Leitura e juventude: novos tempos, novo dilemas (Em busca de ser) Os leitores irritam, como os...

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Leitura e juventude: novos tempos, novo dilemas

(Em busca de ser) 

Os leitores irritam, como os namorados, como os viajantes, porque temos pouco domínio dobre eles – escapam-nos.

Michèle Petit 

Miguel Rettenmaier (UPF)

1. Princípios• Básico:

– Professor é  o ou a “cara”

Cara (cf. Aurélio)Substantivo feminino

1.V. rosto (1).2.Semblante, fisionomia.3.Aspecto, ar.4.Ousadia, coragem.

Cara (gíria)- Autoridade – ser “a” autoridade

Ponto/nó

Em conexão/nós

Em rede

Em redes

Múltipolos nós

Identidades

Mais uns princípios.. Ou negativas(Rettenmaier, 2009)

• a mediação de leitura literária e a formação dos

leitores não se necessitam restringir unicamente a livros de literatura infanto-juvenil apresentados a jovens de ensino fundamental, mas pelo trabalho continuado (e aprofundado) com textos artísticos entre adolescentes do ensino médio;

• o trabalho com literatura no ensino médio, a bem da atualidade de temáticas, linguagens e conteúdos, não necessita estar exclusivamente vinculado à história da literatura, com ênfase no que se convenciona chamar “obras clássicas”;

Mais uns princípios... Ou negativas (Rettenmaier, 2009)

• os currículos escolares de literatura, em respeito à necessidade e às preferências dos jovens da atualidade, não devem ser excludentes no que se refere à leitura de códigos iconográficos, permitindo o trabalho com inúmeros suportes e linguagens;

• a formação de leitores não deve ser função restrita ao professor de língua portuguesa, e o conhecimento da literatura não deve ser “conteúdo” exclusivo do currículo de literatura brasileira.

Os jovens leitores (em formação)• Michèle PetIt

(2009)• Leitura: Possibilidade de

mobilidade no tabuleiro socialAfirmação de singularidade

• Problema: – velhos modelos de

leitura/concepção instrumentalista da linguagem

Phillipe Fassier

Modelos/concepções de leitura

Leitura - intersubjetividade

• ... Na intersubjetividade os seres humanos se constituem

• ... O leitor não é uma página em branco onde se imprime o texto

• ... [o leitor] desliza sua fantasia entre as linhas, a entremeia com a do autor.

• “As palavras do autor fazem surgir suas palavras, seu próprio texto.” (Petit, 2009, p. 32)

• “A leitura trabalha o leitor.” (Petit, 2009, p. 39)

Recomposição da identidade• Processo aberto de elaboração do espaço interior• Afirmação da singularidade – fuga ao controle:– Ter acesso ao saber

• Domínio sobre um mundo tão inconstante• Participar do mundo, compreendê-lo melhor, encontrar

espaço nele– Apropriar-se da língua

• sem ser discriminado• Sem limitar a língua ao utilitário (esquecendo o prazer de

jogar com a língua, de erotizar a língua)– Construir a si próprio

• Individualização não é uma conduta ideológica individualista

Construir a si próprio

• Quanto mais formos capazes de nomear o que vivemos, mais aptos estaremos para vivê-lo e transformá-lo. Enquanto o oposto, a dificuldade de simbolizar, pode vir acompanhado de uma agressividade incontrolada. [...]

Não atingir o outro

• Quando se é privado de palavras para pensar sobre si mesmo, para expressar sua angústia, sua raiva, suas esperanças, só resta o corpo para falar: seja o corpo que grita com todos seus sintomas, seja o enfrentamento violento de um corpo contra outro, a passagem para o ato. (Petit, 2009, p. 71)

Febre de identidade

Evolução da Mídia (Pierre Lévy)(A partir de 2000) Ubiqüidade, interconexão e animação de signos culturais (software). Computação Social. Novos sistemas de signos. Economia do conhecimento.

(A partir de 1500) auto-reprodução e difusão técnica e em massa do alfabeto e outros signos culturais. Novas linguagens (imagens em animação, etc) Progresso da notação científica. Economia industrial.

(A partir de 1000) Digitalização e universalização da escrita reduzida a trinta símbolos fonéticos. Notação de números pela posição, zero. Economia comercial.

(A partir de 3000) Memória de linguagem técnica e autônoma. Signos Ideográficos. Numerais, unidades de medida. Economia agrícola.

(A partir de 300 000) mitos, ritos, transmissão oral, memória inscrita na matéria. Ícones. Artes da memória. Economia extrativista.

