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“Histórias com voltas”, projeto do 2º ciclo
Agrupamento de Escolas de CanedoBiblioteca Escolar/Centro de Recursos Educativos
Santa Maria da Feira
HERANÇA MISTERIOSA
TÍTULO: “Herança misteriosa”
Autores e ilustradores: Agrupamento de Escolas de Canedo - Biblioteca Escolar/Centro de Recursos Educativos (BE/CRE)
Alunos e professores de Língua Portuguesa e Educação Visual e Tecnológica do 2º ciclo (5º e 6º anos)
Editor: Agrupamento de Escolas de Canedo - BE/CRE
Paginação e revisão: Equipa da BE/CRE (Professoras Elsa Bastos, Maria José Sousa e Susana Ferreira) em colaboração com o
professor Ângelo Ribeiro.
2012 Euedito | geral@euedito.com | www.euedito.com
Agrupamento de Escolas de Canedo - BE/CRE Rua do Centro Social, n.º 3194525-117 CANEDO
biblioteca@aecanedo.pt | www.becredecanedo.wordpress.com
ISBN: 978-989-97340-5-0
Depósito Legal: 344432/12
Apoio:
A cópia ilegal viola os direitos dos autores.Os prejudicados somos todos nós
Indústria de Faianças, Lda.
“Histórias com voltas”, projeto do 2º ciclo
Agrupamento de Escolas de CanedoBiblioteca Escolar/Centro de Recursos Educativos
Santa Maria da Feira
HERANÇA MISTERIOSA
TÍTULO: “Herança misteriosa”
Autores e ilustradores: Agrupamento de Escolas de Canedo - Biblioteca Escolar/Centro de Recursos Educativos (BE/CRE)
Alunos e professores de Língua Portuguesa e Educação Visual e Tecnológica do 2º ciclo (5º e 6º anos)
Editor: Agrupamento de Escolas de Canedo - BE/CRE
Paginação e revisão: Equipa da BE/CRE (Professoras Elsa Bastos, Maria José Sousa e Susana Ferreira) em colaboração com o
professor Ângelo Ribeiro.
2012 Euedito | geral@euedito.com | www.euedito.com
Agrupamento de Escolas de Canedo - BE/CRE Rua do Centro Social, n.º 3194525-117 CANEDO
biblioteca@aecanedo.pt | www.becredecanedo.wordpress.com
ISBN: 978-989-97340-5-0
Depósito Legal: 344432/12
Apoio:
A cópia ilegal viola os direitos dos autores.Os prejudicados somos todos nós
Indústria de Faianças, Lda.
Prefácio
Pelo segundo ano consecutivo, o Agrupamento de Escolas de Canedo mobilizou-se em torno de projetos que contribuíram para a valorização da Língua Portuguesa ao fomentar o aperfeiçoamento das competências de escrita criativa (uma das fragilidades apontada no Projeto Educativo) e de expressão plástica partindo do gosto pela leitura que grande parte dos alunos manifesta ao frequentar as bibliotecas do Agrupamento.
Com efeito, as BE/CRE's da EB 2, 3 e da EB1 de Mirante desafiaram novamente alunos, educadores (Pré-escolar) e professores de Língua Portuguesa (1º, 2º e 3º ciclos), de Educação Visual e Tecnológica (2º ciclo) e de Educação Visual (3º ciclo) para a redação e respetiva ilustração de várias histórias. Em consequência:
- a nível do pré-escolar, o mote foi lançado pelo tema proposto pelo PNL (Plano Nacional de Leitura) para a realização da Semana da Leitura 2012, a saber, a solidariedade. Ficou determinado que cada jardim de infância iria elaborar dois textos, frases, poemas, etc. com as respetivas ilustrações: um focando a amizade, outro centrado sobre a partilha. Este projeto designado por “Era uma vez….” mobilizou todo o pré-escolar e resultou na publicação de um novo livro intitulado “O meu olhar zade e Partilha” .
- a nível do primeiro ciclo, a professora bibliotecária desenvolveu o projeto “Perlimpimpim, a história começa assim” passando por todas as turmas (desde o primeiro ano até ao quarto ano) e fomentando a criatividade literária e artística: surgiu uma história encadeada, redigida coletivamente. Já no que toca às ilustrações, todos os alunos elaboraram um desenho relacionado com o trecho redigido e coube à professora bibliotecária escolher os desenhos que melhor ilustravam a história. Todo este trabalho foi elaborado em estreita colaboração com os professores titulares de turma. Mais uma vez, toda esta mobilização resultou na publicação de um novo livro intitulado “Um Amigo Especial”.
- já no segundo e terceiro ciclos, através do projeto “Histórias com voltas”, a metodologia de trabalho adotada foi outra: sob a orientação do professor de Língua Portuguesa, uma turma redigiu a primeira parte da história, plantando o cenário, introduzindo as personagens e lançando pistas para possíveis peripécias. Uma segunda turma deu continuidade ao primeiro trecho e assim, sucessivamente, a história foi passando por todas as turmas que colaboraram no seu aperfeiçoamento. Já sob orientação dos professores de Educação Visual e Tecnológica (2º ciclo) e de Educação Visual (3º ciclo), os alunos foram desafiados, a título individual, a ilustrar o respetivo trecho redigido. Através de uma eleição interna a cada turma, o melhor desenho foi escolhido para constar da versão final de cada história. Em consequência, surgiram duas novas publicações, a saber, “Uma Herança Misteriosa”, ao nível do segundo ciclo e, “Conflitos Cruzados”, ao nível do terceiro ciclo.
A revisão textual e o arranjo gráfico foram levados a cabo pela equipa da BE/CRE que, com a preciosa colaboração do professor Ângelo Ribeiro, concretizou, pelo segundo ano consecutivo, a publicação de obras da autoria do Agrupamento.
Esperemos que esta iniciativa sirva de incentivo para que outras escolas se mobilizem em torno de projetos que possam valorizar a leitura como fonte de inspiração e de aperfeiçoamento da nossa própria língua, bem como promover projetos de desenvolvimento da expressão plástica.
A coordenadora das BE/CRE's do Agrupamento de Escolas de Canedo
– Ami
Prefácio
Pelo segundo ano consecutivo, o Agrupamento de Escolas de Canedo mobilizou-se em torno de projetos que contribuíram para a valorização da Língua Portuguesa ao fomentar o aperfeiçoamento das competências de escrita criativa (uma das fragilidades apontada no Projeto Educativo) e de expressão plástica partindo do gosto pela leitura que grande parte dos alunos manifesta ao frequentar as bibliotecas do Agrupamento.
Com efeito, as BE/CRE's da EB 2, 3 e da EB1 de Mirante desafiaram novamente alunos, educadores (Pré-escolar) e professores de Língua Portuguesa (1º, 2º e 3º ciclos), de Educação Visual e Tecnológica (2º ciclo) e de Educação Visual (3º ciclo) para a redação e respetiva ilustração de várias histórias. Em consequência:
- a nível do pré-escolar, o mote foi lançado pelo tema proposto pelo PNL (Plano Nacional de Leitura) para a realização da Semana da Leitura 2012, a saber, a solidariedade. Ficou determinado que cada jardim de infância iria elaborar dois textos, frases, poemas, etc. com as respetivas ilustrações: um focando a amizade, outro centrado sobre a partilha. Este projeto designado por “Era uma vez….” mobilizou todo o pré-escolar e resultou na publicação de um novo livro intitulado “O meu olhar zade e Partilha” .
- a nível do primeiro ciclo, a professora bibliotecária desenvolveu o projeto “Perlimpimpim, a história começa assim” passando por todas as turmas (desde o primeiro ano até ao quarto ano) e fomentando a criatividade literária e artística: surgiu uma história encadeada, redigida coletivamente. Já no que toca às ilustrações, todos os alunos elaboraram um desenho relacionado com o trecho redigido e coube à professora bibliotecária escolher os desenhos que melhor ilustravam a história. Todo este trabalho foi elaborado em estreita colaboração com os professores titulares de turma. Mais uma vez, toda esta mobilização resultou na publicação de um novo livro intitulado “Um Amigo Especial”.
- já no segundo e terceiro ciclos, através do projeto “Histórias com voltas”, a metodologia de trabalho adotada foi outra: sob a orientação do professor de Língua Portuguesa, uma turma redigiu a primeira parte da história, plantando o cenário, introduzindo as personagens e lançando pistas para possíveis peripécias. Uma segunda turma deu continuidade ao primeiro trecho e assim, sucessivamente, a história foi passando por todas as turmas que colaboraram no seu aperfeiçoamento. Já sob orientação dos professores de Educação Visual e Tecnológica (2º ciclo) e de Educação Visual (3º ciclo), os alunos foram desafiados, a título individual, a ilustrar o respetivo trecho redigido. Através de uma eleição interna a cada turma, o melhor desenho foi escolhido para constar da versão final de cada história. Em consequência, surgiram duas novas publicações, a saber, “Uma Herança Misteriosa”, ao nível do segundo ciclo e, “Conflitos Cruzados”, ao nível do terceiro ciclo.
A revisão textual e o arranjo gráfico foram levados a cabo pela equipa da BE/CRE que, com a preciosa colaboração do professor Ângelo Ribeiro, concretizou, pelo segundo ano consecutivo, a publicação de obras da autoria do Agrupamento.
Esperemos que esta iniciativa sirva de incentivo para que outras escolas se mobilizem em torno de projetos que possam valorizar a leitura como fonte de inspiração e de aperfeiçoamento da nossa própria língua, bem como promover projetos de desenvolvimento da expressão plástica.
A coordenadora das BE/CRE's do Agrupamento de Escolas de Canedo
– Ami
7
Uma carta? Deixa ver, vamos abrir! rematou a mãe.
