Laboratório de Física -...

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VICE-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO E CORPO DISCENTE

COORDENAÇÃO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Laboratório de Física CONTEUDISTAS: WILLIS SUDÁRIO

WILSON JORGE GONÇALVES

Rio de Janeiro / 2008

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS À

UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO

1

SUMÁRIO Quadro-síntese do conteúdo programático ---------------------------------------------------------- 2 Contextualização da disciplina --------------------------------------------------------------------------- 3 Lançamento horizontal----------------------------------------------------------------------------- 4 - Princípio da independência dos movimentos simultâneos--------------------------------------------- 4 - Lançamento horizontal ---------------------------------------------------------------------------------- 4 - Queda livre ------------------------------------------------------------------------------------------------- 5 - Movimento horizontal ------------------------------------------------------------------------------------ 5 - Exercícios resolvidos ------------------------------------------------------------------------------------- 6 - Exercícios propostos ------------------------------------------------------------------------------------- 8 - Aula prática ------------------------------------------------------------------------------------------------ 11

Lei de Hooke--------------------------------------------------------------------------------------------- 15 - A lei de Hooke ---------------------------------------------------------------------------------------------- 16 - Dinamômetro ----------------------------------------------------------------------------------------------- 18 - Exercícios resolvidos ------------------------------------------------------------------------------------- 19 - Exercícios propostos ------------------------------------------------------------------------------------- 20 - Aula prática ------------------------------------------------------------------------------------------------- 21 Roldanas ou polias ----------------------------------------------------------------------------------- 28 - Roldanas e polias ------------------------------------------------------------------------------------------28 - Associação de polias---------------------------------------------------------------------------------------29 - Exercícios resolvidos ---------------------------------------------------------------------------------------31 - Exercícios propostos -------------------------------------------------------------------------------------- 32 - Aula prática -------------------------------------------------------------------------------------------------- 33 Gabarito --------------------------------------------------------------------------------------------------- 34 Referências bibliográficas ---------------------------------------------------------------------- 35

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Quadro-síntese do conteúdo programático

UNIDADES DO PROGRAMA

OBJETIVOS

I - LANÇAMENTO HORIZONTAL 1.1 - Princípio da Independência dos

Movimentos Simultâneos (Galileu) 1.2 - Lançamento Horizontal

1.3 - Aula Prática – Lançamento de Projéteis

Conhecer o princípio da independência e reconhecê-lo em situações reais; Reconhecer um movimento horizontal; Mostrar que o lançamento horizontal é a composição de dois movimentos simultâneos independentes; Simular em laboratório um lançamento horizontal, comprovando as teorias apresentadas.

II - LEI DE HOOKE Definir a Lei de Hooke; Mostrar o funcionamento de um dinamômetro; Comprovar experimentalmente a Lei de Hooke.

III - ROLDANAS OU POLIAS Entender o funcionamento de polias. Fazer com que o aluno seja capaz de montar uma talha exponencial. Reconhecer e comprovar experimentalmente a vantagem mecânica obtida com a utilização de roldanas móveis associadas.

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Contextualização da Disciplina

Ao elaborarmos este instrucional, procuramos apresentar a teoria de modo

resumido evitando as receitas prontas e o formalismo excessivo. Os assuntos foram

apresentados de tal forma que podem ser utilizados para o estudo daqueles que queiram

rever ou reciclar seus conhecimentos da disciplina. O objetivo é fazer com que você

compreenda as idéias básicas da disciplina de Laboratório de Física A e, quando

necessário, saiba transferir as estruturas adquiridas as outras áreas de conhecimento.

Esperamos que este material seja útil no desenvolvimento de seus trabalhos e no

seu aprendizado.

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UNIDADE I

LANÇAMENTO HORIZONTAL

1.1 - PRINCÍPIO DA INDEPENDÊNCIA DOS MOVIMENTOS SIMULTÂNEOS

( GALILEU)

Estudando os problemas relativos a um movimento composto, isto é, resultante da

composição de dois ou mais movimentos, Galileu propôs o princípio da

simultaneidade ou princípio da independência dos movimentos simultâneos.

