Post on 25-Oct-2020
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS
Curso de Especialização em Saúde da Família
ALEX MULLER GROSSKLAUS
INTERVENÇÃO EDUCATIVA PARA DIMINUIR RECIDIVA DE
MALÁRIA
BELÉM – PA
2019
ALEX MULLER GROSSKLAUS
INTERVENÇÃO EDUCATIVA PARA DIMINUIR RECIDIVA DE
MALÁRIA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de
Especialização em Saúde da Família, Modalidade à distância,
Universidade Federal do Pará, Universidade Aberta do SUS,
para obtenção do Certificado de Especialista.
Orientadora: Profa. Dra Ana Julia Pantoja de Moraes.
BELÉM – PA
2019
FOLHA DE APROVAÇÃO
ALEX MULLER GROSSKLAUS
INTERVENÇÃO EDUCATIVA PARA DIMINUIR RECIDIVA DE
MALÁRIA
Trabalho de Conclusão de Curso aprovado como requisito parcial à obtenção do título de
Especialista, Curso de Especialização em Saúde da Família, Universidade Aberta do SUS,
Universidade Federal do Pará, pela seguinte banca examinadora:
Conceito: __________________
Aprovado em: ____/ ____/ ____
BANCA EXAMINADORA:
__________________________________________________
Profa. Dra Ana Julia Pantoja de Moraes
Orientadora
__________________________________________________
Prof. Dr. José Guilherme Wady Santos
Membro
Quien no sabe lo que busca no intiende lo que
encuentra.
Claude Bernard
RESUMO
Introdução: A malária é uma doença por protozoários transmitida pela picada de mosquito
Anopheles. A mais importante das doenças parasitarias humanas, é transmitida em 108 países
contendo 3 bilhões de pessoas, e causa quase 1 milhão de mortes por ano. Apesar de esforços
enormes para o controle, aumentos na resistência do parasita a fármacos, e de seus vetores a
inseticidas além das viagens e migrações dos seres humanos, contribuíram para seu
ressurgimento, embora haja muitas iniciativas novas promissoras de controle e pesquisa, a
malária permanece hoje, como tem sido por séculos, um ônus pesado para comunidades
tropicais, uma ameaça para os países não endêmicos, e um perigo para os viajantes. Objetivos:
diminuir os casos de recidiva da doença com medidas de prevenção contra o veículo de
transmissão da malária. Métodos: estudo transversal e uma abordagem quantitativa, os
pacientes serão avaliados mensalmente por uma consulta médica, assim como também será
realizado a entrega de mosquiteiros e repelentes. Resultados: pretendemos agilizar e melhorar
o atendimento no posto de saúde, diminuindo a demanda de pacientes que na maioria
procuram o atendimento médico aprensentando sintomas da malária. Conclusão: Enfim, a
malária é uma doença curável se prontamente diagnosticada e adequadamente tratada. A
malária pode ser pode contida pelo uso crit6erioso de inseticidas para matar o mosquito vetor,
diagnóstico rápido, manejo apropriado do paciente, e – onde for efetiva e viável -,
administração de tratamento preventivo intermitente ou quimioprofilaxia a grupos de alto
risco.
Palavras-chave: Malária, Prevenção de Doenças, Bagre.
ABSTRACT
Introduction: Malaria is a protozoan disease transmitted by the Anopheles mosquito bite. The
most important of the human parasitic diseases, it is transmitted in 108 countries containing 3
billion people, and causes almost 1 million deaths per year. Despite enormous control efforts,
increases in parasite resistance to drugs, and their vectors to insecticides in addition to human
travel and migration, have contributed to its resurgence, although there are many promising
new initiatives for control and research, malaria remains today, as it has been for centuries, a
heavy burden on tropical communities, a threat to non-endemic countries, and a danger to
travelers. Objectives: to reduce cases of relapse of the disease with preventive measures
against the malaria transmission vehicle. Methods: a cross-sectional study and a quantitative
approach, patients will be evaluated monthly by a medical consultation, as well as delivery of
mosquito nets and repellents. Results: we intend to streamline and improve the care in the
health post, reducing the demand of patients that in the majority seek medical attention by
presenting symptoms of malaria. Conclusion: Finally, malaria is a curable disease if it is
promptly diagnosed and adequately treated. Malaria can be contained by the criterative use of
insecticides to kill the vector mosquito, rapid diagnosis, appropriate management of the
patient, and - where effective and feasible - administration of intermittent preventive
treatment or chemoprophylaxis to high-risk groups.
