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FAMÍLIA-ESCOLA: UMA PARCERIA NECESSÁRIA PARA
APRENDIZAGEM
Autor: Elisabete dos Santos Gonçalves Gil1
Orientador: Maurício G. Saliba2
RESUMO
Escola-Família no Processo Pedagógico para uma aprendizagem de qualidade.
Quando se fala de família subtende-se relações de afetividade entre seus membros, um ambiente estruturado é escudado nas convenções morais, sociais, éticas ditados pela sociedade. Em princípio, trata-se disso; sabe-se que os pais, ao constituírem a família idealizam-na nestes paradigmas, no entanto, às vezes desconhecem como agir com os filhos e acabam influenciando no seu desenvolvimento, psicológico a ponto de comprometer o processo de aprendizagem, de modo que não assiste somente à escola o desenvolvimento da criança, outrossim, da família, unindo esforços para que a criança desenvolva a aprendizagem. Assim sendo, o objetivo deste artigo foi de conscientizar os pais da importância do estudo e da participação na vida escolar de seus filhos, para melhorar o relacionamento e destacar a relevância da parceria entre escola e família para o aprimoramento da aprendizagem dos alunos. A metodologia utilizada para a elaboração desse artigo foi o da pesquisa bibligráfico-descritiva para a exposição da teoria, na qual se utilizou de autores que tratam do tema para a exposição de uma concepção geral; e da observação da realidade para a pesquisa empírica, para que, posteriormente, fosse possível expor uma posição subjetiva em relação ao problema e objetivos proposto. Este trabalho se justificou no sentido de criar informações relevantes acerca do tema, bem como aumentar o acervo profissional, servindo como subsídios para a prática cotidiana.
Palavras-chave. Aprendizagem; Escola; Família.
1 INTRODUÇÃO
As relações existentes no cerne da família são de grande relevância
para todos nela inseridos, principalmente, para os filhos. A entidade familiar, de
1 Professora Pós Graduada em Metodologia de Educação pelo Instituto Educacional de Assis - SP
2 Professor Doutor em Educação pela Universidade Estadual Paulista Júlio Mesquita Fiho -
UNESP
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caráter milenar, pressupõe comportamento ético, moral, social sedimentados.
Para os filhos, estes comportamentos são doutrinários, portanto, assiste aos
pais, alicerçá-los e transmiti-los, configurando, dessa maneira, o caráter da
criança.
Os atributos do caráter de um indivíduo, como as relações sociais,
podem ser compreendidos levando em deferência o esboço familiar. Em função
do exposto, fica claro que a família é quem determina todo e qualquer
desenvolvimento, e, asseguradamente, esse processo inicia-se na infância.
A família é que fecunda o conjunto de valores humano e psicológico.
São os valores cultivados pelos pais que serão assimilados durante a infância
das crianças. Quando há o abalo desses valores, eles precisam ser
reorganizados, é nesse momento que a participação familiar torna-se
contundente. Segundo Lerner (1972) os pais devem aprender a ver o problema
de cada criança, levando em deferência sua evolução. Devem entender o que
se passa com os filhos, procurando respostas para certos comportamentos.
De acordo com Knobel (2000) a família é uma instituição natural,
duradoura e mais antiga da sociedade, fator crucial para que o indivíduo se
desenvolva em sua plenitude. As relações existentes no âmago familiar
esboçam, precocemente, as personalidades de seus membros, sedimentando-
os, a partir deste ambiente, social, ética, moral e civicamente. Em função do
exposto, fica fácil compreender que muitas das conjunturas de uma sociedade
podem ser compreendidas levando em deferência a constituição da família e,
consequentemente, o comportamento individual.
Contemporaneamente, com tantas mudanças que vêm ocorrendo na
sociedade, em que os valores sociais tornam-se voláteis e paliativos, fica difícil
saber qual e melhor maneira dos pais educarem os filhos; e a escola, seus
alunos; torna-se complexo estabelecer a disciplina e limites aos alunos,
enquanto que estes vêm de casa totalmente desajustados.
O que se constata é que as famílias estão redistribuindo suas
responsabilidades de educação à escola e a escola cobra dos pais essa
responsabilidade, principalmente, a da transmissão de valores, em que muitas
vezes os pais transferem essa responsabilidade à escola, valores estes que
são relevantes para o desenvolvimento amplo dos alunos desde as series
iniciais.
