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Estudo Setorial Indstria Madeireira de Santa Catarina
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FICHA TCNICA
GOVERNO DO ESTADO DE SANTA CATARINA Lucia Gomes Vieira Dallagnello Secretrio de Estado do Desenvolvimento Econmico
Sustentvel Amir Hamad Diretor de Desenvolvimento Econmico
Mrcia Helena Neves Gerente de Desenvolvimento Econmico
CONSELHO DELIBERATIVO DO Sebrae/SC Alcantaro Corra Presidente do Conselho Deliberativo
Srgio Alexandre Medeiros Vice-Presidente do Conselho Deliberativo
ENTIDADES Federao da Agricultura e Pecuria do Estado de Santa Catarina FAESC
Federao das Associaes de Micro e Pequenas Empresas de Santa Catarina FAMPESC Federao das Associaes Empresariais de Santa Catarina FACISC
Federao das Cmaras de Dirigentes Lojistas de Santa Catarina FCDL Federao das Indstrias do Estado de Santa Catarina FIESC
Federao do Comrcio do Estado de Santa Catarina FECOMRCIO Agncia de Fomento do Estado de Santa Catarina BADESC
Banco do Brasil S.A. BB Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul BRDE
Caixa Econmica Federal CAIXA Fundao Centros de Referncia em Tecnologias Inovadoras CERTI
Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econmico Sustentvel SDS Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas SEBRAE
Servio Nacional de Aprendizagem Industrial SENAI/DRSC Universidade Federal de Santa Catarina UFSC
DIRETORIA EXECUTIVA DO Sebrae/SC
Carlos Guilherme Zigelli Diretor Superintendente Anacleto Angelo Ortigara Diretor Tcnico
Srgio Fernandes Cardoso Diretor Administrativo Financeiro
ORGANIZAO Ricardo Monguilhott de Brito Gerente da Unidade de Atendimento Coletivo UAC
Roberto Tavares de Albuquerque Coordenador do Ncleo da Indstria UAC Claudio Ferreira Analista Tcnico UGE
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CONSULTORIA TCNICA
GAPE ASSESSORIA COMERCIAL LTDA. Marcos Durval Sabota Breda Diretor administrativo
Daniel Marques de Lucena, Msc. Responsvel tcnico Gustavo Gallo Economista Analista tcnico de dados secundrios
Davi Wazlawick Analista tcnico de dados secundrios Elmo Tambosi Filho, Dr. Consultor tcnico de dados secundrios
Mara Denise Brum Analista tcnica de dados primrios Jean Carlos Schroder Analista tcnico de dados primrios Paulo Queiroz Pesquisador de levantamento qualitativo
Joo Luis Pasquali Savi Pesquisador de levantamento qualitativo Alexandre Moura Suporte e gesto de dados
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SUMRIO
INTRODUO ______________________________________________________________ 9 I. APRESENTANDO O ESTUDO SETORIAL _________________________________________ 9 II. PROGRAMA NOVA ECONOMIA@SC ___________________________________________ 9 III. O SETOR ECONMICO DA INDSTRIA MADEIREIRA DE SANTA CATARINA ___________ 10 RESUMO EXECUTIVO _______________________________________________________ 13 I. PANORAMA DO SETOR ____________________________________________________ 13 II. VISO DOS ESPECIALISTAS _________________________________________________ 16 III. VISO DO EMPRESRIO ___________________________________________________ 19 IV. PANORAMA DE NOVOS MERCADOS _________________________________________ 23 V. PROSPECO DE NOVOS MERCADOS ________________________________________ 25 CAPTULO I - PANORAMA DO SETOR __________________________________________ 27 1 CONSIDERAES PRELIMINARES ______________________________________ 33 1.1 APRESENTAO ____________________________________________________ 33 1.2 OBJETIVO DO ESTUDO _______________________________________________ 35 1.3 METODOLOGIA DO ESTUDO __________________________________________ 35 1.3.1 Tipo de pesquisa ____________________________________________________ 35 1.3.2 Critrios de anlise __________________________________________________ 36 1.4 BREVE HISTRICO DA ATIVIDADE ______________________________________ 37 1.5 CONTEXTO ATUAL __________________________________________________ 39 2 DADOS MACROECONMICOS _________________________________________ 41 2.1 PRINCIPAIS INDICADORES ECONMICOS DO BRASIL E DE SANTA CATARINA ____ 41 2.2 PRINCIPAIS DADOS DEMOGRFICOS DO BRASIL E DE SANTA CATARINA ________ 42 3 PANORAMA DA ATIVIDADE MADEIREIRA _______________________________ 44 3.1 PANORAMA MUNDIAL DA ATIVIDADE ___________________________________ 44 3.1.1 Produo e consumo mundial _________________________________________ 46 3.1.2 Principais pases produtores, exportadores e importadores __________________ 46 3.1.3 Outros dados relevantes do setor no mercado internacional _________________ 46 3.2 PANORAMA BRASILEIRO DA ATIVIDADE _________________________________ 47 3.2.1 Importncia da atividade na economia nacional ___________________________ 47 3.2.2 Principais indicadores setoriais ________________________________________ 49 3.2.3 Perfil empresarial do setor ____________________________________________ 51 3.2.4 Mo de obra empregada na atividade ___________________________________ 52 3.2.5 Produo do segmento ______________________________________________ 53 3.2.6 Investimentos realizados e previstos ____________________________________ 54 3.2.7 Principais polos produtores e consumidores nacionais ______________________ 56 3.2.8 Importao e exportao _____________________________________________ 57 3.3 PANORAMA CATARINENSE DA ATIVIDADE _______________________________ 59 3.3.1 Importncia da atividade na economia catarinense ________________________ 59 3.3.2 Principais indicadores setoriais ________________________________________ 59 3.3.3 Participao catarinense no mercado nacional ____________________________ 61 3.3.4 Perfil empresarial do setor ____________________________________________ 62
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3.3.5 Mo de obra empregada na atividade ___________________________________ 62 3.3.6 Investimentos realizados e previstos ____________________________________ 63 3.3.7 Principais polos produtores e consumidores catarinenses ___________________ 65 3.3.8 Importao e exportao _____________________________________________ 65 4 POLOS SETORIAIS DO ESTUDO ________________________________________ 67 4.1 CARACTERSTICAS REGIONAIS DO SETOR DE MADEIRA DE SANTA CATARINA ____ 67 4.1.1 Coordenadoria regional Meio Oeste ____________________________________ 68 4.1.2 Coordenadoria regional Oeste _________________________________________ 68 4.1.3 Coordenadoria regional da Serra Catarinense _____________________________ 69 4.2 APRESENTAO DO SETOR DE MADEIRA ________________________________ 70 4.2.1 Polo Setorial das Indstrias Madeireiras da Regio Meio Oeste _______________ 70 4.2.2 Polo Setorial Madeireiro do Oeste Catarinense ____________________________ 71 4.2.3 Polo Setorial das Indstrias de Madeira da Serra Catarinense ________________ 71 4.3 NMERO DE EMPRESAS POR POLO _____________________________________ 72 4.4 EMPREGOS GERADOS POR POLO _______________________________________ 74 4.5 MDIA SALARIAL POR POLO ___________________________________________ 75 4.6 COMPARATIVO DE VAF, SEGUNDO GRUPO DE ATIVIDADE ECONMICA E
COORDENADORIAS REGIONAIS DO SEBRAE ______________________________ 76 4.7 COMPARATIVO DE EXPORTAO POR POLO, SEGUNDO GRUPO DE ATIVIDADE
ECONMICA E COORDENADORIAS REGIONAIS DO SEBRAE __________________ 78 4.8 COMPARATIVO DE IMPORTAO POR POLO, SEGUNDO GRUPO DE ATIVIDADE
ECONMICA E COORDENADORIAS REGIONAIS DO SEBRAE __________________ 79 5 TENDNCIAS DA ATIVIDADE __________________________________________ 80 5.1 TENDNCIAS DA ATIVIDADE EM NVEL INTERNACIONAL, NACIONAL E
ESTADUAL _________________________________________________________ 80 5.2 OPORTUNIDADES DE MERCADO _______________________________________ 82 5.3 AMEAAS DE MERCADO _____________________________________________ 83 5.4 OUTROS DADOS RELEVANTES AO SETOR _________________________________ 84 REFERNCIAS _____________________________________________________________ 87 ANEXOS _________________________________________________________________ 90 ANEXO A - LISTA DAS CIDADES DA REGIONAL MEIO OESTE E QUANTIDADE DE
EMPRESAS POR CIDADE ______________________________________________ 90 ANEXO B - LISTA DAS CIDADES DA REGIONAL OESTE E QUANTIDADE DE EMPRESAS POR
CIDADE ___________________________________________________________ 91 ANEXO C - LISTA DAS CIDADES DA REGIONAL DA SERRA CATARINENSE E QUANTIDADE
DE EMPRESAS POR CIDADE ___________________________________________ 93 ANEXO D - LISTA DE POLOS DO ESTUDO NOVA ECONOMIA@SC _____________________ 94 CAPTULO II - VISO DOS ESPECIALISTAS _______________________________________ 97 1 CONSIDERAES PRELIMINARES _____________________________________ 101 1.1 APRESENTAO ___________________________________________________ 101 2 ASPECTOS METODOLGICOS ________________________________________ 101 2.1 TIPO DE PESQUISA _________________________________________________ 101 2.2 CARACTERIZAO DOS SUJEITOS DE PESQUISA __________________________ 102
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2.3 COLETA DOS DADOS ________________________________________________ 103 2.4 LIMITAES DA PESQUISA ___________________________________________ 104 3 ANLISE DOS DADOS _______________________________________________ 104 3.1 CENRIO DO MERCADO DE PRODUTOS DE MADEIRA EM SANTA CATARINA ____ 105 3.1.1 Perspectivas de crescimento _________________________________________ 105 3.2 NECESSIDADES, DIFICULDADES E CONCORRNCIA DO SETOR EM SANTA
CATARINA ________________________________________________________ 107 3.2.1 Dificuldades e ameaas enfrentadas pelo setor __________________________ 107 3.2.2 Situao da concorrncia do setor _____________________________________ 109 3.3 OPORTUNIDADES PARA O SETOR DE PRODUTOS DE MADEIRA DE SANTA
CATARINA ________________________________________________________ 110 3.3.1 Oportunidades de Mercado para o setor de produtos de madeira ___________ 111 3.3.2 Expectativas de mercados consumidores para o setor de produtos de madeira _ 112 3.3.3 Percepo do empresrio sobre o setor de produtos de madeira ____________ 114 3.4 A SITUAO DOS ASPECTOS DA LOGSTICA PARA O SETOR DE PRODUTOS DE
MADEIRA DE SANTA CATARINA _______________________________________ 116 3.4.1 Infraestrutura logstica do setor de madeira _____________________________ 116 4 CONSIDERAES FINAIS ____________________________________________ 118 ANEXOS ________________________________________________________________ 122 ANEXO A - ROTEIRO SEMIESTRUTURADO - FORMADORES DE OPINIO _______________ 122 CAPTULO III - VISO DO EMPRESRIO ________________________________________ 125 1 CONSIDERAES PRELIMINARES _____________________________________ 129 1.1 APRESENTAO ___________________________________________________ 129 1.2 OBJETIVO DO ESTUDO ______________________________________________ 130 2 ASPECTOS METODOLGICOS ________________________________________ 130 2.1 TIPO DE PESQUISA _________________________________________________ 131 2.2 POPULAO E AMOSTRA ____________________________________________ 131 2.3 COLETA DOS DADOS ________________________________________________ 132 2.4 LIMITAES DA PESQUISA ___________________________________________ 132 3 ANLISE DOS DADOS _______________________________________________ 132 3.1 ANLISE DAS CARACTERSTICAS SOCIOECONMICAS DAS EMPRESAS _________ 133 3.1.1 Descrio da atividade econmica _____________________________________ 134 3.1.2 Regio, municpio e polo das empresas _________________________________ 136 3.1.3 Incio das atividades das empresas ____________________________________ 138 3.1.4 Nmero de colaboradores das empresas _______________________________ 140 3.1.5 Classificao de faturamento por porte das empresas _____________________ 142 3.1.6 Gnero dos entrevistados ___________________________________________ 143 3.1.7 Grau de escolaridade dos entrevistados ________________________________ 144 3.2 ANLISE DAS CARACTERSTICAS DE MERCADO DAS EMPRESAS: DEMANDAS