Key words: Malaria, Disease prevention, Bagre.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
MS Ministério da Saúde
OMS Organização Mundial da Saúde
OPAS Organização Pan-americana de Saúde
SUS Sistema Único de Saúde
HIV Virus da Imunodeficiência Humana
AIDS Sindrome da Imunodeficiência Adquirida
PIACM Plano de Intensificação das Ações de Controle da Malária
ACT Terapia Combinada à base de Artemisinina
LVC Lâmina de Verificação de Cura
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 09
1.1 JUSTIFICATIVA................................................................................................... 10
2 OBJETIVOS............................................................................................................. 11
2.1 OBJETIVO GERAL................................................................................................ 11
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.................................................................................. 11
3 REVISÃO DE LITERATURA................................................................................ 12
3.1 EPIDEMIOLOGIA.................................................................................................. 12
3.1.1 MALÁRIA PELO MUNDO................................................................................ 12
3.1.2 MALÁRIA NO BRASIL...................................................................................... 13
3.1.3 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA MALÁRIA............................................... 14
3.1.4 MÉTODOS DIAGNÓSTICO............................................................................... 15
3.1.5 TRATAMENTO................................................................................................... 16
3.1.6 MEDIDAS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL....................................................... 17
4 METODOLOGIA..................................................................................................... 18
4.1 IMPLICAÇÕES ÉTICAS........................................................................................ 18
4.2 DELINEAMENTO DO ESTUDO.......................................................................... 18
4.3 POPULAÇAO DO ESTUDO.................................................................................. 18
4.4 VARIÁVEIS DO ESTUDO.................................................................................... 19
4.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS.............................................................. 19
4.6 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES..................................................................... 19
4.7 ORÇAMENTO........................................................................................................ 20
5 RESULTADOS......................................................................................................... 21
6 CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................ 25
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................... 26
9
1 INTRODUÇÃO
A malária é uma das doenças mais antigas do mundo. Por muitos anos se acreditou
que a causa da doença estivesse no ar insalubre de certas regiões pantanosas e, por isso, era
conhecida como “mal aria” (“mau ar” em italiano). A doença também é conhecida como
paludismo, impaludismo, febre palustre, maleira ou sezão. É mundialmente um dos mais
sérios problemas de saúde pública, se manifesta como uma enfermidade infecciosa, febril
sistêmica, não contagiosa, aguda causada por protozoários do gênero Plasmodium e
transmitida ao homem pela fêmea de mosquitos do gênero Anopheles durante seus hábitos
noturnos, ao entardecer ou amanhecer, e podem variar quanto a região e sazonalidade. É uma
doença evitável, detectável e tratável, que se apresenta mais comumente em regiões pobres.
Segundo o Ministério da Saúde (BRASILL, 2018), No Brasil, a região Amazônica é a
que mais possui um endemia de malária, no entanto, nas demais regiões do país, os casos são
pequenos, mas existem várias notificações de óbito por causa da doença.
Para acompanhar os casos de malária, o Brasil segue o Programa Nacional de Controle
da Malária (PNCM), criado em 2003, nos mesmos moldes das orientações dadas pela
Orgnaização Mundial da Saúde (OMS), tendo como objetivos principais: reduzir a letalidade
e a gravidade dos casos, reduzir a incidência da doença, eliminar a transmissão em áreas
urbanas e manter a ausência da doença em locais onde a transmissão já foi interrompida
(LAPOUBLE; SANTELLI, MUNIZ-JUNQUEIRA, 2015).
Partindo do princípio de que essa é uma doença de grande impacto tanto para a saúde
quanto para o bem-estar do paciente, é necessário conhecer de maneira mais profunda os
casos da doença no país e, nesse caso, na região Amazônica, mais precisamente, na cidade de
Bagre (Ilha de Marajó/PA) para, então, propor um projeto de intervenção com o intuito de se
orientar as famílias sobre as formas de se evitar a contaminação, bem como a importância de
um tratamento eficaz, tão logo apareçam os primeiros sintomas.
Partindo do pressuposto de que essa é uma área que possui inúmeros casos de malária,
o presente trabalho tem como propósito analisar, estatisticamente, os casos de malária na
região de Bagre, procurando soluções para o seguinte questionamento? Como evitar que os
pacientes desistam do tratamento? Quais medidas as equipes de saúde poderiam disponibilizar
aos pacientes e demais familiares com o intuito de evitar a contaminação ou mesmo a
desistência do tratamento?
Nesse sentido, é preciso buscar nos meios especializados algumas medidas de combate
à doença, bem como as principais ações que poderiam ser disponibilizadas à população local
10
para que os pacientes tenham consciência da importância do tratamento contínuo até a
recuperação da saúde.
1.1 JUSTIFICATIVA
A região de Bagre, no estado do Pará, tem sua economia baseada no extrativismo,
destacando-se o açaí, palmito, carvão e madeira; além disso, na agricultura destacam-se o
arroz, milho, mandioca, laranja, banana e limão, encontrando-se, também, a criação de gado,
búfalo e suínos.
Possui uma população com cerca de 30 mil habitantes e contam com um hospital no
município, o Hospital Municipal de Bagre onde atende os habitantes do município e
habitantes oriundos de outros municípios.
Além disso, a cidade conta com diversas unidades do Programa de Saúde da Família
(PSF) com atendimento voltado para todos os habitantes, com programas específicos voltados
para atender casos como: gravidez na adolescência, idosos, doenças epidemiológicas como,
por exemplo, a malária que afeta grande parte da população.
Sendo uma doença que necessita de cuidados especiais, além da persistência dos
pacientes para continuar o tratamento, o estudo é relevante devido à elevada prevalência de
pacientes que, por não darem continuidade ao tratamento ou não há cuidados com a
prevenção, retornam com a mesma aos postos de atendimento e, com isso, verifica-se que há
oneração por parte dos órgãos públicos e os postos de saúde vivem sempre com um número
excessivo de pacientes diariamente, muitas vezes, por estarem com algum sintoma ou
apresentarem a doença já instalada com um grau mais elevado de gravidade.