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Desta maneira, o que se verifica é que a família não está sabendo
como lidar com a disciplina e os limites na educação de seus filhos e dessa
maneira preferem deixar tudo por conta da escola, abstraindo-se de uma
responsabilidade histórica. Algumas vezes alegam ausência na educação dos
filhos por falta de tempo, devido aos seus trabalhos, desta forma, a escola
também encontra bastante dificuldade porque ela está tendo que assumir um
duplo papel, o que lhe cabe, como também o da função familiar, sendo que
cada um deveria assumir a sua responsabilidade para obter um bom resultado.
A LDB 9394/96 (1996) deixa claro em seu artigo 2º que a educação,
dever da família e do Estado, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do
educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o
trabalho, portanto, inequívoco a delimitação de ambas as partes, portanto, uma
complementando a outra no processo de educação da criança.
A criança e o adolescente, de acordo o Estatuto da Criança e do
Adolescente, têm direito à educação, a fim de desenvolver-se como pessoa,
preparando-o para o exercício de cidadania, bem como prepará-lo para o
mercado de trabalho, de forma gratuita e próxima à sua residência. (BRASIL,
2000)
Conforme se observa, o Estado, por meio de sua estrutura e
responsabilidade a que lhe assiste como instituição democrática que defende o
interesse do povo, pelo menos, formalmente, tem seu papel delimitado no
processo de educação das crianças, garantindo a ela as possibilidades
necessárias para que se possa manter incluída, socialmente e
profissionalmente. Contudo, quando tal conjuntura se mostra deficitária, seja no
processo de inclusão ou de indisciplina, na maior parte das vezes é atribuída à
escola a responsabilidade.
O pai e a mãe, tal como a escola, têm responsabilidade para com a
criança, também as têm como chefes de família, no sentido de garantir os
subsídios vitais, físico, materiais, éticos e morais, para a manutenção da
integridade dos filhos. Assim sendo, o enfoque que justifica a razão da
estrutura familiar é o da criação correta, digna e produtiva dos filhos,
preparando-os para a vida adulta correspondendo ao que a sociedade espera
dela. (DELORS, 2000)
O Projeto teve como objetivo proporcionar a melhoria da qualidade do
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ensino, desenvolvendo uma implementação pedagógica que pudesse
estabelecer uma parceria entre Escola e Família dos alunos matriculados no
Colégio Estadual do Campo Mário Zacarelli, para melhorar a participação da
Famíla no processo de aprendizagem dos alunos e nos problemas vivenciados
no ambiente escolar.
Diante dessas colocações introdutórias, a metodologia utilizada para a
elaboração desse projeto foi o da pesquisa bibligráfico-descritiva para a
exposição da teoria, na qual se utilizou de autores que tratam do tema para a
exposição de uma concepção geral; e da observação da realidade para a
pesquisa empírica, para que, posteriormente, fosse possível expor uma
posição subjetiva em relação ao problema e objetivos proposto, através de
reuniões, palestras e atividades fossem atrativas aos pais; como futebol e
exposições.
Este trabalho se justifica no sentido de obter informações relevantes a
respeito do tema, melhorando assim o relacionamento entre família, alunos e
escola, para servir como subsídios para à prática cotidiana.
2. CONCEITO DE FAMÍLIA
A família é uma instituição milenar, duradoura e presente desde o
início das sociedades, fator crucial para que o indivíduo se desenvolva em sua
plenitude. As relações existentes no âmago familiar esboçam, precocemente,
as personalidades de seus membros, sedimentando-os, a partir deste
ambiente, social, ética, moral e civicamente.
Na concepção de Osório (1996, p.14):
[...] a família não é uma expressão passível de conceituação, mas tão somente de descrições; ou seja; é possível descrever as várias estruturas ou modalidades assumidas pela família através dos tempos, mas não defini-la ou encontrar algum elemento comum a todas as formas com que se apresenta este agrupamento humano.
Segundo Knobel (1992) entende-se por família como sendo um
sistema de vínculos afetivos, em que o grupo familiar é visto como um conjunto
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que funciona como uma totalidade, com cada membro com suas
particularidades. A família é um sistema ativo em constante transformação que
se modifica para garantir o contínuo crescimento psicossocial dos membros
que a integram.
De acordo com Kaloustian (1988), a família pode ser considerada
como uma célula de sobrevivência na qual serve como um instrumento de
proteção integral dos filhos, propiciando suportes afetivos e materiais cruciais
para o desenvolvimento e qualidade de vida para aqueles que nela integram.
