Post on 20-Aug-2020
2
11
EM02/2012 (Fevereiro)
Indicadores Educacionais FOCO
dados da educação evidências da educação políticas da educação análises da educação estatísticas da educação
Indicadores Educacionais em Foco – 02/2012 (Fevereiro) ©OCDE 2012
7 000
6 000
5 000
4 000
3 000
2 000
1 000
0
25 50 75 1000
Taxa média por aluno cobrada pelas instituições públicasem dólares
% de estudantes que recebem empréstimos e/ou bolsas de estudo do governo
Taxa média de gasto por aluno vs. porcentagem de alunos que recebem subsídios públicos na educação superior, 2008-2009
Obs.: O grá�co exclui os países da OCDE para os quais não há informações disponíveis sobre subsídios públicos. Fonte: Education at a Glance 2011: Indicadores da OCDE, Indicador B5 (www.oecd.org/edu/eag2011).
Japão
Estados Unidos
Austrália
Holanda
Dinamarca
Finlândia
Islândia
Suécia
Espanha
França
Itália
MéxicoBélgica (Fl.)
Bélgica (Fr.)
Suiça
Áustria Noruega
Nova Zelândia
Que espécie de incentivo para cursar o ensino superior os estudantes de diversos países recebem do governo?
A forma de cobrança de anuidades e os sistemas de incentivos financeiros aos alunos variam bastante entre os países da OCDE.
Quando se leva em consideração a educação superior, muitos países possuem objetivos similares, como fortalecer a economia do conhecimento, aumentar o acesso dos estudantes, expandir as taxas de conclusão e assegurar a estabilidade financeira dos sistemas de ensino superior. Ainda assim, os países da OCDE diferem significativamente na forma como o custo do ensino superior está estruturado e como oferecem incentivo financeiro aos estudantes.
Os países da OCDE em que os estudantes recebem considerável apoio fi nanceiro têm níveis de acesso à universidade acima da média, mesmo quando as anuidades são comparativamente altas.
Sistemas de incentivo fi nanceiro aos estudantes, que oferecem empréstimos reembolsáveis em função dos rendimentos futuros, combinados com ajudas de subsistência, podem ser uma maneira efetiva de promover acesso e equidade, compartilhando entre Estado e estudantes os custos do ensino superior.
Um número crescente de países da OCDE está cobrando anuidades mais elevadas para alunos internacionais e podem também diferenciá-los por área de estudo.
% de estudantes que recebem
22 ©OCDE 2012 Indicadores Educacionais em Foco – 02/2012 (Fevereiro)
dados da educação evidências da educação políticas da educação análises da educação estatísticas da educação
INDICADORES EDUCACIONAIS EM FOCO
Em muitos países, um sistema de incentivos financeiros bem desenvolvido é vital para alcançar os resultados desejados...
Por exemplo, em países com mais impostos progressivos, como a Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia, os alunos pagam baixa ou nenhuma anuidade e têm acesso a generosos subsídios públicos para o ensino superior, mas pagam altas taxas de imposto de renda. Por outro lado, as anuidades podem ser bem mais elevadas na Austrália, Canadá, Nova Zelândia, Holanda e Estados Unidos, enquanto os estudantes nesses países têm acesso a significativos incentivos financeiros. Antes das recentes reformas no Japão e na Coréia, os alunos pagavam anuidades relativamente altas, mas tinham pouco acesso a subsídios públicos. Enquanto na Áustria, Bélgica, República Tcheca, França, Irlanda, Itália, Portugal, Suíça, Espanha e México, os alunos pagam pouco ou nada pelo ensino superior, mas têm limitada ajuda financeira.
Em uma época em que a maioria dos países da OCDE enfrenta o duplo desafio de expandir as matrículas no ensino superior e reduzir orçamentos, o quanto esses enfoques ajudam os sistemas de ensino superior dos países a alcançarem seus objetivos principais?
As pesquisas da OCDE indicam que cobrar uma anuidade de valor moderado – enquanto, ao mesmo tempo, são oferecidas oportunidades de apoio financeiro – é uma maneira efetiva de se aumentar o acesso ao ensino superior, de se fazer uso eficiente dos limitados recursos públicos e de se reconhecer o significativo retorno que os próprios alunos obtêm de uma educação superior. Definir o que é uma “anuidade de valor moderado” não é fácil; os países da OCDE que cobram pela educação superior, de maneira geral, têm anuidades que variam de 800 a 1.300 dólares americanos por ano, para os cidadãos do país que estudam em período integral nas universidades. Muitos fatores influenciam as taxas de ingresso no ensino superior, como a qualidade do ensino primário e secundário do país, a existência de programas vocacionais e o número de alunos estrangeiros no ensino superior do país.
