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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
INDICADORES BANCÁRIOS BRASILEIRO DE 1994 A 2012
Por: ricardo Alves Ferreira Cavalcante
Orientador
Prof. Ana Claudia Morrissy
RIO DE JANEIRO
2015
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
INDICADORES BANCÁRIOS BRASILEIRO DE 1994 A 2012
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em finanças e gestão
corporativa.
Por: . Ana Claudia Morrissy
RIO DE JANEIRO
2015
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus, pois sem o mesmo eu não teria forças para seguir com meu aprendizado. Em segundo lugar agradeço aos meus pais e amigos no qual me incentivaram a persistir no meu sonho e objetivos.
RESUMO
O Brasil tem sido citado como o país referência no que tange a segurança do sistema financeiro.A solidez das instituições financeiras no país, após o Plano Real, chama a atenção sobre tudo nos momentos de crise global que afetam as bases financeiras e geram uma falta de liquidez global. Com o advento do Plano Real, a fim de estabelecer a solidez das instituições financeiras através da liquidez e solvência dessas instituições e resguardar os interesses dos depositantes e investidores foi instituído o Programa de Estímulo a Reestruturação do Sistema Financeiro Nacional (PROER) em 1995. Ponto de partida para uma nova era de segurança bancária. A análise do capital de instituições financeiras identifica a forma com a qual as mesmas operam em relação aos seus patrimônios. A atividade de intermediação financeira está sujeita a intempéries do mercado, mudanças na condução da política monetária e até de interferências do aumento e diminuição de taxas de juros, assim, faz-se necessário manter níveis de segurança para manutenção das operações segundo o risco incidente nessas operações. Através dos balancetes disponibilizados pelo Banco Central do Brasil, será calculada uma série de índices financeiros de solvência, liquidez e análise do capital bancário visando ter uma comparação ao longo do tempo destes índices bancários.
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Encaixe voluntário – evolução do sistema em percentil ............................. 16
Gráfico 2 – Encaixe voluntário – comparação dos cinco maiores bancos em 2012 ...... 16
Gráfico 3 – Liquidez imediata - evolução do sistema em percentil ............................... 17
Gráfico 4– Liquidez imediata – comparação dos cinco maiores bancos em 2012 ......... 18
Gráfico 5 – Empréstimo / depósito – evolução do sistema em percentil ....................... 19
Gráfico 6– Empréstimo / depósito – comparação dos cinco maiores bancos em 2012.. 19
Gráfico 7 – Participação dos empréstimos – evolução do sistema em percentil ............ 20
Gráfico 8 – Participação dos empréstimos – comparação dos cinco maiores bancos em
2012 ................................................................................................................................ 21
Gráfico 9 – Independência financeira – evolução do sistema em percentil ................... 22
Gráfico 10– Independência financeira - comparação dos cinco maiores bancos em 2012
........................................................................................................................................ 22
Gráfico 11 – Leverage – evolução do sistema em percentil ........................................... 23
Gráfico 12 – Leverage – comparação dos cinco maiores bancos em 2012 .................... 24
Gráfico 13 – Capital / depositante – evolução do sistema em percentil ......................... 25
Gráfico 14 – Capital / depositante – comparação dos cinco maiores bancos em 2012 .. 25
Gráfico 15 – Imob. Cap. Próprio – evolução do sistema em percentil ........................... 26
Gráfico 16 – Imob. Cap. Próprio – comparação dos cinco maiores bancos em 2012 .... 26
LISTA DE TABELAS
Tabela 1– Cinco maiores bancos, por ativo total. .......................................................... 11
Tabela 2 – Indicadores de solvência, liquidez e análise do capitalpara os cinco maiores
bancos: 1996, 2004 e 2012 ............................................................................................. 15
SUMÁRIO
Introdução ......................................................................................................................... 1
O Sistema Financeiro Nacional ........................................................................................ 2
1.1. Estrutura do Sistema Financeiro Nacional ......................................................... 3
1.1.1. Subsistema de Supervisão .............................................................................. 4
1.1.1.1. Conselho Monetário Nacional .................................................................... 4
1.1.1.2. Banco Central do Brasil .............................................................................. 5
1.1.1.3. Comissão de Valores Mobiliários .............................................................. 6
1.1.1.4. Conselho Nacional de Seguros Privados .................................................... 6
1.1.1.5. Superintendência de Seguros Privados ....................................................... 6
1.1.1.6. Conselho Nacional de Previdência Complementar .................................... 7
1.1.1.7. Secretaria de Previdência Complementar ................................................... 7
1.1.2. Subsistema Operativo ..................................................................................... 7
1.1.2.1. Instituições financeiras bancárias ou monetárias........................................ 7
1.1.2.2. Instituições financeiras não bancárias ou não monetárias .......................... 7
1.1.2.3. Instituições do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos ................ 8
1.1.2.4. Agentes Especiais ....................................................................................... 8
1.1.2.5. Instituições do sistema de distribuição de títulos e valores mobiliários ..... 8
1.1.2.6. Instituições do sistema de liquidação e custódia de títulos e valores
mobiliários .................................................................................................................... 9
1.1.2.7. Instituições administradoras de recursos de terceiros................................. 9
1.1.2.8. Entidades prestadoras de serviços financeiros regulamentados ............... 10
1.1.2.9. Instituições do sistema nacional de seguros privados e de previdência
complementar ............................................................................................................. 10
1.1.2.10. Instituições prestadoras de serviços financeiros não regulamentados ...... 10
Descrição da base de dadose dos indicadores ................................................................ 11
2.1. Indicadores ....................................................................................................... 12
2.1.1. Índices de solvência e liquidez ..................................................................... 13
2.1.2. Índices de análise do capital ......................................................................... 14
Indicadores...................................................................................................................... 16
3.1. Encaixe voluntário ........................................................................................... 16
3.2. Liquidez imediata ............................................................................................ 17
3.3. Índice empréstimo / depósito ........................................................................... 19
3.4. Participação dos empréstimos .......................................................................... 20
3.5. Independência financeira ................................................................................. 22
3.6. Leverage (alavancagem) .................................................................................. 23
3.7. Relação capital / depositante ............................................................................ 25
3.8. Imobilização de capital próprio ....................................................................... 26
Conclusão ....................................................................................................................... 28
Bibliografia ..................................................................................................................... 29
1
INTRODUÇÃO
O Brasil tem sido citado como o país referência no que tange a segurança do
sistema financeiro. A solidez das instituições financeiras no país, após o Plano Real,
chama a atenção sobre tudo nos momentos de crise global que afetam as bases
financeiras e geram uma falta de liquidez global.