Complementa Gokhale (1980) que a família ultrapassa o mero sentido
de transmissão cultural e valores, ou seja, vai além do contexto do
reprodutivismo, a família é, igualmente, o centro da vida social. É a educação
eficiente na essência da família que vai possibilitar à criança desenvolver sua
criatividade e aprimorar o seu comportamento produtivo nas fases posteriores
de sua vida.
Bossa (apud. FONSECA, 2009, p. 5) faz a seguinte colocação:
[...] que mais do que responsáveis pela qualidade de vida, os pais são construtores do aparelho psíquico dos seus filhos. Nascendo numa condição de total incompletude, o ser humano depende totalmente dos adultos que estão a sua volta, especialmente de seus pais ou daqueles que fazem função paterna e materna. Embora trazendo uma carga genética que também interfere no seu destino, o fator genético será menos influente, quanto mais influente for a educação.
Em função do exposto, fica fácil compreender que muitas das
conjunturas de uma sociedade podem ser compreendidas levando em
deferência a constituição da família e, consequentemente, o comportamento
individual.
Diante das exposições mencionadas, infere-se que a família é
responsável pela consubstanciação do que virá a ser o comportamento de seus
membros e, consequentemente, do perfil da sociedade em que se vive.
Segundo a exposição de Knobel (1992), as transformações existentes na
família, são para amoldar psicossocialmente seus membros conforme as
transformações de valores que acontece no curso do tempo e espaço.
Portanto, infere-se que, a época, determina os padrões de comportamento
familiar, influenciando diretamente no desenvolvimento psicológico e social de
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seus membros, não obstante essa dinamicidade a relevância da família
permanece no tempo e no espaço, principalmente ao que se refere à
constituição da criança ao longo dos anos.
2 A IMPORTÂNCIA DA INSTITUIÇÃO FAMILIAR PARA A CRIANÇA
Indiscutivelmente, a família, é o fator de maior importância na
formação do indivíduo. A primeira influência que a criança recebe é a da
família. A infância é uma fase de constante transformação, visto que os
contatos são incisivos e constantes. Trata-se de um período em que as críticas
ou comparações são inexistentes, em que elas, as crianças, marchetam os
valores, atitudes, sentimentos e crenças dos pais, ou seja, o comportamento
dos pais é doutrinário, sendo, dessa maneira, o modelo de realidade que elas
percebem e assimilam. (PILETTI, 2004).
Piletti (apud. FONSECA, 2009, p. 11) destaca complementando a
colocação anterior:
Através das influências familiares, vai-se paulatinamente moldando seu comportamento. Os pais o fazem, na maioria das vezes, de modo inconsciente. Diga-se que os resultados esperados, quando se quer influenciar de modo consciente e deliberado, nem sempre acontecem. O que é ensinado inconscientemente tende a permanecer por mais tempo. O autor considera de fundamental importância para o desenvolvimento posterior da criança e para sua aprendizagem escolar, os sentimentos que os pais nutrem por ela durante os anos anteriores à escola. Tais sentimentos contribuem para o desenvolvimento do conceito de si própria (o autoconceito), o conceito do mundo e de seu lugar no mundo. Considera o autoconceito como base de toda aprendizagem, pois se a criança julga-se capaz de aprender, aprenderá muito mais do que se ela nutrir sentimento de incapacidade.
Para Knobel (1992), os primeiros anos de formação de uma criança
têm um forte impacto sobre seu bem-estar físico e mental, influenciando, dessa
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maneira, suas possibilidades de levar uma vida produtiva e fecunda. A
socialização primária que normalmente acontece no âmago da família,
constituiu a fase em que o indivíduo atravessa na infância e mediante a qual se
transforma em membro da sociedade. Nesta fase é que ela se transforma em
indivíduo, adquirindo a linguagem, os esquemas básicos de interpretação da
realidade e os rudimentos do aparato legitimador.
Diante da colocação do parágrafo anterior, infere-se que a estrutura
familiar fundada em base sólida é relevante para a construção do bem-estar
pleno infantil. A infância, por se tratar de uma fase em constante transformação
e assimilação do comportamento daqueles que são ínsitos ao mundo da
criança, abastece seu aparato legitimador. A família, mais do que nunca, é a
responsável por essa dinâmica. Portanto é relevante que os pais sejam
centrados e de convivência salutar para que a criança não assimile hábitos
viciados que propiciem interpretações ambíguas, perturbando-a em seu
processo de desenvolvimento.
