Post on 08-Nov-2018
GOVERNO DE SANTA CATARINA
Secretaria de Estado da Saúde
Sistema Único de Saúde
Superintendência de Vigilância em Saúde
Coordenação Estadual de Controle de Infecção em Serviços de Saúde -
CECISS
PERFIL EPIDEMILÓGICO ATUAL DO KPC NO ESTADO DE SANTA
CATARINA
IDA ZOZ DE SOUZA
ceciss@saude.sc.gov.br
Fone: 48 32517811
O CUIDADO E A SEGURANÇA DOS
PACIENTES ESTÁ EM NOSSAS MÃOS!!!!
O QUE VOCÊ OFERECE
EM SUAS MÃOS????
MÃOS OFERECEM:
Positivo: Transmitem segurança, amor,
carinho, cuidados, negociam, trabalham,
dirigem, cozinham, passam, lavam, cuidam...
Negativo: Agridem, negam, excluem...
Oferecem CARONA para os
microrganismos, bactérias e vírus;
transmitindo doenças para você, tua família,
e aos pacientes do hospital.
HISTÓRICO DA KPC
• Primeiro caso Carolina do Norte em 1996.
• 2006 primeiros casos da bactéria na América do Sul
• No entanto, soube-se recentemente que no ano de 2005 a bactéria já havia sido identificada na cidade de São Paulo. (GALES ET AL, 2009).
• Entre 2009 e 2010, seis estados brasileiros já possuíam relatos de KPC em seus hospitais, sendo eles: Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Santa Catarina, Distrito Federal e São Paulo. (ANVISA)
• Atualmente Israel, China, Grécia, Índia, Canadá, Brasil e França enfrentam surtos de infecções hospitalares por KPC
Dia 19/10/2010Enviado para todos os hospitais e CCIH:
Para: todos os hospitais
Assunto: ALERTA: SURTO DE KPC
A CECISS orienta: - intensificar as medidas de precaução de infecção;- realizar cultura de vigilância em pacientes oriundos de outras UTIs;- notificar os casos confirmados a esta Coordenação;- em casos suspeitos de infecção por Klebsiella Pneumoniae produtora de Carbapenemase, encaminhar a cepa bacteriana isolada ao LACEN de Florianópolis, o qual encaminhará aos laboratórios de referência para teste de sensibilidade aos antimicrobianos.(anexando 3 artigos)
Dia 21/10/2010
Recebimento das primeiras notificações
Alguns casos confirmados no início do ano pela
FIOCRUZ
Apresentação de outros casos durante o ano, sem
confirmação pela FIOCRUZ
(somente identificados pelo lab. do serviço como
multirressistente).
Dia 26/10/2010
Divulgação da NOTA TÉCNICA Nº 1/2010 da
ANVISA de 25 de outubro de 2010 (disponível no
link da CECISS).
Que trata de Medidas para identificação, prevenção e
controle de infecções relacionadas à assistência à saúde
por microrganismos multirresistentes.
Solicitamos o favor de repassar às CCIH E AOS
LABORATÓRIOS de Análises Clínicas que
realizam os exames para os vossos serviços.
4. MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE DE
INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA
À SAÚDE POR MICRORGANISMOS
MULTIRRESISTENTES
• Administração dos Serviços de Saúde:
• Prover meios técnicos, financeiros, administrativos,
laboratoriais e recursos humanos para a apropriada
identificação, prevenção e interrupção da
transmissão de microrganismos multirresistentes.
• Não devem ser adotadas quaisquer medidas que
induzam à discriminação do indivíduo com infecção
ou colonização por microrganismos multirresistentes.
Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH):
• Manter o sistema de vigilância epidemiológica das infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) que permita o monitoramento adequado de patógenos multirresistentes, em parceria com o laboratório de microbiologia.
• Fortalecer a política institucional de uso racional de antimicrobianos.
• Enfatizar a importância da higienização das mãos para todos os profissionais de saúde, visitantes e acompanhantes (Segurança do paciente em serviços de saúde: Higienização das Mãos).
• Reforçar a aplicação de precauções de contato em adição às precauções-padrão para profissionais de saúde, visitantes e acompanhantes.
•
À CCIH...
• Avaliar a necessidade de implementar medidas de coorte em relação a profissionais de saúde e pacientes.
• Avaliar a necessidade de implantar coleta de culturas de vigilância, de acordo com o perfil epidemiológico da instituição.