11
2 OBJETIVOS
2.1 GERAL
Diminuir os casos de recidiva da doença com medidas de prevenção contra o veículo
de transmissão da malária.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Orientar os pacientes à adesão ao tratamento;
Orientar os pacientes em relação à alimentação e os cuidados gerais;
Diminuir as complicações como epigastralgia, vômitos, dores abdominais, cefaleia,
fraqueza e tontura devido a anemia.
12
3 REVISÃO DE LITERATURA
3.1 EPIDEMIOLOGIA
A malária é uma doença que ataca vários sistemas e órgãos, cuja patogenia está
relacionada à fase eritrocitária do ciclo do parasita. Os períodos de incubação são também
espécie-específicos (geralmente 8 a 12 dias para P. falciparum e de 13 a 30 dias para as outras
espécies). As estapas do ciclo de replicação incluem as formas esporozoítas (mosquitos),
esquizontes (fígado e eritrócitos), merozoítas (intraequizontes), trofozoítas (eritrócitos),
macrogametas e microgametas. O período de latência nas infecções por P. vivax e P. ovale,
corresponde a hipnozóitos que podem permanecer em latência no fígado, e são responsáveis
pelas recaídas da doenças dentro de 3 a 9 semanas após o tratamento. A ruptura dos eritrócitos
infectados contendo os esquizontes resulta em febre e liberação dos merosoítas. Além deste,
outros mecanismo provocam a anemias hemolíticas que é uma das principais complicações da
malária e grande parte da mortalidade desta enfermidade é atribuída à gravidade da anemia,
principalmente na infância (DUARTE, Whitebook, Medicina e Microbiologia).
No entanto, apesar de todo do desenvolvimento da medicina, os casos de malária pelo
mundo e no Brasil ainda são bem elevados e essa é uma situação que precisa ser
acompanhada com insistência pelos profissionais de saúde e órgãos competentes com o
intuito de se minimizar o impacto que ela causa na vida do paciente e no desenvolvimento dos
países.
3.1.1 MALÁRIA PELO MUNDO
Todo ano, cerca de 430 mil pessoas morrem por causa da malária. Entre elas, 70% são
crianças com menos de 5 anos de idade, conforme levantamentos feitos pela Organização
Mundial de Saúde (OMS).
Provavelmente, a malária surgiu no continente africado e de lá se espalhou por vários
países da Europa e da Ásia e, talvez, tenha chegado às Américas nos navios dos
descobridores. Embora pareça ser uma doença tão antiga quanto a humanidade, foi só no
século 5 a.C. que Hipócrates descreveu-a pormenorizadamente. Antes dele, a moléstia era
atribuída ao castigo dos deuses ou aos maus espíritos. É tipicamente uma parasitose de países
subdesenvolvidos.
13
A malária é a 5ª causa de morte por doenças infecciosas em todo o mundo, ficando
atrás apenas para infecções respiratórias, HIV/AIDS, doenças diarreicas e tuberculose.
Na maioria dos países africanos, os casos são diagnosticados de notificados de forma
presuntiva, sem comprovação laboratorial, baseando-se nos achados clínicos e
epidemiológicos da doença. Por outro lado, nas Américas e na maioria dos países da Ásia,
Norte da África e Transcaucásia, os casos suspeitos são confirmados
pelodiagnósticolaboratorial por microscopia ótica (OMS, 2005).
3.1.2 A MALÁRIA NO BRASIL
Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2015), a região amazônica é a que possui
maior incidência de casos de malário do país, no entanto, outras regiões também possuem
casos, mas a incidência é considerada pequena em relação ao que é notificado no órgão.
Vários fatores foram os responsáveis pela elevada incidência da doença, os quais
desempenham papel relevante na transmissão nos municípios amazônicos do Brasil, nas
últimas décadas, dentre estes: 1) ocorrência da doença em área de floresta tropical úmida, que
favorece o desenvolvimento e proliferação dos vetores; 2) presença de grupos humanos
expostos de forma ocupacional aos vetores como garimpeiros, madeireiros, agricultores em
assentamentos de colonização dentre outros; 3) condições climáticas propícias à
disseminaçãodos vetores (temperatura, umidade e pluviosidade); 4) alguns enganos da
engenharia rodoviária, que favorecem a existência de maior número de criadouros; 5) uso
inapropriado de medicamentos antimaláricos; e 6) ausência de infraestrutura social e de
serviços permanentes de saúde (FERNANDES DA MOTA, 1992; LOIOLA; SILVA; TAIUL,
2002).
A malária permanece como uma das mais importantes causas de morbidade
e mortalidade nas regiões tropicais do mundo, com estimativa de 2,4 bilhões
de pessoas expostas ao risco de infecção pelo Plamodium falciparum e 2,9
bilhões d epessoas expostas ao risco de infecção pelo Plasmodium vivax.
Embora a infecção pelo P. vivax tenha uma mortalidade consideravelmente
menor, sua distribuição geográfica é muito mais ampla e sua frequência no
Brasil é muito maior, representando aproximadamente 86% dos casos
notificados em 2011 (LAPOUBLE; SANTELLI, MUNIZ-JUNQUEIRA,
2015, p. 300).
