Post on 22-Apr-2015
Gripe Aviária: A Preocupação Persiste?
III Curso Nacional de Infecções Respiratórias/Belo Horizonte MG
Ricardo Luiz de Melo Martins
HUB-UnB
Bangladesh 1 -China
Egito
Indonésia
Vietnã
Total*
Total acumulado
3
7
18
5
34
385
3
3
15
5
26
243
PAÍS PACIENTES ÓBITOS
OMS: *diagnósticos confirmados da gripe aviária humana em 2008(19/6/8)
Fatores a serem considerados acerca de uma nova pandemia
• 1. Surgimento de uma nova cepa viral;• 2. Eficiência da transmissão do novo agente
infeccioso;• 3. Patogenicidade e virulência da nova cepa;• 4. Grandes contingentes populacionais com
pouca ou nenhuma imunidade à nova cepa;• 5. Taxas de transmissão efetiva.
Gripe Aviária: o que nos espera?
• Fatos históricos sobre a pandemia de influenza
• Características gerais do vírus influenza
• Pandemia de influenza e suas fases
• Aspectos clínicos da influenza aviária publicados na literatura
Pandemias de Influenza no Último Século
• 1918-1919 – “Gripe Espanhola” (H1N1)
• 1957-1958 – “Gripe Asiática” (H2N2)
• 1968-1969 – “Gripe de Hong Kong”(H3N2)
Assembléia Mundial da Saúde de 2003
Alerta mundial para a possibilidade de uma pandemia por um novo vírus
influenza: identificação da transmissão de vírus aviário H5N1 em humanos (Hong Kong, 1997)
Vírus Influenza A
Dr. Markus Eikman, Institute of Virology, Mainburg, Alemanha, www.biografix.de
Vírus Influenza: características
• Genoma RNA de fita simples• Subdivididos em A, B e C• Vírus A podem causar epidemias e pandemias.
Susceptível à variações antigênicas.• Vírus B são capazes de produzir surtos. Sofrem
menos variações antigênicas.• Vírus C têm pouca importância na patogenia da
gripe. Antigenicamente estáveis.
Vírus Influenza tipo A: características
• Ampla faixa de hospedeiros naturais
• Genoma viral segmentado
• Subtipos determinados por 2 glicoproteínas: Hemaglutinina (H) e Neuraminidase (N)
Vírus Influenza: variações antigênicas
• Drift: processo de evolução dentro de um mesmo subtipo. Um novo subtipo pode passar de uma espécie a outra. Ex: aves e mamíferos.
• Shift: troca de genes entre diferentes subtipos, os quais são potencialmente pandêmicos. Pouca identidade antigênica entre subtipos
Rota das Aves Migratórias
Fonte: O Estado de São Paulo, www.estadão.com.br
Principais Rotas de Alves Silvestres Migratórias para o Brasil
• Pacífico-Américas
• Missipi-Américas
• Atlântico-Américas
Pandemia de Influenza e suas Fases
• Interpandêmico: fases 1 e 2
• Alerta Pandêmico: fases 3, 4 e 5
• Pandêmico: fase 6
• Pós-Pandêmico: fase 7» Fonte: OMS, 2005
Pandemia de Influenza: Período Interpandêmico
• Fase 1: presença de um subtipo viral que já causou infecção humana no passado em reservatórios animais.
• Fase 2: aumento do risco de transmissão entre seres humanos do subtipo viral referido na fase 1. Ex. presença do subtipo viral em animais domésticos
» Fonte: OMS, 2005
Pandemia de Influenza: alerta Pandêmico
• Fase 3: casos de infecção humana com o novo subtipo viral de transmissão inter-humana inexistente ou limitada.
• Fase 4: conglomerados de transmissão inter-humana com poucos casos e geograficamente limitados.
• Fase 5: conglomerados de transmissão inter-humana geograficamente limitados, porém atingindo maior número de pessoas.
» Fonte: OMS, 2005
Pandemia de Influenza: Períodos Pandêmico e Pós-Pandêmico
• Fase 6: transmissão ampliada e sustentada na população em geral.
• Fase 7: retorna ao período interpandêmico
» Fonte: OMS, 2005
Influenza Aviária Humana
Alguns aspectos da doença descritos na literatura
Modo de Transmissão
• Contato próximo com animais doentes ou mortos.
• Exposição à secreções de animais contaminados.