ATENDIDAS _______________________________________________________ 146 3.2.1 Mercados consumidores atendidos ____________________________________ 146 3.2.2 Gnero dos clientes ________________________________________________ 148 3.2.3 Faixa etria dos respondentes ________________________________________ 149
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3.2.4 Classe social dos respondentes _______________________________________ 151 3.2.5 Principais razes de compra dos clientes finais ___________________________ 153 3.2.6 Fatores que influenciam as vendas ____________________________________ 155 3.2.7 Influncia sazonal de consumo _______________________________________ 157 3.2.8 Meses de variao sazonal ___________________________________________ 159 3.2.9 Prospeco de clientes finais _________________________________________ 162 3.2.10 Pesquisas de satisfao com clientes finais ______________________________ 163 3.2.11 Tipos de pesquisa de satisfao com clientes finais _______________________ 164 3.2.12 Grau de satisfao dos clientes finais __________________________________ 165 3.2.13 Frequncia da pesquisa de satisfao __________________________________ 167 3.3 ANLISE DAS CARACTERSTICAS DE MERCADO DAS EMPRESAS: CADEIA DE
PLAYERS E CONJUNTURA DA ATIVIDADE ________________________________ 168 3.3.1 Canais de venda para acesso a clientes _________________________________ 169 3.3.2 Regio de origem dos clientes finais ___________________________________ 171 3.3.3 Regio de origem dos fornecedores ___________________________________ 174 3.3.4 Regio de origem dos concorrentes____________________________________ 177 3.3.5 Nvel de concorrncia do mercado ____________________________________ 180 3.3.6 Percepo sobre o mercado __________________________________________ 181 3.3.7 Estgio atual da empresa: crescimento, estabilidade ou declnio _____________ 182 3.3.8 Taxa anual de crescimento em faturamento ou vendas na empresa __________ 184 3.3.9 Taxa anual de declnio em faturamento ou vendas na empresa ______________ 186 3.3.10 Prticas de crescimento utilizadas na empresa ___________________________ 188 3.3.11 Motivos de estabilidade/declnio em faturamento ou vendas na empresa _____ 190 3.3.12 Tipos de inovao desenvolvidas na empresa ____________________________ 192 3.3.13 Impacto das inovaes na empresa ____________________________________ 194 3.3.14 Problemas ou desafios enfrentados pelo respondente _____________________ 195 3.3.15 Aes de acesso a novos mercados na empresa __________________________ 198 3.3.16 Resultados obtidos nas vendas com aes de acesso a novos mercados _______ 200 3.3.17 Oportunidades de novos mercados para a empresa _______________________ 202 3.3.18 Expectativas estratgicas da empresa __________________________________ 204 3.4 ANLISE DAS CARACTERSTICAS DE LOGSTICA DAS EMPRESAS ______________ 206 3.4.1 Modelos logsticos _________________________________________________ 207 3.4.2 Natureza da compra de mercadorias das empresas _______________________ 209 3.4.3 Dificuldades com fornecedores locais __________________________________ 211 3.4.4 Poder de barganha da empresa em relao a fornecedores _________________ 213 3.4.5 Movimentao da produo na empresa _______________________________ 215 3.4.6 Canais de fornecedores da empresa ___________________________________ 217 3.4.7 Meios de intermediao das compras na empresa ________________________ 218 3.4.8 Quantidade de fornecedores na empresa _______________________________ 220 3.4.9 Quantidade de clientes na empresa ___________________________________ 223 3.4.10 Meios de transporte utilizados na logstica de compra da empresa ___________ 225 3.4.11 Meios de transporte utilizados na logstica de venda e entrega da empresa ____ 227 3.4.12 Gesto de estoque na empresa _______________________________________ 228 3.4.13 Software de logstica _______________________________________________ 230 3.4.14 Cadeia logstica da empresa __________________________________________ 232
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3.4.15 Sugestes de melhorias na infraestrutura e logstica da empresa ____________ 234 3.4.16 reas da empresa com necessidade de investimentos _____________________ 236 4 CONSIDERAES FINAIS ____________________________________________ 238 4.1 SNTESE DE RESULTADOS ____________________________________________ 238 4.1.1 Perfil das empresas ________________________________________________ 238 4.1.2 Percepo do Mercado Atual demandas atendidas ______________________ 239 4.1.3 Percepo do Mercado Atual cadeia de players e conjuntura da atividade ____ 240 4.1.4 Anlise das Caractersticas de Logstica das Empresas _____________________ 242 ANEXOS ________________________________________________________________ 244 ANEXO A - INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS ________________________________ 244 CAPTULO IV - PANORAMA DE NOVOS MERCADOS ______________________________ 253 1 INFORMAES PRELIMINARES _______________________________________ 259 1.1 APRESENTAO ___________________________________________________ 259 1.2 OBJETIVO DO ESTUDO ______________________________________________ 260 1.3 METODOLOGIA DO ESTUDO _________________________________________ 260 1.3.1 Tipo de pesquisa ___________________________________________________ 260 1.3.2 Critrios de anlise _________________________________________________ 261 2 LIMITAES DE PESQUISA ___________________________________________ 262 3 PANORAMA NACIONAL _____________________________________________ 262 4 PANORAMA DAS REGIES DO BRASIL _________________________________ 263 5 PANORAMA DOS ESTADOS __________________________________________ 266 5.1 ESTADO DE MINAS GERAIS ___________________________________________ 266 5.2 ESTADO DE SANTA CATARINA ________________________________________ 269 6 CONSIDERAES FINAIS ____________________________________________ 272 REFERNCIAS ____________________________________________________________ 274 CAPTULO V - PROSPECO DE NOVOS MERCADOS _____________________________ 275 1 CONSIDERAES PRELIMINARES _____________________________________ 277 1.1 APRESENTAO ___________________________________________________ 279 1.2 OBJETIVO DO ESTUDO ______________________________________________ 280 2 ASPECTOS METODOLGICOS ________________________________________ 280 2.1 TIPO DE PESQUISA _________________________________________________ 280 2.2 POPULAO E AMOSTRA ____________________________________________ 281 2.3 COLETA DOS DADOS ________________________________________________ 282 2.4 LIMITAES DA PESQUISA ___________________________________________ 282 3 ANLISE DOS DADOS _______________________________________________ 282 3.1 ANLISE DAS CARACTERSTICAS SOCIOECONMICAS DAS EMPRESAS _________ 283 3.1.1 Regio e municpio das empresas _____________________________________ 284 3.1.2 Descrio da atividade econmica _____________________________________ 286 3.1.3 Incio das atividades das empresas ____________________________________ 287 3.1.4 Nmero de colaboradores das empresas _______________________________ 289 3.1.5 Porte e classificao das empresas ____________________________________ 291
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3.1.6 Gnero dos entrevistados ___________________________________________ 293 3.1.7 Escolaridade dos entrevistados _______________________________________ 294 3.2 ANLISE DAS CARACTERSTICAS DE MERCADO DAS EMPRESAS: DEMANDAS ___ 296 3.2.1 Mercados atendidos ________________________________________________ 297 3.2.2 Canais de vendas __________________________________________________ 299 3.2.3 Origem dos principais clientes ________________________________________ 301 3.2.4 Produtos adquiridos do setor madeireiro _______________________________ 302 3.2.5 Canais de compra para produtos da indstria madeireira __________________ 304 3.2.6 Frequncia de contratao de fornecedores da indstria madeireira _________ 306 3.2.7 Quantidade de fornecedores da indstria madeireira _____________________ 308 3.2.8 Satisfao em relao aos produtos ou servios de fornecedores da cadeia
madeireira _______________________________________________________ 310 3.2.9 Aspectos da cadeia madeireira que necessitam de melhoramentos __________ 312 3.3 ANLISE DAS CARACTERSTICAS DEMANDADAS PELAS EMPRESAS DA
AMOSTRA ________________________________________________________ 314 3.3.1 Aprimoramentos em reas/setores nas empresas pesquisadas ______________ 315 3.3.2 Necessidades de aprimoramentos por produtos e servios nas empresas ______ 317 3.3.3 Regio dos fornecedores da cadeia madeireira ___________________________ 320 3.3.4 Investimentos em produtos/matria-prima da cadeia madeireira no ano de
2012 ____________________________________________________________ 322 3.3.5 Contato com fornecedores de Santa Catarina ____________________________ 324 3.3.6 Aquisio de produtos e servios da cadeia madeireira com fornecedores
catarinenses ______________________________________________________ 326 3.3.7 Interesse das empresas em trabalhar com fornecedores catarinenses da
indstria madeireira ________________________________________________ 329 3.3.8 Tipos de fornecedores ______________________________________________ 331 3.4 ANLISE DA DEMANDA POTENCIAL INTERESSADA EM NEGCIOS COM
fornecedores da indstria MADEIREIRA ________________________________ 334 3.4.1 Estrato da demanda potencial por grupo e atividade econmica _____________ 334 3.4.2 Estrato da demanda potencial versus interesse em produtos e servios _______ 337 4 CONSIDERAES FINAIS ____________________________________________ 340 4.1 SNTESE DE RESULTADOS ____________________________________________ 340 4.1.1 Caractersticas Socioeconmicas das empresas __________________________ 340 4.1.2 Caractersticas de mercado das empresas: aspectos das demandas atendidas __ 341 4.1.3 Caractersticas da demanda __________________________________________ 341 ANEXOS ________________________________________________________________ 344 ANEXO A - INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS ________________________________ 344
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Estudo Setorial Indstria Madeireira de Santa Catarina
INTRODUO
I. APRESENTANDO O ESTUDO SETORIAL
Este documento fruto da parceria entre a Secretaria de Desenvolvimento
Econmico Sustentvel de Santa Catarina e o Servio de Apoio s Micro e Pequenas
Empresas de Santa Catarina Sebrae/SC, para a realizao de uma robusta anlise
econmica intitulada Estudo Setorial da Indstria Madeireira de Santa Catarina. O
trabalho faz parte da anlise de doze setores econmicos no contexto Catarinense, os
quais se dividem em quarenta e sete polos industriais, que subsidia informaes para o
Programa NovaEconomia@SC.