100
80
60
40
20
0
%
Taxas de ingresso no ensino superior
Esta �gura apresenta uma estimativa do percentual de jovens de hoje que irão ingressar em programas do ensino superior em algum ponto de sua vida.Obs.: As taxas de ingresso de 2009 pra os Estados Unidos também incluem estudantes não em programas do ensino superior. Fonte: Education at a Glance 2011: Indicadores da OCDE, Indicador C2 (www.oecd.org/edu/eag2011).
2009 1995
Aus
trál
ia
Polô
nia
Port
ugal
Nov
a Ze
lând
ia
Nor
uega
Islâ
ndia
Rús
sia
Core
ia
Esta
dos
Uni
dos
Eslo
váqu
ia
Finl
ândi
a
Suéc
ia
Hol
anda
Eslo
vêni
a
Rei
no U
nido
Isra
el
méd
ia O
CDE
Rep
úblic
a Tc
heca
Din
amar
ca
Áus
tria
Hun
gria
Irla
nda
méd
ia G
20
Itál
ia
Japã
o
Arg
enti
na
Chi
le
Espa
nha
Estô
nia
Suiç
a
Turq
uia
Ale
man
ha
Méx
ico
Bélg
ica
Indo
nési
a
Chi
na
33Indicadores Educacionais em Foco – 02/2012 (Fevereiro) ©OCDE 2012
dados da educação evidências da educação políticas da educação análises da educação estatísticas da educação
INDICADORES EDUCACIONAIS EM FOCO
No entanto, vale destacar que países com sistemas de incentivos financeiros bem desenvolvidos – como a Austrália, a Nova Zelândia, o Reino Unido e os Estados Unidos – apesar de cobrarem anuidades de valor elevado, possuem taxa média de ingresso ao ensino superior acima da média da OCDE. Na verdade, esse enfoque é limitado: se o custo do ensino superior é percebido como muito elevado, os indivíduos podem optar por não obtê-lo, mesmo com subsídios públicos disponíveis.
Além disso, as altas taxas de ingresso observadas em alguns países que não cobram anuidades podem resultar do sistema de incentivos para despesas de subsistência, e não somente da ausência de
cobrança de anuidades. Por exemplo, na Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia – quatro países com altas taxas de ingresso – mais de 55% dos alunos se beneficiam de auxílios públicos, de empréstimos do governo ou de uma combinação dos dois. Ao contrário, países sem a cobrança de anuidades, mas com sistemas de incentivos financeiros menos desenvolvidos – como Irlanda e México – têm taxas de ingresso mais baixas.
... mas os tipos de auxílio estudantil oferecidos pelos países podem ser ainda mais importantes.
Ao mesmo tempo, a existência de um robusto sistema de incentivos pode não ser suficiente para garantir bons resultados para os sistemas de
educação superior; o tipo de auxílio é também determinante. Novamente os enfoques variam entre os países da OCDE: mais de um terço tem sistemas com
foco exclusivamente na provisão de auxílios, bolsas ou pagamentos feitos diretamente à universidade para apoiar os alunos. A Islândia oferece somente empréstimos, enquanto os demais países oferecem combinações de empréstimos e auxílios.
60
50
40
30
20
10
0
% do gasto público total no ensino superior
Subsídios Públicos para o Ensino Superior (2008)
Fonte: Education at a Glance 2011: Indicadores da OCDE, Indicador B5 (www.oecd.org/edu/eag2011).