Não podiam negar que estavam um pouco ansiosos para saber
do que se tratava, pois não faziam ideia do conteúdo daquela carta
misteriosa.
Marco não parava de fazer perguntas sobre o assunto,
obrigando a mãe a mandá-lo calar. Passado algum tempo, a mãe
declarou:
–– Deve ser engano! Aqui, diz que faleceu a D. Amélia
Junqueira e que nos deixou de herança uma casa na cidade e algum
dinheiro. Não conheço nenhuma D. Amélia, só pode ser engano!
–– Oh mãe… a avó não tinha Junqueira no nome? –– indagou
Marco.
–– Sim filho, chamava-se Maria Junqueira. Mas não sei se tinha
irmãs. Temos de perguntar ao pai quando ele chegar. –– acrescentou a
mãe.
Marco já se imaginava a viver num belo casarão, a explorar os
arredores e a conhecer novos amigos, mas tinha de ter cuidado para
não sonhar alto de mais porque a carta poderia não ser para eles.
–– ––
À noite, mal o pai entrou em casa, foi bombardeado com
perguntas, mais parecia um interrogatório. Marco e a mãe falavam ao
mesmo tempo e não se percebia nada. O pai pediu:
Marco era um rapaz corajoso e destemido. Os seus doze anos
estavam já repletos de aventuras, e sempre que os desafios surgiam, este
aceitava-os com um sorriso no rosto. Vivia com os seus pais numa
pacata aldeia que, muitas vezes, parecia ser demasiado pequena para o
seu espírito aventureiro.
A casa que habitavam era humilde mas acolhedora, muito
diferente daquela onde moravam antes do seu pai adoecer. Tiveram de
vender o pouco de terra que tinham e a casa para poderem pagar um
novo tratamento que, felizmente, se revelou eficaz. Toda esta situação
os uniu ainda mais e, apesar da recuperação do pai, Marco nunca mais
esqueceu o medo que sentiu em perdê-lo. Agora, a pouco e pouco,
tudo voltava ao normal. Marco podia agora brincar e aventurar-se com
os amigos, descansado, sem se preocupar com a doença do pai.
Certo dia, chegou a casa da escola, e como era costume, Marco
foi ver se tinham correspondência. Além de uma carta com uma conta
para pagar, havia também um envelope grande, com um selo muito
bonito, com o seguinte remetente: Gabinete de Advogados Abílio
Vilarinho & Associados. “Uma carta de um gabinete de
advogados….?!”
Marco, intrigado, correu para casa. Entrou de rompante, quase
sem fôlego para falar, respirou fundo e gritou:
–– Mãe, mãe, u…..uma c…..carta de…..
–– Marco, acalma-te! O que se passa? Partiste outra vez a janela
da casa do vizinho? Tu juraste que ias ter mais juízo…
Marco interrompeu a mãe, dizendo:
–– Não é nada disso. Olha esta carta! É de um gabinete de
advogados e tem ar de ser importante.
6
7
Uma carta? Deixa ver, vamos abrir! rematou a mãe.
Não podiam negar que estavam um pouco ansiosos para saber
do que se tratava, pois não faziam ideia do conteúdo daquela carta
misteriosa.
Marco não parava de fazer perguntas sobre o assunto,
obrigando a mãe a mandá-lo calar. Passado algum tempo, a mãe
declarou:
–– Deve ser engano! Aqui, diz que faleceu a D. Amélia
Junqueira e que nos deixou de herança uma casa na cidade e algum
dinheiro. Não conheço nenhuma D. Amélia, só pode ser engano!
–– Oh mãe… a avó não tinha Junqueira no nome? –– indagou
Marco.
–– Sim filho, chamava-se Maria Junqueira. Mas não sei se tinha
irmãs. Temos de perguntar ao pai quando ele chegar. –– acrescentou a
mãe.
Marco já se imaginava a viver num belo casarão, a explorar os
arredores e a conhecer novos amigos, mas tinha de ter cuidado para
não sonhar alto de mais porque a carta poderia não ser para eles.
–– ––
À noite, mal o pai entrou em casa, foi bombardeado com
perguntas, mais parecia um interrogatório. Marco e a mãe falavam ao
mesmo tempo e não se percebia nada. O pai pediu:
Marco era um rapaz corajoso e destemido. Os seus doze anos
estavam já repletos de aventuras, e sempre que os desafios surgiam, este
aceitava-os com um sorriso no rosto. Vivia com os seus pais numa
pacata aldeia que, muitas vezes, parecia ser demasiado pequena para o
seu espírito aventureiro.
A casa que habitavam era humilde mas acolhedora, muito
diferente daquela onde moravam antes do seu pai adoecer. Tiveram de
vender o pouco de terra que tinham e a casa para poderem pagar um
novo tratamento que, felizmente, se revelou eficaz. Toda esta situação
os uniu ainda mais e, apesar da recuperação do pai, Marco nunca mais
esqueceu o medo que sentiu em perdê-lo. Agora, a pouco e pouco,
tudo voltava ao normal. Marco podia agora brincar e aventurar-se com
os amigos, descansado, sem se preocupar com a doença do pai.
Certo dia, chegou a casa da escola, e como era costume, Marco
foi ver se tinham correspondência. Além de uma carta com uma conta
para pagar, havia também um envelope grande, com um selo muito
bonito, com o seguinte remetente: Gabinete de Advogados Abílio
Vilarinho & Associados. “Uma carta de um gabinete de
advogados….?!”
Marco, intrigado, correu para casa. Entrou de rompante, quase
sem fôlego para falar, respirou fundo e gritou:
–– Mãe, mãe, u…..uma c…..carta de…..
–– Marco, acalma-te! O que se passa? Partiste outra vez a janela
da casa do vizinho? Tu juraste que ias ter mais juízo…
Marco interrompeu a mãe, dizendo:
–– Não é nada disso. Olha esta carta! É de um gabinete de
advogados e tem ar de ser importante.
6
Beatriz Almeida, 6ºD
8
Um de cada vez! Não percebo nada!
–– Recebemos esta carta do Gabinete de Advogados Abílio
Vilarinho & Associados –– esclareceu a mulher. Parece que recebemos
uma herança; no entanto, não conheço nenhuma D. Amélia Junqueira.
–– Amélia Junqueira?... É minha tia! –– declarou o pai, e
prosseguiu. ––Há muito tempo que não sei nada dela. Casou e foi viver
para a terra do marido. Pensava até que já tinha falecido. Estranho…
não terá filhos?!
–– Não deve ter. –– rematou a mulher. –– Já viste? Uma casa na
cidade e dinheiro?! Poderíamos sair daqui e dar um futuro melhor ao
nosso filho…
–– Amanhã de manhã, vamos lá. Sempre quero ver se é
verdade o que está escrito aqui. –– concluiu o pai determinado.
No dia seguinte, assim foi. Marco foi para a escola e os pais
dirigiram-se ao gabinete de advogados. Quando lá chegaram,
depararam-se com um edifício grande e majestoso, bastante diferente
de todas as construções da aldeia onde viviam. Foram recebidos com
pompa e circunstância, parecia que eram pessoas importantes. Quando
entraram na sala que lhes fora destinada, viram um senhor que
aparentava ter uns quarenta e cinco anos e que parecia hipnotizado
pelo computador. À sua frente, havia uma placa onde se podia ler «Dr.
Abílio Vilarinho, advogado». Este, quando finalmente se afastou do
aparelho, disse um «Olá!» bastante expressivo e exclamou:
–– Finalmente! Já os esperava há bastante tempo. Os correios
estão a ficar cada vez mais lentos. O meu nome é Abílio Vilarinho e, se
não estou enganado, os senhores são: Afonso Ferreira e Ana Ferreira,
acertei?
––
Beatriz Almeida, 6ºD
8
Um de cada vez! Não percebo nada!
–– Recebemos esta carta do Gabinete de Advogados Abílio
Vilarinho & Associados –– esclareceu a mulher. Parece que recebemos
uma herança; no entanto, não conheço nenhuma D. Amélia Junqueira.
–– Amélia Junqueira?... É minha tia! –– declarou o pai, e
prosseguiu. ––Há muito tempo que não sei nada dela. Casou e foi viver
para a terra do marido. Pensava até que já tinha falecido. Estranho…
não terá filhos?!
–– Não deve ter. –– rematou a mulher. –– Já viste? Uma casa na
cidade e dinheiro?! Poderíamos sair daqui e dar um futuro melhor ao
nosso filho…
–– Amanhã de manhã, vamos lá. Sempre quero ver se é
verdade o que está escrito aqui. –– concluiu o pai determinado.
No dia seguinte, assim foi. Marco foi para a escola e os pais
dirigiram-se ao gabinete de advogados. Quando lá chegaram,
depararam-se com um edifício grande e majestoso, bastante diferente
de todas as construções da aldeia onde viviam. Foram recebidos com
pompa e circunstância, parecia que eram pessoas importantes. Quando
entraram na sala que lhes fora destinada, viram um senhor que
aparentava ter uns quarenta e cinco anos e que parecia hipnotizado
pelo computador. À sua frente, havia uma placa onde se podia ler «Dr.
Abílio Vilarinho, advogado». Este, quando finalmente se afastou do
aparelho, disse um «Olá!» bastante expressivo e exclamou:
–– Finalmente! Já os esperava há bastante tempo. Os correios
estão a ficar cada vez mais lentos. O meu nome é Abílio Vilarinho e, se
não estou enganado, os senhores são: Afonso Ferreira e Ana Ferreira,
acertei?
––
11
coração a disparar como um foguetão. Tentou observar
minuciosamente cada canto, cada prateleira, cada espacinho mas nem
reparou que o mistério estava mesmo debaixo dos seus pés.
Quando estava quase a desistir, deixou cair um pequeno livro.