O gerenciamento de risco bancário brasileiro tem estado na vanguarda mundial
com adesão aos acordos de Basiléia e com o aprofundamento e a firmeza da supervisão
interna institucional no país.
O objetivo principal deste trabalho é sistematizar, organizar e analisar a base de
dados referentes aos balancetes patrimoniais mensais dos bancos em atividade no país
no período 1994-2012, disponibilizada pelo Banco Central do Brasil (BCB) em seu site
(http://www4.bcb.gov.br/fis/cosif/balancetes.asp) a fim de mostrar fatores que
contribuem para a segurança do Sistema Financeiro Nacional brasileiro.
Este trabalho contém, além dessa introdução, um capítulo dedicado a fazer um
breve histórico do Sistema Financeiro Nacional e mostrar as instâncias deste e suas
estruturas que contribuem para o funcionamento e a segurança que analisaremos, um
capítulo que é dedicado a explicar a base de dados juntamente com os indicadores
utilizados, um capítulo que mostra em gráficos os indicadores em séries históricas a
partir do plano real em junho de 1994 até dezembro de 2012, período proposto pelo
estudo e uma conclusão.
2
CAPÍTULO I
O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
A origem do Sistema Financeiro Nacional Brasileiro confunde-se com a história
bancária brasileira. Com a vinda da família real portuguesa para o Brasil, a colônia
recebeu seu primeiro banco dando origem assim a história financeira oficial no país
entretanto, em 1920 com a criação da Inspetoria Geral dos Bancos é que se dá início a
história da regulação do SFN brasileiro. (GUERRA 2014)
A Inspetoria Geral dos Bancos foi criada com o objetivo de exercer fiscalização
sobre as instituições financeiras, porém não se tratava de um órgão destinado a
normatização e ao controle amplo do mercado financeiro. Somente com a criação da
Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC), em 1945, passou a existir um
controle monetário mais amplo. (FERREIRA 2013)
Em 1952, foi criado o atual Banco de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES) cuja parte do nome “Social” não existia no início. Com o crescimento da
atividade financeira no país e o desenvolvimento de projetos que demandavam maior
controle dessas atividades, em 1964, ocorreu a chamada “Reforma Bancária” por força
da Lei n°4.595, que dispôs sobre:
• A criação do Conselho Monetário Nacional (CMN), em substituição ao
Conselho da SUMOC;
• A transformação da SUMOC no Banco Central da República do Brasil,
que, posteriormente, passou a ser denominado Banco Central do Brasil
(BACEN);
• A composição original do Sistema Financeiro Nacional: Conselho
Monetário Nacional, Banco Central da República do Brasil (atual Banco
Central do Brasil), Banco do Brasil S/A, Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico (atual Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES) e demais instituições
financeiras públicas e privadas.
Em 1964 e 1965, foi criado o Sistema Financeiro de Habitação (SFH), que tinha
como principal operador o Banco Nacional de Habitação (BNH). A principal fonte de
recursos do SNH vinha do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e do
Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). Em 1986 o BNH foi extinto e
3
suas atribuições passaram a ser de responsabilidade da Caixa Econômica Federal (CEF).
(FERREIRA 2013)
As normas relativas ao mercado de investimentos foram estabelecidas pela Lei
n° 4.728/65, também chamada de Lei do Mercado de Capitais. Em 1976, colaborando
para a normatização do mercado de investimentos brasileiro foi criada, pela Lei n°
6.385 a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que passou a integrar o Sistema
Financeiro Nacional. (FERREIRA 2013)
Vale ainda ressaltar que, antes de 1988, não se tinha previsão pela lei de que
uma mesma pessoa jurídica pudesse operar mais de uma carteira. Neste ano foi
autorizada a constituição dos “Bancos Múltiplos”. A pessoa jurídica que constituía a
instituição financeira foi autorizada a operar com mais de uma carteira dentre as
seguintes: carteira comercial, carteira de investimento, carteira de desenvolvimento,
carteira de crédito imobiliário e carteira de credito, financiamento e investimento. Mais
tarde foi autorizada a operação por essas instituições financeiras, com carteira de
arrendamento mercantil, isso se deu pela Lei n° 2.099/94.
Com o advento do Plano Real, a fim de estabelecer a solidez das instituições
financeiras através da liquidez e solvência dessas instituições e resguardar os interesses
dos depositantes e investidores foi instituído o Programa de Estímulo a Reestruturação
do Sistema Financeiro Nacional (PROER) em 1995.
1.1. Estrutura do Sistema Financeiro Nacional
De acordo com Ferreira (2013) o sistema Financeiro Nacional está dividido em
dois subsistemas:
• Subsistema de supervisão
• Subsistema operativo
O subsistema de supervisão tem como objetivo editar regras e normas que
definam os parâmetros para transferência de recursos dos poupadores para os tomadores
e controlar o funcionamento das instituições e entidades que efetuem atividades de
intermediação financeira.
