uma diminuição nos índices da pressão arterial durante todo o
tempo que o indivíduo esteja submetido aos efeitos da técnica de estimulação
anódica.
Uma das principais questões, então, levantadas em artigos que
utilizaram a ETCC, se refere a qual área do cérebro estimular? Diante desse
questionamento, ao realizar uma revisão sistemática piloto que consta no
próximo capitulo, sobre o uso da ETCC e o controle cerebral associado às
variáveis fisiológicas, biomecânicas e comportamentais, dentre outras que
podem interferir na prática do exercício com maior relevância, foi possível
identificar que os estudos apontam a priori para as áreas do córtex temporal
(CHAPMAN, et al., 1950), do córtex insular (OPPENHEIMER, et al., 1992) e do
córtex motor (WILLIAMS et al., 2013).
Os estudos com ETCC associados às variáveis fisiológicas e motoras do
exercício físico apresentam uma diversidade de especificidades. Essas
abordam desde o sistema nervoso autônomo (COGIAMANIAN, 2010;
VANDERMEEREN, 2010) até a modulação das variáveis cardiovasculares
(MONTENEGRO et al., 2011).
Outro fator pesquisado é a melhoria da força muscular em associação
com exercícios físicos, bem como as capacidades do comportamento motor em
relação a um aprimoramento deste nos indivíduos submetidos à técnica
(HUMMEL et al., 2009). Além disso, foi encontrado uma diminuição da co-
ativação muscular dos extensores e flexores de joelho (ANDRADE et al., 2011)
e a diminuição na percepção de fadiga muscular (BRAGA et al., 2011;
COGIAMANIAN et al., 2007).
Acredita-se que a percepção da fadiga muscular seja diminuída através
da estimulação anódica. Isto, pela diminuição da co-ativação antagonista
muscular associada a uma melhoria no padrão de ativação das musculaturas
agonistas, o que poderia promover um aumento da eficiência mecânica do
gesto motor realizado (ANDRADE et al., 2011), além de um aumento no limiar
de dor (RIBERTO, 2008) que a ETCC provoca. Sendo assim, esses dois
fatores também podem corroborar para que os indivíduos quando submetidos a
ETCC anódica apresentem uma carga de trabalho total maior no exercício
aeróbio em uma mesma faixa de O2.
A pesquisa de Montenegro e colaboradores (2014) aponta que a ETCC
poderia ocasionar mudanças no consumo de oxigênio após o exercício físico.
Diante disso, foi considerada a importância em investigar os efeitos da ETCC
associada ao exercício físico concorrente. Pois, mediante aos possíveis
benefícios que tais temas abordados em associação possam ocasionar na
população idosa, seria importante fazer uma pesquisa cientifica neste foco.
RELEVÂNCIA
Os estudos levantados na revisão sistemática realizada demonstram que
a ETCC é uma técnica promissora no seu uso associado ao exercício de força
e ou aeróbio. Apesar disso, a técnica de ETCC associada ao exercício físico,
ainda carece de investigações. Em relação à prática de atividade física de força
e aeróbia (concorrente), tal fato fica ainda mais evidenciado, se for considerado
que não foi possível encontrar pesquisas nesta perspectiva. Por isso, existe a
necessidade de investigações cientificas das relações entre a atividade física
concorrente associada à ETCC.
Outro fator que corrobora para relevância do presente estudo está
relacionado com a importância dos exercícios concorrentes. Pois, estes
influenciam nos aspectos de promoção da saúde, ao permitir adaptações dos
sistemas cardiopulmonar e neuromuscular, além de propiciar melhorias na
coordenação motora, na força e na resistência.
Ademais, pode ser proporcionada uma manutenção da aptidão física e
mental, desta maneira, contribuindo também para uma possível prevenção de
doenças e manutenção da saúde, principalmente em idosos, mediante a
prática de atividade física concorrente.
Contudo, cresce a necessidade de uma discussão desta temática, com
novos estudos que verifiquem também o comportamento de um corpo humano
idoso submetido a esse contexto. Portanto, não é somente, a associação da
técnica de ETCC com exercícios de força e aeróbio, mas, sim todo o contexto
dessas atividades e da ETCC em sujeitos idosos.
Entendendo que os benefícios ocasionados pela prática da atividade
física, podem colaborar para possíveis melhoras nas capacidades de
independência e autonomia, durante as atividades diárias que os idosos
exercem, além dos benefícios para sua saúde física, cognitiva e emocional.
Então, nesse contexto torna-se uma via de fácil aceitação, no que tange
o uso dos exercícios ou aumento da atividade física para prevenir e promover a
saúde dos idosos. As melhorias na independência e autonomia são
proporcionadas possivelmente pela execução dos exercícios físicos de força e
aeróbio, que podem ser aprimorados e ter os efeitos benéficos aumentados
pela associação com os métodos da ETCC, a qual poderá aprimorar os efeitos
da prática de atividades físicas diárias. Desta forma, esta estratégia também
poderá aumentar a adesão da população à prática de um estilo de vida
saudável.
Assim, as questões indagadas por esta pesquisa também têm como
relevância contribuir academicamente para futuros estudos e metodologias de
treinamento concorrente.
REVISÃO SISTEMÁTICA
INTRODUÇÃO
A investigação do estado da arte foi realizada através de uma revisão
sistemática. Essa pesquisa tornou-se relevante para nortear a dissertação.
Diante disso, buscou-se organizar a literatura acadêmica já existente, ainda,
com trabalhos pautados pela mesma temática, mas com detalhamentos
metodológicos diferentes, que por sua vez apresentam resultados antagônicos
no que tange o uso da ETCC associada ao exercício físico.
Por isso, o objetivo da pesquisa foi identificar o estado da arte da ETCC
associada ao exercício físico. Mapeando as questões metodológicas da ETCC
associada ao exercício físico. Sendo assim, tem por objetivos específicos o
levantamento das técnicas da ETCC utilizadas, o tempo de estimulação, a
intensidade da corrente e região cerebral estimulada e quais exercícios foram
propostos em associação à técnica, comparando os resultados obtidos nos
estudos delineados.
MATERIAL E MÉTODO
A pesquisa consistiu em uma revisão sistemática com o objetivo de
compreender melhor as técnicas de ETCC associadas ao exercício. Para a
obtenção da elegibilidade dos dados, foram utilizados os seguintes descritores
baseados na lista do Medical Subject Headings (MeSH). Nessa base, foram
encontradas as palavras-chave Eletrical Stimulation of the Brain, Aerobic
Exercise. Contudo não foram achados as palavras tDCS, Concurrent Training,
Anaerobic Exercise, mas por essas serem palavras-chaves de publicações na
área da atividade física e neuromodulação, optou-se por utilizá-las.
Além disso, não foram delimitados um público especifico, as técnicas de
intervenções realizadas com a ETCC e o tipo de treinamento físico, o tempo de
duração dessas intervenções, assim como, a intensidade da corrente e a
região cerebral, visando desta maneira identificar todas os arranjos já
realizados, mediante a aplicação da ETCC em associação com o exercício
físico e seus principais resultados. Outros fatores não restringidos foram: a data
da publicação e o local de publicação, isto, com o objetivo de observar o
desenvolvimento da literatura cientifica nesta temática, ao longo dos anos.
Entretanto, o estudo foi restringido a uma busca por artigos na língua inglesa e
portuguesa.
Em seguida, foram inseridas tais palavras-chaves, listadas
anteriormente, nas referidas bases de dados do MEDLINE, CAPES e
COCHRANE, assim como na SCIELO da seguinte maneira:
No MEDLINE foi realizada uma busca da seguinte maneira:
(Transcranial Direct Current Stimulation OR Eletrical Stimulation of the brain
OR tDCS) AND (Exercise OR Aerobic Exercise OR Anaerobic Exercise OR
Concurrent Training), Na CAPES e na SCIELO foi feita uma pesquisa com o
objetivo de encontrar artigos com as palavras tDCS AND Aerobic Exercise;
tDCS AND Anaerobic Exercise; tDCS AND Concurrent Training; tDCS AND
Aged AND Exercise; tDCS OR Eletrical Stimulation of the Brain AND Aerobic
Exercise; tDCS OR Eletrical Stimulation of the Brain AND Anaerobic Exercise;
tDCS OR Eletrical Stimulation of the Brain AND Concurrent Training; tDCS OR
Eletrical Stimulation of the Brain AND Aged AND Exercise.
Na SCIELO foram adicionados ao universo de combinação anterior,
somente os termos tDCS e o Eletrical Stimulation of the Brain, de modo a
ampliar o universo de trabalhos selecionados. A última busca por artigos foi
realiza no dia 22 setembro de 2015.
A princípio para a seleção dos artigos rastreados, foi realizada a leitura
dos títulos e dos resumos, com o objetivo de analisar se o artigo preenchia os
critérios de inclusão e exclusão, de acordo com a técnica de Skimming
(LAKATOS; MARCONI, 2003). Quando não foi possível compreender se o
estudo era adequado para esta revisão, por meio do título e do resumo, foi feita
a leitura na integra dos estudos encontrados. Em seguida da leitura completa
do artigo, aquele que não atendesse a metodologia era excluído e o que
estivesse de acordo com os critérios de elegibilidade eram incluídos.
Por último foi feita uma análise descritiva dos dados dos artigos
incluídos. Foi realizada uma investigação por dois pesquisadores diferentes
que se propuseram a explorar os artigos selecionados, no que tange aos
seguintes itens: população, exercícios físicos realizados nos artigos, tipo de
estimulação da ETCC usada, desenho da pesquisa, ano de publicação, revista
publicada, sexo, quantidade da amostra, áreas cerebrais estimuladas,
intensidade da corrente, o tempo de duração da corrente, forma de avaliações,
os objetivos, resultados e conclusões. Após essa seleção, os estudos achados
repetidos foram excluídos.
Os estudos observados foram analisados e sumarizados através de
estatística descritiva, por meio da frequência absoluta e relativa. Para tais
análises foi utilizado o programa Excel (Microsoft Office, 2007) e após serem
tratados foram descritos no organograma 1, que contém a divisão dos artigos
incluídos e excluídos e o motivo das exclusões. Em seguida no organograma 2
estão os critérios de inclusão.
Figura 1: Divisão dos artigos incluídos e excluídos.
Figura 2: Critérios de inclusão dos artigos.
334 artigos
obtidos.
297 artigos foram
excluídos, o que
representa 89% do
total.
37 artigos foram
incluídos no estudo. O
que representa 11% do
total.
1 artigo de
língua
portuguesa.
36 artigos de
língua
inglesa.
Ausência de
exercício e
ou ETCC
(207)
Artigos de
opinião (6)
Não sendo
feito com
humanos ou
uso da ETCC
(43).
Possuir outros
métodos de
intervenção que
não seja a
ETCC (39).
Artigos de
revisão (2
artigos).
RESULTADO
Como pode ser observado na tabela 1, todos os estudos apresentavam
metodologia de caso clinico e foram randomizados, sendo que destes estudos,
12 apresentavam uma metodologia mais bem robusta na descrição do que foi
feito na pesquisa. O fato de que destes estudos terem sido realizados de
maneira duplo-cega, minimizaram assim, os possíveis vieses.
A maioria dos estudos achados possuía um controle metodológico frágil,
podendo ter influenciado os resultados das pesquisas. Essa fragilidade nos
métodos é representada pelos estudos que não foram realizados de maneira
randomizada duplo-cega. Essa afirmativa é baseada na necessidade de um
controle metodológico randomizado duplo-cego, por esta forma de estudo ser
capaz de minimizar os vieses com maior eficiência (HULLEY, et al., 2003).
Então, o desenho experimental, possivelmente permitiria uma diminuição
das influências tanto do avaliador, quanto do avaliado relacionadas com as
intervenções por ETCC anódica e catódica, quando comparadas a situação
placebo. Tais implicações acontecem também quando os estudos estimulam
áreas bi-encefálicas, em que os dois hemisférios cerebrais são estimulados ao
mesmo tempo.