Baixou-se para o apanhar e qual não foi o seu espanto quando reparou
que havia qualquer coisa marcada no chão. O que seria? Não se
percebia muito bem, pois o chão estava completamente coberto de pó.
Provavelmente não era limpo há umas boas dezenas de anos. Pôs-se de
joelhos e com um sopro bastante forte levantou pó suficiente para
perceber que se tratava de um mapa. Meu Deus! Seria o mapa de um
tesouro? Enquanto pensava nisto ouviu a voz da mãe que o chamava,
pois Marco ainda não tinha arrumado nenhum dos seus pertences e,
naquela família as tarefas estavam todas muito bem divididas e
devidamente atribuídas.
Luana Barbosa, 5ºC
10
Sim responderam em uníssono.
O advogado informou-os de que D. Amélia Junqueira tinha
falecido e que, não tendo filhos, eles eram os únicos herdeiros. Ainda
perplexos com o sucedido, assinaram toda a papelada e seguiram para
aquela que seria a sua nova casa.
Passado um mês, estavam prontos para a mudança. Marco
ansiava conhecer a nova casa que, segundo o pai, era uma mansão.
O carro que os levou, parou em frente ao número 1718. Um
lago e um jardim bem arranjado rodeavam o “casarão”. A mansão era
maior do que Marco a imaginara. Quando a porta da frente se abriu,
parecia que estavam a entrar noutro mundo. Tudo brilhava, tudo
parecia mágico.
Percorreram as divisões da casa e a que mais agradou a Marco
foi a biblioteca. Era um espaço amplo, todo revestido a madeira com
enormes estantes, cheias de livros com lombadas douradas. No centro,
estrategicamente colocada, havia uma secretária e uma poltrona em
pele.
Enquanto os pais de Marco tratavam de arrumar o pouco que
tinham trazido, este decidiu ficar na biblioteca. Aquele local fascinava-
o: queria mexer nos livros, começar a folheá-los mas tinha medo de os
estragar. Dirigiu-se a uma estante, ganhou coragem e puxou um dos
livros. Mal fez este gesto, sentiu a estante a afastar-se.
Marco estava incrédulo!… Parecia que estava num filme!...
Motivado pela curiosidade e por uma coragem até agora
pouco revelada, empurrou de uma só vez a estante para ver até onde
ia. De repente, esta parou: tinha-se deslocado cerca de dois metros.
“Mas porque será que se move?”, pensou Marco, ao sentir o seu
–– ––
11
coração a disparar como um foguetão. Tentou observar
minuciosamente cada canto, cada prateleira, cada espacinho mas nem
reparou que o mistério estava mesmo debaixo dos seus pés.
Quando estava quase a desistir, deixou cair um pequeno livro.
Baixou-se para o apanhar e qual não foi o seu espanto quando reparou
que havia qualquer coisa marcada no chão. O que seria? Não se
percebia muito bem, pois o chão estava completamente coberto de pó.
Provavelmente não era limpo há umas boas dezenas de anos. Pôs-se de
joelhos e com um sopro bastante forte levantou pó suficiente para
perceber que se tratava de um mapa. Meu Deus! Seria o mapa de um
tesouro? Enquanto pensava nisto ouviu a voz da mãe que o chamava,
pois Marco ainda não tinha arrumado nenhum dos seus pertences e,
naquela família as tarefas estavam todas muito bem divididas e
devidamente atribuídas.
Luana Barbosa, 5ºC
10
Sim responderam em uníssono.
O advogado informou-os de que D. Amélia Junqueira tinha
falecido e que, não tendo filhos, eles eram os únicos herdeiros. Ainda
perplexos com o sucedido, assinaram toda a papelada e seguiram para
aquela que seria a sua nova casa.
Passado um mês, estavam prontos para a mudança. Marco
ansiava conhecer a nova casa que, segundo o pai, era uma mansão.
O carro que os levou, parou em frente ao número 1718. Um
lago e um jardim bem arranjado rodeavam o “casarão”. A mansão era
maior do que Marco a imaginara. Quando a porta da frente se abriu,
parecia que estavam a entrar noutro mundo. Tudo brilhava, tudo
parecia mágico.
Percorreram as divisões da casa e a que mais agradou a Marco
foi a biblioteca. Era um espaço amplo, todo revestido a madeira com
enormes estantes, cheias de livros com lombadas douradas. No centro,
estrategicamente colocada, havia uma secretária e uma poltrona em
pele.
Enquanto os pais de Marco tratavam de arrumar o pouco que
tinham trazido, este decidiu ficar na biblioteca. Aquele local fascinava-
o: queria mexer nos livros, começar a folheá-los mas tinha medo de os
estragar. Dirigiu-se a uma estante, ganhou coragem e puxou um dos
livros. Mal fez este gesto, sentiu a estante a afastar-se.
Marco estava incrédulo!… Parecia que estava num filme!...
Motivado pela curiosidade e por uma coragem até agora
pouco revelada, empurrou de uma só vez a estante para ver até onde
ia. De repente, esta parou: tinha-se deslocado cerca de dois metros.
“Mas porque será que se move?”, pensou Marco, ao sentir o seu
–– ––
13
Então, que tal ires ver como está o lago? Parece-me que
precisa de uma boa limpeza!
–– Pai, pode ficar para depois? Agora ia dar mais uma
espreitadela à biblioteca pois despertou muito a minha curiosidade.
–– Não, Marco. –– retorquiu autoritariamente o pai –– Vai, por
favor, fazer o que te peço antes que escureça. Amanhã vamos tratar de
comprar o que precisamos para arranjar o jardim e necessito de saber o
que falta.
–– Ok! –– respondeu Marco um pouco aborrecido por ter de
atrasar a sua pesquisa.
Percorreu o resto do corredor, virou à esquerda na cozinha e
saiu para o jardim. Estava, de facto, a começar a escurecer. Aproximou-
se do lago, atravessando o jardim repleto de plantas e árvores
magníficas. Realmente, aquela casa era espantosa. “ Que sorte a
minha”, pensou “ quantas aventuras estarão escondidas neste lugar…”.
Quando se abeirou do lago, debruçou-se e percebeu que
estava realmente sujo. Com a sua mão, desviou alguns nenúfares e
vislumbrou o que lhe pareceu ser uma parte do mapa que tinha
––
Marco, não sei o que andas para aí a fazer mas, por acaso,
não te esqueceste que tens algumas coisas para arrumar e ainda está
tudo nos caixotes? Deves ajudar-nos!
–– Claro, mãe, já vou.
Desanimado por não poder destrinçar mais pormenores sobre
a sua descoberta, foi desempacotar os seus bens mais valiosos: a sua
bola de futebol, os seus puzzles e a sua coleção de banda desenhada que
os pais, com muito sacrifício, lhe tinham oferecido no Natal.
Num ápice, Marco arrumou tudo no seu quarto. Estava
demasiado nervoso para desvendar mais sobre o mapa da biblioteca.
Quando passou no corredor “a voar”, o pai, que ainda estava no salão
principal a apreciar todos aqueles móveis antiquíssimos, gritou:
–– Marco, onde vais tão apressado?
Marco, ao ouvir o pai, “travou a fundo” e respondeu:
–– Apressado, eu? –– respondeu disfarçando a sua corrida. ––
Estou apenas entusiasmado em conhecer toda a casa. É fantástica! Já
viste as brincadeiras que vou poder fazer aqui com os meus amigos?
Imagina a cara da Maria e do João quando virem todo este espaço por
explorar!
––
12
13
Então, que tal ires ver como está o lago? Parece-me que
precisa de uma boa limpeza!
–– Pai, pode ficar para depois? Agora ia dar mais uma
espreitadela à biblioteca pois despertou muito a minha curiosidade.
–– Não, Marco. –– retorquiu autoritariamente o pai –– Vai, por
favor, fazer o que te peço antes que escureça. Amanhã vamos tratar de
comprar o que precisamos para arranjar o jardim e necessito de saber o
que falta.
–– Ok! –– respondeu Marco um pouco aborrecido por ter de
atrasar a sua pesquisa.
Percorreu o resto do corredor, virou à esquerda na cozinha e
saiu para o jardim. Estava, de facto, a começar a escurecer. Aproximou-
se do lago, atravessando o jardim repleto de plantas e árvores
magníficas. Realmente, aquela casa era espantosa. “ Que sorte a
minha”, pensou “ quantas aventuras estarão escondidas neste lugar…”.
Quando se abeirou do lago, debruçou-se e percebeu que
estava realmente sujo. Com a sua mão, desviou alguns nenúfares e
vislumbrou o que lhe pareceu ser uma parte do mapa que tinha
––
Marco, não sei o que andas para aí a fazer mas, por acaso,
não te esqueceste que tens algumas coisas para arrumar e ainda está
tudo nos caixotes? Deves ajudar-nos!
–– Claro, mãe, já vou.
Desanimado por não poder destrinçar mais pormenores sobre
a sua descoberta, foi desempacotar os seus bens mais valiosos: a sua
bola de futebol, os seus puzzles e a sua coleção de banda desenhada que
os pais, com muito sacrifício, lhe tinham oferecido no Natal.
Num ápice, Marco arrumou tudo no seu quarto. Estava
demasiado nervoso para desvendar mais sobre o mapa da biblioteca.
Quando passou no corredor “a voar”, o pai, que ainda estava no salão
principal a apreciar todos aqueles móveis antiquíssimos, gritou:
–– Marco, onde vais tão apressado?
Marco, ao ouvir o pai, “travou a fundo” e respondeu:
–– Apressado, eu? –– respondeu disfarçando a sua corrida. ––
Estou apenas entusiasmado em conhecer toda a casa. É fantástica! Já
viste as brincadeiras que vou poder fazer aqui com os meus amigos?
Imagina a cara da Maria e do João quando virem todo este espaço por
explorar!