A composição do subsistema de supervisão conta com:
• Conselho Monetário Nacional;
• Banco Central do Brasil;
• Comissão de Valores Mobiliários;
4
• Conselho Nacional de Seguros Privados;
• Superintendência de Seguros Privados;
• Conselho Nacional de Previdência Complementar;
• Superintendência Nacional de Previdência Complementar.
O subsistema operativo tem como função operacionalizar as transferências de
recursos dos poupadores para os tomadores, sempre observando as regras impostas
pelas entidades componentes do Subsistema de Supervisão.
A composição do Subsistema operativo tem a seguinte configuração:
• Instituições financeiras bancárias ou monetárias;
• Instituições financeiras não bancárias ou não monetárias;
• Instituições do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos;
• Agentes Especiais;
• Instituições do sistema de distribuição de títulos e valores mobiliários;
• Instituições do sistema de liquidação e custódia de títulos e valores
mobiliários;
• Instituições administradoras de recursos de terceiros;
• Entidades prestadoras de serviços financeiros regulamentados;
• Instituições do sistema nacional de seguros privados e de previdência
complementar;
• Instituições prestadoras de serviços financeiros não regulamentados.
Para o COSIF - Plano Contábil das Instituições do Sistema Financeiro Nacional
considera-se Instituições Financeiras, as pessoas jurídicas, públicas ou privadas, que
tenham como atividade principal ou acessória a coleta, intermediação ou aplicação de
recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a
custódia de valor de propriedade de terceiros. Ainda, equiparam-se às instituições
financeiras as pessoas físicas que exerçam qualquer dessas atividades de forma
permanente ou eventual. (BACEN s.d.)
1.1.1. Subsistema de Supervisão
1.1.1.1. Conselho Monetário Nacional
A Lei n° 4.595/64 em seu 2° artigo extinguiu o Conselho da Superintendência da
moeda e do Crédito e criou o Conselho Monetário Nacional, com a finalidade de
desenvolver políticas de crédito e monetária com o objetivo de promover o progresso
5
econômico e social do país. O CMN é o órgão máximo do SFN cabendo a ele a função
deliberativa, cujas normas são de observância obrigatória para todas as instituições
financeiras do sistema financeiro. (FERREIRA 2013)
Segundo a Lei de criação da instituição, os principais objetivos da política
econômica do CMN são:
• Adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da
economia nacional e seu processo de desenvolvimento;
• Regular o valor interno da moeda por meio da prevenção e correção dos
surtos inflacionários ou deflacionários de origem interna ou externa, das
depressões econômicas ou de outros desequilíbrios provenientes de
fenômenos conjunturais;
• Efetuar a regulação do valor externo da moeda e o equilíbrio do balanço
de pagamentos do país, tendo em vista a melhor utilização dos recursos
em moeda estrangeira;
• Orientação e aplicação dos recursos das instituições financeiras sejam
essas públicas ou privadas, tendo em vista propiciar, nas diferentes
regiões do país, o desenvolvimento harmônico da economia nacional;
• Propiciar o aperfeiçoamento das instituições financeiras e dos
instrumentos financeiros, com vistas à maior eficiência do sistema de
pagamentos e de mobilização de recursos;
• Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras;
• Coordenar as políticas monetária e creditícia, orçamentária, fiscal e da
dívida pública interna e externa.
1.1.1.2. Banco Central do Brasil
A mesma lei que extinguiu o conselho da Superintendência da Moeda e do
Crédito transformou a SUMOC em uma autarquia federal com sede e foro na capital da
República sob a denominação de Banco Central da República do Brasil (atualmente,
Banco Central do Brasil), com patrimônio próprio e personalidade jurídica.
O Banco Central do Brasil é uma entidade autárquica ligada ao Ministério da
Fazenda e, segundo Ferreira (2013) funciona como “banco dos bancos”. O BACEM é o
executor das políticas e das legislações expedidas pelo CMN. Cabe identificar três
principais funções do BACEM segundo Ferreira (2013):
6
• Funções executivas – quando apenas implementa as resoluções do CMN;
• Funções de controle ou fiscalização – quando direta ou indiretamente
controla o cumprimento dos dispositivos legais;
• Funções próprias – quando exerce funções que lhe foram atribuídas por
lei.
1.1.1.3. Comissão de Valores Mobiliários
A CVM é uma autarquia federal, responsável pela normatização e fiscalização
do mercado de valores mobiliários emitidos por sociedades anônimas de capital aberto,
ou seja, que podem negociar seus títulos com o público. Seus principais objetivos são o
de fortalecer o mercado de títulos e valores mobiliários e assegurar o funcionamento
eficiente dos mercados através de regulação das bolsas de valores, de mercadorias e
futuros e de instituições auxiliares que operam nesses mercados. (FERREIRA 2013)
1.1.1.4. Conselho Nacional de Seguros Privados
Integrante do Sistema Nacional de Seguros Privados (SNSP) e instância máxima do
mesmo compete ao CNSP fixar as diretrizes e normas da política de seguros privados e
dentro das suas funções pode-se destacar a de:
• Regular a constituição, organização, funcionamento e fiscalização dos
que exercem atividades subordinadas ao SNSP, bem como a aplicação
das penas previstas;
• Fixar as características gerais dos contratos de seguro, previdência
privada aberta, capitalização e resseguro;
• Estabelecer as diretrizes gerais das operações de resseguro; prescrever os
critérios de constituição das sociedades seguradoras, de capitalização,
entidades de previdência privada aberta e resseguradores, com fixação
dos limites legais e técnicos das respectivas operações;
• Disciplinar a corretagem de seguros e a profissão do corretor.
