Jorge Amado e Zelia Gatai

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Quando a morte completa a poesia

Por Renato Cardoso

Sobre a morte de Zélia Gatai e imaginando o seu reencontro com Jorge Amado no céu. Os dois foram os maiores exemplos de uma vida vivida em poesia. Ele se amaram e, entre livros, contos e versos, sempre mostraram o lado poético da melhor vida a dois.

Dá pra pensar em pão sem manteiga, arroz sem feijão,ou música sem som?Bahia sem Amado, Amado sem Zélia,Gil sem Caetano e Caetano sem tom?

Romeu sem Julieta, carnaval semsamba, poesia sem versos, oufutebol sem gol?Mulher sem vaidade, sonho sem cor,adeus sem chorar ou jardim sem flor?

Jorge Amado no céu, Zélia Gatai acaminho, o brasileiro sorrindo,o amor se encontrando.A poesia em festa, o céu maispoesia, os anjos tocando,os dois se beijando.

Os pobres versos de um nada poeta, aí estãoapenas para me ver mais perto dessereencontro importante de doisamantes poetas, que se valiam doexemplo a dois para justificar seus versosperfeitos, marcantes, sensíveis.

Sobre Zélia Gatai, Jorge Amado disseum dia: “A vida me deu mais do que pedi e mereci. Não me falta nada. Tenho Zélia e isso me basta.”

Texto e apresentação por Renato Cardosowww.vivendobauru.com.br

E se a vida lhe deu Zélia, e por uns tempos ficaram distantes, agora, juntos, têm muito a comemorar. Têm que por os versos em dia, para também, por eles matar a saudade. E por certo Zélia Gatai irá dizer a Jorge Amado que ele estava enganado quando disse: “Quando você morre, em um país sem memória, imediatamente eles te esquecem. Quando eu morrer, vou passar uns 20 anos esquecido.” Nunca iremos esquecer de Jorge Amado, e isso, claro, também vale para Zélia Gatai.