3 A FAMÍLIA E A APENDIZAGEM
O processo de aprendizagem da criança é constante, seus primeiros
subsídios são assimilados no cerne familiar, assim, Mussen (2000) define a
aprendizagem como alteração de comportamentos ou do resultado de
experiência vivenciada pelo indivíduo, de modo que, em uma criança, ao estar
em constante desenvolvimento, a aprendizagem acontece continuamente.
Assim, o modelo de comportamento familiar vai intervir substancialmente na
formação da personalidade da criança
Nesse sentido observa Zagury (apud. FONSECA, 2009. p. 35):
Quando a criança nasce ela é hedonista, vive em busca do prazer e da satisfação imediata de seus desejos e necessidades, é egocêntrica, não tendo ainda nenhuma noção de valores, não sabendo o que é certo ou errado. Assiste aos pais terem consciência disso e se encarregarem de mostrar aos filhos, em todas as situações, o seu modo de ser e viver e o que não se pode fazer numa sociedade.
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Coelho (apud. FONSECA, 2009) mencionam que comumente as
pessoas e a própria família restringir a dinâmica da aprendizagem no contexto
da escola, como produto do processo ensino/aprendizagem e da relação
professor/aluno. No entanto, levando as considerações expostas, evidente está
que em um sentido mais estrito e amplo a aprendizagem compreende as ações
que são constituídas ao longo da vida do indivíduo, como as aspectos
envolvendo a afetividade, valores culturais, portanto, indo além da
institucionalização da educação, refere-se a aspectos funcionais, produto de
toda estimulação ambiental que é recepcionada pelo indivíduo ao longo de sua
vida.
Portanto a família é a instituição principal no desenvolvimento da
aprendizagem da criança, de modo que a aprendizagem escolar passa a ser o
complemento dessa formação, ao se aliar ao conhecimento adquirido na
essência da família, ao longo dos anos a criança vai constituir-se com
conhecimentos elaborados, contribuindo para o seu ser e estar no mundo.
Assim, evidente está, que a educação familiar é o alicerce para a
educação escolar, pois, segundo Romero (2005), a educação institucionalizada
ou a educação formal nada mais é do que o conhecimento material transmitido
ao aluno: a escola assiste reforçar e manter os conhecimentos advindos do lar,
não cabe à escola, embora seja um ente crucial para o desenvolvimento do
indivíduo, incutir valores à criança, pois elas já vêm com eles a partir da
constituição familiar, assim, educar uma criança na escola é secundar os
valores recebidos de casa, que são os preceitos de socialização da sociedade
como um todo, acrescer a eles o conhecimento material, preparando-as para a
vida social e profissional, tal como preconiza a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação e o Estatuto da Criança e do Adolescente.
4 APRENDIZAGEM ESCOLAR
As escolas são instituições determinantes para a formação dos
indivíduos, bem como para o seu desenvolvimento e para a oferta de qualidade
de vida e aprimoramento das sociedades. Segundo Luckesi (2001), é por
intermédio das escolas que se o conhecimento é assimilado, desenvolvendo
competências necessárias para o cotidiano. É por meio das escolas que os
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indivíduos têm o potencial de reduzir as desigualdades e fortalecer os valores
éticos e morais assimilados no seio familiar.
Luckesi (2001, p. 30) complementa colocando que:
A educação é um típico “que-fazer” humano, ou seja, um tipo de atividade que se caracteriza fundamentalmente por uma preocupação, por uma finalidade a ser atingida. A educação dentro de uma sociedade não se manifesta como um fim em si mesmo, mas sim como um instrumento de manutenção ou transformação social.
A definição de educação escolar se justifica no sentido de diferenciá-la
da educação como um todo, pois em sua essência, está não é
institucionalizada, tal como, observado anteriormente, a educação familiar. A
aprendizagem escolar é uma educação oferecida pelo Estado objetivando
complementar a educação familiar, é uma educação material, na qual o aluno
absorve os conhecimentos necessários para a sua vida prática, preparando-o
para a vida em sociedade, bem como para a vida profissional, assim, segundo
menciona Libânio (2000) a educação escolar é uma atividade planejada,
conforme o perfil de cada população; dirigida, com fins e objetivos específicos;
e intencional, complementar à educação familiar.