––
12
descoberto na biblioteca. “Será possível?!” matutou Marco. –– “
Estará o mapa dividido em partes?” As surpresas não paravam de
surgir…
Cheio de curiosidade, decidiu retirar o mapa do lago. “Pode ser
que juntando as duas partes, se obtenha um mapa inteiro…” ––
pensou. Vendo que o lago não era fundo, esticou o braço o mais que
pôde e tocou com os dedos no mapa, sentindo as linhas nele traçadas e
reparando que, afinal, estava gravado numa pedra! Esticou-se ainda
mais, mas a pedra era demasiado pesada para a poder retirar só com
uma mão.
–– Maaarco! Anda cá! Estás a demorar muito… –– era o seu pai
que o chamava, impaciente.
Apressado, Marco, com os braços molhados, foi a correr para
casa, deixando o mapa para mais tarde. Nisto, lembrou-se que o tinha
deixado a descoberto, pois afastara os nenúfares que o cobriam. Voltou
atrás, muito aflito, e, para sua surpresa, encontrou-o já oculto pelas
plantas aquáticas como se fosse essa a sua função…
Enquanto caminhava em direção ao pai, pensou em pedir
ajuda à Maria e ao João para retirar a pedra com o mapa do fundo do
lago.
–– Marco! –– gritou de novo o seu pai.
–– Estou aqui! –– respondeu Marco, aproximando-se ofegante.
–– O que se passa contigo? Que andavas tu a fazer?
Marco, atrapalhado porque não queria contar nada ao pai,
inventou uma desculpa:
–– Distraí-me ao pé do lago com umas ideias ótimas para a
decoração do meu quarto…
––
1514
Daniela Santos, 6ºC
descoberto na biblioteca. “Será possível?!” matutou Marco. –– “
Estará o mapa dividido em partes?” As surpresas não paravam de
surgir…
Cheio de curiosidade, decidiu retirar o mapa do lago. “Pode ser
que juntando as duas partes, se obtenha um mapa inteiro…” ––
pensou. Vendo que o lago não era fundo, esticou o braço o mais que
pôde e tocou com os dedos no mapa, sentindo as linhas nele traçadas e
reparando que, afinal, estava gravado numa pedra! Esticou-se ainda
mais, mas a pedra era demasiado pesada para a poder retirar só com
uma mão.
–– Maaarco! Anda cá! Estás a demorar muito… –– era o seu pai
que o chamava, impaciente.
Apressado, Marco, com os braços molhados, foi a correr para
casa, deixando o mapa para mais tarde. Nisto, lembrou-se que o tinha
deixado a descoberto, pois afastara os nenúfares que o cobriam. Voltou
atrás, muito aflito, e, para sua surpresa, encontrou-o já oculto pelas
plantas aquáticas como se fosse essa a sua função…
Enquanto caminhava em direção ao pai, pensou em pedir
ajuda à Maria e ao João para retirar a pedra com o mapa do fundo do
lago.
–– Marco! –– gritou de novo o seu pai.
–– Estou aqui! –– respondeu Marco, aproximando-se ofegante.
–– O que se passa contigo? Que andavas tu a fazer?
Marco, atrapalhado porque não queria contar nada ao pai,
inventou uma desculpa:
–– Distraí-me ao pé do lago com umas ideias ótimas para a
decoração do meu quarto…
––
1514
Daniela Santos, 6ºC
nova casa.
À noite, depois de colocar os seus pertences no lugar, Marco
sentou-se na cama e contemplou durante bastante tempo o seu novo
quarto. Nunca na sua vida imaginara que teria um quarto enorme só
para si. Tinha a sorte deste ficar virado para a frente da casa. As duas
enormes janelas permitiam que esta divisão fosse bastante luminosa de
dia e, à noite, através delas podia observar as estrelas.
Apesar de ter estado bastante ocupado, o rapaz não tirava da
cabeça a imagem daquele homem que vira a espreitar para dentro da
sua casa, principalmente para o lago. Levantou-se e dirigiu-se à janela.
O seu primeiro olhar recaiu no lago iluminado pelo luar. Desviou o
olhar da fonte e reparou que, do outro lado do muro, estava um vulto.
De imediato, Marco correu até ao interruptor e apagou as luzes. Assim
podia ver quem estava lá fora, sem ser visto. “Por que razão haveria
Tânia Mota, 5ºB
1716
Olha lá, e não te esqueceste de ver se era preciso limpá-lo?
–– É melhor não mexer nele. Tem uns nenúfares lindíssimos e umas
rãs muito pequeninas –– disse muito desajeitado, sabendo bem que
não havia rãs nenhumas.
–– Ainda bem! Já temos tanto que fazer que menos uma coisa alivia-
nos o trabalho –– respondeu o pai entrando em casa.
–– Pai, posso convidar o João e a Maria para passar um fim de
semana cá em casa? –– pediu Marco, pois precisava urgentemente da
ajuda dos seus amigos.
–– Ó filho, logo se vê… Se já tivermos tudo no lugar, podes trazer
cá os teus amigos.
–– Yes! –– gritou Marco, dando um pulo de alegria.
A mãe, ouvindo aquele alarido, apareceu vinda da cozinha
com uma pilha de caixotes que já esvaziara.
–– Porquê tanta agitação?! –– perguntou ela. –– E a ajudinha
que me tinhas prometido, Marco?
–– É para já! –– respondeu, abraçando-se à mãe e fazendo com
que os caixotes se espalhassem todos pelo chão.
Marco começou logo por apanhá-los e foi pô-los no papelão
que vira do lado de fora do portão da entrada. Enquanto colocava os
caixotes no contentor, reparou num homem com ar suspeito que por
entre o verde dos arbustos espreitava para o lago do jardim da sua
––
nova casa.
À noite, depois de colocar os seus pertences no lugar, Marco
sentou-se na cama e contemplou durante bastante tempo o seu novo
quarto. Nunca na sua vida imaginara que teria um quarto enorme só
para si. Tinha a sorte deste ficar virado para a frente da casa. As duas
enormes janelas permitiam que esta divisão fosse bastante luminosa de
dia e, à noite, através delas podia observar as estrelas.
Apesar de ter estado bastante ocupado, o rapaz não tirava da
cabeça a imagem daquele homem que vira a espreitar para dentro da
sua casa, principalmente para o lago. Levantou-se e dirigiu-se à janela.
O seu primeiro olhar recaiu no lago iluminado pelo luar. Desviou o
olhar da fonte e reparou que, do outro lado do muro, estava um vulto.
De imediato, Marco correu até ao interruptor e apagou as luzes. Assim
podia ver quem estava lá fora, sem ser visto. “Por que razão haveria
Tânia Mota, 5ºB
1716
Olha lá, e não te esqueceste de ver se era preciso limpá-lo?
–– É melhor não mexer nele. Tem uns nenúfares lindíssimos e umas
rãs muito pequeninas –– disse muito desajeitado, sabendo bem que
não havia rãs nenhumas.
–– Ainda bem! Já temos tanto que fazer que menos uma coisa alivia-
nos o trabalho –– respondeu o pai entrando em casa.
–– Pai, posso convidar o João e a Maria para passar um fim de
semana cá em casa? –– pediu Marco, pois precisava urgentemente da
ajuda dos seus amigos.
–– Ó filho, logo se vê… Se já tivermos tudo no lugar, podes trazer
cá os teus amigos.
–– Yes! –– gritou Marco, dando um pulo de alegria.
A mãe, ouvindo aquele alarido, apareceu vinda da cozinha
com uma pilha de caixotes que já esvaziara.
–– Porquê tanta agitação?! –– perguntou ela. –– E a ajudinha
que me tinhas prometido, Marco?
–– É para já! –– respondeu, abraçando-se à mãe e fazendo com
que os caixotes se espalhassem todos pelo chão.
Marco começou logo por apanhá-los e foi pô-los no papelão
que vira do lado de fora do portão da entrada. Enquanto colocava os
caixotes no contentor, reparou num homem com ar suspeito que por
entre o verde dos arbustos espreitava para o lago do jardim da sua
––
19
Ficar ali sozinho não fazia parte dos planos do filho. Nunca
gostara de espaços escuros, principalmente aqueles que não conhecia.
Com a lanterna, tentou ver em pormenor o que continha aquele sótão.
Reparou que havia uma janela, aproximou-se e abriu a custo as
portadas de madeira. De um momento para o outro, o espaço
iluminou-se, não parecendo tão assustador. Do seu lado direito, estava
um conjunto de quadros. Começou a separá-los e concluiu que deviam
ser retratos de família. Num deles estava um casal, noutro um grupo de
pessoas e, num outro uma mulher.
Quando o pai regressou ao sótão viu Marco tão interessado
naqueles retratos que, discretamente, se aproximou do filho. De
repente, exclamou:
–– Esse casal do meio eram os teus avós!
Marco deu um salto, pois pensava estar sozinho.
O pai continuou:
–– Ao lado, estão os meus bisavôs; a senhora que está na ponta
é a minha tia Amélia e o bebé sou eu. Nunca pensei que estes retratos
ainda existissem!
Marco ficou feliz por finalmente conhecer, alguns dos
membros da família de seu pai. Todos os rostos lhe pareciam familiares,
apesar de nunca os ter visto.
Os dias foram passando e, mesmo andando muito ocupado,
Marco não esquecia os mapas que tinha encontrado nem o vulto que
todos os dias via a espiar a casa. O mistério parecia não ter fim. Estava
ansioso por ter os seus amigos junto de si para finalmente desvendar o
18
alguém a vigiar a casa? Estaria relacionado com os mapas?”
questionou-se Marco. E, com esta dúvida, deitou-se e adormeceu.
