Integração ensino-serviço na rede Estadual de saúde de PE como princípio de gestão Maria...

Post on 17-Apr-2015

104 views 1 download

Transcript of Integração ensino-serviço na rede Estadual de saúde de PE como princípio de gestão Maria...

Integração ensino-serviço na rede Estadual de saúde de PE como princípio de gestão

Maria Emília HiginoSEGTES/DGES

SES/PE

SEGTES Secretaria Executiva de Gestão do Trabalho e Educação em

Saúde (DOE 22 de novembro de

2008)

Um novo modelo de formação e gestão

SEGTES

DGES

GDP

ESPPE

CEP

CRCAE

CCIPD

EstágioResidência

Por que educação na saúde tem Por que educação na saúde tem que ser uma política do SUS?que ser uma política do SUS?

A conjuntura não anda A conjuntura não anda fácil: permanente ameaça fácil: permanente ameaça de cortes de de cortes de financiamento, campanha financiamento, campanha sistemática de difamação sistemática de difamação do SUS pela mídiado SUS pela mídia

Sem ampliar sua Sem ampliar sua

legitimidade social, o legitimidade social, o Sistema será cada vez mais Sistema será cada vez mais vulnerável aos ataques vulnerável aos ataques corporativos corporativos

Por que educação na saúde tem Por que educação na saúde tem que ser uma política do SUS?que ser uma política do SUS?

Já está praticamente Já está praticamente esgotada a possibilidade esgotada a possibilidade de ampliar a legitimidade de ampliar a legitimidade do SUS somente com base do SUS somente com base na expansão de coberturana expansão de cobertura

Mudanças das práticas de Mudanças das práticas de saúde em direção à saúde em direção à integralidade, integralidade, humanização e qualidade humanização e qualidade são fundamentais, são fundamentais, portanto, para a portanto, para a consolidação do SUSconsolidação do SUS

SUS induzindo:

Novos modos de gestãoDescentralização/RegionalizaçãoParticipação/ controle social

Novos modos de atenção à saúdeIntegralidade

A SEGTES busca refletir acerca do princípio da Integralidade como eixo norteador

das ações de educaçãoem saúde

Qualidade real da atenção individual e coletiva assegurada aos usuários

do sistema de saúde, requisitando o Compromisso com o contínuo aprendizado

e com a prática multiprofissional.

Identificação dos sujeitos como

totalidades

cuidado de pessoas, grupos e coletividade percebendo o usuário como sujeito histórico,

social e político, articulado ao seu contexto familiar, ao meio ambiente e à sociedade

na qual se insere

I N T E G R A L I D A D E

MARCOS CONCEITUAIS

Saúde como um problema complexo

Vida com qualidade

Campo transdisciplinar de conhecimento

Campo intersetorial de práticas

Escala da clientela Diversidade da clientela Perfil da clientela Educação Permanente Metodologias colaborativas “Empoderamento”

.

Novas exigências da formação profissional

Todos governam e todos sabem: Todos governam e todos sabem: conceitos fundamentais para conceitos fundamentais para

transformar o SUStransformar o SUS

O trabalho em saúde implica sempre um grau de autonomia e liberdade que se concretiza no momento do encontro entre trabalhador e usuário

cada trabalhador e cada usuário tem uma idéia, uma proposta sobre como organizar o trabalho e o sistema

Sem buscar dialogar com esses conceitos, é muito difícil transformar a organização do trabalho e as práticas de cada um

O trabalho em saúde envolve um O trabalho em saúde envolve um encontro e uma disputaencontro e uma disputa

Tensão constitutiva da atenção em saúde: possibilidade de troca ou de interdição de saberes num território que desafia o saber técnico-científico.

Efeito flecha: agir profissional que vai em uma só direção – negação do agir e do saber do outro.

Efeito pororoca – trabalhadores que se deixam afetar pelas relações e saberes, recebendo de volta, como aprendizagem, o agir e o saber do outro.

O cuidado em saúde buscando a O cuidado em saúde buscando a integralidadeintegralidade

Envolve a utilização de diversos “dispositivos” para mudar o foco da organização do trabalho;

Geralmente o trabalho está orientado à melhora maneira de assegurar a produção de procedimentos ;

A mudança é colocar a necessidade dos usuários no centro;

Escuta, diálogo, reconhecimento do usuário como parceiro na construção de sua saúde, incluindo as redes sociais.

Articulação do trabalho de diferentes profissionais para ampliar a potência da oferta, diversificação da oferta de recursos terapêuticos, garantia da continuidade do cuidado são atributos desse novo modo de cuidar.

O acolhimento e a construção de linhas de cuidado são dois desses dispositivos.

