Post on 02-Dec-2018
PSICOPATOLOGIA E ESPIRITUALIDADE
Iraneide Castro de Oliveira
Laboratório de Estudos e Pesquisas em Psicopatologia e SubjetividadeIPUB/UFRJ
Psicopatologia e Espiritualidade
“as dimensões religiosas e espirituais da cultura estão entre os mais importantes fatores que estruturam as crenças, os valores, os comportamentos e os padrões de adoecimento humanos, ou seja, a experiência humana.”
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“apesar disso, a psiquiatria em seus sistemas diagnósticos bem como em sua teoria, pesquisa e prática, tende a ignorar ou a considerar patológicas as dimensões religiosas e espirituais da vida.” (Lukoff D; Lu F; Turner R. – Toward a more culturally sensitive DSM-IV.: Psychoreligious and psychospiritual problems. J Nerv Ment Dis.180 (11): 673-82, 1992).
A American Psychiatric Association (APA) reconheceu em 1999 que os psiquiatras necessitam de um conhecimento básico de assuntos religiosos e espirituais e mudou sua conduta de abordagem e tratamento, entendendo a importância do assunto. Seguindo a mesma linha, promoveu-se uma reforma curricular nas residências médicas nos Estados Unidos. Um terço das faculdades de medicina americanas oferecem cursos sobre religião e espiritualidade.
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Psicopatologia e Espiritualidade
“A religião é, seguramente, um objeto de investigação dos mais complexos, posto que, como fenômeno humano, é, a um só tempo, experiencial, psicológico, sociológico, antropológico, histórico, político, teológico e filosófico ... implica abordagens e dimensões várias e de distintas espécies da vida coletiva e individual. Ela é, não se pode negar, fenômeno humano de decisiva centralidade e de complexidade incontornável.” (Dalgalarrondo, P. 2008)
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“A distinção entre os estados religiosos e estados psicóticosvem recebendo uma atenção notável na literatura científica atual.Publicações recentes propõem que esta distinção deve levarem conta a avaliação subjetiva das próprias experiências pelo sujeito, e os resultados de suas ações.Outras, levam em conta o contexto para o processo de avaliação das experiências religiosas.
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Há, no mundo contemporâneo, mais de 2000 religiões “mundiais” diferentes e mais de 10000 seitas locais (Centro Apologético Cristão de
Pesquisa, 2003)
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Para Rudolf Otto (O sagrado, 1917, 1992), o caráter específico do fenômeno religioso seria a contraposição de duas dimensões da vida: a sagrada e a profana. A essência da experiência religiosa seria “numinosa”.
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Religião:“um sistema solidário de crenças e práticas que unem em uma mesma comunidade moral chamada igreja, a todos que aderem a ela” Durkhein (As formas elementares da vida religiosa,1912, 1978),
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Religiosidade – Espiritualidade
O uso desses conceitos vem ganhando espaço na literatura científica em geral e nos estudos em saúde de modo específico. Religiosidade e espiritualidade seriam dimensões mais amplas e mais independentes de denominações e formas institucionalizadas específicas de religião. Para alguns autores, embora constituam campos semânticos sobrepostos,podem ser usados de forma diferenciada. A religiosidade inclui crenças pessoais, tais com um Deus ou poder superior, assim como crenças e práticas institucionais como a freqüência a cultos e o compromisso com um sistema doutrinário de uma igreja ou religião organizada. A espiritualidade tem sidomais utilizada como um constructo com dimensão mais pessoal e existencial, tais como a crença (ou uma relação com) Deus ou um poder superior.
O indivíduo e a religião:
A religião é vista como uma ilusão infantil, um sistema de defesa socialmente construído que permite ao homem lidar com sua condição fundamental de desamparo e com seus intensos sentimentos ambivalentes direcionados à figura paterna. Freud é colocado no campo dos autores que vêem a religião como uma forma de ilusão a ser superada. A religião em Freud é a expressão do modo como os homens lidam com o pai, com a imago paterna, seu desamparo constitutivo e sua profunda ambivalência em relação a essa figura. O pai poderoso, dominante, protetor, onipotente, punitivo, odiado, vítima do ódio dos filhos, redentor.
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Sigmund Freud (1856-1939):
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A noção de religiosidade como elemento natural do psiquismo humano é considerada uma característica fundamental de sua concepção sobre religião. Ela é vista como parte constitutiva e essencial da natureza própria do homem, sendo um aspecto dos mais antigos e universais do psiquismo. A função religiosa é tão poderosa, como o instinto do sexo e da agressão.
