Post on 07-Apr-2016
Gestão EscolarGestão Escolar
Prof Dra Maria Clara SaboyaProf Dra Maria Clara Saboya
Matrizes teóricas da Matrizes teóricas da administração escolar no administração escolar no
BrasilBrasil• ...E surge o
diretor escolar • Cargo nasceu
para organizar o trabalho nos grupos escolares
Antônio Caetano de Campos (1844-1891)
• Dona Maria Guilhermina Loureiro de Andrade, que havia permanecido quatro anos nos Estados Unidos estudando métodos de ensino, Miss Márcia Brown, educadora norte-americana foram as 2 primeiras diretoras da Escola Caetano de Campo.
Sala de aula da Escola Caetano de Campos, colégio freqüentado pelas crianças da elite paulistana.
• Fotografia de sala de aula feminina que ilustra o livro Histórias da nossa terra, de Julia Lopes de Almeida, publicado em 1907.
• 1939 – Antonio Carneiro Leão: “Introdução à Administração Escolar”
• 1950 – José Querino Ribeiro: Ensaio de uma teoria da Administração Escolar”Essas obras tinham como base os princípios clássicos de Taylor e burocráticos de Weber, enfatizando o caráter jurídico e tecnocrático na atividade de direção escolar.
Matrizes teóricas da Matrizes teóricas da administração escolar no Brasiladministração escolar no Brasil
Décadas de 1930 a 1950Décadas de 1930 a 1950
• 1956 – Anísio Teixeira: “Educação para a Democracia: introdução à administração educacional”.Essa obra marca a passagem do modelo racional burocrático (ainda bastante presente) para uma visão “racional pragmática”, em que se valorizam os componentes organizacionais em substituição ao componente tecnologia.
Anísio Teixeira (1900-1971)
• Anísio Teixeira foi um dos principais precursores da Administração Escolar no Brasil como campo de saber e de atuação democrática/descentralizada
• Anísio Teixeira, em sua obra sobre administração escolar, ao negar a funcionalidade administrativa da legislação e, em parte, o referencial tecnocrático da época, aponta precocemente para um enfoque sociológico da educação e da administração educacional.
• 1963 – Manuel Bergstrom Lourenço Filho: “Organização e Administração Escolar”. Essa obra marca o paradigma “funcional eficientista” baseado nos princípios de Fayol. Ainda apresenta traços fortes do modelo racional, burocrático e tecnocrático. No entanto, já há indícios de um enfoque sociológico e comportamental.
Matrizes teóricas da administração Matrizes teóricas da administração escolar no Brasilescolar no BrasilDécada de 1960 Década de 1960
• 1978 – Myrtes Alonso: “O papel do diretor na Administração escolar”.
Essa obra inaugura a abordagem “sistêmico generalista”, com base na Teoria dos Sistemas da TGA, reconhecendo a escola como um sistema aberto.
Matrizes teóricas da Matrizes teóricas da administração escolar no Brasiladministração escolar no Brasil
Década de 1970Década de 1970
• 1986 – Vítor Henrique Paro: “Administração Escolar: introdução Crítica”
• 1987 – Maria de Fátima Costa Félix“Administração Escolar: um
problema educativo ou empresarial?”
Matrizes teóricas da Matrizes teóricas da administração escolar no Brasiladministração escolar no Brasil
Década de 1987Década de 1987
• Essas duas obras marcam a abordagem “histórico crítica” em que se destacam os elementos de referencial marxista.
• Prevalece a visão política que denuncia as divergências de interesses e objetivos internos à organização, desvelando a escola como espaço de lutas e manifestação de conflitos e contradições.
• Em ambos (Félix e Paro), a administração escolar aparece como componente social e não meramente técnico.
Gestão Escolar: O conceito de gestão escolar foi criado para superar um possível enfoque limitado e estático dos termos “direção” ou “administração escolar”. Foi constituído a partir dos movimentos de abertura política do país (década de 1980), que começaram a promover novos conceitos e valores, associados sobretudo à idéia de autonomia escolar, à participação da sociedade e da comunidade, à criação de escolas comunitárias, cooperativas e associativas e ao fomento às associações de pais.
Assim, no âmbito da gestão escolar, o estabelecimento de ensino passou a ser entendido como um sistema aberto, com uma cultura e identidade próprias, capaz de reagir com eficácia às solicitações dos contextos locais em que se inserem.
A gestão escolar aponta questões concretas da escola e de sua administração, baseadas no que se convencionou chamar de “escolas eficazes”. Estas possuem características como orientação para resultados, liderança marcante, consenso e coesão entre funcionários a respeito dos objetivos da escola, ênfase na qualidade do currículo e elevado grau de envolvimento dos pais.
