Post on 28-Jul-2015
VIGILÂNCIA DEINFLUENZA NO RIO GRANDE DO SUL
maio de 2012
Aspectos Clínicos e Espidemiológicos
Características do agente
Vírus influenza: importância na morbimortalidade pela
capacidade de produzir epidemias
10-20% da população infectada ao ano;
Estima-se 1 milhão de óbitos/ano no mundo;
Vírus RNA da família orthomomixoviridae
3 tipos de vírus: A, B e C
Subtipos a partir das
glicoproteinas
de superfície
Influenza
(16)
(9)
Características do agente
Somente o A causa epidemias pela capacidade de
mutação
Subtipos H1N1 e H3N2 do grupo A são responsáveis
pelas epidemias
H5, H7 e H9 causam doença em humanos em raras
ocasiões, comuns nos animais
Extenso reservatório animal (aves domésticas e
selvagens, mamíferos como baleias, cavalos, felinos
selvagens e domésticos, porcos)
Influenza
Recombinação genética
Fonte: NEJM, 353(21). Nov 24, 2005
Recombinação genética e pandemias
MODO DE TRANSMISSÃO
Contato direto:
Gotículas > 5 micra geradas ao falar, tossir, espirrar
(dispersão até 1 m), atingindo a via respiratória alta;
A transmissão por aerossóis é menos importante (<5
micra que permanecem suspensas no ar)
Contato indireto:
Por objetos contaminados
Influenza
Vírus vive 5 min nas mãos, 8-12 hs em papéis e fibras 24-
48 hs nas superfícies duras
ASPECTOS CLÍNICOS
Início súbito
Febre alta (38oC)
Tosse seca
Dor de garganta
Prostração
Cefaléia
Mialgia e ou artralgia
Diarréia, vômitos
Grupos de risco: Potencialmente mais grave em pacientes com comorbidades/idades extremas, 2o e 3o trimestre de gravidez.
Influenza
Período de incubação: 1 a 4 dias
Transmissibilidade: adultos 1 dia antes até 7 dias do início
dos sintomas, as crianças < 12 anos infectadas podem
eliminar o vírus da influenza um dia antes até 14 dias após o
início dos sintomas.
Sazonalidade: ocorre todo o ano mas tem maior
intensidade no inverno (junho a agosto no hemisfério sul)
Influenza
Subclínico Leves Moderadas SRAG
Espectro clínico95% 5%
Influenza pandêmica A (H1N1) 2009
10-25% dos pacientes internados necessitam de UTI
Óbito em 2-9% dos pacientes internados
Grupo captado pela vigilância
COMPLICAÇÕES
Piora do quadro respiratório no 5º-6º dia
Insuficiência respiratória
SARA
Falência de múltiplos órgãos (fígado, rins, coração)
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
Hemograma: leucocitose, leucopenia ou neutrofilia
Rx de tórax: infiltrado intersticial localizado ou difuso, presença de
área de consolidação
Imunoflorescência Indireta: identifica um painel de 7 agentes virais
RT-PCR: identifica Influenza A
12
Influenza pandêmica A (H1N1) 2009
SISTEMA DE VIGILÂNCIA DE INFLUENZA
SISTEMAS DE VIGILÂNCIA IMPLANTADOS NO RS
•Monitorar as cepas dos vírus da Influenza
circulantes e identificar suas possíveis
alterações antigênicas;
•Avaliar impacto da vacinação;
•Acompanhar a morbimortalidade associadas
aos vírus;
•Identificar situações inusitadas (surtos) a
partir do monitoramento da SG;
•Trabalhar os dados e disseminar
informação.
Vigilância Sentinela: 4 unidades sentinelas, com os seguintes objetivos: -Caxias do Sul
-Uruguaiana
-HNSC
-HMD
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51
Média DP+ 2009
Vigilância dos surtos: ocorrência de pelo menos 3 casos de SG em ambiente fechados/restritos, com intervalo até 7 dias entre as datas de início de sintomas dos casos. Coletar 3 amostras no mínimo
SISTEMAS DE VIGILÂNCIA IMPLANTADOS NO RS
Vigilância das SRAG hospitalizados: monitorar o padrão de gravidade da doença, detectando eventuais mudanças do vírus influenza pandêmico.