1.1.1.5. Superintendência de Seguros Privados
Criada pelo Decreto-Lei n°73/66, com modificações da Lei n° 9.656/98, a Susep é uma
autarquia federal vinculada ao Ministério da Fazenda e tem competência para fiscalizar
a constituição, organização, funcionamento e operação das sociedades seguradoras, de
7
capitalização, entidades de previdência privada aberta e operadoras de planos privados
de assistência a saúde, na qualidade de executora da política traçada pelo CNSP.
(FERREIRA 2013)
1.1.1.6. Conselho Nacional de Previdência Complementar
Integrante da estrutura do Ministério da Previdência Social, o Conselho de Gestão da
previdência Complementar é o órgão colegiado ao qual compete regular o regime de
previdência complementar operados pelas entidades fechadas de previdência
complementar, os chamados fundos de pensão. (FERREIRA 2013)
1.1.1.7. Secretaria de Previdência Complementar
Autarquia vinculada ao Ministério da Previdência Social, a Superintendência
Nacional de Previdência Complementar (Previc) é responsável pela fiscalização das
atividades deprevidência complementar (fundos de pensão). Atua como entidade de
fiscalização e de supervisão das atividades de entidades fechadas de previdência
complementar e de execução das políticas para o regime de previdência complementar
operado pelas entidades fechadas de previdência complementar, devendo observar
inclusive, as diretrizes estabelecidas pelo CMN e pelo CNPC. (FERREIRA 2013)
1.1.2. Subsistema Operativo
1.1.2.1. Instituições financeiras bancárias ou monetárias
Instituições financeiras bancárias ou monetárias são aquelas autorizadas a captar
recursos junto ao público sob forma de depósitos à vista, podendo, por isso, criar moeda
escritural. São elas:
• Bancos Comerciais;
• Caixas Econômicas;
• Cooperativas de crédito;
• Bancos Cooperativos;
• Bancos Múltiplos com carteira comercial.
1.1.2.2. Instituições financeiras não bancárias ou não monetárias
Instituições financeiras não bancárias ou não monetárias são aquelas não
autorizadas a captar recursos sob a forma de depósitos à vista. São elas:
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• Bancos de investimento;
• Bancos Estaduais de desenvolvimento;
• Sociedades de arrendamento mercantil;
• Sociedades de crédito, financiamento e investimento;
• Companhias hipotecárias;
• Bancos múltiplos sem carteira comercial;
• Bancos de Câmbio.
1.1.2.3. Instituições do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos
Instituições do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo são aquelas
autorizadas a captar recursos sob forma de depósitos em caderneta de poupança, cujo
recursos são destinados principalmente ao financiamento habitacional. São esses:
• Sociedades de credito imobiliário;
• Associações de poupança e empréstimo;
• Caixas Econômicas (estaduais);
• Bancos Múltiplos com carteira de credito imobiliário;
• Sociedade de credito imobiliário;
• Associação de poupança e empréstimo.
1.1.2.4. Agentes Especiais
São instituições que executam funções atípicas, diferenciadas da espécie a que
pertencem. São elas:
• Banco do Brasil S/A;
• Caixa Econômica Federal;
• Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social;
• Banco do Nordeste do Brasil;
• Banco da Amazônia S/A;
1.1.2.5. Instituições do sistema de distribuição de títulos e valores
mobiliários
Instituições do sistema de distribuição de títulos e valores mobiliários são as que
prestam serviços a poupadores e tomadores, mediante compra e venda, como
intermediários de títulos e valores mobiliários e cambio. São estas:
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• Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários;
• Sociedades Corretoras de Câmbio;
• Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários;
• Corretores de Mercadorias e Corretores de Mercadorias Agrícolas;
• Operadores especiais de mercadorias agrícolas e corretores de algodão;
• Agentes Autônomos de Investimentos.
1.1.2.6. Instituições do sistema de liquidação e custódia de títulos e
valores mobiliários
Instituições do sistema de liquidação e custódia de títulos e valores mobiliários
são aquelas que prestam serviços aos intermediários financeiros, criando condições
propícias de mercado para emissão e circulação de títulos e valores mobiliários, sem,
entretanto, efetuar operações de compra e venda. (FERREIRA 2013)
São estas:
• Bolsas de Valores;
• Entidades de mercado de balcão organizado;
• Sociedades de compensação e liquidação de operações;
• Bolsas de mercadorias e futuros;
• Sistema especial de liquidação e custódia (Selic);
• Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos (Cetip).
1.1.2.7. Instituições administradoras de recursos de terceiros
São instituições que proporcionam a reunião de diversos poupadores que tenham
objetivos comuns quanto à aplicação de seus recursos, como por exemplo:
• Fundos mútuos de investimentos regulamentados pelo Bacen;
• Fundos mútuos de investimentos regulamentados pela CVM;
• Fundos mútuos de investimentos regulamentados pelo Bacen em
conjunto com a CVM;
• Fundos mútuos de investimentos regulamentados pelo Bacen, CVM e
Susep;
10
• Outras modalidades de mesma natureza tais como clubes de
investimento, carteira de título e valores mobiliários, sociedade de
investimento (exceto capital estrangeiro), administradores de consórcio.
1.1.2.8. Entidades prestadoras de serviços financeiros regulamentados
São entidades juridicamente definidas como não pertencentes à categoria de
instituições financeiras, mas que prestam serviço financeiro regulamentado, como é o
caso de Agências de Fomento ou de Desenvolvimento. (FERREIRA 2013)
1.1.2.9. Instituições do sistema nacional de seguros privados e de
previdência complementar
São instituições mantenedoras de seguros de coisas, pessoas, bens,
responsabilidades, obrigações, direitos, garantias, cosseguro, resseguro, retrocessão de
seguros, planos de pecúlio ou de rendas e de assistência médica ou odontológica e
planos de benefícios complementares ou assemelhados aos da Previdência Social, por
exemplo:
• Resseguradores;
• Sociedades seguradoras;
• Sociedades de capitalização;
• Entidades abertas de previdência complementar com e sem fins
lucrativos;
• Entidades fechadas de previdência complementar;
• Corretoras de seguros.