Se um móvel apresenta um movimento composto, cada um dos movimentos

compostos se realiza como se os demais não existissem e no mesmo intervalo de tempo.

Assim, por exemplo, consideramos o caso de um barco que sai perpendicularmente

às margens de um rio e é arrastado pela correnteza, atingido a margem oposta num

ponto situado rio abaixo. O tempo gasto pelo móvel na travessia é o mesmo que gastaria

sem correnteza. O movimento de arrastamento rio abaixo é simultâneo ao movimento

próprio do barco, mas independente dele. Os dois movimentos ocorrem ao mesmo

tempo, mas um não interfere na realização do outro.

1.2 - LANÇAMENTO HORIZONTAL

Quando um corpo é lançado horizontalmente a partir de um certo ponto a uma dada

altura verifica-se que a trajetória descrita é um arco de parábola. A descrição desse

movimento pode ser feita usando-se a composição de dois outros, a saber: um MRU

horizontal, pois nesta direção não há aceleração e um MRUV vertical (queda livre),

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em que a aceleração correspondente é a da gravidade (g). Pode-se dizer ainda que o

lançamento horizontal corresponde a uma parte do lançamento oblíquo.

a) Queda Livre

É um movimento vertical, sob a ação exclusiva da gravidade. Trata-se de um

movimento uniformemente variado, pois sua aceleração se mantém constante

(aceleração da gravidade).

b) Movimento Horizontal

É um movimento uniforme, pois não existe nenhuma aceleração na direção

horizontal; o móvel o realiza por inércia, mantendo a velocidade 0v com que foi

lançado.

Em cada ponto da trajetória, a velocidade resultante v do móvel, cuja direção é

tangente à trajetória, é dada pela soma vetorial da velocidade horizontal 0v , que

permanece constante, e da velocidade vertical yv , cujo módulo varia, pois a aceleração

da gravidade tem direção vertical.

yvvv += 0

Assim, à medida que o móvel se movimenta, o módulo de sua velocidade v

cresce em virtude do aumento do módulo de seu vetor componente vertical yv .

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Exercícios Resolvidos:

Nº 1. Após uma enchente, um grupo de pessoas ficou ilhado numa região. Um avião de

salvamento, voando horizontalmente a uma altura de 720m e mantendo uma velocidade

de 50m/s, deve deixar cair um pacote com medicamentos e viveres para as pessoas

isoladas. A que distância, na direção horizontal, o avião deve abandonar o pacote para

que o mesmo atinja o grupo? Despreze a resistência do ar e adote 2/10 smg = .

Solução:

O pacote cai e, ao mesmo tempo, avança horizontalmente, continuando, por

inércia, o movimento do avião. Assim, o pacote deve ser abandonado numa posição tal

que, no intervalo de tempo que gasta para cair, ele percorra a distância horizontal

necessária para atingir o grupo. Calculamos o tempo de queda como se o pacote caísse

livremente na direção vertical.

stttgts 121442

107202

222

=∴=∴=∴=

Durante esses 12s, o pacote avança com movimento uniforme na direção

horizontal e com velocidade constante v = 50m/s. Assim:

mxxvtx 60012.50 =∴=∴=

7

Resposta: O pacote deve ser abandonado quando o avião estiver a 600m do grupo,

medidos na direção horizontal.

Nº 2. Uma esfera rola com velocidade constante de 10m/s sobre uma mesa horizontal.

