Post on 19-Nov-2018
JOGOS DE MATEMÁTICA COMO METODOLOGIA DE
ENSINO/APRENDIZAGEM DE NO 1° ANO DO ENSINO MÉDIO
DA REDE PÚBLICA -RJ
Nilson S. Peres Stahl,
Lab. Ciências Mat., CCT-UENF, 28.013-600, Campos dos Goytacazes/RJ.
E-mail: nilsonstahl@ig.com.br
Tamara Freitas de Souza Monteiro
Licenciada em Matemática - UENF;
E-mail: tamarafrs@hotmail.com
Estefane Costa Rosa Domingues
Licencianda em Matemática - UENF;
E-mail: estefanedomingues@yahoo.com.br
Resumo: Este trabalho apresenta a utilização de jogos em matemática, enquanto metodologia
de ensino, como reforço para a aprendizagem da matemática em uma escola pública de Campos
dos Goytacazes, no Estado do Rio de Janeiro. Foram utilizadas duas turmas, tendo o mesmo professor, da primeira série do ensino médio, sendo que numa delas, a turma considerada como
“controle”, foi utilizado a metodologia tradicional baseada em aula expositiva com quadro
negro e livro texto. A outra aplicou-se jogos enquanto metodologia alternativa, como cartas, tabuleiros, dominós, bingos, memórias, etc., confeccionados de forma artesanal utilizando
materiais básicos e de baixo custo. Esses jogos educacionais foram aplicados após a exposição
do conteúdo pela professora em forma de síntese. Ao final do bimestre as médias das notas
foram comparadas entre as duas turmas de modo a avaliar se a metodologia de jogos, explorando o lúdico, foi ou não um facilitadora na construção do conhecimento em Matemática.
Palavras – chave: Ensino, Jogos, Metodologia de Ensino, Educação Matemática.
1 Introdução e Justificativa
O Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) é um indicador de qualidade educacional, medido a cada dois anos, que combina informações de desempenho em exames
padronizados (Prova Brasil ou Saeb). Este índice tem como meta, em 2022, alcançar o valor 6,0,
número obtido pelos países desenvolvidos. A figura 1 apresenta dados registrados numa tabela
com índices desde 2005.
IDEB - Resultados e Metas
IDEB 2005, 2007, 2009 e Projeções para o BRASIL
Anos Iniciais do Ensino Fundamental Anos Finais do Ensino Fundamental Ensino Médio
IDEB Observado Metas IDEB Observado Metas IDEB Observado Metas
2005 2007 2009 2007 2009 2021 2005 2007 2009 2007 2009 2021 2005 2007 2009 2007 2009 2021
TOTAL 3,8 4,2 4,6 3,9 4,2 6,0 3,5 3,8 4,0 3,5 3,7 5,5 3,4 3,5 3,6 3,4 3,5 5,2
Dependência Administrativa
Pública 3,6 4,0 4,4 3,6 4,0 5,8 3,2 3,5 3,7 3,3 3,4 5,2 3,1 3,2 3,4 3,1 3,2 4,9
Estadual 3,9 4,3 4,9 4,0 4,3 6,1 3,3 3,6 3,8 3,3 3,5 5,3 3,0 3,2 3,4 3,1 3,2 4,9
Municipal 3,4 4,0 4,4 3,5 3,8 5,7 3,1 3,4 3,6 3,1 3,3 5,1 2,9 3,2 - 3,0 3,1 4,8
Privada 5,9 6,0 6,4 6,0 6,3 7,5 5,8 5,8 5,9 5,8 6,0 7,3 5,6 5,6 5,6 5,6 5,7 7,0
Figura1 – Índices de Desenvolvimento da Educação Básica.
Fonte: Saeb e Censo Escolar
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ISSN 2317-3300
Pela análise da figura 1, observa-se que, embora os índices que correspondem a escola
pública apontem para uma melhora, ainda representam valores baixos se comparados aos países
desenvolvidos. Diante desse quadro, à utilização de metodologias alternativas que venham a médio e
longo prazos alterar essa situação nos parece uma atitude cientifica significativa. Neste trabalho
aplicamos jogos educacionais em Matemática de modo a desenvolver no educando, entre outros aspectos, o interesse e a motivação para a compreensão dos conteúdos ministrados em sala de
aula, além de propiciar uma oportunidade de socialização, busca de cooperação mútua,
participação da equipe na busca de resolver as questões propostas pelo professor.