A sua mãe, ao ver que estava tudo muito calmo, abriu a porta
do quarto. Marco estava já a dormir. Demorou ainda alguns minutos a
contemplar o filho: parecia feliz e tranquilo, o que não acontecera
quando o seu pai estivera doente. A mãe, finalmente, respirava de
alívio: a tristeza e a preocupação já tinham passado e Marco voltara a
ser aquele menino alegre e destemido que todos adoravam.
Os dias foram passando e Marco estava já habituado à sua
nova rotina. Na escola conhecera novos colegas, e como era
extrovertido, não sentiu dificuldade em adaptar-se e fazer amigos.
Os pais demoraram algum tempo a organizar e colocar tudo à
sua maneira. A divisão que faltava arrumar era o sótão.
Um dia, depois de chegar da escola, o seu pai chamou-o:
–– Marco… Marco…
–– Sim, pai. Onde estás? –– respondeu, o filho.
–– Aqui em cima, no sótão. Sobe e traz a lanterna que está
sobre a mesa da cozinha. –– pediu o pai.
Marco subiu as escadas e entrou num espaço com pouca
claridade. Com a ajuda da lanterna, via formas de móveis por baixo de
panos brancos, muitas teias de aranha e alguns quadros empilhados
junto a uma parede. Aquela divisão arrepiava-o, pois era totalmente
diferente do resto da casa. Muitas daquelas coisas não tinham uso, e o
próximo passo era limpar e arrumar.
–– Enquanto vou lá baixo, ficas aqui a retirar os panos dos
móveis –– pediu o pai. –– Eu e a tua mãe já decidimos que vamos dar
tudo o que não utilizarmos.
––
19
Ficar ali sozinho não fazia parte dos planos do filho. Nunca
gostara de espaços escuros, principalmente aqueles que não conhecia.
Com a lanterna, tentou ver em pormenor o que continha aquele sótão.
Reparou que havia uma janela, aproximou-se e abriu a custo as
portadas de madeira. De um momento para o outro, o espaço
iluminou-se, não parecendo tão assustador. Do seu lado direito, estava
um conjunto de quadros. Começou a separá-los e concluiu que deviam
ser retratos de família. Num deles estava um casal, noutro um grupo de
pessoas e, num outro uma mulher.
Quando o pai regressou ao sótão viu Marco tão interessado
naqueles retratos que, discretamente, se aproximou do filho. De
repente, exclamou:
–– Esse casal do meio eram os teus avós!
Marco deu um salto, pois pensava estar sozinho.
O pai continuou:
–– Ao lado, estão os meus bisavôs; a senhora que está na ponta
é a minha tia Amélia e o bebé sou eu. Nunca pensei que estes retratos
ainda existissem!
Marco ficou feliz por finalmente conhecer, alguns dos
membros da família de seu pai. Todos os rostos lhe pareciam familiares,
apesar de nunca os ter visto.
Os dias foram passando e, mesmo andando muito ocupado,
Marco não esquecia os mapas que tinha encontrado nem o vulto que
todos os dias via a espiar a casa. O mistério parecia não ter fim. Estava
ansioso por ter os seus amigos junto de si para finalmente desvendar o
18
alguém a vigiar a casa? Estaria relacionado com os mapas?”
questionou-se Marco. E, com esta dúvida, deitou-se e adormeceu.
A sua mãe, ao ver que estava tudo muito calmo, abriu a porta
do quarto. Marco estava já a dormir. Demorou ainda alguns minutos a
contemplar o filho: parecia feliz e tranquilo, o que não acontecera
quando o seu pai estivera doente. A mãe, finalmente, respirava de
alívio: a tristeza e a preocupação já tinham passado e Marco voltara a
ser aquele menino alegre e destemido que todos adoravam.
Os dias foram passando e Marco estava já habituado à sua
nova rotina. Na escola conhecera novos colegas, e como era
extrovertido, não sentiu dificuldade em adaptar-se e fazer amigos.
Os pais demoraram algum tempo a organizar e colocar tudo à
sua maneira. A divisão que faltava arrumar era o sótão.
Um dia, depois de chegar da escola, o seu pai chamou-o:
–– Marco… Marco…
–– Sim, pai. Onde estás? –– respondeu, o filho.
–– Aqui em cima, no sótão. Sobe e traz a lanterna que está
sobre a mesa da cozinha. –– pediu o pai.
Marco subiu as escadas e entrou num espaço com pouca
claridade. Com a ajuda da lanterna, via formas de móveis por baixo de
panos brancos, muitas teias de aranha e alguns quadros empilhados
junto a uma parede. Aquela divisão arrepiava-o, pois era totalmente
diferente do resto da casa. Muitas daquelas coisas não tinham uso, e o
próximo passo era limpar e arrumar.
–– Enquanto vou lá baixo, ficas aqui a retirar os panos dos
móveis –– pediu o pai. –– Eu e a tua mãe já decidimos que vamos dar
tudo o que não utilizarmos.
––
mente nos últimos dias. Contou-lhes então o mistério dos mapas e do
vulto.
Os amigos ficaram logo entusiasmados com o que ouviram e
com vontade de ajudar a desvendar estas questões. Já que estavam na
biblioteca, pediram a Marco para lhes mostrar a estante que abria,
deixando um mapa à mostra. Ele assim fez, mas nesse momento, Maria
assustou-se com o movimento do móvel e, ao desviar-se, mexeu num
livro que abriu uma outra estante em sentido oposto, mostrando uma
porta que parecia intransponível. Os três amigos nem queriam
acreditar no que o seus olhos viam! Em vez de uma estante, agora eram
duas que rodavam!!! Estavam incrédulos! Como iriam resolver tudo
isto? O que estaria para além desta porta?
Marco, lembrando-se do livro que lera na aula de Português
com o título, “As catacumbas Romanas”, de Mafalda Moutinho,
exclamou:
–– Já sei! A água, juntamente com sal, corrói o metal e assim
vamos conseguir abri a fechadura!
Maria, que tinha um travessão no cabelo, prontificou-se logo a
tirá-lo. Marco foi à cozinha buscar a água e o sal para fazer a
experiência. Colocaram a mistura na fechadura e esperaram para ver se
aquela receita produzia algum efeito. Quando tentaram abrir a porta,
tiveram que se juntar os três e empurrar. Era muito pesada! Quando
finalmente se deslocou, ficaram boquiabertos! Olharam os três lá para
dentro e vislumbraram um túnel com vários retratos nas paredes. As
caras eram parecidas com os retratos que o pai lhe tinha mostrado no
sótão, mas porque é que estavam aqui neste lugar escondido? Qual a
relação com as metades dos mapas? O mistério adensava-se.
2120
significado dos mapas.
Numa sexta, ao regressar das aulas, Marco não sabia a grande
surpresa que os pais lhe tinham preparado. Quando abriu a porta de
casa tinha à sua espera a Maria e o João… Ficou tão feliz! Tinha
esperado ansiosamente por este momento. Começou logo por mostrar
a sua nova casa, tão diferente da outra onde morara. Percorreram
todos os compartimentos, assim como o espaço exterior. Quando
estavam junto ao lago, ouviram a mãe do Marco chamar:
Venham, o lanche esta pronto!
Ao chegarem à mesa, o João exclamou:
–– Já tinha saudades deste bolo de chocolate! Humm…!
Depois de saciados, Marco levou os amigos até à biblioteca,
onde estariam mais à vontade para conversar sobre o que lhe ocupara a
––
Marcelo Gomes, 6ºE
mente nos últimos dias. Contou-lhes então o mistério dos mapas e do
vulto.
Os amigos ficaram logo entusiasmados com o que ouviram e
com vontade de ajudar a desvendar estas questões. Já que estavam na
biblioteca, pediram a Marco para lhes mostrar a estante que abria,
deixando um mapa à mostra. Ele assim fez, mas nesse momento, Maria
assustou-se com o movimento do móvel e, ao desviar-se, mexeu num
livro que abriu uma outra estante em sentido oposto, mostrando uma
porta que parecia intransponível. Os três amigos nem queriam
acreditar no que o seus olhos viam! Em vez de uma estante, agora eram
duas que rodavam!!! Estavam incrédulos! Como iriam resolver tudo
isto? O que estaria para além desta porta?
Marco, lembrando-se do livro que lera na aula de Português
com o título, “As catacumbas Romanas”, de Mafalda Moutinho,
exclamou:
–– Já sei! A água, juntamente com sal, corrói o metal e assim
vamos conseguir abri a fechadura!
Maria, que tinha um travessão no cabelo, prontificou-se logo a
tirá-lo. Marco foi à cozinha buscar a água e o sal para fazer a
experiência. Colocaram a mistura na fechadura e esperaram para ver se
aquela receita produzia algum efeito. Quando tentaram abrir a porta,
tiveram que se juntar os três e empurrar. Era muito pesada! Quando
finalmente se deslocou, ficaram boquiabertos! Olharam os três lá para
dentro e vislumbraram um túnel com vários retratos nas paredes. As
caras eram parecidas com os retratos que o pai lhe tinha mostrado no
sótão, mas porque é que estavam aqui neste lugar escondido? Qual a
relação com as metades dos mapas? O mistério adensava-se.
2120
significado dos mapas.
Numa sexta, ao regressar das aulas, Marco não sabia a grande
surpresa que os pais lhe tinham preparado. Quando abriu a porta de
casa tinha à sua espera a Maria e o João… Ficou tão feliz! Tinha
esperado ansiosamente por este momento. Começou logo por mostrar
a sua nova casa, tão diferente da outra onde morara. Percorreram
todos os compartimentos, assim como o espaço exterior. Quando
estavam junto ao lago, ouviram a mãe do Marco chamar:
Venham, o lanche esta pronto!
Ao chegarem à mesa, o João exclamou:
–– Já tinha saudades deste bolo de chocolate! Humm…!