Ao abandonar a mesa, ela fica sujeita exclusivamente à ação da gravidade

( 2/10 smg = ). Atingindo o solo num ponto situado a 5m do pé da mesa. Determine:

1.3 O tempo de queda;

1.4 A altura da mesa em relação ao solo;

1.5 O módulo da velocidade da esfera ao chegar ao solo.

Solução:

a) Ao abandonar a mesa, a esfera apresenta, na direção horizontal, movimento

uniforme com velocidade v0=10m/s. Assim:

stttvx 5,01050 =∴=∴=

Esse tempo é também o tempo de queda, cujo movimento é simultâneo.

b) Simultaneamente ao movimento horizontal, a esfera cai de uma altura s em queda

livre:

mssgts 25,12

)5,0.(102

22

=∴=∴=

8

c) Ao chegar ao solo, a velocidade da esfera pode ser considerada resultante da

composição da velocidade horizontal que se mantém constante e da velocidade na

direção vertical ( yv ), cujo módulo é dado por:

smvv

tgvv

yy

y y

/55,0.100

.0

=∴+=

+=

Aplicando o Teorema de Pitágoras ao triângulo sombreado na figura, obtermos o

módulo da velocidade vetorial da esfera ao chegar ao solo:

20

22yvvv +=

smvvv

/2,11125

25100)5()10(2

222

≅=

+=+=

Respostas: a) t = 0,5s ; b) 1,25m ; c) smv /2,11≅

Exercícios de Auto-avaliação

1. Um menino posicionado na borda de uma piscina atira uma pedra horizontalmente

da altura de 1m da superfície da água. A pedra atinge a água a 3m da borda. A

velocidade, em m/s, com que o menino a lançou, considerando 2/10 smg = e

desprezando a resistência do ar, vale aproximadamente:

a) 3,12

b) 5,05

c) 3,25

d) 6,7

e) 4,82

9

2. Um objeto é lançado horizontalmente de um prédio de 80m de altura.

( 2/10 smg = ). Sabendo que o objeto dói lançado com a velocidade de 15m/s,

podemos afirmar que a distância de sua queda em relação ao prédio foi de:

a) 80m

b) 70m

c) 60m

d) 50m

e) 30m

3. Um avião bombardeiro voa horizontalmente com velocidade de 300m/s a uma altura

de 500m. Determine de que distância ( medida na horizontal, em metros) ele deve

abandonar a bomba para atingir o alvo em cheio. ( 2/10 smg = ).

a) 60

b) 300

c) 500

d) 3000

e) 5000

4. Um avião de salvamento voando horizontalmente a uma altura de 125m do solo,

deve deixar um pacote para um grupo de pessoas que ficaram isoladas após um

acidente. Para que o pacote atinja o grupo, deve ser abandonado t segundos antes de

o avião passar diretamente acima do grupo. Adotando 2/10 smg = e desprezando a

resistência oferecida pelo ar, podemos afirmar que t em segundo é igual a:

a) 1,0

b) 2,0

10

c) 3,0

d) 4,0

e) 5,0

5. De um balão que se move horizontalmente sobre um terreno horizontal, a 45m de

altura, solta-se um pacote que percorre 36m, na horizontal, até chegar ao chão.

Desprezando a influência do ar, calcule: ( 2/10 smg = )

a) O tempo de queda do pacote;

b) A velocidade do balão;

c) A velocidade com que o pacote chega ao solo.

1.3 - AULA PRÁTICA - LANÇAMENTO DE PROJÉTEIS

Objetivos:

i. Encontrar a VELOCIDADE DA BILHA ao sair da calha.

ii. Obter a dependência do ALCANCE (A) com a ALTURA (Z) na forma:

A = (cte). Z

iii. Traçar gráficos de ALCANCE x ALTURA em papel milimetrado e papel

log-log.

iv. Fazer linearização da função A(z) através do gráfico milimetrado.

Material necessário:

• Calha com haste e tripé

• Papel ofício

• Nível

• Papel carbono

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• Bilha

• Régua

• Papel milimetrado e log-log

Teoria: conhecimento do lançamento de projéteis e suas equações.

Montagem: Vide próxima figura.