• Enfatizar as medidas gerais de prevenção de IRAS no manuseio de dispositivos invasivos (Manual de Orientações para Prevenção de Infecção Primária de Corrente Sanguínea e Trato Respiratório).
• Enfatizar as medidas gerais de higiene do ambiente(Segurança do paciente em serviços de saúde: Limpeza e Desinfecção de Superfícies).
À CCIH...
• Aplicar, durante o transporte intra-institucional e inter-institucional, as medidas de precauções de contato, em adição às precauções-padrão para os profissionais que entram em contato direto com o paciente, incluindo o reforço nas medidas de higiene do ambiente.
• Comunicar, no caso de transferência intra-institucional e inter-institucional, se o paciente é infectado ou colonizado por microrganismos multirresistentes.
• Não se recomenda a interrupção da assistência em serviços de saúde como medida de controle de microrganismos multirresistentes.
• Medidas sanitárias que conduzam a interrupção da assistência em serviços de saúde devem ser avaliadas criteriosamente, em conjunto com as autoridades locais e entre os níveis de gestão do sistema de saúde.
• “Os laboratórios que não possuem capacidade
instalada para comprovação molecular do
mecanismo de resistência ou tipagem de
microrganismos deverão encaminhar as
amostras suspeitas da produção de
carbapenemase aos Lacen”.
(Nota Técnica nº 1/2010 – Anvisa)
Dia 27/10/2010
Divulgação da
RESOLUÇÃO-RDC No- 42 de 26/10/2010
• Dispõe sobre a obrigatoriedade de disponibilização de preparação alcoólica para fricção antisséptica das mãos, pelos serviços de saúde do País, e dá outras providências.
• Em 60 dias, todos os serviços de saúde brasileiros devem ter preparação alcoólica para a fricção antisséptica das mãos dos profissionais de saúde que lidam com o paciente.
Dia 21/12/2010
Por orientação da ANVISA, passadas
informações para o serviço com mais casos,
para ajudar a investigar os casos confirmados:
- Procedência dos pacientes
- Internação prévia
- Diagnóstico
- Intervenções realizadas
- Passou por UTI
Dia: 23 de dezembro de 2010.
Enviado a todos:
ALERTA: MEDIDAS CONTROLE KPC
E encaminha, em anexo, os documentos:
-“Medidas para Controle de Infecção por KPC
e/ou outras bactérias multirresistentes” e
-“Máscara KPC/ANVISA”,
Para orientar e auxiliar na intensificação das
medidas a serem adotadas pelos Serviços de
Saúde.
Dia : 12/01/2011
NOTA TÉCNICA nº 004/2010, elaborada em conjunto pela DIVE/CECISS/LACEN, que Orienta os procedimentos para notificação, encaminhamento e transporte de cepas de KPC (Klebsiella produtora de carbapenemase).
OBRIGATORIEDADE DA NOTIFICAÇÃO
Intensificando as orientações para laboratórios.
Disponibilizando na página da SES, no link da CECISS, em Legislação Estadual.
Envio e transporte de amostras
• enviar cultura pura, recente
• utilizar agar nutriente em
tubo
* Na impossibilidade do
tubo enviar em placa de
Petri (agar Mueller-Hinton,
agar sangue, agar
MacConkey)
Envio e transporte de amostras
cultura pura cepas diversas (amostra
contaminada)
Envio e transporte de amostras
Encaminhar juntamente com a cepa bacteriana a requisição
própria doLacen: http://lacen.saude.sc.gov.br/arquivos/requisicoes/BACTERIOLOGIA.pdf
Dezembro 2010
SURTO de infecção por KPC, em hospital do Vale do Itajaí.
Mais casos de infecções por KPC em outros hospitais do Vale do Itajaí.
Feito um trabalho intenso em conjunto com a CCIH, Direção Técnica, Laboratório do Hospital, bem como a Vigilância Sanitária Municipal, que pesquisou a circulação dos pacientes nas mais diversas instituições.
Recebidas orientações e apoio da ANVISA.
FEVEREIRO DE 2012
• Confirmado Surto de Infecção por KPC em
Hospital da grande Florianópolis, com ampla
cobertura de toda a mídia
• Reencaminhadas em 05/03/2012 à todas as
CCIHs de SC novo Alerta KPC, reforçando
todas as medidas de Prevenção, Controle e
Contenção de Infecção por KPC
O QUE FOI FEITO NAQUELES
HOSPITAIS????– Contato diário dos membros do SCIH com os setores
de internação alertando sobre pacientes positivos, possíveis portadores da KPC e sobre as medidas de isolamento.