Depois de saciados, Marco levou os amigos até à biblioteca,
onde estariam mais à vontade para conversar sobre o que lhe ocupara a
––
Marcelo Gomes, 6ºE
23
Resolveram entrar pelas traseiras, pois Maria estava toda encharcada e
eles não queriam que os pais do Marco os vissem naquele estado.
Entretanto a noite caíra. Da cozinha vinha um cheirinho
delicioso que os deixou com água na boca.
–– Meninos, venham para a mesa! –– ouviram a mãe chamar.
Antes de irem para a cozinha, esconderam a pedra com o mapa
debaixo da cama.
–– Agora vamos jantar e quando os meus pais forem dormir,
voltamos à biblioteca e juntamos os mapas. Que acham? –– perguntou
Marco.
–– É uma boa ideia! Assim ninguém nos incomoda. No
entanto, não podemos fazer barulho porque a tua mãe tem o sono
muito leve –– disse Maria enquanto terminava de trocar de roupa atrás
Mariana Mota, 6ºA
22
Os três amigos acharam que neste momento, o que tinham a
fazer era entrarem e verem o que conseguiam descobrir. Marco foi
buscar um foco, pois lá dentro não havia luz. Quando se preparavam
para entrar, sentiram uma brisa e aperceberam-se de um vulto que
corria e desaparecia num buraco no chão. Os três amigos, num primeiro
impulso, pensaram em segui-lo, mas, depois de refletirem melhor,
decidiram que era demasiado arriscado.
–– João –– exclamou Marco –– estou aqui a pensar que, se
calhar as duas metades do mapa podem ser a planta do túnel por baixo
do buraco…
–– Pois é, Marco… Na metade do mapa que está na biblioteca,
lembro-me de ter visto assinalado a entrada de um túnel… –– disse
pensativamente João.
–– Malta, vamos já buscar a outra metade ao lago! –– propôs
Maria.
Quando chegaram ao lago, repararam que os nenúfares já não
estavam a cobrir a pedra, como se alguém os tivesse afastado há pouco
tempo. Debruçaram-se sobre a água e Marco sugeriu:
–– Maria, tu vais para o lado esquerdo. João, tu ficas aí à direita
e eu fico no centro. Conto até três e puxamos a pedra. Um… dois…
três…
Maria não controlou o seu equilíbrio e SPLASH ! Caiu à água!
Atrapalhados, os rapazes agarraram-na pelos braços, mas
Maria sossegou-os:
–– Eu estou bem. Não se preocupem comigo e já que aqui estou
dentro, ajudo-vos melhor … –– acrescentou toda despachada.
Finalmente, retiraram do fundo do lago a pedra com o mapa.
23
Resolveram entrar pelas traseiras, pois Maria estava toda encharcada e
eles não queriam que os pais do Marco os vissem naquele estado.
Entretanto a noite caíra. Da cozinha vinha um cheirinho
delicioso que os deixou com água na boca.
–– Meninos, venham para a mesa! –– ouviram a mãe chamar.
Antes de irem para a cozinha, esconderam a pedra com o mapa
debaixo da cama.
–– Agora vamos jantar e quando os meus pais forem dormir,
voltamos à biblioteca e juntamos os mapas. Que acham? –– perguntou
Marco.
–– É uma boa ideia! Assim ninguém nos incomoda. No
entanto, não podemos fazer barulho porque a tua mãe tem o sono
muito leve –– disse Maria enquanto terminava de trocar de roupa atrás
Mariana Mota, 6ºA
22
Os três amigos acharam que neste momento, o que tinham a
fazer era entrarem e verem o que conseguiam descobrir. Marco foi
buscar um foco, pois lá dentro não havia luz. Quando se preparavam
para entrar, sentiram uma brisa e aperceberam-se de um vulto que
corria e desaparecia num buraco no chão. Os três amigos, num primeiro
impulso, pensaram em segui-lo, mas, depois de refletirem melhor,
decidiram que era demasiado arriscado.
–– João –– exclamou Marco –– estou aqui a pensar que, se
calhar as duas metades do mapa podem ser a planta do túnel por baixo
do buraco…
–– Pois é, Marco… Na metade do mapa que está na biblioteca,
lembro-me de ter visto assinalado a entrada de um túnel… –– disse
pensativamente João.
–– Malta, vamos já buscar a outra metade ao lago! –– propôs
Maria.
Quando chegaram ao lago, repararam que os nenúfares já não
estavam a cobrir a pedra, como se alguém os tivesse afastado há pouco
tempo. Debruçaram-se sobre a água e Marco sugeriu:
–– Maria, tu vais para o lado esquerdo. João, tu ficas aí à direita
e eu fico no centro. Conto até três e puxamos a pedra. Um… dois…
três…
Maria não controlou o seu equilíbrio e SPLASH ! Caiu à água!
Atrapalhados, os rapazes agarraram-na pelos braços, mas
Maria sossegou-os:
–– Eu estou bem. Não se preocupem comigo e já que aqui estou
dentro, ajudo-vos melhor … –– acrescentou toda despachada.
Finalmente, retiraram do fundo do lago a pedra com o mapa.
25
Joana Dias, 5ºA
24
de um biombo.
Durante o jantar, a mãe indagou:
–– Onde se meteram durante este tempo todo? Não vos vi…
Olharam uns para os outros e responderam ao mesmo tempo:
–– Estivemos no quarto… –– disse a Maria.
–– Andámos no jardim … –– retorquiu Marco.
–– Fomos conhecer a cidade… –– rematou João.
–– Afinal, em que é que ficamos?! –– perguntou, intrigado, o
pai.
Marco respondeu gaguejando:
–– Fi…fizemos isso tudo!
A mãe, admirada, indagou:
–– Como tiveram tempo para tanta coisa?
–– Nós sabemos organizar muito bem o nosso tempo, D.
Ana… –– respondeu prontamente Maria.
Para desviar a conversa, Marco quis saber:
–– E vocês já conseguiram arrumar tudo? Se precisarem de uma
ajudinha, aqui a Maria ajuda-vos… –– acrescentou ele, piscando o olho
à amiga.
–– Não, filho, já temos tudo organizado. Vocês, não quererão,
ainda, ir brincar mais um pouco?!... –– propôs a mãe.
–– OK. Vamos lá.
Passado algum tempo, com os pais a dormirem
profundamente, os amigos foram buscar a pedra com o mapa e
dirigiram-se à biblioteca, pé ante pé, para não acordarem ninguém.
Ao chegarem, puseram-se a abrir as estantes que escondiam o
túnel. Quando tentavam juntar as partes dos mapas, Marco exclamou,
25
Joana Dias, 5ºA
24
de um biombo.
Durante o jantar, a mãe indagou:
–– Onde se meteram durante este tempo todo? Não vos vi…
Olharam uns para os outros e responderam ao mesmo tempo:
–– Estivemos no quarto… –– disse a Maria.
–– Andámos no jardim … –– retorquiu Marco.
–– Fomos conhecer a cidade… –– rematou João.
–– Afinal, em que é que ficamos?! –– perguntou, intrigado, o
pai.
Marco respondeu gaguejando:
–– Fi…fizemos isso tudo!
A mãe, admirada, indagou:
–– Como tiveram tempo para tanta coisa?
–– Nós sabemos organizar muito bem o nosso tempo, D.
Ana… –– respondeu prontamente Maria.
Para desviar a conversa, Marco quis saber:
–– E vocês já conseguiram arrumar tudo? Se precisarem de uma
ajudinha, aqui a Maria ajuda-vos… –– acrescentou ele, piscando o olho
à amiga.
–– Não, filho, já temos tudo organizado. Vocês, não quererão,
ainda, ir brincar mais um pouco?!... –– propôs a mãe.
–– OK. Vamos lá.
Passado algum tempo, com os pais a dormirem
profundamente, os amigos foram buscar a pedra com o mapa e
dirigiram-se à biblioteca, pé ante pé, para não acordarem ninguém.
Ao chegarem, puseram-se a abrir as estantes que escondiam o
túnel. Quando tentavam juntar as partes dos mapas, Marco exclamou,
reparaste no brasão da tua família?!
–– Que brasão? O da família Junqueira? –– retorquiu o rapaz.
–– Claro. –– confirmou a estátua. –– Há alguém rondando a
casa, mortinho pela descoberta... Ah! Só mais uma dica: não se
esqueçam do que viram ao longo do túnel…
Os três amigos, apesar de confusos, resolveram pensar como
deveriam agir, perante os dados revelados.
Rapidamente, descobriram uma saída e, regressando ao túnel
onde estavam as fotografias da família, tentaram perceber o que a
estátua lhes dissera. Aí, olharam para todos os lados, procurando
alguma referência, ou algum sinal que os ajudasse a encontrar o brasão.
Curiosamente, voltaram a deparar-se com o vulto e, novamente,
tentaram segui-lo. Mais uma vez, não foram bem sucedidos, pois mal
começaram a perseguição, ouviram logo a voz da estátua:
João Martins, 5ºD
27
entusiasmado:
–– Yes! Finalmente conseguimos!
–– Onde será que ele nos irá conduzir? –– questionaram-se
todos.
Mal entraram no túnel, a escuridão apoderou-se de todos,
deixando-os apreensivos. Foi então que Marco ligou a lanterna que
trazia no bolso das calças e iluminou o espaço. Imediatamente ficaram
arrepiados ao repararem num vulto que se escapulia apressadamente, e
que parecia sugerir: “SIGAM-ME!....Estou à vossa espera!....”
Olhando melhor, verificaram que o túnel se ramificava. João
perguntou:
–– Vamos pelo da direita?
–– Não, –– respondeu Maria –– vamos antes pelo da esquerda.
–– Mas o mapa diz que devemos seguir sempre em frente e foi
o caminho que o vulto também seguiu, já repararam? –– lembrou
Marco.
