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UNIVERSIDADE GREGÓRIO SEMEDO
DISCIPLINA: GESTÃO FINANCEIRA – I
PROF.: Sandra Magda Carvalho
TURMA: OGE –
CAPÍTULO I – APRESENTAÇÃO DOS CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS E
ENQUADRAMENTO DA DISCIPLINA
A FUNÇÃO FINANCEIRA
A função financeira é o ponto de encontro entre as origens e aplicações de fundos
na empresa.
A função financeira faz parte do campo de acção de todas as decisões de ordem
estrutural a nível de empresas. Ocupa um lugar importante entre as empresa no
seu conjunto, através das várias técnicas: contabilidade, tesouraria, auditoria,
fiscalidade, etc; que servem de base à informática, estatística, controlo de
gestão, etc, e aos accionistas, credores fisco, etc.
Definição: A função financeira é um subsistema do sistema organizacional
(conjunto de pessoas e serviços), que numa organização, assumem a sua gestão
financeira, através de preparação e execução das decisões financeiras.
A função financeira varia de empresa para empresa, variando conforme a sua
estrutura, hierarquia, etc.
Assim, podemos identificar as principais diferenças entre as empresas são:
Dimensão da empresa;
Ramo de actividade;
Estrutura da empresa (centralizada ou descentralizada; etc)
Posição da função financeira: não existe qualquer regra que permita colocar a
função financeira no organigrama da empresa. Poderá fazer parte da função
administrativa e poderá tomar posição em organigrama ao lado da função
industrial, comercial e pessoal.
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O papel da função financeira: A função financeira prepara e executa as
decisões financeiras e o seu poder de decisão depende da dimensão e estrutura
da empresa.
O poder da função financeira está associado à orientação e metas a atingir, não
podendo pôr em causa a política financeira da empresa.
De forma geral, a função financeira ocupa um lugar importante junto da
administração, através da informação das acções previstas e realizadas por
outras funções, essencialmente a comercial e a industrial.
A função financeira está normalmente ligada à tomada de decisão. É através
desta função que é feita a síntese de todos os investimentos.
Atribuições da função financeira:
Salvaguardar a integridade do património e a autonomia financeira da
empresa;
Participar nas actividades de desenvolvimento no âmbito financeiro e
fazer uma gestão eficiente na aplicação de fundos.
A análise económica e financeira:
Consiste na colheita de informações e o seu estudo de forma a se poder obter um
julgamento sobre a situação económica e financeira da empresa.
Cabe-lhe determinar em que medidas são conseguidas os objectivos gerais e
particulares que correspondem ao conjunto das tarefas que integram a função
financeira.
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Administraçãoo
FunçãoPessoal
FunçãoIndustrial
FunçãoFinanceir
a
FunçãoComercial
O papel da análise económica e financeira na gestão:
A análise financeira é baseada em dados referentes à situação económica e
financeira da empresa as partir de documentos essencialmente contabilísticos.
Objectivo da análise financeira:
Os principais objectivos são:
Dar o tratamento dos dados de contabilidade e económicos,
referentes à empresa e sector;
Fazer com que a gestão recorra ao auxílio da função financeira (para
conhecimento da situação da empresa), através de uma análise
financeira que englobará o seguinte:
- Estudo da estrutura do activo;
- Financiamento;
- Auto financiamento, etc.
A gestão financeira:
Definição: A gestão financeira é um conjunto de acções e procedimentos
administrativos, envolvendo o planeamento, análise e o controle das actividades
financeiras as empresa, visando maximizar os resultados económico-financeiros
decorrentes de suas actividades operacionais.
A gestão financeira é considerada uma área síntese, que funciona com
elementos recolhidos de outras técnicas ou ciências.
Em esquema:
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Portanto, a gestão financeira, caberá na administração das tarefas que integram
a função financeira e as suas actividades compreendem a previsão dos
acontecimentos a organização e coordenação dos meios materiais e humanos, a
tomada de decisão que impliquem actos executivos posteriores e o controle ou
verificação do cumprimento das tarefas predefinidas.
Os objectivos da função financeira:
A função financeira integra as tarefas ligadas à obtenção, utilização e controlo
dos recursos financeiros, especificamente os estudos e actuações relacionados
com:
A determinação das necessidades de recursos financeiros na empresa para
a realização dos seus programas operacionais com:
Planeamento das necessidades;
Inventariação dos recursos disponíveis;
Previsão dos recursos que poderão ser libertos pela própria actividade
normal;
Cálculo do montante dos recursos a obter fora da empresa;
Obtenção desses recursos, da forma mais vantajosa nomeadamente:
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Gestão Financeira
EconomiaEconomia
ContabilidadeContabilidade
Técnicas de InvestigaçãoTécnicas de Investigação
Informática Informática
EstatísticaEstatística
DireitoDireito
MatemáticaMatemática
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Custos e prazos;
Condições fiscais;
Condições contratuais;
Melhor relação entre os capitais próprios e capitais alheios.
Sua aplicação criteriosa por forma obter:
Uma estrutura financeira equilibrada;
Adequados níveis de eficiência e rendibilidade;
O controle das aplicações dos fundos obtidos:
Análise previsão/realização;
Estudo de desvios.
A rentabilidade dos investimentos efectuados numa perspectiva global ou
sectorial:
A empresa, no seu conjunto como projecto de investimento;
A rentabilidade dos diversos tipos de investimentos parcelares, dos diversos
tipos de capitais utilizados e da actividade em cada uma das fazes que a
compõem.
A função financeira e a contabilidade :
A função financeira e a contabilidade estão estreitamente relacionadas e em
geral se superpõem. Em grandes empresas muitos contabilistas estão
intimamente envolvidos em várias actividades financeiras.
A seguir são apresentadas as principais diferenças entre a função financeira e a contabilidade:
A função contabilista A função financeira
Avaliar a posição financeira da
empresa;
Desenvolver e fornecer dados
para medir o desempenho da
empresa;
Pagar impostos;
Preparar as demonstrações
financeiras;
Colecta apresentação dos
dados financeiros.
Enfatiza o fluxo de caixa
(entradas e saídas de caixa);
Manter a solvência da empresa;
Analisar e planejar o fluxo de
caixa para satisfazer as
obrigações;
Adquirir activos necessários ao
cumprimento dos caixas;
Analisa os demonstrativos
contabilísticos;
Desenvolve dados adicionais e
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toma decisões.
Análise financeira e o valor:
Antigamente, a maioria das empresas eram avaliadas com base nos resultados
dos seus documentos contabilísticos. Muitas delas não conseguiam fazer face das
suas responsabilidades de médio e longo prazo, o que impulsionou o surgimento
da função do gestor financeiro, que através de suas técnicas de estudo, mantém
a solvência da empresa, analisando e planejando os fluxos de caixa para
satisfazer as obrigações e adquirir os activos necessários ao cumprimento dos
objectivos da empresa.
A análise financeira baseia-se num conjunto de técnicas com a finalidade de
avaliar e interpretar a situação económica e questões fundamentais para a
sobrevivência e desenvolvimento da empresa.
Este processo é fundamental para as diferentes partes interessantes na boa
gestão de empresas, nomeadamente:
Gestores: Com necessidade de acompanhar a evolução da situação e
controlar os planos, de forma a tomar decisões sobre o futuro.
Credores: Com necessidade de conhecer a situação actual e a evolução
provável, com a o fim de se assegurarem da possibilidade de reaverem os
seus créditos.
Os trabalhadores: Com interesse na segurança rendimento e dos
acréscimos de produtividade.
Investidores: Com interesse no conhecimento da situação actual e a
evolução futura, para que possam determinar o valor da empresa, para
investirem nela ou cederem a sua posição.
O Estado: Com interesse pela possibilidade que esta lhe dá de contribuir
para a resolução dos problemas que no momento, lhe são prioritários:
défice orçamental, desemprego, etc.
Clientes (e fornecedores): Interessados em conhecer o grau de
dependência e poder da empresa.
Ficha de trabalho:
1.1. Qual é a relação existente entre a função financeira, gestão financeira e
análise económica e financeira?
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2.2. Comente sobre os principais objectivos da função financeira?
3.3. Quais as principais diferenças entre a função financeira e a contabilística?
4.4. Qual é a importância da análise financeira?
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TURMA: OGE - 31
CAPÍTULO II – INSTRUMENTOS E TÉCNICAS DE ANÁLISE ECONÓMICA E FINANCEIRA
Para maior maximização dos resultados económicos - financeiros das actividades
operacionais da empresa, o Gestor financeiro deve adoptar procedimentos
administrativos que envolvem o planeamento, análise e controlo.
Os principais documentos que geralmente servem de base à análise económica –
financeira da empresa, são:
Os documentos de carácter contabilístico de síntese: Os balanços e Contas
de resultados;
Outros documentos contabilísticos: Orçamentos de tesouraria, orçamentos
financeiros e as demonstrações de origens e aplicações de fundos;
Informações extra contabilísticas: A empresa como entidade jurídica, o
produto e sua comercialização, as características do mercado e o
enquadramento sectorial da empresa, as condições de funcionamento
interno e a Situação conjuntural e institucional.