OralidadeOralidade

EscritaEscrita

AlfabetoAlfabeto

Mídia de Massa

CiberespaçoCiberespaço

Leitura e tecnologiaOs náufragos

• Esses náufragos terão, assim, de apossar-se dessas partes das histórias de outros, chegadas ao sabor e ao acaso das marés e dos ventos; fazer delas partes da sua história e fazer da sua pedaços das histórias de outros; propor uma narrativa multiforme, plural, em movimento, que não apague sua individualidade, e também não se resuma a ela apenas. A partir daí, sua vida inteira muda de sentido: não mais os sentidos outorgados e contados por uma mensagem original e primeira, mas os sentidos que eles são capazes de inventar com os materiais, imagens, idéias e histórias que outros lhes dão, que eles tiram de sua precária memória, nessa trama de nós e pontos infindáveis, prenhes de sentidos possíveis. (Santos, 2003: 20)

O conectivismoO conectivismo é a integração de princípios explorados pelo caos, redes e teorias da complexidade e auto-organização. A aprendizagem é um processo  que  ocorre  dentro  de  ambientes nebulosos onde os elementos centrais estão em mudança  - não inteiramente  sob  o  controle  do  indivíduo. A aprendizagem (definida como conhecimento acionável) pode residir fora de nós mesmos (dentro de uma organização ou um banco de dados), é focada em conectar conjuntos de informações especializados, e as conexões que nos permitem aprender mais são mais importantes que nosso estado atual de conhecimento. (SIEMENS, 2004).

Relação homem/máquina

• o ser humano e o computador estão cada vez mais unidos no complexo formações físicas, psicológicas, econômicas e sociais (Hayles, 2008, p. 47)

HETERARQUIA DINÂMICA Descentralização

Novo sujeito• Um sujeito que “cresceu usando

recursos tecnológicos desde a infância: o controle remoto da televisão, o mouse do computador, o minidisc e, mas recentemente, o telefone celular, o iPod e o aparelho de mp3.” (VENN & VRAKKING, 2009, P. 12).

• É um processador ativo de informações descontinuadas, um “resolvedor” de problemas dividido em mundos reais e virtuais, proficiente em diferentes formas de comunicação e íntimo do jogo, como estratégia.

homo zappiens• Por ser assim, na essência

do que pode significar a palavra, indisciplinado, incólume às disposições, às coerções e aos limites impostos, homo zappiens é alguém que aprende muito – principalmente fora do ensino formal, razão pela qual vê na escola muito mais um lugar de encontro com amigos do que lugar de aprendizado.

Configuração psíquica do sujeito contemporâneo (Ana Maria Nicolacci-da-Costa)

Sente prazer em praticamente tudo que faz on-line

Está disposto a experimentar novas formas de ser;

É ágil e em constante movimento, mesmo com o corpo imóvel;

Habita vários espaços pela escrita;

Ganha conhecimento sobre si mesmo e suas singularidade, por escrever sobre si e ter retorno;

É centrado em si mesmo, tendo em si mesmo a única fonte de integração possível;

Está em constante processo de definição e redefinição entre o público e o privado;

Tem dificuldade para encontrar fórmulas para se proteger dos excessos da mobilidade.

Novo leitor, para Xavier:• Alguém dotado de

“autonomia de aprendizagem; criticidade sobre conceitos e definições a ser aprendidos; criatividade para utilizar os conceitos e definições e, situações não previstas” (p.42)

O amor para Carpinejar

Infelicidade masculina, macumba e amor(es)

Cafeína

• Param. As duas. Horas. As duas horas. Não param, param? Quem? As horas não param, as duas horas. Gole. Dormir é improdutivo. Goles. O produto produzido para produzir. Outro. Outro gole. O tempo não pára. Taquicardia. Otemponãopára. Sudorese. Produtoproduzidoparaproduzir. Cafeína. Cafeína. Cafeína... (In: Cafeina)

Cafeína

Sem ruído

Samir Mesquita

http://www.samirmesquita.com.br/doispalitos.html

http://tw

itter.com/docedelira

http://docedelira

.blogspot.com/

ler

ser

Referências• NICOLACI-DA-COSTA, Ana Maria. Primeiros contornos de uma nova

configuração psíquica. Caderno Cedes, nº 65, 2005.• XAVIER, Antônio. Hiperleitura e interatividade da web 2.0 Carlos.

RETTENMAIER, Miguel & RÖSING, Tania. Questões de leitura no hipertexto. Passo Fundo: UPF, 2007.

• GUILLAUME, Marc. A revolução comutativa. In: PARENTE, André (org). Tramas da rede. Porto Alegre: Sulina, 2010.

• HAYLES, Katherine, Electronic Literature. New horizons for the literary. University of Notre Dame: 2008

• LÉVY, Pierre. O que é o virtual? São Paulo: Ed. 34, 1996.• SANTOS, Alckmar. Leituras de nós. Ciberespaço e literatura. São Paulo:

Itaú Cultural, 2003. • SIEMENS, George. Connectivism: A Learning Theory for the Digital Age.

Disponível em http://www.elearnspace.org/Articles/connectivism.htm. Acesso em 20 nov.2008.

• http://carpinejar.blogspot.com• http://twitter.com/CARPINEJAR• http://vimeo.com/12579606