Portanto, seria necessário que o pesquisador responsável pela aplicação
da estimulação, não fosse o mesmo que submetesse os indivíduos aos testes
e/ou análises do estudo. Porque sendo realizado dessa forma, o pesquisador
não irá influenciar de maneira alguma os avaliados e estes, por sua vez, não
devem saber a qual estimulação estão sendo submetidos.
O pesquisador sabendo o tipo de estimulação que o indivíduo foi
submetido, ao analisar os dados da pesquisa, poderá adotar condutas que
permitam corroborar suas hipóteses. Por isso, existe a necessidade de
cegamento do próprio pesquisador e não somente do avaliado. Todavia, não é
sempre que existe a possibilidade de cegamento, então, nesses casos a
orientação aos pesquisadores é reduzir ao máximo as possíveis influencias de
outras técnicas ou tratamentos que possam intervir nos resultados (HULLEY, et
al., 2003).
A tabela 1 a seguir, ainda, representa a distribuição dos estudos em
relação ao sexo dos voluntários, média da faixa etária dos voluntários, técnica
de estimulação, áreas cerebrais estimuladas, intensidade da corrente, tempo
de aplicação da estimulação.
Tabela 1: Métodos de aplicação da ETCC nos artigos incluídos.
Frequência absoluta
Frequência relativa
Desenho do Estudo Randomizado 20 54,1%
Randomizado cego 4 10,8%
Randomizado contrabalanceado 1 2,7%
Randomizado duplo-cego 12 32,4%
Sexo Homens 9 24,3%
Mulheres 0 0,0%
Ambos 28 75,7%
Média da faixa etária dos voluntários
5-59 anos 28 75,7%
acima de 59 anos 5 13,5%
5-90 anos 4 10,8%
Técnicas de estimulação Anódica 1 3%
Catódica 0 0%
Bi-encefálica 1 3%
Anódica e placebo 17 46%
Catódica e placebo 2 5%
Anódica, catódica e placebo 6 16%
Bi-encefálica e placebo 10 27%
Áreas cerebrais estimuladas Córtex Motor 31 83,8%
Córtex pré-frontal 3 8,1%
Córtex temporal 2 5,4%
Cortex ipsiolateral 1 2,7%
Intensidade da Corrente 1mA 10 27%
1,5mA 2 5%
2Ma 25 68%
Tempo de aplicação da estimulação 10 minutos 5 13,5%
13 minutos 1 2,7%
15 minutos 10 27,0%
17 minutos 1 2,7%
20 minutos 19 51,4%
40 minutos 1 2,7%
DISCUSSÃO
As pesquisas indicaram resultados significativos, quando homens e
mulheres foram submetidos à intervenção com a ETCC, ou seja,
independentemente do sexo e da medida avaliativa associada com a ETCC
que foram realizadas, tanto homens como mulheres sofreram alterações
quando comparadas as suas situações basais. Portanto, homens e mulheres
apresentam a mesma suscetibilidade aos efeitos das estimulações anódica ou
catódica (ZIMERMAN; et al., 2012; SRIRAMAN; et al., 2014; KIM; KO, 2013).
Outro fator que deve ser observado são as diferenças nas faixas etárias
apresentadas nos estudos, nos quais 28 artigos foram realizados com
indivíduos categorizados como jovens adultos. Apesar disso, cinco estudos
(KIM, et al., 2014; MADHAVAN, et al., 2011; BOLOGNINI, et al., 2011;
ZIMERMAN, et al., 2014; ZIMERMAN, et al., 2013) apresentavam grandes
diferenças entre as idades dos voluntários e, talvez, por causa dessa dispersão
de idade tenham apontados para resultados antagônicos.
Sendo assim, as intervenções com ETCC no estudo de Zimerman e
colaboradores (2014) com a estimulação catódica, associada à tarefa motora,
em indivíduos jovens e idosos apresentaram resultados diferentes. Foi possível
verificar que somente o grupo de idosos apresentou um aprimoramento
significativo do comportamento motor.
Em outros estudos, com faixas etárias diferentes, foram encontrados
resultados significativos independentemente da idade. Como no estudo de
Bolognini e colegas (2011), que ao distribuir os indivíduos acometidos por
acidente vascular cerebral (AVC), com diferentes faixas etárias (idade de 26-75
anos), em dois grupos, ambos apresentaram mudanças significativas quando
submetidos à ETCC e trabalho motor.
Na investigação de Madhavan e colaboradores (2011) também foi
possível identificar que sujeitos com hemiparesia adultos jovens e idosos ao
serem expostos às três situações (anódica, catódica e placebo) apresentaram
mudanças significativas no controle de movimentos dos membros inferiores
nas situações anódica e catódica. Assim como, indivíduos saudáveis e sujeitos
pós AVC, ao serem submetidos à estimulação anódica associada com
exercícios de flexão e extensão de punho, através de jogos de videogame e
teste de escrita, apresentaram mudanças significativas quando comparados a
situações similares sem o uso da ETCC (KIM, et al., 2014).
Existem mais quatro questões metodológicas que devem ser observadas
minuciosamente quando se trata da utilização de ETCC. A primeira seria
relacionada à que tipo de estimulação se deseja submeter os indivíduos, sendo
a anódica, catódica ou bi-encefálica (NORRIS et al., 2010).
A tabela 1 apresenta a proporção de estudos feitos mediante o uso das
diferentes estimulações com a ETCC. A predominância da ETCC anódica
comparada à situação placebo estaria representada por mais da metade dos
estudos, o que pode ser explicado pelos resultados das pesquisas a seguir.
Entretanto, além da ETCC anódica comparada a situação placebo associada
ao exercício físico, foi possível identificar pesquisas que investigaram o uso da
técnica, mediante as seguintes formas de aplicação da ETCC: estimulação
catódica, anódica e placebo; na catódica e placebo e em somente anódica.
Ainda sobre o sucesso da aplicação da ETCC anódica, o seu uso é
descrito em populações com indivíduos que possuem uma capacidade física
fragiliza por Parkinson, submetidos ao tratamento da técnica associada a
atividade física e que apresentaram melhorias na performance física aeróbica,
assim como, no equilíbrio (KASKI; et al., 2014). Outro estudo (OCHI, et al.,
2013), revela que na associação com a terapia para o braço hemiplégico, de
sujeitos com lesão cerebral ocasionada por AVC, a técnica também apresentou
resultados benéficos. A qual limitava as respostas inadequadas, ocasionadas
pela falta de controle motor, oriundas do acidente vascular.
Além disso, segundo Montenegro e colaboradores (2011) ao estimular o
córtex temporal de sujeitos atletas por meio da ETCC anódica, esta provocaria
uma maior participação da atividade parassimpática e diminuição da simpática,
logo, modulando a frequência cardíaca. Baseado neste estudo seria possível
afirmar que, nessas situações, a ETCC anódica mostra-se um método eficiente
para modular as variáveis cardiorrespiratórias durante a prática de exercícios
físicos.
O uso da estimulação catódica teve seu efeito benéfico diagnosticado no
melhoramento do controle motor de sujeitos acometidos por AVC (BRADNAM
et al., 2012). Neste estudo, foi realizada a ETCC catódica associada com o
controle muscular dos flexores de cotovelo, em sujeitos pós AVC, classificados
em nível moderado de comprometimento. A pesquisa permitiu afirmar que os
sujeitos apresentaram resultados significativos, no aumento do controle da
força do grupamento muscular referente à região cerebral lesionada por AVC.
Além dessas duas formas de estimulação, existiria uma terceira maneira
de estimular os sujeitos, através da acoplagem bi-encefálica. Essa estimulação
vem sendo mais realizada em pesquisas com sujeitos hemipareticos, pós AVC.
Nessa situação de aplicação da técnica, o objetivo é estimular por corrente
anódica a região cerebral lesionada, buscando dessa maneira, excitar uma
região que normalmente se encontra com atividade cortical baixa e, a catódica
com o foco de diminuir a excitabilidade da região contrária a lesão que poderá
estar excitada (KHAN; et al., 2013; JAYARAM; et al., 2012; BRADNAM, et al.,
2011).
A segunda questão seria qual área cerebral estimular? Baseando-se em
Machado (2010) que se refere às regiões cerebrais como sendo responsáveis
por controlar uma ou diversas áreas e funções corporais. Então, surgiu uma
dificuldade em definir com exatidão que área estimular, principalmente quando
se trata das regiões cerebrais mais ativas no controle das variáveis e valências
físicas. Essas diferenças dos controles cerebrais referentes às funções
corporais tenderam a se refletir nas pesquisas de ETCC associadas com o
exercício físico. Isto, tendo em vista que os pesquisadores definiram áreas de
estimulações diferentes a serem estudadas e investigadas, como apresentadas
na tabela 1.
A região de estimulação cerebral com o maior número de estudos que
investigaram o efeito da técnica quando associada à atividade física, foi a com
o córtex motor (MIYAGUCHI; et al., 2013; HENDY; KIDGELL, 2013; KASKI; et
al., 2013). Ainda, que o córtex motor tenha sido o mais pesquisado, no que diz
respeito à quantidade de estudos que investigaram sua correlação com a
prática de atividade física, outras áreas cerebrais podem ser citadas, devido
aos seus achados significativos nas valências físicas anteriormente
comentadas.
Sendo assim, como exemplos é possível citar os sujeitos acometidos por
alguma lesão cerebral e que foram submetidos à técnica nas áreas
correspondentes as regiões lesionadas (KIM; et al., 2014; BRADNAM; et al.,
2012). Além disso, são encontrados estudos que estimulam a região cerebral
do córtex temporal (MONTENEGRO; et al., 2011; OKANO; et al., 2013); córtex
pré-frontal dorsolateral (MONTENEGRO et al., 2012); além do hemisfério
ipsilateral (JAYARAM; et al., 2012).
A terceira e quarta abordagem metodológica, seriam relacionadas às
intensidades das estimulações e ao tempo que são aplicadas. Os estudos
apresentaram três tipos de estimulação, com corrente de 2mA durante 40, 20,
15 ou 10 minutos (BOLOGNINI; et al., OKANO; et al., 2013; KIM; KO, 2013;
KASKI; et al., 2014; KAN; et al., 2010), com 1mA por 20, 15 e 10 minutos
(OCHI; et al., 2013; KIM; et al., 2014; SRIRAMAN; et al., 2014; ZIMERMAN; et
al., 2014) e com 1,5mA e por 20 minutos (WILLIAMS; et al., 2013).
Todavia, a pesquisa realizada por Nitsche e Paulus (2000), verificou que
após uma hora da aplicação da técnica de ETCC por 20 minutos a 2mA, está
seria capaz de provocar mudanças na excitabilidade cortical. Portanto, esse
estudo pode ter influenciado os pesquisadores, que ao aplicarem a intervenção
com ETCC tivessem uma tendência, como representados na tabela 1, em
aplicar a técnica com 2mA e 20 minutos de estimulação.
As pesquisas levantadas apresentaram dados correlacionados entre a
ETCC e sua associação com a atividade física. Ainda, que algumas pesquisas
apresentassem baixos níveis de atividades físicas, por tratarem de habilidades
motoras de baixa intensidade (OCHI; et al., 2013; KIM; et al., 2014).
Esse formato de atividade de baixa intensidade não implicaria em um
empobrecimento da técnica do ETCC associado ao exercício físico. A partir do
pressuposto, que o treinamento de atividades físicas demanda uma gama de
habilidades motoras, que variam desde as menos complexas com menor grau
de musculaturas envolvidas, até atividades com maior complexidade que
envolve uma variedade de músculos (coordenação fina). Dessa maneira, é
possível compreender que seja qual for o grupamento muscular trabalhado,
este terá sua importância em algum dado momento da atividade física
(FERNANDES, 1981; TUBINO, 1985).