DOCUMENTOS CONTABILÍSTICOS:
O balanço e o mapa de Demonstração de Resultados são documentos síntese
mais importantes sobre a situação de uma empresa.
O balanço reflecte a situação patrimonial da empresa:
Qualitativamente, através da desagregação dos seus componentes em
bens, direitos e obrigações;
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Qualitativamente, utilizando uma unidade de valor, a moeda para medir
cada um dos componentes ou grupos de componentes das massas
patrimoniais.
O Balanço :
O Balanço está dividido em três categorias fundamentais: activo, passivo e
capital próprio. O activo inclui tudo aquilo que a empresa possui e que é
susceptível de ser avaliado em dinheiro – disponibilidades (dinheiro em
numerário, depósitos bancários e títulos negociáveis), créditos sobre clientes,
stocks de mercadorias, equipamentos, instalações, etc. O passivo é o conjunto de
fundos obtidos externamente pela empresa, seja através de empréstimos, seja
através do diferimento de pagamentos (aos fornecedores, ao Estado, etc.).
Finalmente, temos o capital próprio, que corresponde ao capital pertencente aos
sócios. Ou seja, representa o valor do investimento realizado pelos proprietários
adicionado dos lucros (ou deduzido de eventuais prejuízos) obtidos ao longo dos
exercícios passados e do exercício corrente.
Existe uma relação fundamental que tem que verificar-se obrigatoriamente no
Balanço:
Activo = Passivo + Capital Próprio
Esta expressão constitui o princípio básico da contabilidade, segundo o qual a
aquisição do património da empresa (activo) tem que ser financiada por capitais
dos sócios (capital próprio) ou por capitais alheios (passivo). Um outro aspecto
fundamental é a relação entre activo circulante e passivo de curto prazo (ou
exigível num prazo inferior a um ano). Se o primeiro for superior ao segundo, a
empresa evidencia capacidade para satisfazer os seus compromissos de curto
prazo. Caso contrário, é provável que a empresa se veja forçada a recorrer a
empréstimos para saldar as suas dívidas mais imediatas. As principais rubricas do
activo são as seguintes:
Activo Fixo
Imobilizações corpóreas – activos tangíveis como terrenos, edifícios, equipamentos, mobiliário, veículos, etc.
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Imobilizações incorpóreas – activos intangíveis como despesas de
instalação, direitos de propriedade industrial, despesas de investigação e
trespasses.
Investimentos financeiros – participações de capital, empréstimos
concedidos e outros investimentos financeiros a médio e longo prazo.
Activo Circulante
Existências – inventários (stocks) de mercadorias ou matérias-primas
Clientes – dívidas dos clientes da empresa
Estado e Entes Públicos – dívidas de entidades públicas à empresa
Disponibilidades – dinheiro em numerário, depósitos à ordem e aplicações
financeiras negociáveis a curto prazo
Outros devedores – outros créditos que a empresa detém para com
terceiros
Já o passivo de uma empresa é constituído pelas seguintes rubricas
fundamentais:
Dívidas a Terceiros de médio e longo prazo – abrange todas aquelas dívidas
exigíveis num prazo superior a um ano ·
Dívidas a Terceiros de curto prazo – abrange todas aquelas dívidas exigíveis
num prazo inferior a um ano
O conjunto das dívidas (de curto ou de longo prazo) cuja natureza implica
uma remuneração ao credor (o juro) para além do pagamento do montante
devido, designa-se “ passivo financeiro ”. Inclui as dívidas a instituições
bancárias, empréstimos obrigacionistas, dívidas por contratos leasing, etc.
Tanto podem ser de curto como de médio/longo prazo.
O conjunto das dívidas que não têm uma natureza financeira designa-se “
passivo corrente ”, na medida em que decorrem da própria actividade da
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empresa. Inclui os montantes devidos a fornecedores, ao Estado (impostos
e outros) e outros débitos decorrentes da actividade operacional da
empresa. Normalmente, o passivo corrente é de curto prazo (exigível a
menos de um ano).
O capital próprio é constituído pelas seguintes rubricas principais:
Capital social – representa o valor das entradas em dinheiro dos sócios
aquando da constituição da sociedade ou de um aumento de capital
Reservas – resultados acumulados ao longo de exercícios anteriores
Resultado líquido – resultado obtido no exercício a que reporta o balanço
A Demonstração de Resultados (DR):
A Demonstração de Resultados ou Contas de Resultados (Benefícios ou perdas),
contas de ganhos e perdas, é um documento contabilístico que informa o
resultado de uma empresa durante um período de tempo determinado.
Se os Ganhos > Gastos Obtivemos Benefícios
Se os Ganhos < Gastos Obtivemos Perdas
A DR reflecte os proveitos e os custos ocorridos ao longo de um determinado
período de tempo – trimestre, semestre ou ano. A diferença entre os proveitos e
custos constitui o lucro da empresa durante o período considerado. A estrutura da
DR compõe-se de quatro conceitos fundamentais.
Em primeiro lugar, temos o resultado operacional, ou seja, o resultado gerado
pela actividade principal da empresa. É obtido pela diferença entre as vendas da
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Resultados = Ganhos –
Gastos
empresa e os custos operacionais (compra de mercadorias e matérias-primas,
salários e encargos, custos gerais de produção e amortização do imobilizado).
Em segundo, surge o resultado financeiro, que resulta da diferença entre
proveitos e custos de natureza essencialmente financeira (juros pagos e
recebidos, descontos de pronto pagamento obtidos e concedidos, rendimentos e
encargos de participações de capital, etc.).
Em terceiro, existe o resultado extraordinário, que abrange os custos e proveitos
com um carácter inesperado (sinistros, multas, dívidas incobráveis ou
recuperadas, etc.) ou meramente pontual (por exemplo, as mais ou menos valias
resultantes da alienação de componentes do activo imobilizado).
Finalmente, temos o resultado líquido (RL), que resulta da soma algébrica das
três componentes anteriores, deduzida do IRC. O Resultado Líquido faz a ligação
entre Demonstração de Resultados e Balanço, sendo também incluído nesse
último.
A Demonstração de Resultados é constituída pelos seguintes elementos:
(+) Vendas e/ou Prestações de Serviços (líquidas de IVA).
(-) Custo das Mercadorias Vendidas e Matérias Consumidas: inclui o custo de aquisição de mercadorias (produtos acabados), bem como de matérias-primas, subsidiárias e de consumo.
(-) Fornecimentos e Serviços Externos: custos de produção que, ou não são incorporados directamente no produto final (electricidade, água, combustíveis, comunicação e publicidade, transporte, higiene e limpeza, etc.) ou são realizados por agentes exteriores à empresa (subcontratos, honorários pagos, etc.).
(-) Custos com Pessoal: remunerações e encargos conexos (pensões, Segurança Social, seguros, etc.).
(-) Impostos: inclui impostos diversos, sejam indirectos (IVA, Imposto de Selo) ou directos
(-) Amortizações: valor correspondente ao desgaste do imobilizado, em consequência da simples passagem do tempo (desgaste “espontâneo”) ou da sua utilização (desgaste “funcional”).
(-) Provisões: parcelas do resultado destinados à cobertura de riscos latentes, tratando-se portanto de valores estimados e ainda não concretizados.
(=) Resultado Operacional: é o resultado gerado pela empresa antes de considerados outros custos e proveitos não relacionados com a actividade principal da empresa.
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(+) Proveitos Financeiros: inclui juros e outros rendimentos financeiros (de títulos de participação e participações de capital, descontos de pronto pagamento obtidos, etc.).
(-) Custos Financeiros: inclui juros e outros encargos financeiros (remuneração de títulos de participação, provisões para aplicações financeiras, descontos de pronto pagamento concedidos, etc.).
(=) Resultado Corrente: resulta da soma do Resultado Operacional com o Resultado Financeiro, ou seja, das actividades com um carácter não extraordinário.
(+) Resultado Extraordinário: custos e proveitos com um carácter inesperado (sinistros, sobras, multas, dívidas incobráveis ou recuperadas, etc.) ou meramente pontual (resultantes, por exemplo, de mais ou menos valias decorrentes da alienação de imobilizado afecto ou não à exploração).
(=) Resultado Antes de Impostos: resultado sobre o qual irá incidir a taxa de imposto a pagar (IRC).
(-) Imposto sobre o Rendimento do Exercício: valor que resulta da aplicação da taxa de imposto.
(=) Resultado Líquido.
OUTROS DOCUMENTOS CONTABILÍSTICOS:
Além dos balanços e das contas de resultados, outros documentos elaborados
pelas empresas assumem importante interesse muito especial na análise à
situação financeira. Trata-se dos Orçamentos de Tesouraria ou Demonstração dos
Fluxos de Caixa, Orçamentos Financeiros, e das Demonstrações de Origens e
Aplicações dos Fundos.