II. PROGRAMA NOVA ECONOMIA@SC
O Programa Nova Economia@SC uma parceria do Servio de Apoio s Micro e
Pequenas Empresas de Santa Catarina Sebrae/SC, com o Governo do Estado de Santa
Catarina, por meio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econmico
Sustentvel SDS, que visa aumentar a competitividade da economia e dos polos
industriais catarinenses.
Alm do Projeto Polos Industriais, o programa Nova Economia@SC conta com
outros projetos: Juro Zero, Polos de Economia Verde e Desenvolvimento Territorial.
O Projeto de Fortalecimento de Polos Industriais tem como objetivo promover
a inovao das micro e pequenas empresas, agrupadas em 47 polos setoriais regionais
de setores industriais estratgicos do estado de Santa Catarina, objetivando ganhos de
qualidade e produtividade e a insero dessas empresas em novos mercados.
O Setor da indstria madeireira um dos polos industriais selecionados do
Programa Nova Economia@SC, conforme discriminado na Tabela 1.
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Estudo Setorial Indstria Madeireira de Santa Catarina
Tabela 1 - Lista de setores estudados e quantitativo de polos por setor
Setores estudados Nmero de polos por setor
Alimentos e Bebidas 4
Confeco de Vesturio e Acessrios 11
Calados e Artefatos de Couro 2
Produtos de Madeira 3
Produtos de Borracha e de Plstico 2
Construo Civil 3
Eletrometalmecnico 9
Mveis 6
Tecnologia da Informao e Comunicao 4
Joias e Semi Joias, Bijuterias e tica 1
Nutico 1
Higiene Pessoal, Cosmticos e Perfumaria 1
Total 47 Fonte: Elaborado pela empresa gape Consultoria Ltda.
III. O SETOR ECONMICO DA INDSTRIA MADEIREIRA DE SANTA CATARINA
O referido estudo buscou reunir informaes de mercado sobre o cenrio
econmico recente e atual das empresas catarinenses com atividades na cadeia
produtiva da madeira em trs polos industriais (Indstrias Madeireiras da Regio Meio
Oeste, Madeireiro do Oeste Catarinense, Indstria de Madeira da Serra Catarinense)
definidos neste estado, descritos a seguir, no Captulo 1. O perodo para sua completa
realizao, iniciada em outubro do ano de 2012, teve durao de 18 meses.
A anlise de um setor econmico representa a iniciativa e o esforo em buscar
informaes que representem e expliquem um determinado contexto econmico em
uma regio, zona, distrito, atividade ou campo de ao. Para efeitos do presente
estudo, as atividades do setor em pauta so descritas em mbito regional, estadual e
nacional, envolvendo o esforo de pesquisa de cinco levantamentos complementares,
descritos como captulos ou etapas deste Estudo Setorial e correspondem aos
seguintes ttulos:
I. Panorama do Setor da Indstria Madeireira de Santa Catarina II. Viso dos Especialistas do Setor da Indstria Madeireira de Santa
Catarina
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Estudo Setorial Indstria Madeireira de Santa Catarina
III. Viso do Empresrio do Setor da Indstria Madeireira de Santa Catarina IV. Panorama de Novos Mercados para o Setor da Indstria Madeireira de
Santa Catarina V. Prospeco de Novos Mercados para Produtos da Indstria Madeireira
de Santa Catarina
O primeiro captulo Panorama do Setor da Indstria Madeireira de Santa
Catarina contempla um estudo exploratrio de dados secundrios, extrados de fontes
de informaes oficiais brasileiras, tais como da RAIS, IBGE e AliceWeb. Trata-se da
coleta e organizao de informaes, opinies publicadas de instituies de classe e
outros estudos setoriais para fins comparativo e descritivo do cenrio do setor de
calados em Santa Catarina.
O segundo captulo Viso dos Especialistas do Setor da Indstria Madeireira
de Santa Catarina vai alm, complementando o primeiro com um levantamento
qualitativo com a realizao de entrevistas em profundidade, observando a opinio
dos representantes das entidades de classe e empresrios deste setor no estado de
Santa Catarina. A ideia que a opinio de onze especialistas descreva a atual
conjuntura do setor, apontando os desafios, problemas enfrentados pelo
empresariado, oportunidades e capacidades da cadeia de mercado.
Uma vez que a etapa anterior buscou profundidade de informaes pela
discusso de contedo qualitativo, o Captulo III Viso do Empresrio do Setor da
Indstria Madeireira de Santa Catarina caracteriza o mercado catarinense de
empresas da cadeia produtiva da indstria madeireira em um levantamento
quantitativo descritivo, observando a opinio de 159 gestores de empresas espalhados
pelos trs polos deste estado. Nessa etapa so tratadas informaes de perfil
socioeconmico destas empresas, a percepo do mercado e aspectos logsticos
concernentes a cada natureza produtiva da amostra.
Os Captulos IV - Panorama de Novos Mercados para o Setor da Indstria
Madeireira de Santa Catarina e V - Prospeco de Novos Mercados para Produtos da
Indstria Madeireira de Santa Catarina respectivamente, somam foras para explicar
os mercados potenciais de entrada para empresas catarinenses do setor madeireiro.
Estes possveis novos mercados so apontados pelos entrevistados nos captulos II e III
e observados em um estudo exploratrio de dados secundrios para quantificao de
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Estudo Setorial Indstria Madeireira de Santa Catarina
indicadores econmicos de crescimento (captulo IV), seguido por um levantamento
quantitativo descritivo com empresas destes mercados potenciais (captulo V). Nesta
ltima parte, a pesquisa prioriza a descrio de dois mercados, Santa Catarina e Minas
Gerais, os quais somam 392 entrevistas. Esta ltima etapa limita-se a analisar estes
dois mercados geogrficos, por entender, no decorrer do estudo, como os mais
promissores e viveis para fomento, sem descartar quaisquer outras possibilidades em
mbito nacional.
13
Estudo Setorial Indstria Madeireira de Santa Catarina
RESUMO EXECUTIVO
O Estudo do Setor madeireiro de Santa Catarina busca a compreenso do
contexto econmico do setor por meio de cinco levantamentos complementares.
Apresenta-se a seguir, a sntese das principais concluses acerca dos resultados
encontrados.
I. PANORAMA DO SETOR
A Indstria Madeireira representa uma atividade econmica importante com
diversas inter-relaes com outros setores da economia. Neste tipo de indstria temos
uma sucesso de operaes, iniciando pela extrao, o armazenamento, o tratamento
qumico e modelagem. O resultado final desta indstria enquanto produto pode ser
muito variado, tais como mveis, tbuas para construo civil, celulose para a
fabricao do papel, entre outros derivados da madeira. A indstria madeireira um
setor muito forte em pases como o Canad, Estados Unidos, Alemanha, Brasil e
Indonsia, tendo estes dois ltimosparte de sua produo baseada em florestas
tropicais.
O comrcio internacional de produtos florestais cresce a taxas superiores s de
produo. Em 2011, as exportaes globais de madeira serrada de conferas, segundo
a FAO (Organizao das Naes Unidas para Agricultura e Alimentao), atingiram 95
milhes de m3 (metros cbicos) e um valor monetrio de 13 bilhes de dlares. No
mercado mundial da madeira, o destaque no primeiro semestre de 2012 foi a China
com consumo de 1,4 bilhes de dlares, segundo dados da Random Lengths
(publicao especializada no mercado internacional de produtos de madeira).
No Brasil este setor industrial possui nmeros interessantes, como contabilizar
R$ 16.399.103.000,00 de Receita Lquida de Vendas de atividades industriais em 2010,
representando 0,93% do total brasileiro que foi de R$ 1.771.564.814.000,00. No ano
de 2011 o nmero de empresas no segmento era de 30.106, segundo o Ministrio do
Trabalho e Emprego (MTE), que geravam mais de 202 mil empregos diretos. Neste
particular, ressalte-se que a Regio Sul possui o maior contingente de empresas, 46,3%
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Estudo Setorial Indstria Madeireira de Santa Catarina
do total de empresas. Ainda sobre a mo de obra empregada, pode-se constatar que
82,28% so do sexo masculino, e o salrio mdio pago era de 02 salrios mnimos, para
91,79% dos trabalhadores. Em se tratando de mercado internacional, no ano de 2012,
as exportaes brasileiras somaram mais de 1,8 bilhes de dlares, ao passo que as
importaes mais de 177 bilhes de dlares, tendo um dficit de quase de 175 bilhes
de dlares. Em se tratando de nmeros, este setor em nosso estado possui 4.758
empresas, que geram mais de 38 mil dos empregos diretos no ano de 2011.
Com relao Santa Catarina o setor de produo de madeira de florestas
plantadas para fabricao de papel e celulose, em 2009, respondeu por 11,4% do total
brasileiro. No que tange ao segmento de produo de madeira para outras finalidades,
nosso Estado contribuiu com 19,5% do total brasileiro, naquele ano. As exportaes
catarinenses no referido ano somaram mais de 570 milhes de dlares e as
importaes cresceram 145% entre 2005 e 2009. Santa Catarina ocupa a 4 posio
nacional na exportao de produtos florestais, e detm 11% da floresta nacional das
espcies de pinus e eucalipto. Em 2010 o Valor Bruto da Produo Industrial
catarinense foi de mais de 2,37 bilhes de reais e a Receita Lquida de Venda (RLV) de
2,4 bilhes de reais.