Apesar disso, as pesquisas de Kaski e colaboradores (2014), assim
como Montenegro e colaboradores (2014) podem ser citadas, dentre outras,
como investigações que apresentaram boas perspectivas na associação da
ETCC e as valências físicas de grandes demandas de nível de atividade física.
Permitindo assim uma especulação de um futuro promissor, mas que ainda
necessita de pesquisas mais profundas sobre essas relações.
CONCLUSÃO
Os estudos apresentados demonstram que a ETCC é uma técnica
promissora no seu uso associado ao exercício aeróbio e anaeróbio. Mas torna-
se necessário uma investigação para compreender os efeitos da ETCC
associada à atividade física concorrente, devido à falta de artigos que tratem do
tema, tendo em vista a importância que essas duas formas de exercícios
possuem suma importância para qualidade de vida, reabilitação física e mental,
prevenção de doenças e manutenção da saúde, portanto uma ótima
oportunidade de aprimorar os benefícios da atividade física na população de
idosos.
JUSTIFICATIVA
Ao considerar a revisão sistemática realizada, é possível compreender
que o uso da técnica da ETCC pode ser pesquisa sob o pressuposto de
diferentes vieses de investigação. Todavia, quando associada ao exercício, as
pesquisas ainda não possuem um esclarecimento e um corpus de investigação
coeso e não ter sido encontrado trabalhos que relacionassem o exercício físico
concorrente com a ETCC. Por isso, a necessidade de investigar de maneira
mais detalhada a relação da técnica da ETCC associada ao exercício físico de
força e aeróbio em uma única sessão de treinamento, principalmente na
população idosa de maneira mais minuciosa.
Além disso, alguns pontos que tangenciam o envelhecimento também
são de suma importância para serem considerados. Pois, é sabido que
envelhecer acarreta consigo uma redução gradativa em diversos aspectos da
saúde dos indivíduos (NOGUEIRA, et al., 2012).
Diante disso, as doenças cardiopulmonares, neuromusculares, dentre
outras, são um dos principais fatores que podem diminuir a independência e a
qualidade de vida dos idosos, levando em muitos casos a morte. Então, uma
medida mais viável para reduzir os casos de dependência e mortalidades
ocasionadas por essas doenças, seriam as políticas voltadas para a prevenção
de doenças e promoção da saúde (SILVA, 2005; VERAS, 2002; LEITE, 1995).
A atividade física é apresentada como um meio de prevenção dessas
doenças citada e diversas outras, e, nos últimos anos vem ganhando cada vez
mais força neste pressuposto. Isto devido as pesquisas cientificas que
associam os indivíduos que praticam exercícios a um corpo mais saudável,
além de provocarem um retardo ou mesmo redução em quadros patológicos
neuromusculares, cardiocirculatórios e cardiorrespiratórios avançados. Além de
ajudarem em uma melhora nos fatores comportamentais psicológicos,
emocionais e sociais (BRITO, 1996; CALDAS, 2002).
Por isso, medidas que facilitem a adesão em programas de exercícios
físicos com treinos concorrentes, são cada vez mais necessárias, tendo como
base que existe uma necessidade eminente destas duas práticas aliadas,
principalmente em idosos. Dessa conjuntura, cresce a necessidade da busca
por novas técnicas que aumentem os efeitos benéficos do exercício, mas
mantendo o volume de atividade física (MONTEIRO; SCALON, 2008; ARTIOLI;
et al. 2007).
Então, nesta perspectiva a neuromodulação é uma técnica promissora,
na qual a técnica da ETCC está contida, sendo apresentada como uma
maneira de alcançar esses objetivos mais facilmente. Isto, devido ao seu custo
relativamente baixo para pesquisadores, centros de alto rendimento e
hospitais, além da facilidade de manuseio dos aparelhos, os quais se tornam
cada vez mais compactos e automáticos, e, sobretudo, seguros (NITSCHE; et
al., 2008).
HIPÓTESES (H)
A partir das lacunas encontradas no corpus de conhecimento da área da
ETCC associada ao exercício físico, foram delineadas as seguintes hipóteses:
H1) A ETCC anódica pode influenciar nas respostas cardiorrespiratórias
com os parâmetros da atividade simpática diminuída e da atividade
parassimpática aumentada, contribuindo assim para uma diminuição do
balanço simpatovagal, quando comparada a situação placebo.
H2) Através da ETCC anódica espera-se que a atividade parassimpática
aumente o seu domínio na variabilidade da frequência cardíaca (VFC).
H3) É esperado que ocorra uma diminuição da pressão arterial (PA)
sistólica (PAS), diastólica (PAD) e Pressão Arterial Média (PAM) após ETCC
anódica associada ao exercício físico, maior que a ocasionada na situação
placebo.
H4) A ETCC anódica seria capaz de diminuir a percepção da fadiga
muscular, aumentando o limiar de percepção da dor.
H5) O comportamento motor apresente uma melhorar nas respostas
neuromusculares, mediante a uma maior eficiência na ativação da musculatura
exigida durante o exercício.
H6) A ETCC anódica possa influenciar numa carga de trabalho total
maior, quando comparada à situação placebo em idosos ativos.
H7) A ETCC anódica poderá interferir no consumo de O2, propiciando
um aumento do consumo de oxigênio pós exercício (EPOC), quando
comparada a situação placebo.
H8) A ETCC anódica possa influenciar na média da FC, induzindo a um
comportamento em níveis mais baixos quando comparada a situação placebo.
OBJETIVO
OBJETIVO GERAL
O objetivo geral deste estudo é verificar o efeito da aplicação da ETCC
(anódica) nas variáveis neuromusculares e cardiorrespiratórias durante e após
o exercício concorrente, assim como durante e após a aplicação da ETCC.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Tem-se como objetivos específicos:
Comparar as condições anódica e placebo nas variáveis da VFC no
domínio do tempo e da frequência, antes e após os exercícios físicos.
Comparar as condições anódica e placebo nas respostas da PA antes,
durante e após os exercícios físicos.
Comparar a percepção subjetiva de esforço (PSE) durante os exercícios
físicos.
Comparar a carga de trabalho total no exercício aeróbio após a ETCC
anódica e placebo.
Comparar a força de pressão manual antes e após a ETCC anódica e
placebo.
Comparar as condições anódica e placebo no comportamento do VO2
antes, durante e logo após os exercícios físicos.
Comparar as condições anódica e placebo no comportamento da média
da FC ao longo do teste.
MÉTODOS E TÉCNICAS
AMOSTRA
A população do estudo foi composta por idosos que participam ou já
participaram do projeto Prev-Quedas oferecido na Universidade Federal
Fluminense, pois durante o projeto piloto a universidade em questão passou
por um período de greve, daí a necessidade de procurar indivíduos que já
tivessem participado do projeto, mas que não estivessem ativos no momento.
Pois a greve acabou interferindo na rotina de coletas.
Então, foram aceitos idosos que no momento de se voluntariar não
possuíssem vínculo com projeto PrevQuedas, mas que tivessem participado
em algum outro momento do projeto. Todavia, este fator não implicou no nível
de condição física dos voluntários, porque só eram chamados os que
participavam de outros projetos de exercícios físicos sistematizados.
Isto, sendo considerado o universo de idosos que em algum momento
tenham sidos cadastrados no projeto PrevQuedas no período de Abril de 2014
até Dezembro de 2015. Além disso, o cálculo da amostra foi realizado por meio
de um projeto piloto visando atingir um poder estatístico de 0,8 e um nível de
significância de 0,05.
A amostra foi gerada através de 317 idosos que tiveram sido
cadastrados no PrevQuedas em algum momento, correspondente ao período
acima, tendo em vista que necessitava ter experiência com os exercícios de
força que seriam submetidos, os quais eram ministrados nas aulas do projeto.
Entretanto, segundo delineamento da pesquisa, participaram do estudo apenas
16 voluntários, todavia, apenas 12 completaram o experimento.
Portanto, quatro não puderam dar sequência na pesquisa, pois, foram
diagnosticadas alterações cardíacas durante o teste de esforço máximo no
ciclo ergômetro (TECM). A população total de idosos que poderiam contemplar
o estudo, assim como, a quantidade de indivíduos excluídos e incluídos na
pesquisa, e os respectivos motivos de inserção ou não destes indivíduos como
voluntários é representada na figura 3.
Figura 3: Delineamento da pesquisa.
Por isso, somente 12 indivíduos concluíram a pesquisa. Sendo assim, a
descrição da amostra que finalizou as coletas e o perfil dos voluntários em
idade, massa corporal, estatura, IMC, RCQ, RAQ, gordura corporal, configurou-
se conforme a tabela 2.
Tabela 2: Descrição do perfil da amostra (n=12)
x̅ Σ
Idade (anos) 75* ± 15*
Massa Corporal (kg) 68,3 ± 16,2
Estatura (cm) 165,0 ± 7,8
IMC (kg/m²) 28,49 ± 4,75
RCQ & 0,898 ± 0,006
RAQ & 0,746 ± 0,007
Média (x̅); desvio padrão (σ); *Dados não-paramétricos: valores de Mediana e Amplitude Interquartil. IMC = Índice de Massa Corporal; RCQ =Relação Cintura-Quadril; RAQ = Relação Abdome-Quadril. O símbolo & representa as análises adimensional.
CRITÉRIOS DE INCLUSÃO
Os critérios de inclusão foram: ter mais de 60 anos; estar realizando
atividade física de maneira sistematizada por no mínimo 60 dias; ter tido
experiência com os exercícios físicos de força realizados no PrevQuedas.
CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO
Os critérios de exclusão utilizados foram: indivíduos que possuam algum
fator limitante da marcha e ou em movimentos que interfiram no treino de força
e aeróbio; estarem fazendo uso de medicamentos ou drogas que interfiram no
sistema nervoso central ou no sistema cardiocirculatório; assim como terem
histórico de epilepsia, marcapasso cardíaco e implantes de eletrodos ou
similares no cérebro.
QUESTÕES ÉTICAS
A pesquisa foi aprovada pelo do Comitê de Ética da Universidade
Federal Fluminense, de acordo com as normas da Resolução 466/12 do
Conselho Nacional de Saúde sobre pesquisa envolvendo seres humanos, sob
o número do parecer 969.175. Os participantes da pesquisa foram informados
de todo o procedimento, e, após isso, leram e assinaram o termo de
consentimento livre e esclarecido (Anexo 1).
DESENHO DO ESTUDO
Trata-se de um estudo clínico randomizado duplo-cego que foi
constituído de quatro visitas, com intervalos entre dois e sete dias. Na primeira
visita foram feitos a familiarização e o teste de carga de 12RM para os
exercícios de força utilizados nas visitas seguintes. Na segunda visita eram
realizadas as medidas antropométricas e o teste cardiopulmonar em
cicloergômetro com protocolo do tipo em rampa.
A terceira e a quarta visita foram constituídas de exercícios físicos
concorrentes, teste de preensão manual, assim como a aplicação da ETCC e a
instrumentalização com os aparelhos e técnicas que são objetivos do estudo,
os quais são explicados nos próximos tópicos. Visando manter a randomização
no terceiro e quarto dia de visitas, foi realizado um sorteio com uma moeda,
diante disso, quando a face da moeda era “cara” na terceira visita seria
aplicado o placebo, mas quando na moeda aparecia “coroa” era aplicada a
anódica na terceira visita, isto conforme na figura 4.
Figura 4: Esquema de visitas.
1° Dia: – Familiarização
- Teste de carga de 12rm.
2º Dia: -Medidas Antropométricas.
-Teste de esforço Máximo no ciclo ergômetro.
3º Visita:
- 10 min. de repouso na chegada.