O SUS e a formação em saúde• Referencial mais amplo para

a pensar a formação em saúde - os novos compromissos da escola com o SUS:

• Objetivo: formar profissionais com capacidade para a atenção à saúde integral e de qualidade

• Eixo central da transformação: integralidade da atenção ã saúde

- Ativação da mudança da formação

- Produção do conhecimento sobre o cuidado e tecnologias leves

- Educação Permanente

- Prestação de Serviços e composição da rede-escola

E o que as escolas que pretendem mudar a formação tem a ver com isso?

Um dos objetivos das diretrizes curriculares é aproximar a formação dos princípios do SUS;

Outro objetivo das diretrizes curriculares é ampliar a formação humanista, tomando a integralidade como um valor no processo de formação;

A produção da integralidade também é um desfio colocado para as escolas, então.

O que predomina no ensino de graduação das profissões da saúde?

Quais os novos desafios? O ensino está orientado para a

aprendizagem das tecnologias leve-duras (clínica, epidemiologia) e duras (procedimentos diagnósticos e terapêuticos)

O desenvolvimento das tecnologias leves (relacionais) geralmente é deixado por conta e risco de estudante – ou no máximo ensinadas em uma disciplina isolada.

É preciso ampliar e sistematizar a aprendizagem das tecnologias leves, resgatar o lugar do cuidado dentro das práticas profissionais em saúde e colocar o usuário como sujeito e não objeto da ação profissional.

O que predomina no ensino das profissões da saúde? Quais os novos desafios?

Prática centrada no hospital; Aprendizagem centrada

técnicas; É preciso estar em todos os

locais em que a vida (e a saúde e a doença) acontece;

É preciso aprender a dialogar com o usuário e sua família em diferentes situações, respeitando e trabalhando para ampliar sua autonomia;

É preciso oferecer a oportunidade de estudantes e professores mergulharem nos diferentes contextos reais, enfrentando os desafios daí decorrentes.

Que estratégias utilizar na formação uma vez que se busca a integralidade?

Oferecer aos estudantes a oportunidade de trabalhar, desde o início do curso, em diferentes cenários de produção da saúde;

Oferecer aos estudantes a oportunidade de vivenciar realidades e contextos dos usuários, reconhecendo as potencialidades de seu modo de vida.

Oferecer aos estudantes a oportunidade de aprender a construir projetos terapêuticos compartilhados: tanto com os demais profissionais, como, sobretudo, com os usuários.

Oferecer aos estudantes a oportunidade de participar da produção de linhas de cuidado e não vivenciar somente processos estanques e sem continuidade.

Construção do trabalho articulado entre as instituições de ensino e o SUS

•Tempos e pontos de vista distintos;

•Construir uma agenda comum: trabalho articulado deve responder a necessidades das duas partes ( em termos institucionais e em termos locais), tendo o usuário como foco;

•Estar na unidade não é o mesmo que estar inserido no processo de trabalho.

Construção do trabalho articulado entre as instituições de ensino e o SUS

•Tempos fragmentados dificultam continuidade, cooperação e construção de vínculo;

•Muitas dificuldades enfrentadas nas unidades para produzir abordagens integrais;

•Muitas dificuldades para tomar usuários como sujeitos individuais e coletivos da produção da saúde.

ESTRATÉGIAS

•Ampliando a capacidade de formulação dos gestores estaduais e municipais reconhecendo que é no espaço local que a vida acontece!!!!•Investindo para ampliar a capacidade didática da rede de serviços de saúde•Transformando a rede de serviços numa rede-escola em que todos estão permanentemente aprendendo e pensando sobre seu trabalho ( EP é uma estratégia importante, assim como a instituição das residências e dos estágios de graduação na rede)

ESTRATÉGIAS

•Consolidar as CIES como instâncias do SUS que articulam saúde e educação: porque a política de educação é intersetorial;

•Avançar na superação das dificuldades de funcionamento enfrentadas pelos pólos, aprendendo da experiências dos conselhos e comissões intergestoras;

•Ampliar os espaços de convivência e cooperação entre saúde e educação em todos os níveis:

Entre os ministérios da saúde e da educaçãoNas CIESNos municípiosNa rede de serviços de saúde

Oportunidades para mudar e construir trabalho articulado

•Estímulos para implementação das diretrizes curriculares (mais pelo lado do MS que do MEC)•PET-Saúde (?)•Residência Multiprofissional•Pacto pela saúde

- são mecanismos de apoio à construção de relações de cooperação interinstitucional (atores sociais precisam ser produzidos)