» Fonte: OMS, 2008
Apresentação Clínica
• Febre acima de 38 graus celsus• Cefaléia• Mal-estar• Mialgia• Dor de garganta Casos Graves: insuficiênciaCasos Graves: insuficiência• Tosse respiratória após, em média, 5 respiratória após, em média, 5 • Rinite dias dos sintomas iniciaisdias dos sintomas iniciais• Conjuntivite• Manifestações gastrointestinais
» Fonte: OMS, 2008
Complicações Clínicas mais Comuns
• Insuficiência Respiratória Aguda• Pneumonia (viral ou bacteriana)• Falência de múltiplos órgãos• Agravo da doença de base. Ex. DPOC• Encefalite• Síndrome de Reye• Septicemia sem bacteremia documentada• Obs: mortalidade parece decorrer de pneumonia
viral.» Fonte: OMS, 2005
Diagnóstico Diferencial
• Resfriado comum
• Faringite
• Laringotraqueobronquite
• Pneumonia
Quadro Laboratorial
• Leucopenia• Linfopenia*• Trombocitopenia• Aumento das enzimas hepáticas• Aumento das escórias nitrogenadas• Hiperglicemia
• * aparente marcador para formas graves da doença» Fonte: OMS, 2005
Exames de Imagem Pulmonar
• Infiltrado localizado multifocal ou difuso• Infiltrado intersticial• Consolidação lobular ou segmentar com
broncograma aéreo• Pneumotórax, visto nos submetidos à
ventilação mecânica• Derrame pleural é incomum
» Fonte: OMS, 2005
Diagnóstico Laboratorial
• 1. Aspirado do nasofaringe ou orofaringe recolhido com o auxílio de um coletor descartável;
• 2. Imunofluorescência Indireta/cultivo celular ou em ovos embrionados;
• 3. Caracterização antigênica e genética pelo teste de inibição da hemaglutinação e técnicas de biologia molecular, respectivamente.
» Fonte: OMS, 2005
Atendimento a Caso Possível de Influenza Aviária
• História de contato com aves ou pássaros domésticos e/ou
• História de viagem recente a países com circulação de influenza aviária, associado a
• Febre > 38oC acompanhada de pelo menos um sintoma respiratório e outro sistêmico
» Fonte: MS, 2005
Atendimento a Caso Provável de Influenza Aviária
• Pacientes hospitalizados com pneumonia associada à SARA, ou
• Presença de outra doença respiratória grave sem diagnóstico de certeza, e
• História de viagem recente, no mínimo 10 dias antes do início dos sintomas, a países com circulação de influenza aviária
» Fonte: MS, 2005
Gripe Aviária: tratamento
• Inibidores de Neuraminidase: Zanamivir e Oseltamivir
Inibidores dos Canais de Íon M2
• Agem inibindo a atividade da proteína M2, necessária para a liberação de material genético viral dentro das células
• Desenvolvimento de resistência tornou seu uso limitado
» Fonte: N England J Med 2006; 354: 785-788
Inibidores da Neuraminidase
• Inibem a molécula de neuraminidase, indispensável para a liberação de vírus recém formados das células infectadas
• Eficazes para a profilaxia pós exposição • Dose indicada do Oseltamivir: 75 mg, 2 x
ao dia, durante 5 dias• Uso restrito a adoção de política
governamental
Perspectivas de novos fármacos para o tratamento da influenza
• Peramivir• Ribavarina• Interferon alfa• Fludase• Neugene• G00101
» Fontes: OMS, 2008 e Scientific American, 2006
Imunização contra a Influenza Aviária
Apesar da tecnologia disponível, é necessário aguardar uma definição gênica do vírus para que se possa
produzir a vacina
Gripe aviária: medidas preventivas para viajantes
• 1. Vacina trivalente anti-influenza humana, no mínimo 2 semanas antes da viagem;
• 2. Evitar contato direto com aves em fazendas ou feiras;
• 3. Lavar as mãos principalmente após o preparo de alimentos de origem aviária;
• 4. Evitar ingerir carne de aves ou ovos crus;• 5. Procurar assistência médica em caso de
observar febre ou sintomas respiratórios.» Fonte: OMS, 2005
Bibliografia
• Ministério da Saúde: Plano de Contingência do Brasil para o enfrentamento de uma pandemia de influenza, 2005
• www.who.int/influenza
• www.cdc.gov/flu/avian
• www.saude.gov.br