Carneiro (2008, p. 3) observa que:
Educação não é um ponto de chegada, mas um processo. Nesse processo está presente a dinamicidade das ações e relações entre as pessoas e grupos o que faz desse processo um mecanismo que pode produzir transformações sociais, mas que, em geral, reforça e mantém a sociedade estratificada,
Considerando que a educação escolar se caracteriza por ser algo
planejado, seu espaço passa a ser considerado um espaço privilegiado para
que a aprendizagem se efetive, justamente pelo fato de que na escola não
ocorre espaço para situações informais. É uma educação formal, cujo
conhecimento transmitido é essencial para a sobrevivência do indivíduo e para
manter-se incluído socialmente. (CARNEIRO, 2008).
Ainda conforme a concepção de Carneiro (2008), a educação escolar
trata-se de um espaço planejado pelo fato de representar os interesses e
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valores de um aspecto amplo de sociedade, são os preceitos de socialização,
assim, a educação formal visa corresponder aos interesses da sociedade.
Assim sendo, inequívoco está que as disciplinas tratadas em âmbito
escolar são atividades na justificativa das finalidades das escolas, uma vez que
são os elementos determinantes para o aprendizado e para conhecer os
contextos que não seria possível aprender em outro lugar, por tal motivo, é que
se reforça mencionando que a educação escolar é complemento da educação
familiar. (FERNANDES, 2011)
Desta maneira, a educação escolar são substancialmente relevantes e
decisivas para a compreensão de mundo, bem como permitir subsídios para
que o indivíduo possa intervir criticamente e de forma responsável no contexto
social, portanto, a educação escolar é um instrumento de práxis social.
(FERNANDES, 2011).
Diante das menções expostas Cury (2006, p. 669) destaca:
A instituição escolar, enquanto um lugar específico de transmissão de conhecimentos e de valores desempenha funções significativas para a vida social. Ela faz parte da denominada socialização secundária como uma esfera pela qual, junto com outras, a pessoa vai sendo influenciada (e influindo) por meio de grupos etários, da inserção profissional, dos meios de comunicação, dos espaços de lazer, da participação em atividades de caráter sociopolítico-cultural, entre outros.
Como uma instituição socializante, a escola proporciona o acúmulo de
conhecimento material para o aprimoramento das potencialidades
cognoscitivas, bem como a transmissão do conhecimento de normas, valores e
hábitos de comportamento referentes ao contexto social.
5. RELATO DAS ATIVIDADES DE IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO NO
COLÉGIO ESTADUAL DO CAMPO MÁRIO ZACARELLI – MUNICÍPIO DE
ANDIRÁ – PR:
A implementação deste projeto foi realizada no Colégio estadual do
Campo Máirio Zacarelli na cidade de Andirá- PR, no 3º período do Programa
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de Desenvolvimento Educacional (PDE), entre os meses de julho e outubro de
2010, foram aplicadas atividades propostas na Unidade Didática, no sentido de
aproximar a família do processo de educação dos filhos.
Primeiramente foi feita a Capacitação Pedagógica dos professores,
sendo realizada a apresentação e esclarecimentos aos professores e
funcionários sobre o desenvolvimento e implementação do projeto PDE 2010,
com o tema: Família/Escola: Uma parceria necessária para a Aprendizagem.
Durante a apresentação os presentes questionaram sobre o Projeto e o tema
escolhido.
Convocou-se para uma reunião os pais dos alunos da 5ª,6ª, 7ª e 8ª
séries, para apresentar o Projeto e explicar aos pais, sobre a importância da
participação da família na escola, indisciplina e realização das tarefas de casa.
Foi entregue os boletins bimestrais, informando-os sobre o comportamento,
notas e faltas dos alunos. Durante a reunião foi distribuído um questionário aos
pais para conhecer a importância dada pela família com relação à educação e
escola, alguns pais não quiseram responder, uns por vergonha e outros por
dificuldades na escrita, pois são pessoas simples e sem muita instrução. Após
a reunião foi oferecido um jantar aos alunos e pais, onde os mesmos tiveram a
oportunidade de saborear e conhecer a merenda que é servida para seus filhos
durante o período escolar. No mesmo dia foi ofertado a todos os presentes,
roupas usadas onde cada um podia escolher o que servia para sua família e
levar sem custo nenhum.