Tradicionalmente as contas publicadas pelas empresas incluíam o Balanço, a DR
e, eventualmente o Mapa de Origem e Aplicação de Fundos (MOAF). Hoje este
documento perdeu importância relativa face à Demonstração dos Fluxos de Caixa
(DFC) ou mapa de tesouraria. A grande diferença entre eles é que enquanto o
MOAF coloca-se na óptica dos fundos circulantes (activos de curto prazo), a DFC
foca-se exclusivamente nas disponibilidades (caixa, depósitos e títulos
negociáveis).
O Orçamentos de Tesouraria ou Demonstração dos Fluxos de Caixa :
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A Demonstração dos Fluxos de Caixa completa a informação apresentada no
Balanço e Demonstração de Resultados, salientando o envolvimento dos
recebimentos previstos para a actividade (ou com a mesma relacionados) com os
pagamentos que a empresa deverá efectuar, reportados ao mesmo período de
tempo (mês, trimestre, ano ou numa outra perspectiva de muito curto prazo, dia,
semana, quinzena etc). Este documento não se encontra sujeito às políticas de
amortizações e provisões (o que o torna mais objectivo) e permite ao analista
externo detectar mais facilmente quer o potencial de negócio, quer as
necessidades graves de tesouraria e potencias falências.
A DFC apresenta três grandes categorias de fluxos: os provenientes de
actividades operacionais, de actividades de investimento e, por fim, de
actividades de financiamento. Conjuntamente, estes três fluxos permitem
explicar a variação de caixa e seus equivalentes.
Eis como o documento é construído:
Actividades operacionais
(+) Recebimentos de clientes
(-) Pagamentos a fornecedores
(-) Pagamentos ao pessoal
(=) Fluxo gerado pelas operações
(+/-) Pagamentos/recebimentos do IRC
(+/-) Outros recebimentos/pagamentos relativos à actividade operacional
(=) Fluxo gerado antes das rubricas extraordinárias
(+) Recebimentos relacionados com as rubricas extraordinárias
(-) Pagamentos relacionados com as rubricas extraordinárias
(=) Fluxo das actividades operacionais
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Actividades de investimentos
(+) Recebimentos provenientes de (investimentos financeiro, imobilizações corpóreas e
incorpóreas, subsídios de investimento, juros e proveitos similares, dividendos, etc.)
(-) Pagamentos respeitantes a (investimentos financeiros, imobilizações corpóreas e incorpórea,
etc.)
(=) Fluxo das actividades de investimento
Actividades de financiamento
(+) Recebimentos provenientes de (empréstimos obtidos, aumentos de capital, prestações
suplementares e prémios de emissão, subsídios e doações, venda de acções ou quotas próprias,
cobertura de prejuízos)
(-) Pagamentos respeitantes a (empréstimos obtidos, amortizações de contratos de locação
financeira, juros e custos similares, dividendos, redução do capital e prestações suplementares,
aquisição de acções ou quotas próprias, etc.)
(=) Fluxo das actividades operacionais
Resumidamente temos:
Recebimentos: De clientes, de vendas etc.
Pagamentos: Mão-de-obra, encargos sociais. Outros encargos fixos, matérias-primas, comissões,
outras despesas de distribuição, despesas administrativas, investimento em capital fixo,
empréstimos bancários, etc.
Saldos: É a diferença entre os recebimentos e os pagamentos
Acumulados: Relativo aos somatórios dos saldos.
O Orçamento Financeiro :
O orçamento financeiro é um complemento necessário do orçamento de
tesouraria. Procura dar adequada utilização aos saldos positivos do orçamento de
tesouraria e planeia-se o esquema de cobertura dos défices que este apresente.
Não existem modelos normalizados de utilização corrente.
O orçamento financeiro contém os seguintes elementos:
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Aplicações de fundos:
Cobertura de défice de tesouraria
Encargos financeiros (de curto prazo, médio e longo prazo)
Liquidação de empréstimos (de curto prazo, médio e longo prazo)
Disponibilidades médias pretendidas
Origem dos fundos:
Excedentes de tesouraria
Empréstimos (de curto prazo, médio prazo)
Suprimentos/aumentos de capital
Disponibilidades iniciais
Demonstração de Origens e Aplicações de fundos: (MOAF)
O MOAF- Mapa de Origens e Aplicações de Fundos ou Balanços de liquidez,
constituem um relevante elemento de apoio ao estudo da liquidez da empresa.
Actualmente, é publicado com o balanço e as demonstrações de resultados.
Os principais passos no processo de elaboração do MOAF são:
Calcular as variações no balanço patrimonial em activos, passivos e
património líquido, durante o período em questão.
Nota: No activo, a depreciação acumulada é tratada como uma dedução do activo imobilizado
bruto, um aumento nessa conta é classificado como uma origem; ao contrário, qualquer
diminuição é classificada como uma aplicação.
Usando o esquema abaixo, classifique cada variação calculada anteriormente como origem ou
aplicação.
Origens Aplicações
Diminuição em qualquer activo Aumento em qualquer activo
Aumento em qualquer passivo Diminuição em qualquer passivo
Lucro líquido após o imposto de renda Prejuízo líquido
Depreciação e outros itens não desembolsáveis Dividendos pagos
Venda de acções Recompra ou resgate de acções
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Separadamente, some todas as origens e todas as aplicações encontradas,
o total das origens deve ser igual ao total das aplicações.
INFORMAÇÕES EXTRA CONTABILÍSTICAS:
As informações de carácter puramente contabilístico constituem o suporte
principal da análise à situação financeira da empresa, mas são regra geral,
insuficientes para um estudo em profundidade.
As informações extra contabilísticas podem ser sobre:
1. A empresa como entidade jurídica: é necessário conhecer bem a sua
actividade, natureza jurídica, composição do capital, distribuição
geográfica, as principais fases da sua evolução histórica e a moralidade e
capacidade de gestão doa seus dirigentes.
Sua Actividade : Cada tipo de actividade deverá corresponde uma estrutura
típica de capitais. Uma empresa comercial tem uma estrutura diferente da
de uma empresa industrial;
Natureza jurídica : sobretudo nas apreciações conduzidas pelos seus
parceiros comerciais, efectivos ou potenciais;
Composição do capital : quem são os principais accionistas e se detêm ou
não directamente, a gestão da empresa. Que ligação terão com outras
empresas do mesmo ramo ou sector de actividade. Que tipo de controlo ou
benefícios indirectos terá levado os principais detentores do capital a
participarem nesta.
Ligar à informação obtida as rubricas de suprimentos, acções por realizar,
empréstimos a sócios, débitos (ou créditos) a (ou de) empresas a quem os
mesmos estejam ligados e sua evolução.
Distribuição geográfica e localização dos diversos estabelecimentos :
acessibilidade às zonas de aprovisionamento e consumo.
Importância da localização ao nível da criação de serviços autónomos de
manutenção, transportes, tratamento de dados, assistência social e medica dos
trabalhadores. existência ou não, na área de serviços públicos, ou serviços de
apoio a que a empresa tenha necessidade de recorrer com frequência.
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Principais fases da sua evolução histórica : quando e como nasceu a
empresa. Sua vocação. Evolução no mercado e resultados financeiros.
Como venceu eventuais crises por que tenha passado.
Moralidade e capacidade de gestão e competência técnica dos seus
dirigentes: o que projectam fazer.
É importante não esquecer que a mais bela situação financeira pode deteriorar-se
rapidamente com gestores sem valor ou capacidade, e que uma empresa em
dificuldades, mas que esteja entregue em boas mãos, tem mais possibilidades de
recuperação e relançamento.
2. O produto e a sua comercialização: a verdadeira situação financeira da
empresa está muito ligada aos problemas que possa ter relativamente ao
que produz e como vende.
Tipo de produto. Quantidade (produtos diferenciados) e qualidade :
- Características do produto;
- Em termos de segurança: a existência de mais do que uma categoria de
produtos oferece em regra, menores riscos financeiros se os tipos de produtos
forem muito diversificados, podem levantar-se problemas de qualidade
(especialização e estandardização) e/ou de dispersão de esforços, que tornem
proporcionalmente mais oneroso o acompanhamento da produção, o
aprovisionamento, a armazenagem e a comercialização.
- Qualidade dos produtos a aceitação no mercado;
- Produtos vendidos sem transformação significativa ou após transformação:
- Concepção e lançamento de produtos novos (verificar se existe vivacidade e
dinamismos da empresa, ou tarefa de reconversão?);
- Existência ou não a complementaridade entre os produtos diversificados;
- Taxa de expansão das vendas por produtos;
- Percentagem de vendas por categorias de produtos;
- Produtos que dão prejuízo mão que é necessário vender por razões estratégicas,
ou por não ser possível abandonar, por outros motivos, designadamente de
carácter institucional;
- Existência no mercado de substitutos ou complementares;
- Ocorrência de situações sazonais na produção, no aprovisionamento ou nas
vendas;
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- Bens para consumo interno ou exportação. Percentagem exportada;
- Clientela concentrada ou dispersa;
- Quantidades produzidas por produtos por produtos mais relevantes (3 a 5
últimos anos) e preço médio de custo e de venda;
- Política de preços na empresa. Condicionalismos externos a nível sectorial ou
nacional. Preços livres, tabelados ou declarados.
