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Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge /Departamento de Epidemiologia
Inquérito de Saúde com Exame Físico / Protocolo Científico - 19-05-2010 - / Documento de Trabalho / CONFIDENCIAL
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Inquérito de Saúde com Exame Físico (INSEF)
Componente nacional do Inquérito Europeu com Exame Físico
Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge /Departamento de Epidemiologia
Inquérito de Saúde com Exame Físico / Protocolo Científico - 19-05-2010 - / Documento de Trabalho / CONFIDENCIAL
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Índice
RESUMO .................................................................................................................................................. 4 1. INTERESSE E A RELEVÂNCIA DO INQUÉRITO DE SAÚDE COM EXAME FÍSICO (INSEF) ................... 5 2. FINALIDADE E OBJECTIVOS DO INQUÉRITO DE SAÚDE COM EXAME FÍSICO .................................... 7
2.1. Finalidade .................................................................................................................................... 7 2.2. Objectivo geral ............................................................................................................................ 7 2.3. Objectivos específicos .................................................................................................................. 7
3. ESTRATÉGIAS DE ACÇÃO .................................................................................................................... 7 4. PARCEIROS ENVOLVIDOS .................................................................................................................... 8
4.1. Instituto de Saúde Pública Finlandês (THL)................................................................................ 8 4.2. Instituto Nacional de Saúde Dr Ricardo Jorge (INSA) ................................................................ 8 4.3. Administrações Regionais de Saúde e Secretarias Regionais de Saúde das Regiões Autónomas. ............................................................................................................................................................ 9
5. MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................................................... 9 5.1. Desenho geral do estudo/tipo de estudo ...................................................................................... 9 5.2. População-alvo/Universo ............................................................................................................ 9 5.3. Desenho e escolha da amostra ................................................................................................... 10
5.3.1. Dimensão da amostra ......................................................................................................................... 10 5.4. Variáveis em estudo ................................................................................................................... 11
5.4.1. Dimensões e variáveis em estudo ....................................................................................................... 12 5.5. Recrutamento dos participantes ................................................................................................. 15
5.5.1. Selecção dos entrevistados ................................................................................................................. 15 5.6. Recolha dos dados ..................................................................................................................... 15
5.6.1. Locais da recolha dos dados ............................................................................................................... 15 5.6.2. Maximização da participação ............................................................................................................. 15 5.6.3. Maximização das respostas ................................................................................................................ 16
5.7. Preparação do trabalho de campo ............................................................................................ 17 5.7.1. Preparação dos materiais de apoio ...................................................................................................... 17 5.7.1.1. Questionário .................................................................................................................................... 17 5.7.1.2. Procedimentos de medição .............................................................................................................. 17 5.7.1.3. Materiais de apoio à formação ......................................................................................................... 18 5.7.2. Constituição e formação das equipas de terreno ................................................................................. 18
5.8. Transferência e processamento dos dados................................................................................. 18 5.9. Análise dos dados ...................................................................................................................... 18
6. CONTROLO DE QUALIDADE ............................................................................................................... 19 7. ESTUDO PILOTO................................................................................................................................. 19 8. CRONOGRAMA PROVISÓRIO ............................................................................................................. 21 9. LEVANTAMENTO DE RECURSOS REGIONAIS NECESSÁRIOS PARA O ESTUDO PILOTO ...................... 22 10. ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS ........................................................................................................... 23
10.1. Comissão de Acompanhamento/Comissão de Ética ................................................................ 23 10.2. Consentimento Informado ........................................................................................................ 23 10.3. Protecção contra os riscos inerentes à investigação ............................................................... 23 10.4. Partilha dos benefícios ............................................................................................................ 24 10.5. Partilha e acesso aos dados e amostras biológicas ................................................................. 24
11. RESULTADOS ESPERADOS ............................................................................................................... 24 11.1. Informação e conhecimento gerado ......................................................................................... 24 11.2. Impactos esperados .................................................................................................................. 25 11.3. Produtos esperados .................................................................................................................. 25
BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................................................... 27
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Lista das siglas e abreviaturas
EHES - Inquérito Europeu de Saúde com Exame Físico
FEHES - Feasibility of a European Health Examination Survey
INSA – Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge
INSEF – Inquérito de Saúde com Exame Físico
PREHES - Preparing a European Health Examination Survey
THL - Instituto de Saúde Pública Finlandês
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Resumo
O objectivo do “Inquérito de Saúde com Exame Físico (INSEF) - Componente nacional
do Inquérito Europeu com Exame Físico (European Health Examination Survey - EHES) é a
elaboração de um diagnóstico epidemiológico da situação de saúde da população residente
em Portugal, através da descrição do seu estado de saúde, factores determinantes (utilizando
dados clínicos, bioquímicos e genéticos) e utilização de cuidados de saúde, oferecendo um
contributo relevante para o planeamento da saúde e a investigação em Portugal.
O relevo do INSEF reside na recolha nos mesmos indivíduos, de dados relativos às
dimensões atrás descritas que permitirão melhorar o conhecimento real da saúde da
população. Uma vantagem adicional consiste na criação de um banco de materiais biológicos
e de dados de entrevista, disponíveis a investigadores e profissionais de saúde.
Será estudada uma amostra representativa da população residente com aproximadamente
8.000 pessoas, estratificada por região de saúde, utilizando métodos de inquérito geral de
saúde, com uma componente de exame físico e colheita de materiais biológicos. A recolha de
dados decorrerá numa amostra aleatória de centros de saúde em cada região. As
Administrações Regionais de Saúde serão convidadas a participar em todo o processo em
parceria, desde a fase de planeamento até à implementação do INSEF. O trabalho decorrerá
numa óptica de partilha de recursos entre o INSA e as Administrações Regionais de Saúde.
INSEF é um estudo observacional e transversal, que segue as recomendações internacionais
para o primeiro Inquérito Europeu com Exame Físico (EHES), actualmente em preparação e
em que o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge participa. O EHES obterá os seus
dados através de INSEF. Esta abordagem conjunta de INSEF e EHES é vantajosa ao permitir
a comparabilidade dos dados obtidos entre as regiões nacionais e entre os países Europeus
participantes, além de garantir a máxima qualidade dos dados obtidos.
A duração prevista do projecto é de 3 anos e inclui a preparação, trabalho de campo, análise
dos dados, elaboração e disseminação dos relatórios. Os recursos desenvolvidos terão um
tempo de vida potencial mais longo, já que as amostras biológicas e a base de dados obtidas
poderão ser utilizadas em estudos adicionais, relevantes do ponto de vista da saúde pública.
O conhecimento, os materiais e os procedimentos desenvolvidos serão partilhados entre as
instituições envolvidas, nomeadamente com as equipas dos Departamentos Regionais de
saúde pública, desde logo através da sua participação em todos os passos do estudo,
potenciando mais-valias para utilização futura.
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1. Interesse e a relevância do Inquérito de Saúde com Exame Físico (INSEF)
O Plano Nacional de Saúde – Prioridades - (DGS, 2004), nos seus objectivos propõe-se
“obter ganhos em saúde, aumentando o nível de saúde nas diferentes fases do ciclo de vida e
reduzindo o peso da doença”. Ao propor orientações estratégicas para a saúde e para o
Sistema Nacional de Saúde adopta uma perspectiva que vai no sentido da prevenção da
doença e da promoção da saúde e de estilos de vida saudáveis, adoptados ao longo da vida,
que se reflectirão, naturalmente, na forma como se vive a saúde.
Reduzir os factores de risco da doença, em especial da doença crónica (neoplasias, doenças
cardiovasculares, doenças respiratórias, diabetes, depressão), implica conhecer e adoptar uma
perspectiva multidimensional e prospectiva sobre a sua prevalência na População Portuguesa.
Esse conhecimento constitui uma base fundamental para a reflexão sobre os programas e
políticas a promover, numa lógica de promoção da saúde, quer no sentido da prevenção da
doença, quer do acesso aos cuidados de saúde primários e de longa duração.
O Inquérito Nacional de Saúde, regularmente realizado em Portugal, é um instrumento de
observação em saúde útil para a decisão e para a avaliação das intervenções, ao gerar
estimativas sobre os estados de saúde e de doença da população portuguesa, bem como das
respectivas determinantes e da utilização de cuidados.
No entanto, alguns aspectos da saúde das populações apenas podem ser avaliados, de forma
fiável e válida, através de estudos em que à componente de entrevista se associe,
concomitantemente, uma componente de exame físico das pessoas seleccionadas. São disto
exemplo características tão importantes como a pressão arterial, o índice de massa corporal, o
perfil lipídico ou genético, a capacidade funcional e cognitiva, entre outras.
Em Portugal, já foram realizados alguns estudos que incluíram uma componente de exame
físico, nomeadamente estudos de prevalência da obesidade (Carmo et. al., 2006), da diabetes
(Correia et. al., 2009), da hipertensão arterial (Espiga de Macedo et. al., 2007) e da obesidade
juvenil (Amaral et. al. 2007). Ainda que importantes do ponto de vista científico e da saúde
pública, muitos destes estudos são específicos de determinada doença, ou característica, além
de não terem, por vezes, representatividade a nível nacional.