-Teste de força da pressão manual.
- 20 minutos de estimulação (ETCC
anódica ou situação placebo).
- 10 minutos de repouso.
- Teste de força da pressão manual.
- Treino de força de 25 minutos.
- Treino aeróbio de 30 minutos.
- 35 minutos de repouso.
4º dia de Visita repetirá os mesmos procedimentos do terceiro dia, entretanto alternando a técnica utilizada (anódica ou placebo).
MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS
Nas avaliações antropométricas foram realizadas as medidas da massa
corporal (kg), estatura (cm), e dobras cutâneas (mm) de acordo com o proposto
por Heyward (2004).
TESTE DE ESFORÇO MÁXIMO
O teste de esforço máximo foi acompanhado por um cardiologista e era
realizado no cicloergômetro com frenagem eletromagnética (inbramed®, Porto
Alegre, Brasil), mediante a utilização de um protocolo individual do tipo rampa.
Sendo que este protocolo em rampa teve como base o modelo sem exercício,
do questionário CRF (Classification of Cardiorespiratory Fitness) (MATTHEWS
et al., 1999), este questionário tem por objetivo quantificar por meio das
respostas dos hábitos de vida diários dos sujeitos, o cálculo das cargas inicias,
finais e o incremento de carga, baseando-se em uma equação que busca
equalizar o teste para que este dure cerca de 8 a 12 minutos (ACSM, 2011).
O teste foi considerado máximo, quando o indivíduo atingia no mínimo
três dos cinco critérios que se seguem: a) exaustão voluntária máxima; b)
frequência cardíaca maior ou igual a 90%, da frequência cardíaca máxima
estimada para sua idade; c) ausência da elevação de sua frequência cardíaca
quando for acrescida a carga final do teste; d) razão de troca respiratória (R)
maior que 1,1; e) valor de Borg maior ou igual a 10 de acordo com a escala
subjetiva de esforço de Borg CR-10 (BORG, 1982).
A variável monitorada durante o teste foi realizada através da coleta do
sinal eletrocardiográfico com doze derivações. A qual os eletrodos da marca
Meditrace adultos, foram posicionados conforme recomendação do software
ErgoPcElite e do manual do eletrocardiógrafo WinCardio (Micromed). O sinal
eletrocardiográfico foi verificado na anamnese inicial, juntamente com a
avaliação antropométrica, e durante o TECM.
EXERCÍCIOS AERÓBIOS
O exercício aeróbio era realizado na intensidade de 65% do consumo
máximo de oxigênio (VO2max) durante 30 minutos, baseando-se no TECM
realizado na primeira visita da pesquisa. Contudo, para iniciar está fase do
protocolo os indivíduos começavam a pedalar em 65 de rotação por minuto
(rpm) sem carga. Após 3 minutos de aquecimento, era inserida uma carga
equivalente ou aproximada de 65% do total da carga alcançada no TECM.
Em Seguida, o consumo de O2 era monitorado para que se
alcançassem os 65% do consumo máximo de O2 atingido no TECM. Então,
visando alcançar essa meta, a carga do cicloergômetro era ajustada durante
todo o exercício aeróbio, todavia, tais ajustes funcionavam de maneira
individualizada. Pois, alguns indivíduos ao serem submetidos a intensidades
iguais ou menores ou mesmo maiores que 65% da carga alcançada no TECM,
não apresentavam o consumo de O2 equivalente aos 65% referenciado pelo
máximo atingido no TECM.
Além disso, com o passar dos minutos no exercício aeróbio, por vezes, a
carga imposta aos indivíduos conduzia a um aumento além dos 65% de O2
necessário, então, nestes momentos a carga era redefinida para um patamar
menor que o anterior, buscando desta maneira manter o exercício aeróbio no
patamar de 65% do consumo de O2.
Outro fator similar ao descrito, mas em situação contraria também
acontecia, ou seja, indivíduos apresentassem um consumo de O2 menor que
os 65% previsto para o exercício aeróbio, a carga era aumentada. Por isso, a
carga sofria alterações, tanto para mais, quanto para menos, isto, no que diz
respeito a carga em Watts (W) atribuída ao longo do exercício aeróbio.
VARIÁVEIS RESPIRATÓRIAS
O consumo de oxigênio (VO2) foi analisado através do analisador de
gases VO2000 (VO2000-MedicalGraphics, St. Louis, Mn., USA), para análise
dos limiares ventilatórios foram utilizadas o analisador de gases VO2000
(VO2000, Medgraphics, Inbrasport), assim como a produção de dióxido de
carbono (VCO2), através de seus equivalentes ventilatórios (VE/VO2) e
(VE/VCO2), bem como as frações expiradas finais de O2 (FeO2) e CO2
(FeCO2).
TESTE DE CARGA DA FORÇA
Os indivíduos eram submetidos a um teste de carga de 12 repetições
máximas (12rm) no primeiro dia de visita. O teste de carga foi realizado em
duas séries com 12 repetições máximas em cada exercício, em um total de
quatro exercícios para membros inferiores que foram executados conforme a
ordem disposta: 1º sentar e levantar do banco; 2º flexão de joelhos com
caneleira; 3º flexão plantar em pé; 4º flexão de quadril em pé. Além disso, a
velocidade do movimento foi controlada por um metrônomo, o qual estava
programado para 40 batidas por minuto (bpm).
Além disso, o tempo de intervalo entre os exercícios foram de 180
segundos. Desta maneira esperasse que se alcançasse um descanso
suficiente para a reprodução da força, isto, sem que aconteça um
desaquecimento muscular. Portanto os indivíduos puderam atingir o máximo de
força no teste de carga durante as duas séries, sem que também houvesse
perdas significativas de força na segunda série (SIMÃO, et al., 2008;
ERNESTO, et al., 2009; MONTEIRO, et al., 2013).
EXERCÍCIOS DE FORÇA
Na terceira e quarta visita a velocidade do movimento também foi
controlada por metrônomo programado para 40 bpm, contudo, o tempo de
intervalo foi de 120 segundos entre as séries. Sendo que para adequação da
carga utilizada foi realizado uma regra de três com o máximo da carga atingida
no teste de força máxima de 12rm, ou seja, a carga foi prescrita em 80% de
12rm do teste de força.
Os exercícios realizados na pesquisa foram selecionados visando atingir
um treinamento concorrente ao treino aeróbio em cicloergômetro, ou seja,
foram realizados exercícios para os membros inferiores que envolvessem os
mesmos músculos exercitados no cicloergômetro. Além disso, foram
escolhidos exercícios que pudessem se assemelhar a uma sessão de treino de
força, então, medidas visando atingir essa meta foram realizadas. A primeira
medida foi verificar o tempo de treinamento, para que este estivesse
contemplando um total de uma hora do treino concorrente, desta maneira, o
tempo dos exercícios de força foi com duração de 25 minutos.
O tempo foi um fator controlado, pois, as evidencias permitem afirmar
que a ETCC provoca influências até cerca de uma hora após a aplicação
(NITSCHE; PAULUS, 2000). Então, só seria possível um treino concorrente
sob o efeito da ETCC, se a sessão de força utilizasse um tempo inferior a 30
minutos, isto devido a sessão aeróbia que demanda mais trinta minutos, logo,
no somatório de ambas as sessões de treino foi totalizado 60 minutos.
Outro pressuposto foi a ordem dos exercícios de força utilizando uma
orientação do maior grupamento muscular para o menor. Além disso, os
grupamentos musculares a serem trabalhados durante os exercícios de força
foram os mesmos músculos exercitados no movimento cíclico da bicicleta
ergométrica. Diante disso, o 1º exercício tem como motor primário os
extensores de joelho; o 2° exercício a musculatura ativa predominante seriam
os flexores de joelho; no 3º exercício atuava os flexores de tornozelo e o 4º
exercício os flexores de quadril (McARDLE, 2010).
RECOMENDAÇÕES GERAIS
Além de instruir nesse mesmo dia aos participantes da pesquisa a
respeitarem os padrões de comportamentos recomendados a eles nas 12
horas que antecedem os testes, que são:
a) uma noite de sono de aproximadamente oito horas no dia anterior ao
teste;
b) não ingerirem bebidas com cafeína e álcool, ou qualquer tipo de droga
durante as 24 horas que antecedem os testes.
Na terceira e quarta visitas os sujeitos ao chegarem permaneciam por 10
minutos em repouso (Rep1). Em seguida, eram submetidos a um teste de força
de preensão manual, após isso, deitavam na maca para estimulação de 20
minutos da ETCC anódica ou situação placebo (a realização da ETCC é
descrita no tópico seguinte), ainda na mesma posição permaneciam por 10
minutos de repouso (rep2), ao final deste momento de rep2 eram novamente
submetidos ao teste de força de preensão manual. Então, eram submetidos a
sessão de exercício concorrente, de força e aeróbio respectivamente, por
último retornavam para posição de repouso (rep3) por 35 minutos.
PROCEDIMENTOS PARA ETCC
A ETCC foi realizada através do seguinte procedimento: os locais da
cabeça onde foram posicionados os eletrodos eram limpos com sabão neutro,
antes da acoplagem dos eletrodos. Em seguida os dois eletrodos de silicone
com 35 cm² foram envolvidos em esponjas que fora antes umedecidas em uma
solução salina (150 nmols de Nacl diluídos em água mili-Q). Por fim eram
conectados a um aparelho estimulador de corrente elétrica constante, que
possui três baterias de energia ligadas em paralelo (9Volts), com uma saída de
energia de até 10mA, e que são reguladas por um multímetro digital (DT832,
WeiHua Electronic Co., Ltd, China). O local que os eletrodos com a
estimulação anódica e a situação placebo são acoplados, foram definidos pelo
sistema do eletroencefalograma (EEG) 10-20, assim como na figura 5.
A área utilizada no estudo foi baseada nesse sistema, correspondente
ao o córtex motor, que também pode ser identificada como C3. Esta região
recebeu durante 20 minutos uma estimulação anódica, ou, uma situação
placebo. Para realizar o efeito placebo, este foi feito com a montagem da
mesma forma, mas o aparelho foi desligado após 30 segundos de estimulação.
O outro eletrodo de referência foi posicionado na área supraorbital contralateral
direita que tem o código de Fp2 no sistema EEG 10-20. Isto, conforme figura 5.
Figura 5 - Posicionamento dos Eletrodos para a ETCC
ORDEM DO EXERCÍCIO CONCORRENTE
Após a realização da estimulação, os indivíduos eram submetidos a uma
sessão concorrente de aproximadamente 25 minutos de duração na fase de
força e com 30 minutos de duração de exercício aeróbio.
O protocolo executado em todas as situações foi realizado em uma sala
com luminosidade, umidade, sonoridade e temperatura (20º a 22ºC)
controladas.
FORÇA DE PREENSÃO MANUAL
A medida da força de preensão manual foi feita antes da ETCC anódica
ou placebo e ao final do rep2, através do aparelho Dinamômetro Transdutor
Manual de Eletromiografia (EMG) System. A medição da força foi realizada
através de três repetições em cada mão, sendo que o emprego da força de
preensão manual era intercalado entre as mãos direita e esquerda, ou seja, os
indivíduos aplicavam a força de preensão com a mão direita, em seguida com a
esquerda, intercalando-as até se repetirem três vezes com cada mão. Os
indivíduos aplicaram a força de preensão manual sentados, mas, com os
cotovelos estendidos e as mãos em posição anatômica neutra.
VARIÁVEIS CARDÍACAS
A aquisição dos sinais de VFC foi realizada por meio do Polar RS800CX
com taxa de 1000Hz. Após o descarregamento dos dados, os mesmos foram
submetidos ao filtro moderado (6 batimentos) no software Pro Trainer 5 e
verificados individualmente a fim de garantir que valores anormais fossem
retirados. Em seguida, os dados foram analisados no software Heartscope II,
sendo selecionado o método da Transformada Rápida de Fourier. As variáveis
lineares analisadas foram: média dos intervalos R-R, Poder Total, LF (absoluto
e normalizado), HF (absoluto e normalizado) e LF/HF (domínio da freqüência).