O tema investimentos, para o setor da madeira de Santa Catarina, abordado
pelo programa REFLORESC do Governo do estado, que em parceira com a EPAGRI e
cooperativas de produtores, tem o propsito de reflorestar um milho de hectares,
ampliando renda, gerando empregos e fixando o produtor rural. Sobre valores, a
previso de 1,5 bilho ao longo de 20 anos, alm da postergao do recolhimento do
ICMS por igual perodo.
Neste estudo particularmente, so coletados dados acerca de trs polos
destaques no setor madeireiro: Serra Catarinense, Meio Oeste e Oeste. Desta coleta
alguns indicadores so construdos com o intuito de permitir uma anlise comparativa
entre os mesmos. No indicador de nmero de empresas, os polos que mais tinham
empresas foram a Regio da Serra Catarinense e a Regio Oeste, primeiro e segundo
lugares respectivamente. Com relao ao quantitativo de empregos a segunda posio
alterou, ou seja, ficou com a Regio do Meio Oeste, 35,45% do total dos polos
estudados. No tocante remunerao, o maior salrio mdio pago foi o da regio da
15
Estudo Setorial Indstria Madeireira de Santa Catarina
Serra Catarinense. No ano de 2011, o Estado de Santa Catarina arrecadou um Valor
Adicionado Fiscal (VAF)1 de mais de R$ 116 bilhes, sendo que para o setor Madeireiro
no mesmo ano o VAF foi de mais de R$ 1,0 bilho, o equivalente a 1,02% da
participao neste importante indicador. No comparativo entre Polos, o mais
expressivo VAF total (nos CNAE deste estudo) o da Serra Catarinense, com 50% de
participao no total catarinense. Com relao ao comrcio internacional no Estado,
temos uma exportao do setor de mais de 400 milhes de dlares, e uma importao
de mais de 26 milhes de dlares. Em ambos os indicadores o primeiro e segundo
lugares esto muito prximos, diferena percentual de 1,11%, ficando para o Polo da
Serra Catarinense e o Polo da regio do Meio Oeste, nesta ordem.
Sobre as tendncias deste setor, constata-se que duas bases impulsionam o
mercado produtor: construo civil e consumo de papel. No primeiro encontra-se o
produto das serrarias, a madeira para caixaria. No segundo o resultado da produo da
celulose, utilizada na produo dos mais diversos tipos de papel, incluindo aqueles
destinados produo de embalagens. Em ambas as situaes haver a ampliao do
plantio de novas florestas, motivada pela necessidade de atender s demandas
apontadas. Nesta seara esto as oportunidades de mercado, que h algum tempo vm
demonstrando a necessidade da diversificao e da agregao de valor ao produto
final. Um destes produtos a moldura, que se produzida de pinus, quase que
exclusivamente exportada, neste particular a cidade de Brao do Norte destaca-se.
Em se tratando de Santa Catarina as empresas esto preparadas para
aproveitar estas oportunidades de negcios, que perpassam a produo de madeira
para produo de energia, produo de celulose, madeira para caixaria, MDF, MDP e
produo de mveis. Entraves para o crescimento existem e so os mesmos para o
cenrio econmico nacional, tais como logstica deficitria, acesso a recursos
financeiros e problemas de falta de mo de obra, acrescidos das exigncias complexas
e de difcil atendimento na esfera ambiental.
1 Valor Adicionado Fiscal um indicador econmico-contbil utilizado pelo Estado para calcular o ndice
de participao de uma regio no repasse de receita do Imposto sobre Operaes relativas Circulao de Mercadorias e sobre Prestaes de Servios de Transporte e de Comunicao para um determinado ano civil.
Viso dos Especialistas do Setor da Indstria Madeireira de Santa Catarina
16
Estudo Setorial Indstria Madeireira de Santa Catarina
Nos prximos 20 anos o comrcio de madeira serrada dever crescer 3% ao
ano, por conta das presses sobre as fontes de suprimento, em especial as espcies
tropicais. A celulose poder alcanar uma mdia de 4,1% ao ano, por conta do
aumento da demanda, especialmente da China. Outros produtos de madeira crescero
mais, mveis de madeira e materiais de construo de madeira, com 5,6% e 6,2% ao
ano.
II. VISO DOS ESPECIALISTAS
O setor de Produtos de Madeira apresenta uma particularidade interessante
apontada nas entrevistas em profundidade realizadas com especialistas do setor em
Santa Catarina. Estes apontam que, dada a condio do setor madeireiro e de
produtos de madeira, existe uma interseco econmica natural ao setor da
Construo Civil, gerando uma complementaridade entre ambos. Isto ocorre porque, o
setor madeireiro supre e fornece a madeira amplamente utilizada em construes, e o
setor de construo civil como um todo, especialmente os servios especializados tais
como a colocao de aberturas (portas e janelas), de forros fomenta a venda da
madeira e de seus derivados.
Neste aspecto, a opinio da maioria dos especialistas destaca o crescimento do
setor madeireiro, associado facilitao na obteno de crdito por parte do poder
pblico com o intuito de dar acesso moradia para as camadas mais carentes da
populao, materializado pelo programa Minha Casa Minha Vida. Outro fator
apresentado para a expanso associa-se explorao do mercado externo,
principalmente o europeu e o estadunidense, fruto da restrio da oferta no perodo
ps-crise econmica vivenciada nestes mercados, impulsionando a busca por matrias
produzidas em outros pases, e tambm do Brasil.
Em contrapartida, a estabilidade do mercado fruto em parte da utilizao de
outras matrias-primas na Construo Civil, com destaque alvenaria, e a utilizao de
madeiras importadas pelo setor moveleiro nacional. Em suma o mercado cresce, mas
no igualmente, levando-se em conta a oferta de produtos e servios. Sofrem maior
17
Estudo Setorial Indstria Madeireira de Santa Catarina
intervenincia da concorrncia, aquelas empresas que ofertam produtos que
competem com os importados de baixo custo e/ou alta qualidade e inovao.
No que tange a percalos ou problemas enfrentados, o setor madeireiro
apresenta como maior destaque a escassez de mo de obra para produo. A
legislao vigente, tanto trabalhista (inadequada e antiquada s necessidades do setor)
quanto tributria (eleva o custo de produo) e neste setor especialmente, a legislao
ambiental (excesso de exigncias e dificuldade de obteno), so apontadas como
dificuldades estruturais para o empresariado, visto o descompasso destas em relao
s demandas do setor produtivo local e nacional. A soma destes fatores incorre em
perda de competitividade do produtor catarinense e brasileiro.
A concorrncia neste setor expande proporcionalmente associada ao
crescimento do setor. A concorrncia indireta, ou seja, aquela que desloca o poder de
compra de um produto/servio, par outro completamente diferente, debatida no
estudo, sugerindo que o setor automobilstico exerce esse tipo de concorrncia
especialmente na questo da fcil obteno de crdito para compra, quando
comparado compra de um imvel, cuja dificuldade maior.
A deslealdade no meio empresarial sinnimo de informalidade, conforme
revelam os entrevistados, visto que a reduo dos custos advinda desta impacta
diretamente aos empreendedores que atuam dentro das normas vigentes, via de
regra, quanto menor o custo maior a chance de ofertar baixo preo. Por outro lado a
concorrncia beneficia o setor, pois esta incita a constante busca pela elevao
qualitativa da produo, e a diferenciao do produto final perante aquele oferecido
pelos competidores. A concorrncia transcende as fronteiras nacionais, sendo que o
destaque neste aspecto so competidores provenientes do mercado chins, que tm
adentrado ao mercado brasileiro com produtos mais baratos que os brasileiros e com
bons nveis de qualidade.
Para enfrentar esta concorrncia, convertendo a ameaa em oportunidade com
intuito de expandir o mercado, destaca-se a necessidade da busca perene pela
agregao de valor ao produto oferecido ao consumidor. Conclui-se, pela viso dos
especialistas entrevistados, que a automao do setor e a busca pela certificao
nacional das madeiras locais so pontos chave para a gerao de competitividade. O
18
Estudo Setorial Indstria Madeireira de Santa Catarina
investimento em tecnologia e a aplicao desta em prol da eficincia produtiva so
destacados como oportunidades para a expanso do setor madeireiro no mbito
estadual.
A busca por novos mercados outra necessidade debatida pelos especialistas,
sendo esta dividida entre mercado nacional e mercado externo. O primeiro tem
destaque devido expanso da construo civil no mbito domstico, fator que
impulsiona o setor madeireiro, ao passo que o mercado externo citado como
oportunidade de abertura de novos mercados consumidores para o empresariado
catarinense, sendo que a expanso para a Amrica Latina, Amrica do Norte e Europa
so as opes de maior viabilidade ao empresariado local.
Outro fator pontuado pelo grupo a necessidade de rever os conceitos da
indstria madeireira catarinense com vias de convergir esta com o interesse da
demanda, mesmo que estas transformaes acarretem mudanas no cerne do setor
no mbito estadual, atualmente direcionado fabricao de mveis residenciais,
conforme apontado no estudo. Outrossim, a amostra relata a necessidade de gestores
mais competentes para o alcance de uma gesto mais eficiente nas empresas.
Objetivando a busca de novos mercados consumidores, fundamental
desenvolver um design diferenciado ao produto, integrando conforto e ergonomia ao
produto local como proeminente opo. A ascenso econmica da classe C na ltima
dcada incorre em outro nicho mercadolgico a ser atendido conforme pontuado pela
amostra. Em especfico a este mercado, deve-se aliar produtos com design de
tendncia ao baixo custo de produo, para a criao de produtos atraentes e com
bom custo benefcio.
A percepo dos especialistas acerca da conjuntura atual do setor imprime
incertezas acerca da expanso do mercado, e esta insegurana ocorre devido
associao de fatores supracitados, como a falta de mo de obra e o
descontentamento do empresariado em relao ao do poder pblico acerca das
demandas produtivas da indstria madeireira. Com vias de alcanar notoriedade para
o setor frente ao poder pblico, buscando suas demandas, o esforo dever ser
coletivo (pblico-privado), em detrimento de interesses individuais.
19
Estudo Setorial Indstria Madeireira de Santa Catarina
Embora o cenrio por vezes seja adverso ao empresariado do setor, como se
elucida a partir das entrevistas em profundidade, os especialistas atribuem ao
empresariado catarinense a capacidade de reinventar-se para atender as necessidades
da demanda consumidora, com vias de adentrar de forma objetiva no mercado
brasileiro, bem como dar ao produto local a capacidade de competio com o produto
estrangeiro no mercado externo.
