Post on 19-Aug-2018
Ana Melo
Ana Terezinha Rodrigues
Luísa Caetano
Odília Neves
Paula Breia
Iria Velez
Identificação do Doente
Internado
O Caso do HGO
HOSPITAL GARCIA DE ORTA, EPE - CARACTERIZAÇÃO SUMÁRIA
Ana Melo
Ana Terezinha Rodrigues
Luísa Caetano
Odília Neves
Paula Breia
Iria Velez
Missão
O Hospital tem por objetivo principal a prestação de cuidados de saúde diferenciados à população dos concelhos de Almada, Seixal, designadamente aos beneficiários do Serviço Nacional de Saúde ou de entidades externas que com ele contratualizem a prestação de cuidados de saúde e a todos os cidadãos em geral.
O Hospital tem ainda como objetivo desenvolver atividades de investigação e formação, pré e pós graduada de profissionais de saúde, assim como de ensino, em colaboração protocolada, com entidades públicas e privadas.
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Caracterização Sumária
• Hospital do Serviço Nacional de Saúde
• Natureza de Empresa Pública do Estado
• Área de influência de 365 000 habitantes
• 41 Serviços de Internamento
• Capacidade instalada de 545 camas, sem berçário
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Visão estratégica do HGO
• Manter diferenciação/referência península Setúbal e
zona Sul
• Melhorar a qualidade de atendimento e dos cuidados
prestados
• Melhorar a segurança do doente
• Melhorar a acessibilidade
• Melhorar a organização e o modelo de gestão
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Projetos para a Segurança do doente
• Acreditação pelos padrões de referência da Organização Internacional CHKS
• Certificação de Serviços pelas normas ISO 9000 Qualidade de Serviços: – Laboratórios Medicina Transfusional, Patologia Clínica,
Anatomia Patológica – Serviço Esterilização Centralizada – Bloco Operatório – Serviço Gestão Logística
• Até 2015 pretendemos obter certificação ISO 9000 para mais
seis Serviços/Unidades
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Identificação do Doente
Internado
O Caso do HGO
Sumário
• Introdução
• OMS - Identificação do Doente
• Identificação de doentes – Problemas
• Contexto do HGO
• Identificação do Problema
• Análise da Problemática - Ciclo de Auditoria
• Objetivo geral
• Apresentação dos Resultados
• Conclusões
• Perspetivas Futuras e Replicação de Boas Práticas
• Referências Bibliográficas
Introdução
• No meio hospitalar, os doentes são continuamente expostos a intervenções dos profissionais e às tecnologias em saúde, estando sujeitos a:
– erros
– incidentes
– eventos adversos
• A prestação de cuidados de saúde com qualidade e segurança tem vindo a ganhar uma maior e mais consistente adesão pela comunidade e pelos profissionais de saúde.
• Neste contexto, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estuda e investiga as questões relacionadas com a qualidade e segurança dos cuidados de saúde.
OMS - Identificação do Doente
• Classifica-a como a primeira meta internacional de segurança.
• É um problema generalizado dentro das organizações de saúde.
• Os erros na identificação de doentes são considerados um dos riscos mais graves para a segurança do doente.
• Recomenda intervenções e estratégias capazes de reduzir significativamente o risco da identificação incorreta dos doentes.
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Identificação do doente
Problemas Associada a erros frequentes:
– Administração de medicamentos
– Procedimentos cirúrgicos, invasivos
– Transfusões
Factores que condicionam a existência de erros de Identificação:
– Inexistência de procedimentos
– Falhas na sistematização
– Incapacidade dos doentes comunicarem
– Alteração do estado de consciência
– Limitações linguísticas
Possibilidade de Identificação Errada
Contexto do HGO
Política para a Identificação dos Doentes (Melo, Gonzalez, Caetano, Rodrigues & Mealha, 2012)
– Recomendações da DGS (2011)
– Orientações do Manual CHKS (2010)
– Integra um sistema de indicadores de avaliação
• Monitorizar o cumprimento eficaz das orientações da Política
• Identificar áreas de melhoria
Falha na Identificação dos Doentes
Internados no Hospital
Identificação do Problema
Análise da Problemática
Ciclo Auditoria
Acess in Radiation Protection No 159 - European Commission Guidelines On Clinical Audit For Medical Radiological Practices (Diagnostic Radiology,
Nuclear Medicine And Radiotherapy) , 2009, and Reprinted from Goodwin R, de Lacey G, Manhire A (eds). Clinical Audit in Radiology: 100+ Recipes.