A pertinência de um estudo da natureza do que agora se propõe (Inquérito de Saúde com
Exame Físico – INSEF, componente nacional do European Health Examination Survey -
EHES) reside em aliar, num só estudo epidemiológico, a descrição rigorosa e válida do
estado de saúde geral da população, seus factores determinantes e da utilização de cuidados
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de saúde, com recurso simultâneo a entrevista, exame físico, (nomeadamente com
determinação do peso, estatura e pressão arterial), e a recolha de materiais biológicos (sangue
venoso), numa amostra aleatória, representativa da população residente em Portugal.
Ao combinar aquelas diferentes abordagens, o estudo INSEF constitui uma oportunidade
única de obter, também, uma caracterização da população portuguesa a nível hematológico,
bioquímico e genético, permitindo desenvolver múltiplos estudos de investigação,
destacando-se os estudos de prevalência de variantes genéticas de doenças relevantes do
ponto de vista da saúde pública, como as hipercolesterolémias familiares, e os estudos sobre
as interacções entre os genes e o ambiente, entre outros.
Com o objectivo de responder à necessidade de padronização internacional dos Inquéritos
com Exame Físico foi desenvolvido o projecto FEHES – “Feasibility of a European Health
Examination Survey”1 e o projecto “Preparing an European Health Examination Survey”
(PREHES), no qual o INSA participou entre 2006 e 2008, através do seu Departamento de
Epidemiologia (ex-Observatório Nacional de Saúde), ambos financiados pela União Europeia
e coordenados pelo Instituto de Saúde Pública Finlandês (THL, ex KTL).
O INSEF será desenvolvido tendo em conta a padronização dos métodos de planeamento,
recolha e de análise de dados inerente à sua realização conjunta com a componente nacional
de EHES (Inquérito Europeu com Exame físico), tornando os resultados regionais e nacionais
comparáveis com os de outros países europeus, além de garantir a qualidade dos produtos
finais.
Ao ser aplicado numa amostra com representatividade nacional e regional, INSEF surge,
assim, como um contributo para responder a necessidades de informação internacional,
nacional e regional, e com a garantia de um aumento da qualidade da informação de saúde
gerada, quanto à sua validade interna e externa, e à sua comparabilidade nacional
internacional.
1 Do projecto FEHES (2003-2008) resultou uma publicação com um conjunto de recomendações, cujo objectivo é apoiar a preparação do HES, incluindo diferentes modelos de organização dos inquéritos, desenho da amostra, parâmetros de medição e respectivos procedimentos (protocolos de medição, questionários), protecção de dados e questões éticas, gestão da qualidade, recursos logísticos e humanos, e orçamentos. Cf. KTL (2008), “Recomendations for the Health Examination Surveys in Europe”, Helsinki, FEHES.
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2. Finalidade e objectivos do Inquérito de Saúde com Exame Físico
2.1. Finalidade
A finalidade do INSEF - Componente nacional do Inquérito Europeu com Exame físico
(EHES) é construir conhecimento científico sobre a saúde da População residente em
Portugal, disponibilizando informação que apoie as actividades de planeamento e avaliação
em saúde e, assim, potenciar a adequação das políticas nacionais às necessidades de bem-
estar e saúde da população.
2.2. Objectivo geral
O objectivo geral do INSEF é elaborar um diagnóstico da situação de saúde da população
residente em Portugal, através da descrição epidemiológica de indicadores do estado de
saúde, factores determinantes da saúde e utilização de cuidados de saúde numa amostra
aleatória e representativa daquela população, utilizando métodos de inquérito geral de saúde
com uma componente de exame físico e colheita de materiais biológicos.
2.3. Objectivos específicos
1) Caracterizar o estado de saúde da população residente em Portugal, os seus factores
determinantes e a utilização de cuidados de saúde, incluindo os preventivos;
2) Caracterizar esta população a nível antropométrico, hematológico, bioquímico e genético;
3) Estabelecer níveis de referência para os principais parâmetros hematológicos e
bioquímicos na população Portuguesa;
4) Estabelecer um banco de materiais biológicos com representatividade nacional que
permita realizar estudos futuros que se venham a mostrar relevantes do ponto de vista da
saúde da população Portuguesa.
3. Estratégias de acção
1) Envolvimento das Regiões de Saúde e das Regiões Autónomas na preparação,
planeamento, implementação, análise e disseminação do INSEF;
2) Criação de uma infra-estrutura nacional responsável pelo planeamento, preparação e
realização do INSEF que servirá simultaneamente a componente nacional do Inquérito
Europeu com Exame físico (EHES), em colaboração com as 5 Administrações Regionais
de Saúde do Continente e as 2 Secretarias Regionais dos Assuntos Sociais das Regiões
Autónomas dos Açores e da Madeira.
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4. Parceiros envolvidos
4.1. Instituto de Saúde Pública Finlandês (THL)
O THL apoia todas as fases do estudo INSEF - Componente nacional do Inquérito
Europeu com Exame físico (EHES) e tem as seguintes intervenções:
1) Fornece financiamento parcial, instrumentos e procedimentos padronizados, treino e
acompanhamento ao longo de todo o projecto EHES;
2) Apoia a implementação de um sistema de gestão central de dados para a avaliação da
qualidade do estudo e para apoio à elaboração do relatório final;
3) Apoia o planeamento, metodologia e análise dos dados bem como a sua avaliação, e a
elaboração dos relatórios finais;
4.2. Instituto Nacional de Saúde Dr Ricardo Jorge (INSA)
É a entidade promotora do EHES em Portugal, cabendo-lhe, também, a preparação,
execução, análise e disseminação dos resultados do estudo INSEF, em colaboração com
as entidades participantes.
O INSA tem as seguintes responsabilidades:
1) Planear o estudo em conjunto com as entidades participantes;
2) Planear, organizar e realizar os pré-testes e o estudo piloto;
3) Obter a colaboração dos organismos do Ministério da Saúde e o financiamento para a
realização do estudo em colaboração com as entidades participantes;
4) Produzir, adaptar, ensaiar e fornecer instrumentos padronizados, manuais de
procedimentos e treino às equipas regionais;
5) Definir e implementar um sistema de gestão dos dados e de garantia da sua qualidade;
6) Produzir relatórios intercalares de execução e um relatório final de resultados e
promover a sua disseminação;
7) Proceder à avaliação do estudo.
Estas actividades estão incluídas na preparação da participação do INSA na componente
nacional do Inquérito Europeu com Exame físico (EHES) (2012/2013).
A análise dos dados, as determinações laboratoriais, a elaboração dos relatórios intercalares
de execução e final são efectuadas centralmente no INSA, em colaboração com as entidades
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participantes assim como a disseminação e divulgação dos resultados. São os seguintes os
Departamentos do INSA envolvidos no INSEF:
DEP – Departamento de Epidemiologia: coordena e implementa o estudo INSEF e a
componente nacional do EHES;
DPSDC – Departamento de Promoção da Saúde e Doenças Crónicas: apoia o DEP em
todas as fases do estudo.
Administrações Regionais de Saúde e Secretarias Regionais de Saúde das Regiões
Autónomas.
As ARS Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo, Algarve e as Secretarias Regionais
das Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores participam em todas as fases de INSEF e
são parceiras na componente nacional de EHES. São as seguintes as suas responsabilidades:
1) Indicar a rede de profissionais-chave que na região implementarão o estudo;
2) Fornecer os dados necessários ao desenho da amostra;
3) Coordenar e garantir a implementação do trabalho de campo do INSEF e EHES,
através da alocação de recursos materiais, logísticos e humanos adequados ao
recrutamento da amostra e à recolha dos dados;
4) Assegurar o cumprimento rigoroso dos padrões de qualidade definidos no estudo sob
a supervisão do INSA/THL.
5. Material e Métodos
5.1. Desenho geral do estudo/tipo de estudo
Trata-se de um estudo epidemiológico observacional, transversal, descritivo com recolha de
dados através de questionário, exame físico e análise laboratorial de materiais biológicos.
5.2. População-alvo/Universo
A população-alvo é constituída por pessoas residentes em Portugal Continental e nas Regiões
Autónomas dos Açores e da Madeira, que constem da lista de pessoas com cartão de utente
do SNS, e tenham idade compreendida entre os 25 e os 85 anos.
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5.3. Desenho e escolha da amostra
A amostra probabilística, estratificada por Região de Saúde terá a escolha de unidades de
amostragem em duas fases:
1) Escolha aleatória de centros de saúde com probabilidade proporcional à dimensão
populacional de inscritos;
2) Escolha aleatória simples das pessoas a contactar até cumprir os objectivos estabelecidos
pelas variáveis de estratificação (o grupo etário e sexo).
Esta escolha será efectuada através das listas de números de cartões de utentes do Serviço
Nacional de Saúde. Será, à partida, considerada uma lista sobredimensionada de indivíduos a
convocar para compensar não respostas. Propõe-se desde logo taxas de
sobredimensionamento superiores para o sexo masculino onde é de esperar uma taxa de
resposta inferior à do sexo feminino. O dimensionamento será do dobro dos indivíduos do
sexo feminino do que o número de entrevistas pretendido e, no sexo masculino, de três vezes.
Serão também constituídas listas de recrutamento suplentes a usar caso o primeiro
recrutamento não atinja os objectivos amostrais estabelecidos.
5.3.1. Dimensão da amostra
Para a determinação do tamanho amostral adoptaram-se três pressupostos:
• Que se pretende estudar uma qualquer característica dicotómica;
• Que se parte de uma prevalência de 50% que corresponde ao pior cenário possível.
• Que se exige uma precisão de pelo menos 5% para cada Região de Saúde.