Quanto infraestrutura logstica em suas regies de operao, a percepo
de que existe descaso governamental em relao ao modal rodovirio. Os relatos
indicam precariedade, abandono em relao manuteno e baixo nvel de
investimentos. Em razo deste, observvel o alto custo da produo local, acrescido
pela defasagem da infraestrutura logstica nacional, fator que dificulta o cumprimento
de prazos de entrega fora dos limtrofes estaduais.
Conforme os especialistas, a demanda produtiva do setor est sendo atendida
pela cadeia logstica em relao ao fornecimento de matrias-primas no mbito
regional, bem como o correto funcionamento da logstica para o transporte desta
regionalmente, atuando em conformidade com as expectativas do empresariado.
Indagados acerca de uma infraestrutura ideal, os entrevistados ponderam a
implantao do modal ferrovirio como meio de encurtar distncias entre o produtor e
os centros consumidores, alm de propiciar uma reduo no custo de transporte.
Ademais, segundo a amostra estudada, fato de que o suprimento das necessidades
de transporte dentro do pas infere a reduo dos custos nos diversos elos da cadeia
produtiva do setor, o que permitir a elevao da capacidade competitiva do produto
local, tanto no mercado domstico quanto no internacional.
III. VISO DO EMPRESRIO
A pesquisa de levantamento com os empresrios e gestores do Setor de
Produtos de Madeira em Santa Catarina apresenta a opinio destes acerca do seu
mercado, sua empresa e aspectos logsticos.
verificvel em primeira instncia uma predominncia de empresas do
segmento da produo de madeira serrada ou desdobrada nos trs polos deste
20
Estudo Setorial Indstria Madeireira de Santa Catarina
estudo. Observa-se relativa homogeneidade entre os polos, na atividade de
fabricao/comercializao de artefatos diversos de madeira como segunda principal
atividade para os respondentes de todos os polos econmicos abordados. Cabe
ressaltar a consolidao das empresas neste setor, com mdia de 16 anos de atividade
no mercado. O polo da Regio da Serra Catarinense contm o maior quantitativo de
empresas na faixa de 10 a 19 anos de atividade, embora o Polo da Regio do Meio
Oeste ostente a maior mdia de idade nas suas empresas, acima da mdia do grupo,
20 anos.
O estudo revelou que a mdia corrigida de trabalhadores empregados por
empresa da amostra de 11 pessoas, corroborando o elevado quantitativo de
entrevistados na faixa de 10 a 19 anos, a maior da amostra, realidade que nos polos se
repete. Quanto ao porte das empresas, predominam Microempresas no estudo, sendo
que Empresas de Pequeno Porte apresentam notoriedade na amostragem, mais de 1/3
da amostra. A contraponto, apenas sete dentre os entrevistados tem como
enquadramento Empresas de Mdio Porte. Seus gestores so predominantemente
homens, e o Ensino Superior Completo o nvel de escolaridade predominante.
Segundo as empresas estudadas, o mercado atendido prioritariamente o
corporativo, seguido do atendimento ao consumidor final pessoa fsica. Este cenrio se
repete em dois dos trs polos estudados, onde a exceo est na Regio do Meio
Oeste. O pblico atendido pelos entrevistados caracterizado principalmente por
clientes de ambos os sexos, sendo formado majoritariamente por adultos, seguido
pelo pblico idoso. No que tange a diferenciao do pblico alvo quanto classe social
predominante dos clientes, o estudo aponta principalmente que as Classes B e C so
citadas pelos respondentes como as classes que mais compram seus produtos. Em
todos os polos do estudo, a qualidade do produto, preo e prazo de entrega so as
principais razes de compra dos clientes. Neste setor o principal indutor de compras
a indicao de terceiros.
Pouco menos da metade dos entrevistados aponta que a sazonalidade afeta
este setor diretamente no faturamento e no volume de vendas, a exceo o Polo da
Regio do Meio Oeste, com o menor percentual dentre os polos. Para pouco mais de
dos entrevistados esta influncia negativa, ou seja, incorre na diminuio das vendas
21
Estudo Setorial Indstria Madeireira de Santa Catarina
e/ou faturamento das empresas, enquanto 10,7% dos inquiridos creem na influncia
sazonal de forma positiva, especialmente no ms de janeiro.
Conforme revelado na pesquisa, as empresas deste setor em geral no realizam
busca ativa de clientes, uma vez que a demanda crescente no pas, principalmente
advinda da construo civil quanto da indstria moveleira. Outro fato relevante que
o setor madeireiro no tem o hbito de realizar pesquisas de satisfao. Apesar de no
avaliarem formalmente o nvel de satisfao dos clientes, os respondentes tm
conhecimento, de forma emprica, sobre a satisfao com seus produtos, pois relatam
que os clientes esto muito satisfeitos ou satisfeitos, totalizando 63,5% de respostas,
em ambas as faixas de resposta.
A venda direta ao cliente final o canal de venda preferencial das empresas,
amplamente superior soma do ndice de todos os outros canais de vendas utilizados
pelos entrevistados da amostra, realidade replicada nos trs polos analisados. Quanto
procedncia dos clientes, fatdico que estes esto principalmente dentro dos limites do
municpio de instalao das empresas. Outra constatao, segundo os respondentes, as
vendas ocorrem mais para outros estados do Brasil do que para os estados vizinhos,
destacando-se o Estado de So Paulo. Relevante quantitativo de citaes sobe vendas ao
exterior.
O cenrio se repete quanto ao assunto fontes de fornecimento, uma vez que o
estudo mostra a forte dependncia de fornecedores, prximos das empresas, ou seja,
dentro dos limites municipais. Outras regies distantes da sede das empresas
respondentes tambm so citadas, especial meno Regio do Oeste. J o estado do
Paran desponta como principal fornecedor dentre os estados do Brasil.
Embora no caracterize maioria do grupo, verificvel que a maior parcela de
respondentes da amostra, 43,4% acredita na existncia de muitos concorrentes dentro
do mercado do setor madeireiro. Estes so na sua maioria oriundos de dentro do
prprio municpio onde as empresas respondentes esto instaladas. A concorrncia de
outros estados do pas muito baixa.
Arguidos sobre sua percepo do momento atual do mercado em que atuam,
pouco mais de 3/5 dos entrevistados destacam o crescimento do mercado, enquanto
praticamente todo o restante dos inquiridos aponta a estabilidade do mesmo. Acerca
22
Estudo Setorial Indstria Madeireira de Santa Catarina
do desempenho de suas prprias empresas, a maior parte dos entrevistados pontua o
crescimento como momento atual, frente a1/3 que indica a estabilidade. Para o grupo
que indicou ciclo de crescimento, a taxa mdia de crescimento anual foi de 20% em
relao ao ano anterior.
Sobre prticas de crescimento aplicadas nas empresas da amostra que
pontuaram o crescimento de seus negcios, constatou-se que melhoramentos no
processo interno foi a prtica mais usual, seguida pela aquisio de tecnologia e o uso
das aes de inovao. Todavia, para aqueles que pontuam a estabilidade ou declnio
das atividades do setor, a falta de mo de obra qualificada citada como fator
preponderante para esta situao.
No tocante ao uso da inovao como elemento propulsor do negcio, estudo
revelou que praticamente 3/4 dos entrevistados no faz uso de aes de inovao.
Todavia no grupo restante, aqueles que implantaram estas aes, indicam
primeiramente a introduo de novos processos ou mtodos de trabalho, depois a
introduo de novos produtos em novos mercados. Ademais observvel a
predominncia dos entrevistados que apontam impactos positivos sobre seus negcios
por conta destas aes.
Questionados sobre problemas e/ou desafios que atualmente suas empresas
enfrentam, a amostra destaca em primeiro plano a ausncia de mo de obra
qualificada, perpassando todos os Polos estudados. Mormente, a carga tributria
elevada e a dificuldade na gesto do negcio foram outras dificuldades apontadas.
No que se refere procura por novos mercados, observvel que esta busca
no ato comum aos entrevistados, ou seja, as empresas so procuradas pelos
clientes potenciais. Todavia, para aqueles que as realizaram, atuar em outro estado
apresenta maior expressividade dentro da amostra. Esta estratgia foi particularmente
utilizada pelas empresas do Polo da Regio do Oeste. Sobre resultados alcanados por
conta das diversas aes de acesso a novos mercados, constatou-se que mais
empresas aumentaram seu faturamento em at 10% do que o nmero daquelas que
aumentaram acima de 10%. Nos Polos esta realidade est bem heterognea.
Inquiridos a respeito de oportunidades de novos mercados, a amostra revelou que
mais de 2/5 no observa novas oportunidades. Todavia ampliar vendas no mercado
23
Estudo Setorial Indstria Madeireira de Santa Catarina
catarinense inteno de doze empresas, ao passo que outras dez acreditam na abertura
de novo negcio, na fabricao de mveis na regio onde esto instaladas. Interligada
percepo de novas oportunidades, esto as expectativas estratgicas das empresas.
Observa-se que a principal expectativa estratgica coincidente com a oportunidade de
novo mercado. Crescer acima de 15% ocupa a posio de segunda expectao, seguida da
manuteno de sua carteira atual.
O estudo da cadeia logstica do setor madeireiro inicia-se pelo conhecimento
do modelo logstico adotado nas empresas. Neste prospecto, mais da metade adota o
modelo compra insumo-produz produto acabado-vende ao consumidor final. A
compra de quase 80% da amostra voltada para fabricao do produto acabado. A
relao com fornecedores traz consigo algumas dificuldades, mas segundo a maioria
dos respondentes estas no ocorrem em todos os polos estudados. A movimentao
de suprimentos, em seu sentido mais amplo, bastante mecanizada neste setor.
De acordo com a grande maioria, o canal de compra mais utilizado a compra
direta do fabricante, por conta disto o trato pessoal com o vendedor predomina como
forma de intermediao da compra. A gama de fornecedores que atende aos
segmentos estudados variada e diversa. Por outro lado a carteira de clientes dos
entrevistados contempla em mdia 65 clientes por empresa.
Referindo-se aos possveis gargalos na cadeia logstica, o principal apontamento
foi a ausncia de mo de obra qualificada, embora existam outros problemas indicados
pelos respondentes da pesquisa. Quanto a possveis sugestes para reduzir ou eliminar
estes gargalos, o estudo revela que quase metade percebe a necessidade de melhorar
sua estrutura operacional, aumentando ou investindo em maquinrio e pessoal
empregado, para que depois possam realizar as outras aes indicadas no estudo.
IV. PANORAMA DE NOVOS MERCADOS
A anlise exploratria de mercados potenciais buscou demonstrar o grau de
importncia destes setores no Brasil e nos estados de Santa Catarina e Minas Gerais.