Quanto ao Brasil, verifica-se que essa é uma doença com grande número de pacientes,
especialmente na região Amazônica que possui dados preocupantes quanto ao índice de
14
pessoas afetadas pela mesma. Estudos demonstraram que nessa região encontram-se fatores
específicos para o desenvovimento dos agentes causadores e, também, a baixa condição
econômica e social da população que vivem em locais quase sempre sem as mínimas
condições estruturais como saneamento básico, água tratada, rede de esgotos dentre outras
que são essenciais para manter a qualidade de vida e saúde da população.
Por outro lado, observa-se que, no Brasil, mais de 99% dos casos de malária
são registrados na região amazônica que engloba os estados do Acre,
Amazonas, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e
Tocantis. Nessa região, as condições propícias para a sobrevivência do vetor
e as condições socioeconômicas e ambientais favorecem a transmissão da
doença (LAPOUBLE; SANTELLI, MUNIZ-JUNQUEIRA, 2015, p. 301).
No entanto, após a Conferência Interministerial realizada em Amsterdã, a incidência
de malária no Brasil foi reduzida, pois houve mudança na abordagem da malária pela Saúde
Pública. O Ministério da Saúde (MS) lançou o Plano de Intensificação das Ações de Controle
da Malária na Amazônia Legal (PIACM) com o objetivo de melhorar e ampliar o atendimento
de portadores de malária, reduzir a morbidade e a mortalidade, e minimizar a transmissão.
(PEREIRA; IGUCHI; SANTOS, 2006; REINERS et al., 2010).
A intensificação do atendimento de pacientes nas primeiras 72 horas depois do
aparecimento dos sintomas, melhorias das drogas antimaláricas e a capacitação dos
profissionais, levou a uma considerável redução e controle da doença. (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2006).
Depois de sete anos de queda, o número de casos de malária avançou 50% no último
ano e tem gerado alerta na região Norte e em alguns estados do país. Dados contabilizados
pelo Ministério da saúde apontam 194 mil registros em todo o ano de 2017, um aumento de
50% em relação ao ano anterior. Em 2016, para efeito de comparação, o país chegou a
alcançar o menor número de casos já registrado nos últimos 37 anos: 129 mil. Deste total,
99% são em estados da região amazônica, que é endêmica para a doença, em especial
Amazonas, Acre e Pará. (SOARES, 2015).
3.1.3 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA MALÁRIA
A malária é uma causa muito comum de febre em países tropicais. Os primeiros
sintomas da malária são inespecíficos; a falta de uma sensação de bem-estar, cefaleia, fadiga,
desconforto abdominal e dores musculares, seguidas por febre, são similares aos sintomas de
15
uma doença viral de pouca importância. Náuseas, vômitos e hipotensão ortostáticos são
comuns. Os paroxismos clássicos da malária, em que picos de febre, calafrios e tremores
ocorrem em intervalos regulares, são relativamente incomuns, e sugerem infecção com P.
vivaxou P. ovale. A febre é irregular no início (na malária falciparum pode nunca se tornar
regular); a temperatura de indivíduos não imunes e crianças frequentemente se eleva acima de
40ºC, associada a taquicardia e, às vezes, delirium. Embora convulsões febris na infância
possam ocorrer em qualquer das malárias, convulsões generalizadas são especificamente
associadas à malária falciparum podem anunciar o desenvolvimento de encefalopatia (malária
cerebral). Muitas anormalidades clínicas têm sido descritas na malária aguda, mas a maioria
dos pacientes com infecções não complicadas têm poucos achados físicos anormais além de
febre, mal-estar geral, anemia leve e (em alguns casos) um baço palpável. Anemia é comum
entre crianças vivendo em área com transmissão estável, particularmente onde a resistência
tenha comprometido a eficácia dos fármacos antimaláricos. Em indivíduos não imunes com
malária aguda, o baço leva vários dias para se tornar palpável, mas esplenomegalia é
encontrada em uma alta proporção de indivíduos afora isso sadios em áreas endêmicas para
malária, e reflete infecções repetidas. Aumento discreto do fígado também é comum,
particularmente em crianças de pouca idade, Icterícia leve é comum em adultos; ela pode se
desenvolver em pacientes com malária mesmo não complicada, e geralmente regride em 1 a 3
semanas. Hemorragias petequiais na pele ou membranas mucosas – aspectos de febres
hemorrágicas virais e leptospirose -, só se desenvolvem raramente na malária falciparum.
(BRAUNWALD, 2018, p. 1692).
Apesar do elevado número de casos de anemia grave em pacientes com malária, na
Amazônia há poucos estudos relacionando resposta imune do hospedeiro, alterações
hematológicas e infecção malárica, seja devido aos muitos fatores de confusão, como
desnutrição, parasitoses intestinais e a procedência dos pacientes, se de área hipo ou
hiperendêmica (OLIVEIRA, 2004).
3.1.4 MÉTODOS DIAGNÓSTICO
Para se fazer o diangóstico da malária é necessário conhecer os tipos e, também, ter
conhecimento do histórico da doença como, por exemplo, tempo em que o paciente está
apresentando algum dos sintomas, se o doente já desenvolveu e fez algum tratamento, dentre
outros que são fundamentais para o diagnóstico médico.