Os pais foram convidados a comparecer no Colégio para visitar a
exposição de trabalhos e apresentação de brincadeiras folclóricas. O evento foi
realizado na quadra do Colégio. Durante as comemorações foi servido aos
alunos e pais, chás medicinais de hortelã, erva doce, erva cidreira e bolo de
fubá. Comparecem poucos pais, devido ao horário, pois a maioria são
trabalhadores rurais e chegam muito cansados, os que compareceram ficaram
pouco tempo, visitaram a exposição, assistiram algumas apresentações e
foram embora porque tinham afazeres domésticos e acreditam que não tem
importância nenhuma a participação dos mesmos em determinadas atividades
escolares.
O Diretor convocou uma reunião pedagógica e na oportunidade foi
apresentado aos professores e funcionários a implementação do referido
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projeto. Foi apresentado e explicado sobre o conteúdo do mesmo, e entregue
uma cópia do Projeto e uma cópia da Produção Didático Pedagógica para
acervo da biblioteca da escola. Houve questionamentos sobre a
implementação onde na oportunidade, solicitou-se a colaboração de todos para
a realização das ações previstas para a implementação do projeto.
Realizou-se uma Palestra para os pais com o Rafael Lagana, membro
do Conselho Tutelar de Andirá, onde orientou os presentes sobre Direitos e
deveres da Criança e Adolescentes, apresentou fotos, fez perguntas e sorteou
um exemplar do ECA. Novamente a presença dos pais ficou a desejar, pelo
fato de eles trabalham durante o dia todo na roça e se não tiver entrega de
notas, eles acham que não tem importância. Na oportunidade convidamos os
alunos do Ensino Médio noturno para participarem da palestra, a qual foi muito
esclarecedora e proveitosa.
Foi organizado na quadra do Colégio, um jogo de futebol feminino,
com a participação de alunas e mães. Organizou-se os times entre as próprias
alunas. Realizado um treino e no mesmo dia aconteceu o jogo. Teve uma
participação satisfatória. Este colégio tem uma característica impar no jogo de
futebol feminino. Devido à falta de atividades sociais no distrito, a grande
maioria das moradoras gostam de participar do futebol, até as mulheres
evangélicas jogam de saia devido as normas da religião. Elas gostaram tanto
da atividade que não queriam ir embora, sempre acham que o tempo de jogo é
pouco.
Em uma das salas do Colégio, foi realizada uma palestra, com a
fonoaudióloga Josiane Simoni, que falou sobre a importância da família
participar da vida escolar dos filhos, da necessidade de impor limites e regras,
horário de estudos e realização de tarefas. Após a palestra foi feita a entrega
de boletins com notas bimestrais, informando sobre as faltas, notas e
comportamento dos alunos. Na oportunidade foi orientado aos pais para
assinarem a rematrícula de seus filhos para garantirem a vaga para o ano letivo
de 2012. Nesta reunião houve uma participação razoável dos pais, devido à
entrega de notas.
Em comemoração à Semana Cultural, os alunos tiveram oportunidade
de participar de várias atividades culturais, como: Palestras, experiências,
danças e exposição de trabalhos artísticos e tangran. Os pais foram
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convidados a participar das atividades, em especial à palestra com o Pároco,
Padre Marcelo de Souza com o tema Respeito, não compareceu nenhum pai
na reunião, mas na exposição de trabalhos dos alunos houve visitas dos pais,
durante a semana no horário escolar.
6. DISCUSSÃO
Com a ascensão do neoliberalismo e a globalização, a disputa pelo
mercado de trabalho tornou-se acirrada. A família passou a abdicar de algumas
responsabilidades por questões de sobrevivência.
O atual momento econômico e social contemporâneo enseja que os
pais tenham pouco tempo disponível para outras atividades que não sejam
aquelas dedicadas à sobrevivência. Em função disso, em princípio,
involuntariamente, os pais estão deixando de lado a responsabilidade do papel
de educador, delegando, exclusivamente, tal função à escola.
Desta forma, cada vez mais cedo, a responsabilidade da educação
dos filhos foi delegada à escola, assim, valores como moral, ética, disciplina
familiar foram deixados de lado onde a criança passou a assimilar somente a
educação institucional, sendo que os valores mencionados são a base do
processo de educação, pois a educação escolar é que vai complementar estes
primeiros valores que são assimilados no cerne familiar.
