Post on 29-Jun-2015
OPINIÃO
03PÁG.
Folhetim
Continua o folhetim sobre o que se sucederá
depois do final do programa de assistência fi-
nanceira em que ainda estamos mergulhados…
Na realidade há algumas coisas que podemos
antecipar sem termos de recorrer a qualquer
bola de cristal.
Em primeiro lugar, os países que nos financia-
ram neste programa não estão
dispostos a fornecer novo finan-
ciamento. Ainda bem. Porque
para nos financiarem e ao mes-
mo tempo convencerem as res-
pectivas opiniões públicas que
não haveria outra solução senão
essa teriam nos impor condições
de tal forma leoninas que é me-
lhor nem sequer pensar nelas.
Em segundo lugar, a nossa mar-
gem de autonomia em matéria
económica e financeira continu-
ará a ser mínima durante muito tempo ainda
(se os portugueses o aceitarem, o que eu du-
vido).
Isto porque os compromissos que assumimos
quando assinámos o chamado Tratado Orça-
mental (que entrou em vigor há um ano atrás)
implicam que reduzamos a nossa dívida públi-
ca, dos actuais 125% (ou o que for) do PIB para
60%, no prazo de vinte anos. Mas para se con-
seguir este objectivo será necessário, ou que o
crescimento económico seja muito superior ao
que tem sido desde o início do século - o que
considero muito improvável se nos mantivermos
na Zona Euro - ou que seja possível obter gran-
des saldos positivos nas contas
do Estado de forma sustentada,
o que considero praticamente
impossível, pelo menos no nível
que seria necessário.
Ora tudo isto, que nós sabemos
e que as autoridades comunitá-
rias também sabem, vai impli-
car que, não cumprindo o tra-
tado orçamental, fiquemos sob
vigilância apertada da Comissão
Europeia e do Banco Central Eu-
ropeu que continuarão, como a
troika fez até agora, a impor-nos medidas de
política de forte austeridade e de fraco êxito.
Pessoalmente penso que uma situação destas
não se sustentará durante muito tempo e cer-
tamente que não durará vinte anos. Muito an-
tes virá a rotura social e política e o próprio
regime democrático poderá não resistir.
João Ferreira do Amaral Economista
r/com renascença comunicação multimédia, 2014
A nossa margem de autonomia em matéria económica e fi nanceira continuará a ser mínima durante muito tempo ainda (se os portugueses o aceitarem, o que eu duvido)
Parceria Renascença/VER
O risco de não ousar arriscar
Gabriela Costa»
A maioria dos portugueses mostra uma atitude positi-va para empreender, mas 83% não arrisca, porque tem medo de falhar. Esta é uma das principais conclusões, a nível nacional, do Relatório Mundial de Empreendedo-rismo 2013, conduzido pela Amway Europa.Desenvolvido pela responsável por um dos maiores ne-gócios de venda directa a nível mundial, em coopera-ção com o Instituto de Estratégia, Tecnologia e Orga-nização da Universidade de Munique, o Amway Global Entrepreneurship Report teve por base um estudo de mercado realizado no segundo trimestre de 2013 pelo Instituto GfK Research, de Nuremberga, o qual inqui-riu cerca de 26 mil pessoas, em 24 países, incluindo, pela primeira vez, alguns países emergentes e potên-cias fora da comunidade europeia, como a Austrália, o Japão, a Colômbia, o México e os EUA.Na sua quarta edição consecutiva (e segunda em que Portugal participa), o relatório centra-se, em 2013, na
temática “Encouraging Entrepreneurs – Eliminating the Fear of Failure”. O objectivo é motivar os empreen-dedores a ultrapassarem o seu receio de falhar, o qual tem sido um dos maiores obstáculos a que invistam no seu próprio negócio, de acordo com os resultados das edições anteriores deste estudo anual.Os resultados globais do relatório divulgado recente-mente comprovam que este receio se mantém, com mais de 2/3 dos inquiridos a assumir efectivamente o medo de falhar como a principal condicionante para iniciar o seu próprio negócio, principalmente, devido aos encargos fi nanceiros inerentes e à ameaça da crise económica.Portugal segue a tendência dos mais de vinte países analisados em todo o mundo e, apesar de ter motiva-ção e desejo para empreender, arrisca muito pouco, por receio de falhar. Leia mais em http://www.ver.pt/conteudos/verArti-go.aspx?id=1824&a=Geral