Post on 22-Jan-2020
ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOSLúcio Botelho
Sérgio Freitas
ESTUDO EPIDEMIOLÓGICOCONCEITO:
Todo aquele que focaliza a ocorrência de um fenômeno numa população ou amostra representativa. Se baseia na observação dos fatos e suas variações.
FINALIDADE:DESCRITIVA: analisa a distribuição do fenômeno em função do tempo, lugar e das características das pessoas por ele acometidas para identificar possíveis fatores de risco e descobrir sua origem e modo de propagação. Levanta hipóteses.
ANALÍTICA: procura identificar a relação entre o fenômeno e fatores ou condições diversas, aos quais se possa atribuir seu comportamento e distribuição. Testa hipóteses de relação causal entre fatores de exposição e eventos.
ESTUDOS DESCRITIVOS
RELATO DE CASOS
ESTUDO DE SÉRIEDE EVENTOS
ESTUDODE SÉRIE
HISTÓRICA
ESTUDOS DESCRITIVOS SÉRIE HISTÓRICA
Tendências de mortalidade por câncer de bexiga e
próstata.
0
5
10
15
20
25
1955
1960
1965
1970
1975
1980
1985
1990
Ano
Taxas
por
100.0
00
Próstata
Bexiga
ESTUDOS ANALÍTICOS
OBSERVAÇÃO
O pesquisador não intervém no estudo. Apenas observa e compara o efeito em grupos expostos e de controle.
INTERVENÇÃO OUEXPERIMENTAIS
O pesquisador intervém determinando o fator, a intensidade e o grupo de exposição. Geralmente experimenta métodos para controle ou prevenção do fenômeno
NOS ESTUDOS ANALÍTICOS SEMPRE HAVERÁ COMPARAÇÃO DA RELAÇÃO EXPOSIÇÃO E EFEITO ENTRE OS GRUPOS EXPOSTOS E DE CONTROLE
TOTAL
SIM a b (a+b)
NÃO c d(c+d)
TOTAL (a+c) (b+d) (a+b+c+d)
DOENTES SADIOSEXPOSIÇÃO
ESTUDOS EXPERIMENTAIS(ENSAIOS CLÍNICOS)
DEFINIÇÃO DO PROBLEMA COM DELIMITAÇÃO DO EVENTO E DOS FATORES DE EXPOSIÇÃO E DE COMPARAÇÃO
DEFINIÇÃO DA POPULAÇÃO – CRITÉRIOS DE INCLUSÃO
DEFINIÇÃO DO DESFECHO DE SUCESSO TERAPÊUTICO
CÁLCULO DO TAMANHO DA AMOSTRA/ DISTRIBUIÇÃO ALEATÓRIA/ INÍCIO DO EXPERIMENTO
ANÁLISES ESTATÍSTICA DOS RESULTADOS/CONCLUSÕES
DOENÇA
ESTUDOS DE
COORTE
ESTUDOS DE
CASO-CONTROLE
ESTUDO TRANSVERSAL
EXPOSIÇÃO
ESTUDOS DE OBSERVAÇÃO
•ESTUDOS LONGITUDINAIS
�COORTE
�CASO-CONTROLE
�COORTE HISTÓRICA
•ESTUDOS TRANSVERSAIS OU SECCIONAIS
•ECOLÓGICOS
Seleciona-se a coorte e classifica-se segundo a
exposição ao fator
Observa-se a coorte para constatar o
aparecimento ou não da doença
Selecionam-se os “casos” e os “controles
Procura-se a exposição ao fator
no passado
Identifica uma coorte definida no passado
Verifica-se se houve ou não o aparecimento da
doença
Baseado em registros existentes, classifica-se os indivíduos em coortes, de acordo com a exposição ao fator
RETROSPECTIVO
PROSPECTIVO
PROSPECTIVO HISTÓRICO
PRESENTE FUTUROPASSADO
Expostos
Expostos
Casos
Controles
NãoExpostos
NãoExpostos
Caso-controle
Expostos
Não Expostos
Doentes
Doentes
NãoDoentes
Não Doentes
Coorte
TIPO DE ESTUDO
QUESTÃO CENTRAL
ANÁLISE DOS DADOS
ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO
Quais são os efeitos da intervenção?
Incidência do efeito em expostos X não expostos
COORTE Quais são os efeitos da exposição ao fator de risco?
Incidência do efeito em expostos X não expostos
CASO-CONTROLE
Quais são as causas do agravo à saúde?
Proporção de expostos em casos X controle.
TRANSVERSAL Quais são as freqüências dos eventos?Estão a exposição e a doença associados?
Prevalência do efeito em expostos X não expostos.Proporção de expostos em casos X controle.