16
O diagnóstico da malária é feito rapidamente por meio do teste da tira
reagente ou por meio da observação do parasita em microscópio em uma
amostra de sangue. Entretanto, testes rápidos nem sempre estão disponíveis,
microscópios não são sempre efetivos e, por isso, diagnósticos baseados em
sintomas ainda são comuns em grande parte do mundo em desenvolvimento.
Isso significa que os pacientes são frequentemente diagnosticados de forma
errônea e as verdadeiras causas de seus sintomas permanecem sem
tratamento. Isso também indica que medicamentos antimaláricos são
utilizados em excesso em alguns casos e desperdiçados quando
extremamente necessários. A presença de sintomatologia geral no paciente e
sua precedência de área malarígena obrigatoriamente indica a solicitação do
exame laboratorial confirmatório da infecção (BRASIL, 2005, p. 45).
Além disso, Neves (2005) explica ao falar do teste de referência afirma que:
Como teste de referência o exame de lâmina, também chamado de gota
espessa. O exame é muito simples, por um pequeno duro feito com a agulha
na polpa de um dedo, retira-se uma gota de sangue que é colocada numa
lâmina. Espera-se secar e aplicam-se corantes típicos. Depois de 20 minutos,
é possível ver o parasita dentro das hemácias. A Organização Mundial da
Saúde (OMS), nas suas orientações para o controle da malária preconiza
tanto o diagnóstico clínico quanto o diagnóestico laboratorial como
norteadores da terapêutica da doença (NEVES, 2005, p. 67).
Pode-se observar que o diagnóstico da malária é essencial para se detectar a doença e,
diante de um resultado positivo, o paciente é encaminhado para realizar o tratamento de
acordo com as normas estabelecidas pelo MS e, também deve ser acompanhado regularmente
pela equipe de saúde.
3.1.5 TRATAMENTO
Hoje em dia o principal alicerce para o controle desta doença é o tratamento adequado
e oportuno. Países com o sistema de saúde enfraquecido têm poucos recursos para oferecer
cuidados à população. Isso resulta em um ciclo vicioso: a falata de estrutura impede o
tratamento e impulsona a incidência de doenças.
Os medicamentos para a malária são específicos para a fase em que se encontra a
espécie de plasmódio. Em geral, o remédio para a forma sanguínea da doença age também
sobre os gametócitos que irão infectar o mosquito vetor da doença.
O diagnóstico oportuno seguido, imediatamente, de tratamento correto são os meios
mais adequados para reduzir a gravidade e a letalidade. Os 3 tipos de malária que existem no
brasil são Vivax, Falciparum e Malariae. Para a malária vivax e ovale,o tratamento é feito
17
com comprimidos de cloroquina, quatro no primeiro dia, três no segundo e três no terceiro
dia, e primaquina 2 comprimidos ao dia durante 7 dias e em alguns casos se usa até 14 dias.
Em gestantes se usa somente a Cloroquina durante 3 dias.
Para a malária falciparum e/ou malariaeo tratamento é feito com combinações fixas
de derivados de aremisinina (ACT), arteméter e lumefantrina ou artesunato e mefloquina, por
3 dias para o tratamento clínico e a primaquina em dose única para a eliminação dos
gametócitos. Gestantes não devem receber ACT; o tratamento deve ser feito com quinina em
3 dias e clindamicina em 5 dias. Crianças menores de 6 meses também não devem receber
primaquina nem ACT, neste caso faz-se o tratamento com quinina em 3 dias e clindamicina
em 5 dias.
Os medicamentos são disponibilizado gratuitamente em unidades do Sistema Único de
Saúde (SUS) e, recomenda-se o controle de cura, por meio da lâmina de verificação de cura
(LVC), para todos os casos de malária, especialmente os casos de malária por P. falciaparum,
porém, o controle de cura tem como objetivo a observação da redução progressiva da
parasitemia e da eficácia do tratementoe a identificação oportuna de recaídas.
3.1.6 MEDIDAS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
O uso de repelentes, mosquiteiros, telamento de janelas e portas das habitações
existentes nas áreas de transmissão, são exemplos de medidas de proteção dos indivíduos.
Atualmente, pensa-se que devam ser difundidas e sua aplicação promovida e estimulada por
todos envolvidos no controle da malária no país. Atenção especial deve ser dada às tentativas
de utilização de telas para janelas e portas, redes de dormir e de mosquiteiros impregnados
com inseticidas ou repelentes. O investimento do setor público e privado na investigação do
valor desses elementos, na prevenção e no controle da transmissão da doença, deve ser
estimulado. (SILVA, 2000).
18
4 METODOLOGIA
4.1 IMPLICAÇÕES ÉTICAS
O presente trabalho será realizado a partir de levantamentos prévios, não havendo
risco direto aos participantes, uma vez que a pesquisa é composta pelos formulários que
compõem o banco de dados secundários do setor de endemias da cidade de Bagre/PA.
Os sujeitos da pesquisa não terão benefícios diretos. Contudo poderá haver um
benefício para a assistência médica prestada, uma vez que os dados após análise, serão
disponibilizados aos profissionais de saúde e para a população. Além disso, entende-se que o
presente estudo será importante, pois até o presente momento identifica-se o caráter inédito do
estudo e boas perspectivas de aplicação e disseminação da informação junto à categoria
profissional.