– O laboratório de microbiologia prontamente comunica a detecção de amostras suspeitas de serem produtoras de carbapenemases e encaminha as cepas ao LACEN
– Cultura de vigilância em todos os pacientes (na admissão e semanalmente)
– Criação de 1 setor do hospital onde ficavam os pacientes positivos.
– Segregação de pacientes (positivos/negativos/ “quarentena”)
Setor de pacientes negativos p/ KPC
• Uso de EPIs em casos de procedimentos
invasivos
• Higienização das mãos
• Treinamentos in loco
• Educação continuada
• Vigilância dos pacientes
• Funcionários exclusivos para o setor
Setor de pacientes positivos– quarto privativo com placa afixada na porta do quarto
com as precauções de contato por bactéria MR até a alta hospitalar
– movimentação limitada do paciente (emergências e realização de exames)
– uso do avental e luvas antes de entrar no quarto e desprezadas antes de sair do quarto (inclusão do visitante/acompanhante)
– lavagem de mãos antes e ao sair do quarto
– “kit isolamento”
– Desinfecção duas vezes ao dia do quarto
– banhos diários com clorexidine degermante 4%
– Funcionários exclusivos
Setor de pacientes positivos
• Infectados ou colonizados
• Única diferença é a antibioticoterapia!
Outras medidas...– Intensificação do cronograma de treinamentos com ajuda de
enfermeiros e médicos de todo o hospital:
• Alerta do Risco de contaminação cruzada e Reforço da importância da higienização das mãos com água e sabão e/ou com álcool a 70%
• Treinamento sobre a técnica de sondagem vesical
• Revisão de antigos protocolos (coleta de material, higienização,etc) e materiais (aventais, etc)
– Uso racional de antibióticos (fiscalização do uso de carbapenêmicos)
– Enviado ofício para todo corpo clínico e direção com as orientações necessárias
– Restrição da circulação de pessoas no hospital, apenas uma visita por vez.
– Notificações dos casos suspeitos/confirmados de infecção e colonização junto à Coordenação Estadual de Controle de Infecção em Serviços de Saúde – CECISS
Protocolo terapêutico adotado
Dia 19/01/2011
Fomos informados da possibilidade da existência
de cepa resistente à Polimixina B,
Comprovado posteriormente pela FIOCRUZ a
existência de 3 casos de resistência à
Polimixina B.
Mapa da distribuição de culturas positivas
KPC em SC 2010
Distribuição de culturas positivas KPC em
SC 2011
Distribuição de culturas positivas KPC em
SC 2012
DESAFIOS:• TREINAR os profissionais;
• CHAMAR a comunidade hospitalar para colaborar;
• INSISTIR no banho e roupa limpa dos profissionais antes de assumirem os plantões;
• REFORÇAR as técnicas de higienização das mãos;
• EXIGIR a desinfecção adequada de ambientes, materiais, equipamentos, macas, cadeiras de roda;
• PROVER os insumos necessários para o desenvolvimento dos trabalhos;
• RESTRINGIR a circulação de pessoas;
• CONTROLAR o consumo indiscriminado de antimicrobianos;
• ISOLAR por coorte os casos colonizados e infectados;
• NOTIFICAR os casos suspeitos e confirmados à CECISS, em transferências à Ambulância e ao Hospital Receptor.
Uma assistência limpa é uma
assistência mais segura
A Aliança Mundial para
Segurança do Paciente:
Uma iniciativa da Organização Mundial de
Saúde (OMS), firmada com vários países,
desde 2004, com programas que enfocam a
segurança no cuidado do paciente nos serviços
de saúde e tratam como prioridade o tema da
higienização das mãos dos profissionais da
saúde.
HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS
Estudos sobre o tema avaliam que a adesão dos
profissionais à prática da higienização das mãos de
forma constante e na rotina diária ainda é insuficiente.
Dessa forma, é necessária uma especial atenção de
gestores públicos, administradores dos serviços de
saúde e educadores para o incentivo e a
sensibilização do profissional de saúde à questão.
Todos devem estar conscientes da importância da
higienização das mãos na assistência à saúde para a
segurança e qualidade da atenção prestada.
Embora a higienização das mãos seja a medida mais importante e reconhecida há muitos anos na prevenção e controle das infecções nos serviços de saúde (SEMMELWEIS - 1847), colocá-la em prática consiste em uma tarefa complexa e difícil.