Para Jung, é no inconsciente coletivo que a experiência, os sofrimentos e osaprendizados de milhares de gerações estão de alguma forma armazenados,compactados e potencialmente disponíveis no psiquismo de cada indivíduo.É nesse inconsciente coletivo que se encontram os arquétipos, conjuntos decategorias universais, originárias e peculiares da alma humana.
Carl Gustav Jung (1875 – 1961)
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Donald Winnicott – (1896 -1961)
Formulou conceitos como fenômenos, objetos transicionais e espaço potencial que se relacionam a algumas dimensões essenciais da vida tais como o brincar, a criatividade, a cultura em geral e, em particular, a experiência religiosa.
Há uma transição gradual da imersão total do bebê a partir de um primeiromomento de unidade mãe-bebê, passando por estágios de progressiva independência, até o ponto final de aquisição do senso de que há uma realidade exterior, separada do sujeito.
A religião, situada no campo transicional, irá lidar com objetos religiosos que não são nem totalmente objetivos nem puramente subjetivos. Esse campo,vinculado a experiências que provêm da primeira infância, permanece vital para a vida adulta.
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William James (1842 – 1910)
Seu estudo sobre religião não esta focado em consideraçõesteóricas, filosóficas ou conceituais, mas, sobretudo, na experiência concreta. Concentrou-se nos “estados mentais” que a religião incita em pessoas. É a experiência vivida do indivíduo perante a dimensão religiosa e suas variedades que se tornará o tema de seu estudo.Para ele, há uma distinção fundamental entre religião institucional e religião pessoal, ou seja, entre teologia, ritual e organização eclesiástica, e aquela experiência de homens que se envolvem na arte de obter o favor dos deuses. Seu foco será as disposições internas dos homens, sua consciência, sua impotência perante a vida, seu sentimento de incompletude.Define religião como “os sentimentos, os atos e as experiências dos indivíduos na solidão de sua alma, na medida que se relacionam com qualquer coisa que possa considerar-se como divina”
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Para W. James a experiência mística e a insanidade surgemdo mesmo “nível mental” onde “ serafins e serpentes convivemlado a lado”. Haveriam características comuns para ambos osestados tais como “um senso de importância inefável” em eventos como vozes, visões, o controle por poderes externos. Nos primeiros as emoções dominantes são positivas, benevolentes e nos últimosas emoções são negativas e os significados e poderes malévolos.
A estratégia empregada para dar suporte a esta noção foi a de considerar os‘frutos da experiência religiosa”. Os frutos positivos são um indicador de suaorigem divina e servem para separá-las das experiências associadas ao que ele denominou “insanidade”
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Phillipe Pinel (1745-1826):
No seu Traités médico-philosophique sur l’alenations mentale ou La manie em 1801, aponta os excessos religiosos como fatores relevantes na gênese da alienação mental. Segundo ele, para tratar os acometidos da loucura religiosa, é necessário retirar de suas vidas todos os elementos religiosos, os objetos relativos a cultos, toda pintura e todos os livros que lhes lembrem religião.
Esquirol (1838): no seu Maladies Mentales afirma que os monomaníacos religiosos (théomanie, delire sacré) são aqueles delirantes que crêem que têm uma missão celeste, acreditam-seprofetas, estão em comunicação com Deus, com o céu, com os anjos. A monomania religiosa seria uma exacerbação patológica de determinados traços presentes na maior parte das pessoas, que as conduzem a uma peculiar organização patológica que os afasta de uma vida razoável e saudável.
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De Sanctis (1862 - 1935): Sua obra de 1927 La conversione religiosa: studio bio-psicológico apresenta um capítulo onde compara as visões, as vozes e as revelações nos místicos e nos loucos. Para ele, os visionários da história não são alienados. Numa religião por excelência de revelações e visões como o cristianismo, as visões dos religiosos são marcadas por um ”estado de fé”. Fantasia e fé são a substância da maior parte das visões e das audições místicas, o que difere bastante das alucinações dos psicóticos, que são preenchidas por conteúdos religiosos. Crença e fé são estados de consciência normais.