1.1.2.10. Instituições prestadoras de serviços financeiros não
regulamentados
Não são instituições financeiras propriamente, apesar de desenvolverem atividades tipicamente financeiras:
• Sociedades administradoras de cartão de credito; • Sociedades de fomento mercantil.
11
CAPÍTULO II
DESCRIÇÃO DA BASE DE DADOSE DOS INDICADORES
Para fins de análise dos dados, as instituições financeiras estudadas foram
classificados nas seguintes dimensões:
• Bancos comerciais / não comerciais;
• Bancos múltiplos / não múltiplos;
• Bancos privados / públicos;
• Bancos nacionais / estrangeiros.
Estas informações não se encontram facilmente disponíveis para todos os
bancos/períodos da amostra, sendo necessário recorrer a fontes adicionais visando
complementar os dados faltantes.
Além disso, os bancos foram divididos em grupos, de acordo com seus
tamanhos: bancos “grandes” (5 maiores), “médios” (do 6º ao 10º banco, por tamanho) e
“pequenos” (demais bancos). A ordenação dos bancos por tamanho foi feita com base
em diferentes critérios: (i) ativo total; (ii) ativo total menos intermediação; (iii) depósito
total; (iv) patrimônio líquido; (v) passivo total. Adota-se como critério básico o ativo
total; de modo geral, a ordenação segundo outros critérios não muda a definição dos
bancos grandes, mas pode mudar, em algum grau, a definição de bancos médios e
pequenos.
Segundo o total do ativo, a lista dos bancos considerados “grandes” muda muito
pouco no período, conforme tabela abaixo.
Tabela 1– Cinco maiores bancos, por ativo total.
1996 2004 2012
CEF BB ITAU
BB CEF BB
BANESPA BRADESCO BRADESCO
BRADESCO ITAU CEF
ITAU UNIBANCO SANTANDER
Fonte: Elaboração própria.
12
Ao longo do período analisado, há vários casos de falências, fusões, aquisições e
outros eventos que determinam a entrada e a saída de bancos da amostra. Há, também, a
ocorrência de possíveis “outliers”. A etapa de organização da base de dados envolve um
esforço no sentido de levar todos esses eventos em consideração, a fim de obter uma
base de dados que seja consistente no tempo.
2.1. Indicadores
Segundo Assaf Neto (2012), a empresa é solvente quando o valor de seus ativos
forem maiores que o valor de seus passivos. A liquidez é a capacidade de a instituição
honrar seus compromissos. Para instituições financeiras, o objetivo da liquidez é atender
as necessidades operacionais, resgates de depósitos feitos pelos clientes, atendimento de
solicitação de empréstimos e financiamentos e reserva de compulsórios.
A análise do capital da instituição financeira identifica a forma com a qual a
mesma opera em relação ao seu patrimônio. A atividade de intermediação financeira
está sujeita a intempéries do mercado, mudanças na condução da política monetária e
até de interferências do aumento e diminuição de taxas de juros, assim, faz-se
necessário manter níveis de segurança para manutenção das operações segundo o risco
incidente nessas operações. A utilização de índices para análise de capital auxilia na
tarefa de definir o montante de capital adequado de um banco segundo o nível de risco
assumido em operações de diferentes naturezas.
Através dos balancetes disponibilizados pelo Banco Central do Brasil, foi
calculada uma série de índices financeiros de solvência, liquidez e análise do capital
bancário:
• Índice de solvência e liquidez
a) ���������� � � ����������������
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• Índices de análise do capital
13
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2.1.1. Índices de solvência e liquidez
Encaixe voluntário
Este índice refere-se à parcela de capital disponível da instituição financeira
proporcional às arrecadações de depósitos à vista realizados nesta. O índice identifica a
parcela de capital disponível para cobrir saques contra o somatório de depósitos a vista
que consta na data do encerramento do exercício social.
Liquidez imediata
Segundo Assaf Neto (2012), esse índice, quanto maior que 1,0, apresenta-se
como favorável, mantendo na instituição recursos disponíveis para cobrir integralmente
os depósitos a vista e parte dos depósitos a prazo.
Índices empréstimos / depósitos
Este índice revela o quanto foi destinado para concessão de crédito a cada
unidade monetária obtida em depósitos pela instituição. Índices acima de 1,0 indica que
a instituição concedeu mais crédito ao obter depósitos, por exemplo, uma instituição
hipotética apresenta um índice de 1,25, nesse caso a empresa concedeu $1,25 em
créditos para cada $1,00 obtido em depósitos.
Capital de giro próprio
O giro próprio é a parcela do capital da instituição que está a financiar as
operações ativas. Segundo Assaf Neto (2012), é um parâmetro de segurança do banco,
revalando seu nível de folga financeira financiada com patrimônio líquido.
Participação dos empréstimos
Esse índice é utilizado para identificar o percentual do ativo total que se encontra
aplicado em operações de crédito. Esse índice tem relação com o nível de liquidez da
14
instituição. Como a concessão de credito é uma operação de baixa liquidez, pelo fato de
gerar rentabilidade no final do período, índices mais elevados de empréstimos em
relação aos ativos totais refletem baixa liquidez ao passo que indicam incremento de
resultados operacionais.
2.1.2. Índices de análise do capital
Independência financeira
A independência financeira representa a parcela do ativo total que se encontra
disponível na forma de patrimônio liquido, ou seja, é a proporção de um em relação ao
outro. O ideal é que a instituição tenha patrimônio líquido suficiente para cobrir o ativo
permanente e ainda parte do circulante.