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Ciclo Auditoria
Política Auditada - Identificação do
Doente
Avaliação da prática
Comparação da realidade com o esperado
Introdução de mudanças necessárias
Re-auditar
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Objetivo Geral
Avaliar o cumprimento dos requisitos do processo de identificação do doente
internado
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Objetivos Específicos
• A avaliação da identificação do doente internado, incluiu os seguintes aspetos:
1. O número e percentagem de doentes internados com pulseira de
identificação
2. A precisão e legibilidade das informações incluídas na pulseira de
identificação
3. As razões pelas quais os doentes não têm pulseira de
identificação
4. A integridade da pulseira de identificação
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Descrição
• A recolha de dados decorreu de Outubro a Novembro de 2012, e teve a duração de 12 dias
• Foram avaliados 41 Serviços e Unidades de Internamento
• Encontravam-se internados 508 doentes
• Foram observados 434 doentes
• A média diária de doentes existentes foi de 479
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Apresentação dos Resultados
• Foram observados 434 doentes internados
Pediatricos ; 36
Adultos; 398
Doentes Internados
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• Dos 434 doentes observados
Com Pulseira; 368
Sem Pulseira; 66
Identificação dos Doentes em Internamento
Apresentação dos Resultados
20
• Dos 66 doentes observados sem pulseira
Apresentação dos Resultados
21
36 20
9 1
Não foi colocada
Doente retirou
Prof. retirou e não substituiu
Doente não pode usar
• Dos 368 doentes identificados com Pulseira
Doentes c/pulseira e id
c/irregularidades; 291
Doentes c/pulseira e id conforme; 77
Doentes Identificados com Pulseira
Apresentação dos Resultados
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Constataram-se também os seguintes factos: 1. Doentes que mantinham a pulseira de identificação da Triagem de
Manchester
2. Existência de dois tipos de pulseiras brancas para o internamento com bolsa e sem bolsa
3. Existência de etiquetas autocolantes de papel, não impermeáveis, com informação e tamanhos diferentes.
4. Em 73,6% das pulseiras que tinham etiqueta autocolante, em 28 % os dados não eram legíveis.
5. Em 26,4% das pulseiras tinham os dados manuscritos.
6. E nestas, 21,6% das pulseiras não tinham a informação legível.
Apresentação dos Resultados
Qualitativos
Apresentação dos Resultados
Indicadores Política Identificação
Indicador 1 - Doentes identificados com pulseira nos Serviços
• Dos 508 doentes internados, 72,44% (n=368) tinham pulseira de identificação.
Indicador 2 – Pulseira de Identificação com conformidade em todos os critérios
• Das 368 pulseiras emitidas, apenas 20,92% (n=77), cumpriam todos os critérios de qualidade.