Estas assumpções implicam que se exige um tamanho amostral maior do que o necessário
para uma qualquer característica numérica, e que o tamanho amostral obtido considerará a
prevalência que seja realmente de interesse.
Da tabela 1, a seguir, verifica-se que para cumprir as suposições é necessária uma dimensão
amostral, para cada região de saúde, entre 384 indivíduos e 600 indivíduos.
Escolhendo um número intermédio de 450 indivíduos, teremos uma precisão mínima para a
prevalência de qualquer característica de 4,6%. Este número geraria no conjunto das 7
Regiões de Saúde uma amostra de 3150 indivíduos o que permitirá uma precisão mínima de
1,7% para a prevalência de qualquer característica da saúde da população-alvo.
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Tabela 1. Tamanhos amostrais para um nível de significância de 5%, uma prevalência de 50% e vários níveis de Effect size (diferença).
Alfa Prevalência Diferença tamanho amostral 0,05 0,5 0,01 9604 0,05 0,5 0,02 2401 0,05 0,5 0,03 1067 0,05 0,5 0,04 600 0,05 0,5 0,05 384 0,05 0,5 0,046 450 0,05 0,5 0,018 3000 0,05 0,5 0,017 3150
Tabela 2 - Cenários para o tamanho amostral por ACES na ARS do Algarve.
Cálculo amostral ACES
Alfa Prevalência Diferença Tamanho amostral Barlavento Central Sotavento
0,05 0,5 0,01 9604 3454 4969 1181
0,05 0,5 0,02 2401 864 1242 295
0,05 0,5 0,03 1067 384 552 131
0,05 0,5 0,040 600 216 311 74 0,05 0,5 0,044 496 178 257 61 0,05 0,5 0,046 450 162 233 55 0,05 0,5 0,050 384 138 199 47
5.4. Variáveis em estudo
As principais áreas de inquirição do INSEF seguem as recomendações internacionais e
nacionais, nomeadamente as preconizadas para EHES, propostas pelo projecto FEHES2, as
utilizadas pelo 4º Inquérito Nacional de Saúde (2005/2006) e outros instrumentos
seleccionados pelo INSA e pelas ARS que participam neste estudo.
O INSEF inclui um conjunto de medidas e testes antropométricos (peso, altura), clínicos
(pressão arterial, ritmo cardíaco), bioquímicos (colesterol, glicemia), e um questionário por
entrevista.
O questionário proposto pelo FEHES para o Inquérito Europeu está estruturado em quatro
áreas temáticas (tabela 3).
2 KTL (2008), “Recomendations for the Health Examination Surveys in Europe”, Helsinki, FEHES.
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Tabela 3 – Indicadores do Inquérito de saúde com exame
Indicadores Factores demográficos e sócio-económicos
Idade Sexo Ocupação Educação
Estado de saúde/doenças
Percepção geral da saúde Limitações das funções físicas nas AVD Stress psicológico Dores musculares e articulares Condições específicas da doença: CVD, diabetes, saúde mental, doenças respiratórias (asma, COOPD), ocorrência de outras doenças crónicas
Determinantes em saúde
Consumo de tabaco Consumo de álcool Frequência alimentar Actividade física Suporte social
Cuidados de saúde
Utilização dos serviços de saúde (para condições de saúde específicas e geral)Uso de medicação (para condições de saúde especificas e gerais)
Fonte: KTL, “Recommendations for the health examination surveys in Europe” (2008), Feasibility of a European Health Examination Survey (FEHES), p. 14
5.4.1. Dimensões e variáveis em estudo
A partir dos vários contributos o questionário irá abranger as seguintes dimensões e variáveis
em estudo.
Factores demográficos e sócio-económicos
Caracterização sócio-demográfica do inquirido: sexo, idade, data de nascimento,
informação genealógica, nacionalidade, naturalidade, locais de residência, habilitações
literárias, nº de anos de frequência escola, condição perante o trabalho, profissão,
situação na profissão, natureza do contrato, regime de trabalho, sector de actividade,
rendimentos do agregado familiar (global e individual).
Caracterização do agregado doméstico (nº de pessoas a residir no agregado familiar,
composição do agregado familiar, o nº de jovens com menos de 18 anos).
Estado de Saúde
Caracterização do estado se saúde/ doenças crónicas/ agudas:
Do inquirido: auto-percepção do estado de saúde; as doenças crónicas consideradas
deverão ter uma duração superior a 6 meses e 12 meses e com diagnóstico feito por um
médico. São consideradas as seguintes doenças: hipertensão, asma, enfisema, bronquite
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crónica, cancro, enfarte do miocárdio, acidente vascular cerebral, doença reumática,
depressão, ansiedade crónica, diabetes, osteoporose e dor crónica.
Para a saúde mental irá utilizar-se o indicador de saúde mental (MHI-5) - sofrimento
psicológico, já utilizado no 4º INS.
Avaliação funcional terá como objectivo conhecer o grau de incapacidade nas
actividades da vida diária (actividades pessoais e instrumentais da vida diária). As
actividades pessoais incluem a alimentação, higiene pessoal, mobilidade, medicação,
entre outras, enquanto as instrumentais às tarefas domésticas, acompanhamento a
consultas/assuntos administrativos, entre outras.
Utilização da medicação visa conhecer a medicação utilizada, nas últimas duas
semanas, e para que tipo de doença. O consumo de medicamentos distingue os que são
receitados por um médico e os que resultam de auto-medicação, que podem ser
medicamentos, como suplementos e/ou vitaminas.
Saúde Feminina visa conhecer a data da primeira menstruação, o uso de contraceptivos
orais e a utilização de terapia de substituição hormonal.
Determinantes de saúde
Consumo de tabaco: abrange os hábitos tabágicos diários, número médio de cigarros
consumidos por dia, número de anos de consumo e a exposição ao fumo em locais
fechados (casa, cafés, restaurantes, discotecas, locais de trabalho e outros).
Consumo de álcool: Consumo nos últimos 12 meses de bebidas alcoólicas (cerveja,
vinho, licores, espirituosas e outras), número de consumos/12 meses, consumo diário
dessas bebidas nos últimos 7 dias anteriores à entrevista e 6 ou mais consumos de
bebidas numa ocasião/12 meses.
Hábitos alimentares: a frequência alimentar de carne, peixe, vegetais, hidratos de
carbono, lacticínios, frutas, doces, salgados, molhos, sal, e consumo de estimulantes
(chá e café).
Actividade física: nos indivíduos não confinados à cama ou à cadeira, prática de
actividade física (trabalho, tempos livres) e regularidade da actividade física.
Exposição aos raios UV: tempo exposto ao sol e utilização ou não de protector solar.
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Suporte social: número de pessoas que fazem parte da rede social e os elementos de
suporte disponíveis (família, amigos, outros) em caso de doença, apoio pessoal,
tristeza/depressão, ajuda nas tarefas domésticas, administrativas, entre outras
Cuidados de saúde
Utilização de serviços: número de hospitalizações nos últimos 12 meses, nº de dias de
hospitalização (noites e estadias ambulatórias); razões para a não hospitalização;
regularidade e número de consultas/médico de família, razões da consulta/médico de
família; tempo de espera pela consulta/médico de família; tempo de espera para ser
atendido pela consulta/médico de família; local da consulta, avaliação da qualidade da
consulta/médico de família; regularidade e número de consultas/especialista; razões da
consulta/especialista; razões do não recurso a consulta/especialista.
A utilização de serviços abrange também, nos últimos 12 meses, o recurso a
laboratórios/exames médicos; serviços de reabilitação, nutricionista, psicologia e
medicinas alternativas (osteopatia, quiropraxia, acupunctura, outras), bem como outros
serviços de âmbito social (serviços de apoio domiciliário com cuidados de enfermagem,
refeições, trabalhos domésticos, transportes, outros). A utilização de serviços procura,
por último, identificar a frequência da consulta de dentista ou higienista oral, motivo da
consulta e o tratamento necessário.
Finalmente são os seguintes os parâmetros biológicos a estudar:
Tabela nº 3 - Parâmetros físicos, bioquímicos e genéticos
Parâmetros antropométricos Peso Altura Pressão arterial
Parâmetros hematológicos e bioquímicos:
Hemograma completo; Proteína C reactiva; Glucose; Creatinina; Colesterol total; Lipoproteína de alta densidade (HDL); Lipoproteína de baixa densidade (LDL); Trigliceridos; Gama glutamil transferase (GGT) Alanina aminotransferase (ALT); Aspartato aminotransferase (AST).
Parâmetros genéticos:
Frequências alélicas de genes que codificam proteínas envolvidas nas seis principais vias fisiológicas e consequentemente relevantes do ponto de vista da saúde pública, mais especificamente: Metabolismo dos nutrientes, com ênfase no
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metabolismo dos lípidos; Resposta imunitária e inflamatória; Metabolismo xenobiótico; Reparação do DNA; Hemostase; Stress oxidativo.
5.5. Recrutamento dos participantes
5.5.1. Selecção dos entrevistados
A partir das listas de utentes do SNS fornecidas por cada região os indivíduos seleccionados
serão contactados por carta – convite com dois envios postais sucessivos:
1) Um primeiro envio postal, duas semanas antes da semana prevista para a recolha dos
dados, explicando o estudo e solicitando colaboração (carta-convite com um folheto
informativo);
2) Um segundo envio postal, no espaço de uma semana, indicando o local e dia para a
entrevista e exame físico, explicitando o tempo de duração. Na mesma semana
procede-se a um contacto telefónico, a fim de assegurar a máxima participação e
planear possíveis alterações de datas. Este contacto telefónico servirá também para
recolher informação mínima sobre os motivos da não participação, estado de saúde e
factores determinantes.