Para efeito de análise, considerou-se intervalos de 10 minutos no primeiro
repouso; duas análises de 10 minutos durante a ETCC; assim como os 10
minutos do segundo repouso, pós ETCC e durante o terceiro repouso, todavia
era considerados faixas de 5 minutos finais dentro da análise dos 10 minutos
selecionados, exceto no terceiro repouso, o qual foram considerados os 5
minutos iniciais. Sendo isto realizado tanto na coleta sob condição anódica,
quanto placebo.
PRESSÃO ARTERIAL
As análises do comportamento da PAS, PAD e PAM foram realizadas
através do monitoramento pelo aparelho Medidor de Pressão Arterial Omron
7200, a braçadeira foi posta no braço direito do voluntário aproximadamente a
2cm da fossa cubital, conforme recomendações do fabricante. O equipamento
possui um tempo para inflar de aproximado 40 segundos a partir do momento
que colocado no módulo de aferir até o fornecimento dos resultados, contudo,
sua precisão é de 1mmHg e erro de ± 2 mmHg. Através deste foram realizados
aferições a cada 5 minutos do primeiro, segundo e terceiro REP, além de a
cada 5 minutos durante a ETCC, assim como ao final das séries dos exercícios
de força muscular. Além disso, foi realizada por medida auscultatória em cada
2 minutos durante o exercício aeróbio.
TRATAMENTO ESTATISTICO
O tratamento estatístico foi realizado no software IBM SPSS Statistics
20.0. No primeiro momento foi realizado o teste de Shapiro Wilk para verificar a
normalidade dos dados, então, foram selecionados os valores de média e
desvio padrão, para descrição dos resultados com distribuição paramétrica, e
mediana e amplitude interquartil, nos dados com distribuição não paramétrica.
Após isso, realizou-se a ANOVA de dupla entrada para medidas
repetidas, com post hoc de Bonferroni, em todas as condições do experimento,
exceto nas variáveis do consumo de Kcal/L e do total da carga de trabalho,
ambas durante o exercício aeróbio, as quais foram submetidas ao teste-t de
student para amostras pareadas. Mediante a distribuição não paramétrica foi
aplicada logarítmica neperiana. O valor de p foi assumido após verificação da
significância no teste de esfericidade de Mauchly’s, sendo utilizado o ajuste de
Greenhouse-Geisser, quando a mesma não foi assumida. Para todos os testes
foi adotado p ≤ 0,05.
RESULTADOS
Os resultados estão ordenados de acordo com os objetivos específicos.
Para todas as variáveis, foram apresentados os valores de média (¥) e desvio
padrão (µ), ou mediana e amplitude interquartil no caso de distribuição não-
paramétrica, além do valor de p, Eta-squared (π) e poder estatístico (β).
COMPORTAMENTO DA PA
Não houve diferença significativa na interação entre a condição anódica
e placebo com valores no delta da PAS durante as fases de repouso 1, 2
(p=0,22; β= 0,42; π= 0,11), conforme verificado na figura 6.
Figura 6: Gráfico do delta na PAS durante a ETCC e o repouso 1, 2.
Os resultados no delta da PAD na ETCC e Rep 1 e 2 não apresentaram
diferenças significativas entre os momentos comparados da condição anódica
e placebo (p=0,16; β= 0,48; π= 0,13), conforme verificado na figura 7.
Figura 7: Gráfico do delta na PAD durante a ETCC e o repouso 1, 2.
A interação entre a condição anódica e placebo com valores no delta da
PAM não apresentaram diferenças significativas durante as fases de repouso
1, 2 e na ETCC (p=0,20; β= 0,40; π= 0,12), assim como verificado na figura 8.
Figura 8: Gráfico do delta na PAM durante a ETCC e o repouso 1, 2.
Não foi possível observar diferenças significativas no repouso 3, isto,
entre as condições anódica e placebo, com valores no delta da PAS (p=0,21;
β= 0,40; π= 0,12), assim como verificado na figura 9.
Figura 9: Gráfico do delta na PAS durante o repouso 3.
Não apresentou diferenças significativas no repouso 3, entre as
condições anódica e placebo, com valores no delta da PAD (p=0,59; β= 0,16;
π= 0,05), assim como verificado na figura 10.
Figura 10: Gráfico do delta na PAD durante o repouso 3.
Não apresentou diferenças significativas no valor do delta da PAM no
repouso 3, entre as condições anódica e placebo, com valores (p=0,59; β=
0,16; π= 0,05), assim como verificado na figura 11.
Figura 11: Gráfico do delta na PAM durante o repouso 3.
Não foi verificada diferenças significativas no delta da PAS aferida a
cada 2 minutos de exercício aeróbio na interação da condição anódica e
placebo, com valores de PAS (p=0,70; β=0,14; π=0,04), assim como verificado
na figura 12.
Figura 12: Gráfico do delta na PAS durante o exercício aeróbio.
Durante o acompanhamento do delta na PAD, aferida a cada 2 minutos
de exercício aeróbio, não foi possível detectar diferenças significativas na
interação da condição anódica e placebo (p=0,56; β=0,24; π=0,06), assim
como verificado na figura 13.
Figura 13: Gráfico do delta na PAD durante o exercício aeróbio.
O delta na PAM não apresentou diferenças significativas, quando aferida
a cada 2 minutos de exercício aeróbio na interação da condição anódica e
placebo, com valores de (p=0,65; β=0,18; π=0,05), assim como verificado na
figura 14.
Figura 14: Gráfico do delta da PAM durante o exercício aeróbio.
No acompanhamento do delta da PAS, aferida ao final de cada série dos
exercícios de força, não foi encontrado diferenças significativas na interação da
condição anódica e placebo, conforme os seguintes valores da figura 15: na
série 1, figura A (p=0,29; β=0,17; π=0,10); série 2, figura B (p=0,74; β=0,06;
π=0,01); série 3, figura C (p=0,98; β=0,05; π=0,00); série 4, figura D (p=0,81;
β=0,05; π=0,00).
Figura 15: Gráfico do delta da PAS na interação entre as condições anódica e placebo, após
cada série de execução dos exercícios de força.
No acompanhamento do delta da PAD, aferida ao final de cada série dos
exercícios de força, não foi possível detectar diferenças significativas na
interação da condição anódica e placebo, conforme os seguintes valores da
figura 16: na série 1, gráfico A (p=0,26; β=0,19; π=0,11); série 2, gráfico B
(p=0,66; β=0,07; π=0,01); série 3, gráfico C (p=0,75; β=0,06 π=0,00); série 4,
gráfico D (p=0,81; β=0,05; π=0,00).
Figura 16: Gráfico do delta da PAD na interação entre as condições anódica e placebo, após
cada série de execução dos exercícios de força.
No acompanhamento do delta da PAM, a qual foi aferida no final das
séries dos exercícios de força, não foi detectado diferenças significativas na
interação da condição anódica e placebo, conforme os seguintes valores da
figura 17: na série 1, gráfico A (p=0,61; β=0,07; π=0,02); série 2, figura B
(p=0,33; β=0,15; π=0,08); série 3, figura C (p=0,76; β=0,05 π=0,00); série 4,
figura D (p=0,82; β=0,05; π=0,00).
Gráfico A - delta na PAM após cada série de execução do primeiro exercício de força.
Gráfico B - delta na PAM após cada série de execução do segundo exercício de força.
Gráfico C - delta na PAM após cada série de execução do terceiro exercício de força.
Gráfico D - delta na PAM após cada série de execução do quarto exercício de força.
Figura 17: Gráfico do delta da PAM na interação entre as condições anódica e placebo, após
cada série de execução dos exercícios de força.
COMPORTAMENTO DO VO
Não ocorreram diferenças significativas na média de cada 5 minutos do
consumo de VO2 no exercício aeróbio. Sendo isto, na interação da condição
anódica e placebo (p=0,62; β=0,11; π=0,03), conforme os seguintes valores da
figura 18.
Figura 18: Gráfico da Média do VO2 a cada 5 min. no exercício aeróbio.
Não foram encontradas diferenças significativas na média do VO
realizada a cada 6 minutos aproximadamente, durante os exercícios de força,
na interação da condição anódica e placebo, com valores de (p=0,63; β=0,13;
π=0,04), conforme os seguintes valores da figura 19.
Figura 19: Gráfico da Média do VO2 em cada exercício de força.
Não foram encontradas diferenças significativas na média do VO
realizada a cada 5 minutos de repouso, após os exercícios concorrentes, na
interação da condição anódica e placebo, com valores de (p=0,50; β=0,12;
π=0,05), conforme os seguintes valores da figura 20.
Figura 20: Gráfico da Média do VO2 após o exercício concorrente, repouso 3.
Não foram observadas diferença significativa na interação entre a
condição anódica e placebo com valores da média do VO2 nos momentos de
ETCC, repouso 1 e 2 (p=0,24; β= 0,41; π= 0,11), conforme os seguintes
valores da figura 21.
Figura 21: Gráfico da Média do VO2 durante a ETCC e o repouso 1 e 2.
COMPORTAMENTO DA VFC
Não foram encontradas diferenças significativas na média dos intervalos
RR realizado a cada 10 minutos durante o repouso 1, ETCC, repouso 2, isto,
na interação da condição anódica e placebo, com valores (p=0,78; β=0,07;
π=0,01), conforme os seguintes valores da figura 22.
Figura 22: Gráfico da Média dos intervalos RR durante o repouso 1, ETCC e o repouso 2.
Na análise do poder total (PT) não houve diferenças significativas, nos
momentos de análise realizadas a cada 10 minutos durante o repouso 1, ETCC
e repouso 2, na interação da condição anódica e placebo, com valores (p=0,70;
β=0,09; π=0,02), conforme os seguintes valores da figura 23.
Figura 23: Gráfico da média do poder total (ms²) durante o rep 1, ETCC e o rep 2.
A análise dos valores de LF absoluto não apresentaram diferenças
significativas, nos momentos de análise realizadas a cada 10 minutos durante o
repouso 1, ETCC e repouso 2, na interação da condição anódica e placebo,
com valores (p=0,52; β=0,18; π=0,06), conforme os seguintes valores da figura
24.
Figura 24: Gráfico da média dos valores de LF absoluto (ms²) durante o rep 1, ETCC e o rep 2.
Os valores de HF absoluto não apresentaram diferenças significativas,
nos momentos de análise realizadas a cada 10 minutos durante o repouso 1,
ETCC e repouso 2, isto, na interação da condição anódica e placebo, com
valores (p=0,89; β=0,07; π=0,01), conforme os seguintes valores da figura 25.
Figura 25: Gráfico da média dos valores de HF absoluto (ms²) durante o rep 1, ETCC e o rep 2.
Não houve diferença estatisticamente significativa na interação da
condição anódica e placebo, nos valores de LFnu normalizado, no repouso 1,
ETCC e o repouso 2 (p=0,544; β=0,085; π=0,064), conforme os seguintes
valores da figura 26.
Figura 26: Gráfico da média dos valores de LFnu normalizado (ms²) durante o rep 1, ETCC e o
rep 2.
Não houve diferença estatisticamente significativa na interação da
condição anódica e placebo, nos valores de HFnu normalizado, durante o
repouso 1, ETCC e o repouso 2 (p=0,69; β=0,08; π=0,02), conforme os
seguintes valores da figura 27.
Figura 27: Gráfico da média dos valores de HFnu normalizado (ms²) durante o rep 1, ETCC e o
rep 2.