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Valoração do Risco
Nível do Risco Probabilidade (P)
Consequência (C)
1 2 3 4 5
Muito Improvável Improvável Provável Muito Provável Quase Certo
5 Catastrófica 5 10 15 20 25
4 Severa 4 8 12 16 20
3 Moderada 3 6 9 12 15
2 Ligeira 2 4 6 8 10
1 Insignificante 1 2 3 4 5
•Esta valoração resulta da multiplicação da probabilidade de ocorrência pela gravidade
•Esta análise determina a prioridade para a implementação de medidas de intervenção
Calculo do Nível de Risco do Problema = C3xP4= 12 – 25
• Procedeu-se à identificação e esquematização dos factores causais através
de um Diagrama de Ishikawa
Análise da Causas
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Gráfico GANTT Cronologia das Atividades
Jan-13 Fev-13 Mar-13 Abr-13 Out-13
Atividade 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 1ª 2ª 3ª 4ª 1ª 2ª 3ª 4ª 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 1ª 2ª 3ª 4ª
Seleção e constituição do grupo de trabalho
Análise dos recursos no hospital
Consulta de mercado
Apresentação e aprovação pelo Conselho
Administração
Criação do layout pelo Serviço Informática
Formação dos serviços piloto
Teste piloto
Formação dos profissionais dos restantes serviços
Seguimento e plano de monitorização 27
Intervenções Planeadas
Projeto de melhoria do processo da identificação do doente no internamento
Fatores Medidas Ação
Profissional e equipa de saúde Ações de formação em situação. Desenvolvida aquando do teste piloto e da implementação da nova pulseira.
Estrutura e recursos
Padronização das pulseiras e etiquetas.
1. Consulta de mercado 2. Aquisição de uma pulseira e
etiquetas 3. Divulgação das novas pulseiras e
etiquetas
Padronização dos dados a constar na pulseira e etiquetas.
1. Reuniões multidisciplinares 2. Layout Informatizado 3. Associação da identificação a sistema
de código de barras para viabilização do projeto HOSPOC1.
Organização e processo
Teste piloto em dois serviços de internamento. Divulgação e implementação pelos restantes serviços de internamento.
Formação dos profissionais.
Doente/família Ensino ao doente/família. Elaboração de um panfleto e envolvimento do doente no seu processo de cuidados
28 1A solução HosPoC permite a realização de testes à cabeceira do doente, em equipamentos Point-of-Care, com a mesma evidência de qualidade que os testes efetuados no laboratório e que resulta da ligação destes equipamentos a sistemas informáticos desenvolvidos especificamente para esse efeito.
Verificação e Consolidação 1. Realização de auditoria para verificação do processo, após 6 meses
de implementação das novas pulseiras e das etiquetas de identificação
2. As atividades a desenvolvidas para a sua concretização : • Elaboradas duas checklists (Avaliação da Identificação do
doente adulto e Avaliação da Identificação do Recém-nascido e Neonatal)
• Elaborado de Questionário para aplicação aos doentes e profissionais (percecionar a sensibilização ao processo de identificação)
3. Divulgação dos resultados aos Serviços e feedback aos profissionais
(através da Web e sessões formativas). 4. Intervenção no processo, em função dos resultados obtidos
(implementação de medidas de melhoria).
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Conclusões
Para melhorar a segurança do doente são necessárias soluções que abordem as causas subjacentes aos cuidados inseguros.
A inclusão no planeamento estratégico do HGO de matérias da segurança do doente, permitiu-nos desenvolver e implementar melhorias no processo de identificação do doente internado, e considerar e relevar a sua importância para o desenvolvimento da cultura de segurança.
A implementação de uma cultura ancorada em políticas que auditem a prática clínica, permite a identificação de oportunidades de melhoria e pode confirmar a qualidade dos serviços prestados pelos profissionais e pela organização.
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Conclusões
Abordagem nestas questões da qualidade de forma sistemática e explícita, fornece informações confiáveis.
Pretensão de continuar o plano de monitorização estabelecido, a fim de garantir a melhoria contínua dos cuidados de saúde.
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Aspetos da estrutura, processos e resultados dos cuidados, devem ser selecionados e avaliados sistematicamente, em comparação com
critérios explícitos.
Perspetivas Futuras e Replicação de Boas práticas
Esta investigação no futuro poderá:
• Ser aplicada ao doente em regime de ambulatório no HGO
• Elevar e disseminar esta prática sistematizada para outras instituições de saúde
• Ter um enfoque pró-ativo e multidisciplinar com o objetivo de prevenir os eventos adversos e minimizar as suas consequências.
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Referências Bibliográficas
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