Procedimento Experimental:

i. Use fio de prumo duas vezes para colocar a haste na vertical;

ii. Utilize o nível para colocar horizontalmente o tripé;

iii. Coloque a calhar no meio da haste. Horizontalize-a com o nível. Faça um

teste de horizontalidade com a bilha, verificando se ela fica em repouso em

qualquer ponto próximo da borda da calha;

iv. Fixe uma folha de papel ofício na mesa, com fita gomada, abrangendo a

região da saída da calha;

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v. Marque com fio de prumo e lápis o ponto de origem dos lançamentos na

folha ofício. Conforme a figura indica, fixe-o na linha vertical abaixo da

saída da calha. Coloque o papel carbono solto sobre o papel ofício;

vi. Anote o valor da distância vertical (h = 4cm) entre a linha horizontal número

4 e linha de saída da bilha pela calha. Discuta com o professor a escolha

dessa linha de referência para a bilha e não de uma linha que passe pelo

centro de massa da bilha;

vii. Solte a bilha cuidadosamente CINCO vezes a partir da altura 4 marcada na

calha. Certifique-se de que a bilha seja largada sempre do mesmo ponto e do

mesmo modo. Em cada lançamento, veja se os impactos da bilha marcados

no papel ofício estão praticamente no mesmo ponto;

viii. Faça uma circunferência englobando apenas os pontos de impacto, marcando

seu centro médio. Trace uma linha reta saída do ponto de origem e cruzando

o centro do impacto. Essa linha servirá de LINHA DE REFERÊNCIA para

todos os lançamentos posteriores;

ix. Meça o ALCANCE (A) do ponto de origem até o centro do impacto. Meça o

diâmetro dessa circunferência, calcule seu RAIO e registre esse raio como

incerteza da medida do alcance ( AΔ ). A seguir, meça a ALTURA (Z) da

saída da calha até o ponto origem no papel ofício. Considere a metade da

menor divisão da régua como a incerteza da medida da altura ( ZΔ ). Registre

todas as medidas;

x. Escolha QUATRO posições abaixo e QUATRO acima da posição média do

item anterior e repita os CINCO lançamentos a partir de cada uma. Registre

todas as medidas. Isso totalizará NOVE alcances e NOVE alturas, incluindo

o item anterior.

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OBS.: Em cada ALTURA é preciso repor a calha na horizontal, alinhar novamente a

saída da calha com o fio de prumo exatamente sobre o ponto origem e proceder de

modo que a bilha, ao ser lançada, toque o papel ofício exatamente em cima da LINHA

DE REFERÊNCIA.

ATENÇÃO: Cada altura deve ser escolhida de modo a gerar impactos em pontos bem

distintos dos pontos das alturas anteriores.

Tabelas:

Faça duas tabelas. A primeira do ALCANCE (cm) com a RAIZ QUADRADA DA

ALTURA (cm). A segunda do ALCANCE AO QUADRADO (cm) com a ALTURA

(cm).

Gráficos:

i. Faça um gráfico milimetrado de ALCANCE (cm) versus ALTURA (cm);

ii. Faça um gráfico milimetrado de ALCANCE AO QUADRADO (cm2) versus

ALTURA (cm);

iii. Faça um gráfico log-log de ALCANCE (cm) versus ALTURA (cm).

Análise de Dados e Cálculos:

i. Calcule os coeficientes angulares das retas nos gráficos lineares;

ii. Obtenha a velocidade da bilha ao sair da calha através do coeficiente angular da

reta no gráfico milimetrado A x Z. Para tal, multiplique o coeficiente angular por

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g/2 e tire a raiz quadrada para obter v. Pergunte ao professor a razão desse

procedimento ou procure explicá-lo;

iii. Compare essas velocidades com o valor dado pela teoria do movimento do

corpo rígido aplicado ao rolamento de esferas em calhas ( 7/10ghv = ).

Estime a diferença relativa percentual;

iv. Calcule o coeficiente angular da reta no gráfico log-log. Verifique se a

dependência funcional do ALCANCE com a ALTURA é dada pela função

A = (cte). z .