Não ocorreram diferença significativa na interação da condição anódica
e placebo, no repouso 1, ETCC e o repouso 2 nos valores de LF/HF com
(p=0,64; β=0,10; π=0,03), conforme os seguintes valores da figura 28.
Figura 28: Gráfico da média dos valores de LF/HF (ms²) durante o rep 1, ETCC e o rep 2.
Não foram encontradas diferenças significativas na média dos intervalos
RR realizado a cada 10 minutos durante no repouso 3, isto, na interação da
condição anódica e placebo, com valores (p=0,67; β=0,09; π=0,03), conforme
os seguintes valores da figura 29.
Figura 29: Gráfico da Média dos intervalos RR durante no repouso 3.
Na análise do poder total (PT) não houve diferenças significativas, nos
momentos de análise realizadas a cada 10 minutos durante no repouso 3, na
interação da condição anódica e placebo, com valores (p=0,75; β=0,08;
π=0,02), conforme os seguintes valores da figura 30.
Figura 30: Gráfico da média do poder total (ms²) durante o rep 3.
A análise dos valores de LF absoluto não apresentaram diferenças
significativas, nos momentos de análise realizadas a cada 10 minutos durante o
repouso 3, na interação da condição anódica e placebo, com valores (p=0,44;
β=0,20; π=0,07), conforme os seguintes valores da figura 31.
Figura 31: Gráfico da média dos valores de LF absoluto (ms²) durante o rep 3.
Os valores de HF absoluto não apresentaram diferenças significativas,
nos momentos de análise realizadas a cada 10 minutos durante o repouso 3,
isto, na interação da condição anódica e placebo, com valores (p=0,74; β=0,08;
π=0,02), conforme os seguintes valores da figura 32.
Figura 32: Gráfico da média dos valores de HF absoluto (ms²) durante o rep 3.
Não houve diferença estatisticamente significativa na interação da
condição anódica e placebo, nos valores de LFnu normalizado, no repouso 3
(p=0,30; β=0,22; π=0,10), conforme os seguintes valores da figura 33.
Figura 33: Gráfico da média dos valores de LFnu normalizado (ms²) durante o rep 3.
Não houve diferença estatisticamente significativa na interação da
condição anódica e placebo, nos valores de HFnu normalizado, durante o
repouso 3 (p=0,21; β=0,30; π=0,13), conforme os seguintes valores da figura
34.
Figura 34: Gráfico da média dos valores de HFnu normalizado (ms²) durante o rep 3.
Não ocorreram diferença significativa na interação da condição anódica
e placebo, no repouso 3 nos valores de LF/HF com (p=0,64; β=0,10; π=0,03),
conforme os seguintes valores da figura 35.
Figura 35: Gráfico da média dos valores de LF/HF (ms²) durante o rep 3.
COMPORTAMENTO DA FREQUÊNCIA CARDÍACA
A média da FC durante cada 5 minutos do rep1, ETCC e rep2, não
apresentou diferenças significativas na interação da condição anódica e
placebo, com valores (p=0,63; β=0,12; π=0,03), conforme os seguintes valores
da figura 36.
Figura 36: Gráfico da média dos valores de FC (bpm) durante o rep 1, ETCC e o rep 2.
A média da FC durante cada 5 minutos do rep3, não apresentou
diferenças significativas na interação da condição anódica e placebo, com
valores (p=0,35; β=0,18; π=0,07), conforme os seguintes valores da figura 37.
Figura 37: Gráfico da média dos valores de FC (bpm) durante o rep3.
Não foi possível observar diferenças significativas na média da FC
durante cada 6 minutos do exercício de força, o que corresponde a execução
do exercício e do intervalo de recuperação, sendo isto na interação da
condição anódica e placebo, com valores (p=0,26; β=0,20; π=0,11), conforme
os seguintes valores da figura 38.
Figura 38: Gráfico da média dos valores de FC (bpm) durante o Exercício de força.
Não foram detectadas diferenças significativas na média da FC durante
cada 5 minutos do exercício aeróbio na interação da condição anódica e
placebo, com valores (p=0,55; β=0,13; π=0,04), conforme os seguintes valores
da figura 39.
Figura 39: Gráfico da média dos valores de FC (bpm) durante o Exercício aeróbio.
COMPORTAMENTO DA PERCEPÇÃO SUBJETIVA DE ESFORÇO – BORG
Não houve diferença estatisticamente significativa na interação da
condição anódica e placebo, nos valores da escala subjetiva de esforço
durante o exercício de força (p=0,73; β=0,10; π=0,03), conforme os seguintes
valores da figura 40.
Figura 40 - Gráfico da média dos valores da escala subjetiva de esforço – Borg adaptado (1-10)
durante o exercício de força.
Não houve diferença estatisticamente significativa na interação da
condição anódica e placebo, nos valores da escala subjetiva de esforço do
exercício aeróbio (p=0,59; β=0,11; π=0,04), conforme os seguintes valores da
figura 41.
Figura 41 - Gráfico da média dos valores da escala subjetiva de esforço – Borg adaptado (1-10)
durante o exercício aeróbio.
FORÇA MANUAL
Não foram observadas diferenças significativas na interação entre as
condições anódica e placebo, com valores de delta na PAS (p=0,71; β= 0,06;
π= 0,01), PAD (p=0,85; β= 0,05; π= 0,03) e PAM (p= 0,97; β= 0,05; π= 0,00)
após a aplicação da força manual, conforme descrito na tabela 3.
Além disso, não ocorreram diferença estatisticamente significativa na
interação da condição anódica e placebo, nos valores da Força de Preensão
Manual na mão esquerda (p=0,30; β=0,70; π=0,20) e direita (p=0,44; β=0,24;
π=0,07), conforme observado na tabela 3.
Tabela 3: Comparação dos Dados da Força de Preensão Manual nas condições anódica e
placebo (n=12)
Placebo Anódica Interação A*P
T1 (x̅ ± σ) T2 (x̅ ± σ) T1 (x̅ ± σ) T2 (x̅ ± σ) P Β Π
PAS (mmHg)
PAD (mmHg)
PAM (mmHg)
14±11
2±6
6±7
21±15
2±8
8±9
17±11
4±6
15±5
24±12
4±9
14±9
0,71
0,85
0,97
0,06
0,05
0,05
0,01
0,03
0,00
FMD (Kgf) 25,44±7,8 26,08±7,9 25,26±8,0 25,98±7,2 0,30 0,70 0,20
FME (Kgf) 24,60±6,2 24,97±6,1 24,61±6,0 26,63±5,5 0,44 0,24 0,07
Legenda: Interação das condições anódica e placebo (A*P); tempo de aferição e medição no
teste (T1) e (T2); Delta da Pressão Arterial Sistólica (PAS); Delta da Pressão Arterial Diastólica
(PAD); Pressão Arterial Média (PAM); Força Manual Direita (FMD); Força Manual Esquerda
(FME); índice de significância (p); poder observado (β); diferença interquartil (π); Média (x̅);
desvio padrão (σ).
CONSUMO DE KCAL/L NO EXERCÍCIO AERÓBIO
Não foram observadas diferenças significativas na interação entre as
condições anódica e placebo, no consumo energético (Kcal/L), a qual
apresentou (p=0,35; β= 0,14; π= 0,07), isto, durante o exercício aeróbio,
conforme os seguintes valores da figura 42.
Figura 42 - Gráfico do consumo de Kcal/L durante o exercício aeróbio.
TRABALHO TOTAL (W) NO EXERCÍCIO AERÓBIO
Não foram observadas diferenças significativas na interação entre as
condições anódica e placebo, no trabalho total (W) exercido durante o exercício
aeróbio (p=0,35; β= 0,14; π= 0,07), conforme os seguintes valores da figura 43.
Figura 43 - Gráfico do consumo de Kcal/L durante o exercício aeróbio.
DISCUSSÃO
Ao analisar os resultados em relação ao comportamento dos deltas da
PAS, PAD e da PAM não foi possível detectar diferenças entre as condições
anódica e placebo, seja nos momentos de rep 1, 2 e 3, na ETCC, após a força
de preensão manual, no exercício aeróbio e de força.
A pesquisa de Cogiamanian e colaboradores (2010) e de Montenegro e
colaboradores (2011), corroboram estes resultados. Entretanto, está última
pesquisa mencionada só corrobora os achados em relação à aplicação em
indivíduos não atletas, pois, os pesquisadores ao avaliarem o controle
autonômico com a estimulação por ETCC, não detectaram mudanças
significativas em jovens saudáveis não atletas. Todavia, ao analisar os
resultados no grupo de indivíduos atletas foi possível identificar diferenças
significativas, contudo, tal estudo estimulou o córtex temporal (MONTENEGRO
et al., 2011).
A pesquisa de Raimundo e colaboradores (2012), também apresentou
no controle autonômico, diferenças significativas no que tange a modulação da
PA, assim como, os achados em relação ao grupo de atletas do estudo de
Montenegro e colaboradores (2011). Ainda, ao analisar estas pesquisas que
apresentaram diferenças significativas na modulação autonômica, um dado
importante de ser ressaltado, seria a região cerebral estimulada, sendo essa
correspondente à região do córtex temporal esquerdo.
Sendo assim, esperava-se que ao estimular o córtex motor acontecesse
o mesmo efeito, mesmo que através de mecanismos distintos, em face da
hipótese de ocorrer uma diminuição da PAS, PAD e PAM após a ETCC
anódica quando comparada a situação placebo. Estes mecanismos são
propostos baseados em dois pressupostos: a) o primeiro seria que ao estimular
o córtex motor, este por sua vez, poderia de maneira adjacente ocasionar uma
excitação na medula ventrolateral. Está última seria uma das estruturas
responsáveis pelo controle da PA e em parte também por exercer influências
no controle das noradrenalinas (COGIAMANIAN et al., 2010).
b) A segunda possibilidade seria que após a estimulação do córtex
motor, isto, levaria a um aumento na eficiência mecânica da tarefa motora.
Então, modificando a relação VO2 – potencia. Portanto, faria com que o
indivíduo alcançasse uma intensidade maior durante o exercício, o que levaria,
teoricamente, a um efeito hipotensor pós-exercício aumentando
(COGIAMANIAN et al., 2010; VILTART et al., 2003).
Assim, ocorreria um aumento na excitabilidade neuronal, através dos
estímulos elétricos positivos, oriundos da técnica anódica, estes estímulos
provocariam um aumento dos disparos neuronais. Isto influenciaria no
comportamento da PA, contudo, não foi o que ocorreu, refutando a hipótese de
diminuição da PAS, PAD e PAM na situação anódica, quando comparada a
situação placebo.
Então, diante dos resultados do presente estudo, é possível identificar
que o primeiro mecanismo só aconteceria se os indivíduos tivessem
apresentado um aumento da atuação adrenérgica, variável que não foi medida
no presente estudo. Isto, através de uma diferença significativa no controle
autonômico, representado por um aumento da atividade parassimpática e
diminuição da atividade simpática, mas não ocorreu, podendo ser verificado
nos resultados obtidos de variabilidade. O segundo mecanismo para ocorrer,
os indivíduos teriam que aumentar significativamente a eficiência mecânica, ou
seja, aumentar o trabalho, o que também não ocorreu.
O estudo de Hamner e colaboradores (2015) também não identificaram
diferenças significativas ao estimularem o córtex motor e avaliarem respostas
cardiovasculares, além da percepção de dor. Então, corroborando aos
resultados do presente estudo. Além disso, os autores identificaram respostas
cardiovasculares similares às encontradas no presente estudo, pois, tanto a
PA, quanto a FC apresentavam uma tendência de redução quando
comparadas a outras situações análogas a ETCC anódica.
Outros resultados que não apresentaram diferenças significativas foram
em relação ao delta da PAS, PAD e PAM observados em seguida a FM2. Além
destes, os escores de força manual entre as condições anódica e placebo
também não apresentaram diferenças significativas. Deste modo, pode ser
compreendido que a ETCC anódica tanto não foi capaz de modular a força
após a FM2, quanto também não exerceu influencia na PA em idosos
fisicamente ativos.