Uma vez que foram indicados nos levantamentos anteriores como as mais promissoras
como novos mercados.
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Estudo Setorial Indstria Madeireira de Santa Catarina
Como destaque de segmentos estudados, foram realizados agrupamentos por
setores do comrcio, com nfase nas atividades varejistas de ferragens, madeira e
materiais de construo e atacadista especializado de materiais de construo no
especificados anteriormente e de materiais de construo em geral.
De acordo com a Relao Anual de Informaes Sociais (RAIS) do Ministrio do
Trabalho e Emprego (MTE), o segmento nacional de comrcio de madeira no ano de
2012 comportava mais de 200 mil empresas e empregava quase 700 mil trabalhadores
em todo o territrio nacional.
Na Regio Sudeste, no ano de 2011, achava-se a maior concentrao dessas
empresas, mais de 100 mil ou o equivalente a 46% do total nacional,
consequentemente, esta regio obteve a melhor Receita Bruta de Revenda de
Mercadorias nacional, mais de 1,2 trilhes de Reais. A regio Sul comportava a terceira
maior concentrao de empresas de comrcio madeireiro do pas, com mais de 41 mil
empresas ou 19% do total nacional, ficando abaixo da Regio Nordeste com 22% do
total nacional. Entretanto, em termos de Receita Bruta de Revenda de Mercadorias
(RBRM) a regio Sul ultrapassa a regio Nordeste, com respectivamente mais de 452
bilhes de reais, contra quase 350 bilhes de reais.
Devido sua generosa extenso e a existncia de reas verdes propcias
atividade madeireira, o estado de Minas Gerais apresenta destacvel desempenho no
comrcio madeireiro nacional. Em relao a Receitas das empresas de comrcio no
estado mineiro, segundo a Pesquisa Anual do Comrcio (PAC) do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatstica (IBGE), no perodo de 2007 a 2011 a receita do setor atacadista
obteve um acrscimo de 60,58%, enquanto a receita do setor varejista variou 82,60%.
Segundo o Ministrio do Trabalho e Emprego (MTE), no ano de 2012 o estado
de Minas Gerais, possua mais de 22 mil empresas de comrcio de madeira, sendo
mais de 21 mil delas pertencentes ao segmento varejista de ferragens, madeira e
materiais de construo, e pouco mais de 900 empresas atacadistas especializadas de
materiais de construo no especificadas anteriormente e de materiais de construo
em geral. Analisando a evoluo desses dois segmentos do comrcio madeireiro
mineiro, no perodo de 2008 a 2012, o nmero de empresas do primeiro segmento
evoluiu a uma mdia de 2,19% ao ano, j o segmento de atacado especializado de
25
Estudo Setorial Indstria Madeireira de Santa Catarina
materiais de construo no especificados anteriormente e de materiais de construo
em geral evoluiu a uma mdia de 1,92% ao ano.
O Estado de Santa Catarina tem na atividade madeireira uma de suas principais
economias. O setor do comrcio geral catarinense, segundo o IBGE, atingiu perto de
100 bilhes de Reais no ano de 2011, e vem evoluindo significativamente nos ltimos
anos. Ainda de acordo com o IBGE, o comrcio por atacado catarinense obteve um
crescimento de 16,71% ao ano na Receita Bruta de Revenda de Mercadoria (RBRM),
enquanto o comrcio varejista obteve 13,97% de crescimento.
O nmero de empresas do comrcio atacadista especializado de materiais de
construo no especificados anteriormente e de materiais de construo em geral no
ano de 2011 registrava 754 empresas. J o comrcio varejista de ferragens, madeira e
materiais de construo tem registrados pouco mais de 8 mil empresas, segundo o
Ministrio do Trabalho e Emprego (MTE). Entretanto, o fato relevante que no
perodo de 2008 a 2012 estes segmentos registraram crescimento no nmero de
empresas, sendo de 16,36% para o atacado especializado de materiais de construo
no especificados anteriormente. O segmento do varejo de ferragens, madeira e
materiais de construo evoluiu 4,91% durante o perodo mencionado.
Considerando o conjunto de informaes deste estudo, possvel inferir que o
setor do comrcio, nos segmentos estudados est aquecido, portanto, despontando
como potenciais demandantes de produtos da indstria madeireira de Santa Catarina.
V. PROSPECO DE NOVOS MERCADOS
O ltimo levantamento deste estudo apresenta as opinies dos empresrios do
Setor de Produtos de Madeira, principalmente nas atividades descritas no captulo IV
(anlise exploratria de mercados potenciais), acerca das suas demandas e aptides
em trabalhar com empresas da cadeia da indstria madeireira provenientes do estado
de Santa Catarina.
Respondendo diretamente questo macro, sobre o interesse das empresas
entrevistadas em comprar com fornecedores catarinenses deste setor, a resposta
positiva para mais de 3/4 da amostra, sobretudo para as empresas do prprio estado
26
Estudo Setorial Indstria Madeireira de Santa Catarina
de Santa Catarina, onde mais de 78% das empresas confirmam o interesse em
trabalhar com fornecedores catarinenses.
A respeito do perfil destas empresas, a maioria j ultrapassou o tempo inicial de
instalao, em fase de maturidade, com uma mdia de 19 anos de atuao no
mercado. A demanda formada na sua maioria por Microempresas, com mdia de 24
colaboradores por empresa.
Sobre o mercado do estado de Minas Gerais, o estudo aponta que a aptido
por produtos de fornecedores catarinenses menor comparativamente s empresas
catarinenses neste levantamento, visto que 65,2% dos entrevistados deste estado
afirmam que Sim, com certeza ou provvel que sim no que tange ao interesse
em trabalhar com fornecedores catarinenses da indstria madeireira. No cluster
catarinense para estas faixas de resposta este ndice chega quase totalidade dos
respondentes.
Outrossim, a demanda potencial cruzada com a atividade econmica
desempenhada pelos entrevistados demonstra que o interesse de compra com
fornecedores da cadeia madeireira de Santa Catarina provm da amostragem do
comrcio varejista de ferragens/madeiras/materiais de construo, fato verificvel
tanto na diviso geogrfica deste estudo quanto na segmentao por atividade
econmica.
Segundo a amostra pesquisada observvel que a demanda potencial de
empresas com interesse em negociar com fornecedores da indstria madeireira de
Santa Catarina tem maior expressividade no segmento do comrcio atacadista de
materiais de construo, o que demonstra a maior concentrao de interessados por
produtos deste setor catarinense. A maior demanda da amostra por portas/janelas,
seguido pela necessidade de fornecedores de produtos de madeira em geral.
O segmento de comrcio varejista de ferragens/madeira e materiais de
construo contm o mais significativo ndice de respondentes do estado de Minas
Gerais, que afirmam possuir interesse em negociar com fornecedores da cadeia
madeireira do estado de Santa Catarina, particularizando inclusive demanda por portas
e janelas, principalmente.
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CAPTULO I - PANORAMA DO SETOR
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Panorama do Setor da Indstria Madeireira de Santa Catarina
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Panorama do Setor da Indstria Madeireira de Santa Catarina
LISTA DE SIGLAS
ABBA Associao Brasileira de Exportadores e Importadores de Alimentos e Bebidas ABRAF Associao Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas AmBev Companhia de Bebidas das Amricas APL Arranjos Produtivos Locais BI Business Intelligence BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social BRIC Brasil, Rssia, ndia e China CAGED Cadastro Geral de Empregados e Desempregados CNAE Classificao Nacional de Atividade Econmica CONCA Comisso Nacional de Classificao FAO Food and Agriculture Organization FGV Fundao Getlio Vargas GFRA Global Forest Resources Assessment IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica ICMS Imposto sobre Operaes relativas Circulao de Mercadorias e sobre
Prestaes de Servios de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicao
IPI Imposto sobre Produtos Industrializados MDIC Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior MPE Micro e Pequena Empresa MTE Ministrio do Trabalho e Emprego MTI Ministrio da Cincia, Tecnologia e Inovao PAC Programa de Acelerao do Crescimento PIA Pesquisa Industrial Anual PIB Produto Interno Bruto Pnad Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios RAIS Relao Anual de Informaes Sociais RLV Receita Lquida de Vendas SDS Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econmico Sustentvel SEBRAE Servio de Apoio s Micro e Pequenas Empresas SIS Sntese de Indicadores Sociais UDESC Universidade do Estado de Santa Catarina UFSC Universidade Federal de Santa Catarina UNISUL Universidade do Sul de Santa Catarina UNOEC Universidade do Oeste de Santa Catarina USD United States Dollar VAF Valor Adicionado Fiscal VBP Valor Bruto de Produo
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Panorama do Setor da Indstria Madeireira de Santa Catarina
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Panorama do Setor da Indstria Madeireira de Santa Catarina
SUMRIO