Conclusões: apresente suas conclusões de forma objetiva, clara, organizada e concisa

com base na análise de dados, gráficos e resultados. Explique os objetivos propostos

nesta prática e aqueles considerados alcançados.

Relatório: Coloque todas as regras realizadas na prática em folhas separadas de forma

organizada, objetiva, clara e concisa. Não se esqueça de gráficos, tabelas ou mesmo de

suas conclusões. Ponha um resumo teórico deste experimento no início. Apresente um

trabalho final de qualidade.

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UNIDADE II

LEI DE HOOKE

2.1 - INTRODUÇÃO

A Lei de Hooke é a lei da física relacionada à elasticidade de corpos, que serve

para calcular a deformação causada pela força exercida sobre um corpo, tal que a força é

igual ao deslocamento da massa a partir do seu ponto de equilíbrio vezes a característica

constante da mola ou do corpo que sofrerá a deformação:

F = K.∆L ou F = K.X no SI , F em newton, k em newton / metro e l ou x em metros.

Nota-se que a força produzida pela mola é diretamente proporcional ao seu

deslocamento do estado inicial (equilíbrio). O equilíbrio da mola ocorre quando ela está

em seu estado natural, ou seja, sem estar comprimida ou esticada. Após comprimi-la ou

esticá-la, a mola sempre faz ma força contrária ao movimento, calculada pela expressão

acima.

2.2 - A LEI DE HOOKE

Estando uma mola no seu estado relaxado e sendo uma extremidade mantida

fixa, aplicamos uma força (F) à sua extremidade livre, observando certa deformação. Ao

observar esse fato, Hooke estabeleceu uma lei, relacionando força elástica (Fel), reação

da força aplicada, e deformação da mola ∆L ou X “a intensidade da força elástica (Fel)

é diretamente proporcional à deformação (∆L ou X)”.

Matematicamente, temos: Fel = K. ∆L; ou vetorialmente: Fel = -K. ∆L, em que

K é uma constante positiva denominada constante elástica da mola, com unidade no SI

de N/m. A constante elástica da mola traduz a rigidez da mola, ou seja, representa uma

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medida de sua dureza. Quanto maior for a constante elástica da mola, maior será sua

dureza.

É importante ressaltar que o sinal negativo observado na expressão vetorial da

Lei de Hooke significa que o vetor força elástica (Fel) possui sentido oposto ao vetor

deformação (vetor força aplicada), isto é, possui sentido oposto à deformação, sendo a

força elástica considerada uma força restauradora.

Sendo W a força aplicada, temos: W = -Fel

Fel = -K. ∆L

W = K. ∆L

A Lei de Hooke pode ser utilizada desde que o limite elástico do material não

seja excedido. O comportamento elástico dos materiais segue o regime elástico da Lei

de Hooke apenas até um determinado valor de força, após esse valor, a relação de

proporcionalidade deixa de ser definida (embora o corpo volte ao seu comprimento

inicial após a remoção da respectiva força). Se essa força continuar a aumentar, o corpo

perde sua elasticidade e a deformação passa a ser permanente (inelástico) chegando à

quebrar o material.

Ao aplicarmos uma força F, a mola sofre uma deformação x. Se retirarmos essa

força e exercemos uma força 2F, a mola soferá uma alongamento de 2x.

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A deformação é chamada elástica se, ao cessar a aplicação da força, a mola

retornar à posição inicial.

Robert Hooke estudou as deformações elásticas, formulando a seguinte lei:

“ Em regime de deformação elástica, a força é proporcional à deformação.”

Notas:

A rigor, forças elásticas são forças de campo trocadas internamente entre

os átomos do material, enquanto as deformações são elásticas. Apesar

disso, estamos chamando de “força elástica” tanto a força deformadora

exercida na extremidade da mola quanto a sua reação;

Se as deformações ultrapassarem o limite de elasticidade, serão

chamadas deformações plásticas e, quando a força que deformou a mola

deixar de atuar, restará uma deformação residual. Isso ocorre porque se

produz uma alteração permanente na estrutura atômica da mola.