A autonomia administrativa, financeira e pedagógica e o estabelecimento de mecanismos que assegurem a escolha de dirigentes são algumas das estratégias consideradas essenciais para o fortalecimento da gestão escolar. (MENEZES, Ebenezer Takuno de; SANTOS, Thais Helena dos."Gestão escolar" (verbete). Dicionário Interativo da Educação Brasileira - EducaBrasil. São Paulo: Midiamix Editora, 2008)
http://www.educabrasil.com.br/eb/dic/dicionario.asp?id=37
Gestão EscolarExpressão relacionada à atuação que objetiva promover a organização, a mobilização e a articulação de todas as condições materiais e humanas necessárias para garantir o avanço dos processos socioeducacionais dos estabelecimentos de ensino, orientados para a promoção efetiva da aprendizagem pelos alunos.
(MENEZES, Ebenezer Takuno de; SANTOS, Thais Helena dos."Gestão escolar" (verbete). Dicionário Interativo da Educação Brasileira - EducaBrasil. São Paulo: Midiamix Editora, 2008)
Gestão significa dar direção ao processode organização e funcionamento daescola, comprometida com a formaçãodo cidadão. Não qualquer formação, masjustamente aquela que forma indivíduoscríticos e participativos da sociedadeem que vivem e apresenta a orientaçãoem âmbito mais geral de um processo:direção de mudanças a serem efetuadas.direção de mudanças a serem efetuadas.
O conceito de Gestão Escolar – relativamenterecente - é de extrema importância, namedida em que desejamos uma escola queatenda às atuais exigências da vida social:formar cidadãos críticos, oferecendo, ainda, apossibilidade de apreensão de competências ehabilidades necessárias e facilitadoras dainserção social.
As dimensões da gestão As dimensões da gestão escolarescolar
Unicamente para fins didáticos, ou seja, para fim demelhor entendimento, alguns autores como JoséCarlos Libâneo, costumam classificar a Gestão Escolar em 3 áreas, que funcionam de modointegrado ou sistêmico:• • Gestão PedagógicaGestão Pedagógica• • Gestão de Recursos HumanosGestão de Recursos Humanos• • Gestão AdministrativaGestão Administrativa
Na realidade, essas três dimensões estão tão Na realidade, essas três dimensões estão tão interligadas, que não é possível separá-las interligadas, que não é possível separá-las na prática.na prática.
1.1. Gestão PedagógicaGestão PedagógicaÉ o lado mais importante e significativo da gestão escolar.Cuida de gerir a área educativa (transmissão deConhecimentos e valores) da escola e da educaçãoescolar.Estabelece objetivos gerais e específicos para oensino. Define as linhas de atuação, em função dos objetivose do Perfil da comunidade e dos alunos. Propõe metas a serem atingidas.
Elabora os conteúdos curriculares. Acompanhae avalia o rendimento das propostaspedagógicas, dos objetivos e o cumprimentode metas. Avalia o desempenho dos alunos, docorpo docente e da equipe escolar como umtodo.Suas especificidades estão enunciadas noRegimento Escolar e no Projeto Pedagógico(também denominado Proposta Pedagógica) daescola.
Parte do Plano Escolar (ou Plano PolíticoPedagógico de Gestão Escolar) também incluielementos da gestão pedagógica: objetivosgerais e específicos, metas, plano de curso,plano de aula, avaliação e treinamento daequipe escolar.O Diretor é o grande articulador da GestãoPedagógica e o primeiro responsável pelo seusucesso. É auxiliado nessa tarefa peloCoordenador Pedagógico (quando existe).
2. Gestão Administrativa2. Gestão AdministrativaCuida da parte física (o prédio e osequipamentos materiais que a escola possui) eda parte institucional (a legislação escolar,direitos e deveres, atividades de secretaria).Suas especificidades estão enunciadas noPlano Escolar (também denominado PlanoPolítico Pedagógico de Gestão Escolar, ouProjeto Pedagógico) e no Regimento Escolar.
3. Gestão de Recursos Humanos3. Gestão de Recursos Humanos
Não menos importante que a GestãoPedagógica, a gestão de pessoal (alunos,equipe escolar, comunidade) constitui aparte mais sensível de toda a gestão.Vejamos porquê...
Sem dúvida, lidar com pessoas, mantê-lastrabalhando satisfeitas, rendendo omáximo em suas atividades, contornarproblemas e questões de relacionamentohumano fazem da gestão de recursoshumanos o fiel da balança - em termos de fracasso ou sucesso - de toda formulaçãoeducacional a que se pretenda darconsecução na escola.