Posicionamento do produto no seu ciclo de vida: em geral o produto passa
por cinco fases:
- Investigação e descoberta: que vai até ao início da comercialização. Pode durar
a alguns meses ou vários anos e mesmo não se passar à fase seguinte.
- Lançamento: de descolagem e desenvolvimento rápido, prova de que o produto
conseguiu entrar nos hábitos dos consumidores e é possível produzi-lo em série.
- Desenvolvimento e industrialização: início das tendências para a concentração
da produção em menor nº de empresas, com benefícios inerentes às economias
da escala resultantes.
- Maturidade: Maior concorrência, menor rentabilidade. Procura de melhores
índices de produtividade.
- Declínio: A concorrência activa torna os preços menos compensadores. Algumas
empresas são forçadas a abandonar o mercado designadamente através da
reconversão. Esta fase também pode ocorrer imediatamente a seguir a qualquer
das fases anteriores.
A duração de cada uma das fases é muito variável. A vida de um produto, por seu
lado, pode durar apenas alguns meses ou muitas dezenas ou mesmo algumas
centenas de anos.
O fabrico e/ou venda de produtos diversificados com posicionamentos diferentes
nos respectivos ciclos de vida pode, por outro lado, representar para a empresa
um bom factor de estabilidade.
3. As características do mercado e o enquadramento sectorial da
empresa:
Posicionamento da empresa no jogo de forças dos diversos mercados em
que opera: A situação financeira de uma empresa depende muito das
características dos mercados em que se insere a sua actividade.
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Cada mercado corresponde o conjunto das ofertas e das procuras de produtos da
empresa, ou seja, ao conjunto dos agentes económicos que põem à venda um
bem ou serviço (oferta) e aqueles que têm a intenção de o comprar (procura).
Enquadramento sectorial : O conhecimento do sector empresarial a que a
empresa pertence é de relevante importância para a compreensão dos
constrangimentos que a envolvem e dos seus reflexos na evolução dos
resultados e da estrutura financeira.
Alguns aspectos a pesquisar:
- Nº de empresas que produzem o mesmo produto, escalonamento em termos de
dimensão e capacidade instalada;
- Efectivos de trabalhadores, processo tecnológico;
- Pontos fortes e fracos das empresas do sector globalmente consideradas;
- Enquadramento administrativo, associativo e jurídico.
4. As condições de financiamento interno: A análise nos seguintes
aspectos (estudo das consequências de carácter financeiro que as
anomalias detectadas originaram ou poderão vir a provocar):
Organigrama da empresa;
Nível de organização geral e dos diversos serviços e grau de eficiência dos
mesmos;
Organização fabril;
Processo tecnológico;
Qualidade dos equipamentos e das técnicas utilizadas;
Capacidade instalada e utilizada;
Estado de conservação de instalações e equipamentos;
Condições de aprovisionamento e armazenagem;
Organização comercial e qualidade dos circuitos de distribuição.
Ligação vendas Produção
Gestão de recursos humanos. Qualificação de pessoal. Políticas de salários.
Motivação e absentismo. Conflitos internos e relações sindicais. Formação
evolução dos efectivos e remunerações, por categorias e sectores da
actividade.
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5. Situação conjuntural e institucional: tendo em conta os seguintes
factores:
Inflação;
Desvalorização da moeda;
Condicionamentos às importações;
Selectividade e contracção do crédito;
Agravamento das taxas de juro;
Agravamento substancial no custo do crédito ao consumo;
Retracção da procura através de medidas de carácter fiscal sobre os
rendimentos pessoais;
Agravamento dos impostos indirectos;
Bonificação de juros;
Apoios através de medidas de saneamento financeiro;
Instabilidade social e sócio-profissional.
Principais Termos Contabilísticos:
AMORTIZAÇÃO: Representa a conta que registra a diminuição do valor dos bens
intangíveis registrados no activo permanente, é a perda de valor de capital
aplicado na aquisição de direitos de propriedade industrial ou comercial e
quaisquer outros, com existência ou exercício de duração limitada.
ATIVO: São todos os bens, direitos e valores a receber de uma entidade. Contas
do activo têm saldos devedores.
ATIVO CIRCULANTE: Dinheiro em caixa ou em bancos; bens, direitos e valores a
receber no prazo máximo de um ano, ou seja realizável a curto prazo, (duplicatas,
stock de mercadorias produzidas, etc.); aplicações de recursos em despesas do
exercício seguinte.
BENS: Tudo que pode ser avaliado economicamente e que satisfaça
necessidades humanas.
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BENS DE CONSUMO: (não duráveis ou que são gastos ou consumidos no
processo produtivo); depois de consumidos, representam despesas: combustíveis
e lubrificantes, material de escritório, material de limpeza etc.
BENS DE RENDA: Não destinados aos objectivos da empresa (imóveis
destinados à renda ou aluguer).
BENS FIXOS OU IMOBILIZADOS: (representam os bens duráveis, com vida útil
superior a 1 ano): imóveis, veículos, máquinas, instalações, equipamentos,
móveis e utensílios.
BENS INTANGÍVEIS: Não possuem existência física, porém, representam uma
aplicação de capital indispensável aos objectivos, como marcas e patentes,
formulas ou processos de fabricação, direitos autorias, autorizações ou
concessões, ponto comercial, fundo de comércio, benfeitorias em prédios de
terceiros, pesquisa e desenvolvimento de produtos, custo de projectos técnicos,
despesas pré – operacionais, pré - industriais, de organização, reorganização,
reestruturação ou remodelação de empresas.
CAPITAL DE TERCEIROS: Representam recursos originários de terceiros
utilizados para a aquisição de activos de propriedade da entidade. Corresponde
ao passivo exigível.
CAPITAL PRÓPRIO: São os recursos originários dos sócios ou accionistas da
entidade ou decorrentes de suas operações sociais. Corresponde ao património
líquido.
CAPITAL SOCIAL: É o valor previsto em contrato ou estatuto, que forma a
participação (em dinheiro, bens ou direitos) dos sócios ou accionistas na
empresa.
CAPITAL TOTAL A DISPOSIÇÃO DA EMPRESA: corresponde à soma do capital
próprio com o capital de terceiros. É também igual ao total do activo da entidade.
CONTABILIDADE: É a ciência que estuda e controla o património, objectivando
representá-lo graficamente, evidenciar suas variações, estabelecer normas para
sua interpretação, análise e auditoria e servir como instrumento básico para a
tomada de decisões de todos os sectores directa ou indirectamente envolvidos
com a empresa.
CONTABILIDADE CIVIL: É exercida pelas pessoas que não têm como objectivo
final o lucro, mas sim o regime da sobrevivência ou bem-estar social.
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CONTABILIDADE PRIVADA: Ocupa-se do estudo e registro dos fatos
administrativos das pessoas de direito privado, tanto as físicas quanto as
jurídicas, além da representação gráfica de seus patrimónios, dividindo-se em
civil e comercial.
CONTABILIDADE PÚBLICA: Ocupa-se com o estudo e registro dos fatos
administrativos das pessoas de direito público e da representação gráfica de seus
patrimónios, visando três sistemas distintos: orçamentário, financeiro e
patrimonial, para alcançar os seus objectivos, ramificando-se conforme a sua área
de abrangência em federal, estadual, municipal e autarquias.
CONTAS DE RESULTADO: Registram as variações patrimoniais e demonstram o
resultado do exercício (receitas e despesas).
CONTAS PATRIMONIAIS: Representam os elementos activos e passivos (bens,
direitos, obrigações e situação líquida).
CONTAS RETIFICADORAS DO ATIVO: São classificadas no activo, tendo saldos
credores, por isso são demonstradas com o sinal (-).
DEMONSTRAÇÃO DE FLUXO DE CAIXA (DFC): Relaciona o conjunto de
ingressos e desembolsos financeiros de empresa em determinado período.
Procura-se analisar todo deslocamento de cada unidade monetária dentro da
empresa.
DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS/ PREJUÍZOS ACUMULADOS (DLPA): Tem por
objectivo demonstrar a movimentação da conta de lucros ou prejuízos
acumulados, ainda não distribuídos aos sócios titular ou aos accionistas,
revelando os eventos que influenciaram a modificação do seu saldo. Essa
demonstração deve, também revelar o dividendo por acção do capital realizado.
DEMONSTRAÇÃO DE MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO (DMPL):
Fornece a movimentação ocorrida durante os exercícios nas contas componentes
do Património Líquido, faz clara indicação do fluxo de uma conta para outra além
de indicar a origem de cada acréscimo ou diminuição no PL.
DEMONSTRAÇÃO DE ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS (DOAR): Tem
por objectivo a demonstração contável destinada a evidenciar num determinado
período as modificações que originaram as variações no capital circulante líquido
da Entidade. E apresentar informações relacionadas a financiamentos (origens de
recursos) e investimentos (aplicações de recursos) da empresa durante o
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exercício, onde, estes recursos são os que afectam o capital circulante líquido
(CCL) da empresa.
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE): Destina-se a
evidenciar a formação de resultado líquido do exercício, diante do confronto das
receitas, custos e despesas apuradas segundo o regime de competência.