2 Pesquisa de Campo
Foi analisado o plano de curso da 1ª série do ensino médio como base para a formulação dos Jogos Educacionais em matemática. Várias modalidades de jogos foram utilizadas como:
tabuleiros, cartas, dominós, bingos, quebra-cabeças, memórias, etc. A maior parte dos quites de
jogos foram construídas de forma artesanal utilizando materiais básicos e de baixo custo como papéis cartão, papelão, cartolina, entre outros.
Duas turmas do 1º ano do ensino médio do Colégio Instituto Superior de Educação
Professor Aldo Muylaert (ISEPAM) participaram da pesquisa. Em uma das turmas o professor
desenvolveu seu plano de curso de modo tradicional¹. Na outra foram aplicados Jogos educacionais enquanto metodologia de ensino de matemática. Entendemos neste trabalho como
ensino tradicional, basicamente, a utilização de aulas eminentemente expositivas e utilização de
quadro e livro texto.
Com base nas medias finais do 3° trimestre da turma 1104, na qual foi aplicada a
metodologia dos jogos, 18 alunos (62,07%) foram aprovados (media ≥ 6) e 11 alunos (37,93%) foram reprovados. Estes dados estão representados na figura 2.
Figura 2 – Médias Finais do 3º Trimestre da Turma 1104-ISEPAM. Na turma 1103 que utilizamos como turma de controle, 10 alunos (32,25%) foram
aprovados (media ≥ 6) e 21 alunos (67,75%) foram reprovados. Estes dados estão representados
na figura 3.
Figura 3 - Médias Finais do 3º Trimestre da Turma 1103.
32,25%
67,75%
Medias Finais do 3º Trimestre da Turma
1103
Aprovados
Reprovados
62,07%37,93%
Medias Finais do 3º Trimestre da Turma
1104
Aprovados
Reprovados
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3 Conclusão/Considerações Finais
Os dados apresentados pelas figuras 1 e 2, apontam que os resultados foram satisfatórios. Pudemos constatar que a utilização das atividades lúdicas, para o ensino dos
conteúdos de matemática, contribuiu positivamente para o aprendizado dos educandos.
Observamos também, que, na turma 1104, na qual foi aplicada a metodologia dos jogos, o índice de aprovação foi bastante alto considerando-se que o índice de aprovação foi
praticamente duas vezes maior do que na 1103. Os alunos que participaram ativamente das
atividades, foram os mesmos que obtiveram as melhores notas no final do bimestre.
No que diz respeito ao interesse dos demais professores em utilizar novas metodologias de ensino, apuramos, durante a fase de seleção do colégio para o desenvolvimento da pesquisa,
que os professores da Rede Publica Estadual encontram-se desmotivados e com uma visão a
nosso ver, equivocada quanto a permaneceram utilizando o metodo introduzido. Os professores dos colégios visitados alegaram que não poderiam fazer uso das atividades apresentadas a eles,
pois “perderiam aulas” e não conseguiriam cumprir o planejamento.
Diante do explicitado e dos resultados obtidos nesta pesquisa podemos afirmar que a utilização de uma metodologia que explore o lúdico pode ser aplicada, com bons resultados e
ainda possibilitando mudanças de atitudes docentes e discentes.
4 – Bibliografia
- D’AMBRÓSIO, Ubiratan. Educação Matemática. Summus Editorial. São Paulo: Editora
Unicamp, Campinas, 1997
- DUVAL, Raymond. Registros de Representações Semióticas e Funcionamento Cognitivo da
Compreensão em Matemática. In: MACHADO, Silvia D. A. Aprendizagem em Matemática:
Registros de Representação Semiótica. Campinas:Editora Papirus, 2003, p.11-34.
- GROENWALD, Claudia Lisete Oliveira; TIMM, Ursula Tatiana. Utilizando Curiosidades e jogos matemáticos em sala de aula. Disponível em:
<http://www.somatematica.com.br/artigos/a1/index.php> Acesso em: 25/04/2009.
- Heuser, C. A.; Dorneles, C. F.; Braganholo, V. P. XML: Teoria e aplicações. 18º
Simpósio Brasileiro de Banco de Dados – SBBD. Brasília, 2004.
- IEZZI, Gelson. Matemática: 1ª Série, 2° Grau. Editora Atual;
- LORENZATTO, S. Para Aprender Matemática, Ed. Autores associados, 2006
- MACEDO, L.; PEETY, A.L.S.; PASSOS, N. C. Aprender com jogos e situações-
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- MORATORI, Patrick Barbosa. Por que utilizar jogos educativos no porcesso de ensino
aprendizagem?
- SKOVSMOSE, Ole. Educação Matemática Crítica. Campinas: Papirus, 2001.
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