No presente estudo esperava-se que a PA aumentasse, mas em níveis
menores na condição anódica quando comparada a situação placebo durante e
após as sessões de exercícios. Assim como era esperado que em situação de
estresse muscular, como acontece no teste da força de preensão manual
máxima, a ETCC anódica fosse capaz de modificar o potencial motor evocado.
No presente estudo, era esperado que ocorresse uma situação
semelhante à pesquisa de Hendy e Kidgell (2013), que ao estimularem o córtex
motor encontraram mudanças no potencial motor evocado. A pesquisa foi
realizada com um grupo controle e outro que recebia a estimulação por meio
da ETCC sob o córtex motor esquerdo, em ambas as situações os indivíduos
após a ETCC executaram um treino de força isométrica para os extensores de
punho durante três semanas. Os pesquisadores apresentaram em seus
resultados um aumento no potencial motor evocado de 15%, 20% e 25% a
cada semana do treinamento, isto, para uma carga de 50% da força isométrica
máxima.
Na pesquisa de Hendy e Kidgell (2013) citada anteriormente, é
importante ressaltar que todos os indivíduos eram destros. Além disso, a região
do córtex motor esquerdo estimulada pelos pesquisadores, apresenta uma
grande representatividade de influência sobre os aspectos da força muscular e
aprendizado nos membros direito. Isto, sendo referenciado pelo cruzamento do
controle neuronal. Portanto, ao estimularem o córtex motor esquerdo e avaliar
a força isométrica no membro direito, os autores encontraram diferenças
significativas quando comparada a situação placebo. Todavia, o presente
estudo ao estimular o córtex motor esquerdo em idosos destros, semelhante à
pesquisa citada, não identificou diferenças significativas nos resultados de
força da preensão manual. Entretanto, a população do presente estudo é de
idosos diferentes da pesquisa citada que foi realizada com jovens saudáveis.
Outra possível explicação para este aumento da força seria por um
aprimoramento no controle da mesma, através de um melhor domínio intra e
intermuscular ocasionado pela ETCC. Diante disso, a pesquisa de Madhavan e
colaboradores (2011), ao estimularem o córtex motor por ETCC bi-hemisférica
com 2mA durante 15 minutos, avaliaram o controle muscular voluntário do
tornozelo de indivíduos paréticos, por meio de testes motores, identificaram um
aumento no controle intramuscular. Um fator a ser debatido, é a técnica de
estimulação, pois a ETCC neste caso foi aplicada simultaneamente nos dois
córtices motores. Isto pode ter contribuído para estimular a região mais central
de cada córtex, a qual possui uma maior representatividade dos membros
inferiores.
A aplicação da ETCC no estudo de Madhavan e colaboradores (2011)
que utilizou a técnica de montagem bi-hemisférica, a qual diverge do presente
estudo que alocou os eletrodos nas regiões do córtex motor e pré-frontal. É
possível que essa maneira de disposição dos eletrodos explique o fato do
estímulo não ter sido significativo no presente estudo. Outro fator importante é
a utilização da estimulação magnética transcraniana (EMT), realizada pelos
autores para identificar se a região estimulada é a mesma responsável por
aumentar o potencial motor evocado na musculatura que está sendo estudada.
Contudo, este é um fator limitante no presente estudo, pois, não houve a
possibilidade de ser realizado a EMT anterior a ETCC, não havendo verificação
prévia do efeito da ETCC ao estimular determinada região.
O estudo de Ochi e colaboradores (2013) também submeteram
indivíduos sobreviventes de AVE a ETCC bi-hemisférica sob o córtex motor,
mas, apenas com 1mA e durante 10 minutos. Os pesquisadores encontraram
diferenças significativas no controle intermuscular, por meio de tarefas motoras
que apresentaram uma redução nos efeitos da hemiparesia no braço. Contudo,
não ocorreu tal fato no pressente estudo ao estimular o córtex motor esquerdo,
refutando assim a hipótese de que o comportamento motor apresentasse uma
melhora nas respostas neuromusculares, mediante a uma maior eficiência na
ativação da musculatura exigida durante o exercício. Os resultados
divergentes, talvez, sejam explicados pelo fato dos indivíduos com AVE da
pesquisa citada serem muito debilitados, em contrapartida, os idosos do
presente estudo que são fisicamente ativos.
A melhora das respostas neuromusculares era esperada principalmente
no teste de preensão manual com a mão direita, mediante ao cruzamento de
controle neuronal exercido sob o corpo. Então, a função motora da mão direita
seria relacionada com o córtex motor esquerdo, além disso, é sabido que a
região cerebral correspondente a área C3 do sistema EEG 10-20 exerce
grande representatividade no córtex motor, em especial à área das
musculaturas da mão, (MACHADO, 2010), o qual foi estimulado pela corrente
anódica no presente estudo.
Além disso, as pesquisas Costa e colaboradores (2012) e Tyress e
colaboradores (2009) correlacionam o aumento da força de preensão manual
com o aumento da força muscular dos membros inferiores. Então, outra
expectativa era que ocorresse um aumento na força muscular em geral,
principalmente por considerar a influência do córtex motor na contração
muscular. Nessa conjuntura, os indivíduos teriam um maior disparo neuronal,
que por sua vez, provocaria uma maior excitação muscular induzindo a um
maior número de motoneurônios mobilizados. Em nosso estudo, porém isso
não foi mensurado, logo, sendo uma limitação a ser considerada.
A ETCC anódica aplicada ao córtex motor também seria capaz de
aumentar o controle motor especifico, através de uma diminuição da co-
ativação da musculatura antagonista e um aumento da ação agonista
(ANDRADE et al., 2011). Com isso, esses dois fatores distintos iriam influenciar
na geração de força, tanto pela musculatura agonista que poderia exercer
maior força, quanto que por meio de uma inibição da musculatura antagonista,
logo, era de se esperar que se alcançasse um escore de força mais alto
(HENDY; KIDGELL, 2014).
A fadiga em intensidades submáximas, seria outro fator limitante para a
geração de força, pois quanto mais cansado o indivíduo estiver, menos força
ele tende a gerar. Sendo que a ETCC anódica também influencia na percepção
de fadiga, conforme verificado por Williams e colaboradores (2013), os quais
sugeriram ainda que essa menor percepção de fadiga poderia ser provocada
por um aumento de unidades motoras recrutadas.
No presente estudo, não foi possível verificar mudanças significativas na
PSE, refutando a hipótese de diminuição da percepção de fadiga muscular. As
pesquisas de Kan e colaboradores (2013) e Hendy e Kidgell (2013) também
não identificaram diferenças significativas na PSE e na força muscular
dinâmica de indivíduos jovens, submetidos a ETCC anódica em comparação
com a situação placebo, dessa maneira ficando em consoante com os
resultados desta pesquisa realizada com indivíduo idosos.
A hipótese de uma carga de trabalho total maior do presente estudo foi
refutada. Essa premissa foi considerada, diante do fato de que, por intermédio
da ETCC anódica, seria possível alcançar um nível maior de força muscular,
associada a uma maior eficiência motora, além de uma menor PSE
(COGIAMANIAN et al., 2007; MURRAY et al., 2015).
Esta multiplicidade de fatores conduziria a uma produção maior de
trabalho total durante o exercício aeróbio, quando comparada à técnica anódica
em relação à situação placebo. Mas, isto considerando o mesmo gasto calórico
em Kcal/L, frente a um esforço físico similar ou mesmo menor advindo da
eficiência motora aprimorada (MONTENEGRO et al., 2014).
Ao considerar a hipótese de um maior trabalho total durante o exercício
aeróbio na presente pesquisa e os resultados da pesquisa de Montenegro e
colaboradores (2014), que verificou um aumento do EPOC, após a associação
da ETCC com exercício físico isocalórico. Então, mediante a esta conjuntura
hipotética de uma maior demanda de esforço físico durante o exercício aeróbio
e aos resultados apresentados na pesquisa citada, foi pautada a hipótese de
um aumento no EPOC do presente estudo, mas que foi refutada.
O estudo de Angius e colaboradores (2015) corrobora o presente
estudo. Os pesquisadores ao submeterem jovens saudáveis à técnica de
ETCC com montagem similar à do presente estudo, mas por 10 minutos de
duração com 2mA, associada ao exercício com cargas máximas de VO2 na
bicicleta ergométrica até o tempo de exaustão, não encontraram diferenças
significativas no consumo de O2. Era esperado na pesquisa, que este método
de intervenção fosse capaz de apresentar diferenças significativas nas
respostas de dores durante o exercício, assim como, nas alterações no
consumo de O2.
É possível notar nos resultados do presente estudo que o consumo de
oxigênio, o delta da PA, a escala subjetiva de esforço e a carga total de
trabalho apresentaram uma tendência de diferença da condição anódica,
quando comparada ao placebo. Esses resultados, talvez, pudessem apresentar
diferenças significativas se os dados investigados fossem coletados em uma
amostra maior da população idosa.
Outra questão é a população do presente estudo, pois não foram
identificados estudos que tratassem da população idosa no que tange o uso da
ETCC e exercícios físicos, sendo isso baseado nas pesquisas abordadas por
este estudo. Além disso, é possível que se tivesse sido realizado um estudo
crônico, ao invés de agudo com essa população, pudessem ser encontrados
diferenças nos resultados.
No que tange as mudanças cardiocirculatórias, a VFC e a FC não
apresentaram diferenças significativas, refutando a hipótese que a ETCC
anódica fosse capaz de modular o comportamento autonômico da atividade
simpática, parassimpática e do balanço simpatovagal. Além da hipótese que a
atividade parassimpática aumentasse o seu domínio na VFC e a hipótese de
que a média da FC apresentasse um nível mais alto quando comparadas a
situação placebo, isto, durante o exercício aeróbio reflexo de um trabalho total
maior na condição anódica. Assim como investigado pelo presente estudo,
Hamner e colaboradores (2015) ao analisarem as respostas cardiovasculares,
estimulando a região do córtex motor, não encontraram diferenças
significativas em jovens saudáveis.
Todavia, no estudo de Montenegro e colaboradores (2011) detectou
diferenças significativas no controle autonômico, apesar dos autores
estimularem o córtex temporal de indivíduos atletas, diferente do presente
estudo que estimulou o córtex motor. Contudo, ainda sobre a pesquisa de
Montenegro e colaboradores (2011) ao realizar o mesmo procedimento em
indivíduos não atletas não foram observadas mudanças significativas. Já ao
investigar a FC o grupo de Vitor-Costa e colaboradores (2012) também não
identificou diferenças em seu comportamento, corroborando os resultados
obtidos nessa pesquisa, apesar, desta ter sido realizada com atletas,
diferentemente do presente estudo que foi realizado com idosos.
Entretanto, os resultados de Clancy e colaboradores (2014) convergem
com o presente estudo. Os pesquisadores ao estimularem o córtex motor
primário esquerdo, por montagem bi-hemisférica detectaram mudanças
significativas na FC, PA e no domínio da atividade autonômica, por conta de
uma maior predominância simpática após e durante a ETCC anódica. Ainda,
cabe ressaltar que a pesquisa foi realizada com jovens saudáveis, mas em um
menor tempo e amperagem de estimulação, sendo respectivamente de 15
minutos à 1 mA, quando comparada ao presente estudo que ao estimular o
córtex motor esquerdo, mas por um tempo de 20 minutos e 2 mA, não detectou
diferenças significativas.