1 CONSIDERAES PRELIMINARES ______________________________________ 33 1.1 APRESENTAO ____________________________________________________ 33 1.2 OBJETIVO DO ESTUDO _______________________________________________ 35 1.3 METODOLOGIA DO ESTUDO __________________________________________ 35 1.3.1 Tipo de pesquisa ____________________________________________________ 35 1.3.2 Critrios de anlise __________________________________________________ 36 1.4 BREVE HISTRICO DA ATIVIDADE ______________________________________ 37 1.5 CONTEXTO ATUAL __________________________________________________ 39 2 DADOS MACROECONMICOS _________________________________________ 41 2.1 PRINCIPAIS INDICADORES ECONMICOS DO BRASIL E DE SANTA CATARINA ____ 41 2.2 PRINCIPAIS DADOS DEMOGRFICOS DO BRASIL E DE SANTA CATARINA ________ 42 3 PANORAMA DA ATIVIDADE MADEIREIRA _______________________________ 44 3.1 PANORAMA MUNDIAL DA ATIVIDADE ___________________________________ 44 3.1.1 Produo e consumo mundial _________________________________________ 46 3.1.2 Principais pases produtores, exportadores e importadores __________________ 46 3.1.3 Outros dados relevantes do setor no mercado internacional _________________ 46 3.2 PANORAMA BRASILEIRO DA ATIVIDADE _________________________________ 47 3.2.1 Importncia da atividade na economia nacional ___________________________ 47 3.2.2 Principais indicadores setoriais ________________________________________ 49 3.2.3 Perfil empresarial do setor ____________________________________________ 51 3.2.4 Mo de obra empregada na atividade ___________________________________ 52 3.2.5 Produo do segmento ______________________________________________ 53 3.2.6 Investimentos realizados e previstos ____________________________________ 54 3.2.7 Principais polos produtores e consumidores nacionais ______________________ 56 3.2.8 Importao e exportao _____________________________________________ 57 3.3 PANORAMA CATARINENSE DA ATIVIDADE _______________________________ 59 3.3.1 Importncia da atividade na economia catarinense ________________________ 59 3.3.2 Principais indicadores setoriais ________________________________________ 59 3.3.3 Participao catarinense no mercado nacional ____________________________ 61 3.3.4 Perfil empresarial do setor ____________________________________________ 62 3.3.5 Mo de obra empregada na atividade ___________________________________ 62 3.3.6 Investimentos realizados e previstos ____________________________________ 63 3.3.7 Principais polos produtores e consumidores catarinenses ___________________ 65 3.3.8 Importao e exportao _____________________________________________ 65 4 POLOS SETORIAIS DO ESTUDO ________________________________________ 67 4.1 CARACTERSTICAS REGIONAIS DO SETOR DE MADEIRA DE SANTA CATARINA ____ 67 4.1.1 Coordenadoria regional Meio Oeste ____________________________________ 68 4.1.2 Coordenadoria regional Oeste _________________________________________ 68 4.1.3 Coordenadoria regional da Serra Catarinense _____________________________ 69 4.2 APRESENTAO DO SETOR DE MADEIRA ________________________________ 70 4.2.1 Polo Setorial das Indstrias Madeireiras da Regio Meio Oeste _______________ 70 4.2.2 Polo Setorial Madeireiro do Oeste Catarinense ____________________________ 71 4.2.3 Polo Setorial das Indstrias de Madeira da Serra Catarinense ________________ 71 4.3 NMERO DE EMPRESAS POR POLO _____________________________________ 72
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4.4 EMPREGOS GERADOS POR POLO _______________________________________ 74 4.5 MDIA SALARIAL POR POLO ___________________________________________ 75 4.6 COMPARATIVO DE VAF, SEGUNDO GRUPO DE ATIVIDADE ECONMICA E
COORDENADORIAS REGIONAIS DO SEBRAE ______________________________ 76 4.7 COMPARATIVO DE EXPORTAO POR POLO, SEGUNDO GRUPO DE ATIVIDADE
ECONMICA E COORDENADORIAS REGIONAIS DO SEBRAE __________________ 78 4.8 COMPARATIVO DE IMPORTAO POR POLO, SEGUNDO GRUPO DE ATIVIDADE
ECONMICA E COORDENADORIAS REGIONAIS DO SEBRAE __________________ 79 5 TENDNCIAS DA ATIVIDADE __________________________________________ 80 5.1 TENDNCIAS DA ATIVIDADE EM NVEL INTERNACIONAL, NACIONAL E
ESTADUAL _________________________________________________________ 80 5.2 OPORTUNIDADES DE MERCADO _______________________________________ 82 5.3 AMEAAS DE MERCADO _____________________________________________ 83 5.4 OUTROS DADOS RELEVANTES AO SETOR _________________________________ 84 REFERNCIAS _____________________________________________________________ 87 ANEXOS _________________________________________________________________ 90 ANEXO A - LISTA DAS CIDADES DA REGIONAL MEIO OESTE E QUANTIDADE DE
EMPRESAS POR CIDADE ______________________________________________ 90 ANEXO B - LISTA DAS CIDADES DA REGIONAL OESTE E QUANTIDADE DE EMPRESAS POR
CIDADE ___________________________________________________________ 91 ANEXO C - LISTA DAS CIDADES DA REGIONAL DA SERRA CATARINENSE E QUANTIDADE
DE EMPRESAS POR CIDADE ___________________________________________ 93 ANEXO D - LISTA DE POLOS DO ESTUDO NOVA ECONOMIA@SC _____________________ 94
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1 CONSIDERAES PRELIMINARES
1.1 APRESENTAO
As atividades econmicas tm convergido de forma no programada para
aglomerados produtivos, ou polos econmicos, em uma mesma regio geogrfica. Este
fenmeno pode ser observado em nvel mundial e, a ttulo deste estudo, em mbito
regional no que concerne ao contexto catarinense e tambm brasileiro.
Polo econmico pode ser descrito como um conglomerado de empresas com
atividades afins, ou complementares, situadas em um ambiente de fcil intercmbio2.
No caso de um Polo Madeireiro, podemos defini-lo como uma concentrao geogrfica
de empresas e instituies de pesquisa que atuam na produo, fabricao e
desdobramento de produtos de madeira, cortia e material tranado, no incluindo,
neste estudo, a fabricao de mveis.
Este trabalho faz parte da anlise de doze setores econmicos no contexto
catarinense, os quais se dividem em quarenta e sete polos industriais (ver ANEXO D),
onde so observados em uma anlise conjuntural de conglomerados para fins de
embasamento analtico de mercados, que subsidia informaes para o Programa
NovaEconomia@SC.
Especificamente para este estudo, so analisados diferentes dados
macroeconmicos com enfoque nas atividades do setor madeireiro em Santa Catarina
e em seus quatro polos de atuao. Em seguida apresentam-se diferentes indicadores
de mercado e anlises de fontes de dados confiveis. Esses dados foram revisados e
adaptados a este estudo (mantendo a fidedignidade e origem intactas) para fazer-se a
interpretao sob o contexto de importncia do Polo Setorial Madeireiro Catarinense,
analisado nas diferentes esferas geogrficas apresentadas.
2CARVALHO JR. L. C.; CAIRO, S. A.; SEABRA, F. Polos Industriais do Sul do Brasil.Experincias de competitividades e
empreendedorismo. Florianpolis: FAPEU, 2007. 202 p. Viso dos Especialistas do Setor da Indstria Madeireira de Santa Catarina
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Os polos analisados neste relatrio so:
Polo Setorial das Indstrias Madeireiras da Regio Meio Oeste;
Polo Setorial Madeireiro do Oeste Catarinense;
Polo Setorial das Indstrias de Madeira da Serra Catarinense.
A composio de atividades econmicas includas no molde analtico desta
pesquisa provm da Classificao Nacional de Atividade Econmica, ou simplesmente
CNAE, sendo este o instrumento de padronizao nacional dos cdigos de atividade
econmica e dos critrios de enquadramento utilizados pelos diversos rgos da
Administrao Tributria do pas, contribuindo para a melhoria da qualidade dos
sistemas de informao que do suporte s decises e aes do Estado.3 Tendo como
estrutura:
Seo (Formato x)
Diviso (Formato xx)
Grupo (Formato xxx)
Classe (Formato xxx-x)
Subclasse (Formato xxx-xx)
Como demonstrado, a estrutura CNAE segue a seguinte hierarquia de
classificao: Seo, Diviso, Grupo, Classe e Subclasse. Com mais detalhamento e
descries de atividade econmica medida que se subdivide em uma classificao
cada vez mais especfica.
Trata-se de um detalhamento da CNAE, verso 2.0, aplicada a todos os agentes
econmicos que esto engajados na produo de bens e servios, podendo
compreender estabelecimentos de empresas de natureza privada ou pblica,
estabelecimentos agrcolas, instituies sem fins lucrativos e agentes autnomos
(pessoa fsica). A CNAE resulta de um trabalho conjunto das trs esferas de governo,
3CNAE - Classificao Nacional de Atividades Econmicas - Subclasses. Disponvel em:
. Acesso em: 26 jul. 2013.
Viso dos Especialistas do Setor da Indstria Madeireira de Santa Catarina
http://subcomissaocnae.fazenda.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=1
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elaborado sob a coordenao da Secretaria da Receita Federal e orientao tcnica do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica - IBGE, com representantes da Unio, dos
Estados e dos Municpios.4
As CNAE analisadas neste relatrio so as indicadas na Tabela 1.
Tabela 1 - Lista de CNAE do estudo setorial de Madeira
Diviso CNAE Descrio
Diviso 16 Fabricao de produtos de madeira
Grupo 161 Desdobramento de madeira
Grupo 162 Fabricao de produtos de madeira, cortia e material tranado, exceto mveis
Fonte: Comisso Nacional de Classificao (CONCLA); IBGE.
1.2 OBJETIVO DO ESTUDO
Este estudo tem como objetivo identificar as caractersticas sobre o setor
Madeireiro, com dados de abrangncias diversas, de forma a contextualizar os grupos
de empresas que compem a populao deste conglomerado industrial de Santa
Catarina. Para tanto, utilizam-se pesquisas e estudos como fontes secundrias para
coleta de dados, como por exemplo: dados do IBGE, dados do Ministrio do Trabalho e
Emprego (MTE), a Relao Anual de Informaes Sociais (RAIS), dados do Cadastro
Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), dados do Ministrio do
Desenvolvimento, Indstria e Comrcio, alm de dados de outras fontes institucionais
e privadas.
1.3 METODOLOGIA DO ESTUDO
1.3.1 Tipo de pesquisa
A presente pesquisa caracterizada por mtodo exploratrio que rene
informaes preexistentes sobre o assunto em pauta e informaes que possam ser
4BRASIL. Secretaria da Receita Federal. Disponvel em:
. Acesso em: 4 mar. 2013. Viso dos Especialistas do Setor da Indstria Madeireira de Santa Catarina
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Panorama do Setor da Indstria Madeireira de Santa Catarina
reunidas para a investigao, identifica fontes e questes reais que possam ser usadas
como questes de mensurao e para estruturar a anlise.
O nvel de informao classificado como fonte secundria de dados, formada
por interpretaes de dados primrios, tais como enciclopdias, livros, manuais,
artigos de revistas e jornais, estudos de pesquisas e publicaes de entidades de
classe, governos, universidades e empresas pblicas ou privadas, dentre outros.
1.3.2 Critrios de anlise
Como critrio de anlise, so coletados, das referidas fontes, os dados mais
atuais disponveis, em geral observando uma evoluo de trinio, ou seja, dos trs
ltimos anos a contar da base de dados mais recente, disponibilizada pelos principais
rgos pblicos responsveis pela disponibilizao de informaes econmicas no
Brasil. Considera-se essencialmente a busca de resultados das CNAE analisadas neste
relatrio, para os dados a seguir indicados:
Empregos diretos (fonte: RAIS) Anos analisados: 2009, 2010, 2011;
Nmero de empresas (fonte: RAIS) Anos analisados: 2009, 2010, 2011;
Valor Adicionado Fiscal (Fonte: Secretaria do Estado da Fazenda de SC) Ano
analisado: 2011;
Valor Bruto da Produo Industrial ou somente de Produo, dependendo
da atividade (de acordo com a CNAE) analisada, (Fonte: IBGE) Anos
analisados: 2008, 2009, 2010;
Valor Lquido de Vendas (Fonte: IBGE) Anos analisados: 2008, 2009, 2010;
Movimentao da importao/exportao (Fonte: AliceWeb) Anos
analisados: 2010, 2011, 2012.