Tal condição foi observada na aplicação do projeto de intervenção
mencionado, em que se observou a pequena participação dos pais, na qual
somente participam ativamente quando da entrega dos boletins, de modo que
tal circunstância representa que as famílias transferiram a responsabilidade da
educação para a escola.
Portanto, o papel da família e da escola passou a se confundir, não
havendo uma delimitação de quem assiste primordialmente o papel da
educação dos alunos. É verdade que são duas espécies de educação distinta
onde cada instituição tem sua responsabilidade, contudo, com os fracassos
identificados esta responsabilidade é delegada, principalmente dos pais em
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relação à escola, ou seja, não houve proficiência por parte da escola no
processo de ensino/aprendizagem.
Sendo assim, a família passa a não cumprir sua responsabilidade no
processo de educação, muitas vezes não acatando a dinâmica praticada nas
escolas, pois vão de encontro à sua cultura, gerando um embate ideológico
que vai resultar em ausência de amparo da criança em seu próprio meio.
Destaca que a criança em processo de formação de valores, ainda não tem a
ciência de distinguir o que é certo, mas sim, repetir o que lhe é ensinado, ou
seja, agir do modo mais fácil. Por exemplo, se em sua própria casa tudo é
permitido, sem considerar aspectos éticos e morais, ela vai agir de tal forma.
Na escola, o ambiente é diferente, há regras e normas estabelecidas que
devem ser seguidas, se não forem obedecidas, ela não vai saber diferenciar o
que é certo ou errado, ela vai agir conforme a oportunidade, impedindo-a de
diferenciar certo ou errado; se ela não obedecer estas regras, a conseqüência
vai ser a indisciplina. (GONÇALVEZ, 2009)
Compreende-se então que a criança passa a agir pela oportunidade,
ou seja, se em sua casa ela pode agir sem o cumprimento de regras, ela
sempre vai agir como quer; se não escola não pode agir pela oportunidade ou
como ela quer, o resultado, muitas vezes, vai ser o da indisciplina, por
consequência, formação de estereótipo da criança por parte dos professores e
a contemporização deles em relação ao mau desempenho, levando-o ao
fracasso escolar.
Contemporaneamente, é comum os professores, terem a posição de
que não adianta insistir em uma criança que tem dificuldade em aprender ou
por ser indisciplinada justificando tal conjuntura à família, pois alegam que a
criança passa alguns anos na escola e o resto da vida com a família, então é
melhor deixá-lo agir como ele quer. Diante deste contexto, entende-se que o
dilema sobre o fato de quem é a responsabilidade da educação permanece,
sem uma definição formal. (GONÇALVES, 2009)
Observa-se que a atual conjuntura econômica e social, conforme
mencionado anteriormente, fez com que a família abdicasse de função de
educar, mas não procurou identificar se a escola pode suprir esta função que
ela deixou nos mesmos moldes culturais. Comumente, os pais simplesmente
matriculam seus filhos nas escolas sem questionamentos acerca do método
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utilizado, forma de agir diante de determinadas circunstâncias, valores morais e
éticos veiculados, religião, bem como outras perspectivas que têm ingerência
direta no processo de formação do indivíduo. Preocupadas demais com
qualidade de vida e bem estar social e econômico, muitas famílias preterem o
que é realmente importante para a formação de seus filhos, ou seja, ser
cidadão. A escola e os professores têm por hábito contemporizaram-se diante
de situações em que prevalecem conjunturas que vão de encontro aos seus
valores e que julgam quando estas situações originam-se do cerne familiar.
Conforme se percebe, o grande prejudicado são as crianças e os jovens.
Diante do contexto apresentado, tanto a escola quanto a família de
alguma forma contribuem para que educação dos alunos e dos filhos fique
comprometida, ou seja, a família abdica de sua obrigação atribuindo toda a
responsabilidade de educação para escola e a escola responsabiliza a família
por esta abdicação. Portanto, tanto a escola quanto à família necessitam
reavaliar os valores ao que se refere à educação dos filhos e alunos, pois,
somente desta forma, eles poderão assimilar valores concretos e não dúbios e
oscilantes. Para isso é fundamental a aproximação de família com a escola, a
fim de que a criança perceba a harmonia entre o que país e professores
veiculam como ideais.
Portanto, está evidente o objetivo de uma instituição, a família deve
caminhar em direção do objetivo da outra, a escola, a fim de satisfazer a
necessidade não de ambas às instituições, mas sim da sociedade que é de ter
um cidadão correto e produtivo, contribuindo para a sua evolução.