4.2 DELINEAMENTO DO ESTUDO
A pesquisa constitui-se em um estudo transversal e uma abordagem quantitativa.
Todos os pacientes serão avaliados mensalmente por uma consulta médica, assim
como também será realizado a entrega de mosquiteiros e repelentes. Será necessário o apoio
dos agentes de endemias e da Secretária de Saúde para proporcionar os mosquiteiros e
repelentes.
Ao final do projeto o estado de saúde dos pacientes será avaliado, observaremos se
esses pacientes não retornaram com a doença ou se apresentaram alguma complicação devido
a doença ou o tratamento da malária.
4.3 POPULAÇÃO DO ESTUDO
A população estudada é representada por pacientes distribuídos entre idosos, crianças,
adultos e adolescdentes que usuários que, ao realizarem consulta médica, apresentaram alguns
sintomas de Malária e que foram atendidos no posto de endemias do município de Bagre/PA.
O estudo foi viável porque houve análise de diferentes registros, cujos critérios de inclusão
definidos foram: ter registro do uso dos fármacos indicados para a malária e ter informações
que permitiam categorização sócio demográfica (sexo e idade), o tipo de malária, estar em
19
tratamento ou que já tenha realizado tratamento mais de uma vez, além de ser morador da
região ribeirinha da cidade.
Como critério de exclusão foi considerado não ter registro da doença ou não ser
habitante da cidade de Bagre/PA tendo em vista que muitos moradores das cidades vizinhas
fazem tratamento de doenças endêmicas na cidade onde o estudo foi realizado. Trata-se de um
estudo observacional analítico transversal com abordagem metodológica quantitativa.
4.4 VARIÁVEIS DO ESTUDO
Usamos como instrumento de coleta de dados utilizou-se um questionário com 10
perguntas conforme APÊNDICE A. Os participantes responderam o questionário no momento
da consulta médica. Na elaboração das perguntas, procuramos investigar o conhecimento dos
pacientes em relação à doença, o entendimento deles sobre as formas de prevenção e sobre o
estilo de vida.
4.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS
O banco de dados secundários foi organizado, digitalizado em programa Excel e os
dados separados por parâmetros a serem analisados. Foi registrada análise descritiva inicial da
distribuição de frequência de todas as variáveis categóricas e, em seguida, foi realizada
descrição dos achados a partir da tabulação no mesmo programa.
4.6 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES
ETAPAS
2018∕2019
Mês
Nov.
Mês
Dez.
Mês
Jan.
Mês
Fev.
Mês
Mar.
Mês
Abr.
Mês
Maio
Mês
Jun.
Mês
Jul.
PESQUISA
BIBLIOGRÁFICA X X X X X
X
X
COLETA DE DADOS/
TRABALHO DE
CAMPO
X X X
X
X
ANÁLISE DOS DADOS X X X
X
X
X
ELABORAÇÃO DO
TEXTO DOS
RESULTADOS
X
X
ELEABORAÇÃO DO
TEXTO DE
DISCUSSÃO
X
X
20
ANÁLISE DO TCC X
APRESENTAÇÃO DO
TCC
X
4.7 ORÇAMENTO
Itens Quantidade Custo Unitário Custo do Item
Resma de
papel
Canetas
Lápis
Cartolina
Cartucho de
Tinta
impressora
01
5
5
10
02
02
30,00
1,00
1,00
0,50
100,00
100,00
30,00
5,00
5,00
5,00
200,00
200,00
Custo Total
445,00
21
5 RESULTADOS
Com este projeto pretendemos agilizar e melhorar o atendimento no posto de saúde,
diminuindo a demanda de pacientes que na maioria procuram o atendimento médico
aprensentando sintomas da malária. Com as corretas orientações e tratamentos para evitar as
complicações, nossos pacientes retornaram menos vezes as consultas médicas e de uma certa
forma o municipio economizará com insumos.
A TAB. 1 apresenta um resumo epidemiológico no dia 06/06/2019
TABELA 1: Resumo Epidemiológico da Malária
Origem dos dados: Por Local de Notificação 06/06/2019 11:19
UF: PA MUNICÍPIO: BAGRE Período: 01/01/2018 a 31/12/2018
População: 30.009
Mês
Ex
am
e
Po
siti
vo
To
tal
A
utó
cto
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Fonte: SIVEP/Malária (2019)
Legenda: PLP: Percentual de lâminas Positivas
% F: Percentual de Malária Falciparum
LVC = Lâmina de verificação de cura
F = F, F+FG, FG e F+M V = Vivax F+V = F+V e V+FG M = Malariae O = Ovale
Não F = Resultado positivo do teste rápido, para alguma espécie parasitária que não seja P. Falciparum.
Analisando a tabela acima, percebe-se que, entre Janeiro e Dezembro de 2018, foram
realizados 19587 exames por detecção ativa e passiva, e desse total ocorreram 5185 exames
deram resultados positivos, ou seja, aproximadamente, 26,5% da população, sendo 26 casos
observados em testes rápidos e desses, 18 apresentaram resultado positivo (cerca de 69,23%);
além disso, percebe-se, também, que o mês de outubro foi o de maior incidência de positivo
no teste rápido.