5.6. Recolha dos dados
5.6.1. Locais da recolha dos dados
Na definição do local da aplicação do inquérito poderão existir duas estratégias de acção:
1) Locais descentralizados, previamente definidos em cada região, polarizados nos centros
de saúde, ou suas extensões quando adequado (estratégia principal);
2) Um local fixo, situado em cada região, em que os indivíduos se deslocarão, após o
convite de participação (estratégia alternativa);
5.6.2. Maximização da participação
Um dos obstáculos previstos em todo o processo de inquirição diz respeito à percentagem de
participação dos utentes do Serviço Nacional de Saúde. Por isso, os dados de participação
serão monitorizados durante o recrutamento, com o objectivo de detectar precocemente
desvios das distribuições amostrais planeadas. As estratégias de amostragem e recrutamento
serão modificadas caso seja necessário corrigir os desvios detectados.
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Esforços deverão ser encetados para maximizar a taxa de participação. Segundo FEHES
(2008), a taxa de resposta em alguns países (Finlândia, Alemanha, Polónia, Reino Unido e
Estados Unidos) que utilizam inquéritos de saúde com exame físico, em amostras
representativas, ronda os 70%. Valor que não diverge muito de um estudo desenvolvido,
muito recentemente, pelo INSA através do projecto ECOS (2009) sobre o nível de
participação da população portuguesa num estudo de investigação genética. Este questionário
revelou que 64,1% da população Portuguesa estaria disponível para participar num estudo
deste tipo, através da doação de sangue, permitindo que o mesmo fosse armazenado num
biobanco criado para o efeito (INSA, 2009). No entanto, considera-se que a taxa de
participação efectiva possa estar abaixo deste valor, principalmente em determinados estratos
populacionais, tendo como factores para a não participação, limitações funcionais devido a
problemas de saúde, falta de interesse ou de tempo motivada pelo exercício da actividade
profissional ou escolar.
Para colmatar a não participação, em casos excepcionais poderão existir em diferentes postos
de aplicação do inquérito com exame físico, horários alargados nos dias úteis e ao fim-de-
semana, se for exequível, bem como diferentes formas de administração do questionário
(directa ou indirecta), de modo a abranger o maior número de participantes.
Estas dificuldades obrigam a uma reflexão cuidada e estrategicamente planeada, dado que
poderá existir, também, o risco da amostra escolhida não abranger todos os grupos da
população, sendo então necessário contactar um número maior de indivíduos em
determinados subgrupos de modo a conseguir um maior número de participantes.
5.6.3. Maximização das respostas
Uma das vantagens dos questionários serem administrados de forma directa por um
entrevistador – face a face – é o menor risco de não resposta devido a problemas de iliteracia,
deficiências visuais, ou dificuldades de compreensão, possibilitando um esclarecimento
imediato e presencial das dúvidas que poderão surgir, apesar dos custos adicionais associados
a um maior tempo para a obtenção das respostas.
Nestes casos, todo o questionário poderá ser administrado por um técnico de saúde, ou por
um elemento da equipa com formação em ciências sociais ou, em último caso, por um
elemento administrativo com treino específico, situações a definir no planeamento da recolha
de dados com a equipa de cada região.
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Em caso de indisponibilidade de tempo, os participantes poderão enviar o questionário por
via postal, sendo fornecido um envelope endereçado ao INSA, ou preenche-lo através da
internet, após atribuição de um código de acesso.
A auto-administração do questionário tem a vantagem de permitir uma maior privacidade,
flexibilidade e rapidez. A principal desvantagem reside no maior risco de não resposta por
falta de compreensão de alguma questão, ou pelo não retorno do questionário, quando
entregue para preenchimento em casa e posterior envio à equipa central. Estas desvantagens
poderão ser ultrapassadas com a disponibilização de um número telefónico gratuito central
que permita esclarecer dúvidas ou mesmo recolher os dados em falta, ou através da criação
de uma página na Internet.
Assim, nos casos em que se verifique o não envio de um questionário, ou em que o
preenchimento se revele incompleto será efectuado contacto telefónico, a partir da ARS
respectiva ou, eventualmente, do INSA, para recolher os dados em falta.
5.7. Preparação do trabalho de campo
5.7.1. Preparação dos materiais de apoio
5.7.1.1. Questionário
O desenho do questionário é da responsabilidade do DEP/INSA. O questionário será
submetido a um pré-teste com o objectivo de validar a compreensão das questões, a duração
média do seu preenchimento (entrevista ou auto-administração) e identificar potenciais erros
de formulação.
As principais áreas de inquirição do INSEF, nomeadamente as perguntas referentes à
caracterização sócio-demográfica, existência de doenças crónicas e agudas e uso de
medicamentos irão ser administradas por um técnico de saúde. As restantes perguntas
deverão ser preenchidas pela própria pessoa participante no estudo, após conclusão do seu
exame físico ou enquanto aguardam o exame.
5.7.1.2. Procedimentos de medição
As medições antropométricas (peso, altura, pressão arterial) e bioquímicas serão efectuadas
de acordo com as recomendações de procedimento propostas por FEHES. As equipas
regionais serão treinadas nestes procedimentos pela equipa do INSA e esta pela equipa do
Instituto de Saúde Finlandês.
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5.7.1.3. Materiais de apoio à formação
Os materiais de apoio à formação serão produzidos pela equipa central no INSA seguindo as
orientações do parceiro Finlandês, utilizando sempre que adequado os materiais disponíveis
dos Inquéritos Nacionais de Saúde já realizados em Portugal.
5.7.2. Constituição e formação das equipas de terreno
Todos os elementos da equipa de terreno serão treinados em técnicas gerais de entrevista e
exame físico, tendo por base o questionário construído para o efeito, os procedimentos base
para o exame físico e a colheita de sangue. Todas as sessões de treino terão como base o
manual de apoio à formação, da responsabilidade do INSA, abrangendo os três momentos:
colheita de sangue; antropometria e aplicação do questionário. A formação será,
essencialmente, prática.
O processo de treino será efectuado por equipas, compostas pelo interlocutor da ARS e os
elementos das equipas do terreno, polarizadas nos centros de saúde previamente
seleccionados, em articulação com a equipa central do INSA, de modo a solucionar
potenciais problemas que poderão surgir ao longo do processo de recolha de dados.
5.8. Transferência e processamento dos dados
Após a recolha de registos das amostras biológicas, dos dados antropométricos e dos
questionários será atribuído um código de barras em cada material recolhido. As amostras
biológicas deverão ser armazenadas e transferidas para os Laboratórios de Saúde Pública
Regionais até 2 horas após a recolha.
O restante material recolhido (registo de dados antropométricos e questionários) deverá ter
uma primeira validação pela equipa do terreno e ser remetido para o INSA.
5.9. Análise dos dados
A análise dos dados será planeada de acordo com as necessidades de informação das regiões,
do INSA e os compromissos internacionais. Para isso, o plano de análise é previamente
discutido entre o DEP/INSA e cada ARS.
A análise dos dados inclui a ponderação dos dados amostrais e a utilização das variáveis de
desenho da amostra para a obtenção das estimativas da variância das proporções e das médias
das variáveis estudadas.
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6. Controlo de qualidade
Serão criados para o INSEF mecanismos de controlo da qualidade dos procedimentos
estipulados, que poderão ir desde a presença dos interlocutores e/ou da equipa INSA, durante
o processo de recolha de dados, à verificação periódica dos equipamentos e do cumprimento
dos procedimentos laboratoriais.
7. Estudo piloto
O estudo piloto, ou estudo de fiabilidade, para a componente Portuguesa do Inquérito
Europeu de Saúde com Exame Físico (EHES), foi concebido para testar a logística e
obter informação antes de se realizar o estudo em grande escala, de forma a melhorar a
qualidade e eficiência deste último. A realização deste estudo piloto permitirá identificar
deficiências na concepção ou procedimentos que podem ser corrigidos antes de serem
investidos recursos num estudo em grande escala.
O realização do estudo piloto deverá permitir avaliar as necessidades de recursos
humanos, a logística do trabalho de campo, a amostragem populacional, os aspectos
éticos e legais, as análises laboratoriais, possíveis dificuldades na tradução dos
instrumentos e protocolos de medição, adequar a formação das equipas de recolha de
dados, a gestão de dados e o controlo de qualidade.
Para o estudo piloto, uma amostra de 200 pessoas obtida através das listas amostrais
serão convidadas a participar. Este estudo terá lugar após um tempo de formação de um
dia e durará 5 dias. O estudo piloto terá lugar num único local localizado centralmente
em cada Região, ou, eventualmente, em dois ou mais centros de saúde em cada região.
A fase piloto (pré-teste e estudo piloto) irá decorrer no 1º semestre de 2010 (ver
cronograma).