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS BÁSICAS: Balanço Patrimonial;
Demonstração de Resultado; Demonstrações dos lucros ou prejuízos acumulados;
Demonstrações das Mutações do PL; Demonstrações das Origens e Aplicações
dos recursos; Notas Explicativas.
DEPRECIAÇÃO ACUMULADA: Representa o desgaste de bens físicos registrados
no activo permanente, pelo uso, por causas naturais ou por obsolescência.
DESPESAS ANTECIPADAS: Compreende as despesas pagas antecipadamente
que serão consideradas como custos ou despesas no decorrer do exercício
seguinte. Ex: seguros a vencer, alugueis a vencer e encargos a apropriar.
DESPESAS: São gastos incorridos para, directa ou indirectamente, gerar
receitas. As despesas podem diminuir o activo e/ou aumentar o passivo exigível,
mas sempre provocam diminuições na situação líquida.
DIFERIDO: Aplicações de recursos em despesas que contribuirão para lucro em
mais de um período; pesquisa e desenvolvimento.
DIREITOS: Valores a serem recebidos de terceiros, por vendas a prazo ou valores
de nossa propriedade que se encontram em posse de terceiros.
DISPONÍVEL: Composto pelas exigibilidades imediatas, representadas pelas
contas de caixa, bancos conta movimento, cheques para cobrança e aplicações
no mercado aberto.
DUPLICATA: Título de crédito cuja quitação prova o pagamento de obrigação
oriunda de compra de mercadorias ou de recebimentos de serviços. É emitida
pelo credor (vendedor da mercadoria) contra o devedor (comprador), pelo qual se
deve ser reemitida a este último para que a assine (ACEITE), reconhecendo seu
débito. Este procedimento é denominado aceite.
EQUAÇÃO FUNDAMENTAL DA CONTABILIDADE: Activo = Passivo Exigível +
Património Líquido.
STOCKS: Representam os bens destinados à venda e que variam de acordo com
a actividade da entidade. Ex: produtos acabados, produtos em elaboração,
matérias-primas e mercadorias.
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EXAUSTÃO: É o esgotamento dos recursos naturais não renováveis, em virtude
de sua utilização para fins económicos, registrados no activo permanente.
EXERCÍCIO SOCIAL: É o espaço de tempo (12 meses), findo o qual as pessoas
jurídicas apuram seus resultados; ele pode coincidir, ou não, com o ano -
calendário, de acordo como que dispuser o estatuto ou o contrato social. Perante
a legislação do imposto de renda, é chamado de período - base (mensal ou anual)
de apuramento da base de cálculo do imposto devido.
EXIGÍVEL À LONGO PRAZO: Exigibilidades com vencimento após o
encerramento do exercício subsequente.
FACTOS ADMINISTRATIVOS: São os que provocam alterações nos elementos
do património ou do resultado. Por essa razão, também são denominados fatos
contabilísticos.
FACTOS MISTOS OU COMPOSTOS: São os que combinam fatos permutativos
com fatos modificativos, logo podem ser aumentativos (combinam fatos
permutativos com fatos modificativos aumentativos), ou diminutivos (combinam
fatos permutativos com fatos modificativos diminutivos).
FACTOS MODIFICATIVOS: São os que provocam alterações no valor do
património líquido (PL) ou situação líquida (SL), podem ser aumentativos (quando
provocam acréscimos no valor do património líquido) ou diminutivos (quando
provocam reduções no valor do património líquido).
FACTOS PERMUTATIVOS: São os que não provocam alterações no valor do
património líquido (PL) ou situação líquida (SL), mas podem modificar a
composição dos demais elementos patrimoniais.
FUNÇÕES DA CONTABILIDADE: Registrar, organizar, demonstrar, analisar e
acompanhar as modificações do património em virtude da actividade económica
ou social que a empresa exerce no contexto económico.
IMOBILIZADO: Bens e direitos destinados às actividades da empresa; terrenos,
edifícios, máquinas e equipamentos, veículos, móveis e utensílios, obras em
andamento para uso próprio, etc.
INVESTIMENTOS: Recursos aplicados em participações em outras sociedades e
em direitos de qualquer natureza que não se destinam à manutenção da
actividade da empresa. O conceito principal é que a empresa não deve usar os
bens nas suas actividades rotineiras; acções, patentes, obras de arte, imóveis
destinados ao arrendamento, imóveis não utilizados.
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LUCROS ACUMULADOS: Resultado positivo acumulado da entidade, legalmente
ficam em destaque mas, tecnicamente, enquanto não distribuídos ou
capitalizados, podem ser considerados como reservas de lucros.
NOTA PROMISSÓRIA: Título de dívida líquida e certa pelo qual a pessoa se
compromete a pagar a outra uma certa quantia em dinheiro num determinado
prazo. Por se tratar de título emitido pelo devedor a favor do credor, dispensa a
formalidade do aceite.
NOTAS EXPLICATIVAS (NE): Visam fornecer as informações necessárias para
esclarecimento da situação patrimonial, ou seja, de determinada conta, saldo ou
transacção, ou de valores relativos aos resultados do exercício, ou para menção
de fatos que podem alterar futuramente tal situação patrimonial, ou ainda,
poderá estar relacionada a qualquer outra das Demonstrações Financeiras, seja a
Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos, seja a Demonstração dos
Lucros ou Prejuízos Acumulados.
OBRIGAÇÕES: São dívidas ou compromissos de qualquer espécie ou natureza
assumidos perante terceiros, ou bens de terceiros que se encontram em nossa
posse.
PASSIVO A DESCOBERTO: Quando o total de activos ( bens e direitos ) da
entidade é menor do que o passivo exigível (obrigações).
PASSIVO CIRCULANTE: Obrigações ou exigibilidades que deverão ser pagas no
decorrer do exercício seguinte; duplicatas a pagar, contas a pagar, títulos a
pagar, empréstimos bancários, imposto de renda a pagar, salários a pagar.
PASSIVO EXIGÍVEL: São as obrigações financeiras para com terceiros. Contas do
passivo exigível têm saldos credores.
PATRIMÔNIO LÍQUIDO: Valor que os proprietários têm aplicado. Contas do
património líquido têm saldos credores, divide-se em: Capital social; Reservas de
capital; Reservas de reavaliação, Reservas de lucros; e Lucros/Prejuízos
acumulados.
PERMANENTE: Relacionam-se com a inexistência de intenção da empresa em
convertê-los em dinheiro.
PREJUÍZOS ACUMULADOS: São as perdas acumuladas do exercício.
PRINCÍPIO DA ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA: Existe em função do fato de que a
moeda – embora universalmente aceita como medida de valor – não representa
unidade constante de poder aquisitivo. Por consequência, sua expressão formal
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deve ser ajustada, a fim de que permaneçam substantivamente correctos – isto é,
segundo as transacções originais – os valores dos componentes patrimoniais e,
via de decorrência, o Património Líquido.
PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA: É o Princípio que estabelece quando um
determinado componente deixa de integrar o património, para transformar-se em
elemento modificador do Património Líquido.
PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE: Afirma que o património da Entidade, na sua
composição qualitativa e quantitativa, depende das condições em que
provavelmente se desenvolverão as operações da Entidade. A suspensão das
suas actividades pode provocar efeitos na utilidade de determinados activos, com
a perda, até mesmo integral, de seu valor. A queda no nível de ocupação pode
também provocar efeitos semelhantes.
PRINCÍPIO DA ENTIDADE: Reconhece o Património como objecto da
Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação
de um Património particular no universo dos patrimónios existentes,
independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma
sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins
lucrativos. Por consequência, nesta acepção, o património não se confunde com
aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição.
PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE: Refere-se, simultaneamente, à tempestividade
e à integridade do registro do património e das suas mutações, determinando que
este seja feito de imediato e com a extensão correcta, independentemente das
causas que as originaram.
PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA: Determina a adopção do menor valor para os
componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se
apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações
patrimoniais que alterem o Património Líquido.
PRINCÍPIO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL: Determina que os
componentes do património devem ser registrados pelos valores originais das
transacções com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda do País,
que serão mantidos na avaliação das variações patrimoniais posteriores, inclusive
quando configurarem agregações ou decomposições no interior da Entidade.
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PROVISÃO DEVEDORES DUVIDOSOS: Tendo por base as perdas verificadas
em períodos anteriores num determinado valor para cobertura das duplicatas que
venham a ser consideradas incobráveis.
REALIZÁVEL À LONGO PRAZO: Direitos realizáveis após o término do exercício
subsequente; direitos derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a
sociedades coligadas ou controladas, accionistas, directores ou participantes no
lucro (não constituem negócios usuais).
RECEITAS: São entradas de elementos para o activo da empresa, na forma de
bens ou direitos que sempre provocam um aumento da situação líquida.
REGIME DE CAIXA: Quando, na demonstração dos resultados do exercício são
considerados apenas os pagamentos e recebimentos efectuados no período. Só
pode ser utilizado em entidades sem fins lucrativos, onde os conceitos de
recebimentos e pagamentos muitas vezes identificam-se com os conceitos de
receitas e despesas.