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Panorama do Setor da Indstria Madeireira de Santa Catarina
1.4 BREVE HISTRICO DA ATIVIDADE
A utilizao de rvores como moradia pelo ser humano foi o primeiro uso que
se deu para a madeira pelo homem que, posteriormente, mesmo passando a viver em
moradas construdas, utilizou a madeira como material de construo.
Mtodos diferentes no uso da madeira foram desenvolvidos por civilizaes
diversas, por conta das diferenas de clima, de terreno e da atuao de cataclismos. O
ser humano percebeu neste elemento uma fonte de interminveis aplicaes. Como a
madeira flutua, os primeiros barcos surgiram dela e foram aperfeioados com o
tempo. Por ser de fcil manufatura, a madeira uma tima matria-prima para
utenslios domsticos, ou de trabalho, mveis, esculturas etc. Com o passar do tempo,
a madeira tambm passou a ser utilizada de forma combinada com outros elementos
como o barro, a palha, a pedra, o ferro entre outros5.
Na arquitetura, a madeira foi utilizada de diferentes modos. Em locais onde h
terremotos frequentes, como no Extremo Oriente, as estruturas so leves e feitas de
encaixes frgeis, porm bem resistentes para suportar os terremotos. Onde muito frio,
como na Noruega, a arquitetura se caracteriza pela largura das paredes capazes de isolar o
frio.
Na Amrica do Sul, antes da chegada dos colonizadores, havia uma enorme
variedade de espcies arbreas que permitia inmeros usos, tais como tinta, canoas,
vigas, pilares, armas de caa, instrumentos musicais, instrumentos de trabalho, dentre
outros. Edificaes e meios de transporte eram os principais destinos da madeira
extrada pelos ndios.
Aps a chegada dos Portugueses, a extrao da madeira se tornou uma
atividade econmica altamente rentvel, se tornou o principal produto de exportao.
Alm do valor econmico da madeira, a nova populao utilizava-se dela para elevar
suas cidades e construir seus meios de transportes.
Com a escravizao dos ndios no perodo colonial, h uma grande
miscigenao arquitetnica, pois mesmo as formas trazidas pelos portugueses sendo
5 Esta seo tem como referncia: ARQUIVO UFSC. O uso da madeira no decorrer da histria. Disponvel em:
. Acesso em: 05 jun. 2013. Viso dos Especialistas do Setor da Indstria Madeireira de Santa Catarina
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Panorama do Setor da Indstria Madeireira de Santa Catarina
praticamente europeias, as tcnicas empregadas na construo em madeira e o
conhecimento das possibilidades de construo eram indgenas.
Mesmo a colnia tendo inserido seus utenslios de trabalho, suas crenas, seus
formatos de cidades, levando fabricao de carros de boi, carroas, barcos maiores,
casas maiores, utenslios domsticos, ferramentas e armas, manteve-se o material e as
tcnicas locais. Com o tempo, a extrao da madeira, alm de servir como produto de
exportao, servia como matria-prima para a produo de energia. O que fez com
que a devastao fosse bem mais acentuada.
Por um tempo considervel, a madeira deixou de ser utilizada nas construes
para servir de combustvel s embarcaes que passavam pelo litoral brasileiro. As
casas passaram a ter o adobe e a taipa como revestimento, restringindo o uso da
madeira estrutura. A madeira esteve sempre muito relacionada com a colonizao,
tanto que o nome do pas se deu por causa da madeira que produzia e os pigmentos
vermelhos exportados para o mundo, o Pau-Brasil.
Enquanto a colnia se firmou mais no Rio de Janeiro e no Nordeste, o resto do
territrio ficou entregue a pequenos grupos de colonizadores, como no caso de Santa
Catarina, onde houve uma atividade agrcola reduzida, e um papel de defesa de
territrio. Com isso, a mata foi mais preservada. Apenas no sculo XIX que a
agropecuria se estende e desmata o Estado de Santa Catarina, e nesse processo
tambm as matas de Araucria.
Com a chegada das colnias alem, italiana, sua e austraca, modificaram-se o
territrio e a arquitetura. As primeiras construes desses imigrantes so feitas com a
madeira do desmatamento, de forma provisria, com uma cobertura vegetal e para
durar quatro ou cinco meses apenas, pois no se poderia perder muito tempo
construindo a casa, j que havia a necessidade de limpar a terra e plantar alimentos.
A construo, pelos imigrantes, de uma segunda casa, ainda provisria, porm com
um uso mais apurado da madeira, era feita enquanto eles esperavam a colheita. Mesmo
sendo essa segunda casa provisria, o trabalho de madeira j era mais apurado. Era uma
arquitetura feita com peas falquejadas e tbuas rachadas, mas j misturada com taipa
de mo, s vezes adobe, j definindo uma estrutura e uma tipologia construtiva que, de
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Panorama do Setor da Indstria Madeireira de Santa Catarina
certa forma, vai ser largamente aplicada na casa definitiva, ainda na primeira gerao de
imigrantes.
Os que possuam carro de boi e ferramentas aumentaram seu capital
consideravelmente ao vender madeiras extradas nas devastaes feitas pelos
colonizadores para a limpeza dos terrenos de plantio e para a implantao de estradas
de ligao entre o planalto e o litoral.
Muitos enriqueceram com esta funo, fazendo surgir outras formas de
comrcio o madeireiro, que se tornou uma das principais atividades em Santa
Catarina. A extrao da madeira passa a ter ento um papel importante na economia
da regio. Santa Catarina vai viver o auge dessa economia centrada na madeira no
incio do sculo XX, at meados de 50, quando comea um processo acelerado de
esgotamento das reservas.
Conforme cada regio de colonizao, podemos ver diferentes mtodos de
utilizao da madeira na arquitetura. No litoral catarinense a tcnica construtiva
vinda dos aorianos e baseia-se principalmente no uso da taipa e do tijolo, ficando a
madeira apenas como esquadria, estrutura, assoalho e forros. No planalto,
dependendo da origem da colnia, a madeira era trabalhada de modos diferentes. O
alemo opta por uma arquitetura onde a madeira aparece como estrutura aparente
atravs do enxaimel. Geralmente utilizada uma estrutura de madeira preenchida
(por dentro) com tijolo cozido ou adobe.
Nas colnias italianas, a arquitetura mantm caractersticas trazidas da Itlia,
em que a construo de pedra e tijolo, servindo a madeira como um elemento
estrutural de cobertura e para vos.
1.5 CONTEXTO ATUAL6
O Brasil um dos grandes exportadores de madeira e possui tambm uma
grande demanda para o mercado interno. O setor Madeireiro apontado como um
dos maiores responsveis pelo desmatamento da Amaznia, porm, acontece que a
madeira continua sendo uma matria-prima essencial para diversas atividades.
6LENTINI, Marcos. O mercado mundial de produtos florestais. Disponvel em:
. Acesso em: 5 jun. 2013. Viso dos Especialistas do Setor da Indstria Madeireira de Santa Catarina
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Panorama do Setor da Indstria Madeireira de Santa Catarina
Apesar da existncia da devastadora explorao ilegal de madeira, principalmente na
Amaznia, h alternativas viveis para explorar o recurso com menor impacto
ambiental, como o caso das reas do manejo florestal.
O fator que desencadeou o alastramento da explorao madeireira dos
abundantes estoques de madeiras valiosas da Amaznia foi a construo de estradas
federais na regio, nas dcadas de 1960 e 1970. Dentre os tipos de madeiras mais
largamente exploradas destacam-se o mogno (Swieteniamacrophylla), o ip (Tabebuia
sp.), o cedro (Cedrelaodorata), o freij (Cordia sp.), a cerejeira (Torresia sp.), o cumaru
(Dypterix sp.) e o jatob (Hymenaeacourbaril). H estudos que estimam haver
atualmente mais de 350 espcies madeireiras exploradas na Amaznia.
Segundo dados apontados pela Organizao das Naes Unidas para
Agricultura e Alimentao (Food and Agriculture Organization FAO) em 2006, o
mercado mundial de produtos florestais movimentou aproximadamente US$ 204
bilhes. Este valor inclui tanto produtos madeireiros como no madeireiros (frutos,
resinas, gomas, cips etc.) a partir de matrias-primas exploradas tanto de florestas
naturais como plantadas. Segundo a FAO, o Brasil ocupa a 11 no mercado mundial
florestal, tendo exportado US$ 5,7 bilhes em 2006.
frente do Brasil encontram-se os pases com maior tradio na rea florestal,
tais como Canad, Alemanha, Estados Unidos, Sucia, Finlndia, Rssia, China, Frana,
ustria e Indonsia. Curiosamente, apenas o ltimo pas da lista, assim como o Brasil,
tem parte desta produo baseada em florestas tropicais.
A tendncia de que o Brasil venha a ser mais pressionado no futuro prximo
para aumentar suas exportaes de madeira, pois os estoques de madeiras tropicais
da Indonsia e Malsia, devido a dcadas de explorao predatria, esto rapidamente
se esgotando.
Trs espcies florestais, das cinco principais enfatizadas no GFRA, so conferas,
abundantes em pases de clima temperado: Pinus, Quercus (chamado no Brasil de
carvalho), Picea, Abies e Betula. No Brasil, a maior parte do mercado florestal
composto hoje por espcies exticas de rpido crescimento, principalmente dos
gneros Pinus e Eucalyptus, matrias-primas para as indstrias de papel e celulose.
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Panorama do Setor da Indstria Madeireira de Santa Catarina
2 DADOS MACROECONMICOS
2.1 PRINCIPAIS INDICADORES ECONMICOS DO BRASIL E DE SANTA CATARINA
A participao de Santa Catarina no PIB Nacional, juntamente com a taxa de
crescimento real do PIB, evoluiu entre os anos de 1996 e 2009, com um crescimento
praticamente constante, segundo o Caderno de Indicadores (2012). Este crescimento
passou de 3,54% em 1996, para 4,01% em 2009, ainda que, neste ano tenha havido
queda no PIB Estadual em razo da crise internacional e da economia Catarinense.
De acordo com o os dados do referido Caderno, a evoluo do nmero de
empregados por setor econmico na ltima dcada evidencia o crescimento da mo
de obra empregada e da estrutura produtiva do Estado em diferentes setores.
O emprego aumentou em mdia 91,25% no Estado, passando de 1.077.929
postos, em 2000, para 2.061.577, em 2011. No perodo de 2000 a 2010, o crescimento
do setor de Construo Civil foi de 137%, enquanto o Comrcio cresceu 117,8% e o
setor de Servios cresceu 93%. A indstri