O estudo piloto é fortemente recomendado pelas directivas do IESEF e EHES e, embora
os seus objectivos e métodos dependam da experiência regional anterior, deverá
considerar os seguintes aspectos:
1) Revelar aspectos críticos que necessitem de padronização, tal como as necessidades
de formação e aspectos chave dos manuais de procedimentos, os quais serão
necessários para ajustar a formação dos entrevistadores e finalizar os manuais do
inquérito;
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2) Testar a disponibilidade dos participantes e documentar as suas reacções ao estudo,
desenvolvendo métodos adicionais que permitam motivar a população a participar;
3) Calcular a duração média das entrevistas e do exame físico, por participante, dado
essencial para estimar os recursos humanos efectivamente necessários e o tempo que
os utentes terão que despender com o exame físico/questionário. É recomendado que
os participantes sejam informados da duração média/máxima do inquérito e que os
tempos de espera sejam os mínimos possíveis (máximo 1hora). Todo o
procedimento deve ser agilizado durante o piloto, para que os tempos de espera
sejam minimizados. No caso de se tornar necessário permanecer mais tempo, e se
for requerido jejum, deve ter-se em consideração o conforto dos participantes
oferecendo uma pequena refeição;
4) Testar, no pré-teste, dificuldades na compreensão ou administração do questionário,
substituindo, ou reformulando, questões, quando necessário;
5) Testar a utilização dos equipamentos, nomeadamente dos necessários ao exame
físico, software e gestão de dados, essencial para evitar problemas na colheita e
gestão da informação e para obter estimativas mais precisas das necessidades de
espaço, equipamento e logística;
6) Testar a logística relacionada com o transporte de materiais biológicos dos locais de
entrevista para o laboratório e a subsequente análise dos mesmos;
7) Identificar problemas de ordem prática que possam surgir durante o estudo piloto de
forma a antecipar soluções para eventuais problemas que possam surgir durante o
trabalho de campo.
Após o estudo piloto terá lugar uma reunião com as entidades participantes com a
finalidade de discutir a experiência obtida durante a fase piloto, devendo ser propostas
melhorias ao protocolo para o estudo principal.
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8. Cronograma provisório das actividades em cada região
ANO 2009 2010 2011
MESES Set. Out. Nov. Dez. Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.
Actividades a realizar/
produtos
Planear, preparar a definição do estudo-piloto
Elaborar o protocolo do estudo (produto 1)
Elaborar um documento preparatório e operacional do estudo piloto (produto2)
Supervisionar a realização e avaliar o estudo-piloto Recolha de dados
Documento de avaliação do estudo piloto (produto 3)
Elaborar um plano estratégico para a implementação do 1º Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF1)
Plano de melhoria (produto 4)
Implementar o sistema de operações da recolha de dados Recolha de dados
Relatório de resultados (produto 5)
Proceder à avaliação de resultados Relatório de avaliação (produto 6)
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9. Levantamento de recursos regionais necessários para o estudo piloto Físicos Materiais Transporte Humanos Outros Salas
Mobiliário Equipamentos Material Procedimentos
E registos
EXAME FÍSICO
Uma sala Destinada à realização do exame físico e à colheita de sangue
Uma Mesa para medir a tensão arterial e peso/altura Duas Cadeiras Um Biombo
Uma Balança Um Esfigmomanometro Um Estadiometro/craveira
Protocolos de medição
1 Técnico de saúde Pequeno-almoço ligeiro Leite Iogurte Bolachas Café ou chá
COLHEITA DE SANGUE
Uma Mesa de apoio à colheita de sangue Duas Cadeiras Uma Marquesa
Frigorifico Centrifuga
Tubos para recolha de sangue venoso
Protocolos de medição
Transporte das amostras para o Laboratório regional
1 Técnico de saúde
APLIC. DO QUESTIO-NÁRIO
Uma segunda sala destinada ao preenchimento do questionário (aplicação directa ou indirecta)
2 Mesas para entrevistas 1 Mesa para um pequeno-almoço 3 Cadeiras
Um Computador com ligação à internet Uma impressora Um Telefone.
Papel ou computador (a discutir)
Registo de participantes e não participantes (questionário)
1 Técnico de saúde (ou ciências sociais, ou administrativo) Função: Gestão da listagem de participantes; Horários de atendimento e desmarcação; Esclarecimento de dúvidas sobre o questionário Administração do questionário (doenças crónicas e medicação) e casos excepcionais.
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10. Aspectos éticos e legais
A colheita, armazenamento e utilização de dados e/ou amostras biológicas humanas será
efectuada no respeito pelo indivíduos participantes e de forma a manter a sua
privacidade e confidencialidade, respondendo por isso às questões a nível ético e legal.
Internacionalmente, a colheita e utilização destes materiais é regulamentada por um
grande número de diferentes leis, muitas vezes contraditórias. Em Portugal, qualquer
estudo que envolva seres humanos deve ser conduzida de acordo com a lei nº12/2005 de
26 de Janeiro. Neste contexto, o INSEF – Componente Nacional do Inquérito Europeu
de Saúde com Exame Físico obedecerá aos seguintes princípios chave:
10.1. Comissão de Acompanhamento/Comissão de Ética
Será formalmente estabelecida precocemente uma Comissão de Acompanhamento com
o objectivo de aprovar e acompanhar periodicamente o desenvolvimento do estudo.
Sempre que possível, os protocolos e procedimentos serão revistos e aprovados por esta
comissão de forma a garantir a segurança e protecção dos indivíduos participantes.
10.2. Consentimento Informado
Os indivíduos participantes darão o seu consentimento informado de livre vontade antes
que seja conduzido qualquer tipo de investigação.
Os participantes terão o direito de se retirar do estudo a qualquer momento, se assim o
desejarem. Esta possibilidade encontra-se formalmente descrita na declaração de
consentimento informado que venham a assinar.
10.3. Protecção contra os riscos inerentes à investigação
Serão envidados todos os esforços para reduzir os riscos para os participantes e será
assegurado que os eventuais riscos remanescentes não excedem os benefícios esperados.
Estão incluídos a minimização dos riscos físicos e psicológicos associados à colheita de
dados e/ou sangue e a garantia de que estes procedimentos não afectam os cuidados
devidos aos doentes.
Todos os procedimentos relativos a este projecto são regulamentados nos termos da
legislação que regula a protecção dos dados pessoais. Estes procedimentos incluem a
anonimização reversível dos dados (assegurado através de um código numérico apenas
conhecido pela equipa regional que liga os dados da lista regional de utentes aos
materiais depositados no INSA), o armazenamento seguro dos dados e produtos
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biológicos no INSA e a restrição do acesso a estes dados a um número limitado de
investigadores.
10.4. Partilha dos benefícios
Os dados obtidos através do INSEF serão partilhados com os profissionais e os
decisores em saúde, constituindo um referencial útil para uma decisão política
informada, em saúde, quer na perspectiva da prevenção, quer no diagnóstico e
tratamento da doença.
Os resultados dos exames laboratoriais serão devolvidos aos participantes, através do
seu médico assistente.
10.5. Partilha e acesso aos dados e amostras biológicas
A utilização das amostras biológicas e dos dados a elas associados deve ser consistente
com a informação contida na declaração de consentimento informado.
Os dados e/ou as amostras biológicas apenas serão disponibilizadas para fins de
investigação devidamente autorizadas pela comissão de ética do INSA e que possam
contribuir para descobertas científicas relevantes de acordo com o melhor conhecimento
cientifico e práticas disponíveis. O requerimento para acesso deve ser baseado em
considerações, tais como o mérito científico e o potencial impacto da investigação
proposta, benefícios para a saúde pública, considerações éticas e legais e qualificações
da equipa de investigação. A disponibilização dos dados e/ou as amostras biológicas
apenas poderá ser feita após a aprovação pela comissão de ética do INSA.
11. Resultados esperados
11.1. Informação e conhecimento gerado
Após a conclusão do Estudo “Inquérito de Saúde com Exame Físico (INSEF) -
Componente nacional do Inquérito Europeu com Exame físico (IEEF) poderemos
estimar a frequência e distribuição na população nacional e regional de:
1) Doenças crónicas cardiovasculares, respiratórias, endócrinas (diabetes), sanguíneas
(anemia), dor (aguda e crónica) e problemas de saúde mental (depressão, ansiedade,
sofrimento psicológico), entre outras;
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2) Principais factores determinantes da saúde, incluindo o consumo de bebidas
alcoólicas, consumo e exposição ao fumo do tabaco, consumo de drogas, actividade
física, entre outros;
3) Intervenções médicas, farmacológicas ou comportamentais com vista a tratar, ou
minorar, os efeitos das principais doenças identificadas;
Além de poderem ser obtidos padrões nacionais para medidas como o índice de massa
corporal, pressão arterial, colesterol total, trigliceridos, glicemia, concentração de
hemoglobina e de se constituir um biobanco com amostras biológicas de uma fracção
representativa da população Portuguesa, a qual permitirá realizar inúmeros estudos
relevantes do ponto de vista da saúde pública, rentabilizando os recursos investidos.
11.2. Impactos esperados
Os dados obtidos através do INSEF permitirão aos profissionais de saúde,
nomeadamente de saúde pública e aos decisores em saúde dispor de informação
epidemiológica necessária para planear intervenções sobre os principais problemas de
saúde (doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade, entre outras), contribuindo, ainda,
para a monitorização da evolução de determinadas condições, factores determinantes e
problemas emergentes, e ajustamento das intervenções e politicas de saúde.
Este conjunto de informação construída no final do INSEF ou potencialmente estudada
à posteriori, constituirá certamente um referencial útil para a decisão política informada,
em saúde, quer na perspectiva da prevenção, quer da promoção da saúde a nível
nacional e regional.