Assim fizeram e ao chegarem mesmo ao fundo, eis que se
depararam com uma sala redonda e enorme, onde estava uma estátua
imponente, muito brilhante e muito antiga, cheia de arabescos, que
lhes perguntou:
–– Por acaso andam à procura do tesouro? Vejam lá se sabem
responder ao que vos vou pedir. Se decifrarem o enigma, decerto que
depressa o encontrarão. Se não, as estantes da biblioteca nunca mais se
abrirão!
Os miúdos, pasmados e muito impacientes, lá esperaram,
receosos, pelo enigma. Então, a estátua prosseguiu:
–– Vocês são muito distraídos! Marco, será que ainda não
26
reparaste no brasão da tua família?!
–– Que brasão? O da família Junqueira? –– retorquiu o rapaz.
–– Claro. –– confirmou a estátua. –– Há alguém rondando a
casa, mortinho pela descoberta... Ah! Só mais uma dica: não se
esqueçam do que viram ao longo do túnel…
Os três amigos, apesar de confusos, resolveram pensar como
deveriam agir, perante os dados revelados.
Rapidamente, descobriram uma saída e, regressando ao túnel
onde estavam as fotografias da família, tentaram perceber o que a
estátua lhes dissera. Aí, olharam para todos os lados, procurando
alguma referência, ou algum sinal que os ajudasse a encontrar o brasão.
Curiosamente, voltaram a deparar-se com o vulto e, novamente,
tentaram segui-lo. Mais uma vez, não foram bem sucedidos, pois mal
começaram a perseguição, ouviram logo a voz da estátua:
João Martins, 5ºD
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entusiasmado:
–– Yes! Finalmente conseguimos!
–– Onde será que ele nos irá conduzir? –– questionaram-se
todos.
Mal entraram no túnel, a escuridão apoderou-se de todos,
deixando-os apreensivos. Foi então que Marco ligou a lanterna que
trazia no bolso das calças e iluminou o espaço. Imediatamente ficaram
arrepiados ao repararem num vulto que se escapulia apressadamente, e
que parecia sugerir: “SIGAM-ME!....Estou à vossa espera!....”
Olhando melhor, verificaram que o túnel se ramificava. João
perguntou:
–– Vamos pelo da direita?
–– Não, –– respondeu Maria –– vamos antes pelo da esquerda.
–– Mas o mapa diz que devemos seguir sempre em frente e foi
o caminho que o vulto também seguiu, já repararam? –– lembrou
Marco.
Assim fizeram e ao chegarem mesmo ao fundo, eis que se
depararam com uma sala redonda e enorme, onde estava uma estátua
imponente, muito brilhante e muito antiga, cheia de arabescos, que
lhes perguntou:
–– Por acaso andam à procura do tesouro? Vejam lá se sabem
responder ao que vos vou pedir. Se decifrarem o enigma, decerto que
depressa o encontrarão. Se não, as estantes da biblioteca nunca mais se
abrirão!
Os miúdos, pasmados e muito impacientes, lá esperaram,
receosos, pelo enigma. Então, a estátua prosseguiu:
–– Vocês são muito distraídos! Marco, será que ainda não
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Bem, não sei o que se passa! Maria, tu tens s dedos de
princesa, talvez consigas retirá-lo. –– sugeriu João.
–– Ok, vamos lá então. –– prontificou-se logo Maria.
Tentou com os seus deditos mais finos mas também nada
aconteceu. No entanto, tinha escapado algo a João. Aquele triângulo
parecia já ter sido movido. Alguém, talvez o vulto que os andava a
espiar tivesse tentado, à força, retirá-lo.
–– Repara, Marco, este parece já ter sido forçado. Não
compreendo, ninguém o consegue mover. Tenta tu, pois como és o
único da família Junqueira, pode ser que consigas! –– sugeriu Maria, já
desanimada.
–– É, Marco, tenta lá tu. Parece que não saímos daqui! ––
concluiu João.
–– Bem, meus amigos, com licença! Deixem passar o
especialista! –– e com muito cuidado, juntando o indicador e o polegar,
pegou facilmente no triângulo.
–– Yes, again! Conseguimos! –– gritou Marco triunfante. ––
Rápido, vamos juntar todas as outras peças, pois o “ nosso amigo
vulto” deve andar por aí.
–– Afinal, temos de admitir que és mesmo um especialista,
Marco! –– elogiou Maria.
–– Ou então, és um sortudo por pertencer à família Junqueira!
–– completou João.
–– un
29
O segredo está aqui e vocês não poderão sair antes de o
descobrir. Este homem nunca poderá desvendar o enigma. Só vocês
estão destinados a descobri-lo!
Os amigos ficaram apreensivos e Maria, sem querer, fez cair o
quadro que estava mesmo à sua frente. Na parede, onde estava
pendurado o quadro, todos repararam numa inscrição que indicava:“
Dá dez passos para trás, segue pelo túnel da esquerda, olha para cima e
algo encontrarás.”
Cada vez mais intrigados, seguiram a pista e quando olharam
para cima não conseguiram ver nada, pois estava demasiado escuro.
Então, Marco voltou a utilizar a sua valiosa lanterna e, ao apontar para
cima, perceberam que havia uma cavidade onde supostamente poderia
encaixar o brasão. Era urgente encontrá-lo. De repente, João
exclamou:
–– Ah! Meus amigos, vocês são muito, muito distraídos! Não
repararam que todos os quadros tinham uma particularidade? No
canto superior direito de cada moldura, havia um triângulo que parecia
mais saliente. Não vos parece que juntando todos os triângulos
poderemos reconstituir o brasão?
–– És muito observador –– retorquiu Marco. –– Não me
apercebi de tal pormenor!
–– O trabalho em equipa é fantástico, não é? Vamos então
juntar esses ditos triângulos. Rápido! –– apressou Maria.
Assim, fizeram o caminho de volta até chegarem ao primeiro
quadro: aí, João tentou retirar o triângulo. Qual não foi o seu espanto
quando reparou que o mesmo não se mexera minimamente. Por que
seria?
––
28
Bem, não sei o que se passa! Maria, tu tens s dedos de
princesa, talvez consigas retirá-lo. –– sugeriu João.
–– Ok, vamos lá então. –– prontificou-se logo Maria.
Tentou com os seus deditos mais finos mas também nada
aconteceu. No entanto, tinha escapado algo a João. Aquele triângulo
parecia já ter sido movido. Alguém, talvez o vulto que os andava a
espiar tivesse tentado, à força, retirá-lo.
–– Repara, Marco, este parece já ter sido forçado. Não
compreendo, ninguém o consegue mover. Tenta tu, pois como és o
único da família Junqueira, pode ser que consigas! –– sugeriu Maria, já
desanimada.
–– É, Marco, tenta lá tu. Parece que não saímos daqui! ––
concluiu João.
–– Bem, meus amigos, com licença! Deixem passar o
especialista! –– e com muito cuidado, juntando o indicador e o polegar,
pegou facilmente no triângulo.
–– Yes, again! Conseguimos! –– gritou Marco triunfante. ––
Rápido, vamos juntar todas as outras peças, pois o “ nosso amigo
vulto” deve andar por aí.
–– Afinal, temos de admitir que és mesmo um especialista,
Marco! –– elogiou Maria.
–– Ou então, és um sortudo por pertencer à família Junqueira!
–– completou João.
–– un
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O segredo está aqui e vocês não poderão sair antes de o
descobrir. Este homem nunca poderá desvendar o enigma. Só vocês
estão destinados a descobri-lo!
Os amigos ficaram apreensivos e Maria, sem querer, fez cair o
quadro que estava mesmo à sua frente. Na parede, onde estava
pendurado o quadro, todos repararam numa inscrição que indicava:“
Dá dez passos para trás, segue pelo túnel da esquerda, olha para cima e
algo encontrarás.”
Cada vez mais intrigados, seguiram a pista e quando olharam
para cima não conseguiram ver nada, pois estava demasiado escuro.
Então, Marco voltou a utilizar a sua valiosa lanterna e, ao apontar para
cima, perceberam que havia uma cavidade onde supostamente poderia
encaixar o brasão. Era urgente encontrá-lo. De repente, João
exclamou:
–– Ah! Meus amigos, vocês são muito, muito distraídos! Não
repararam que todos os quadros tinham uma particularidade? No
canto superior direito de cada moldura, havia um triângulo que parecia
mais saliente. Não vos parece que juntando todos os triângulos
poderemos reconstituir o brasão?
–– És muito observador –– retorquiu Marco. –– Não me
apercebi de tal pormenor!
–– O trabalho em equipa é fantástico, não é? Vamos então
juntar esses ditos triângulos. Rápido! –– apressou Maria.
Assim, fizeram o caminho de volta até chegarem ao primeiro
quadro: aí, João tentou retirar o triângulo. Qual não foi o seu espanto
quando reparou que o mesmo não se mexera minimamente. Por que
seria?
––
28
Então, João sugeriu:
–– Acho que também devias assinar.
–– Isso, isso… Assina, Marco, assina! –– encorajou Maria com
entusiasmo.
Marco assim fez e, mal acabou de escrever “Junqueira”, um dos
espelhos abriu-se como uma porta, dando acesso a uma sala mais
pequena. Aí, estava um baú antiquíssimo, de madeira cravejada de
pedras preciosas de várias cores. À sua frente, viram uma almofada de
veludo vermelho com uma chave dourada pousada em cima.
–– Vamos abrir o baú com esta chave –– sugeriu João.
–– Marco, é melhor seres tu a abri-lo –– murmurou Maria,
receosa.
Então, Marco pegou na chave, com delicadeza, e abriu o baú.