Leverage (alavancagem)
A alavancagem financeira mostra a capacidade de multiplicar a rentabilidade por
meio do endividamento. O índice apresenta a proporção em termos de patrimônio
liquido o ativo.
Relação capital / depositantes
É a proporção de depósitos constante no patrimônio liquido. Por exemplo, a cada
$1,00 depositado, caso a porcentagem direcionada para o capital seja de 5%, $0,05 será
o valor do índice. A relação nesse caso será 0,05.
Imobilização do capital próprio
O Grau de Imobilização de Capital Próprio (ICP) demonstra quanto dos recursos
estão "engessados" no ativo Permanente.Um alto grau de imobilização do patrimônio
liquido compromete a liquidez da empresa e seu autofinanciamento.
A tabela a seguir apresenta os valores destes indicadores calculados para os
cincomaiores bancos nos anos de 1996, 2004 e 2012.
15
Tabela 2 – Indicadores de solvência, liquidez e análise do capitalpara os cinco
maiores bancos: 1996, 2004 e 2012
1996
CNPJ encaixe liquidez cap_giro part_emp indep_fin leverage cap_depos imob
CEF 360305 0,149616137 9,326660535 -60551482,6 0,298620159 0,025249776 40,09664508 0,071160338 1,017502142
BB 0 0,390980089 2,186041857 -3737947345 0,091611271 0,020248366 53,8234226 0,149921502 1,92051376
Banespa 61411633 0,770577454 9,708386822 -19421116,55 0,244290073 0,019037776 52,70553054 0,092564462 1,017750558
Bradesco 60746948 0,300780705 2,884430347 271065079,8 0,00340341 0,001699385 692,5407165 0,370981738 0,946332722
Itaú 60701190 1,266735238 4,557946988 -418031725,3 0,083776595 0,045207628 22,96834524 0,363214143 1,11904849
2004
CNPJ encaixe liquidez cap_giro part_emp indep_fin leverage cap_depos imob
BB 0 0,458138046 1,028162794 2435913686 0,021771316 0,004572271 220,8639525 0,134424485 0,805494785
CEF 360305 0,123074178 1,252219935 3772919713 0,008430574 0,002141561 480,2570493 0,070046558 0,367864115
Bradesco 60746948 0,186169331 2,269616806 -8797180973 0,023511346 0,008920738 113,073524 0,22023579 1,644800716
Itaú 60701190 0,169331087 4,527742558 -4408842556 0,013093644 0,006417001 161,1614732 0,146131833 1,659693995
Unibanco 33700394 0,388554659 6,669666438 326367638,4 0,038591294 0,016768235 60,33579446 0,269714045 0,958243122
2012
CNPJ encaixe liquidez cap_giro part_emp indep_fin leverage cap_depos imob
Itaú 60701190 0,446509997 15,49901868 -95938624705 0,038772173 0,012945995 77,88573763 0,129201436 3,228073865
BB 0 0,22132675 3,673008764 20003881828 0,079048217 0,013607034 73,91142729 0,143242563 0,666719005
Bradesco 60746948 0,287339003 4,99814025 -71338595708 0,040165312 0,014590205 68,7366454 0,233016784 2,177548366
CEF 360305 0,220928433 3,376848422 13083906757 0,106738492 0,007931605 127,6780015 0,072573686 0,3780125
Santander 90400888 0,332178963 5,732207708 4929338444 0,026407184 0,014394622 69,55081274 0,400349592 0,924746255 Fonte: Elaboração própria.
Os gráficos a seguir apresentam a evolução desses indicadores ao longo do período com uma comparação entre as médias das instituições. Para fins de comparação é apresentada a mediana do sistema dentro do ano de referência.
16
CAPÍTULO IV
INDICADORES
3.1. Encaixe voluntário
Gráfico 1 – Encaixe voluntário – evolução do sistema em percentil
Fonte: Elaboração própria.
Gráfico 2 – Encaixe voluntário – comparação dos cinco maiores bancos em 2012
Fonte: Elaboração própria.
0
2
4
6
8
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jul-9
4
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95
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-96
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97
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99
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00
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00
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01
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02
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03
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04
jul-0
5
jun-
06
mai
-07
abr-
08
mar
-09
fev-
10
jan-
11
dez-
11
nov-
12
Perc 25
Perc 50
Perc 75
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
Média do ano base 1996
Média do ano base 2004
Média do ano base 2012
BB
CEF
Itaú
Bradesco
Santander
Perc. Sist. 50
17
Observa-se que no ano de 1996 quatro das cinco maiores instituições não
apresentavam meios de honrar os saques referentes aos depósitos totais do exercício
social em referencia, realizados pelos clientes. Somente o banco Itaú possuía
capacidades de fazer frente a uma situação de saques totais em termos de depósitos do
exercício social em questão, pois seu índice era maior que um. A situação de
incapacidade de honrar os compromissos de saques por volumes totais de depósitos
passou a afetar todas as instituições nos anos seguintes. Observou-se que a mediana do
sistema nunca esteve em níveis satisfatórios que são acima de um.
Pode parecer que há uma situação de risco na instituição, entretanto, a
capacidade de honrar depósitos totais realizados na instituição (diferente de depósitos
feitos no exercício social em questão) é verificada pelo indicador de Liquidez imediata.
3.2. Liquidez imediata
Gráfico 3 – Liquidez imediata - evolução do sistema em percentil
Fonte: Elaboração própria.
0
100
200
300
400
500
600
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jul-9
4
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95
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-96
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97
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-98
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99
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00
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00
nov-
01
out-
02
set-
03
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04
jul-0
5
jun-
06
mai
-07
abr-
08
mar
-09
fev-
10
jan-
11
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11
nov-
12
Perc 25
Perc 50
Perc 75
18
Gráfico 4– Liquidez imediata – comparação dos cinco maiores bancos em 2012
Fonte: Elaboração própria.