REGIME DE COMPETÊNCIA: Quando, na demonstração dos resultados do
exercício, são considerados as receitas e despesas, independentemente de seus
recebimentos ou pagamentos. É obrigatório nas entidades com fins lucrativos.
RESERVAS DE CAPITAL: São contribuições recebidas por proprietários ou de
terceiros, que nada têm a ver com as receitas ou ganhos.
RESERVAS DE LUCROS: São obtidas pela apropriação de lucros da companhia
ou da empresa por vários motivos, por exigência legal, estatutária ou por outras
razões.
RESERVAS DE REAVALIAÇÃO: Indicam acréscimo de valor ao custo de
aquisição de Activos já corrigidos monetariamente, baseado no mercado.
RESULTADO DE EXERCÍCIO FUTURO: Compreende as receitas recebidas
antecipadamente (receita antecipada) que de acordo com o regime de
competência pertence a exercício futuro.
RESULTADO OPERACIONAL (lucro ou prejuízo operacional): É aquele que
representa o resultado das actividades, principais ou acessórias, que constituem
objecto da pessoa jurídica.
LIMITAÇÕES DOS DOCUMENTOS CONTABILÍSTICOS:
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Embora os balanços (e as contas de resultados) constituam os elementos de base
para o estudo da situação financeira da empresa, um único balanço representa
apenas a fotografia desta em dado momento. Pouco ou nada nos diz sobre o
passado e muito dificilmente pode servir de base para o futuro.
As contas de resultados e os mapas de fluxos monetários já dão uma visão mais
dinâmica, mas apenas restrita ao ano a que se refere. Nos mapas de fluxos
monetários, a variação das disponibilidades é medida através das áreas do ciclo
financeiro significativas – exploração, investimento e financiamento.
O balanço reúne em si todas as consequências da gestão passada, boa ou má e
dos condicionalismos que afectaram à vida da empresa. Não evidencia a
trajectória percorrida (seu sentido e velocidade), mas apenas a situação em dado
momento.
Avaliação da empresa:
Notícias diárias dão conta de que organizações são compradas e vendidas por
valores absolutamente distintos daqueles existentes no seu património líquido. A
avaliação de empresas envolve não somente variáveis objectivas como preço de
acções e o próprio património das empresas, mas também variáveis subjectivas
como credibilidade no mercado, valor da marca da empresa ou de seus produtos
etc.
Avaliação da empresa consiste na avaliação da evolução financeira de uma
empresa. É medir os activos financeiros da empresa com base nos resultados
contabilísticos, desde os aspectos técnicos e tácticos aos económicos e
financeiros.
O valor de avaliação possibilita conhecer e determinar com exactidão qual o
estado actual do PATRIMÔNIO EMPRESARIAL, em termos de valores. É uma
importante tarefa, a nível externo, para todos os fornecedores de capital e
credores da empresa e, a nível interno, para a formulação da estratégia futura.
Em um momento histórico em que o futuro se assemelha cada vez menos ao
passado, faz-se
Necessário que os empreendedores tenham conhecimento das novas
ferramentas que podem ter ao seu dispor para avaliarem o valor das suas
empresas. O valor de uma empresa pode ser determinado através de um dos
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modelos de avaliação de empresas, mas a aplicação de uma simples equação ou
metodologia não pode ser considerada suficiente pelos profissionais dessa área.
As avaliações de entidades ou negócios dependem, em grande parte, das
expectativas futuras de desempenho. Os métodos e medidas disponíveis para a
avaliação acabam por envolver determinado grau de julgamento. Os métodos
variam muito e frequentemente envolvem a realização de ajustes arbitrários
baseados em evidências empíricas limitadas e no instinto.
Os métodos ou técnicas de análise mais utilizado, podem ser agrupados da
seguinte forma:
Comparação de balanços e contas de resultados de exercícios sucessivos :
Consiste numa comparação (feita normalmente em valores absolutos, em
percentagens, em gráficos ou em números índices), que pressupõe a
normalização prévia das contas e respectivos documentos de síntese de
forma a poderem ser comparáveis.
Método dos indicadores ou rácios : Baseia-se na utilização de um conjunto
de rácios ou indicadores – informações sintéticas cuja interpretação
permite seguir a evolução da situação da empresa e extrair conclusões
sobre a sua gestão.
Análise rubrica a rubrica ou por leitura directa : Consiste em explicar as
anomalias, sobretudo no tocante às contas de resultados, mas não apenas
em relação a estas
Ficha de trabalho:
Capítulo – II Técnicas e Métodos de Análise Económica e Financeira
1. Comente sobre os principais documentos que geralmente servem de base à
análise Económica – Financeira da empresa (definição, estrutura e outras
informações pertinentes)?
2. Defina e exemplifique os seguintes termos contabilísticos:
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a) Activos
b) Passivo
c) Capitais próprios
d) Capitais alheios
e) Imobilizações
f) Capitais permanentes
3. Com base nos resultados contabilísticos das empresas Sistec S.A. e Husa ltda
(exercícios de 2004 e 2005), desenvolva o mapa de origens e aplicações de
fundos em KZ.
a) No activo, que contas e em que percentagens os recursos da empresa
estão a financiar as aplicações?
b) No passivo, que contas e em que percentagens os recursos da empresa
estão a financiar as aplicações?
4. O orçamento de tesouraria ou demonstração de fluxos de caixa e o orçamento
financeiro são mapas de fluxos monetários que auxiliam o gestor financeiro
nas previsões dos recebimentos e pagamentos, na programação financeira dos
saldos positivos e cobertura de défices da empresa.
a) Estruture os mapas acima citados para os referidos períodos, de acordo
com o seguinte:
Para o Orçamento de
Tesouraria
Jan. Fev. Mar Total
Recebimentos de vendas
equipamento
300 - -
Mão-de-obra 794 605 416
Encargos sociais 215 119 119
Força motriz 119 183 183
Recebimentos de vendas do ano - - -
Outros encargos fixos 12 13 12
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Matérias-primas de ano anterior 1050 - -
Matérias-primas do ano - - -
Outras despesas de distribuição 65 51 51
Comissões 64 32
Recebimentos de clientes (ano
anterior)
2 500 500 -
Despesas administrativas 77 60 60
Investimentos em capital fixo - - 9 500
Empréstimos bancários 2 193 - -
Para o Orçamento Financeiro Jan. Fev. Mar Total
Cobertura de défice de tesouraria 1789 563 1034
1
Liquidação de empréstimos c/p - - -
Liquidação de empréstimos médio
e longo prazo
- - -
Suprimentos /aumentos de capital 840
Disponibilidades iniciais 604 1315 752
Disponibilidades médias
prentedidas
1315 752 751
Empréstimos de c/p 2775 - -
Empréstimos de médio prazo - - 9500
Encargos financeiros c/p 275
Encargos financeiros médios e
longo prazo
- - -
Excedentes de tesouraria - - -
b) Calcule o valor do saldo acumulado no fim do trimestre?
c) Calcule o total mensal das Origens e Aplicação de Fundos?
5. Que informações de carácter puramente contabilístico constituem o suporte
principal da análise à situação financeira da empresa?
6. Comente sobre as principais limitações dos documentos contabilísticos?
UNIVERSIDADE GREGÓRIO SEMEDO Disciplina: Gestão Financeira – I Ano Académico: 2009 Prof.: Sandra Magda Carvalho
32
7. De acordo com os resultados contabilísticos dos exercícios de 2004 de 2005 da
empresa Husa Ltda, desenvolva uma comparação em percentagens (hipóteses
são aceites)?
8. Comente sobre o processo de avaliação da empresa? (importância e métodos)
UNIVERSIDADE GREGÓRIO SEMEDO
DISCIPLINA: GESTÃO FINANCEIRA – I
Prof.: Sandra Magda Carvalho
TURMA: INFGEST - 31/ OGE - 32
CAPÍTULO III – MÉTODOS E TÉCNICAS NA NÁLISE FINANCEIRA
Análise Financeira - Método dos indicadores e dos rácios:
Existem inúmeros exemplos de empresas, com estruturas financeira muito
semelhantes que em dado momento poderão encontrar-se efectivamente, se se
tiver em conta a evolução passada e as perspectivas futuras em situações reais
muito diferentes.
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-3 -2 0 1 2
Tempo (anos)(Anos) (anos
Falência
Má
Boa
SituaçãoFinanceira
Muito Boa
Passado Futuro
Presente
B
A
C
Consideremos as empresas A, B, e C cuja evolução se pode retratar da seguinte
forma:
No presente momento (ponto zero): Aparentam todas uma situação financeira
boa de idêntico nível:
A empresa A denota uma estabilidade;
A empresa C partiu numa situação difícil que se recuperou cabalmente.
Demonstra grande vitalidade e boas perspectivas de evolução favorável.
A empresa C pelo contrário, que a dois anos tinha uma situação que se
poderia considerar mesmo muito boa, tem vindo a degradar-se
sistematicamente e a ritmo elevado.
Se nadas se fizer para inflectir, irá caminhar inexoravelmente para a falência.