Levando em deferência o que foi exposto, indiscutivelmente, a família,
é o fator de maior importância na formação do indivíduo. A primeira influência
que a criança recebe é a da família. A infância é uma fase de constante
transformação, visto que os contatos são incisivos e constantes. Trata-se de
um período em que as críticas ou comparações são inexistentes, em que elas,
as crianças, aprendem os valores, atitudes, sentimentos e crenças dos pais, ou
seja, o comportamento dos pais é doutrinário, sendo, dessa maneira, o modelo
de realidade que elas percebem e assimilam, contudo, ao analisar a
circunstância do cenário analisado, compreendeu-se que, para os pais, o seu
papel de educadores já foi cumprindo, restando à escola continuar com o
processo.
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. No entanto, é relevante mencionar que, contemporaneamente, com
as transformações de valores decorrentes de diversos fatores, como, por
exemplo, o desenvolvimento tecnológico, a necessidade de a mulher integrar o
mercado de trabalho, novas formas de comportamentos entre outros,
resultaram em uma nova estrutura do núcleo família, de modo que aquele
paradigma familiar da participação plena da família na estruturação moral e
ética da formação dos filhos foi sendo preterida, cuja responsabilidade para
essa realidade passou a ser atribuída à escola. (PARO, 2004).
Relevante destacar que, não obstante essa realidade, o núcleo familiar
não perdeu a relevância inicial mencionada, uma que todo o delineamento da
personalidade do indivíduo, todo o esboço moral-ético e configurado no âmago
familiar, cabendo à educação aperfeiçoar essa condição ao longo do processo
educacional. (SAVIANI, 2005; SZYMANSKI, 2010)
Considerando essas condições expostas, compreende-se o discurso
do Estatuto da Criança e do Adolescente, em seu artigo 54, parágrafo único na
qual expõe que “[...] é direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo
pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais";
observa que o referido diploma expôs essa condição como direito e não como
obrigação, a fim de que a função da família para o processo educacional fosse
resgatada em seu estágio original, de modo que ela passe a integrar o
cotidiano escolar, suprindo a educação em seu processo de formação do
aluno, contribuindo para o aprimoramento da aprendizagem em sua essência
plena.
De acordo com Bonomi (apud. SILVA, 2008), a educação e o processo
de aprendizagem dos alunos devem estar apoiados na tríade pais, educadores
e alunos; a boa interação desses três agentes é crucial para a efetivação do
processo de inserção dos alunos no cotidiano escolar. No entanto, na realidade
observada no Colégio Estadual Mário Zacarelli, observou-se que essa tríade
não se efetiva em sua plenitude, de modo que, embora compreendendo a
questão de sobrevivência da realidade das famílias envolvidas com a escola,
de alguma outra forma as famílias poderiam ser mais participativas, além do
mero contexto de buscar o boletim.
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Conforme se pôde compreender do que foi exposto neste artigo,
família e escola completam-se no contexto educacional das crianças, cabendo
à família a educação inicial em termos de valores morais e sociais,
complementando com a educação secundária, a cognitiva que vai propiciar à
criança os conhecimentos necessários para inserirem na vida social e
profissional, conhecimentos estes fundamentais para a compreensão de sua
realidade, a fim de que ao longo de seu desenvolvimento educacional possa
formular concepções críticas acerca de sua realidade, elaborando meios de
transformação, ambas as instituições caminhando juntas no processo de
educação.
No entanto, pela observação realizada no Colégio Estadual Mário
Zacarelli, constatou-se que a participação dos pais na educação dos filhos fica
a desejar, tal situação pode ser justificada pela questão de sobrevivência
cotidiana, uma vez que a população da referida instituição é de famílias simples
e carentes. Diante disso, em tese, pode-se compreender que muitos pais se
isentaram do processo de educação, transferindo para a escola todo o
processo educacional dos filhos. Percebeu-se que os pais não se interessam
pela rotina da escola dos filhos, cujo interesse pauta-se somente na entrega do
boletim, momento este que os pais avaliam o desempenho do filho e da própria
escola.
O que se pode inferir dessa realidade é que, ao menos na realidade
analisada, família e escola não estão caminhando juntos na educação das
crianças, na qual a responsabilidade fica somente com a escola, cabendo a ela
desenvolver a criança em sua plenitude para a vida adulta.
8. REFERÊNCIAS
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