CASO SUSPEITO DE SRAG: Todo indivíduo queatenda a definição de SG e apresente dispnéiaou saturação de O2 < 95% em ar ambiente.
16
Fase de alerta Definição Previsão de
Pandemia 1 Ausência de doença no ser humano por vírus que circula entre
animais Incerta
2 Doença no ser humano provocada por vírus influenza que circula em animais selvagens ou domésticos, capaz de provocar pandemia
Incerta
3 Doença esporádica ou em pequenos surtos, sem evidência de transmissão inter-humana suficiente para manter surtos, risco potencial de pandemia
Incerta
4 Pequeno(s) foco(s) de transmissão inter-humana com localização limitada, com risco potencial de provocar pandemia
Média
5 Maior expansão inter-humana, restrita a dois ou mais países de uma região do planeta, com risco de provocar pandemia Alta
6 Transmissão inter-humana sustentada e atingindo mais de duas regiões mundiais
Pandemia em andamento
Pós Pandêmica
Nível em que a transmissão inter humana retorna aos níveis vistos para a infecção pelo vírus Influenza Sazonal em muitos países que possuem vigilância epidemiológica
Vigilância mundial de Influenza
SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA
BRASIL 2009
Influenza no Brasil as lições aprendidas com a Pandemia
Ano e SE de início dos sintomas
Situação Epidemiológica 2009
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52
Centro-oeste Sul Sudeste Nordeste Norte
N=50.482
Nº SRAG SRAG confirmado para Influenza Pandêmica (H1N1) 2009, Brasil, 2009
Cas
os d
e SR
AG c
onfir
mad
os
Situação Epidemiológica 2009 - 2011Taxa de incidência de SRAG confirmado para Influenza Pandêmica
(H1N1) 2009, Brasil, 2009 a 2011
0
5
10
15
20
16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 52 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 5052 2 4 6 8 10 12 14 16 18
SE Início dos Sintomas
BrasilCentro-oesteNordesteNorteSudesteSul
Tx. Incidência/100.000 hab
Fonte: Sinan/ SVS. Acesso em 13/05/2011 Dados preliminares, sujeitos a alterações
2009 20112010
Situação Epidemiológica em 2009Influenza no Brasil as lições aprendidas com a Pandemia
Fonte: Sinan/SVS/MS. Acesso em 02/08/2010.
Distribuição de casos de SRAG confirmados e óbitos por Influenza Pandêmica (H1N1) 2009, por região geográfica, Brasil, SE 16 a
52/2009
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 52
Centro-oeste Sul Sudeste Nordeste NorteSE de início dos sintomas
Nº de casos N=50.482
0
50
100
150
200
250
300
350
400
16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 52
Centro-oeste Sul Sudeste Nordeste NorteSE de início dos sintomas
Nº de óbitos N=2.060
Casos Óbitos
Taxa de hospitalização por pneumonia e influenza (CID-10: J09 a J18) como diagnóstico principal. Região Sul, 2000 a jul/2011
Fonte: SIH MS/SVS/DASIS/CGIAE. Acesso em 09/09/2011
0
20
40
60
80
100
J A J O J A J O J A J O J A J O J A J O J A J O J A J O J A J O J A J O J A J O J A J O J A
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Taxa
de
hosp
italiz
ação
/100
.000
hab.
Ano/mês de hospitalização
LRdOS1
Slide 22
LRdOS1 A fonte dos dados é o SIH/SUS, sabemos que este sistema tem um atraso na atualização dos dados, o que pode justificarum pequeno número de hospitalizações em junho. Deve-se considerar que os dados são preliminares.Libia Roberta de Oliveira Souza; 19/08/2011
Início da MitigaçãoESPIIESPII
Proporção de vírus identificados das amostras processadas por IFI, em UnidadesSentinelas. Brasil, SE 01 a 52 de 2009.