2.3 - DINAMÔMETRO

Dinamômetro é o instrumento que mede a intensidade de uma força. Nos

dinamômetros mais simples, uma mola é deformada elasticamente pela força cuja

intensidade queremos medir. Cada deformação corresponde uma intensidade de força,

que é proporcional à deformação (Lei de Hooke).

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Destaques:

Nas escalas dos dinamômetros, sempre deveriam ser impressos N ou kgf, que

são unidades de medida de força. Entretanto, como o kgf (unidade de força) e o

kg (unidade de massa) se equivalem numericamente, os fabricantes imprimem

de forma incorreta kg nos dinamômetros usados no comércio. Além disso, na

linguagem popular, o dinamômetro costuma ser chamado de “balança de mola”,

o que também não é correto, uma vez que balança é a denominação de um

medidor de massa, e não de força;

Um dinamômetro ideal (massa desprezível), intercalado num fio, mede a

intensidade T de uma das forças de tração atuantes em suas extremidades (ver

EBA 26).

Exercícios Resolvidos

EBA26 - Considere uma mola ideal (massa desprezível) de constante elástica k igual a

1000N/m. Calcule a deformação sofrida pela mola nas duas situações a seguir, supondo

que as deformações sejam elásticas:

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Resolução:

a) mXXXKF 1,0.1000100. =→=→= ou X = 10cm.

b) Analisando melhor a situação do item “a”, concluímos que a situação do item “b” é

exatamente a mesma. De fato, a extremidade superior da mola no item “a” troca forças

de 100N com o suporte:

Outro exemplo: O gráfico a seguir representa a força que deforma a mola de constante

elástica K, em função da deformação X. Determine o valor de K.

F = K.X

K = F/X

K = 200/0,2

K = 1000N/m

Exercícios de Auto-avaliação

1. Uma mola é pendurada em um teto e nela pendura-se um corpo de massa 10kg.

Sabendo-se que o corpo deslocou a mola em 20cm de sua posição de equilíbrio, qual a

constante elástica da mola?

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2. Uma mola é submetida à ação de uma força de tração. O gráfico da figura mostra o

módulo da força tensora F em função da deformação X. Determine:

a) A constante elástica da mola;

b) A deformação quando F = 270N.

F (N)

2.4 - AULA PRÁTICA - COMPROVAÇÃO EXPERIMENTAL DA LEI DE

HOOKE

Objetivos:

Ao término das atividades, o aluno deverá ser capaz de:

Interpretar um gráfico força deformadora X elongação;

Enunciar a Lei de Hooke;

Concluir sobre a validade da Lei de Hooke;

Utilizar o comprimento da Lei de Hooke para escrever o funcionamento de

um dinamômetro.

Material necessário:

Um tripé (G)

Duas hastes de 4,75 mm

Três rebaixos e encosto (F1 e F2)

Três sapatas niveladoras (opcional) (D)

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Três molas helicoidais

Um conjunto de massas acopláveis e gancho lastro 50 gr (C)

Escala metálica milimetrada fixa (B)

Um perfil universal com fixador (A)

Suporte para associação de molas (E)

Fundamentos Teóricos:

A experiência prática do dia-a-dia nos informa que as molas helicoidais se distendem e

comprimem quando sujeitas à ação de forças externas. É evidente que cada mola poderá

suportar até uma certa intensidade de força deformante (para valores acima deste limite

a mola se deformará permanentemente, isto é, cessada a força deformante, não retornará

ao seu comprimento inicial).

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Montagem:

Verifique se a situação do equipamento confere com a figura 1.

Suba ou desça a haste F1 de modo que a parte inferior do gancho lastro fique

assinalando um dado valor na escala (este valor será considerado o “0” a partir do qual

as medidas serão feitas).

O gancho lastro funcionará como “lastro”, não é considerado como carga.

Obs.: 1) Cada massa possui o peso de 50gf (equivalem a aproximadamente meio

newton).