Chi
le
Rei
no U
nido
Áus
tria
Din
amar
ca
Eslo
vêni
a
Itál
ia
Eslo
váqu
ia
Nor
uega
Esta
dos
Uni
dos
Estô
nia
Finl
ândi
a
Port
ugal
Hun
gria
Bélg
ica
Irla
nda
Ale
man
ha
méd
ia O
CDE
Hol
anda
Isra
el
Nov
a Ze
lând
ia
Aus
trál
ia
Suéc
ia
Core
ia
Espa
nha
Suiç
a
Fran
ça
Bras
il
Rep
úblic
a Tc
heca
Méx
ico
Cana
dá
Japã
o
Polô
nia
Arg
enti
na
Islâ
ndia
Bolsas de estudo/outros auxílios para famílias
Esta �gura apresenta os subsídios públicos para a educação superior fornecidos a famílias e outras entidades privadas, como um percentual do gasto público total no ensino superior, separado por tipo de subsídio
Transferências e pagamentos a outras entidades privadasEmpréstimos a estudantes
4 ©OCDE 2012 Indicadores Educacionais em Foco – 02/2012 (Fevereiro)
INDICADORES EDUCACIONAIS EM FOCOdados da educação evidências da educação políticas da educação análises da educação estatísticas da educação
Próximo número:Qual o desempenho das meninas na escola – e das mulheres no mercado de trabalho – no mundo todo?
A existência de uma combinação balanceada de recursos públicos e privados é cada vez mais importante.
Cada vez mais, os países estão recorrendo a outros meios para alcançar o equilíbrio entre ter taxas acessíveis para os estudantes e recursos suficientes para financiar os sistemas de ensino superior. Por exemplo, alguns
países com sistemas altamente subsidiados, como a Dinamarca e a Suécia, aumentaram as taxas para alunos de fora da União Europeia nos últimos anos, ingressando na longa lista de países que cobram taxas mais altas para alunos internacionais. Ao menos 14 países da OCDE cobram taxas diferenciadas por área de estudo, em função do elevado custo de alguns programas acadêmicos. A Austrália tentou ligar o nível de cobrança de taxas com as oportunidades do mercado de trabalho, por meio da redução das taxas para áreas com pouca oferta de mão de obra, com o objetivo de atrair mais alunos.
Com o avanço de 2012 outras mudanças aparecem. Ainda esse ano, as taxas em algumas universidades da Inglaterra irão triplicar como parte do plano do governo para estabilizar os recursos do ensino superior; e
nos Estados Unidos foi apresentado um plano para amarrar a elegibilidade para o auxílio estudantil ao sucesso da universidade em manter os preços acessíveis. Em um tempo de se ampliarem as matrículas e apertarem os cintos, não será surpreendente se novas mudanças surgirem no horizonte.
Para concluir:
As pesquisas da OCDE sugerem que sistemas de incentivos financeiros que oferecem empréstimos reembolsáveis com rendimentos futuros não apenas promovem acesso e equidade no ensino superior, como levam a melhores resultados dos alunos ao final. Por exemplo, Austrália e Nova Zelândia têm utilizado essa estratégia para mitigar o impacto das altas anuidades, para encorajar alunos com deficiências a entrar no ensino superior e para reduzir o alto risco de inadimplência dos estudantes. Outros países da OCDE oferecem auxílios condicionados à existência de um certo nível de recursos e empréstimos reembolsáveis com rendimentos futuros, incluindo Chile, Holanda, Reino Unido e Estados Unidos – embora em alguns países o pagamento dos empréstimos só se inicie por solicitação do beneficiado.
Sistemas de Educação Superior que cobram anuidades escolares de valor moderado – combinadas a incentivos financeiros que oferecem empréstimos reembolsáveis com rendimento futuros e auxílios com base na existência de determinado nível de recursos – podem ter maiores chances de promover o acesso, a equidade, a conclusão e os resultados positivos para os estudantes.
Para maiores informações, entre em contato com:J.D. LaRock (Jean-Daniel.LaRock@oecd.org)
Veja:Education at a Glance 2011: OECD Indicators
Visite:www.oecd.org/edu
– 02/2012 (Fevereiro)– 02/2012 (Fevereiro)– 02/2012 (Fevereiro)
Photo credit: © Ghislain & Marie David de Lossy/Cultura /Getty Images
*A qualidade da tradução para o Português e sua fidelidade ao texto original são de responsabilidade do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - Inep, Brasil.
Sistemas de Educação Superior que cobram anuidades escolares de valor moderado Sistemas de Educação Superior que cobram anuidades escolares de valor moderado Sistemas de Educação Superior que cobram anuidades escolares de valor moderado Sistemas de Educação Superior que cobram anuidades escolares de valor moderado Sistemas de Educação Superior que cobram anuidades escolares de valor moderado Sistemas de Educação Superior que cobram anuidades escolares de valor moderado Sistemas de Educação Superior que cobram anuidades escolares de valor moderado