Etograma de um grupo de saguis-de-tufos-pretos (Callithrix penicillata) no Campus Umuarama,...

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Etograma de um grupo de saguis-de-tufos-pretos (Callithrix penicillata) no Campus Umuarama,

Universidade Federal de Uberlândia, MG.

Rafael Victor Almeida¹, Carine Firmino Carvalho¹, Maria José da Costa Gondim², Ana Elizabeth Iannini Custódio² ¹ Graduandos em Ciências Biológicas, UFU, Uberlândia, MG. carinefcarvalho@gmail.com² Docentes do INBIO ,UFU, Uberlândia, MG.

A perda de habitat e fragmentação florestal tem levado espécies silvestres a se adaptarem a ambientes urbanos. Porém, os ambientes urbanizados exercem diferentes tipos de pressões sobre os organismos, como a restrição de área física e de recursos alimentares.

Os objetivos deste trabalho foram: a) realizar um levantamento dos comportamentos do grupo de Callithrix penicillata; b) quantificar o tempo alocado pelo grupo em cada categoria comportamental.

O estudo foi realizado no Campus Umuarama da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). O trabalho foi realizado de maio a outubro de 2010. As observações foram feitas nos períodos das 6:00h às 18:00h, tomando o cuidado de alternar os horários de observações, de maneira a cobrir todo o período de atividade do grupo.

Para a elaboração do etograma o método de observação utilizado foi o ad libitum (todas as ocorrências). Para a quantificação dos comportamentos, foi utilizada amostragem instantânea (“varredura”).

Totalizou-se 105 horas de observação. Foram descritas e quantificadas 19 categorias comportamentais (tabela 1, figura 1).

Tabela 1 – Etograma de um grupo de saguis-de-tufos-pretos (Callithrix penicillata) no Campus Umuarama, Uberlândia, MG.

INTRODUÇÃO

OBJETIVOS

MATERIAL E MÉTODOS

RESULTADOS E DISCUSSÃO

1) AlarmeVocalização de alarme.2) Vocalização Todos os tipos de vocalização, exceto alarme. 3) AlocataçãoAnimal focal catando o pelo de outro animal ou sendo catado por outro animal, com a boca ou os membros.

4) AutocataçãoAnimal focal catando seu próprio pelo com a boca ou os com dígitos.5) LocomoçãoAto de deslocar, caminhar, pular, correr ou escalar.6) ParadaAto de não se movimentar e não apresentar os membros relaxados, com a face relaxada e a cauda esticada ou parcialmente curvada.

7) DescansoAto de não se movimentar, apresentar os membros relaxados e/ou o corpo estendido, principalmente os membros posteriores, em um galho de árvore e os olhos podem estar fechados.

8) InvestidaMover rapidamente o corpo em direção a um animal de outra espécie e/ou perseguí-lo agressivamente sem contato.

9) Agressão FísicaAgarrar, morder ou empurrar um animal de outra espécie.10) BrincadeiraPerseguições, esconde-esconde, mordidas e lutas.11) CoçarMovimentos rápidos e repetitivos dos membros posteriores e anteriores na pelagem.12) Transporte de filhotesAto de carregar um ou mais filhotes no dorso.13) ForrageamentoAto de procurar por alimento, mostrando atenção permanente ao ambiente ao redor.14) EscarificaçãoAto de roer e/ou raspar os dentes na casca de uma árvore de goma.15) GomivoriaAto de comer/lamber goma e/ou outros exsudatos vegetais. 16) Predação animal Ato de morder e/ou mastigar alimentos de origem animal.17) Frugivora Ato de morder e/ou mastigar alimentos de origem vegetal.18) Marcação odoríferaAto de esfregar a região genital ou esternal em algum substrato, podendo ser acompanhado da deposição de algumas gotas de urina.

19) Cuidados corporaisComportamentos que demonstram uma higienização corporal.

Figura 1 – Tempo alocado pelo grupo de saguis em cada categoria comportamental

A escarificação teve baixa freqüência porque os animais recebem uma dieta suplementar oferecida por terceiros (banana e outras frutas). A marcação odorífera teve baixa freqüência em decorrência da inexistência de grupos rivais. O comportamento de coçar pode indicar que os animais estão sobre uma maior pressão de ectoparasitas.

Viver no ambiente urbano levou a

alteração de parte do repertório comportamental exibido por esses animais, assim mais informações são necessárias para que possa haver maior compreensão sobre esse processo e preservação do grupo.

CONCLUSÃO

Figura 2 – Membros do grupo de saguis.