2) Faça as leituras na régua, olhando por baixo dos pesos.

Atividades:

O material que você possui será estabilizado para medidas que lhe auxiliarão a

determinar a Lei de Hooke.

Coloque o gancho lastro suspenso na mola, considerando a sua posição de equilíbrio

ZERO.

Assinale a posição de equilíbrio arbitrada como zero na escala.

Acrescente outras massas, uma de cada vez, completando (para cada caso) as

lacunas da tabela 1.

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Trace o gráfico da força deformante (F) x elongação (X).

Como seria o gráfico da força que a mola exerce sobre as massas (força

restauradora) versus a elongação?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

Obs.: Marque essa mola para diferenciá-la das demais.

A partir do gráfico, qual a relação existente entre a força restauradora e a elongação

sofrida pela mola?

24

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

Utilizando-se dos valores da tabela 1, e sua resposta anterior, verifique a relação xf

para cada medida executada.

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

Segundo sua análise, como chamamos, matematicamente, duas grandezas que

assim se comportam?

______________________________________________________________________

A constante estabelecida é conhecida por “Constante de Elasticidade” da mola em

estudo e, normalmente, é representada pela letra “K”, sabendo que K = F/x ou F = K.x,

qual é a unidade de K no SI?

______________________________________________________________________

Ao adicionarmos pesos na parte inferior da mola, ela _________________

retirando esse peso, ela _________________, se a apertamos no seu sentido

longitudinal ela _______________________________________, liberando a força que

comprimiu ou distendeu, ela ____________________________. Pela terceira Lei de

Newton, a mola, ao sofrer a ação da força externa aplica sobre o agente que a aplicou

uma força contrária e de igual valor modular, denominada reação.

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Coloque um peso de 2N na mola, espere o equilíbrio e marque o ponto de repouso.

Puxe a massa 1cm para baixo, solte-a e descreva o observado.

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

Durante a subida do móvel, como você justifica ele não parar no ponto de

equilíbrio?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

Ao atingir o ponto mais alto da sua trajetória, o móvel pára, retorna e o fenômeno se

repete. Verifique que a força aplicada pela mola, em qualquer caso, sempre fica

orientada para o ponto de equilíbrio, se opondo à deformação. Por esse motivo, quando

trabalhamos com a força restauradora aplicada pela mola, a expressão F = - K.X

contém um sinal (-).

Segundo o observado e analisado até o momento, como você justificaria, fisicamente, a

presença do sinal negativo na expressão acima?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

26

Atividade opcional 1 – Molas em Série:

Determine a constante de elasticidade para um sistema formado por duas molas em

série (procedimento análogo ao desenvolvido anteriormente).

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

Se lhe fornecessem 2 molas com K1 e K2 conhecidos. Como você calcularia a

constante de elasticidade resultante KR do sistema em série?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

Atividade opcional 2 – Molas em Paralelo:

Utilizando o gancho lastro, na parte inferior das molas, determine a constante KR

para um sistema formado por duas molas em paralelo. (Proceda como anteriormente).

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

Com base nas atividades desenvolvidas até o momento, você acha que a constante K

é a mesma para qualquer mola? Comente.

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

27

Como você enunciaria a Lei de Hooke?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

Caso lhe fornecessem 2 molas K1 e K2 conhecidos, como você calcularia a

constante KR , resultante da associação em paralelo das mesmas?

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

28

UNIDADE III

ROLDANAS OU POLIAS

3.1 - CONCEITUAÇÃO

A roldana é uma roda dotada de um sulco, por onde passa uma corda ou corrente, que a

faz rodar em torno de seu eixo. Sua utilidade se resume no fato dela mudar o sentido em

que se aplica a força ao levantarmos um corpo com o auxílio de uma roldana fixa,

exercendo a força para baixo, o que facilita a ação.