A obtenção de dados de forma sistemática e integrada no Inquérito Europeu com Exame
Físico será vantajosa, não só pela possibilidade de comparabilidade dos dados entre
países europeus mas, também, pela transferência de conhecimento e competências
obtidas através da experiência acumulada pelo Instituto de Saúde Pública Finlandês que
coordena o projecto EHES.
11.3. Produtos esperados
A produção de conhecimento vai ser alicerçada através da elaboração de um conjunto
de produtos, temporalmente planeados:
1) Relatório Nacional de resultados e de execução e uma base de dados final;
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2) Relatório Regional e uma base de dados regional que será disponibilizada a cada
ARS, de acordo com o protocolo a estabelecer;
3) Como produtos secundários destacam-se relatórios temáticos, manuais técnicos
(procedimentos - exame físico, laboratoriais, aplicação do questionário, material de
formação, procedimentos éticos e legais, gestão de dados e avaliação da qualidade),
até à realização de relatórios intercalares e finais, com o intuito de efectuar uma
avaliação de acompanhamento do processo (on going) e final (resultados).
É de salientar que todos os produtos finais decorrentes do projecto terão a menção
explícita de todas as entidades parceiras.
A informação gerada pelo INSEF será disponibilizada através de uma série de
publicações e através de artigos em revistas científicas e técnicas. Para os profissionais
de saúde e investigadores, os dados serão facilitados através da internet ou em CD-
ROMs.
Os institutos de investigação, prestadores de cuidados de saúde e educadores
beneficiarão fortemente da informação gerada pelo INSEF. Os principais utilizadores
dos dados serão os parceiros do INSA que colaboraram no planeamento e
desenvolvimento do estudo, surgindo as ARS como entidades co-autoras, uma vez que
esta informação será essencial para implementar e avaliar as actividades necessárias a
cada região.
Em última análise, os resultados deste estudo beneficiarão a população Portuguesa de
forma importante. Os factos sobre a distribuição dos problemas de saúde e factores de
risco na população fornecem aos investigadores importantes pistas sobre as causas das
doenças. Neste contexto, este recurso tenderá a tornar-se contínuo com o objectivo de
fornecer informação de saúde da população Portuguesa no tempo, a qual será integrada
com os dados de outros países Europeus e permitirá uma avaliação compreensiva da
evolução do estado de saúde da nossa população, o que se tornará fundamental para o
desenvolvimento e implementação de um conjunto de guidelines e iniciativas que
permitam renovar as políticas de saúde.
Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge /Departamento de Epidemiologia
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Bibliografia
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adolescentes do distrito de Viseu”, Revista Portuguesa de Saúde Pública. 24:1, p. 47-
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MINISTÉRIO DA SAÚDE (2004), “Plano Nacional de Saúde”, volume I – Prioridades,
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MINISTÉRIO DA SAÚDE (2004), “Plano Nacional de Saúde”, volume II – Orientações
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“Estudo de prevalência da diabetes em Portugal” disponível in http://www.min-
saude.pt/portal/conteudos/a+saude+em+portugal/noticias/arquivo/2009/3/diabetes.htm
DEP/INSA
Especificação geral INSEF
Medição da altura Página 1 de 2
Elaborado por:
Data: 2010-02-24
Revisto por:
Data: 2010-02-24
Aprovado por:
Data: 2010-02-24
1. Objecto – garantir adequada medição da altura de acordo com as recomendações do EHES.
2. População abranger
A altura pode ser medida a participantes com idade igual ou superior a 4
anos.
3. Critérios de exclusão
A altura não deverá ser medida em pessoas dependentes de cadeiras de rodas
ou ainda em pessoas com dificuldade em manterem-se direitas de forma
estável. Excluem-se também as pessoas com penteados que impeçam a
apropriada utilização do equipamento (e.g. Afro ou Mowhawk). Para este
último grupo, é aceitável registar a altura auto-reportada.
O facto de ser auto-reportada deverá constar na folha de registo de dados.
4. Tempo da medição
A medição da altura deverá demorar aproximadamente 3 minutos.
5. Local da colheita
O local da medição deve ser limpo, arejado diariamente e devem ser
cumpridas todas as regras de verificação do equipamento necessário.
6. Equipamento necessário
O aparelho para a medição da altura é o estadiómetro portátil (ou
fixo). Este aparelho pode ser utilizado em diferentes situações,
incluindo unidades móveis, podendo ser ajustado a superfícies que
não sejam completamente planas.
Unidades de medição de comprimento calibradas com 150 cm e 200 cm
Plataforma ou um banco para medição (no caso de participantes mais
altos que o próprio examinador)
7. Formação dos profissionais
Todos os profissionais que irão fazer parte da equipa de campo do
inquérito irão receber formação específica sobre os procedimentos
relativos à medição da altura.
Periodicamente serão organizadas acções de reciclagem sobre os
procedimentos definidos no inquérito.
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8. Controle da qualidade
De modo a garantir o cumprimento dos standards internacionais o controle
da qualidade referente à medição da altura incidirá no equipamento e no
cumprimento dos procedimentos por parte dos profissionais destacados para
o inquérito.
a) Equipamento
As medidas de controlo de qualidade durante o inquérito incluem os
seguintes procedimentos:
As verificações e recalibrações do equipamento deverão ser feitas em
intervalos regulares e os resultados ser registados no livro de
registo;
b) Avaliação do cumprimento do procedimento
Monitorizar a performance dos examinadores:
o A distribuição do último digito das medições
o Média e desvio padrão das medições
o Registos das razões pelas quais a medição não foi realizada e
o Carga diária de trabalho (número de medições por dia)
o Taxa de resposta para cada item
o Distribuição dos dígitos terminais da medição da altura
No caso de o inquérito se estender por um longo período de tempo,
deverão ser administradas sessões de reciclagem a todos os
examinadores trimestralmente
Realizar visitas-surpresa aos locais de exame para observar as
medições. Estas observações têm por base um check list previamente
elaborado.
DEP/INSA
Especificação técnica INSEF
Medição do perímetro da cintura e da anca
Página 1 de 2
Elaborado por:
Data: 2010-02-24
Revisto por:
Data: 2010-02-24
Aprovado por:
Data: 2010-02-24
1. Objectivo – Descrição dos procedimentos que devem ser cumpridos
obrigatoriamente na medição do perímetro da cintura e da anca.
2. Condição obrigatória –
O perímetro da cintura e da anca não deve ser medido em pessoas em
cadeira de rodas ou com dificuldade em manter uma postura direita.
O perímetro da cintura e da anca não deve ser medido em grávidas.
Esta medição deve ser feita sem roupa, ou seja, directamente sobre a
pele.
Se tal não for possível, a medição deverá ser feita sobre vestuário
leve, devendo este facto ser registado na folha de registo.
3. Procedimento na medição do perímetro da cintura e da anca
Antes da medição
1º passo - Preparação do local de medição
É necessária uma área privada (sala ou uma área de acesso restrito) ou
um biombo
O espelho deverá ser colocado contra a parede ou colocado junto do
local de medição
2º Passo - Verificação da fita métrica
O comprimento da fita métrica deve ser verificado utilizando uma medida de
comprimento calibrada (normalmente a medida de 150 cm), pelo menos uma vez
por mês. Se a fita métrica se encontrar deformada, deverá ser substituída.
3º Passo - Recepção dos participantes
1. O participante deverá ser convidado a remover o seu vestuário, excepto a sua roupa interior. Se tal não for possível devido, por exemplo, a
razões culturais, o participante deve pelo menos remover o vestuário
exterior mais pesado, e esta informação deverá ser registada na folha
de registo (D1). Roupa muito justa incluindo cintos deve ser removida e
os bolsos devem ser esvaziados;
2. O examinador deve estar de pé ao lado do participante de forma a obter uma boa visão do espelho;
3. O participante deverá permanecer de pé, com um intervalo de 12 a 15 cm entre os pés, de forma a que o peso fique igualmente distribuído pelas
duas pernas. Deve ser pedido ao participante que respire normalmente. A
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leitura da medição deverá ser feita após a expiração. Este facto impede
os indivíduos de contrair os seus músculos abdominais ou de suspenderem
a respiração;
4. A fita métrica deverá ser segurada firmemente, verificando que esta se encontra na posição horizontal. Deverão ser utilizadas as linhas
da grelha do espelho para verificar que a fita métrica se encontra
na horizontal ao longo de toda a cintura/anca. A fita deverá estar
solta o suficiente de modo a que o entrevistador possa colocar um
dedo entre a fita métrica e a cintura/anca do participante;
5. No caso de o perímetro da cintura/anca exceder o comprimento máximo da fita métrica, este facto deverá ser registado na folha de
registo, juntamente com o comprimento máximo da fita.
4. Registo dos dados
No decurso da medição do perímetro da cintura e da anca, deve registar-se
os seguintes elementos numa folha de registo preparada para o efeito (D1):
Código de Identificação do Participante
Código de Identificação do Examinador
Data da Medição (dd.mm.yyyy)
Perímetro da cintura (cm)
Perímetro da anca (cm)
Razão pela não medição do perímetro da cintura (Participante
dependente de cadeira de rodas/Posição instável/Perímetro da cintura
excede o comprimento máximo da fita métrica (limite superior da fita
métrica ____)/Recusa/Outra. Especificar)
Razão pela não medição do perímetro da anca (Participante dependente
de cadeira de rodas/Não se consegue colocar em pé de forma estável/A
participante está grávida/Perímetro da anca excede o comprimento
máximo da fita métrica (limite superior da fita métrica
____)/Recusa/Outra. Especificar)
A medição foi feita sobre (roupa interior leve/roupa normal (sem
vestuário pesado ou adereços)/outra. Especificar)
DEP/INSA
Especificação técnica INSEF
Medição do Peso Página 1 de 2
1. Objectivo – Descrição dos procedimentos que devem ser cumpridos
obrigatoriamente na medição do peso.