Emil Kraepelin (1856 – 1926): no seu tratado Lehrbuch der Psychiatrie, nos capítulos relativos à demência precoce, à parafrenia e à loucura maníaco-depressiva, há inúmeras descrições de pacientes cujos sintomas principais eram marcados pelos conteúdos religiosos.
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Karl Jaspers (1883 – 1969): no seu livro Algemeine Psychopathologie (Psicopatologia Geral) instruiu a pesquisa psicopatológica no rigor do pensamento filosófico e demarcouo território da psicopatologia como ciência da patologia mental. Para Jaspers, assim como para Kraepelin e Schneider, os diferentes tipos nosológicos apresentam formas diferenciadas de experiência religiosa. Segundo ele, existem conexões entre o religioso e o psicopatológico. Personalidades importantes na história das religiões revelam aspectos de anormalidade psicopatológicas.
Kurt Schneider (1887 – 1967) – publicou um livro inteiramente dedicado as suas pesquisas sobre psicopatologia e religião (Schneider, 1928). Nessa obra ele descreve, detalhadamente, as principais entidades nosológicas divisadas pela psicopatologia européia da época, como os domínios da vida religiosa e da doença mental se entrelaçam.
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A Distinção entre fenômenos religiosos e psicopatológicos
Segundo Andrew Sims (1995), psicopatologista inglês, os delírios religiosos, muito freqüente no séc. XIX, continuam a ser observados na prática clínica atual. Destaca que, embora muitas crenças religiosas possam parecer extremamente bizarras e diferir muito das concepções do senso comum ou dos profissionais de saúde, nem por isso devem ser consideradas patológicas ou delirantes.
Para diferenciar crenças e experiências religiosas incomuns e delírio religioso, ele propõe:
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1.Tanto a experiência subjetiva do indivíduo como seu comportamento observável devem ser mais compatíveis com conhecidos sintomas psiquiátricos de doenças mentais reconhecíveis; isto é, o quadro todo condiz mais com doença mental do que com experiência religiosa.
2. Há outros elementos e sintomas reconhecíveis de transtorno mental também presentes, em outras áreas da vida do sujeito, além do delírio; por exemplo, constatam-se alucinações, humor alterado, alterações do pensamento, etc.
3. O estilo de vida, o comportamento e a direção dos objetivos do indivíduo são , de forma mais consistente, voltados para uma história de transtorno mental do que para experiências culturais pessoalmente enriquecedoras de conteúdo religioso.
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“As experiências espirituais se bem vindas ou não, se psicóticas ou nãona forma, não têm nada haver (diretamente) com a medicina. Seria muito equivocado “tratar” as experiências psicóticas espirituais comdrogas neurolépticas, da mesma forma que tratar dissidentes políticoscomo doentes ...” Jackson e Fulford (1997)
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Diferenciação entre experiências espirituais e sintomas psicopatológicos
Características Experiências espirituais Sintomas psicopatológicos
Conteúdo das vivências Os conteúdos seguem uma O conteúdo é bizarro; reivindica um status doutrina religiosa: são aceitáveis divino ou a posse de poderes especiais. pelo subgrupo cultural.
Características das Os elementos sensoriais são Os elementos sensoriais são percebidos experiências sensoriais mais “intelectuais”; são sentidos como “corpóreos”, dão a sensação de (ilusões, alucinações, como “conteúdos mentais”. serem percepções reais.visões, vozes)
Modalidade sensorial Predominantemente alucinações Predominantemente alucinações auditivas.das vivências e ilusões visuais.
Grau de certeza das As crenças se formam com a As crenças são “incorrigíveis”. Geralmentevivências possibilidade da dúvida. há certeza absoluta.
Insight As vezes insight presente, às Freqüentemente insight ausente. vezes ausente.
Duração da vivência Duração breve. Duração longa.
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cont.
Características Experiências espirituais Sintomas psicopatológicos
Controle volitivo Há, por parte do sujeito, um grau São experiências vivenciadas sem qualquer de controle e direcionamento controle por parte do sujeito. sobre as vivências.
Orientação em relação Vivências são orientadas em Vivências são quase sempre orientadas a outras pessoas direção a outras pessoas. para si.
Significado para a vida Sentido de “auto-realização”, Experiências geralmente desintegrativas, do sujeito experiências que “alargam” a vida, que produzem a deteriorização do funciona- produzem “frutos” espirituais. mento vital do sujeito.
Positividade/negatividade As vivências têm, de modo geral, As vivências têm, de modo geral, sentido sentido “positivo” para a vida do “negativo” para a vida do sujeito. sujeito.