Desta maneira contrariando não somente o presente estudo, mas a
literatura sobre a ETCC, pois, é esperado que quanto maior o tempo de
duração e a amperagem que os indivíduos são submetidos, maiores seriam os
efeitos da estimulação. Isto, devido à relação de dependência com o tempo e a
intensidade da corrente (BRUNONI et al., 2012). Todavia, a montagem dos
eletrodos, é um fator limitante, pois, o estudo de Clancy e colaboradores (2014)
fez uso da montagem bi-hemisférica (estimulando os dois lados do córtex
motor primário) e o presente estudo realizou uma estimulação através do
córtex motor e do córtex pré-frontal.
A literatura cientifica não apresenta um consenso, não somente acerca
dos possíveis resultados que a ETCC possa ocasionar em relação a
intensidade e duração da estimulação ou da montagem dos eletrodos. Assim
como o córtex cerebral que se deseja estimular, pois, tanto Clancy e
colaboradores (2014), quanto Montenegro e colaboradores (2011) encontram
diferenças significativas no comportamento autonômico, estimulando regiões
cerebrais distintas. Essas diferenças encontradas ao estimularem regiões
cerebrais distintas, talvez, seja explicada pela forma de propagação da corrente
da ETCC não ser linear, o que pode influenciar regiões adjacentes (NITSCHE
et al., 2002), além de regiões cerebrais diferentes, poderem exercer influência
sob um mesmo mecanismo fisiológico ou mecânico (MACHADO, 2010).
Além disso, a pesquisa de Montenegro e colaboradores (2011) que
aplicou a ETCC sob o córtex temporal por 20 minutos com uma intensidade de
2 mA, aponta para possibilidade de indivíduos atletas apresentarem no controle
autonômico uma maior sensibilidade ao efeito da ETCC quando comparados a
jovens não atletas. Isto, talvez, ocorra pelo fato desta população de atletas
estarem muito próximo dos limites autonômicos para uma mudança
significativa após o uso da ETCC anódica, sendo isso considerado pela
treinabilidade que os indivíduos atletas apresentam. Então, uma mudança na
excitação dos mecanismos neuronais no córtex temporal, poderia ser capaz de
modular a ação neuronal (VITOR-COSTA et al., 2011).
A aplicação da ETCC com diferentes métodos de execução também
apresentou eficácia quando associada ao exercício físico, em populações que
possuíssem algum fator que diminuísse a capacidade fisiológica ou mecânica
na execução de exercícios físicos, como indivíduos sobreviventes de AVE
(PARK et al., 2015; VON REIN et al., 2015). Diante disso, é possível que a
população também seja um dos fatores que contribuíram para divergir dos
resultados nos estudos abordados, logo que estes foram realizados com jovens
saudáveis ou indivíduos que apresentassem alguma debilidade motora ou
fisiológica. Entretanto, o presente estudo divergiu dos demais por ter sido
realizado com indivíduos idosos.
A pesquisa de Barbeito (2015) ao submeter indivíduos jovens a técnica
de ETCC sob o córtex motor por 20 minutos com 2 mA, associada a testes de
esforço máximo no cicloergômetro, não identificou diferenças significativas. A
autora especula que os jovens normotensos ou pré-hipertensos que não
possuem uma prática no exercício aeróbio realizado em cicloergômetro, podem
apresentar uma fadiga periférica anterior à fadiga central, limitando desta
maneira possíveis efeitos da ETCC no consumo de O2. Sendo assim, é
possível que tenha acontecido semelhantemente o mesmo no presente estudo,
pois, os indivíduos idosos ao serem submetidos ao exercício em bicicleta
ergométrica, apresentaram grande fadiga de componente periférico.
É possível que o exercício realizado em cicloergômetro possa ter
contribuído para uma maior fadiga periférica. Sendo assim, é possível que os
efeitos das adaptações centrais da ETCC no presente estudo, não tenham tido
tempo de interferir nos componentes centrais como do consumo de O2 e no
controle autonômico, conforme apresentado nas pesquisas de Montenegro e
colaboradores (2011; 2013) e Clancy e colaboradores (2014).
A VFC e a FC também podem não ter apresentado diferenças
significativas, por ter sido ofertado um método de esforço físico, com
intensidade aquém da necessária para se alcançar adaptações
cardiocirculatórias quando associado a ETCC anódica. Então, por ter sido
determinado um limiar submáximo em 65% de esforço físico aeróbio, talvez,
este não tenha sido suficiente para solicitar uma demanda física em que a
ETCC anódica pudesse modificar o comportamento fisiológico e mecânico na
capacidade aeróbia. Essa é uma hipótese levantada acerca dos fatos
encontrados na literatura cientifica até o momento, pois, tanto indivíduos atletas
por terem uma capacidade física mais elevada, quanto indivíduos com
capacidade física reduzida (como exemplo: pessoas pós AVE) estão mais
próximos do limiar fisiológico máximo.
Outra possível explicação, seria que os métodos aplicados nas
pesquisas abordadas ao longo do trabalho, podem ter sido realizados em uma
situação de esforço físico máximo ou próximo ao máximo. Portanto, bastaria
uma interferência mínima para mudar o comportamento fisiológico e motor
destes indivíduos, ao contrário do que acontece em indivíduos saudáveis, mas
não ativos e idosos.
É possível também que os idosos por apresentarem uma diminuição nas
atividades cerebrais, além das mudanças na anato-fisiologia dos tecidos e
função cerebral ocasionada pelo envelhecimento (MACHADO, 2010), pode ser
um fator limitante no presente estudo. Isto pode fazer com que ocorra uma
diminuição na sensibilidade à ETCC anódica quando aplicada em associação
ao exercício físico. Além disso, é possível que o ergômetro escolhido tenha
sido um fator limitante para a prática dos exercícios aeróbio, pois, a população
idosa no presente estudo relatou grande desconforto periférico durante o
exercício aeróbio, o qual foi alcançado antes da fadiga central ou aeróbia.
CONCLUSÃO
Em função dos resultados obtidos nesta pesquisa, é possível afirmar que
a ETCC associada ao exercício físico concorrente em idosos, não apresentou
diferenças significativas no domínio da atividade parassimpática e tampouco
nos índices da VFC. Desta maneira, refutou as duas primeiras hipóteses do
estudo. A ETCC aplicada no córtex motor, também não foi capaz de influenciar
no comportamento motor e na FC, sendo assim, refutou a quinta e oitava
hipótese.
O consumo de oxigênio, o delta da PA e a escala subjetiva de esforço,
assim como a carga total de trabalho, apesar de apresentaram uma tendência
de diferença na comparação entre a condição anódica e placebo, está, ainda
não foi capaz de modificar de maneira significativa com os resultados. Portanto,
as hipóteses três, quatro, seis e sete também foram refutadas.
Além disso, não teria como ter a certeza que o córtex motor foi
realmente o córtex estimulado, pois, não foi avaliado por nenhuma técnica se
tal córtex estava sendo alcançado pela ETCC. Sendo isso possível de ser
avaliado pelo aumento da perfusão sanguínea cerebral (ex: doppler), ou pela
precisão da região estimulada, por meio da aplicação anterior a ETCC da EMT.
Todavia, não é possível até o momento precisar se a ETCC sob o córtex motor
pode exercer influência em indivíduos idosos, quando submetidos a sessões de
exercício físico
Portanto, sugere-se que sejam realizados estudos futuros comparando a
ETCC anódica com a situação placebo. Isto, em situações de estimulação do
córtex cerebral análogas, ou seja, comparando a técnica da ETCC mediante a
mesma intensidade da corrente, do tempo e disposição dos eletrodos em
regiões cerebrais diferentes, podendo ser o córtex temporal e o córtex motor.
Além de pesquisas que se proponham em investigar diferenças nas
populações frente ao uso da ETCC, logo, comparando idosos com jovens.
Todavia, uma sugestão para estudo futuros, seria no que tange ao ergômetro
utilizado em exercícios aeróbios, pois, em se tratando de populações com
baixos níveis de experiência e condicionamento físico em bicicleta ergométrica,
talvez, uma possibilidade seria comparar ergômetros como bicicleta e esteira
ergométricas.
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ANEXO 1:
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Projeto:Avaliação das variáveis cardiorrespiratórias e das respostas neuromusculares,
mediante o uso da estimulação transcraniana por corrente contínua.
Pesquisador responsável: Jonas Lírio Gurgel
Escola de Enfermagem Aurora Afonso Costa – Universidade Federal Fluminense Telefone para contato: (21) 2629-2809
Nome do voluntário: __________________________________________________________
Idade: __________________________ RG: __________________________
Você está sendo convidado a participar do projeto de pesquisa: Avaliação das variáveis cardiorrespiratórias e das respostas neuromusculares, mediante o uso da estimulação transcraniana por corrente contínuade responsabilidade do pesquisador Jonas Lírio Gurgel. Este projeto de pesquisa segue os padrões éticos e foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas da Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense e pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP –Brasília) do Conselho Nacional de Saúde (Ministério da Saúde). Justificativa: O número de idosos cresce em todo o mundo, e o envelhecimento acarreta consigo uma perda gradativa em diversos aspectos da saúde dos indivíduos e isto poderá aumentar os riscos de doenças. Com o objetivo de minimizar esses aspectos do envelhecimento são necessárias mudanças nos hábitos alimentares e a inserção de atividades físicas na rotina, que podem diminuir as chances de doenças. A atividade física como prevenção de doenças nos últimos anos vem ganhando força, através de dados científicos que associam a prática do exercício à saúde, contudo grande parte da população ainda são de sedentários. Por isso, medidas que facilitem a adesão em programas de exercícios físicos com treinos concorrentes (aeróbio e força) são necessárias. Portanto é crescente a necessidade de técnicas que aumentem os efeitos benéficos e o desempenho físico, na qual a técnica da ETCC está contida e é apresentada como uma maneira de alcançar esses objetivos mais facilmente. Objetivo: O objetivo do estudo é verificar se o efeito da aplicação da ETCC (anódica) provoca alterações nas variáveis neuromusculares e cardiorrespiratórias durante e após o exercício concorrente. Procedimentos: Serão avaliadas as medidas antropométricas da massa corporal e estatura. Em seguida, um teste de esforço incremental máximo em ciclo ergômetro e um teste de 12 repetições máximas com 8 exercícios de força diferentes, durante os testes serão coletados o sinal eletromiográfico e eletrocardiográfico, além da frequência cardíaca e as varíaveis respiratórias e dos mecanismos da pressão arterial. Além disso, será realizado outras três visitas para a aplicação dos testes com exercícios aeróbios e forças, após estimulação transcraniana por corrente contínua (anódica e placebo) baseados em um treino concorrente, sendo coletadas as mesmas variáveis. Desconfortos ou riscos esperados: O desconforto esperado pela aplicação de ambos os testes de esforço incrementais e teste de 12 repetições máximas (cansaço, dor na musculatura exercitada, incapacidade continuar a tarefa motora exigida), e na estimulação transcraniana por corrente contínua é esperado uma leve sensação de coceira no local que estiver sendo estimulado. Porém, todas as medidas de precaução serão tomadas (acompanhamento constante e interrupção do teste, se necessário) para reduzir as possibilidades de complicações e quaisquer efeitos indesejáveis. O voluntário poderá interromper sua participação no estudo a qualquer momento, sem necessidade de justificativa prévia.
Benefícios: Os resultados de todos os exames antropométricos realizados serão entregues gratuitamente. Os voluntários receberão respostas ou esclarecimentos a qualquer dúvida acerca dos procedimentos, riscos, benefícios e outros assuntos relacionados com a pesquisa.Será mantido o caráter confidencial das informações relacionadas com a sua privacidade, sendo oferecido, por parte da instituição, tratamento médico em caso de danos diretamente causados por esta pesquisa. Eu, __________________________________________, RG nº _______________________,
declaro ter sido informado e concordo em participar, como voluntário, no projeto de pesquisa
acima descrito.
Niterói, _____ de ____________ de _______
_________________________________ _______________________________ Nome e assinatura do paciente Testemunha