O trabalho coletivo, pactuado e integrado de estudantes e professores dos cursos de formação na área de saúde com trabalhadores que compõem as equipes dos serviços de saúde, incluindo-se os gestores, visando à qualidade de atenção à saúde individual e coletiva, à qualidade da formação profissional e ao desenvolvimento /satisfação dos trabalhadores dos serviços

Integração Ensino Serviço

Transformações dos velhos modelos de ensino para formação na saúde, que se mostram incapazes de responder adequadamente às necessidades apresentadas pela população;

A formação e o trabalho dos profissionais de saúde vêm sendo impactados pela reorganização dos sistemas de saúde, pelas pressões para a reforma da universidade e pelo processo de reforma e descentralização político-administrativa do Estado;

As iniciativas comprometidas com a relevância social da Universidade e dos processos de formação no campo da saúde tem buscado ligar os espaços de formação aos diferentes cenários da vida real e de produção de cuidado à saúde;

Os espaços de Integração Ensino Serviço como cenários privilegiados na formação superior dos profissionais de saúde

Entraves

Metodologia baseada em transmissão de conhecimentos, reforçando a idéia que o Universidade não tem outro compromisso com a sociedade a não ser transmitir o saber, deixando de lado a missão de trabalhar na produção de serviços;

As políticas e estruturas dos serviços de saúde e ensino, que impossibilitam a participação mais efetiva tanto dos profissionais assistenciais como docentes na Integração ES;

Próprio entendimento sobre a discussão de redes como espaços de conformação de um novo ator social

Entraves

Metodologia baseada em transmissão de conhecimentos, reforçando a idéia que o Universidade não tem outro compromisso com a sociedade a não ser transmitir o saber, deixando de lado a missão de trabalhar na produção de serviços;

As políticas e estruturas dos serviços de saúde e ensino, que impossibilitam a participação mais efetiva tanto dos profissionais assistenciais como docentes na Integração ES;

Próprio entendimento sobre a discussão de redes como espaços de conformação de um novo ator social

Entraves

Inserção nos serviços se caracteriza por um relativo distanciamento, um tratamento de certa forma cerimonioso entre os envolvidos;

A percepção de que os objetivos acadêmicos estão definidos a priori e não podem se afastar da estrutura já estabelecida;

Docentes mais envolvidos com atividades de pesquisa, colocando a prestação de cuidados em segundo plano, distanciando-se das situações práticas do cotidiano e os torna teóricos ineficientes na rotina dos serviços de saúde;

Os profissionais dos serviços, muitas vezes, se envolvem de forma profunda com atividades rotineiras do cotidiano do trabalho, deixando de lado a educação permanente e, por consequência, tornam-se profissionais pouco atualizados;

Entraves

Inserção nos serviços se caracteriza por um relativo distanciamento, um tratamento de certa forma cerimonioso entre os envolvidos;

A percepção de que os objetivos acadêmicos estão definidos a priori e não podem se afastar da estrutura já estabelecida;

Docentes mais envolvidos com atividades de pesquisa, colocando a prestação de cuidados em segundo plano, distanciando-se das situações práticas do cotidiano e os torna teóricos ineficientes na rotina dos serviços de saúde;

Os profissionais dos serviços, muitas vezes, se envolvem de forma profunda com atividades rotineiras do cotidiano do trabalho, deixando de lado a educação permanente e, por consequência, tornam-se profissionais pouco atualizados;

Solidariedade e responsabilidade compartilhadas

Quando a Integração ES acontece de forma efetiva, unindo docentes, estudantes e profissionais de saúde com foco central no usuário, esta dicotomia entre ensino e produção dos cuidados em saúde se ameniza;

Ë preciso investir na sensibilização dos atores inseridos nos cenários onde se desenvolvem os cuidados e o processo de ensino-aprendizagem;

A universidade deve se preocupar em identificar necessidades dos serviços e cenários de prática/formação, estabelecendo pactos de contribuição docente/discente para tais serviços

Os profissionais do serviço devem sentir-se co-responsáveis pela formação dos futuros profissionais, assim como os docentes devem considerar-se parte dos serviços de saúde;

Para se compreender o que o estudante formará sobre o estabelecimento de vínculo entre usuários e serviços, representado pela relação com o profissional que o atende, seria necessário que o professor estivesse no serviço e se sentisse parte dele a ponto de também se ver representado por tal serviço;

Sem o diálogo permanente não será possível gerar novas formas de interferir no processo de trabalho, na organização da assistência, nem no processo educativo da formação de um novo trabalhador;

Obrigada!

Maria Emília Higino Diretoria Geral de Educação em Saúde - DGES

mariaemilia.higino@gmail.com31840032/0033/ 94882730