Situação Epidemiológica 2009Influenza no Brasil as lições aprendidas com a Pandemia
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52
Semana Epidemiológica/ 2009
Influenza Pandêmica Influenza A Sazonal Outros
Proporção de vírus identificados das amostras processadaspor rt – PCR em tempo real. Brasil, SE 16 a 52 de 2009.
Fonte: Sinan/ MS.
ESPIIInício da Mitigação
RIO GRANDE DO SUL
Influenza no Brasil as lições aprendidas com a Pandemia
Distribuição dos casos notificados e confirmados de Influenza por novo subtipo viral (Influenza A H1N1) por semana epidemiológica de início dos sintomas, RS,
2009, 2010 e 2011*
Fonte: Fonte: Influenza_Web, gerado em 06/08/2011
*semana epidemiológica de inicio dos sintomas 01 até 34
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1000
1100
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51 53 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34
2009 2010
Notificados Influenza por novo subtipo viral
Nº de Casos
Ano e Semana Epidemiológica de início dos sintomas
2009
Incidência e percentual de casos confirmados como influenza pandêmica (H1N1) 2009, por faixa etária, RS, 2009
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
< 1 ano 1 a 4 5 a 9 10 a 14 15 a 19 20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 a 69 70 a 79 80 e +
Faixa etária
%
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
90,0
Coe
ficie
nte
% Coef.100.000
CI RS: 32,8/100.000 hab.
Influenza pandêmica A (H1N1) 2009
Fonte: Influenza_Web
Taxa de mortalidade e percentual de óbitos de influenza pandêmica (H1N1) 2009, por faixa etária, RS, 2009
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
< 1 ano 1 a 4 5 a 9 10 a 14 15 a 19 20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 a 69 70 a 79 80 e +
Faixa etária
%
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
Co
efic
ien
te
% Coef.100.000
CM RS: 2,7/100.000 hab.
Influenza pandêmica A (H1N1) 2009
Fonte: Influenza_Web
Porto Alegre-01 28,02
Porto Alegre-02 14,87
Pelotas 24,45
Santa Maria 24,73
Caxias do Sul 36,59
Passo Fundo 26,29
Bagé 21,40
Cachoeira do Sul 7,81
Cruz Alta 14,97
Alegrete 60,44
Erechim 25,78
Santo Ângelo 43,36
S. Cruz so Sul 8,04
Santa Rosa 61,66 Palmeira das Missões 6,66
Lajeado 19,67
Ijuí 9,25
Osório 14,25
Frederico Westphalen 40,03
até 10,00
10,00 --| 20,00
20,00 --| 30,00
30,00 --| 40,00
40,00 --| 50,00
50,00 --| 61,66
Coeficiente de incidência/100.000 hab
Fonte: Influenza_Web
Coeficiente de Incidência RS: 32,8/100.000 hab.
Coeficiente de Incidência de Influenza A H1N1) por CRS, RS, 2009
Porto Alegre-01 2,34
Porto Alegre-02 1,83
Pelotas 2,41
Santa Maria 2,42
Caxias do Sul 2,91
Passo Fundo 6,12
Bagé 0,55
Cachoeira do Sul 2,93
Cruz Alta 3,74
Alegrete 3,58
Erechim 3,62
Santo Ângelo 3,43
S. Cruz so Sul 1,49
Santa Rosa 3,50 Palmeira das Missões 2,42
Lajeado 0,81
Ijuí 0,88
Osório 1,45
Frederico Westphalen 2,38
até 1,00
1,00 --| 2,00
2,00 --| 3,00
3,00 --| 4,00
4,00 --| 6,12
Coeficiente de mortalidade/100.000 hab
Coeficiente de mortalidade por Influenza A H1N1) por CRS, RS, 2009
Fonte: Influenza_Web
2010-2011-2012
Situação Influenza A H1N1 em 2010
119 VSR, 16 FluB, 8 co-infecção, 3 paraflu 1, 3 Adeno, 2 Paraflu2, 1 paraflu 3 e 1 FluA sazonal.
Vigilância Sentinela – SG (387 amostras coletadas)
27 FluA sazonal, 26 VSR, 25 FluB, 9 Paraflu 3, 8 Paraflu 2, 5 Adeno e 3 Poarflu 1.
Campanha de vacinação contra Influenza A H1N1 - 20104.899.654 vacinados (45% da população gaúcha!)