A liquidez imediata verificada entre os cinco maiores bancos apresentam níveis
satisfatórios pelos critérios apresentados por Assaf Nato (2012). O menor índice
verificado está no ano de 2004 e mesmo assim o banco do Brasil, que é a instituição em
referencia, não apresentou valor menor que um, ou seja, mesmo tendo a característica de
menor liquidez não deixou de dispor de recursos para saldar os saques que pudessem
ocorrer.
A mediana do sistema apresenta níveis igualmente satisfatórios e até acima dos
índices apresentados pelos cinco maiores o que reafirma uma solidez com relação a
honra de seus compromissos.
0
5
10
15
20
25
30
Média do ano base 1996Média do ano base 2004Média do ano base 2012
BB
CEF
Itaú
Bradesco
Santander
Perc. Sist. 50
19
3.3. Índice empréstimo / depósito
Gráfico 5 – Empréstimo / depósito – evolução do sistema em percentil
Fonte: Elaboração própria.
Gráfico 6– Empréstimo / depósito – comparação dos cinco maiores bancos em 2012
Fonte: Elaboração própria.
A capacidade de honrar seus compromissos financeiros com quem deposita seus
valores em confiança em uma instituição financeira pode estar ligada ao quanto essa
instituição empresta aos tomadores “fazendo mais dinheiro” dessa forma.
0
0,5
1
1,5
2
2,5
jul-9
4
jun-
95
mai
-96
abr-
97
mar
-98
fev-
99
jan-
00
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00
nov-
01
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02
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03
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04
jul-0
5
jun-
06
mai
-07
abr-
08
mar
-09
fev-
10
jan-
11
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11
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12
Perc 25
Perc 50
Perc 75
0
0,2
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0,8
1
1,2
Média do ano base 1996
Média do ano base 2004
Média do ano base 2012
BB
CEF
Itaú
Bradesco
Santander
Perc. Sist. 50
20
O índice de empréstimos por depósitos mostra que nenhuma das cinco maiores
instituições ousou emprestar mais do que angariaram em depósitos. Parte desse
“controle” deve-se ao fato da incidência de compulsórios bancários instituídos pelo
Banco Central do Brasil. Curiosamente a Caixa Econômica Federal foi a que mais
emprestou em 1996 e 2012, chegando próximo de um e acima da mediana do sistema.
3.4. Participação dos empréstimos
Gráfico 7 – Participação dos empréstimos – evolução do sistema em percentil
Fonte: Elaboração própria.
0
0,05
0,1
0,15
0,2
0,25
jul-9
4
jun-
95
mai
-96
abr-
97
mar
-98
fev-
99
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00
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00
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01
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02
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03
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5
jun-
06
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-07
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fev-
10
jan-
11
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11
nov-
12
Perc 25
Perc 50
Perc 75
21
Gráfico 8 – Participação dos empréstimos – comparação dos cinco maiores bancos
em 2012
Fonte: Elaboração própria.
Outro índice que tem relação com a liquidez da instituição é o índice de
participação dos empréstimos. A instituição que possui maior exposição a esse índice
pode sofrer com a imobilização de recursos próprios em operações de credito que só se
tornarão liquidas no final do prazo de vigência desses contratos de empréstimo. Em
1996 a Caixa Econômica Federal tinha aproximadamente 30% de seus empréstimos
feitos com capital próprio, em contraste com isso, o Banco Bradesco não alcançava nem
0,1% deste grau de imobilização. Tendo em vista as altas taxas de juros cobradas em
empréstimo, é necessário saber em qual modalidade de empréstimos foram alocados
esses recursos para saber se foi vantajosa a operação.
Notadamente a Caixa reduz seus índices de participação dos empréstimos e o
Banco Bradesco que outrora era o menos exposto, passa a figurar mais próximo da
mediana sistêmica.
0
0,05
0,1
0,15
0,2
0,25
0,3
0,35
Média do ano base 1996
Média do ano base 2004
Média do ano base 2012
BB
CEF
Itaú
Bradesco
Santander
Perc. Sist. 50
22
3.5. Independência financeira
Gráfico 9 – Independência financeira – evolução do sistema em percentil
Fonte: Elaboração própria.
Gráfico 10– Independência financeira - comparação dos cinco maiores bancos em
2012
Fonte: Elaboração própria.
O grau de independência financeira mostrado pela mediana do sistema é acima
da independência financeira vista nos cinco maiores bancos nos cortes temporais
0
0,02
0,04
0,06
0,08
0,1
0,12
0,14
0,16
0,18
jul-9
4
jun-
95
mai
-96
abr-
97
mar
-98
fev-
99
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00
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00
nov-
01
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02
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ago-
04
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5
jun-
06
mai
-07
abr-
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-09
fev-
10
jan-
11
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11
nov-
12
Perc 25
Perc 50
Perc 75
0
0,01
0,02
0,03
0,04
0,05
0,06
0,07
Média do ano base 1996
Média do ano base 2004
Média do ano base 2012
BB
CEF
Itaú
Bradesco
Santander
Perc. Sist. 50
23
observados com exceção do banco Santander no ano de 2004 o qual apresentou índice
maior que o do sistema.
Há uma deterioração no índice em questão entre os anos de 1996 e 2012 e a
mediana do sistema apresenta uma leve queda entre esses anos também. O Banco
Bradesco foi a instituição entre as cinco maiores que observou elevação de seu índice.
3.6. Leverage (alavancagem)
Gráfico 11 – Leverage – evolução do sistema em percentil
Fonte: Elaboração própria.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
jul-9
4
jun-
95
mai
-96
abr-
97
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-98
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99
jan-
00
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00
nov-
01
out-
02
set-
03
ago-
04
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5
jun-
06
mai
-07
abr-
08
mar
-09
fev-
10
jan-
11
dez-
11
nov-
12
Perc 25
Perc 50
Perc 75
24
Gráfico 12 – Leverage – comparação dos cinco maiores bancos em 2012
Fonte: Elaboração própria.