2. Critérios de exclusão - Pessoas em cadeiras de rodas ou com dificuldade
em manterem-se direitas de forma estável.
3. Procedimento na medição do peso
Antes da medição
1º passo - preparação do local de medição
Para a medição do peso, a balança deverá ser colocada numa superfície
plana e rígida (nunca num solo alcatifado ou revestido com um material
macio). Se tal não for possível, deverá ser colocada uma plataforma de
madeira sob a base da balança.
2º passo - Calibração da balança
A calibração da balança deverá ser feita no início e no final de cada dia
de trabalho:
a) A balança é verificada utilizando as unidades de peso
estandardizadas e dever-se-á proceder à calibração da mesma se esta
apresentar um erro superior a 0.2 kg. Os resultados das verificações
e das calibrações deverão ser registadas no livro de registo diário;
b) Para calibrar a balança electrónica, deverão ser seguidas as
instruções específicas da balança.
c) Deve ter-se em consideração que a leitura de uma balança electrónica depende da gravidade em cada local. Neste contexto, a calibração
torna-se particularmente importante quando é instalada num novo
local de exame.
3º Passo - Recepção dos participantes
1. O participante deverá ser convidado a descalçar os sapatos e a
despir roupas pesadas (p. ex. casacos, sobretudos). Deverá ser
pedido aos participantes para esvaziar os bolsos.
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2. O participante deverá manter-se no centro da plataforma de pesagem, com o peso distribuído em ambos os pés.
Situações que podem ocorrer:
a) Se o peso do participante exceder limite superior permitido pela
balança, regista-se o peso auto-reportado. Essa informação deverá
constar na folha de registo.
b) Se a participante estiver grávida, deverá ser perguntado o peso
antes da gravidez e esse valor deverá ser registado como auto-
reportado na folha de registo.
3.A altura deverá ser registada no impresso de registo (C1)
Registo dos dados
No decurso da medição do peso deve registar-se os seguintes elementos numa
folha de registo preparada para o efeito (C1):
Código de Identificação do Participante
Código de Identificação do examinador
Data da Medição (dd.mm.yyyy)
Peso (kg) e valores decimais.
Razão pela qual o peso não foi medido:
o Pessoa em cadeira de rodas
o Posição instável
o Peso excede o limite de leitura da balança (limite superior da
balança)
o Recusa
o Outra (Especifique)
Se não for possível medir o peso, registar o peso auto-reportado
4. Agradeça a participação e informe o participante para o exame seguinte.
DEP/INSA
Especificação técnica INSEF
Medição da Pressão Arterial Página 1 de 3
1. Objectivo – Descrição dos procedimentos que devem ser cumpridos
obrigatoriamente na medição da pressão arterial.
2. Condição obrigatória
a) O participante deverá abster-se de comer, beber (excepto água),
fumar ou tomar medicamentos que possam afectar a pressão arterial,
uma hora antes da medição;
b) O participante deverá urinar antes da medição; c) O participante não deverá fazer exercício físico uma hora antes da
medição
3. Procedimento na medição da pressão arterial
1º Passo - Antes da medição: preparação do local de medição
A pressão arterial deverá ser medida numa sala tranquila com uma
temperatura confortável (a temperatura da sala deverá ser registada)
2º Passo – Verificação do equipamento
As pilhas do aparelho deverão ser verificadas todos os dias antes da
primeira medição e várias vezes durante o dia;
O equipamento deverá ser calibrado por um organismo oficial, antes do
inquérito e pelo menos uma vez por ano durante o mesmo;
Para cada aparelho, a média e desvio padrão das medições de pressão
arterial sistólicas e diastólicas deverá ser verificada regularmente,
para determinar se um aparelho produz sistematicamente leituras acima
ou abaixo da média.
3º Passo - Antes da medição: testar e ligar o equipamento
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1) Ligar o tubo de ar da braçadeira à zona da bomba de ar do
aparelho. A braçadeira deverá encontrar-se completamente vazia;
2) Abrir o compartimento das baterias e inserir as mesmas ou
utilizar um adaptador;
3) Premir o botão ON: todos os símbolos do visor se acenderão
aproximadamente 2 segundos de forma a verificar que o visor está
a funcionar correctamente;
4) Posteriormente todos os símbolos desaparecerão e o símbolo da
libertação do ar começará a piscar;
5) Envolver o braço na braçadeira do participante para que a banda colorida se encontre posicionada 2-3 cm acima do cotovelo na zona
interior do braço;
6) Fechar a braçadeira com o velcro. A zona verde da braçadeira deve cobrir a artéria braquial;
7) Premir o botão START: o aparelho deverá determinar
automaticamente o nível correcto da pressão de inflação de ar;
8) Quando são atingidos os valores de inflação desejados, o ar é libertado automaticamente. O valor de pressão indicado no
mostrador vai descendo;
9) Quando o monitor detectar o pulso, o símbolo começa a piscar; 10) Quando o monitor deixar de detectar o pulso enquanto a pressão
na braçadeira vai baixando, são indicadas no mostrador as
pressões sistólica e diastólica;
11) Após um minuto de intervalo, será realizada uma segunda
medição, repetindo os passos 7-10. O participante não deverá
mudar de posição durante este período de espera;
12) Após mais um minuto, será realizada a terceira medição,
repetindo os passos 7-10;
13) Os resultados deverão ser comunicados ao participante no
momento.
4º Passo - Antes da medição: preparação do participante
a) O participante deverá permanecer calmamente sentado 5 minutos antes da medição;
b) O participante deverá despir o vestuário exterior e outras roupas justas. As mangas deverão ser arregaçadas, para que a zona superior
do braço esteja disponível.
c) A braçadeira do aparelho não deverá ser colocada por cima da roupa.
5º Passo - O participante deve ser convidado:
a) Deve-se pedir aos participantes que permaneçam numa posição sentada, para que tanto os braços como as costas estejam apoiados. Os pés da
pessoa deverão permanecer imóveis e apoiados no chão. Se os pés não
chegarem ao chão, deverá ser utilizada uma plataforma para os
apoiar.
b) As medições deverão ser realizadas no braço direito. Se tal não for possível (p. ex., o braço estiver amputado, tiver hematomas, feridas
ou qualquer outro aparelho intravenoso), deverá ser utilizado o
braço esquerdo, devendo tal informação ser registada no respectivo
impresso.
c) Devem ser realizadas três medições da pressão arterial, com um
minuto de intervalo entre elas.
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6º Passo - Registo dos dados
No decurso da medição da pressão arterial, deve registar-se os seguintes
elementos na folha de registo (D1):
Código de Identificação do Participante
Código de Identificação do Entrevistador
Data da Medição (dd.mm.yyyy)
Hora do dia (hh:mm)
Temperatura ambiente (ºC)
Tipo de aparelho de medição da pressão arterial: Esfigomanometro de
mercúrio/Aparelho automático/ Marca/Modelo/Outro: especificar
Número do aparelho de medição
Perímetro do braço (cm)
Tamanho da braçadeira utilizada (8 cm/12 cm/16 cm)
Braço utilizado na medição (Direito/Esquerdo)
Razão para a utilização do braço esquerdo:
Amputação do braço direito
Gesso no braço direito
Feridas/cortes no braço direito
Aparelho intravenoso
Outra. Especificar:
Posição do participante durante a medição (sentado/ decúbito dorsal
(deitado com a face para cima)
Razão para a posição decúbito dorsal/Acamado/Outra. Especificar)
Ritmo cardíaco
Medições da pressão arterial
1ª medição (Sistólica/Diastólica)
2ª medição (Sistólica/Diastólica)
3ª medição (Sistólica/Diastólica)
DEP/INSA
Especificação técnica INSEF
Colheita de sangue Página 1 de 4
1. Objectivo – Descrição dos procedimentos que devem ser cumpridos
obrigatoriamente na colheita de sangue.
2. Condição obrigatória – encontrar-se em jejum
Como os níveis de glicose, fracções lipoproteicas e trigliceridos serão
determinadas em jejum, as amostras deverão ser colhidas após um período de
jejum de pelo menos 8 e no máximo 14 horas. Na prática, isto significa que
o jejum deve ser feito durante a noite e que as amostras apenas deverão
ser colhidas na manhã seguinte.
3. Procedimento
1. Acolhimento 2. Convidar o participante a sentar-se e pedir-lhe para serem retiradas
pulseiras, relógios ou despir qualquer peça de roupa apertada que
possa estar a constringir a zona superior do braço esquerdo.
Durante a colheita de sangue, o braço deverá encontrar-se
confortavelmente apoiado numa almofada ou noutro tipo de suporte.
3. Responder a eventuais dúvidas relativas à colheita de sangue
4. Solicitar qo participante que coloque o braço esquerdo e colocar o torniquete
ATENÇÃO:
Durante a colheita de sangue, o braço deverá encontrar-se
confortavelmente apoiado numa almofada ou noutro tipo de suporte.
A utilização do torniquete deve ser minimizada. Se o torniquete for utilizado para procurar uma veia, este deve ser libertado
antes de começar a colheita de sangue. Em qualquer dos casos, a
utilização do torniquete deverá ser limitada a menos de um
minuto.