MEDIDAS DOS ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS
Tipo de Estudo Medida de
Ocorrência
Medida de
Associação
Transversal Prevalência Razão de
Prevalência
Coorte Incidência Risco Relativo
Caso-Controle - Odds Ratio
Ecológico Freqüências Correlação
MEDIDAS DOS ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS
TOTAL
SIM a b (a+b)
NÃO c d(c+d)
TOTAL (a+c) (b+d) (a+b+c+d)
DOENTES SADIOSEXPOSIÇÃO
RR = Ie/Ine
Ie = a/(a+b)
Ine= c/(c+d)
OR = a*d/c*b RP = Pe/Pne
Pe = a/(a+b)
Pne= c/(c+d)
RISCO RELATIVO
Câncer de Pulmão
Fumo Sim Não Total
Sim 72 (a) 19.965 (b) 20.037
Não 9 (c) 26.315 (d) 26.324
Total 81 46.280 46.361
Incidência entre expostos = 72/20.037 = 0,0036Incidência entre não expostos = 9/26.324 = 0,0003Risco Relativo = 0,0036 / 0,0003 = 12
RISCO ATRIBUÍVEL OU DIFERENÇA DE RISCO
O excesso na ocorrência do desfecho que pode ser atribuído à exposição
Se a incidência de desmame precoce = 20% nas mulheres da classe A e 10% nas mulheres da classe B
O Risco Atribuível, Diferença no Risco ou Excesso no Risco de desmame precoce entre as mulheres da Classe A quando comparadas a Classe B
D.R = IE1 - IE0 = Iclasse A - Iclasse B = 20% - 10%D.R = 10%Mulheres da classe A tem um acréscimo de 10% na incidência do desmame precoce quando comparadas as mulheres da classe B.
Um excesso de 10% na incidência do desfecho atribuído à exposição.
Um excesso de 10% na incidência de desmame precoce pode ser atribuído à classe social mais alta
D.R = Incidência E1 - incidência E0
“Diferenças de Risco” (DR)X
Risco Relativo
A DENSIDADE DE INCIDÊNCIAS ASSOCIADA A DUAS DOENÇAS A E B.
MEDIDA DA DOENÇA DOENÇA A DOENÇA B
Incidência nos expostos 10/100 80/100
Incidência nos não expostos 5/100 40/100
RR 2,0 2,0
Diferença de Incidência E-NE 5 40
Mesmo Risco Relativo ao comparar expostos e não expostos
Diferença de risco: Impacto da exposição no número de casos gerados:
8 vezes mais casos da doença B são gerados pela exposição
comparado a doença A
NO EXEMPLO DAS DOENÇAS A E B
Risco Relativo = importância etiológica da exposição
R.R : 2,0 nas duas doenças A e B.
Risco Atribuível = importância na prevenção = remoção da exposição
R.A: Doença B gera 8x mais casos do que doença A
Conclusão: ponto de vista de saúde pública (remoção da exposição )
A exposição é muito mais importante em B. Remoção em B preveniria a ocorrência de 8 x mais casos do que em A.
•Se os custos da doença e das medidas de prevenção = em A e B
•Se a efetividade esperada pela prevenção é a mesma em A e B
•Melhor aplicação dos recursos seria obtido na luta contra a doença B
“Diferenças de Risco” (DR)
MEDE O EFEITO DA EXPOSIÇÃO EM UMA ESCALA ABSOLUTA
Exercício
Se o risco de diarréia entre as crianças nascidas de mães que não
amamentam no peito é de 38% e entre as que amamentam é 18%
Calcule o Risco Atribuível e
interprete
“Diferenças de Risco” (DR)
MEDE O EFEITO DA EXPOSIÇÃO EM UMA ESCALA ABSOLUTA
QUÃO MAIOR É A FREQUÊNCIA DA DOENÇA NOS NÃO AMAMENTADOSCOMPARADAS AOS AMAMENTADOS?
Se o risco de diarréia entre as crianças nascidas de mães que não
amamentam no peito é 38% e entre as que amamentam é 18%, a
Diferença de Risco ou Risco atribuível é de 20%. Assumindo uma
relação de causalidade, a interpretação é que não amamentar foi
responsável por um excesso de 20% na incidência de diarréia nas
crianças não amamentadas comparada à incidência nas
amamentadas
RISCO ATRIBUÍVEL PROPORCIONAL (RAP) OU FRAÇÃO ETIOLÓGICA NOS EXPOSTOS
•É o risco atribuível expresso em percentual em relação à incidência nos expostos
FRAÇÃO ETIOLÓGICA NOS EXPOSTOSRAP= Diferença de Risco / incidência nos expostos X 100
Fração Etiológica nos Expostos
•Avaliação do impacto obtido pelo incentivo à amamentação.
•Fração da doença que poderia ser prevenida entre os nascidos
se a não amamentação fosse completamente eliminada.
FRAÇÃO ETIOLÓGICADiferença de Risco / incidência nos expostos X 100
FE= 20% / 38% = 53%
“Diferenças de Risco” (DR)
Fração atribuível à não amamentação
•Avaliação do impacto obtido pelo incentivo à amamentação.
•Fração da doença que poderia ser prevenida entre os nascidos
se a não amamentação fosse completamente eliminada.
20% dos 38% = 20/38=0.53= 53% dos casos de
diarréia entre os expostos podem ser atribuídos ao
fato de não amamentar
FRAÇÃO ETIOLÓGICA NOS EXPOSTOS
•Avaliação do impacto obtido pelo incentivo à amamentação.
•Volume da doença que poderia ser prevenida entre os expostos
se a não amamentação fosse completamente eliminada.
“ 53% da incidência de diarréia poderia ser prevenida
entre as crianças não amamentadas, se o ato da
amamentação fosse incentivado entre estas mães”.