Filipa Martins, 6ºB
31
E, um a um, foram juntando todos os triângulos verificando
que a forma final era semelhante ao brasão que o Marco se lembrava de
ter visto por cima da porta principal da casa. Repararam que estavam
cheios de pó e, Maria, com a manga da camisola, tratou de os
limpar.
–– Olhem estes riscos… parecem letras –– observou João,
sempre muito atento aos pormenores.
–– Estas letras devem ter algum significado… –– acrescentou,
pensativo, Marco.
––JUNQUEIRA… o “J” é de Junqueira! –– exclamou Maria.
–– Reparem que há mais letras… H… P… U… –– lembrou
João.
–– E que tal passarmos à ação e colocarmos os triângulos na
cavidade? –– propôs Marco.
João, considerando-se muito alto, tentou chegar ao teto mas,
dececionado, viu que não conseguia. Então, Marco pôs-se às cavalitas
do João e colocaram o “Brasão” no lugar. Imediatamente, o chão
abriu-se e os três amigos caíram numa sala cujas paredes eram espelhos.
No centro, viram uma bela mesa dourada, redonda, com um livro
aberto, de capa vermelha e letras douradas. Aproximaram-se e
verificaram que as páginas estavam repletas de assinaturas.
–– Parece ser muito valioso! –– apreciou Maria.
–– Já reparaste que todos os apelidos são “Junqueira”? ––
acrescentou João.
–– E parecem ser assinaturas de gente jovem… –– reparou
Marco.
30
Então, João sugeriu:
–– Acho que também devias assinar.
–– Isso, isso… Assina, Marco, assina! –– encorajou Maria com
entusiasmo.
Marco assim fez e, mal acabou de escrever “Junqueira”, um dos
espelhos abriu-se como uma porta, dando acesso a uma sala mais
pequena. Aí, estava um baú antiquíssimo, de madeira cravejada de
pedras preciosas de várias cores. À sua frente, viram uma almofada de
veludo vermelho com uma chave dourada pousada em cima.
–– Vamos abrir o baú com esta chave –– sugeriu João.
–– Marco, é melhor seres tu a abri-lo –– murmurou Maria,
receosa.
Então, Marco pegou na chave, com delicadeza, e abriu o baú.
Filipa Martins, 6ºB
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E, um a um, foram juntando todos os triângulos verificando
que a forma final era semelhante ao brasão que o Marco se lembrava de
ter visto por cima da porta principal da casa. Repararam que estavam
cheios de pó e, Maria, com a manga da camisola, tratou de os
limpar.
–– Olhem estes riscos… parecem letras –– observou João,
sempre muito atento aos pormenores.
–– Estas letras devem ter algum significado… –– acrescentou,
pensativo, Marco.
––JUNQUEIRA… o “J” é de Junqueira! –– exclamou Maria.
–– Reparem que há mais letras… H… P… U… –– lembrou
João.
–– E que tal passarmos à ação e colocarmos os triângulos na
cavidade? –– propôs Marco.
João, considerando-se muito alto, tentou chegar ao teto mas,
dececionado, viu que não conseguia. Então, Marco pôs-se às cavalitas
do João e colocaram o “Brasão” no lugar. Imediatamente, o chão
abriu-se e os três amigos caíram numa sala cujas paredes eram espelhos.
No centro, viram uma bela mesa dourada, redonda, com um livro
aberto, de capa vermelha e letras douradas. Aproximaram-se e
verificaram que as páginas estavam repletas de assinaturas.
–– Parece ser muito valioso! –– apreciou Maria.
–– Já reparaste que todos os apelidos são “Junqueira”? ––
acrescentou João.
–– E parecem ser assinaturas de gente jovem… –– reparou
Marco.
30
apontou a lanterna nessa direção e, lentamente, subiram, sem saber
onde iriam chegar. Finalmente, atingindo o último degrau, Marco
reconheceu o local como sendo o jardim, junto ao lago. A saída estava
completamente camuflada pela folhagem dos vários arbustos ali
plantados. Confusos, aproximaram-se do lago. Sentaram-se, ainda
atordoados com toda esta aventura, e debruçaram-se sobre a água,
contemplando o reflexo da lua.
Subitamente, ouviram o ruído de folhas secas, como se
estivessem a ser calcadas. Assustados, voltaram-se e depararam-se com
um homem de cabelos grisalhos, robusto e sorridente.
–– Finalmente, tenho o prazer de conhecer o herdeiro da
minha querida amiga Amélia Junqueira –– afirmou o senhor com uma
voz solene.
–– Porque é que o senhor nos andou a seguir este tempo todo?
–– indagou Marco, reconhecendo o vulto regularmente avistado nas
redondezas da casa.
–– Quem é o senhor? O que quer de nós? –– perguntou Maria,
curiosa.
–– Calma… Calma… –– pediu aquele misterioso senhor ––
Marco, a tua tia encarregou-me de verificar se tu descobrias o «tesouro»
da tua família e, por isso, fui acompanhando, ao longe, a vossa
investigação.
–– Mas afinal, quem é o senhor? –– insistiu João, ainda
desconfiado.
–– Chamo-me Armindo e, tal como os teus amigos, Marco,
também eu acompanhei a tua tia, em criança, na descoberta que vocês
acabaram de fazer. Agora que a minha missão está cumprida, deixo-vos
33
Lá dentro, descobriram um verdadeiro brasão, todo em prata,
cravejado de safiras e com as mesmas letras gravadas a ouro.
Marco, emocionado, pegou nele e apreciou todos os seus
pormenores, rodeado pelos amigos. Ao virá-lo, reparou que tinha
palavras inscritas.
–– JUSTIÇA… –– leu Maria –– HONESTIDADE… UNIÃO…
PAZ…
–– Já viram que as palavras começam pelas letras que estão na
outra face do brasão? –– observou João.
–– Sempre ouvi a minha avó dizer que devemos ser justos,
honestos, unidos e tentar sempre alcançar a paz –– lembrou-se Marco.
E Maria acrescentou:
–– Talvez a tua avó tenha sido um dos jovens a assinar o livro e
a fazer, igualmente, esta descoberta.
Os três amigos continuaram a observar o brasão e repararam
numas letras minúsculas que diziam:
“Agora que o tesouro da família conseguiste descobrir,
Volta a pô-lo no lugar para uma porta se abrir.”
E assim fizeram: para seu espanto, abriu-se uma nova porta que
desvendou uma escadaria, iluminada pelas estrelas e pelo luar. Marco
32
apontou a lanterna nessa direção e, lentamente, subiram, sem saber
onde iriam chegar. Finalmente, atingindo o último degrau, Marco
reconheceu o local como sendo o jardim, junto ao lago. A saída estava
completamente camuflada pela folhagem dos vários arbustos ali
plantados. Confusos, aproximaram-se do lago. Sentaram-se, ainda
atordoados com toda esta aventura, e debruçaram-se sobre a água,
contemplando o reflexo da lua.
Subitamente, ouviram o ruído de folhas secas, como se
estivessem a ser calcadas. Assustados, voltaram-se e depararam-se com
um homem de cabelos grisalhos, robusto e sorridente.
–– Finalmente, tenho o prazer de conhecer o herdeiro da
minha querida amiga Amélia Junqueira –– afirmou o senhor com uma
voz solene.
–– Porque é que o senhor nos andou a seguir este tempo todo?
–– indagou Marco, reconhecendo o vulto regularmente avistado nas
redondezas da casa.
–– Quem é o senhor? O que quer de nós? –– perguntou Maria,
curiosa.
–– Calma… Calma… –– pediu aquele misterioso senhor ––
Marco, a tua tia encarregou-me de verificar se tu descobrias o «tesouro»
da tua família e, por isso, fui acompanhando, ao longe, a vossa
investigação.
–– Mas afinal, quem é o senhor? –– insistiu João, ainda
desconfiado.
–– Chamo-me Armindo e, tal como os teus amigos, Marco,
também eu acompanhei a tua tia, em criança, na descoberta que vocês
acabaram de fazer. Agora que a minha missão está cumprida, deixo-vos
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Lá dentro, descobriram um verdadeiro brasão, todo em prata,
cravejado de safiras e com as mesmas letras gravadas a ouro.
Marco, emocionado, pegou nele e apreciou todos os seus
pormenores, rodeado pelos amigos. Ao virá-lo, reparou que tinha
palavras inscritas.
–– JUSTIÇA… –– leu Maria –– HONESTIDADE… UNIÃO…
PAZ…
–– Já viram que as palavras começam pelas letras que estão na
outra face do brasão? –– observou João.
–– Sempre ouvi a minha avó dizer que devemos ser justos,
honestos, unidos e tentar sempre alcançar a paz –– lembrou-se Marco.
E Maria acrescentou:
–– Talvez a tua avó tenha sido um dos jovens a assinar o livro e
a fazer, igualmente, esta descoberta.
Os três amigos continuaram a observar o brasão e repararam
numas letras minúsculas que diziam:
“Agora que o tesouro da família conseguiste descobrir,
Volta a pô-lo no lugar para uma porta se abrir.”
E assim fizeram: para seu espanto, abriu-se uma nova porta que
desvendou uma escadaria, iluminada pelas estrelas e pelo luar. Marco
32
a pensar na vossa maravilhosa aventura e nos valores que
redescobriram.
Completamente esclarecidos e, muito mais serenos, os três
amigos regressaram aos seus quartos, esperando sonhar com a
emocionante aventura vivida naquela noite que, para sempre, iria
marcar os seus destinos.
34
a pensar na vossa maravilhosa aventura e nos valores que
redescobriram.
Completamente esclarecidos e, muito mais serenos, os três
amigos regressaram aos seus quartos, esperando sonhar com a
emocionante aventura vivida naquela noite que, para sempre, iria
marcar os seus destinos.
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Agrupamento de Escolas de CanedoBiblioteca Escolar/Centro de Recursos Educativos