Vigilância de SRAG – sem detecção de Influenza a H1N1
Número de casos notificados por semana epidemiológica, RS,2009-2011
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
se 01
se 04
se 07
se 10
se 13
se 16
se 19
se 22
se 25
se 28
se 31
se 34
se 37
se 40
se 43
se 46
se 49
se 52
Notificados 2010 Notificados 2011 Notificados 2009
Casos notificados de SRAG e confirmados de Influenza A H1N1 segundo semana de início de sintomas, RS, 2011.
Fonte: Influenza-Web
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
notificados confirmados
Influenza A H1N1 em 2011
Início semana epidemiológica 20/11 (15/05- 21/05) Nenhum caso com histórico de viagem Detecção pela vigilância de SRAG Vigilância sentinela não foi capaz de detectar a
circulação – a partir da SE 29 foi detectado 6 casos de Flu A H1N1.
1541 casos notificados, 103 confirmados, 464 outro agente, 958 casos descartados e 16 em investigação
1145 SRAG hospitalizados
Número de casos e óbitos confirmados de Influenza A H1N1 e coeficiente de incidência e de mortalidade por faixa etária, RS, 2011*
Tempo entre uso do Oseltamivir e início dos sintomas, RS, 2011
Tempo entre uso de Oseltamivir e início dos
sintomasTotal FR/Comorb Óbitos
0 dia 3 3 0
1 dia 19 10 3
2 dias 16 10 0
3 dias e + 46 27 7*
Ignorado 6 3 2
Sub-Total 90 53 12
uso em investigação 4 3 0
Não usou 6 3 1
Total 100 59 13
Destes, 1 não apresentava FR ou comorbidade
51,1%, por quê?
Características dos casos, RS, 2011
Idade variou entre 2 meses e 71 anos; Predomínio do sexo feminino – 52% Situação vacinal: 81 casos não vacinados;
20 pertenciam ao grupo elegível
17 indicações do CRIE
Surto intrafamiliar em Santa Cruz do Sul (3 casos); Comorbidades/ fator de risco: 61 casos
CARACTERÍSICAS DOS ÓBITOS, RS, 2011
Os óbitos variaram de 10 meses a 71 anos; 69,2% dos óbitos ocorreram em mulheres; Situação vacinal: todos NÃO VACINADOS ( criança de 10
meses com 1 dose); Comorbidade/fator de risco: 12 óbitos (92,3%)
13 óbitos
MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFLUENZA
Vacinação 2012
Manter a vacinação dos 5 grupos elegíveis da Campanha Intensificar vacinação de doentes crônicos
(critérios do CRIE e mediante prescrição médica)
Dados de 2012
• 124 notificados de SRAG
• 6 confirmados para Influenza
• 77 descartados
• 20 confirmados para outros agentes virais: adenovírus, parainfluenza e VSR
3 Influenza A(H1N1)
3 Influenza B
Indicações do CRIE para vacina da influenza
Antiviral Oseltamivir está disponível para tratamento de influenza (SG
e SRAG) Não é necessário o diagnóstico laboratorial de influenza para
tratamento dos casos Apresentação de cápsulas de 75 mg (adulto) e de 45 mg e 30
mg (crianças)
Ampliada indicação para indivíduos com SG sem fator de risco, a critério médico, de preferência nas primeiras 48 hsdo início dos sintomas
E a resistência???
Medidas adicionais
Manter medidas preventivas: lavagem de mãos, ventilar ambientes, etiqueta respiratória,
afastamento de doentes do convívio social.....mesmo quando não está sendo filmado!!...
Obrigada!!
Leticia Garay Martins
Divisão de Vigilância Epidemiológica
Leticia-martins@saude.rs.gov.br
+ 55 51 3901 1157/1168
Disque Vigilância 150