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34
O exemplo ilustra que geralmente a análise financeira a uma empresa nunca
deve assentar apenas no último balanço e respectivas contas de resultados, mas
em balanços e a análise financeira está associada à a utilização de uma série de
indicadores conhecidos por rácios (que expressem sobre a performance e
situação financeira, passada e presente, de uma determinada organização) os
quais foram criados para se poder comparar e analisar dados financeiros da
empresa.
Por exemplo: a análise entre as contas de activo circulante a passivo circulante
têm mais significados e utilidade do que simplesmente olharmos para cada uma
das rubricas sem fazer referência à outras. Isto porque os activos circulantes são
frequentemente considerados como sendo a maior reserva de fundos para fazer
face às obrigações de C/P, especialmente quando as perspectivas futuras da
empresa não se encontram muito favoráveis. Por outro lado, não faria muito
sentido comparar outros activos com as obrigações de c/p e esperara obter uma
relação significativa.
A análise financeira com base nos rácios das demonstrações financeiras, deve ser
entendida como um instrumento prático que bem utilizado tendo em conta as
suas limitações (de que falaremos mais tarde) nos ajudam a resumir uma grande
quantidade de informações financeiras e comparar o desempenho das empresas.
Os rácios raramente fornecem as repostas para os problemas, mas podem ajudar
de modo selectivo, a descobrir a razão de ser dos problemas das empresas. São
uma ferramenta de diagnóstico e não o medicamento curativo.
Rácio: É uma razão entre duas variáveis (qualquer quociente entre rubricas dos
elementos contabilísticos).
É um indicador de grande importância para a gestão e para a análise da situação
económica e financeira das empresas.
Indicadores: São índices apurados com os valores da empresa, com o objectivo
de auxiliar o gestor ou proprietário da empresa a fazer um acompanhamento da
situação económica e financeira num determinado momento.
Por meio do indicador o gestor ou proprietário da empresa, poderá tomar as
decisões gerências necessárias, visando corrigir os desvios que estão
prejudicando a performance dos negócios sob o ponto de vista financeiro.
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Técnicas de análise: Análise estática e dinâmica
Uma empresa ter 10% de rendibilidade dos capitais próprios é bom ou é mau?
A resposta é, depende. Dos vários factores entre eles do sector de actividade, da
economia onde a empresa está inserida, do risco envolvido no negócio, etc. isto
é, necessitamos sempre de ter um termo de referência ou comparação.
Existem dois tipos de comparações que podem ser efectuadas:
1. Análise estática: Com os dados de outras empresas ou médias do sector,
para um determinado momento de tempo.
Cuidados a ter neste tipo de análise:
Diferentes dimensões implicam estruturas diferentes;
A Média do sector pode não significar um desempenho razoável;
Empresas que actuam em vários sectores;
Falta de homogeneidade nos sistemas contabilísticos e de avaliação;
Credibilidade dos dados apresentados pelas empresas.
2. Análise dinâmica: com os dados históricos da empresa ou previsões
ajuizadas sobre a evolução favorável ou desfavorável.
Cuidados a ter neste tipo de análise:
Atende ao factor temporal e procura –se avaliar a evolução da
empresa ao longo de um determinado período. Para de poder
efectuar uma análise de tendência necessitamos de recolher
informações sobre um horizonte mínimo de 3 anos e idealmente de
cinco.
Tipos de rácios: existem muitos e variados tipos de rácios, mas os mais
vulgarmente calculados numa análise económica e financeira são:
Rácios financeiros: envolvem aspectos financeiros, tais como a estrutura
financeira, a capacidade de endividamento, a solvabilidade, etc. (são os
que se relacionam com o equilíbrio das diversas massas patrimoniais).
Rácios de liquidez:
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Liquidez geral (avalia a situação financeira): relaciona os recursos (activo
circulante) que deverão ser gerados no c/p com passivo de c/p, ou seja, os
pagamentos a efectuara nos próximos meses.
LG = Activo circulante / Passivo circulante onde: LG>=1
Liquidez reduzida (ou rácio de tesouraria): calcula um indicador de
liquidez “mais apertado”.
Mede a capacidade da empresa cumprir os seus compromissos de c/p, não com a
totalidade do activo circulante mas só com a parte deste que não diz respeito as
existências. A lógica é a de que as existências não se transformam em meios
líquidos toa rapidamente como os restantes dos activos circulantes.
LR = (Activo circulante – existências) / Passivo circulante onde:
LG>=1
Liquidez imediata: Pretende medir a capacidade de fazer face ao passivo
de C/P, utilizando somente as disponibilidades da empresa.
LI = Disponibilidades / Passivo circulante onde: LG>=1
Cuidados a ter na interpretação dos rácios de qualquer liquidez:
- Natureza das rubricas analisadas: a sua constante mutação e variabilidade,
podem ficar desactualizadas;
- Montante significativo de existências obsoletas, vai reflectir num elevado rácio
de liquidez geral, quando na verdade estas existências não vão gerar caixa, e a
liquidez poderá ser bastante baixa;
- Os créditos incobráveis não provisionados aumentam os rácios de liquidez, sem
na realidade estarem a contribuir em nada para a geração de fundos de curto
prazo;
- Análise da liquidez deverá assentar no estudo dos fluxos de caixa;
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- Valores elevados dos rácios de liquidez em caso que não são necessários só
demonstram uma má gestão de fundo de maneio, mantendo meios disponíveis
que poderiam ser rentabilizados de forma mais eficiente;
O fundo de maneio: É uma margem se segurança na empresa, que lhe permite
fazer face ao pagamento das dívidas de curto prazo.
Para uma boa situação financeira
F.M. = Activa circulante – exigível de c/p
Ou
F.M. = Disponível + realizável a c/p + existências - exigível de c/p
Para uma boa situação financeira, não é suficiente esta igualdade de valores. É
necessário que os capitais circulantes excedam bastante o exigível de c/p.
Isto porque os valores do exigível c/p são facilmente escalonados no tempo, ao
passo que os activos circulantes são de precisão mais difícil no prazo e na
realização.
Exemplo:
1992 1991
Capitais circulantes
Existências 5.398.281 5.451.973
Dívidas de terceiros a curto prazo 19.158.167 17.209.404
24.556.448 22.661.37
7
Dívidas a terceiros a curto prazo 43.584.101 45.123.689
Com base nestes elementos o fundo de maneio é negativo. Exige da empresa
cuidados na gestão financeira.
Neste caso, a empresa necessita de recorrer aos capitais permanentes (capitais
próprios e alheios).
Portanto, a liquidez da empresa será boa se o fundo de maneio for positivo.
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Rácios auxiliares na definição da liquidez: A analisa o comportamento dos
clientes no tocante às suas dívidas para com a empresa e do cumprimento, por
parte desta, das suas responsabilidades para com os fornecedores e outros
credores.
Se os clientes se têm atrasado nos seus pagamentos e/ou a empresa não tem
estado a cumprir os prazos que os fornecedores lhe concedem, alguma coisa
poderá estar mal do ponto de vista da liquidez.
As formas de controlo da variação da liquidez na empresa podem ser objecto de
controlo através dos seguintes rácios:
Prazo médio de recebimentos: Considera o saldo da conta clientes, o
saldo de letras a receber e as vendas anuais.
Prazo médio de recebimentos = [( saldo da conta clientes + saldo médio conta
letras a receber)/vendas anuais] x 12
Exemplo: Empresa X (situação a 31 de Dezembro) valores em usd
Saldo de clientes............................................8.000
Letras a receber em carteira ou à cobrança.....4.000
Letras a receber descontadas não vencidas.....4.000
Vendas anuais.............................................40.500
Hipótese simplificadora: As vendas processam-se linearmente ao longo do ano.
Vendas mensais = 40.500/12= 3.375
Solução:
(8.000+4.000+4.000)/40.500 * 365 = 144 dias
Ou
(8.000+4.000+4.000)/40.500 * 12 = 4.74 meses
Se a empresa concede um prazo de 3 meses, o atraso que se verifica é de 1.74
meses (52 dias), que afectará necessariamente a sua liquidez e que, no caso de
provocar desequilíbrio, terá que ser colmatado pela empresa, ou através da
obtenção de maior rotação noutros elementos do activo (designadamente nos
stocks) ou através dum reforço do fundo de maneio, ou ainda atrasando por sua
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Indica o período das vendas
vez pagamentos aos seus credores (hipótese que poderá vir a criar-lhe
problemas).
Supondo que a empresa vende linearmente ao longo do ano (usd3.375 de vendas
mensais com as seguintes condições:
40% a dinheiro, pré pagamento
50% a 2 meses
10 % a 3 meses
Se os clientes cumprissem escrupulosamente os prazos acordados, o saldo
normal no fim do ano deveria corresponder a usd 4.388.
0.4*3.375*0+0.5*3.375*2+0.10*3375*3 =4.388
Este saldo representa relativamente às vendas a crédito (60% do total), um prazo
médio de recebimentos de 2.17 meses (66 dias)
(4.388/0.60 * 40.500) * 12 =2.17 meses (66 dias)
Prazo médio de pagamentos: quantifica o prazo médio de pagamentos a
fornecedores.