5. Colheita de sangue
Deverá ser aplicado o torniquete em torno do braço do participante
procurando uma veia através de apalpação.
A veia pode ser imobilizada colocando o polegar a aproximadamente 2
cm abaixo da veia e puxando gentilmente para que a pele fique
ligeiramente esticada.
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A agulha, virada para cima, deverá então ser inserida na veia, com
vista a minimizar a hemólise resultante de danos vasculares.
Imediatamente após a inserção da agulha, o torniquete deverá ser
libertado para minimizar o efeito da hemoconcentração.
ATENÇÃO:
Se ocorrerem problemas com o fluxo sanguíneo durante a colheita
(e.g. colapso da veia), o procedimento deve ser descontinuado,
devendo ser feita uma nova tentativa no outro braço. Se esta
tentativa também falhar, não deverão ser feitas outras tentativas e
a colheita de sangue deve ser registada como falhada.
6. Ordem dos tubos
1. Tubos para cultura de células, Vacutainer® ACD (6.0 ml) (tampa
amarela);
2. Tubos de gel, Tubo Vacutainer® SST™ (8.5 ml) (tampa laranja) 3. Tubos com EDTA, Tubos Vacutainer® EDTA (4.0 e 2.0 ml) (tampa roxa); 4. Tubos com fluoreto, 1 Tubo Vacutainer® Fluoreto (2.0 ml), (tampa
cinzenta).
Type and order of blood tubes
1 2 3 4 5
SEER
1
FLS
0
6 7 8
3 ml 4 ml 8 ml 4 ml9 ml
kääntö ↑↓
18 kertaa
9 ml
ml
LiHe Hb
A1cDNA
1
DNA
2SEER
2
8 ml
EDTA
0
9 ml
Turn 18 times
7. Colocação dos tubos no adaptador
Os tubos deverão ser colocados no adaptador. Quando são colhidos vários
tubos, o tubo seguinte deve ser imediatamente colocado após o enchimento
do tubo anterior. Se se suspeitar que não vai colher sangue suficiente
para encher todos os tubos, então deverão ser enchidos pela ordem de
prioridade dos ensaios a realizar em cada um deles:
1. Tubo Vacutainer® SST™ (8.5 ml) (tampa laranja) para separação do soro;
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2. Tubo Vacutainer® Fluoreto (2.0 ml), (tampa cinzenta) para
determinar o nível de glicose no sangue;
3. Tubos Vacutainer® EDTA (4.0 ml), (tampa roxa) para extrair DNA a partir de sangue total e para separar plasma;
4. Tubos Vacutainer® EDTA (2.0 ml), (tampa roxa) para realizar
hemograma completo;
5. Tubos Vacutainer® ACD (6.0 ml) (tampa amarela), para colheita de linfócitos
ATENÇÂO:
Para assegurar uma homogeneização adequada, os tubos pré-preenchidos com EDTA, gel ou fluoreto devem ser gentilmente invertidos 8 vezes,
enquanto o tubo seguinte está a ser enchido (a bem da simplificação,
este procedimento deve ser adoptado para todos os tipos de tubos).
8. Colocação de etiquetas de identificação
Antes do participante deixar a sala de exame e antes que o suporte com os
tubos seja transportado para outro local, todos os tubos devem ser
marcados com o código de identificação do participante.
Cryotube
-20 C
Cryo
Tube
-70 C
Labelling of aliquots
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9. Registo dos dados
No decurso da colheita de sangue deve registar os seguintes elementos numa
folha de registo preparada para o efeito (FA):
Código de identificação do participante
Identificação do flebotomista/enfermeiro(a)
Data da colheita de sangue (dd.mm.aaaa)
Hora do dia (hh:mm)
Hora da última refeição (hh:mm)
Posição do indivíduo durante a colheita de sangue
Razão para a posição (desmaiou/acamado/outra, especificar)
Braço utilizado para a colheita de sangue (direito/esquerdo) (se a
colheita de sangue falhou, indicar o braço onde foi feita a última
tentativa)
Razão para a utilização do braço direito (não foi encontrada veia no
braço esquerdo, amputação do braço esquerdo, gesso no braço
esquerdo, outra, especificar)
Número de tubos colhidos (Todos/Apenas x tubos, nenhum)
Razão pela ausência de amostras de sangue (veia não foi encontrada,
dificuldade em colher a amostra de sangue/recusa/outra,
especificar).
DEP/INSA
Especificação técnica INSEF
Processamento e armazenagem de amostras de sangue
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Elaborado por:
Data: 2010-02-24
Revisto por:
Data: 2010-02-24
Aprovado por:
Data: 2010-02-24
1. Objectivo – Descrição dos procedimentos que devem ser cumpridos
obrigatoriamente no processamento e armazenagem das amostras, após a
colheita de sangue
2. Condição obrigatória – as amostras deverão ser colhidas na manhã
seguinte, processadas e armazenadas num prazo de _____horas.
3. Procedimento
1. Após os tubos serem identificados com o código de identificação do
participante, deve-se proceder à coagulação.
2. Coagulação. As amostras de sangue deverão coagular a 15-24ºC. No
caso dos tubos de gel, a temperatura deve ser pelo menos 20ºC
(temperatura óptima entre 20-22ºC), visto que a viscosidade do gel
se altera a temperaturas mais baixas. O tempo de coagulação deve
ser pelo menos 30 minutos e no máximo 1hora. Os tubos SST e PST
(tampas amarela e laranja) deverão ser centrifugadas até 1hora após
a colheita de sangue.
3. A centrífuga não deverá ser refrigerada, devendo as amostras de
sangue ser centrifugadas a uma temperatura entre 15-24ºC. Para o
processamento do soro e plasma, os tubos deverão ser centrifugados
a 1,300g durante 10 minutos.
4. Separação de soro ou plasma. Após a centrifugação, os tubos devem
ser cuidadosamente examinados para reconhecer qualquer evidência de
hemolise. No caso dos tubos de gel, deve-se verificar se a
superfície do gel está lisa, que as diferentes camadas se encontram
devidamente separadas e que não existem glóbulos vermelhos sobre a
superfície do gel, que não existem filamentos de fibrina na amostra
e que a amostra não coagulou durante a centrifugação. As amostras
hemolisadas devem ser mantidas à parte. O soro e o plasma devem
então ser prontamente separados do coágulo ou das restantes células
e transferidos para um tubo limpo. A camada de células brancas não
deve ser transferida com o plasma. No caso dos tubos de gel, o soro
pode ser directamente transferido para um tubo limpo.
5. Após todo o soro/plasma ser separado em tubos de armazenamento
apropriados, os tubos devem ser cuidadosamente marcados com o
código de identificação.
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6. Armazenamento e transporte das amostras de soro e plasma.
É recomendado que os ensaios para os níveis de colesterol total,
colesterol HDL e trigliceridos sejam feitos no mesmo dia da
colheita da amostra.
As amostras devem ser bem acondicionadas e refrigeradas (mas não
congeladas) de forma a serem transportadas do local da colheita até
ao laboratório.
a) Se o colesterol HDL for analisado pelo método de precipitação,
a análise deverá ser feita no mesmo dia da colheita; no
entanto, é recomendado que o colesterol HDL seja analisado por
um método directo;
b) Se não for possível realizar a análise no mesmo dia da
colheita da amostra, mas nos três dias seguintes, é
recomendado que não se utilizem amostras congeladas e que
sejam armazenadas a +4ºC antes da análise;
c) Se não for possível realizar as análises dentro de três dias,
o soro ou plasma deve ser imediatamente congelado
(preferencialmente a -70ºC e pelo menos a -20ºC). Neste caso o
transporte deve ser feito de forma a evitar o descongelamento
das amostras;
d) Para o transporte, as amostras devem ser adequadamente
marcadas com o seu código de identificação, devendo ser
mantidas listas de transporte, de forma a monitorizar o
possível desaparecimento de amostras.
e) As amostras congeladas a 20ºC devem ser analisadas num período
de seis meses. Se estiverem planeadas análises para mais
tarde, as amostras devem ser congeladas a -70ºC.
7. Registo de dados
No decurso do processamento e armazenagem das amostras, após a colheita de
sangue, deve-se registar os seguintes elementos na folha de registo
preparada para o efeito (FA):
Código de identificação do participante
Identificação da pessoa que manipulou as amostras
Data da manipulação (dd.mm.aaaa)
Hora da centrifugação (hh:mm)
Amostra hemolisada (Sim, todos os tubos/Sim, x tubos/ Não)
Se as amostras forem congeladas no campo
Data em que as amostras foram congeladas (dd.mm.aaaa)
Se as amostras forem enviadas para um laboratório central
Data em que as amostras foram enviadas (dd.mm.aaaa)
Hora do envio (hh:mm)
Código de remessa/Empresa
Data em que as amostras foram recebidas no laboratório (dd.mm.aaaa)
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Hora da recepção (hh:mm)
Relativamente ao processamento final das amostras, deve ser registada a
seguinte informação:
Código de identificação do participante
Identificação da pessoa que manipulou as amostras
Para todas as amostras
Data de processamento das amostras (dd.mm.aaaa)
Número de tubos de linfócitos (ACD) ___
Número de tubos de soro (SST) armazenados ___
Número de tubos de plasma (PST) armazenados ___
Número de tubos de plasma (EDTA) armazenados ___
DNA
Hemograma
Glicose