Quando verificado a LVC, de um total 11247 exames, 4126 deram positivo (36,69%),
sendo 20 no teste rápido (0,05%) e desses 16 com resultado positivo (8%), sendo o mês de
outubro com maior incidência, o que comprova o que foi dito no parágrafo anterior a respeito
dos casos de malária nesse mês.
Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2010), o diagnóstico precoce e o tratamento
correto e oportuno são os meios mais adequados para reduzir a gravidade e a letalidade por
malária e, ao se tomar a decisão de tratar um paciente, esta deve ser baseada na confirmação
laboratorial da doença, pela microscopia da gota espessa de sangue ou por testes rápidos
imunocromatográficos.
Em relação aos meses iniciais do ano de 2019, a TAb. 2 demonstra os resultados
obtidos nesse período.
23
TABELA 2
RESUMO EPIDEMIOLÓGICO PARA MALÁRIA
Origem dos dados: Por Local de Notificação 06/06/2019 11:23
UF: PA MUNICÍPIO: BAGRE Período: 01/01/2019 a 06/06/2019
População: 30.009
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Fonte: SIVEP/Malária (2019)
Legenda: PLP: Percentual de lâminas Positivas
% F: Percentual de Malária Falciparum
LVC = Lâmina de verificação de cura
F = F, F+FG, FG e F+M V = Vivax F+V = F+V e V+FG M = Malariae O = Ovale
Não F = Resultado positivo do teste rápido, para alguma espécie parasitária que não seja P. Falciparum.
Nos seis primeiros meses do ano de 2019, foram realizados, ou todo 5402 exames na
detecção passiva e 892 na ativa. De um total de 7266 exames realizados, 1533 deram
resultado positivo para malária, ou seja, 21,1% de PLP, sendo o mês de junho o de maior
índice.
Os exames laboratoriais são essenciais para se ter uma certeza maior do tipo de
Plasmodium da malária o que é essencial para se obter um diagnóstico preciso e, também,
24
fazer um tratamento condizente com a realidade da doença e, nesse caso, o Ministério da
Saúde (BRASIL, 2010, p. 13) faz a seguinte observação:
O exame da gota espessa permite diferenciação das espécies de Plasmodium
e do estágio de evolução do parasito circulante. Pode-se ainda calcular a
densidade da parasitemia em relação aos campos microscópicos examinados.
Um aspecto importante é que a lâmina corada pode ser armazenada por
tempo indeterminado, possibilitando o futuro controle de qualidade do
exame. A técnica demanda cerca de 60 minutos, entre a coleta do sangue e o
fornecimento do resultado. Sua eficácia diagnóstica depende da qualidade
dos reagentes, de pessoal bem treinado e experiente na leitura das lâminas e
de permanente supervisão.
Percebe-se que a conduta dos profissionais de saúde diante de uma suspeita de malária
é essencial para o tratamento adequado da doença e, também, para o bem estar do paciente,
proporcionando melhora no seu quadro clínico, bem como garantir que o tratamento é
adequado ao tipo de Plasmodium que afeta o organismo do paciente.
25
6 CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apesar do elevado grau de desenvolvimento científico e tecnológico alcançado pela
humanidade, os países tropicais e subtropicais não conseguiram, ainda, eliminar a malária,
destacada como um dos problemas de saúde coletiva mais importante do planeta. Atualmente,
milhões de pessoas, nos diferentes continentes, padecem dessa enfermidade e, um número
considerável, vai a óbito (Boletim Epidemiológico - Ministério da Saúde – Brasil, 2012).
O acesso precoce ao diagnóstico e tratamento também é uma estratégia importante
para a prevenção de doença grave de malária (RIBEIRO, 2012). No caso da pesquisa
realizada na cidade de Bagre/PA, é preciso que a equipe de saúde se reúna para realizar um
plano de intervenção no sentido de diminuir os casos de malária na cidade, diante de um
diagnóstico preciso e de orientações quanto à necessidade de se realizar o tratamento de
maneira adequada, informar quais são as possibilidades de se evitar a contaminação pelo
Plasmodium e, também, a necessidade de se ter persistência com o tratamento, tomando a
medicação nos horários determinados e no tempo adequado ao mesmo.
Em áreas endêmicas, o diagnóstico de malária torna-se fácil quando os pacientes
relatam sintomas característicos como febre, calafrios, dor de cabeça, vômitos, etc. Porém, há
casos em que a doença é assintomática, pois a quantidade de parasitas no sangue é baixa.
Contudo, mesmo com a possibilidade de doenças com a sintomatologia semelhante, deve-se
realizar o exame de gota espessa para a pesquisa do parasito (PAZ; SANTIAGO, 2015).
Enfim, a malária é uma doença curável se prontamente diagnosticada e
adequadamente tratada. A malária pode ser pode contida pelo uso criterioso de inseticidas
para matar o mosquito vetor, diagnóstico rápido, manejo apropriado do paciente, e – onde for
efetiva e viável -, administração de tratamento preventivo intermitente ou quimioprofilaxia a
grupos de alto risco, tais como mulheres grávidas, crianças de pouca idade, e viajantes de
áreas não endêmicas. Porém muitas vezes a falta de recurso causa dificuldade para pode
proporcionar algumas dessas medidas.
26
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Ministério da Saúde, Secretária de Vigilância em Saúde – Departamento de Vigilância
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saude-malaria-jose-ribamar-rocha-e-silva.html>. Acesso em: 16 abr. 2019.