As roldanas móveis, por sua vez, são interligadas a uma roldana fixa e se movimentam

junto à carga, pois seus eixos não são fixos. Eles correm sobre as cordas e tem a grande

vantagem de reduzir a força da ação a ser aplicada. Logo, a correta combinação de

roldanas móveis nos permite levantar pesos cada vez maiores utilizando a mesma força.

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3.2 - ASSOCIAÇÃO DE POLIAS

A polia móvel raramente é utilizada sozinha dado o inconveniente de ter que ‘puxar’ o

ramo de corda da potência ‘para cima’. Normalmente, vem combinada com uma polia

fixa, conforme ilustramos abaixo. Para tal montagem tem-se 2RF = e dp = 2dr. Assim,

para que a carga suba um metro, o operador dever puxar seu ramo de corda dois metros

para baixo.

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Talha Exponencial: o acréscimo sucessivo de polias móveis, como indicamos na

seqüência abaixo, leva-nos à montagem de uma talha exponencial.

Na talha exponencial com uma polia fixa e duas móveis tem-se 224RRF == , com uma

fixa e três móveis, tem-se 328RRF == e assim sucessivamente, de modo que para n

polias móveis teremos: n

RF2

= .

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Exercícios Resolvidos

Determine a força que o homem deve exercer no fio para manter em equilíbrio estático

o corpo suspenso de 120N. Os fios são considerados inextensíveis e de massas

desprezíveis; entre os fios e as polias não há atrito. As polias são ideais, isto é, não tem

peso.

Solução:

Para haver equilíbrio, a resultante das forças deve ser nula. No corpo suspenso, a tração

T é igual ao peso P = 120N, pois não há aceleração. A distribuição de trações é idêntica

à discutida no exercício anterior.

Resposta: 15N

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Observe que o homem equilibra o peso de 120N, exercendo uma força de intensidade

bem menor, por isso, na prática, são muito utilizadas as associações de polias como se

vêem em guindastes.

Conclusão:

NOTAMOS ENTÃO QUE, NAS ROLDANAS FIXAS VOCÊ APENAS MUDA A

DIREÇÃO DA FORÇA SEM QUE ESTA EXERÇA ALGUMA VANTAGEM

MECÂNICA, ENQUANTO NAS MÓVEIS A VANTAGEM É A QUANTIDADE DO

NÚMERO DE ROLDANAS MÓVEIS, QUANTO MAIS ROLDANAS MÓVEIS,

MENOS FORÇA É APLICADA.

Exercício de Auto-avaliação

1) Um corpo de peso P encontra-se em equilíbrio a ação da força F, como indica a

figura. Os pontos A, B e C são pontos de contato entre os fios e a superfície. A força

que a superfície exerce sobre os fios nos pontos A, B e C são, respectivamente:

a) Iguais a P/2

b) P/2 , P/4 , P/8

c) P, P/2, P/4

d) Iguais a P

e) P/8 , P/4 , P/2

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3.3 - AULA PRATICA –USO DE ROLDANAS

Material necessário

• 1 conjunto de roldanas ( 2 fixas e 1 móvel)

• 1 jogo de contra-pesos

• 1 Dinamômetro

Montagem do material

Execução do experimento

• Prove através do experimento em que sistema nós encontraremos a vantagem

mecânica ao elevar o contra-peso;

• De quanto foi a vantagem encontrada;

• Prove que a fórmula está correta.

Objetivos

• Mostrar em que situações o uso de roldanas pode ter vantagem mecânica;

• Demonstrar as propriedades de massa e peso.

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Gabarito

Unidade I

1) E

2) C

3) D

4) E

5) a) 3 s b) 12 m/s c) 32 m/s

Unidade II

1) 490 N/m

2) a) 3000 N/m b) 9 cm

Unidade III

1) E

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Referências Bibliográficas GUALTER , André. Física. São Paulo: Saraiva, 2000. KAZUHITO, Fuke Carlos. Os Alicerces da Física. São Paulo: Saraiva, 2003. RAMALHO, F. Fundamentos da Física. São Paulo: Moderna, 2003.