Prazo médio de pagamentos = [( saldo médio da conta fornecedores + saldo
médio de letras a pagar)/compras anuais] x 12
Exemplo:
Empresa y (situação em 31 de Dezembro)
Saldo de fornecedores............................................8.000
Letras a pagar.......................................................4.000
Compras anuais.....................................................36.000
Hipótese simplificadora – linearidade nas compras
Solução:
(8.000+4.000)/ * 12 = 4 meses
Se o mercado fornecedor concede, em regra, 3 meses de prazo, estamos perante
um atraso médio de 1 mês. A falta de liquidez há-de ser, muito provavelmente, a
responsável, por esta anomalia.
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Indica o período das compras
Podemos concluir o seguinte:
Descriçã
o
Prazo médio de recebimentos Prazo médio de pagamentos
Definição
É o rácio que mede a velocidade com que os clientes costumam pagar as suas dívidas
É o rácio que mede a velocidade com que a empresa costuma pagar as suas dívidas aos fornecedores.
Fórmula de
cálculo
Prazo médio de Recebimentos = [(saldo médio de clientes)/
Vds e prestação de serviços)] * 365
Onde:Clientes = contas a receber, letras a
receber, letras descontadas não vencidas e facturas com adiantamentos de factoring 1.
As vendas e prestação de serviços incluem os impostos sobre as vendas.
Prazo médio de Pagamentos = [(saldo médio de
fornecedores) / compras e fornecimentos)] * 365
Onde: As compras e fornecimentos incluem os impostos os impostos sobre as vendas.
Situação
Um rácio alto mostra por vezes ineficiência do departamento de cobrança ou falta do poder negocial da empresa perante os seus clientes, devendo para o efeito ser comparado com a concorrência.
- Quanto mais baixo o seu valor, menor o grau de financiamento por parte dos fornecedores, o que pode revelar falta de poder negocial da empresa perante os seus fornecedores. - Um valor muito elevado pode identificar dificuldades da empresa em satisfazer as suas obrigações.
Rotação das existências: Este rácio indica os efeitos da gestão ao nível
dos armazéns.
Rotação das existências = vendas anuais / existências médias do ano
Onde:
Um rácio elevado tanto é encarado como um indicador de eficiência como pode
rupturas frequentes de stocks.
Em vez de se analisar o rácio em rotação, é frequente a sua análise em dias e em
detalhe por rubricas:
Permanência média das matérias-primas = existências e médias de matérias-primas x 365 das matérias primas em armazém custos das matérias consumidas
Permanência média de produtos em curso = existências e média de produtos em curso x 3651 Factoring: É uma actividade que consiste na tomada de créditos a curto prazo por uma instituição (factor), que os fornecedores de bens ou serviços (aderentes) constituem sobre os seus clientes (devedores).
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custos de produção
Permanência média dos produtos acabados = existências e médias de produtos acabados x 365 em armazém custos dos produtos acabados
Permanência média das mercadorias em = existências e médias de mercadorias x 365 armazém custos das mercadorias vendidas
Medidas drásticas de redução de stocks podem ser a razão de uma queda no
valor destes rácios. Estes rácios devem ser analisados com cautela e com
conhecimento das decisões correntes de gestão no período em análise.
Portanto, a liquidez de uma empresa, evolui de uma forma positiva quando
diminui o prazo médio de recebimentos, e/ou aumenta o prazo médio de
pagamento ou rotação das existências.
Indicadores de rotação de elementos do activo: Quantificam a
velocidade de transformação, em meios líquidos, desses mesmos
elementos. Quanto maior essa velocidade, maior o montante de meios
líquidos libertos em cada período para a liquidação de dívidas ou
implementação da actividade.
O nível de liquidez da empresa aumenta (ou diminui) de harmonia com o
aumento (ou diminuição) da rotação dos elementos do activo.
Quando se fala de rotação de um qualquer elemento do activo, pressupõe-se que
se pretende saber quantas vezes por ano foi reconstituído esse mesmo elemento
(quantas vezes foi recuperado através das vendas, quando a rotação se faz em
função das vendas). Parte-se do princípio de que esse elemento do activo de
mantém sensivelmente estável ao longo do ano.
São os seguintes rácios:
Rácio de rotação do activo = vendas anuais líquidas /activo líquido
Rácio de rotação do stock de matérias-primas = consumo anual de
matérias primas / stock médio de matérias primas
Rácio de rotação dos capitais circulantes = vendas anuais líquidas / capitais
circulantes
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Se dividirmos 12 ou 365 pelos valores obtidos por cada um destes indicadores
obtemos, respectivamente, o número de meses ou dias necessário para efectuar
uma rotação. No tocante ao stock de produtos e de matérias-primas, por
exemplo, informa-nos sobre o número de meses (ou dias) para os quais em regra
se dispõe de produtos para venda, ou para cuja produção existem matérias-
primas.
Estes indicadores também reflectem a eficácia da gestão dos fundos colocados à
disposição da empresa (obter o máximo de rendimento com o mínimo de
investimento, por exemplo maiores vendas com o mesmo investimento médio em
stocks, manutenção do nível de vendas com redução do stock médio de produtos,
etc.). Entram, assim como componentes do estudo da rendibilidade.
Outros rácios: (indicadores de equilíbrio financeiro):
Indicador da imobilização dos capitais permanentes: Mede a taxa de
cobertura, por capitais permanentes, das aplicações em capital fixo.
Imobilização dos capitais permanentes = capitais permanentes / imobilizações
líquidas
Mede a cobertura das aplicações em capital fixo por capitais permanentes. Este
rácio deverá, em princípio, ser superior à unidade, o que refere a existência de fundo
de maneio positivo. Poderá assumir valores inferiores à unidade, denunciando a
existência de fundo de maneio negativo o que leva a reflectir sobre o equilíbrio
financeiro da empresa. A diferença entre os valores apresentados no numerador e
no denominador representa o fundo de maneio.
Autonomia Financeira: Este indicador traduz a capacidade de contrair
empréstimos a médio e longo prazos, suportada pelos capitais próprios. A
capacidade esgota-se quando o rácio é igual à unidade, ou seja quando o
passivo a médio e longo prazo iguala os capitais próprios.
Autonomia Financeira = Capitais Próprios / Capitais Alheios
Solvabilidade: é a capacidade da empresa para solver as suas obrigações
a médio e longo prazo.
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Realça a parcela da actividade financeira pelos proprietários da empresa, pondo
assim em destaque o grau de independência desta perante credores.
Quanto mais elevado o seu valor, maiores possibilidades terão os credores de
reaver os seus empréstimos, e mais predispostos estarão para estudar novos
pedidos de crédito.
Solvabilidade = capitais próprios / passivo
Obs: Algumas referências bibliográficas apontam que este rácio não deve ser inferior a 0.5. caso
contrário a empresa estará numa situação difícil, pois dependerá dos seus credores (credores e
bancos).
Endividamento ou dependência: é uma outra forma de apresentação
deste tipo de rácio.
Endividamento = Passivo/ Activo
Quanto menor for o peso do passivo na estrutura de financiamento da empresa,
mais baixo será o grau de risco relacionado com a mesma e consequentemente
maior a capacidade de endividamento potencial.
Diagnóstico da situação:
O diagnóstico financeiro da empresa resultará do complexo de informações (e
explicações) que for possível obter através de uma criteriosa utilização
simultânea e interligada de mais do que um dos procedimentos referidos (método
de análise: indicadores ou rácios), completando os restantes esclarecendo-os,
designadamente nas conclusões divergentes que por ventura surjam.
É com os dados parcelares e fragmentados obtidos através de cada um dos
métodos utilizados (e complementados, integrados e esclarecidos com o recurso
também a outras informações que à empresa digam respeito) que se constituirá
uma imagem da situação da empresa do ponto de vista financeiro tão
aproximada quanto possível da realidade, e cujo grau de aproximação dependerá
sobretudo da qualidade e da quantidade dos elementos trabalhados, e ainda da
forma criteriosa como forem utilizados os métodos e técnicas de análise.
Após a utilização integrada dos diversos métodos permitirá desenvolver
esquemas de abordagem das questões fundamentais a que uma análise
financeira deve dar resposta (equilíbrio financeiro e rentabilidade).
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Ficha de trabalho :
Capítulo – III Técnicas e Métodos de Análise Financeira
1. O que entende por rácios e indicadores?
2. O que são rácios financeiros?
3. A análise financeira com base nos rácios é um instrumento prático que bem
utilizado tendo em conta as suas limitações (de que falaremos mais tarde) nos
ajudam a resumir uma grande quantidade de informações financeiras e
comparar o desempenho das empresas.
a) Comente sobre os principais rácios financeiros?
4. Com base nos documentos contabilísticos da empresa Husa ltda, exercícios
2004 e 2005, calcule o seguinte:
a) Rácios de liquidez
b) Rácios auxiliares na definição da liquidez
c) Outros rácios
d) Solvabilidade
e) Fundo de maneio
f) Efectue uma a análise dos resultados obtidos.
5. Distinga:
a) Autonomia financeira e solvabilidade.
b) Liquidez e disponibilidade
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