28
APÊNDICE
INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
Ficha nº.:
Nome do entrevistado:
DADOS SOCIODEMOGRÁFIVOS
Sexo: [ ] feminino [ ] masculino
Idade: [ ] 18 a 35 anos [ ] 36 a 59 anos [ ] 60 anos ou mais
Estado civil: [ ] casado(a) [ ] solteiro [ ] viúvo/divorciado
Procedência: [ ] Norte [ ] Nordeste [ ] centro-oeste [ ] sudeste [ ] Sul
Residência: [ ] garimpo [ ] ribeirinha [ ] rural [ ] urbana
Com quem reside: [ ] sozinho [ ] família [ ] outras:
Nível de escolaridade: [ ] analfabeto [ ] 1º grau completo [ ] 1º grau incompleto [ ]
2º grau completo [ ] 2º grau incompleto [ ] 3º grau completo [
] 3º grau incompleto
Ocupação atual: [ ] não possui [ ] do lar [ ] trabalhador rural [ ] pescador [ ]
garimpeiro [ ] comerciante
Renda: [ ] não possui [ ] até meio salário mínimo [ ] 1 salario mínimo
[ ] mais de 1 salário mínimo [ ] renda variável
Quantas vezes já teve malária?
VERIFICAÇÃO DO CONHECIMENTO
Sobre a doença
1. O senhor(a) sabe o que é a malária?
[ ] doença
[ ] não sabe
[ ] outros:
2. O senhor(a) sabe como se pega a malária?
[ ] pela picada do mosquito
[ ] não sabe
[ ] outro:
3. O senhor(a) sabe quais são os sintomas da malária?
[ ] febre [ ] vômitos
[ ] calafrios [ ] dores no corpo
[ ] cefaleia [ ] fadiga
[ ] sudorese [ ] anorexia
[ ] náuseas [ ] outros;
4. O senhor(a) sabe como é a febre da malária?
[ ] acontece sempre no mesmo período
[ ] não passa com uso de antitérmicos
[ ] a temperatura sofre maior elevação
[ ] acompanhada de calafrios e tremores
[ ] não sei
5. O senhor(a) sabe qual o horário com mais risco
para pegar malária?
[ ] qualquer horário
[ ] ao amanhecer e ao anoitecer
[ ] durante a noite
[ ] não sabe
6. O senhor(a) sabe quais são os lugares com
maior risco para pegar malária?
[ ] na cidade
[ ] no garimpo
[ ] na zona rural
[ ] não tem lugar especifico
[ ] não sabe
[ ] outros:
7. O senhor(a) sabe se tem uma época do ano mais
propícia a pegar malária?
[ ] no período chuvoso
[ ] após as chuvas
[ ] não tem lugar especifico
[ ] não sabe
[ ] outros:
Sobre o tratamento
8. O senhor(a) sabe como se trata a malária?
[ ] tomar a medicação do posto
[ ] tomar outros medicamentos
[ ] tomar a medicação do posto + outros medicamentos
[ ] tomar a medicação do posto + terapias complementares
[ ] tomar a medicação de posto + medidas complementares (repouso, abstenção/restrição de alimentos e
bebidas alcoólicas)
29
[ ] fazer uso de terapias complementares
[ ] fazer uso de medidas complementares
[ ] fazer uso de terapias complementares + medidas complementares
[ ] não sei
Sobre a prevenção
9. O senhor(a) sabe o que é necessário para prevenir-se da malária?
profilaxia medicamentosa [ ] sim [ ] não
drenagem de terrenos [ ] sim [ ] não
desobstrução de igarapés [ ] sim [ ] não
aterros, limpeza de valas [ ] sim [ ] não
permanecer afastada de matas [ ] sim [ ] não
evitar ficar ao relento [ ] sim [ ] não
pescar ou tomar banho de rio ao anoitecer ou ao amanhecer [ ] sim [ ] não
fazer uso de repelentes [ ] sim [ ] não
roupas e acessórios que protejam o corpo [ ] sim [ ] não
mosqueteiros ou cortinados [ ] sim [ ] não
não tem como prevenir [ ] sim [ ] não
VERIFICAÇÃO DA ADESÃO AO TRATAMENTO
10. Perguntar ao paciente sobre o seu estado de saúde e o seguimento do tratamento da malária prescrito,
solicitando que apresente os envelopes e blisteres de medicamentos recebidos.
Cloroquina
[ ] não apresentou o envelope
[ ] apresentou o envelope vazio (sem
comprimidos).
[ ] apresentou o envelope com comprimidos
Primaquina [ ] não possui o blister
[ ] apresentou o blister sem comprimidos
[ ] apresentou o bliste com 2 a 4 comprimidos
[ ] apresentou o blister com mais de 4
comprimidos
Artemeter + lumefantrina
Manhã Noite
[ ] apresentou 4 comprimidos
[ ] apresentou mais de 4 comprimidos
[ ] apresentou menos de 4 comprimidos
[ ] não apresentou nenhum comprimido ou não
apresentou o blister
[ ] apresentou 8 comprimidos
[ ] apresentou mais de 8 comprimidos
[ ] apresentou menos de 8 comprimidos
[ ] não apresentou nenhum comprimido ou não
apresentou o blister