Implicação na “ação” do São experiências nas quais o São experiências nas quais o sujeito se sujeito sujeito se percebe como “agindo”, percebe “sendo agido”, vive passivamente a produzindo a sua vida. experiência.
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cont.
Características Experiências espirituais Sintomas psicopatológicos
Relação com outros São experiências “isoladas”, que Geralmente não são vivências isoladas. AoSintomas psicopatológi- não se articulam com outros lado do delírio ou da alucinação mística, hácos em outras esferas da sintomas de transtornos mentais. outros sintomas psicóticos.vida
Estilo de vida e de Tanto o estilo de vida como a O estilo de vida e a personalidade indicampersonalidade do sujeito personalidade do sujeito revelam alterações e deterioração associadas a religiosidade presente e ante- transtornos mentais. cedendo a vivência.
Comunicação da experi- Sujeito busca relatar sua experiên- Sujeito é, geralmente, reticente em relatar eência com outras pessoas cia para outras pessoas, sobretu- discutir essas experiências. do de seu grupo cultural.
Fonte: Baseado e modificado a partir de Jackson e Fulford (1997) e Sims (1997).
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“Não se pode fazer uma distinção entre a experiência espiritual efenômeno patológico (psicose boa ou ruim) apenas pela forma ouconteúdo da experiência. Torna-se necessário considerar o campodo agente da ação. Bom ou mau está relacionado a forma na qualo fenômeno está enraizado na estrutura de valores e crenças pelas quais as ações do sujeito são definidas.” Jackson e Fulford (1997)
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1. o fenômeno2. o sujeito3. o contexto4. o processo de comunicação5. a família/parentes/amigos6. a autoridade religiosa7. a psiquiatria8. o resultado das ações.
Elementos presentes no processo:
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De modo a diminuir o conflito entre que as partes envolvidas é necessário conduzir um processo aberto de comunicação com o objetivo de se alcançar um grau de ressonância lingüística entre as partes envolvidas. Isso é um pré-requisito essencial para uma intervenção respeitosa e não coercitiva. Rashed M. A. (2010)
“Nos dias 7 a 10 de janeiro de 1980 vivi momentos interessantes e fantásticos, pois vinha a minha mente revelações para mim sobre a minha pessoa e minha vida. Enquanto não escrevia a idéia num bloco de papel, não conseguia acalmar e trabalhar. Era o início das minhas experiências místicas ou mediúnicas, assunto este sobre o qual nada conhecia. Foi também o início do meu autoconhecimento como um “ser cósmico” ou um “Eu Sou”. Foi o meu nascimento do alto (Jo 3,7).”
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Religião como sistema de constituição de sentido e ressignificação do sofrimento
“não é a felicidade que a teodicéia proporciona antes de tudo, mas significado. E é provável que, nas situações de intenso sofrimento, a necessidade de significado é tão forte quanto a necessidade de felicidade, ou talvez maior. Não resta dúvida de que o indivíduo que padece, digamos, de uma moléstia que o atormenta, ou de opressão e exploração nas mãos de seus semelhantes, deseja alívio desses infortúnios. Mas deseja igualmente saber por que lhe sobrevieram esses sofrimentos em primeiro lugar.” (Berger, 1985)
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“apesar da ênfase na discussão que a religião se dirige fundamentalmente para a construção de um significado plausível e para o apaziguamento da dor e do sofrimento, sejam eles relacionados à doença, à morte ou à miséria, mesmo sendo tais dimensões fundamentais, a religião não se restringe a essas dimensões e sim para algo mais. Ela visa mais do que fornecer significado e aplacar a dor. Ela responde a um desejo por transcender a vida cotidiana, a uma avidez por mistério, por acolher e ao mesmo tempo ir ao encontro do absurdo de nossa condição.” Dalgalarrondo, P. 2008
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Principais fontes consultadas:
Dalgalarrondo, P. – Religião, psicopatologia e saúde mental. PortoAlegre: Artmed, 2008
Cavalcanti, M. T. – Fenômeno Religioso e Psiquiatria – aula para o 5º ano da Faculdade de medicina da UFRJ.
Rashed M. A. – Religious Experience and Psychiatry: Analysis of the Conflict and Proposal a Way Forward. Philosophy, Psychiatry, & Psychology, vol.17, 3, September 2010, pp. 185-204.