Quanto ao índice de alavancagem, vale ressaltar que o Santander apresentou
uma evolução do índice em forma de “V” ou seja, em 1996 estava em um patamar que
perdeu em 2004 e voltou a crescer em 2012. Já o Bradesco apresentou uma queda
constante nesse índice desde 1996 até 2012. Todos os outros bancos apresentaram um
comportamento o índice em forma de “V” invertido, ou seja, parte de um nível em
1996, apresentam crescimento em 2004 e voltam a cair em 2012.
Em relação a mediana do sistema, as cinco maiores instituições trabalham mais
alavancadas do que o sistema entretanto, em 2012 os índices atenuaram sua alta.
0
100
200
300
400
500
600
700
800
Média do ano base 1996
Média do ano base 2004
Média do ano base 2012
BB
CEF
Itaú
Bradesco
Santander
Perc. Sist. 50
25
3.7. Relação capital / depositante
Gráfico 13 – Capital / depositante – evolução do sistema em percentil
Fonte: Elaboração própria.
Gráfico 14 – Capital / depositante – comparação dos cinco maiores bancos em 2012
Fonte: Elaboração própria.
O índice de capital/depositante é a relação entre o patrimônio líquido e o total
dos depósitos passivos. Para cada R$ 1,00 de captação dos bancos, sob a forma de
depósitos, o índice mostra quanto foi aplicado de recursos próprios.
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
jul-9
4
jun-
95
mai
-96
abr-
97
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-98
fev-
99
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00
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00
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01
out-
02
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03
ago-
04
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5
jun-
06
mai
-07
abr-
08
mar
-09
fev-
10
jan-
11
dez-
11
nov-
12
Perc 25
Perc 50
Perc 75
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
Média do ano base 1996
Média do ano base 2004
Média do ano base 2012
BB
CEF
Itaú
Bradesco
Santander
Perc. Sist. 50
26
3.8. Imobilização de capital próprio
Gráfico 15 – Imob. Cap. Próprio – evolução do sistema em percentil
Fonte: Elaboração própria.
Gráfico 16 – Imob. Cap. Próprio – comparação dos cinco maiores bancos em 2012
Fonte: Elaboração própria.
O índice de capital demonstra quanto dos recursos "engessados" no ativo
Permanente foram financiados com capitais próprios. Esse índice nos dá a visibilidade
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
jul-9
4
jun-
95
mai
-96
abr-
97
mar
-98
fev-
99
jan-
00
dez-
00
nov-
01
out-
02
set-
03
ago-
04
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5
jun-
06
mai
-07
abr-
08
mar
-09
fev-
10
jan-
11
dez-
11
nov-
12
Perc 25
Perc 50
Perc 75
0
0,5
1
1,5
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2,5
3
3,5
Média do ano base 1996
Média do ano base 2004
Média do ano base 2012
BB
CEF
Itaú
Bradesco
Santander
Perc. Sist. 50
27
necessária para entender a origem da composição dos ativos permanentes das
instituições financeiras.
No caso do Santander, observa-se que com o passar do tempo a estrutura de
ativos da instituição deixou de ter sua composição majoritariamente composta de capital
próprio e passou a ser composta de capital de terceiros.
O Bradesco e o Itaú deixaram a categoria de instituição com ativos compostos
por capital de terceiros e encontram-se na condição de instituições cujos ativos são em
sua maioria de capital próprio. A posição no ranking de maiores bancos privados,
curiosamente, obedecem a mesma posição dos bancos em relação a esse índice.
28
CONCLUSÃO
Faz-se necessário um acompanhamento sobre os índices das instituições
financeiras tanto quanto se faz necessário o acompanhamento de índices de atividade
econômica, índices de produção industrial, índices de confiança do mercado, entre
outros tantos que economistas acompanham constantemente.
A importância do acompanhamento de índices de capital das instituições
financeiras é justificado pela possibilidade de observação de sinais predecessores a uma
crise no sistema financeiro. É possível observar padrões de comportamento dos índices
de diversos bancos em relação ao momento histórico vivido por eles.
Os índices de grandes bancos como o Bradesco e o Itaú, se comportaram de
formas semelhantes com o passar do tempo e a adoção de estratégias de mercado para o
crescimento institucional. Já bancos como o Santander, que sofreu com problemas em
sua matriz (na Espanha), se observou índices caminhando em sentido oposto aos bancos
que ocupariam lugar de destaque no cenário.
Outras relações, que não estão no escopo desse trabalho, podem ser observadas a
fim de tornarem-se ferramentas de solidez e retaguarda do SFN. Comparações entre os
grupos bancários tais como os públicos e privados, nacionais e estrangeiros, comerciais
e não comerciais, podem mostrar o rumo das instituições financeiras e também pode
indicar se uma determinada política econômica está surtindo o devido efeito procurado.
Para além da exemplificação de possibilidades de novos trabalhos, este pode
mostrar que há uma aparente limitação nas estruturas financeiras do Brasil. Os índices
mostram um limite do sistema no que tange às estruturas de capital das instituições
estudadas e mostra também que esses limites se expandiram após 1994 com a adoção de
um novo modelo financeiro, mas deixa claro que mais ainda pode ser feito para o
fortalecimento das estruturas financeiras nacionais.
29
BIBLIOGRAFIA
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brasileiro. Trabalho para discissão, Brasília: Banco Central do Brasil, 2013.
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Ferreira, 2013.
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engenharia de crédito. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
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sistema bancário brasileiro. Trabalho para discussão, Brasília: Banco Central do
Brasil, 2012.