Direitos, deveres, atribuições - de professores, corpo técnico, pessoaladministrativo, alunos, pais e comunidades -estão previstos no Regimento Escolar.Quando o Regimento Escolar é elaborado demodo equilibrado, não tolhendo demais aautonomia das pessoas envolvidas com otrabalho escolar, nem deixando lacunas evazios sujeitos a interpretações ambíguas, agestão de recursos humanos se torna maissimples e mais justa.
A organização dividida dessa forma - gestões
pedagógica, administrativa e de recursoshumanos - corresponde apenas a umaformulação teórica, explicativa, pois, narealidade escolar, as três não podem serseparadas mas, devem atuar de forma integrada, para garantir a organicidade doprocesso educativo.
• PARA REFLEXÃO E DEBATE:
"Recuperar a ética (ETHOS=CONJUNTO DE PRINCÍPIOS) pedagógica dentro daEscola significa, ao mesmo tempo,
construiro sonho de uma sociedade melhor, quesupere o marco do Individualismo”. Como?
Através de um trabalho coletivo;através da superação das hierarquiasque existem entre diretor, professores, funcionários...“
Série Idéias n. 15. São Paulo: FDE, 1992. Páginas: 69-72
“O diretor ficou como terminal de um sistema de dominação.Ele sofre fortes pressões e tem deimplantar as coisas de qualquer jeito.Não creio, como já disse, que as pessoasisoladas tenham força para transformaras coisas."
"Vejo o homem como um ser de relações(...) e é a partir disso que todo o socialse constrói. Ou seja, é na relação,porque na medida em que começamos anos perceber isolados vamos nossentindo realmente incapazes."
É a intencionalidade do que se querfazer que define a direção da ação e asformas de organizar a execução.É a intencionalidade - que se expressanos objetivos – que irá nortear aquiloque se apresenta como desejado enecessário. Somente a participaçãoefetiva e coletiva do conjunto doseducadores de uma unidade escolargarante que a verdadeira aprendizagemse viabilize e se concretize.
Na verdade, um processo de gestão queconstrua coletivamente um projetopedagógico de trabalho possui, em suaraiz, a potencialidade de transformação.É necessário que a atuação na escolaseja realizada com competência para quea aprendizagem aconteça, para que asconvicções se construam no diálogo e norespeito e as práticas se efetivemcoletivamente no companheirismo e nasolidariedade.
A constituição de um projeto educativocoletivo forma a identidade de cadaescola e é o meio de implantar umagestão inovadora da aprendizagem.Nessa perspectiva, cabe ao diretor daescola assumir a liderança do processo.Sua função é principalmente pedagógicae social, exigindo competência técnica,política e pedagógica. É ele quem devefazer a articulação dos diferentesatores em torno do projeto político-pedagógico da escola.
Portanto, o gestor deve,necessariamente exercer sempre umaliderança, mas uma liderançademocrática, que seja capaz de dividir opoder de decisão sobre os assuntosescolares com todos os protagonistas doprocesso ensino/aprendizagem, criandoe estimulando a participação de todos.
Plano de Gestão Plano de Gestão Escolar –Escolar –O que é?O que é?
O PLANO DE GESTÃO ESCOLAR (Plano Político-pedagógico de Gestão Escolar) é um instrumento
detrabalho dinâmico e flexível que:- operacionaliza as medidas previstas de forma genérica no Regimento;- propõe ações para a execução da PropostaPedagógica da escola em um determinado períodoLetivo (anual, plurianual);- norteia o gerenciamento das ações escolares.
No Plano de Gestão, a escola apresenta sua proposta de trabalho, ressaltando seus principais problemas e
os objetivos a alcançar.
Relaciona as ações específicas que pretende desenvolver, com vistas a solucionar os problemas ou
a fornecer os aspectos positivos que tem a favor.
Explicita, também, como, por quem e quando asações serão realizadas, bem como os critérios paraacompanhamento, controle e avaliação do trabalho
desenvolvido
O Plano de Gestão deve conter, no mínimo:
1. Identificação e caracterização da unidade escolar, de sua clientela, seus recursos físicos, materiais e humanos.
2. Caracterização da comunidade e sua disponibilidade de recursos.
3. Objetivos da escola - gerais e específicos.4. Definição de metas (a curto, médio e longo prazo) a
serem atingidas e ações a serem desencadeadas.5. Planos dos cursos mantidos pela escola.
6. Composição dos diferentes núcleos de trabalhoque compõem a escola: Direção, Coordenação,Docentes, Administração e Serviços de Apoio.7. Planos de trabalho dos diferente núcleos e aorganização técnico-administrativa da escola.8. Projetos curriculares e atividades deenriquecimento cultural.9. Projetos extra-curriculares.10. Critérios de acompanhamento, controle eavaliação do trabalho realizado pelos diferentescomponentes do processo educativo.